Universidade Camilo Castelo Branco Instituto de Engenharia Biomédica ANDREIA DE OLIVEIRA PINHEIRO ESTUDO DE INDICADORES DE RISCO DE INFARTO DO MIOCÁRDIO EM PACIENTES MENOPÁUSICOS E ANDROPÁUSICOS VIA ANÁLISE DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA. RISK INDICATORS FOR MYOCARDIAL INFARCTION IN MENOPAUSE AND ANDROPAUSE PATIENTS THROUGH HEART RATE VARIABILITY ANALYSIS São José dos Campos, SP 2014 II Andreia de Oliveira Pinheiro ESTUDO DE INDICADORES DE RISCO DE INFARTO DO MIOCÁRDIO EM PACIENTES MENOPÁUSICOS E ANDROPÁUSICOS VIA ANÁLISE DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA Orientadora: Profa. Dra. Luciana Aparecida Campos Baltatu Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica, da Universidade Camilo Castelo Branco, como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Engenharia Biomédica. São José dos Campos, SP 2014 III IV V AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, minha fortaleza e meu porto seguro, por todas as graças concedidas; aos meus pais e irmãos pelo apoio e incentivo; aos meus colegas de turma e aos amigos bolsistas, pelos momentos compartilhados; ao meu esposo Audiel pelo carinho, amor e incentivo; à instituição UNICATELO; à minha orientadora Profa. Dra. Luciana Aparecida C. Baltatu por todo o aprendizado profissional e pessoal, pela paciência e motivação, meu muito obrigada. Agradeço à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) que financiou este trabalho através de bolsa mestrado, sob o processo 301706/2013-1. VI ESTUDO DE INDICADORES DE RISCO DE INFARTO DO MIOCÁRDIO EM PACIENTES MENOPÁUSICOS E ANDROPÁUSICOS VIA ANÁLISE DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA RESUMO Introdução: Mulheres pós-menopáusicas com infarto do miocárdio (IM) apresentam respostas mais pobres do que a dos homens. Em pacientes com IM, a redução da variabilidade da frequência cardíaca (VFC), como uma medida de disfunção autonômica cardíaca, é associada com aumento no risco de mortalidade. Objetivos: Por esta razão nós objetivamos analisar a VFC em mulheres pós-menopáusicas com IM. Métodos: Os índices da VFC derivados do ECG foram comparados entre mulheres e homens acima de 50 anos com IM: Índices geométricos (índice triangular), índices lineares (baixa frequência [LF, ms2], alta frequência [HF, ms2], desvio padrão (SD) dos intervalos normais da onda RR [SDNN], raiz quadrada da média da soma dos quadrados das diferenças entre intervalos adjacentes normais da onda R [RMSSD]) e índices não lineares de Poincaré (SD dos pontos perpendiculares à linha de identidade [SD1, ms]; SD ao longo da linha de identidade [SD2, ms]). Resultados: Mulheres possuem maior recorrência de IM do que os homens. A estimativa geral da VFC, o índice triangular e SDNN estavam consideravelmente mais reduzidos nas mulheres do que nos homens (3,1 [2,5 – 4,4] vs. 4,5 [3,2 – 5,9] e 9,3 [6,9 – 15,8] vs. 19,2 [11,4 – 26,4] respectivamente; p<0,001). Além disso, os índices da VFC relacionados com o tônus autonômico (HF, LF/HF, RMSSD e SD1) estavam significativamente menores nas mulheres (62,2%, 55,6%, 37,1% e 37,2%, respectivamente; p<0,01). Conclusão: Este estudo sugere que mulheres pós-menopáusicas possuem um pior prognóstico do que os homens de mesma idade, como indicado pela drástica disfunção autonômica cardíaca. Palavras-chave: Variabilidade da frequência cardíaca, infarto do miocárdio, mulheres pós-menopáusicas. VII RISK INDICATORS FOR MYOCARDIAL INFARCTION IN MENOPAUSE AND ANDROPAUSE PATIENTS THROUGH HEART RATE VARIABILITY ANALYSIS ABSTRACT Background: Postmenopausal women with myocardial infarction (MI) show poorer outcomes than men. In patients with MI, reduced heart rate variability (HRV), as a measure of cardiac autonomic dysfunction, is associated with an increased risk of mortality. Aims: This is why we aimed at investigating HRV in postmenopausal women with MI. Methods: ECG-derived HRV indexes in women aged over 50 years were compared to those in an age-adjusted group of men with MI: geometric (triangular index), linear (low frequency [LF, ms2], high frequency [HF, ms2], standard deviation (SD) of normal R-R wave intervals [SDNN], square root of the mean of the sum of the squares of differences between adjacent normal R wave intervals [RMSSD]) and nonlinear Poincaré analysis (SD of the points perpendicular to the line-of-identity [SD1, ms]; SD along the line-of-identity [SD2, ms]). Results: Women had higher MI recurrence than men. The estimates of overall HRV, the triangular index and SDNN were considerably lower in women than men (3.1 [2.5 – 4.4] vs. 4.5 [3.2 – 5.9] and 9.3 [6.9 – 15.8] vs. 19.2 [11.4 – 26.4] respectively; p<0.001). Moreover, HRV indexes related to autonomic tone (HF, LF/HF, RMSSD, and SD1) were significantly lesser in women (62.2%, 55.6%, 37.1%, and 37.2% respectively; p<0.01). Conclusion: This study suggests that postmenopausal women with MI may have a worse prognostic than age-matched men, as indicated by a drastic cardiac autonomic dysfunction. Keywords: Heart rate variability, myocardial infarction, postmenopausal women. VIII LISTA DE FIGURAS Figura 1: Artérias coronárias e veias cardíacas em vista anterior (a) e posterior (b). .................................................................................................................... 15 Figura 2: Áreas de isquemia de acordo com o ponto de obstrução coronariana. ......................................................................................................................... 16 Figura 3: Representação da formação da placa aterosclerótica e desenvolvimento do infarto do miocárdio. ........................................................ 17 Figura 4: Representação de potenciais resultados para a síndrome coronariana relacionados com humor e variabilidade da frequência cardíaca. .................... 19 Figura 5: Concentrações séricas de hormônios durante a transição para a menopausa e pós-menopausa. ........................................................................ 20 Figura 6: Perfil de risco cardiovascular com a menopausa. VFC: variabilidade da frequência cardíaca; IGF-1: fator de crescimento semelhante à insulina 1; SRI: Síndrome de resistência insulínica. .......................................................... 21 Figura 7: Secreção de testosterona em função da idade nos homens............. 22 Figura 8: Traçado eletrocardiográfico............................................................... 24 Figura 9: Derivação de dois sinais da VFC a partir do ECG: o tacograma intervalar (painel central) e interpolação de séries de intervalos RR................ 25 Figura 10: Análise dos Plots de Poincaré, onde SD1 descreve a VFC a curto prazo e SD2 descreve a VFC a longo prazo. ................................................... 27 Figura 11: Gráfico no domínio do tempo (a); gráfico no domínio da frequência (b). .................................................................................................................... 