Ed. Foco, n.Especial p.61-71 - mar/ago 2007 BARÃO DO RIO BRANCO: DE 1º GRUPO ESCOLAR A ESCOLA ESTADUAL MARCOS DE UM EDUCANDÁRIO DE BELO HORIZONTE Profª. Drª. Ana Maria Casasanta Peixoto* Resumo: Esse artigo se propõe a reconstituir aspectos da trajetória histórica do 1º Grupo escolar de Belo Horizonte, a escola Estadual Barão do Rio Branco. Criada em 1906, dentro do projeto modernizador da nova capital, o “Barão do Rio Branco”, hoje uma instituição centenária, destaca-se no cenário da cidade como um “palácio do saber”. Refletindo em sua trajetória as políticas governamentais, a escola manteve, ao longo do tempo, algumas de suas marcas identitárias: seu prédio suntuoso, em estilo neoclássico, a preocupação com um ensino de bom nível, a abertura de seu currículo a novos temas e novas práticas, forte inserção na comunidade escolar. Palavras Chave: 1º Grupo Escolar – Belo Horizonte – trajetória histórica INTRODUÇÃO A importância atribuída à educação no projeto republicano faz com que seus partidários, a exemplo do que ocorre nos países avançados, defendam a oferta a todos de uma instrução leiga e gratuita e insistam nos compromissos do Estado em relação à escola. Nesse contexto, observa-se a intensificação do processo de passagem da educação escolar do privado para o público, iniciado no período imperial. O estado passa a assumir o papel até então desempenhado pela família, pela igreja e pelos grupos de convívio, na formação das novas gerações, como a instituição por excelência, capaz de impor os novos rumos de uma sociedade que tem na ordem a condição para o progresso. Com a proclamação da república, passados os momentos de incerteza que se seguem à sua implantação e em meio à necessidade de legitimá-la, seus defensores se debruçam sobre a tarefa de desenhar uma escola moderna e diferente daquela mantida pelo regime imperial, em que faltava tudo: edifícios adequados, livros, mobiliário, professores preparados. Escolas que, As últimas décadas do século XIX, no Brasil, são marcadas por mudanças em diversos setores da vida no país. Embora tímidas, essas transformações revelam que as bases sociais, políticas e econômicas do regime imperial se deterioravam, abrindo espaço no imaginário político brasileiro para a idéia de que um tempo de transição se iniciava. Esse sentimento, alimentado desde a década de 1870, por profissionais liberais, políticos, literatos, republicanos de variados extratos sociais, se concretiza no projeto de implantação de um novo regime político, capaz de imprimir outros rumos aos destinos do país. O advento da república veio reforçar esse imaginário, e seus adeptos vêem nela o caminho para se criar no Brasil uma sociedade moderna, alimentada pela noção de progresso e alicerçada na ação educativa da lei, da escola, da imprensa e do livro. * Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC/Minas, pesquisadora do CNPq ([email protected]). 61 Ed. Foco, Juiz de Fora BARÃO DO RIO BRANCO: DE 1º GRUPO ESCOLAR A ESCOLA ESTADUAL - MARCOS DE UM EDUCANDÁRIO DE BELO HORIZONTE Ana Maria Casassanta Peixoto passando ao largo dos avanços das ciências e dos modernos métodos pedagógicos, maculavam a imagem civilizatória da república. A exemplo do que ocorre noutros países, o novo modelo de Escola, aqui denominado Grupo Escolar, segundo Vidal (2006), período. Segundo Muller (1999), “havia que unir as Minas e as Gerais. Criar um sentido de solidariedade e de identidade entre todos os mineiros e dos mineiros com o restante do país”.(MULLER, 1999,p.78) Nesse contexto, a Reforma de Ensino João Pinheiro – Carvalho Brito é uma resposta às preocupações de Minas e dos mineiros, e traduz a importância atribuída pelas lideranças republicanas à escola pública para o ingresso do Brasil na modernidade e ao seu papel na difusão de hábitos de trabalho e de uma sociabilidade mais adequada à sociedade industrial. Aglutinava em um mesmo edifício as antigas escolas isoladas, organizando a docência em torno de séries escolares que passavam a corresponder ao ano civil e eram concluídas pela aprovação ou retenção em exame final. O ensino seriado e seqüencial substituía as classes de alunos em diferentes níveis de aprendizagem, sob a autoridade única do professor e era regulada pela introdução da figura do diretor, oferecendo organicidade e homogeneidade à escolarização e produzindo uma nova