PROJETO MUNICIPAL APRENDIZES Em Nível de Comunidade / Trabalho de Voluntariado ...Na Estrada desde 2009. COORDENAÇÃO DO PROJETO: Professor Airton Ademir Schirmer Projeto Aprendizes Grupo de Hip Hop Dança de Rua em nível de Comunidade JUSTIFICATIVA / HISTÓRICO: O Hip Hop é uma cultura impregnada em bairros de periferia, e como não poderia ser diferente, assim também o é no Bairro Eldorado, Bairro Santa Maria, Comunidade do Bairro Morro da Cruz ou em qualquer outro local de periferia da cidade. O Hip Hop hoje está se mesclando com outros estilos e vai conquistando cada vez mais adeptos, inclusive fora das periferias. Aos poucos, ele deixa de ser uma dança desafio X competição e passa a ser dança de rua em forma de apresentação, cativando e emocionando os telespectadores em geral. Por ser esta uma cultura unânime nos bairros, definimos o Hip Hop como atalho para se trabalhar a inclusão, o aumento da auto-estima, o fortalecimento de valores tais como: Amizade, Comprometimento, Responsabilidade e Solidariedade, entre outros... Talvez, o maior ganho com a implantação pioneira do Projeto “Aprendizes – Hip Hop em Ensaio” no Bairro Eldorado, seja um processo de inclusão em larga escala, onde os integrantes do grupo aprendem a lidar cada um com as diferenças e limites de si e dos outros. Inicialmente (pós-meado de 2009), os ensaios eram realizados na escola Getúlio Vargas. A verdade, é que tudo começou dentro de uma sala de quinta série e em plena aula de matemática! Anterior a isso, na minha volta profissional às Escolas, das quais me afastei por um tempo em função da ida da minha filha e ex-aluna querida para junto de Deus, fui buscar refúgio em uma Escola de periferia e fora de rota. Embora seja professor de Matemática habilitado, o acordo era trabalhar no laboratório de Informática e “fugir” do contato direto com alunos. Mas em função do “abandono” de quatro professores dentro do primeiro semestre de 2009 devido ao fator comportamental dos alunos e sem muitas alternativas, acatei o pedido da Escola e voltei a lecionar Matemática em sala de aula. Então, na época ocorreu que: Após explicar teoricamente as noções de ponto, reta e plano, tencionava eu passar as regras de cálculo da geometria básica e em seguida aplicar “gentilmente” alguns exercícios simpáticos de matemática. Vale lembrar que não sou adepto de espelho de classe em fila indiana e nem tampouco separar Joãozinho do Chiquinho. Em minhas aulas, mesmo que por apenas um período, sempre dispus minhas turmas em “U”; pois todos se vêem, o espaço pra eu circular entre eles é amplo e as aulas fluem melhor, afinal este sistema privilegia o trabalho em equipe e anula possíveis subgrupos, além das aulas serem bem mais divertidas. Porém, deixe estar que enquanto eu passava regras e exercícios no quadro, alguns “anjinhos” da 151, aproveitando o espaço “amplo” no meio da sala, se “jogavam” no chão e começavam a fazer piruetas de hip hop; obviamente que quando eu me virava do quadro, era um “correrio” para os lugares deles, enquanto que os demais disfarçadamente se mostravam interessadíssimos em minha aula. Após algumas tentativas inúteis de ambas as partes, eu tentando encher o quadro, e eles tentando dançar hip hop; “optei” por fazer um acordo com a turma: - Vocês dançam hip hop! (disse) Mas eu vou ensinar geometria, noções de espaço, ponto, reta e plano. - Mas como sor? Perguntaram os “anjinhos” - Vamos formar um grupo de hip hop, as aulas serão práticas e as avaliações implícitas, pode ser? Ninguém entendeu nada, mas acenaram com a cabeça que sim. Então começou a nascer o que é hoje o Projeto Aprendizes. La se vai 3 anos e alguns meses na estrada com o grupo. Em um período eu dava aula conteudista, e no outro começamos a montar uma coreografia. Voou o ano. A propósito, antes de mim dois outros professores já haviam desistido de lecionar para aqueles “anjinhos”. Eles continuaram a ensaiar por conta no recreio. Sem música. À toa no pátio. Então “abandonei” a sala de professores, peguei meu café e fui colocar música para eles dançarem. Dia após dia. Por vezes, alguma barreira “burocrática” imposta pela escola quanto à idéia. Afinal o bairro era o Eldorado. Vila que ostenta um dos maiores índices de violência do município. E a música era de hip hop. Então passou a surgir outro fator. Em função da inclusão de alunos de séries diversas ( do pré a 8a série ) e de ambos os turnos, os ensaios foram transferidos para o barracão da comunidade e fora do horário escolar, o que ocasionou entre outras coisas: Parceria com a Associação de Bairro; Negociação de horários com a diretoria da Igreja( mantenedora do Barracão ); Início de um trabalho de voluntariado e de prevenção a violência; Educação “pós-escola” e em nível de comunidade. “...As vezes, para que algumas ações educativas tenham um alcance mais amplo é preciso tirar a escola de dentro da escola, e depois trazê-la de volta.” A princípio, o projeto passou a ser logo após o final do turno da tarde, mas como alguns alunos das séries finais, auxiliavam os pais no sustento da família ou no cuidado aos irmãos menores, os ensaios foram transferidos para o início da noite ou aos sábados à tarde e feriados; sendo que atualmente os ensaios