28 Figura 12: Composição de uma onda quadrada a partir da somatória de ondas harmônicas. ...................................................................................................... 29 Figura 13: Distribuição da amostra segundo sexo e idade. .............................. 33 Figura 14: Interface gráfica do Software Kubios com resultados para análise de índices no domínio do tempo (algoritmo para Matlab). .................................... 37 Figura 15: Interface gráfica do Software Kubios com resultados para análise de índices no domínio da frequência (algoritmo para Matlab). .............................. 38 IX Figura 16: Interface gráfica do Software Kubios com resultados para análise de índices não lineares (algoritmo para Matlab).................................................... 39 Figura 17: Índices no domínio do tempo representados em mediana e intervalo interquartil; *p<0,05 comparado com os homens; **p<0,01 comparado com os homens; ***p<0,001 comparado com os homens. ........................................... 42 Figura 18: Índices no domínio da frequência representados em mediana e intervalo interquartil; *p<0,05 comparado com os homens; **p<0,01 comparado com os homens; ***p<0,001 comparado com os homens. ............................... 43 Figura 19: Maior redução dos índices na análise de Poincaré nas mulheres do que nos homens com IM. Dados representados em mediana e intervalo interquartil; *p<0,05 comparado com os homens; **p<0,01 comparado com os homens; ***p<0,001 comparado com os homens. ........................................... 43 X LISTA DE TABELAS Tabela 1: Parâmetros da VFC no domínio do tempo e seus efeitos cardiovasculares................................................................................................. 26 Tabela 2: Parâmetros da VFC de medidas não lineares e seus efeitos cardiovasculares................................................................................................ 28 Tabela 3: Parâmetros da VFC no domínio da frequência e seus efeitos cardiovasculares................................................................................................. 30 Tabela 4: Medicações administradas aos pacientes com infarto do miocárdio durante o período intra-hospitalar....................................................................... 34 Tabela 5: Comparativos entre programas disponíveis para análise da VFC..... 35 Tabela 6: Recorrência de infarto do miocárdio de acordo com o sexo.............. 41 xi LISTA DE SIGLAS ECG Eletrocardiograma FEVE Fração de ejeção do ventrículo esquerdo FFT IM OMS Trasformada rápida de Fourier Infarto do miocárdio Organização mundial de saúde SRI Síndrome de resistência insulínica TRH Terapia de reposição hormonal VFC Variabilidade da frequência cardíaca xii SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 13 1.1. Exposição geral do tema abordado ......................................................... 13 1.2. Infarto do miocárdio ................................................................................. 14 1.3. Menopausa e fatores de risco para infarto do miocárdio ......................... 20 1.4. Andropausa e fatores de risco para infarto do miocárdio......................... 22 1.5. Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) .......................................... 23 1.5.1. Índices não lineares no domínio do tempo: Parâmetros da VFC: Índices da VFC lineares no domínio do tempo................................................... 26 1.5.2. Índices no domínio da frequência .......................................................... 28 1.6. Objetivos .................................................................................................... 31 2. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 32 2.1. Coleta de dados ....................................................................................... 32 2.2. Análise dos dados da variabilidade da frequência cardíaca .................... 35 2.3. Análise estatística dos resultados ............................................................ 40 3. RESULTADOS........................................................................................... 41 3.1. Índices lineares autonômicos cardíacos .................................................. 41 3.2. Índices não lineares autonômicos cardíacos ........................................... 43 4. DISCUSSÃO .............................................................................................. 44 5. CONCLUSÃO ............................................................................................ 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 49 APÊNDICE A.................................................................................................... 57 APÊNDICE B.................................................................................................... 58 13 1. INTRODUÇÃO 1.1. Exposição geral do tema abordado As doenças cardiovasculares estão entre as maiores causas de mortalidade mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram registrados cerca de 17 milhões de óbitos em 2008, o que representa 29% das causas de mortalidade global. Além disso, 20% da população mundial é afetada por eventos cardiovasculares.(1-3) As alterações do sistema nervoso autônomo têm sido amplamente implicadas na patologia de doenças cardíacas.(4,5) Os sistemas simpático e parassimpático contribuem para resposta cardiovascular em estados fisiológicos e também patológicos. Variações dos sistemas autonômicos simpático e parassimpático podem ser mensuradas matematicamente através da análise dos espaços RR, adquiridos em traçados eletrocardiográficos.(6) A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) representa um método não invasivo para estimar o controle do sistema nervoso autônomo do coração. Uma VFC reduzida é considerada como um parâmetro de previsão à maior suscetibilidade a morte súbita do que a escala de coma de Glasgow em pacientes após AVC agudo, da mesma forma que o aumento dos índices da VFC possui relação com um bom prognóstico,(7) além de ser um fator de risco independente para mortalidade após infarto do miocárdio,(8) pois quando comparada com a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) para prever eventos arrítmicos após o infarto agudo do miocárdio, possui melhor sensibilidade e especificidade do que a FEVE, apesar de ambas possuírem desempenho igualmente satisfatório para prever todas as causas de mortalidade após infarto agudo do miocárdio.(9) Estratégias matemáticas têm sido empregadas para desenvolver biomarcadores matemáticos relacionados a condições fisiológicas ou patológicas.(10) VFC tem sido amplamente estudado em pacientes cardíacos, incluindo os que sobrevivem a um infarto do miocárdio.