Os pobres e os Pais da Igreja
James B. Gilbert*
Os Pais da Igreja exerceram o papel de guardiões das Escrituras. Eles transmitiram a fé em Jesus
Cristo. Lutaram por uma compreensão bíblica completa de Jesus como Deus e como homem. Alguns dos
mais antigos conheceram pessoalmente alguns dos apóstolos ou seus discípulos. E muitos deles
testificaram sua fé dando suas vidas.
É mais comum termos algum conhecimento sobre seus debates e questões sobre o Espírito Santo e
Trindade, mas o que será que eles falavam sobre o pobre? Quando liam sobre o pobre na Bíblia,
espiritualizavam seus versos? Tendo em vista as perseguições que enfrentaram e a necessidade de espalhar
as boas novas, será que lhes sobrava algum tempo para cuidar do faminto, do doente ou do órfão?
Hoje, nós evangélicos estamos preocupados com o coral da igreja, a escola dominical, com os
cultos, reuniões de oração, e com as instalações físicas do lugar que chamamos de igreja. Há pouco ou
nenhum tempo sobrando para o pobre e o necessitado ao nosso redor. Muitos se envolvem em outros
ministérios: evangelismo, louvor, ensino da Palavra, intercessão, missões transculturais, mas não
conseguem inserir o pobre nesses ministérios. Isso reflete o que a igreja primitiva entendia sobre o pobre
à luz da Bíblia?
Às vezes ouvimos o pastor falar sobre o pobre num sentido mais amplo ou alegórico, referindo-se a
qualquer ferido emocionalmente, ou às pessoas estressadas; em outras palavras, aos “pobres de espírito”.
Era assim que os Pais da Igreja liam os textos em que a palavra pobre aparecia?
Compreender a perspectiva dos Pais da Igreja primitiva no que diz respeito ao pobre, ao órfão e à
viúva nos ajuda hoje a entender a riqueza e a pobreza no seio da Igreja. O que dizer sobre tantos pobres e
tanta injustiça neste país? O que Deus quer de sua Igreja?
Há muitos versos bíblicos que falam sobre a preocupação de Deus com o pobre. Alguns deles serão
apresentados aqui dentro das escrituras dos patriarcas. O que queremos fazer é compreender o que a
igreja primitiva entendia e ensinava sobre esses versos. Para isso pesquisei o que doze Pais da Igreja
escreveram sobre o assunto. Isso cobre aproximadamente os primeiros 400 anos da história da Igreja. Há
alguns que escreveram muito pouco sobre o assunto, porque estavam mais preocupados com controvérsias
entre pagãos e hereges.
Os Pais da Igreja escreveram diretamente sobre os pobres e freqüentemente falavam sobre
compaixão, bondade e misericórdia. O Pastor de Hermes foi “um dos mais populares livros, se não o livro
mais popular na história da Igreja Cristã durante o segundo, terceiro e quarto séculos”.1 Alguns dos Pais da
Igreja atribuíram sua autoria ao mesmo Hermes mencionado por Paulo em Romanos 16.14.2 Em o Pastor de
Hermes, o autor aconselha:
Revista-se de santidade (...), pratique a bondade; e a recompensa do seu trabalho, o qual
Deus dá a você, dê a todos os necessitados na simplicidade, não hesitando sobre a quem você
deve dar ou não dar. Dê a todos, pois Deus deseja que Seus dons sejam distribuídos entre
todos. Aqueles que recebem prestarão contas a Deus pelo quê e para quê eles receberam. Ao
aflito que receber não haverá condenação, mas aqueles que recebem com falsas pretensões
sofrerão punição. 3
Vemos o autor defender que, diante da possibilidade de cometermos erros, é melhor errar dando,
mesmo correndo-se o risco de dar àquele que não merece receber. Seu argumento é baseado na inocência
daquele que dá, e no fato de que tudo o que temos é dom de Deus.