hierarquia funcional pública. (VIDAL, 2006, p.8) “Encontrar no espírito público o principal colaborador na obra grandiosa que se propõe a fazer de cada criança em idade escolar um cidadão digno de uma Pátria livre”. (Lei nº. 439 de 28 de setembro de 1906) Implantados no Maranhão e em São Paulo, em 1893, os grupos escolares se expandiram rapidamente pelo país: Minas Gerais (1906), Rio Grande do Norte (1908), Mato Grosso (1908), Espírito Santo (1908), Paraíba (1911), Santa Catarina (1916), Goiás (1918). Símbolo da modernidade pretendida pela república, o grupo escolar, com seus tempos, espaços e ritmos de aprendizagem, teve importante papel na constituição da representação da escola primária no país e na construção da história da infância brasileira. 1- OS Ed. Foco, Juiz de Fora A Reforma João Pinheiro – Carvalho Brito reflete o discurso em defesa da escola laica, do direito à educação e dos deveres do estado e da família em oferecê-la, discurso esse que tem suas raízes na Revolução Francesa. Reflete também, as idéias pedagógicas européias e norte–americanas acerca da educação escolar, como a ênfase no ensino pelo Método Intuitivo ou pelas “Lições de Coisas”. Traduz, finalmente, a crença dos republicanos históricos no poder da escola em possibilitar a modernização das estruturas sociais. Por isso, ela ampliava as finalidades do ensino primário ao estabelecer, no artigo primeiro da Lei 439 de 28 de Setembro de 1906, que fixa as bases para a reorganização do sistema escolar público mineiro, “[...] que a escola seja um instituto de educação intelectual, moral e física”. A mesma lei previa, em seu artigo 3º, que o ensino primário seria gratuito e obrigatório, e ministrado em escolas isoladas, grupos escolares e escolas modelo anexas às Escolas Normais. A denominação Grupo Escolar aparece então pela primeira vez, num texto legal sobre a organização e o funcionamento do ensino primário, em Minas Gerais. As características deste novo modelo são apontadas em outros artigos desse mesmo dispositivo. Dessa forma, o inciso II do artigo 6º GRUPOS ESCOLARES EM MINAS GERAIS A República nascente enfrenta em Minas inúmeros desafios. No plano político, era necessário imprimir uma unidade a um Estado eminentemente agrícola e marcado por profundas diferenças regionais. Outro problema a ser enfrentado, naquele momento, era o da recuperação da sua economia, cuja solução dependia, entre outras medidas, da substituição da mão-de-obra escrava por trabalhadores livres. Os governantes mineiros se viam, pois, diante da necessidade de garantir a coesão entre os mineiros e de incorporá-los como povo à nação e ao mercado de trabalho capitalista, segundo os parâmetros em que este vinha se organizando em Minas Gerais, naquele 62 Ed. Foco, n.Especial p.61-71 - mar/ago 2007 estabelecia que ao governo caberia “organizar o programa escolar, adotando um método simples, prático e intuitivo” e o artigo 10º previa que “nos lugares onde forem organizados os grupos escolares [...], poderá o governo suprimir tantas escolas isoladas quanto as de que constarem os respectivos grupos [...]”. O artigo 22º atribuía ao Estado a responsabilidade de garantir os meios para que os edifícios fossem apropriados à escola, e que estas fossem providas “de livros didáticos e todo o material de ensino prático e intuitivo”. A proposta de reorganização da escola previa também a construção de edifícios próprios para o seu funcionamento. Isso determinou a reorganização do espaço escolar, de forma a possibilitar sua adequação às novas metodologias, defendidas pela moderna pedagogia. Por isso, os grupos escolares não foram simplesmente um agrupamento de escolas. Eles deveriam proporcionar aos alunos uma seqüência metódica e sistemática de ensino, nos moldes recomendados pela ciência pedagógica. Assim, conforme seu aproveitamento, os alunos deveriam passar por classes seqüenciais, que lhes proporcionassem progressivo aperfeiçoamento intelectual, físico e moral, com vistas a torná-los cidadãos úteis à República. Seu surgimento representa um marco na modernização do sistema escolar mineiro, fazendo com que a Reforma João Pinheiro – Carvalho Brito permaneça no imaginário dos mineiros como uma das mais importantes intervenções do Estado na educação escolar. Através dela, Minas Gerais rompe com o passado educacional herdado do Império e ingressa na