(7) Alterações de biomarcadores matemáticos da VFC derivados de disfunção autonômica são associadas a um aumento do risco na incidência de 14 infarto do miocárdio, na mortalidade cardiovascular e em outras causas de morte na população em geral.(11,12) Kuck et al., indicaram a medida da VFC a curto prazo como um teste de fácil aplicação para avaliar disfunção autonômica e prever o risco de futuros eventos adversos em pacientes com infarto do miocárdio.(13) A análise da VFC e suas diferenças de acordo com o sexo são descritas na literatura, demonstrando que tanto mulheres quanto homens podem apresentar uma VFC reduzida em situações de diabetes, doença coronariana, altos níveis de colesterol,(14-16) porém há escassez no que tange diferenças de sexo em situação de infarto do miocárdio, destacando assim a relevância deste estudo, o qual propõe discutir estas diferenças e fornecer maiores evidências da distinção existente na função autonômica avaliada pela VFC entre mulheres e homens com redução dos principais hormônios sexuais após os 50 anos (estrogênio e testosterona), levando-os as condições de pós-menopausa e pós andropausa, respectivamente. 1.2. Infarto do miocárdio Cerca de um terço da mortalidade no mundo ocidental resulta de coronariopatias (doenças nas artérias coronárias) que aumentam sua ocorrência conforme o avanço da idade, e praticamente todos os idosos possuem pelo menos algum distúrbio na circulação das artérias coronarianas como trombose, hiperemia, embolia ou até mesmo choque, comprometendo o aporte sanguíneo para o coração (Figura 1).(17,18) As artérias coronárias principais estão localizadas na superfície do coração, enquanto que as pequenas artérias se situam profundamente. A artéria coronária esquerda irriga as porções anterior e lateral esquerda do ventrículo esquerdo, enquanto que a artéria coronária direita irriga grande parte do ventrículo direito e também nutre a região posterior do ventrículo esquerdo (Figura 1). 15 (a) (b) Figura 1: Artérias coronárias e veias cardíacas em vista anterior (a) e posterior (b). (18) Fonte: Netter. 16 A localização e a extensão do infarto dependem da artéria afetada. Se a zona de irrigação da artéria for pequena, as consequências do infarto serão menores, da mesma forma que se a artéria for responsável por uma grande área miocárdica, o infarto pode ser fulminante (Figura 2).(19) Figura 2: Áreas de isquemia de acordo com o ponto de obstrução coronariana. Fonte: Adaptado de A.D.A.M.(19) O fluxo sanguíneo para as coronárias pode ser reduzido ou interrompido, gerando alterações patológicas no músculo cardíaco. A diminuição do fluxo coronariano possui como causa mais frequente a aterosclerose, que é o depósito de colesterol sob o endotélio. Dentre os principais fatores desencadeadores de aterosclerose, tem-se a predisposição genética ou fatores ambientais tais como grande ingesta de alimentos com alto teor de gordura aliada ao sedentarismo. Como consequência deste depósito de colesterol nas coronárias, ocorre uma invasão de tecido fibroso no endotélio, que posteriormente e frequentemente se torna calcificado, resultando em uma placa aterosclerótica, que protrai-se para o leito dos vasos, projetando-se para os lumens venosos, bloqueando parcialmente ou totalmente o fluxo sanguíneo, causando uma isquemia, ou seja, uma área miocárdica com reduzida ou nenhuma irrigação sanguínea (Figura 3).(17) Após esta oclusão aguda, o fluxo sanguíneo cessa para os seguimentos do vaso afetado, ficando toda uma área miocárdica infartada sem suprimento 17 sanguíneo, ou com fluxo em quantidade tão reduzida que não sustenta sua função muscular, levando o órgão a uma condição conhecida como infarto do miocárdio (IM), pois a área que sofreu isquemia passa agora a apresentar um miocárdio necrosado/infartado, (Figura 3).(17,20) Figura 3: Representação da formação da placa aterosclerótica e desenvolvimento do infarto do miocárdio. (20) Fonte: Vilela. A mortalidade em decorrência do infarto do miocárdio se deve basicamente a diminuição no débito cardíaco, morte por edema pulmonar proveniente do acúmulo sanguíneo nos vasos pulmonares, fibrilação cardíaca e ruptura do coração.(17) Fatores como a disfunção do sistema nervoso autonômico e a depressão estão associados com piora no prognóstico após o infarto do miocárdio.(21) A Figura 4 representa essa possível relação, na qual os autores sugerem que: 18 • A síndrome coronariana aguda apresenta sintomas como angina instável, e infarto do miocárdio com e sem elevação do segmento ST e ocorre pela estreita relação com uma miríade de riscos. • O diagnóstico de depressão frente à miríade de fatores de riscos sociais, fisiológicos e ambientais, auxiliariam na estratificação de risco de morbidade e mortalidade em pacientes com IM. • Há a hipótese, porém ainda existem controvérsias de que marcadores inflamatórios, como a interleucina-6 e a proteína C reativa, desempenhariam papel importante na relação entre sintomas depressivos e a VFC, haja vista que o aumento destes marcadores ocorre durante a depressão, e correlacionam-se com a redução da atividade vagal, refletindo na alteração observada da VFC. • Intervenções com a intenção de melhorar o humor, agiriam como fator de risco atenuante sobre as coronárias resultando em aumento no potencial de sobrevivência saudável. 19 Síndrome coronariana aguda (Angina instável e infarto do miocárdio) Depressão Melhora do humor (age sobre possíveis marcadores inflamatórios) Redução na VFC Aumento do risco de morbidade e mortalidade -atenuaria o risco sobre as coronárias VFC normal Aumento no potencial de sobrevivência saldável Figura 4: Representação de potenciais resultados para a síndrome coronariana relacionados com humor e variabilidade da frequência cardíaca. (21) Fonte: Adaptado de Harris et al. 20 1.3. Menopausa e fatores de risco para infarto do miocárdio Menopausa caracteriza-se pela cessação do ciclo menstrual e consequentemente da ovulação, o que ocorre por volta dos 40 a 50 anos, com declínio na produção de hormônios sexuais femininos,(17) principalmente o estrogênio (os três estrogênios naturais são o estradiol, o estriol e a estrona) (Figura 5).(22) Figura 5: Concentrações séricas de hormônios durante a transição para a menopausa e pósmenopausa. (22) Fonte: Adaptado de Reed e Sutton. A menopausa como fator de risco para doenças cardiovasculares(23, 24) é caracterizada pelas mudanças que ocorrem após a retirada do estrogênio, afetando negativamente a função cardiovascular e metabólica, incluindo alteração na distribuição de gordura corporal com consequente aumento da circunferência abdominal, tolerância à glicose reduzida, lipídios plasmáticos anormais, aumento da pressão arterial, aumento do tônus simpático, disfunção endotelial e inflamação vascular.(25) 21 Há hipótese de que quanto maior for o tempo de exposição aos estrogênios endógenos, maior é proteção cardiovascular adquirida.