se “estabilizaram” aos sábados a tarde e nas segundas a noite. Mas ao passarmos as ações para sábados, noite ou feriados, começamos a despertar a curiosidade da comunidade, o que nos fez tomar uma “medida drástica” e então começamos a realizar “ensaios fechados” ao público. Porém, em função de alguns curiosos “espiarem” por baixo da porta ou pelos vãos das janelas, “optamos” por fazer ensaios abertos a comunidade. Com o tempo, alguns dos telespectadores do Projeto Aprendizes formados em parte por crianças sem idade escolar e ex-alunos da escola, passaram a “substituir” os “titulares” do grupo de dança em suas eventuais ausências, a fim de possibilitar o ensaio em sua íntegra. E como um dos objetivos do Projeto Aprendizes é trabalhar a Inclusão, os substitutos passaram a fazer parte do grupo ao natural, o que definitivamente deixou de ser um projeto não “da escola”, mas sim da comunidade, e nem só de uma comunidade; mas de várias, levando os próprios pais e demais familiares, inclusive de outros bairros, a também assistirem ou participarem de alguma forma. Atualmente, o Projeto Aprendizes conta com um número aproximado de 320 integrantes em seu grupo de dança, entre crianças com ou sem idade escolar, adolescentes, jovens e adultos, e ensaia semanalmente para se apresentar em eventos diversos; para os quais regularmente somos chamados, sendo que nosso trabalho é uma mescla de hip hop, dancing e dança de rua intercalada por um poema. Segundo informações, é o maior e talvez um dos melhores grupo de dança de rua em atividade da região. Trabalhamos para evoluir não só no Hip Hop e na dança, mas também como equipe e pessoas. Hoje, já não leciono mais na escola daquela comunidade. Coisas da vida. Mas o vínculo e a idéia do grupo permaneceram. Tanto que os ensaios ocorrem semanalmente e mesmo a distância, o monitoramento pelo comportamento e aproveitamento escolar dos alunos integrantes do grupo continua inclusive em escolas de Ensino Médio; uma vez que alguns “dançarinos” já se formaram no Fundamental. O fato é que a “onda pegou”. E se alastrou pela Cidade. Tomou conta dos Bairros. E alcançou o Interior. Atualmente e a partir de integrantes do Grupo Aprendizes do Bairro Eldorado, trabalhamos para implantar grupos semelhantes em outros bairros pela cidade, originando por conseqüência outros núcleos como, por exemplo, Aprendizes II, Aprendizes III e assim por diante; alçando horizontes ainda maiores quanto ao poder implícito que os passos de uma dança possuem, quando na interferência da arte nos relacionamentos humanos. OBJETIVOS: Trabalhar a inclusão e a prevenção a violência; Resgatar a auto-estima; Tirar a criança, o adolescente e o jovem da rua; Incentivar o comprometimento, a solidariedade e o trabalho em equipe; Trabalhar em parcerias; Fortalecer valores; Preparar o indivíduo profissionalmente para o mercado de trabalho; Formar Monitores de Hip Hop; Diminuir o índice de evasão escolar; Possibilitar a formação de pessoas e por conseqüência, comunidades melhores. METODOLOGIA: Utilizar o Hip Hop, estilo dança de rua, como instrumento de educação e cultura. Criar coreografias em função da troca de conhecimentos onde a partir do que cada um sabe, montar-se-á uma apresentação; ou, em outras palavras, um ensina o outro e todos se ensinam. Desta forma dispensa-se a necessidade de haver um mestre da dança, mas sim apenas um coordenador, já que cada um é mestre e ao mesmo tempo ninguém o é; autenticando e dando sentido ao nome do Projeto e do Grupo: Aprendizes! Aprendizes na hora de ensaiar, emoldurar, criar e modificar coreografias; mas totalmente profissionais; absolutamente carismáticos e simplesmente divinos na hora de se apresentarem em público, isto; talvez descreva o ideal que buscamos em nosso trabalho de voluntariado e parcerias constantes. Pois cientificamente sabe-se que quanto melhor formos no cumprimento de regras e quanto mais contato positivos tivermos para com o próximo; melhor o seremos em quaisquer circunstâncias das nossas vidas, sejam elas difíceis, fáceis ou tidas virtualmente como intransponíveis. CRITÉRIOS DE INSERÇÃO NO PROJETO: Crianças, adolescentes ou jovens da rede de Ensino do Município e/ou corelacionados; Quanto aos alunos ou ex-alunos de Escolas Parceiras, os mesmos devem ter assiduidade, aproveitamento escolar e bom comportamento, além de primar pela busca da idoneidade social; CRÉDITOS FINAIS: Embora em nossas Aulas trabalhamos com aproximadamente 320 alunos, em ensaios e oficinas divididos por turmas e lugares , em nossas Apresentações Públicas, levamos um máximo de 60 alunos, devido as limitações de espaço e planejamento de palco pelos quais passamos. Inseridos neste trabalho estão 13 Escolas, Uma Educação Infantil, uma Faculdade, e 12 Comunidades, incluindo Distritos e o Bairro Centro. A idéia de mesclar poemas que intercalam as coreografias é para quebrar barreiras e preconceitos quanto à arte do Hip Hop que ainda persistem em nossa Sociedade, para levar o Movimento VIDA BREVE onde quer que estejamos; e também para mostrar que Deus, independe de crenças e cultura, e pode estar presente em qualquer que seja o lugar. Estamos em busca de constantes parcerias Fone para contato: (51) 92640200