modernidade. Nessa perspectiva o Grupo Escolar deixava para atrás um modelo de escola a ser esquecido. A nova organização favorecia o trabalho do professor, influenciando positivamente o ensino, conforme mostra Mourão (1962): dispensar, ao mesmo tempo, a sua atenção para com todas essas divisões. Ainda que empregassem auxiliares ou utilizassem os próprios alunos mais adiantados para dirigirem os das primeiras classes, tal como se fazia no tempo do Império e mesmo na República, a eficiência da aula deixava muito a desejar. (MOURÃO, 1962, p.93) Os grupos escolares introduziram outras inovações nas escolas: os velhos bancos sem encosto deram lugar às carteiras; quadro-negro; Método Intuitivo ou “Lições de Coisas”; material escolar vinculado a esse método: mapas, gabinetes, laboratórios, globos, figuras , quadros de Parker, cartazes Deroly; literatura de cunho ufanista, voltada para a difusão de valores religiosos e nacionais. O processo de transformação da escola mineira se operou no início do século e, mais precisamente, em 1906, quando a American Furniture & Comp. fez entrega, ao governo do Estado, de duas mil carteiras escolares. A substituição dos velhos bancos, por um aparelhamento moderno e adequado, seria um fato trivial, se não encerrasse uma concreta mensagem de renovação e de aperfeiçoamento.[...] A dotação das escolas de novas e modernas carteiras do tipo americano foi o prenúncio de uma nova fase na vida escolar mineira(CASASANTA, 1956, Jubileu de Ouro do Grupo Escolar Barão do Rio Branco) 2- O “BARÃO DO RIO BRANCO” NA NOVA CAPITAL MINEIRA “A capital é menina. Tateia rumo à luz. Quer andar e aprender”. (Folha de Minas, 23/09/1956). O grupo escolar nasceu, como vimos, do compromisso da República com o novo. Por isso, nada mais “natural” que o primeiro grupo escolar mineiro fosse instalado em Belo Horizonte, “a filha primogênita da República”. Refletindo os anseios de renovação da sociedade, como mostra Julião (1996), a cidade constitui “o Até então, os professores, em um exaustivo trabalho, ensinavam em aulas heterogêneas, onde se reuniam crianças das quatro classes, com óbvios inconvenientes para a aprendizagem e para esses mestres que teriam de redobrar esforços para manter em atividade todos os alunos, sem poderem 63 Ed. Foco, Juiz de Fora BARÃO DO RIO BRANCO: DE 1º GRUPO ESCOLAR A ESCOLA ESTADUAL - MARCOS DE UM EDUCANDÁRIO DE BELO HORIZONTE Ana Maria Casassanta Peixoto espaço público legitimador do novo poder, adequado à sociedade marcada por indivíduos emancipados”. (JULIÃO, 1996, p.50) Construir uma cidade moderna significava dotála de um desenho e de serviços adequados às demandas do momento. Coerente com a missão civilizadora a que se propõe a república, a cidade tenciona exercer seu papel na conformação dos cidadãos. Seu traçado cientificamente planejado, aponta para os novos tempos, expulsando os operários, delimitando a cidade administrativa, reproduzindo o poder das elites de então. A escola, pelo papel que ocupa no imaginário republicano, não poderia estar ausente desta cidade civilizada e civilizadora. Assim, Belo Horizonte, cidade menina em seus nove anos, recebe o primeiro grupo escolar do Estado, para acolher os filhos dos funcionários transferidos para a nova capital. Em 1908, o 1º Grupo Escolar já conta com 738 alunos, na faixa etária do 7 aos 10 anos, em 1910, a escola diploma sua primeira turma, tendo como paraninfo o Secretário do Interior, Estevam Pinto. (CASASANTA, 1956). Em 1958, no seu cinqüentenário, o Barão já contava com 1428 alunos, 39 classes e 72 profissionais em exercício entre professores, especialistas em educação e funcionários administrativos.2 Atualmente, nele estudam 1422 alunos, situados na faixa etária dos 7 aos 14 anos, sendo 313 na 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental 3, 634 na 5ª e 6ª séries, 475, na 7ª e 8ª séries. A escola dispõe hoje de 102 profissionais entre professores, pessoal técnico e administrativo. A partir da década de 1970, com a promulgação da Lei nº 5.692/71, os grupos escolares chegam ao fim, sendo incorporados às escolas de 1º Grau. A nova forma escolar constitui uma estratégia do governo para ampliar o tempo de escolaridade obrigatória no país, com um mínimo de gastos. O modelo dos grupos escolares entra então em crise. Isso determina o abandono de algumas idéias-chave e a busca de outros