(23) Um ensaio clínico com uma grande população de pacientes indicou que a mortalidade a curto prazo (30 dias) é maior entre as mulheres do que entre homens após infarto do miocárdio com elevação do segmento ST.(16,22,25,26) Além disso, em estudos a longo prazo (4 anos) a mortalidade é maior em mulheres idosas do que em homens idosos submetidos a angioplastia coronariana.(27) O risco de mortalidade aumentado para mulheres na menopausa pode ser devido ao seu perfil de maior risco cardiovascular. As mulheres tiveram mais comorbidades do que os homens, incluindo hipertensão, hiperlipidemias, diabetes e insuficiência cardíaca.(27) A Figura 6 descreve o perfil de risco para doenças cardiovasculares após a menopausa, descrevendo alterações autonômicas, genéticas e ambientais, endócrinos e comportamentais. Figura 6: Perfil de risco cardiovascular com a menopausa. VFC: variabilidade da frequência cardíaca; IGF-1: fator de crescimento semelhante à insulina 1; SRI: Síndrome de resistência insulínica. (28) Fonte: Adaptado de Innes et al. 22 A doença cardíaca é a primeira causa de morte entre as mulheres e sua prevalência aumenta após a menopausa.(29, 30) Os estudos epidemiológicos fornecem evidências de que as mulheres pós-menopáusicas com infarto do miocárdio apresentam resultados mais independentemente de comorbidades. (31,32) pobres do que os homens, O risco de mortalidade após o infarto do miocárdio é maior entre as mulheres pós-menopáusicas do que entre os homens pós-andropáusicos (mais de 50 anos de idade), seja em situações de curto prazo (30 dias) ou de longo prazo (4 anos).(26,27) 1.4. Andropausa e fatores de risco para infarto do miocárdio Andropausa ou hipogonadismo é a redução das funções sexuais masculinas em torno dos 40 a 50 anos, um distúrbio comum que aumenta sua prevalência com o avançar da idade e está relacionado com diminuição na secreção de testosterona,(17,33) a qual após os 50 anos reduz sua concentração sérica em cerca de 1% ao ano (Figura 7).(34) Figura 7: Secreção de testosterona em função da idade nos homens. (34) Fonte: Gebara et al. O diagnóstico da andropausa é baseado na presença de sintomas semelhantes àqueles apresentados na menopausa, como ondas de calor, 23 sufocação e distúrbios psíquicos, caracterizados como climatério masculino. A terapia de reposição hormonal com testosterona ou andrógenos sintéticos é um dos tratamentos adotados para minimizar os sintomas do climatério masculino. (17,33) Os riscos e benefícios da terapia de reposição hormonal nos homens vêm sendo discutidos. Em um estudo de coorte com 8.709 homens com níveis reduzidos de testosterona demonstrou que, ao contrário da terapia de reposição hormonal nas mulheres, o uso de terapia de testosterona associouse com aumento do risco de resultados adversos como infarto, mortalidade e acidente vascular cerebral.(35) Quando esta terapia de reposição hormonal masculina é iniciada precocemente pode predispor ao aparecimento da aterosclerose no sexo masculino.(36) 1.5. Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) Frequência cardíaca consiste no número de ciclos cardíacos por unidade de tempo (batimentos por minuto). Ciclo cardíaco inclui um período de relaxamento (diástole) e um período de contração (sístole), do coração. O traçado eletrocardiográfico (ECG) é o registro dos potenciais elétricos oriundos do impulso cardíaco, sendo composto pela onda P, intervalo PR, seguimento PR, ponto J, complexo QRS, onda T, intervalo QT, seguimento ST e onda U (Figura 8). O intervalo de tempo entre duas ondas RR sucessivas do ECG é igual a um período cardíaco.(37) 24 Figura 8: Traçado eletrocardiográfico. (38) Fonte: Tarvainen e Niskanen. Já a frequência cardíaca ( f ) é o inverso do período ( T ), assim, f = 1 / T. A VFC é a variação da frequência dos batimentos (Figura 9). Os índices da VFC são obtidos através da análise destes intervalos RR, podendo ser captados por instrumentos, incluindo eletrocardiógrafo, conversor analógicodigital e medidor de frequência cardíaca a partir de eletrodos de superfície que são colocados em pontos específicos da superfície corporal.(37,39) 25 Figura 9: Derivação de dois sinais da VFC a partir do ECG: o tacograma intervalar (painel central) e interpolação de séries de intervalos RR. (38) Fonte: Tarvainen e Niskanen. 1.5.1. Parâmetros da VFC: Índices da VFC lineares no domínio do tempo Os índices no domínio do tempo são baseados em intervalos normais (normalnormal, ou NN) batimento a batimento,(10) e os mais comumente utilizados, bem como seus efeitos cardiovasculares, são descritos na Tabela 1: 26 Tabela 1: Parâmetros da VFC no domínio do tempo e seus efeitos cardiovasculares. Variáveis no domínio do tempo Parâmetros da VFC Atividade Simpática ou Parassimpática Efeitos cardiovasculares (40),(41) SDNN Desvio padrão dos espaços (10, 21) RR. Ambos, mas principalmente simpática. Valores abaixo de 50ms, são associados com morte (42-45) súbita e desordens (21, 46) depressivas em mulheres. RMSSD Raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre intervalos RR normais (42) adjacentes. Parassimpática. Índice da VFC a curto (21) prazo. Valores ≤ 23.9 ms: associados (47) com obstrução coronariana, (21) e depressão. Correlacionado com (48) fibrilação. SDANN Desvio padrão da média de 5 minutos de intervalos RR nas 24 horas. Ambos, mas principalmente simpática. Índice da VFC a longo (43, 49) prazo. Relacionado com desbalanço (50) autonômico em ratos com IM. NN50 e pNN50 Número de diferenças NN sucessivas, maiores que 50ms (NN50) e sua porcentagem (pNN50). Parassimpática. Índice da VFC a curto prazo. Reduzido em pacientes com (21) (51) depressão e com IM. Correlação com neuropatia autonômica em pacientes (52) diabéticos. TINN Índice triangular dos intervalos RR. Ambos, mas principalmente (43, 53) simpática. Reduzido em pacientes com IM (51) e correlacionado com mortalidade intra-hospitalar em (54) IM. Índice Triangular Número de intervalos NN dividido pelo máximo da distribuição de densidade. Estima a VFC (10) global. Reduzido em pacientes com (55) síndrome coronariana aguda. (45) VFC: variabilidade da frequência cardíaca; IM: infarto do miocárdio. 1.5.1. Índices não lineares no domínio do tempo: Parâmetros da VFC: Índices da VFC lineares no domínio do tempo A teoria não linear objetiva explicar o funcionamento de fenômenos biológicos de alta complexidade, dinâmicos e interdependentes, onde o sistema se 27 comporta de forma diferente de suas partes ou elementos. Como representação desta análise não linear têm-se os plots de Poincaré, os quais representam um gráfico bidimensional da correlação entre intervalos RR consecutivos, em que cada intervalo é representado graficamente contra o próximo, analisando os sistemas parassimpático (SD1) e simpático (SD2), que descrevem a VFC a curto e a longo prazo, respectivamente (Figura 10).(10) Figura 10: Análise dos Plots de Poincaré, onde SD1 descreve a VFC a curto prazo e SD2 descreve a VFC a longo prazo. (38) Fonte: Tarvainen e Niskanen, 2012. Os índices não lineares no domínio do tempo frequentemente utilizados e seus efeitos cardiovasculares são descritos na Tabela 2. 