Nesta pesquisa, encontrei muitas citações nas quais o ato de dar esmolas era tido como uma
disciplina espiritual, uma forma de exercer a espiritualidade. De acordo com os muitos escritos dos Pais da
Igreja, dar esmolas era uma forma de desenvolver a fé em santidade. Ao praticar a misericórdia para com
o outro, o cristão testemunhava da misericórdia recebida, ou seja, testemunhava de sua fé.
A passagem de Provérbios 16.6, “Com amor e fidelidade se fez expiação pelo pecado, com o temor
do Senhor o homem evita o mal”, é citada com freqüência pelos Pais da Igreja. Na tradução moderna, a
palavra hebraica chesed é traduzida no seu sentido mais abstrato: amor. Mas os Pais da Igreja insistiam no
1
2
Ante-Nicene Fathers, v. 2. p. 6.
Orígenes, Euzébio, e Jerônimo atribuíram a autoria do Pastor de Hermes ao mesmo Hermes mencionado por Paulo.
Alguns estudiosos duvidam dessa afirmação alegando que Orígenes se equivocou e Euzébio e Jerônimo o citaram,
mantendo então esse erro. Alguns deles avaliaram este trabalho como no mesmo nível dos trabalhos inspirados.
Outra indicação é que O Pastor de Hermes teria sido escrito pelo irmão de um bispo romano. Em todo caso o
trabalho é muito antigo e bem conhecido e respeitado.
3 Ante-Nicene Fathers, v. 2. p. 20.
seu sentido mais restrito, que é “dar esmola”. A passagem em Provérbios então era lida assim: “Com
esmola e fidelidade se faz expiação pelo pecado”.
Cipriano, bispo de Cartago, nascido em 200 e martirizado em 258, escreveu sobre misericórdia. Ele
comenta este verso e o vincula a Lucas 11.41:
Não... aqueles pecados que foram contraídos previamente, porque estes são expiados por
meio do sangue e santificação de Cristo... por esmolas e obras de justiça a chama do pecado
é subjugada... o Senhor nos ensina isso também no Evangelho: “dêem esmolas, e verão que
tudo lhes ficará limpo”.
Aqui, continua seu ensinamento sobre misericórdia:
Finalmente, amados irmãos, a advertência divina nas Escrituras, tanto a antiga quanto a
nova, nunca falhou, nunca ficou silenciosa em persuadir o povo de Deus sempre e em todo
lugar aos trabalhos de misericórdia, e no poder e exortação do Santo Espírito, todo aquele
que foi instruído na esperança do reino celestial é ordenado a dar esmolas.
Cipriano menciona Isaías 58.1-9. Nessa passagem Deus admoesta os israelitas por causa dos seus
pecados e declara que não aceitaria suas súplicas a não ser que houvesse mudança também em suas
práticas para com o próximo:
“Anuncie ao meu povo a rebelião dele, e à comunidade de Jacó, os seus pecados. Pois dia a
dia me procuram; parecem desejosos de conhecer os meus caminhos, como se fossem uma
nação que faz o que é direito e que não abandonou os mandamentos do seu Deus. Pedem-me
decisões justas e parecem desejosos de que Deus se aproxime deles. ‘Por que jejuamos’,
dizem ‘e não o viste? Por que nos humilhamos, e não nos reparaste?’ Contudo, no dia do seu
jejum vocês fazem o que é do agrado de vocês, e exploram seus empregados. Seu jejum
termina em discussão e rixa, e em brigas de socos brutais. Vocês não podem jejuar como
fazem hoje e esperar que a sua voz seja ouvida no alto. Será esse o jejum que escolhi, que
apenas um dia o homem se humilhe, incline a cabeça como o junco e se deite sobre pano de
saco e cinzas? É isso que vocês chamam jejum, um dia aceitável ao Senhor? ‘O jejum que
desejo não é este: soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em
liberdade os oprimidos e romper todo jugo? Não é partilhar sua comida com o faminto,
abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao
próximo? Aí sim, a sua luz irromperá como a alvorada, e prontamente surgirá a sua cura; a sua
retidão irá adiante de você, e a glória do Senhor estará na sua retaguarda. Aí sim, você
clamará ao Senhor, e Ele responderá; você gritará por socorro, e Ele dirá: Aqui Estou. Se você
eliminar do seu meio o jugo opressor, o dedo acusador e a falsidade do falar.”