desenhos para a organização de turmas, tempos e espaços. O novo formato, fundamentado na preocupação em assegurar a regularidade entre os ciclos da infância e o processo de escolarização, ocasionou a reorganização dos tempos e espaços, do currículo como um todo, com conseqüências inevitáveis na cultura dos estabelecimentos de ensino. O fim dos grupos escolares encerra um importante ciclo na história das instituições no país. Nesse processo em que alguns elementos se perdem e outros se mantém, eles deixam um importante legado à educação brasileira. No caso específico do “Barão do Rio Branco” esse legado se manifesta, entre outros elementos, na arquitetura do prédio, na abertura do currículo a novos temas e a novas práticas, e na sua forte inserção na comunidade escolar. Está fundado o primeiro Grupo Escolar [...] este estabelecimento funciona no prédio da avenida Liberdade, destinado à residência do Sr. Secretário do Interior. Instalou-se, encerrando sua matrícula com 175 alunos de ambos os sexos, na maior parte recolhida das oito escolas públicas da Capital. Está dividido em seis classes, sob a direção das professoras Maria da Conceição Pereira da Silva, Ambrosina Orsini, Maria de Rezende Costa, Izaltina Cajuby da Silva, Olintina Olyntho e Elvira de Magalhães Brandão. (MOURÃO, 1970, p.99) Ed. Foco, Juiz de Fora Segundo Casasanta (1956), “O 1º grupo escolar de Minas Gerais iniciou suas atividades antes da regulamentação da lei da reforma, como a indicar que, de sua eficiência, dependeria a última providência governamental que seria o Decreto 1960, de 16 de Dezembro de 1906”. Organizada por Artur Joviano1, fundador da Escola Normal, a escola começa a funcionar regularmente, em 1º de Fevereiro de 1907, com 230 alunos, conforme depoimento da primeira diretora, Helena Pena. Passa a contar então com 5 (cinco) classes , 5 (cinco) professoras regentes - Elvira Magalhães Brandão, Olynthina Cobra Olyntho, Maria da Conceição Pereira da Silva, Rita de Cássia de Souza Lima e Maria de Rezende Costa), 1 (uma) professora substituta ( Adelaide Emília Netto) e uma servente (Camilla Carmelita Ferreira). 3- A ARQUITETURA DO BARÃO Inicialmente, o 1º Grupo Escolar funcionou numa residência oficial, dentre as várias mantidas 64 Ed. Foco, n.Especial p.61-71 - mar/ago 2007 pelo governo, para alojar a burocracia estatal, necessária à gestão dos serviços públicos. Esse prédio, embora menor que o definitivo, já se destacava na paisagem da cidade, pois sua localização, na avenida que ligava a principal artéria de Belo Horizonte ao centro do poder e o fato de ser residência oficial do Secretário do Interior garantiam a visibilidade que se esperava de um dos templos da república. Em 8 de Março de 1910, o “Primeiro Grupo Escolar” passa a se chamar Grupo Escolar “Barão do Rio Branco”, em homenagem ao estadista brasileiro. Em 15 de Junho de 1914, o Grupo Escolar “Barão do Rio Branco” foi transferido para o prédio definitivo, situado na avenida Paraúna, atual avenida Getúlio Vargas, no bairro dos Funcionários, região nobre da cidade. O edifício foi projetado e construído no governo de Júlio Bueno Brandão, sob a influência do ecletismo típico das construções públicas da capital mineira daquele período. Adotou-se nele o estilo que se tornou modelo de arquitetura dos grupos escolares mineiros – “construção térrea, no alinhamento da rua, pórtico central marcado pela simetria de composição, arco pleno ou retangular com bandeira fixa com inovação na fachada, decoração esmerada aplicada no frontão central curvilíneo” (IEPHA-MG apud COSTA, 2005). esportes em blocos separados. A distribuição interna do espaço separa a parte reservada às atividades administrativas (diretoria, secretaria, sala de professores) e as pedagógicas (biblioteca, museu, auditório, pátio para recreação, pátio para exercícios de Educação Física etc). Grandioso, com uma fachada primorosa, onde se destaca o frontispício com as armas da República, do Estado de Minas e do Município, ainda hoje, o “Barão do Rio Branco” se distingue na paisagem da cidade e se mantém presente, uma referência para seus habitantes. 