28 Tabela 2: Parâmetros da VFC de medidas não lineares e seus efeitos cardiovasculares. Medidas não lineares Parâmetros da VFC Atividade Simpática ou Parassimpática (6) SD1 Descreve a VFC a curto prazo. Parassimpática. SD2 Descreve a VFC a longo prazo. Simpática. Efeitos cardiovasculares Reduzido em pacientes com IM (56) acima de 60 anos deprimidos. (21) (6) Reduzido em pacientes com (47) doença coronariana. VFC: variabilidade da frequência cardíaca; IM: infarto do miocárdio. 1.5.2. Índices no domínio da frequência Dados fisiológicos coletados em uma série de tempo podem ser considerados como uma somatória de oscilações sinusoidais com diferentes frequências. Para converter análises no domínio do tempo em domínio da frequência, é necessária a utilização da Transformada Rápida de Fourier (FFT), uma transformação matemática desenvolvida por Baptiste Joseph Fourier (17681830) há mais de dois séculos.(10) Este conceito de transformação baseia-se no fato de que uma Série de Fourier (Figura 11) expressa ondas periódicas como uma soma de exponenciais complexas, todas com o mesmo período.(57) (a) (b) Figura 11: Gráfico no domínio do tempo (a); gráfico no domínio da frequência (b). (57) Fonte: Walker. 29 Assim, o teorema que Jean Baptiste Joseph Fourier rier desenvolveu demonstra que toda forma de onda periódica pode ser decomposta em ondas senoidais (harmônicas), pares e ímpares (Figura 12).. A somatória destas ondas harmônicas (K) pode ser realizada em qualquer sinal periódico. periódico (57) Figura 12: Composição de uma onda quadrada a partir da somatória de ondas harmônicas. (58) Fonte: Adaptado de Puhlmann. A relação entre sinais senoidais e exponenciais complexos é descrita na fórmula de Euler,, pois estes sinais desempenham papel fundamental nas representações de Fourier. Fourier (57) 30 Onde, e = número de Euler (base do logaritmo natural); x = argumento real; cos = cosseno; i = √−1 unidade imaginária (número complexo); sen = seno. A FFT é uma operação matemática que transforma sinais no domínio do tempo em domínio da frequência de forma direta, utilizando para isso o teorema de Fourier o qual aplica-se para qualquer sinal periódico ou não periódico. A análise linear da VFC no domínio da frequência emprega algoritmos matemáticos a atribuição de frequências, como descrito acima. A unidade típica de frequência é Hertz (Hz), que equivale a um ciclo por segundo. A partir de gravações contínuas da frequência cardíaca, a potência total (Total Power TP) decompõe-se em três bandas distintas de muito baixa, baixa e alta frequências nos seres humanos.(10) Os índices no domínio da frequência comumente utilizados e seus efeitos cardiovasculares são descritos na Tabela 3. Tabela 3: Parâmetros da VFC no domínio da frequência e seus efeitos cardiovasculares. Parâmetros da VFC VLF Variáveis no domínio da frequência Muito baixa frequência. LF da variação RR Banda de baixa frequência. Atividade Simpática ou Parassimpática Efeitos cardiovasculares Ambas. Depende do sistema renina(10) angiotensina. Reduzidos em pacientes coronarianos (59) (21) e deprimidos. com diabetes Simpática e barorreflexa. Reduzido em pacientes coronarianos (59) com diabetes, após duas semanas (60) (21) de IM e deprimidos. (43) (43) 2 HF Banda de alta frequência. Parassimpática. Valores ≤ 66 ms presentes na obstrução coronariana em pacientes (47) com angina estável. Reduzido em pacientes coronarianos (59) com diabetes. Índice HF/LF Razão entre as bandas de alta e baixa frequência. Balanço entre as duas (43) atividades. Correlacionado com mortalidade intrahospitalar por IM em diabéticos e não (54) diabéticos. Total Power Estima a potência total. Reflete todos os componentes cíclicos da (43) VFC. Reduzido em pacientes coronarianos (59) com diabetes co-existente. VFC: variabilidade da frequência cardíaca; IM: infarto do miocárdio. 31 Portanto, estudar o sistema nervoso autônomo através de uma análise matemática da VFC de pacientes do sexo feminino e masculino com infarto do miocárdio, poderá nos fornecer um método de previsão de morbidade e/ou mortalidade associada a doenças cardiovasculares com o intuito diagnóstico e de prevenção. 1.6. Objetivos Analisar a variabilidade da frequência cardíaca através de um modelo matemático para análise da VFC em pacientes adultos com infarto do miocárdio; Analisar as diferenças de sexo em pacientes com infarto do miocárdio em mulheres menopáusicas e em homens andropáusicos na VFC. 32 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. Coleta de dados A coleta de dados foi realizada no Instituto Nacional de Metrologia da Alemanha (Physikalisch- Technische Bundesanstalt-PTB), os quais foram disponibilizados no banco de dados online Physionet, que é um recurso online para a divulgação e compartilhamento de sinais biomédicos gravados, além de software de código aberto para analisá-los. O Physionet oferece facilidades para a análise cooperativa de dados (previamente autorizados em comitê de ética) e estudo de algoritmos matemáticos.(61) Por ser de domínio público e não apresentar dados com identificação dos pacientes, a avaliação no comitê de ética não é necessária. Os dados referentes aos traçados eletrocardiográficos (ECGs) foram coletados de sujeitos voluntários saudáveis e pacientes com diferentes doenças cardíacas, pelo Prof. Dr. Michael Oeff e Prof. Dr. Hans Koch, Alemanha, durante um período de 7 anos, entre outubro de 1990 a junho de 1997. Todos os pacientes eram avaliados com gravações de ECG antes da alta hospitalar e entre 5 -10 dias após o IM. Foram incluídos pacientes com infarto do miocárdio e excluídos aqueles com dispositivos eletrônicos cardíacos implantáveis, cardiomiopatia ou insuficiência cardíaca, bloqueios de ramo, disritmias, hipertrofia miocárdica, doença cardíaca valvar e miocardites. Os ECGs da coleção de dados foram obtidos utilizando-se um gravador protótipo PTB não-comercial.(62) Cada sinal é digitalizado em 1000 amostras por segundo, com 60.000 amostras/60 segundos, com resolução de 16 bits em uma faixa de ± 16,384 mV. O total de indivíduos com traçados eletrocardiográficos foi de 148 pacientes vítimas de infarto do miocárdio, sendo que destes 108 eram homens e 40 eram mulheres. No presente estudo os pacientes com IM foram divididos entre pacientes após a menopausa/andropausa, acima de 50 anos, onde 85 pacientes eram homens e 36 eram mulheres, totalizando 121 pacientes avaliados (Figura 13). 