Cipriano comenta o trecho de Isaías, dizendo-nos que é a Palavra de Deus que diz o que precisamos
fazer como pecadores; que Deus fica satisfeito com a prática da justiça, mas muito descontente quando
nós ignoramos as obras da justiça. 4
Para reforçar, ele cita Provérbios 21.13, Salmos 41.1 e Daniel 4.27: “Quem fecha os ouvidos ao
clamor dos pobres também clamará e não terá resposta.” “Como é feliz aquele que se interessa pelo
pobre! O Senhor o livra em tempos de adversidade.” “Portando, ó rei, aceita o meu conselho: renuncia a
teus pecados e à tua maldade, pratica a justiça, e tem compaixão dos necessitados. Talvez, então,
continues a viver em paz.”
Outro Pai da Igreja, o bispo Ambrósio de Milão nasceu em 340 e viveu até 397. Seu primeiro
cuidado como bispo foi despojar-se de todas as suas propriedades, doando sua prata e ouro aos pobres e à
Igreja.5 Exortava os ministros que serviam sob sua coordenação sobre seus deveres quanto à prédica e o
estudo das Escrituras. Ele faz uma distinção entre o dever comum e o dever perfeito, mediante Mateus
19.17-19. Nessa passagem, o jovem rico vem a Jesus e pergunta o que deveria fazer para ter a vida
eterna. Jesus responde com uma lista de mandamentos. Ao que o jovem explica que já guarda todos esses
mandamentos e pergunta o que mais ele deveria fazer. A resposta de Jesus é a seguinte:
4
Ele não está dizendo que não somos salvos pela fé. Cipriano escreve claramente o contrário, que somos salvos
através dela. Aqui ele parece falar sobre como exercitar nossa salvação e possivelmente o que Tiago fala a respeito
da fé e das obras.
5 Nicene and Post-Nicene Fathers. v. 10. p 15.
“Se você quer ser perfeito, vá, venda todos os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você
terá um tesouro nos céus. Depois, venha e siga-me.” (Mt 19.21)
E Ambrósio, usando esta passagem, comenta:
Misericórdia é uma coisa boa, pois ela faz o homem perfeito, nisto ela imita o pai perfeito.
Nada confere mais graça à alma cristã do que a misericórdia. Misericórdia como a dispensada
principalmente para com o pobre, aquela na qual você os trata como parceiros que
comungam com você no produto da natureza (...). Portanto você pode dar livremente ao
homem pobre o que você tem, e desta forma ajudá-lo, esse que é seu irmão e companheiro. 6
Ele discute sobre a natureza, criada por Deus para todos. Se nós existimos para imitar a Deus, que
criou a natureza para todos, então o que temos, o temos para dar a todos. “Você dá prata, ele recebe
vida. Você dá dinheiro; ele considera isto sua fortuna, as suas moedas consistem em toda a sua
propriedade...” É possível imitar a Deus sendo misericordioso para com o necessitado. Você será
misericordioso e dará a eles vida e bens assim como Deus misericordiosamente dá a você vida e bens.