4- A DIREÇÃO DA ESCOLA Como já foi mencionado, outra inovação introduzida pelos grupos escolares, foi a figura do diretor, cargo que até então não existia na rede escolar primária. Além das funções administrativas, visando ordenar o dia-a-dia de professores e alunos e garantir o funcionamento da escola, cabia ao diretor auxiliar os professores no exercício da docência, discutindo com eles o conteúdo a ser ensinado, colocando-os a par das inovações no campo pedagógico. No período de sua organização (11/11/1906 a 31/1/1907), a escola esteve a cargo de Artur Joviano. A partir de sua criação em lei, em 1907, passou a ser dirigida pela Professora Helena Pena. Sua indicação contrariou os padrões da época, segundo os quais os cargos de direção eram destinados aos homens. A ela se seguiram: Elvira Brandão, Gabriela Varela e outros. Até o final da década de 1980, a direção era indicada pela administração estadual. A partir de 1992, com a introdução, pela Secretaria de Educação de Minas, dos princípios de gestão democrática na administração das escolas da rede pública estadual, a direção passa a ser indicada pela própria escola, através de seu Colegiado. O “Barão do Rio Branco” foi a primeira escola da rede estadual mineira a implantar a gestão colegiada. Segundo a ex-diretora Ana Lúcia Vieira Barra. O nosso primeiro desafio foi organizar um Plano de Ação coerente, capaz de atender às expectati- [...] Tombado em 15 de março de 1988, pelo decreto nº 27.927, ainda mantém muitas de suas características arquitetônicas originais, apesar das reformas sofridas ao longo do tempo. Além da edificação, têm sido preservados alguns de seus bens móveis; quatro conjuntos de sala de estar, mesa consolem com tampo de mármore, três relógios, e um equipamento de consultório dentário antigo. (COSTA, 2005, p.58) Erguido nos canteiros de margaridas da Praça Alexandre Stockler, por Jayme Sales, engenheiro responsável pela construção de grandes prédios na capital, naquela época, sua arquitetura evidencia a importância da escola no início do século XX. Ocupando uma área de 4600m², o prédio dispõe de salas de aula sóbrias e arejadas, refeitório e quadra de 65 Ed. Foco, Juiz de Fora BARÃO DO RIO BRANCO: DE 1º GRUPO ESCOLAR A ESCOLA ESTADUAL - MARCOS DE UM EDUCANDÁRIO DE BELO HORIZONTE Ana Maria Casassanta Peixoto vas dos profissionais da Escola, dos servidores em geral, pais e alunos. Para tal pesquisamos entre os profissionais suas necessidades e sugestões de atuação. A partir da identificação das aspirações, priorizamos nossas ações com o objetivo de propiciar ensino de qualidade. (ARQUIVO da Escola) 5- AS “nas festas cívicas são recitadas e cantadas composições literárias de assunto moral, cívico, patriótico e permitido exercícios físicos próprios para a criança, segundo o sexo.” (RELATÓRIO do Secretário do Interior ao Presidente do Estado, 1909, p.431) PRÁTICAS EDUCATIVAS “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se a confiança. Todo mundo é feito de mudança na busca de qualidades”. (Camões) Um currículo é o produto de diferentes materialidades e através dele podemos enveredar pelas funções da escola num determinado período e por questões ideológicas nela presentes. Esse conceito adquire novas conotações ao longo do tempo, materializando-se em discursos e dispositivos legais que influenciam na escola, determinando os conteúdos a serem ensinados e se refletindo em suas práticas. Embora o currículo do “Barão do Rio Branco” mantenha sua preocupação com a formação da cidadania, ele vem sofrendo mudanças ao longo dos anos. A aceleração característica dos novos tempos se reflete no conceito de cidadania, no perfil de alunos e professores, na faixa etária dos estudantes (ontem crianças de 6 a 10 anos, hoje adolescentes de 11 a 15 anos), nas expectativas em relação à educação básica e na necessidade de fazer face aos avanços e desafios do co- A marca da escola não é definida pelas suas disciplinas4, mas pela sua cultura, pelas suas práticas. Uma das principais funções atribuídas à escola era a de regenerar a sociedade, corrigindo os vícios e, de preferência, removendo-os definitivamente. Nessa perspectiva os objetivos do programa de ensino iam além dos específicos de cada disciplina5. Sua finalidade consistia em educar e instruir, conforme indicam as palavras do Secretário Carvalho de Brito: O programa de ensino, que começa a ser executado, tem o intuito de produzir alunos que saibam ler – diante do trecho lido e entendido – pensar; escrever com arte e ortografia; conhecer a pátria e a posição que ela ocupa no seio da humanidade; que aprendam