UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
DISCIPLINA: Filosofia I
FCF110
CARGA HORÁRIA:
60 H
CRÉDITOS:
04
EMENTA
Introdução à filosofia desde um ponto de vista temático.
PROGRAMA
A história da filosofia deve ser compreendida como o desfile cronológico dos acordos e
desacordos sobre opiniões? Supor uma história da filosofia não seria atestar o caráter provisório e
mutável da verdade, assim lançando as iniciativas filosóficas no abismo do ceticismo? O objetivo deste
curso é oferecer uma introdução à filosofia por meio da obra Introdução à história da Filosofia, de G.
W. Hegel. É inegável que os conceitos hegelianos foram retomados e discutidos por diferentes
tradições da teoria da história. Todavia, as investigações deste curso permitirão tratar da necessidade de
uma filosofia da história para toda e qualquer historiografia. Ao mesmo tempo, nós deveremos nos
perguntar se toda e qualquer história da filosofia já parte de uma resolução sobre problemas filosóficos
fundamentais. Não seria uma verdadeira história filosófica da filosofia aquela que explicita suas
suposições lançando mão do passado como espelho, por meio do qual promove a confrontação consigo
mesma? Quais são as justificativas para uma introdução à filosofia através de sua história?
Como direta resposta à última questão, Hegel considera a conveniência da história como
introdução, visto que ela é a exposição do desenvolvimento da razão humana ao longo do tempo. O
estudo da história filosófica da filosofia permite ao indivíduo refazer de forma científica o caminho
necessário do desdobramento do espírito, assim como reconhecer na história as próprias figuras pelas
quais passa a consciência individual. Se o curso dos povos no mundo é a história da reconciliação da
humanidade consigo mesma, a introdução à história da filosofia pode ser o primeiro passo para a
reconciliação do indivíduo com a razão.
Contudo, o curso será inaugurado com a experiência da supressão do histórico, por meio da
discussão de um conto fantástico, no qual vislumbramos a utopia do esquecimento e o mistificador
entusiasmo da folha em branco.
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1) Unidades
Unidade I:
•
Introdução literária ao problema do esquecimento histórico. Discussão do conto “Utopia de
um homem que está cansado”, de Jorge Luis Borges.
•
Breve exposição sobre a situação histórico-filosófica de Hegel
•
Leitura da introdução de 1823 de Introdução à história da filosofia.
Unidade II:
•
O conceito de história da filosofia
•
A presença de problemas filosóficos nos fundamentos da historiografia
•
A relação da história da filosofia com as restantes configurações do espírito.
Unidade III:
•
Divisão geral da história da filosofia
•
Discussão sobre o conceito de progresso
História da filosofia e estrutura da temporalidade
BIBLIOGRAFIA
BORGES, Jorge Luis. O livro de areia. Tradução de Ligia Morrone Averbuck. São Paulo: Globo,
1995.
CASSIRER. Ernst. El problema del conocimiento. Vol. III. Tradução de Wenceslau Roces.
México: Fondo de Cultura Económica, 1995.
HARRIS, H. S. Hegel’s Development: toward the sunlight 1770-1801. Oxford: Oxford University
Press, 2002.
_____________. Hegel’s Development: night thoughts 1801-1806. Oxford: Oxford Univesity
Press, 1983.
HEGEL, G. W. Introdução à história da filosofia. Tradução de Artur Morão. São Paulo: Nova
Fronteira, 2012.
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____________. Lecciones sobre la historia de la filosofia. Tradução de Wenceslao Roces. México:
Fondo de Cultura Económica, 1995.
____________. Fenomenologia do Espírito. Tradução de Paulo Meneses; com a colaboração de
Karl-Heinz Efken. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.
____________. Fé e Saber. Tradução e organização de Oliver Toller. São Paulo: Hedra,2010.
KOJÈVE, Alexandre. Introdução à Leitura de Hegel. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de
Janeiro; Contraponto / EDUERJ, 2002.
LÖWITH, Karl. De Hegel a Nietzsche: La quiebra revolucionaria del pensamiento en el siglo XIX.
Tradução de Emilio Estiú. Buenos Aires: Katz Editores, 2008.
PINKARD, Terry. Hegel: a biography. Cambridge: Cambridge Univesity Press, 2000.
TAYLOR, Charles. Hegel. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
*Indicações bibliográficas suplementares serão oferecidas no primeiro dia de aula.
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DISCIPLINA: Filosofia II
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60 H
CRÉDITOS:
04
EMENTA
Introdução à filosofia desde um ponto de vista histórico.