Por fim, conclui o capítulo ressaltando que o pobre dá mais ao doador do que vice-versa:
“Ele dá mais a você do que você a ele, uma vez que ele é seu devedor com respeito à
salvação. Se você veste o nu, você se reveste de justiça, se você traz o estranho para debaixo
do seu teto, se você ajuda o necessitado, ele obtém para você a amizade dos santos e
habitações eternas. Isto não é uma recompensa pequena. Você semeia coisas terrenas e
recebe as divinas.”7
Ambrósio refere-se a Jó para substanciar seu argumento. Primeiro cita os muitos atos de
misericórdia de Jó para com os pobres, registrados em Jó 29. 15-16. E conclui:
Claramente abençoado é aquele de cuja casa o homem pobre nunca sai de mãos vazias.
Novamente, ninguém é mais abençoado que o homem que é sensível às necessidades do
pobre, e às misérias dos fracos e desamparados. No dia do julgamento ele irá receber
salvação do Senhor, o qual ele terá como seu devedor pela misericórdia que ele tem
mostrado. 8
Esse não é um argumento de apoio à “salvação pelas obras” porque Ambrósio fala a pessoas que já
considera salvas, crentes, e na verdade, também já consagradas ao ministério, o seu próprio clero. Pode
ser que Ambrósio esteja seguindo de perto o ensinamento de Tiago 1.11 – 2.25, que lida com o tema da fé
e das obras.
Quanto à dívida do Senhor para com a pessoa que mostrou misericórdia, os Pais da Igreja referem-se
ao versículo encontrado em Provérbios 19.17: “Quem trata bem os pobres empresta ao Senhor, e Ele o
recompensará.” Jesus ensinou algo parecido em Mateus 25.31-40:
“Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, assentar-se-á em seu trono
de glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e Ele separará umas das
outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes. E colocará as ovelhas à sua direita e os
bodes à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de
meu Pai! Recebam como herança o reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo.
Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui
estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive
enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’. Então os justos lhe
responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te
demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas
e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?’ O Rei responderá:
‘Digo-lhes a verdade: o que você fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o
fizeram’. Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Malditos, apartem-se de mim
para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. Pois eu tive fome, e vocês não
me deram de comer; tive sede, e nada me deram para beber; fui estrangeiro, e vocês não me
acolheram; necessitei de roupas, e vocês não me vestiram; estive enfermo e preso, e vocês
não me visitaram’. Eles também responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome ou com
6
7
8
Nicene and Post-Nicene Fathers. v. 10. p 7.
Ibid.
Ibid.
sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não te ajudamos?’ Ele
responderá: ‘Digo-lhes a verdade: o que vocês deixaram de fazer a alguns destes mais
pequeninos, também a mim deixaram de fazê-lo.’ E estes irão para o castigo eterno, mas os
justos para a vida eterna.”
Como se vê, os Pais da Igreja estavam completamente preocupados e comprometidos com a prática
de dar esmolas ao pobre, não apenas como um mandamento, embora eles o reconhecessem, mas também
como parte integrante da peregrinação cristã. O historiador Justo Gonzalez escreve sobre esmolas: “Por
dar esmolas (...) os escritores dos primeiros quatro séculos não se referiam a dar trocados aos mendigos.
Ao contrário, o critério que eles usavam freqüentemente era que alguém deveria manter consigo apenas o
que era necessário e dar o supérfluo ao necessitado.” 9
Até aqui descobrimos uma pequena parte dos ensinamentos dos Pais da Igreja. Será que nos
registros históricos podemos encontrar alguma evidência de suas ações? Na introdução a Basílio, arcebispo
de Cesaréia, que nasceu em 329 e morreu em 379, encontramos essa valiosa citação:
“As demandas impostas pela teologia e pela administração eclesiástica no tempo de Basílio
não o impediram, entretanto, de dedicar muito de sua vasta energia às obras de caridade.