a confiar no próprio esforço, no valor, na disciplina e na elevação dos intuitos; que adquiram conhecimentos positivos e saibam aplicálos como elemento de êxito para o aperfeiçoamento material e moral. (RELATÓRIO do Secretário do Interior ao Presidente do Estado, 1907, p.33) Ed. Foco, Juiz de Fora A consecução desses objetivos estava condicionada a uma nova metodologia de ensino, que caracterizava a cultura escolar do “Barão do Rio Branco”. Dela faziam parte entre outros, o recreio diário, como uma estratégia para descanso entre as atividades intelectuais, as festas escolares, as excursões, a celebração de datas cívicas, os cânticos, os exercícios físicos e os exercícios militares. Práticas como essas possibilitavam à escola educar sem fatigar, proporcionar ensinamentos úteis ao espírito, e vigor físico, pois, conforme evidencia o Programa, 66 Diretores do Barão da década de 1940 aos dias atuais · Ondina do Amaral Brandão 1943/1953 · Imene Guimarães 1953/ 1954 · Efigênia Bhering Lessa 1954/1956 · Áurea Siqueira Morais 1956/ 1962 · Maria Margarida Teixeira Magalhães 1962/1969 · Zélia Sacramento Barati 1969/1971 · Heloísa Maria Paulo Guilherme Ferolla 1971/1984 · Maria Ângela Ribeiro Carvalho 1981/1984 · Eliete Pinelli Magalhães 1984/1987 · Valdete caixeta Braga Marques 1987/1991 · Maria Sílvia Barbosa Carvalho 1991/1992 · Ana Lúcia Barra Vieira 1992/ 1994 · Elza Rodrigues Barbosa 1994/2000 · Elizabeth Gressi Almeida Cunha Filgueiras 2000/2007 · Carlos Henrique Alves da Silva - atual diretor Diretores da Escola Estadual Barão do Rio Branco (1940 – 2007)Fonte: Arquivo da Escola, 2007. Ed. Foco, n.Especial p.61-71 - mar/ago 2007 Joviano, adota o Método Global de Sentenciação, no ensino da Leitura e da Escrita, abandonando os silábicos, empregados na maioria das escolas. Nas décadas de 1940 – 1950, a escola se constitui num núcleo irradiador da Escola Nova, instituindo as classes homogêneas, adotando o Método Global de Contos, criando os Centros de Interesse de Decroly, promovendo cursos de atualização para os professores, fundando a Biblioteca, a Cantina, o Jornal Escolar etc. Na década de 1960, o “Barão do Rio Branco” passa a integrar, na qualidade de Escola de Demonstração, o Núcleo Experimental de Estudos Pedagógicos criado pela Secretaria de Educação. Uma das iniciativas da escola, nesse contexto, foi a fundação da Academia Infantil de Letras “Olavo Bilac” (AILOB). Projetada pela Profª Maristella Miranda Ribeiro Gondim, nos moldes de uma academia de letras, seu objetivo era estimular nos alunos o gosto pela leitura e pela escrita. A AILOB motivou intensa produção de textos, dando origem à uma série de publicações, incluindo uma coletânea de “Estorinhas” intituladas Sala 1, 2, 3 etc. A partir da década de 1970, outras atividades marcaram a atuação da escola como: a colaboração e participação no Projeto Alfa, no Programa de Consultoria às Coordenadorias Regionais de Ensino, a implantação do Serviço de Orientação Educacional (SOE), a ampliação da Biblioteca e a renovação de infra-estrutura, entre outras. Em 1980, o “Barão” se destacou no Congresso Mineiro de Educação (1983), com valiosas sugestões para a melhoria do ensino em Minas. Em 1985, implantou o Ciclo Básico de Alfabetização (CBA) dentro do projeto da Secretaria de Educação que visava a redução dos índices de repetência na 1ª série. Outro marco dos anos 1980 foi a organização do Memorial da Escola. A partir de uma exposição de documentos e materiais significativos na história da instituição, teve início o relacionamento de seu acervo, abrindo caminho para o seu tombamento, que seu deu em 1988. Graças a isso o “Barão” pode enfrentar, períodos difíceis que viriam na década de 1990. Como ressalta Magalhães (1998, p.61-62), citado por Souza e Faria Filho (2006), uma instituição educativa compreende, nhecimento no campo científico e tecnológico. Essas mudanças refletem também as políticas públicas em relação à educação, os ordenamentos e dispositivos legais e o projeto político pedagógico das escolas. A Escola Estadual “Barão do Rio Branco” se propõe hoje, “a for mar um cid adão au tôn omo, ín teg ro, responsável e consciente, capaz de responder com eficiência e de modo crítico às exigências da so cied ade, sendo cap az d e um a a tuação participativa que garanta melhor qualidade de vida para todos” (ARQUIVO da Escola