33 O grupo de pacientes com idade abaixo de 50 anos é composto por 23 homens e 4 mulheres, os quais não foram comparados estatisticamente devido seu pequeno número amostral (Anexo A) (Figura 13). Pacientes com infarto do miocárdio Classificação por sexo Classificação por sexo e idade Homens (andropausicos) > 50 anos n = 85 n = 121 Mulheres (menopausicas) n = 36 n = 148 Homens < 50 anos n = 27 n = 23 Mulheres n=4 Figura 13: Distribuição da amostra segundo sexo e idade. Todos os pacientes estavam sob medicação padrão para tratamento de IM e os nitratos foram a classe de medicamentos mais prescrita, seguido por antitrombóticos, β- bloqueadores e bloqueadores do canal de cálcio (Tabela ( 4) 34 Tabela 4: Medicações administradas aos pacientes com infarto do miocárdio durante o período intra-hospitalar Medicações: Todos os pacientes estavam sob medicação padrão Classificação da droga Betabloqueadores Bisoprolol Propafenona Metoprolol Antidepressivo e ansiolítico Trazodona Diazepam Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina Enalapril Ace-hemmer Captopril Bloqueadores de canal de cálcio Nisoldipina Antagonista de cálcio Antitrombótico (Anticoagulante, antiplaquetário e trombolítico) Heparina Aspirina Nitratos Nitrato Spray de nitrato Mononitrato Mononitrato-dinitrato Estatinas Lovastatina Outros Amilorida Benzafibrato Cálcio com colecalciferol Colestiramina Diclofenaco Furosemida Glibenclamida Hidroclorotiazida Insulina Lactulose Molsidomina Ofloxacin Omeprazol Thiamazol Tiroxina . 35 2.2. Análise dos dados da variabilidade da frequência cardíaca A VFC foi determinada com base no intervalo RR, utilizando-se o software Kubios versão 2.0 (Biosignal Analysisand Medical Imaging Group, do Departamento de Física da Universidade de Kuopio, Kuopio, Finlândia), que foi desenvolvido a partir da linguagem Matlab e ele precisa de outro software para executá-lo e o próprio Matlab tem esse ambiente que é gratuito, com modelos estatísticos lineares e não lineares. Neste estudo foi realizada a correção de artefatos (ruídos) e de batimentos ectópicos (mudanças pequenas no batimento cardíaco normal) provenientes da coleta do sinal. A correção foi realizada no próprio software Kubios. A linguagem Matlab possui suas vantagens e desvantagens (Tabela 5), porém o software Kubios, possui qualidades que se sobressaem em relação as suas desvantagens (Tabela 5). Tabela 5: Comparativos entre programas disponíveis para análise da VFC. Matlab Vantagens • • • Desvantagens Popular Conteúdo sólido de funções Pacote Simulink • • • • • Caro Os algoritmos são de propriedade Portabilidade mais difícil Não pode definir funções para arquivos com nomes diferentes A linguagem não é livre Kubios (Matlab) Vantagens • • • • • • • Gratuito e user-friendly Interface gráfica simples Maior quantidade de índices da VFC avaliados Diversos formatos de arquivos aceitos Ferramentas de fácil manuseio Manuais disponíveis e com conteúdo rico Suporte técnico rápido por parte dos desenvolvedores Desvantagens • • • Não possui frequências prédefinidas para animais. Não faz FFT em tempo real. Padronização específica somente para humanos. (38) Fonte: http://wiki.scipy.org/NumPy_for_Matlab_Users; Tarvainen e Niskanen. 36 O software Kubios com algoritmos para Matlab avalia índices da VFC no domínio do tempo (Média RR, SDNN, Média HR, STD HR, RMSSD, TINN, Triangular index, SDANN, NN50, pNN50, SD1 e SD2) e da frequência (VLF, LF, HF, LF/HF, Total power, em milissegundos, unidades normalizadas e porcentagem) (Figuras 14, 15 e 16). É um software que tem sido amplamente utilizado na avaliação da VFC.(63-67) 37 Figura 14: Interface gráfica do Software Kubios com resultados para análise de índices no domínio do tempo (algoritmo para Matlab). 38 Figura 15: Interface gráfica do Software Kubios com resultados para análise de índices no domínio da frequência (algoritmo para Matlab). 39 Figura 16: Interface gráfica do Software Kubios com resultados para análise de índices não lineares (algoritmo para Matlab). 40 2.3. Análise estatística dos resultados Para determinar a normalidade dos dados, foram utilizados os testes D'Agostino & Pearson omnibus e Kolmogorov-Smirnov (com o Dallal-WilkinsonLillie para valor P corrigido). Para comparação entre os grupos de homens e mulheres, foi realizado o teste Mann-Whitney. Os testes estatísticos foram realizados utilizando-se o software GraphPad Prism versão 6.0E para Mac OS X (GraphPad Software, La Jolla, Califórnia EUA, www.graphpad.com). As diferenças foram consideradas significativas quando a probabilidade de um erro tipo I foi menor que 5% (p<0,05). Foi utilizado o coeficiente de correlação r de Spearman, para quantificar uma relação entre duas ou mais variáveis. Os índices da VFC avaliados neste estudo estão descritos em mediana e intervalo interquartil, devido a não normalidade na distribuição dos dados. 41 3. RESULTADOS A idade entre o grupo das mulheres e dos homens estava distribuída normalmente e não houve diferença entre si (63 ± 0,9 vs 66 ± 1,5). O estudo de coorte foi composto de 30% de mulheres e 70% homens. Aproximadamente 31% das mulheres e 31% dos homens haviam sofrido um infarto anterior, estando em seu segundo infarto, enquanto que 3% das mulheres e 2% dos homens haviam sofrido dois infartos anteriores e estavam em seu terceiro infarto (Tabela 6). A localização do infarto foi amplamente distribuída entre áreas anteriores, inferiores, septais, posteriores e laterais. Tabela 6: Recorrência de infarto do miocárdio de acordo com o sexo 2 Infartos do Miocárdio 3 Infartos do Miocárdio Mulheres 31% 3% Homens 31% 2% Análise de correlação entre o número de infartos ou vasos afetados e os índices da VFC (lineares e não lineares) não apresentaram diferenças significativas. Também, não houve diferenças significativas em nenhum dos índices de VFC entre os grupos com um e dois infartos, seja no grupo das mulheres ou dos homens. 3.1. Índices lineares autonômicos cardíacos Houve diferença estatística significativa em todos os índices lineares e não lineares. Os índices no domínio do tempo SDNN, RMSSD, índice triangular e TINN foram significativamente menores nas mulheres menopáusicas e pósinfarto do que nos homens andropáusicos (Figura 17). 42 SDNN RMSSD 30 20 ms *** ms 15 20 10 0 ** 10 5 Homens 0 Mulheres Homens RR Triangular Index TINN 8 100 80 * 4 ms 6 a.u. Mulheres * 60 40 2 0 20 Homens Mulheres 0 Homens Mulheres Figura 17: Índices no domínio do tempo representados em mediana e intervalo interquartil; *p<0,05 comparado com os homens; **p<0,01 comparado com os homens; ***p<0,001 comparado com os homens. Índices no domínio da frequência com base em análises espectrais LF, HF, LF / HF, e potência total foram significativamente menores nas mulheres menopáusicas e pós-infarto do que nos homens andropáusicos (Figura 18). 43 LF (ms²) HF (ms²) 250 100 80 150 100 *** 50 0 ms2 ms2 200 60 ** 40 20 Homens 0 Mulheres Homens Total (ms²) 8 800 6 600 4 ms2 ms2 LF/HF (ms²) * 2 0 Mulheres 400 *** 200 Homens 0 Mulheres Homens Mulheres Figura 18: Índices no domínio da frequência representados em mediana e intervalo interquartil; *p<0,05 comparado com os homens; **p<0,01 comparado com os homens; ***p<0,001 comparado com os homens. 