PROGRAMA
Ao longo segundo parágrafo da obra Psicopatologia Geral, Karl Jaspers se dedica a indicar alguns
conceitos fundamentais para a investigação da estrutura psíquica humana: a) homem e animal; b)
objetivação da alma; c) a consciência e o inconsciente; d) mundo interior e mundo exterior. Nesta sua
breve exposição, Jaspers reconhece o caráter filosófico de tais conceitos, na medida em que tentam
abarcar não somente a totalidade da alma humana, mas também a posição do homem na totalidade.
Com o objetivo de explorar aspectos básicos que estão na gênese das ideias mencionadas pelo
psiquiatra, nós nos voltaremos à leitura do texto aristotélico De Anima. O primeiro livro da obra nos
guiará pela coleção de problemas e opiniões a propósito da alma, sendo que nos concentraremos em
três pontos: a relação entre alma e movimento, o sentido de unidade da alma e a diferenciação de suas
faculdades. O segundo livro servirá para a demarcação da diferença entre a alma humana e a dos
demais viventes. A descrição do funcionamento e especificidade dos sentidos desempenhará para nós o
papel de objetivação da alma, descrição fenomênica de suas ações. O terceiro livro oferecerá a ocasião
para explorarmos a natureza da atividade intelectual, suas relações com a imaginação e com o desejo.
Concomitantemente, nós desdobraremos a análise inaugurada no segundo livro, a qual também tratava
da interação entre os entes e as nossas faculdades, mas agora tendo como foco os aspectos passivo e
ativo do intelecto.
1) Unidades
Unidade I: Exposição da Filosofia a partir de conceitos fundamentais da Psicologia
• Leitura do segundo parágrafo de Psicopatologia geral. Análise das considerações do autor sobre
o caráter filosófico dos conceitos basilares empregados para a compreensão da vida psíquica.
A natureza de algumas questões:
• a) problemas para a diferenciação entre homem e animal;
• b) como estabelecer uma ciência da alma;
• c) consciente e inconsciente como bases para o problema da unidade, dinâmica e diferenciação
da vida psíquica;
• d) o desejo e a cognição como fontes da relação entre psiquismo e meio circundante.
Unidade II: As clássicas opiniões e discussões sobre a alma
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• Breve recordação de Platão. A alma como princípio de movimento e unidade no diálogo Fédon.
A alma, e não o corpo, como fonte dos desejos e das expectativas, conforme o diálogo Filebo.
• Problemas e opiniões elencados no livro I do De anima: o ser da alma se diz segundo quais
categorias?
• Opiniões e problemas sobre a natureza do movimento da alma.
• Questões sobre a diferenciação e divisão da alma em relação às partes do corpo.
Unidade III: Da definição até a percepção
• Definição da alma e resposta a objeções
• Enumeração e definição das potências da alma
• Natureza da alma nutritiva.
• Percepção sensível e natureza dos sensíveis
• Visão, audição, olfato, paladar e tato.
Unidade IV: Imaginação, intelecto e desejo
• Distinção entre imaginação, intelecto e percepção sensível
• Aspecto passivo do intelecto e possibilidade de separá-lo do aspecto ativo
• O intelecto como capaz de apreender e formular juízos.
• A natureza dos juízos práticos.
BIBLIOGRAFIA
ARISTÓTELES. De Anima. Apresentação, tradução e notas de Maria Cecília Gomes dos Reis. São.
Paulo: Editora 34, 2006.
____________. Metafísica: ensaio introdutório, texto grego com tradução e comentário de Giovanni
Reale. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2001. v. I.
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AUBENQUE, Pierre. O Problema do Ser em Aristóteles. Tradução de Cristina de Souza. Agostini e
Dioclézio Domingos Faustino. São Paulo: Paulus, 2012.
HEIDEGGER, Martin. Metafísica de Aristóteles Θ 1-3. Sobre a essência e a realidade da força. Trad.
Enio Paulo Giachini. Petrópolis: Vozes, 2007
JASPERS, Karl. Psicopatologia Geral. Tradução de Samuel Penna Aaraão Reis; revisão de Paulo da
Costa Rzezinski. Rio de Janeiro: Livraria Atheneu, 1973.
PLATÃO. “Fédon”. In: Coleção Os Pensadores. Tradução e notas de Jorge Paleikat e João Cruz Costa.
São Paulo: Editora Abril, 1983.
_______. Filebo. Tradução, apresentação e notas de Fernando Porto Muniz. Rio de Janeiro: PUC-RIO,
2012.
REALE, Giovanni. Introdução a Aristóteles. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1997.
*Indicações bibliográficas complementares serão oferecidas na primeira aula.
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