Estadual “Barão do Rio Branco” - Projeto Político Pedagógico) A consecução desses objetivos não se esgota, como já foi mencionado, no elenco das disciplinas que compõem o currículo. Eles constituem os Temas Transversais6. Na sua implementação, a escola tem nos Projetos o principal recurso pedagógico. Através deles, a escola busca dar sentido aos eixos que norteiam o seu fazer pedagógico, fundamentados no apelo à experiência, à curiosidade, à criatividade, no desenvolvimento do gosto pela leitura e na valorização do patrimônio histórico e cultural.7 Apoiados numa infra-estrutura técnica e administrativa compatível com os avanços da ciência, da tecnologia e do pensamento pedagógico, o currículo oferece aos alunos ricas experiências de aprendizagem: a Rádio Alternativa, o Laboratório de Informática, as atividades esportivas, a Mostra Literária, a Feira de Cultura, a Feira de Ciências, as excursões, o Movimento pela Paz, Ética e Cidadania, são alguns desses projetos. É através deles que a escola ressignifica sua marca fundadora: educar e instruir. 5.1- O BARÃO, UMA ESCOLA DIFERENCIADA Outra característica do currículo do Barão é sua abertura a novos temas, a novas práticas. Em seus primeiros anos, seguindo as diretrizes da Reforma João Pinheiro, e sob a inspiração de Artur 67 Ed. Foco, Juiz de Fora BARÃO DO RIO BRANCO: DE 1º GRUPO ESCOLAR A ESCOLA ESTADUAL - MARCOS DE UM EDUCANDÁRIO DE BELO HORIZONTE Ana Maria Casassanta Peixoto pelo IEPHA, mas a medida não foi suficiente para garantir os recursos necessários nem mesmo à preservação do prédio. Em 2002, às vésperas de seu centenário (2006), o prédio se encontra, novamente, em estado precário, exigindo nova intervenção. Como nesse ano, comemoram-se os cem anos da posse do Barão do Rio Branco no Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o governo mineiro cria, através do Decreto nº. 42768/2002 (MINAS GERAIS), uma Comissão especial 8, constituída por exalunos e membros da sociedade mineira, com o objetivo de promover as atividades, solenidades e homenagens pertinentes à data. Valendo-se da oportunidade, a Comissão inclui, entre as atividades prioritárias, a captação de recursos necessários à obra de recuperação do prédio da escola, em homenagem ao seu patrono. Diante disso, o governo do Estado assume esse encargo. Graças ao Projeto de Educação Patrimonial, desenvolvido junto aos alunos e à comunidade escolar, a partir da última reforma, o trabalho de recuperação vem se mantendo, permitindo que o prédio se destaque no cenário da cidade como um “palácio do saber”. A luta pela sua preservação é um exemplo de que graças à competência do seu corpo profissional, ao perfil de seu alunado, ao poder de pressão da sua comunidade, o “Barão do Rio Branco” vem mantendo, ao longo de 100 anos de existência, o seu lugar no cenário cultural e pedagógico mineiro. É preciso destacar ainda que isso se deve, em grande parte, à herança recebida do Grupo Escolar, instituição que materializou uma nova forma escolar, voltada para a configuração da ordem republicana em Minas Gerais. [. ..] uma com plexida de esp aço- tem pora l, pedagógica, organizacional, onde se relacionam elementos materiais e humanos, mediante papéis e representações diferenciados, entretecendo e projet ando fut uro (s) (pes soa is) atra vés de ex pect ativas inst ituciona is. É u m lu gar de permanentes tensões. As instituições educativas são projetos arquitetados e desenvolvidos a partir de quadros sócio-culturais. (MAGALHAES apud SOUZA e FARIA FILHO, 2006, p.49). Ed. Foco, Juiz de Fora Nessa perspectiva, a abertura a novos temas nem sempre é bem recebida pela comunidade escolar, gerando, algumas vezes, conflitos e tensões que, não raro, extrapolam os muros da escola. Exemplar nesse sentido foi o Projeto Sexualidade Infantil, em 1965. Explorando um tema tabu para a sociedade mineira, gerou polêmicas, provocando reações por parte da comunidade escolar, e mobilizando a sociedade, que nele viu uma ameaça aos seus princípios morais. Atingindo os meios de comunicação, o Projeto sofreu a interdição da Secretaria de Educação de Minas Gerais, que o considerou muito avançado para a época. Em seu percurso, o “Barão” enfrentou os reflexos das idas-e-vindas, dos avanços e retrocessos nas políticas públicas de educação. Nessa trajetória, um dos principais problemas foi a falta de recursos