M ú s i c a E x p e n s i v e S o u l Hip-hop e soul nacional “BI” é o primeiro álbum dos Expensive Soul, uma banda do Grande Porto (Leça da Palmeira) cujos sons se dividem entre o hip-hop, soul, r´n´b, reggae e funk. Um projecto para vários públicos, de onde se destacam os temas “Quando dizes Ho” e “Eu não sei”, que estão a fazer furor, tanto a nível nacional como internacional. Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: cedidas pela banda E xpensive Soul é um projecto nascido em 1999 pelas mãos de Demo (mc) e New Max (cantor e produtor). Os dois elementos nucleares da banda conhece- 40 ram-se no liceu e decidiram entrar juntos num projecto arrojado. New Max, com formação musical do conservatório e oriundo de uma família de músicos, produzia já alguns trabalhos e Demo descobria o seu talento para a escrita e a rima. Um concurso na Antena 3 levou-os a apresentar uma música, que foi escolhida para uma actu- ação ao vivo na rádio. Depois da digressão TwixTour, com Kika Santos - onde faziam as primeiras partes dos concertos - e de três anos de trabalho dedicados à composição de temas, surgiu, em 2002, a primeira maquete. No ano seguinte sentem a necessidade da criação de uma banda para os concertos ao vivo e juntam-se à Jaguar Band constituída por Sérgio Pires (bateria), Jim (baixo), LVM (guitarra), Mr. D (teclas) e Mary F. Jane (back vocal juntamente com Demo). Sucedem-se uma série de concertos até à composição, préprodução e gravação do primeiro CD, todo feito pelos elementos da banda desde a produção à masterização, no Max Studio (home studio de New Max). “Apresentamos o nosso trabalho a várias editoras mas, na altura, nenhuma o lançou”, refere New Max. “O género musical em que nos enquadrámos ainda não estava suficientemente divulgado para que as editoras agarrassem o nosso projecto”, afirma. Os sons dos Expensive A sonoridade Expensive Soul abrange diversas áreas musicais, desde o hip-hop ao soul (a base da banda), pas- sando por apontamentos de reggae, r‘n‘b e funk. O primeiro single, “Quando dizes Ho”, começou a fazer sucesso e entrou directamente para o 11º lugar do programa To- 41 M ú s i c a E x p e n s i v e pless, da Antena 3, em Setembro de 2003. O mês de Março do ano seguinte marcou o lançamento do álbum “BI”, o primeiro trabalho de longa duração no mercado nacional. Os quinze temas que o constituem são cantados em português (com excepção de uma faixa «escondida» que aparece em inglês). E como é que se faz uma letra em português para hip-hop, geralmente associado à língua inglesa? “Não é fácil. A língua portuguesa tem palavras que não se devem usar porque não funcionam. Falar de amor, por exemplo, não encaixa bem neste género. Acaba por tornar a coisa mais comercial”, explica New Max. No entanto, este estilo é já um movimento em grande ascensão no nosso país e as mudanças estão à vista. “BI” super hot “BI” tem tido uma enorme aceitação por parte do público. O single “Quando dizes Ho” integrou, no início do ano, a compilação “Nação Hip-Hop 2005” enquanto o tema “Eu não sei” tem sido muito rodado nas rádios portuguesas bem como na MTV, onde o teledisco já figurou como “Super Hot”. O público alvo da banda não se resume 42 aos apreciadores do culto hiphop e soul mas sim a um conjunto diversificado, das mais variadas faixas etárias. A partir do lançamento do “BI” muita coisa mudou para a banda. “O feed-back foi enorme. Começamos a receber mensagens de incentivo e de elogio ao nosso trabalho vindas de todo o país e do estrangeiro”, conta New Max. “O facto do teledisco ter subido para os dez primeiros lugares da Hit List Portugal da MTV significa que houve muita gente a votar em nós, nas suas preferências. Este é um factor que nos enche de orgulho”, afirma Demo. Os concertos foram muitos em 2004 mas os primeiros meses deste ano foram mais parados no que toca à agenda da banda ao vivo. “A reedição do nosso álbum pela editora EMI, no passado mês de Março, trouxe também uma maior actividade no S o u l que diz respeito às actuações ao vivo”, refere Demo. E ao vivo são enérgicos, até porque a interacção com o público permite um excelente feed-back. Para já fica a promessa de um novo trabalho para 2006. Embora oriundos de Leça da Palmeira, os Expensive Soul consideram-se portuenses. E, do espírito da cidade, destacam a maneira de ser dos seus habitantes. “O nosso sotaque tão característico, a maneira como comunicamos uns com os outros e uma certa afectividade definem a alma portuense”, assegura Demo. A “baixa” é um dos locais que New Max destacou na cidade e as praias de Leça são um ex-libris para ambos, a par das «imperdíveis» francesinhas. Para que não perca nenhuma informação sobre a banda e a sua música passe por www.expensivesoul.com. 43