3.2. Índices não lineares autonômicos cardíacos Índices de análise não linear de Poincaré SD1 e SD2 foram significativamente mais baixos em mulheres menopáusicas e pós-infarto do que nos homens andropáusicos (Figura 19). SD1 SD2 15 40 ms ** 5 0 ms 30 10 *** 20 10 Homens Mulheres 0 Homens Mulheres Figura 19: Maior redução dos índices na análise de Poincaré nas mulheres do que nos homens com IM. Dados representados em mediana e intervalo interquartil; *p<0,05 comparado com os homens; **p<0,01 comparado com os homens; ***p<0,001 comparado com os homens. 44 4. DISCUSSÃO Os achados fornecem evidências de que as mulheres pós-menopáusicas com IM têm um aumento na disfunção autonômica cardíaca quando comparadas aos homens andropáusicos na mesma idade, como determinado por vários índices da VFC. Isto pode representar um mecanismo mais alterado no prognóstico do IM para as mulheres pós-menopáusicas do que para os homens. Identificar variações associadas à idade em fatores prognósticos após IM pode melhorar a estratificação de risco de pacientes idosos e ser utilizadas para otimizar e personalizar o atendimento ao paciente com o objetivo de redução da mortalidade.(68) Kleiger et al., descrevem que a diminuição da VFC teve maior correlação univariada com a mortalidade após infarto do miocárdio. (40) Em Health Initiative,(26) um estudo de coorte prospectivo com mulheres, foi avaliada a frequência cardíaca de repouso como uma simples medida de tônus autonômico, apresentando-se como um preditor independente de infarto do miocárdio ou morte coronariana e acidente vascular cerebral.(69) Em nosso estudo, a frequência cardíaca de repouso foi significativamente maior nas mulheres do que nos homens. Em um estudo WHI adicional, foi identificado que as mulheres com reduções na VFC e frequência cardíaca de repouso mais elevada associadas com a depressão, possuem estas características como fator de risco independente significativo para o desenvolvimento de doenças coronarianas agudas.(70,71) Segundo Pokorny et al. tanto a VFC reduzida quanto sintomas depressivos são sugestivos de aumento do tônus simpático. Uma grande variedade de pesquisas experimentais e clínicas relatam a existência de um papel central entre distúrbios autonômicos e infarto do miocárdio (revisto e revisitado por Pokorny et al.).(72) A diminuição do índice SDNN tem significado prognóstico em todas as causas de mortalidade, incluindo a morte cardíaca e parada cardíaca não fatal. O risco relativo de mortalidade é 5,3 vezes maior em pacientes com valores menores que 50 ms2 para o índice SDNN do que pacientes que apresentam 45 valores acima de 100 ms2.(41) Os valores da VFC para o índice SDNN em nosso estudo estavam abaixo [19,2 (11,4 - 26,4) vs 9,3 (6,9 - 15,8) mediana e intervalo interquartil de SDNN para homens e mulheres respectivamente] do que a literatura refere como fator de risco para mortalidade por IM. Observouse um dimorfismo sexual em pacientes com IM com mais de 50 anos de idade, não só para o índice SDNN, mas também os outros índices no domínio do tempo como o RMSSD, índice triangular e TINN. Os índices lineares da VFC no domínio da frequência mais utilizados são preditores de todas as causas de morte cardíaca e morte por arritmia.(73-75) Observou-se uma forte diminuição de todos os índices no domínio da frequência em mulheres com mais de 50 anos de idade com IM, em comparação com os homens da mesma idade. A análise não linear de Poincaré é uma apresentação gráfica da correlação entre intervalos RR consecutivos. O índice de Poincaré SD1 descreve a variabilidade de curto prazo e possui boa correlação com o HF (vagal), enquanto que o SD2 descreve a variabilidade de longo prazo e se correlaciona melhor com o LF (simpático). Assim, em nosso estudo, tanto os índices de Poincaré (SD1 e SD2) quanto os seus correlatos (LF e HF) estavam diminuídos em mulheres na pós-menopausa, em comparação com os homens de mesma idade, sugerindo uma disfunção autonômica global em ambos os sistemas, simpático e vagal nas mulheres com infarto do miocárdio. O pior prognóstico entre as mulheres menopáusicas com infarto do miocárdio é proposto por Innes et al., como resultante de alterações de humor como a depressão, gerando aumento na resistência insulínica e alterações aterogênicas que juntas compõem a síndrome metabólica ou resistência à insulina, caracterizadas como um conjunto de anormalidades metabólicas e hemodinâmicas fortemente implicadas na patogênese e progressão da doença cardiovascular, como a redução da variabilidade da frequência cardíaca e aumento da atividade simpática.(28) No estudo de Kim et al.,(70) verificou-se que a VFC de mulheres na pósmenopausa era significativamente menor quando estas apresentavam sintomas depressivos, além de apresentarem aumento na frequência cardíaca basal. 46 A depressão é um fator de risco para doenças cardiovasculares e a VFC reduzida tem sido sugerida como um dos mecanismos que interligam a depressão com doenças cardiovasculares.(66) Pacientes após cirurgia cardíaca que apresentavam depressão possuíam índices de SDNN, RMSSD e HF significativamente menores do que pacientes não depressivos, demonstrando que a relação depressão-VFC está associada com a modulação vagal reduzida.(66) Transtorno depressivo maior está associado com um aumento de duas a quatro vezes no risco de mortalidade cardíaca, porém questiona-se se este efeito poderia ser causado pela própria doença cardíaca ou por medicamentos. Kemp et al.,(65) visando minimizar estas variáveis, analisou a VFC em pacientes com depressão, fisicamente saudáveis e sem uso de medicamentos, identificando redução da VFC. A reposição hormonal representa uma alternativa de atenuação de risco coronariano em mulheres pós-menopáusicas. Foi identificado que a reposição estrogênica afeta a VFC e variáveis metabólicas positivamente. Um estudo clínico foi realizado em 30 mulheres pós-menopáusicas e hipertensas. O grupo que recebeu estrogênios obteve aumento na VFC do que o grupo placebo, com aumento da atividade parassimpática e redução de parâmetros metabólicos danosos como hiperglicemia, hiperinsulinemia, colesterol LDL e pressão arterial diastólica.(76) O tratamento do infarto do miocárdio entre homens e mulheres foi avaliado em 19 hospitais em Seattle, Washington, onde os resultados mostraram que o tipo de tratamento proposto, como angiografia coronária e angioplastia, apresenta prognóstico diferente para homens e mulheres, ou seja, a indicação clínica do tratamento deve levar em consideração o sexo.(77) Grande parte do aumento da mortalidade precoce após IM nas mulheres é explicado pela idade avançada e características de risco mais desfavoráveis quando comparadas aos homens. Entretanto, a longo prazo, quando as diferenças de idade e de outros fatores de risco são controladas, como comorbidades relacionadas ao sexo, as mulheres tendem a ter uma melhor sobrevida em comparação com os homens.