Provavelmente o grande hospital para abrigo e refrigério de viajantes e pobres, que ele
estabeleceu nos subúrbios de Cesaréia, foi planejado, e talvez iniciado, nos últimos anos de
seu presbiterado, pois seu tamanho e importância foram usados como pretextos para
denunciá-lo a Elias, o governador da Capadócia, em 372. Este hospital era tão abrangente
que se tornou conhecido pelo nome de Cidade Nova, e mais tarde como ‘Basiléia’ (...). Ele
distribuiu abundantemente por conta própria e ministrou pessoalmente aos anseios dos
sofredores.” 10
Esse não é um fato isolado. Parece que a igreja se preocupou em fundar muitos hospitais para
viajantes e pobres nos primeiros séculos da era cristã. O historiador William E. H. Lecky, que escreveu o
livro History of European Morals em 1872 e cuja posição não era favorável ao evangelho, resume o
trabalho da igreja primitiva de forma muito reveladora:
“O cristianismo, pela primeira vez fez da caridade uma virtude elementar, dando a ela
prioridade absoluta na moral (...), o que acarretou em uma revolução completa nesta
esfera, por apresentar o pobre como representantes especiais do fundador cristão, e assim,
fazendo o amor para com Cristo em lugar do amor para com o ser humano, o princípio da
caridade. Mesmo nos dias de perseguição, coletas para ajudar ao pobre eram feitas nos
encontros de domingo. O ágape, ou festas do amor, eram planejadas especialmente para o
pobre, e comida economizada nos jejuns eram usadas para este fim. Uma organização
extensa de caridade, presidida pelos bispos e dirigida ativamente pelos diáconos, ramificouse rapidamente por toda a cristandade, até que o laço da caridade se tornou o laço da
unidade, e as mais distantes regiões da Igreja cristã corresponderam a esse intercâmbio de
misericórdia.
Muito antes da era de Constantino, foi observado que as caridades dos cristãos eram tão
extensas e pode-se dizer, talvez, tão excessivas, que elas atraíram muitos impostores para a
Igreja. ” 11
A conclusão a que chegamos é que os Pais da Igreja, lá nos primórdios, levavam muito a sério as
Escrituras no que dizia a respeito ao pobre. Dar e ajudar ao pobre não era apenas outro ministério, ou algo
que podia ser feito se houvesse tempo sobrando. Pelo contrário, era parte integrante de sua fé.
Consideravam isso sua obrigação para com Cristo, que teve misericórdia deles e os capacitou a terem
misericórdia do necessitado. Dar ao pobre não era uma opção, mas um dever espiritual que refletia a
graça e misericórdia dada a eles. Misericórdia e compaixão para com o pobre e necessitado faz parte da
natureza de Deus e portanto, para ser um imitador de Cristo era necessário mostrar misericórdia e
compaixão para com o pobre e o necessitado.
Finalmente, eles entendiam que havia uma relação recíproca: “Você semeia coisas terrenas e
recebe bênçãos celestiais.” E eles eram consistentes. Não consideravam que sucesso, riqueza e posição
social fizessem parte da ética cristã. Pelo contrário, os bispos e arcebispos consideravam como um sinal
9
Faith and wealth. a history of early Christian ideas on the origin, significance and use of money. Harper Collins:
Nova York, 1990. p. 227.
10 Nicene and Post-Nicene Fathers, v. 8. pp. 20, 21.
11 Ante-Nicene Fathers. v. 7, p. 425. Citação de William E.H. Lecky em History of European Morals. Nova York,
1872. v. 2 p. 84.
de sua fidelidade e compromisso a Cristo o praticar um estilo de vida simples, possuindo muito pouco ou
quase nada.
•
James B. Gilbert é pastor e missionário norte-americano em Viçosa (MG).
NOTA:
A intenção inicial do autor era fazer um levantamento dos pensamentos dos Pais da Igreja sobre o pobre, a
viúva e o órfão. Porém, ao pesquisar sobre o pobre, ele percebeu que havia muito conteúdo registrado.
Por isso, ele viu a necessidade de fazer um outro levantamento específico sobre a viúva e o órfão, o qual
estará disponível posteriormente aos internautas e leitores de Mãos Dadas.
Mãos Dadas
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