XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL VARIAÇÕES MORFOMÉTRICAS EM FRUTOS DE Dalbergia nigra ORIUNDOS DE TRÊS PROCEDÊNCIAS Elias de Sá Farias – Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Lavras, MG. [email protected] Paloma Carvalho Diniz – Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Lavras, MG. [email protected] Diana Suzete Nunes da Silva – Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Lavras, MG. [email protected] Kmila Gomes da Silva – Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Lavras, MG. [email protected] Nelson Venturin – Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Lavras, MG. [email protected] INTRODUÇÃO As características morfológicas e físicas dos frutos apresentam grande variabilidade nas espécies arbóreas tropicais. Estudos nesta área são importantes na caracterização de famílias e/ou espécies do mesmo gênero (CRUZ; CARVALHO, 2003), na identificação e certificação do material empregado na análise de sementes (AMARO et al., 2006) e para contribuir nos estudos de sucessão ecológica e regeneração dos ecossistemas florestais. A Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth., conhecida popularmente como Jacarandá-da-Bahia, jacarandá-preto ou caviúna é uma espécie arbórea da família Fabaceae (Leguminosae) A madeira do jacarandá-da-Bahia é uma das mais valiosas dentre as espécies nativas do Brasil. Empregada para fabricação de movéis, artigos de decoração e excelente para instrumentos musicais (CARVALHO, 1994). Devido à sua madeira de alta qualidade, a sua facilidade de comercialização no mercado, sua alta taxa de regeneração em florestas alteradas e sua fácil adaptação em terrenos de baixa fertilidade (Rêgo, et al. 2003), o Jacarandá-da-Bahia é considerado uma espécie com alto potencial para o manejo florestal sustentável. Sua relevância histórica, seu grande potencial silvicultural e necessidade de manutenção de seus remanescentes naturais justificam estudos com a espécie. OBJETIVO O objetivo deste trabalho foi avaliar as variações morfométricas em frutos de Dalbergia nigra oriundos de três procedências diferentes. METODOLOGIA Os frutos foram coletados na cidade de Lavras, Sul de Minas Gerais, em três locais diferentes (Pa, Pb e Pc), tendo sido coletados frutos de quatro progênies diferentes em cada local. Foi observado o período de dispersão dos frutos para coleta dos mesmos no ponto de maior maturidade fisiológica. 1 XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL Os diferentes lotes, oriundos de cada progênie nas diferentes procedências, foram mantidos separados e submetidos à análise usando o Sistema de Análise de Sementes (SAS). Foram amostrados 25 frutos por matriz de cada procedência, totalizando 300 frutos (3 procedências x 4 indivíduos x 25 frutos). Foram analisadas as variáveis: área do fruto, diâmetro máximo, diâmetro mínimo e perímetro. Foram empregadas estatísticas descritivas, que compreenderam medidas de posição (média, valores mínimo e máximo) com o auxílio do software software R© versão 2.11.1 (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2010). RESULTADOS Não houve diferença estatística entre as procedências para as variáveis: diâmetro máximo, diâmetro mínimo e perímetro. Para a variável área do fruto apenas uma procedência (Pc = 7,19 cm²) apresentou diferença estatisticamente significativa das demais (Pa = 6,23 cm² e Pb = 6,56 cm²). DISCUSSÃO Freitas et al. (2015), ao analisarem os frutos de Manilkara huberi, constataram que a diâmetro foi o parâmetro com maior variabilidade entre os frutos, resultados consonantes com os deste trabalho. De acordo com Souza et al. (2007), as dimensões dos frutos de Senna spectabilis variaram com a procedência, demonstrando a influência do ambiente. Moraes e Alves (2009), ao agruparem os indivíduos pelas dimensões dos frutos e das sementes, verificaram correlação parcial com o ambiente e com os fatores genéticos. CONCLUSÃO Foi observada alta variabilidade para os parâmetros diâmetro máximo, diâmetro mínimo e perímetro. Constatou-se que os frutos de Dalbergia nigra diferem em área superficial, evidenciando a produção de frutos maiores nesta safra para a procedência Pc. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARO, M. S.; GUIMARÃES, R. M.; TEÓFILO, E. M. Morfologia de frutos, sementes e de plântulas de Janaguba (Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel. – Apocynaceae). Revista Brasileira de Sementes, Pelotas, v. 28, n. 1, p. 63-71, 2006. CARVALHO, P. E. R., Mimosa scabrella Bentham var. aspericarpa (hoehne) Burkart. In: Carvalho, P.E R. Espécies florestais brasileiras: recomendações silvicultuais, potencialidades e uso da madeira. Colombo: EMBRAPA-CNPF / Brasília: EMBRAPA SPI, 1994. p. 344-347. CRUZ, D. E.; CARVALHO, J. E. U. Biometria de frutos e sementes e germinação de curupixá (Micropholis cf. verrugosa Mart. & Eichler – Sapotaceae). Acta Amazônica, Manaus, v. 33, n. 3, p. 389-398, 2003. FREITAS, A. D. D.; LEÃO, N. V. M.; CARRERA, R. H. A.; BENCHIMOL, R. L.; IKEDA, M. Biometria, grau de umidade e número de sementes/Kg de sementes da espécie Manilkara huberi (maçaranduba) encontrada no Parque Ecológico de Gunma, município de Santa Barbara-PA. Disponível em: . Acesso em: 25 abril de 2015. 2 XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL MORAES, P. L. R.; ALVES, M. C. Biometria de frutos e diásporos de Cryptocarya aschersoniana Mez e Cryptocaria moschata Nees (Lauraceae). Disponível em: . Acesso em: 25 maio 2009. R DEVELOPMENT CORE TEAM (2010). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. ISBN 3-900051-07-0, URL http://www.R-project.org/ RÊGO, M.; POSSAMAI, E. Jacarandá-da-Bahia (Dalbergia nigra Vellozo) Leguminoseae- Papilionoidae: Produção de Mudas. Colombo, PR Dezembro, 2003. SILVA, M. S.; BORGES, E. E. L.; LEITE, H. G.; CORTE, V. B. Biometria de frutos e sementes de Melanoxylon brauna schott. (fabaceae-caesalpinioideae). Cerne, Lavras, v. 19, n. 3, p. 517-524, jul./set. 2013 SOUZA, S. C. A.; BRAGA, L. L.; TOLENTINO, G. S.; MATOS, A. M. M.; RODRIGUES, P. M. S.; NUNES, Y. R. F. Biometria de frutos e predação de sementes de Senna spectabilis (DC) Irwin et Barn. provenientes de três localidades do norte de Minas Gerais. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, p. 864-866, 2007. Suplemento 1. (Os autores agradecem à FAPEMIG e ao CNPq pelo apoio financeiro) 3