(78) Em uma população de 4.141 pacientes com IM (26,5% mulheres) a mortalidade em 30 dias após o IM foi 1,5 47 vezes maior nas mulheres mais velhas indicando que a piora prognóstica pode ser explicada pela idade avançada.(79) Conhecer melhor os diversos fatores envolvidos nestas diferenças sexuais, identificando os riscos e benefícios de cada um deles, se faz necessário para direcionar a terapêutica entre homens e mulheres com infarto do miocárdio adotando uma abordagem diferenciada de acordo com o sexo. O desenvolvimento de métodos estimativos para a avaliação do sistema nervoso autônomo cardíaco é de interesse clínico. Estes métodos incluem avaliação do excesso de noradrenalina, técnicas de imagem molecular, tais como microneurografia e mapeamento radiofármaco.(80,81) Técnicas não invasivas utilizadas atualmente medem alterações de frequência cardíaca para vários desafios, tais como manobra de Valsalva, e estudos com tilt-table e vários métodos sudomotores.(82,83) Avaliações espontâneas da VFC através de vários algoritmos matemáticos estão sendo desenvolvidas atualmente em estudos clínicos da função autonômica.(10,83) O sistema autonômico cardíaco é um alvo terapêutico em várias patologias cardíacas. Não só a terapia farmacológica, mas também os mecanismos para modular o sistema nervoso autônomo ainda estão em desenvolvimento.(4,80,84) Dentre as vantagens deste estudo destacam-se a utilização de dados de domínio público com extensa quantidade de informações, com todas as derivações do ECG, e grande quantidade de dados de pacientes disponível, a qual não seria possível de ser coletada em curto espaço de tempo, além da disponibilidade de acesso aos dados originais por parte de interessados, permitindo que o estudo seja reproduzido. Quanto às desvantagens, a impossibilidade de adicionar maiores informações visto que os dados já foram coletados, como a real condição de menopausa e andropausa dos entrevistados, haja vista que estas condições foram utilizadas neste estudo com base numa estimativa a partir da idade dos pacientes (acima de 50 anos). Este fator também representa a limitação do nosso estudo. 48 5. CONCLUSÃO Houve redução em todos os índices da variabilidade da frequência cardíaca no grupo das mulheres em comparação com o grupo dos homens, e a frequência cardíaca de repouso era maior nas mulheres que nos homens. Estes resultados sugerem que as mulheres possuem redução da função autonômica cardíaca após a menopausa em condição de infarto do miocárdio quando comparadas a homens na mesma faixa etária e mesma condição clínica. Aparentemente, a andropausa não reflete os mesmos efeitos sobre o sistema cardiovascular como a menopausa produz. Fatores como a idade avançada, a alteração hormonal dos níveis de estrogênio, a terapia de reposição hormonal, a terapêutica diferenciada após o infarto do miocárdio intra e pós-hospitalar e distúrbios depressivos são descritos como moduladores nas diferenças de sexo entre homens e mulheres e também relacionam-se com a evolução prognóstica do infarto do miocárdio. A realização de mais estudos translacionais para avaliar o sistema nervoso autônomo em homens e mulheres pós-andropáusicos e pósmenopáusicas pode fornecer informações valiosas para o desenvolvimento de diretrizes no tratamento e/ou prevenção baseadas em evidências para o crescente risco neste subgrupo da população. 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. WHO. The top 10 causes of death. WHO. 2008. 2. Harris A. WHO: World Health Organization. 2011;12:54-56. 3. Carvalho HS, Junqueira LF, Souza-Neto J. A computerized fuzzy logic system for evaluation of the cardiovascular autonomic function based on multiple functional tests. Computers in Cardiology. 2002;29:173-176. 4. Florea VG, Cohn JN. The autonomic nervous system and heart failure. Circ Res. 2014;114(11):1815-1826. 5. Kishi T. Heart failure as an autonomic nervous system dysfunction. J Cardiol. 2012;59(2):117-122. 6. Brennan M, Palaniswami M, Kamen P. 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Curr Cardiol Rep. 2012;14(5):593600. 57 APÊNDICE A Valores de mediana e intervalo interquartil dos parâmetros da variabilidade da frequência cardíaca no domínio do tempo e da frequência de acordo com o sexo, com ajuste para idade acima de 50 anos. Homens Mediana (25% -75%) Mulheres Mediana (25% -75% Valor de p 792,6 (695,4 - 913,2) 701,7 (645,6 - 809,9) 0,0071 19,2 (11,4 - 26,4) 9,3(6,9 - 15,8) 0,0002 75,7 (65,8 - 85,8) 85,52 (74,1 - 93,0) 0,0050 2 1,6 (1,2 - 2,4) 1,2 (0,8 - 1,9) 0,0134 RMSSD (ms ) 2 13,2 (7,6 - 17,5) 8,3 (4,4 - 11,0) 0,0018 Triangular Index 4,5 (3,2 - 5,9) 3,083 (2,5 - 4,4) 0,0034 65,0 (37,5 ± 95,0) 37,5 (25,0 - 65,0) 0,0114 47,0 (17,0 - 204,0) 24,5 (6,0 - 87,3) 0,0098 2 91,0 (25,0 - 201,0) 20,0 (5,8 - 69,0) 0,0009 HF (ms ) 2 45,0 (14,5 - 89,0) 17,0 (7,3 - 32,8) 0,0050 TOTAL 281,0 (107,5 - 591,0) 57,0 (29,3 - 196,8) 0,0003 2,7 (0,8 - 7,6) 1,2 (0,6 ± 3,0) 0,0387 2 9,4 (5,4 - 12,5) 5,9 (3,2 - 7,8) 0,0018 2 25,5 (14,7 - 34,0) 11,9 (8,1 - 21,8) 0,0004 Índices da VFC 2 Mean RR (ms ) 2 SDNN (ms ) 2 Mean HR (ms ) STD HR (ms ) 2 TINN (ms ) 2 VLF (ms ) LF (ms ) 2 LF/HF (ms ) SD1 (ms ) SD2 (ms ) SDNN (Desvio padrão de todos os intervalos RR Normais); TINN (índice e interpolação triangular de intervalos NN); Poincaré plota SD1; Poincaré plot SD2; RMMSD (Raiz quadrada da soma das diferenças sucessivas entre os intervalos RR normais adjacentes ao quadrado); pNN50 (Percentual de intervalos RR normais que diferem mais de 50 ms de seu adjacente). 58 APÊNDICE B Valores de mediana e intervalo interquartil dos parâmetros da variabilidade da frequência cardíaca no domínio do tempo e da frequência em pacientes com infarto do miocárdio e sujeitos saudáveis. Infarto do Miocárdio Mediana (25% -75%) Saudáveis Mediana (25% -75% Valor de p 752,4 (666,5 - 873,3) 888,8 (777,6 - 990,0) < 0.0001 15,6 (9,4 - 25,0) 33,8 (21,8 - 55,8) < 0.0001 79,8 (68,8 - 90,0) 67,7 (60,7 - 77,3) < 0.0001 2 1,5 (1,1 - 2,3) 2,8 (1,9 - 4,1) < 0.0001 RMSSD (ms ) 2 10,3 (6,5 ± 16,6) 22,3 (14,6 - 44,3) < 0.0001 Triangular Index 4,1 (2,8 - 5,8) 6,9 (5,5 - 8,7) < 0.0001 55,0 (30,0 ± 90,0) 105,0 (60,0 - 138,8) < 0.0001 43,5 (14,0 ± 162,8) 234,0 (114,0 - 569,3) < 0.0001 2 63,0 (18,5 - 173,0) 354,0 (135,3 - 626,0) < 0.0001 HF (ms ) 2 25,0 (8,0 - 80,5) 218,0 (60,0 - 606,0) < 0.0001 TOTAL 179,0 (61,50 - 529,3) 994,5 (352,8 - 2657) < 0.0001 2 2,2 (0,8 ± 5,8) 1,9 (0,8 - 4,4) 0,323 SD1 (ms ) 2 7,3 (4,6 - 11,8) 15,9 (10,3 - 31,6) < 0.0001 2 19,8 (12,2 - 32,5) 43,4 (29,3 - 71,1) < 0.0001 Índices da VFC 2 Mean RR (ms ) 2 SDNN (ms ) 2 Mean HR (ms ) STD HR (ms ) 2 TINN (ms ) 2 VLF (ms ) LF (ms ) LF/HF (ms ) SD2 (ms ) SDNN (Desvio padrão de todos os intervalos RR Normais); TINN (índice e interpolação triangular de intervalos NN); Poincaré plota SD1; Poincaré plot SD2; RMMSD (Raiz quadrada da soma das diferenças sucessivas entre os intervalos RR normais adjacentes ao quadrado); pNN50 (Percentual de intervalos RR normais que diferem mais de 50 ms de seu adjacente).