financeiros para fazer face a despesas como, por exemplo, a manutenção do prédio. Em 1990, um dos períodos mais difíceis para a escola pública mineira, em função da política recessiva adotada para o setor, a escola se encontrava em situação crítica: prédio em ruínas, carteiras quebradas e até ameaçada de fechamento pelo poder público, que tendia a restringir seus compromissos com a oferta da escola apenas às camadas desfavorecidas da população. Nesse contexto, pela sua clientela e localização, o “Barão” ficou, no dizer de uma diretora, “a pão e água”, sofrendo toda a série de ameaças. Em sua defesa, professoras, pais, alunos e ex-alunos da escola promovem um “abraço ao Barão”, denunciando o descompromisso do governo em relação à escola pública. As possibilidades de fechamento levaram a direção a providenciar seu tombamento C ONCLUSÃO No contexto da crise por que hoje passa a escola pública brasileira, o “Barão do Rio Branco” é um exemplo, ao evidenciar, em sua trajetóri a, qu e a s esc ola s, embor a suj eitas à descontinuidade das políticas públicas e aos seus equívocos, e à falta de valorização, podem ofere68 Ed. Foco, n.Especial p.61-71 - mar/ago 2007 NOTAS cer aos alunos um ensino de bom nível. Esse quadro contraria a percepção generalizada, em alguns segmentos de nossa sociedade, em atribuir maiores méritos à escola privada em detrimento da escola pública. E reforça a necessidade de estudos que se debrucem sobre a escola buscando desvendar seu interior. 1 Fundador e 1º Diretor da Escola Normal de Belo Horizonte (Instituto de Educação), autor da Cartilha “ Primeira Leitura “ segundo o Método Global de Sentenciação. 2 Arquivo da Escola “Barão do Rio Branco” 3 Os discentes matriculados na 1ª a 4ª séries constituem o último grupo de alu nos das séries in icia is do Ensino Fundamental. Abstract: This article proposes to reconstruct some aspects on the historical trajectory of the 1st Elementary Public School built in Belo Horizonte, State of Minas Gerais. Created in 1906, as part of a modern project, thaught for the new Capital of the State, the school is now a centenary institution, a high-light in the scenery of the city, known as “The Wisdom Palace”. Besides always reflecting the governmental politics, the school is maintaining for all those years some marks of its identity such as: the sumptuous building, in new-classic style; deep concerning about good teaching-learning process; wide curriculum, opened to new ideas, subjects and practices and strong insertion into school’s community. 4 Atualmente o currículo do “Barão do Rio Branco” inclui as seguintes disciplinas da Base Nacional Comum: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Geografia, História, Educação Física, Educação Religiosa e Literatura InfantoJuvenil e Inglês, na parte Diversificada. 5 Em 1908, o currículo do “Barão do Rio Branco” contava com as seguintes disciplinas: Língua Pátria, Aritmética, Geometria e Desenho, Geografia e História do Brasil, História Natural, Exercícios Físicos, Trabalhos Manuais e Música (Lei n°439, 28 de setembro, 1906) 6 Os Temas Transversais incluem os conteúdos relacionados à “vida cidadã”: Saúde, Sexualidade, Vida Familiar e Social, Meio Ambiente, Trabalho, Ciência e Tecnologia, Cultura e Lingua gen s, send o o ferecid os articulados às áreas de Keywords: 1 st Grupo Escolar- (1 st Elementary Public School-4 years) - Belo Horizonte - historical trajectory conhecimento. (Resolução/CNE nº. 02/1998) 7 Arquivo da Escola Barão do Rio Branco 8 Art. 3º - A Comissão Especial de Comemoração do Centenário da Posse do Barão do Rio Branco no Ministério das Relações Résumé: Cet article se propose à reconstituer des aspects de la trajectoire historique de le premier Groupe Scolaire de Belo Horizonte, l’école De l’état Baron de Rio Branco. Créée en 1906, à l’intérieur du projet modernizador du nouveau capital, le “Barão do Rio Branco”, aujourd’hui une institution centenaire, se détache dans le scénario de la ville comme un “palais du savoir”. En reflétant dans sa trajectoire les politiques gouvernementales, l’école a maintenu, au long du temps, certaines de leurs marques identitaires: son immeuble somptueux, dans style neoclasssique, la préoccupation avec un enseignement de bon niveau, l’ouverture de son curriculum vitae les nouveaux sujets et nouvelles pratiques, fort insertion dans la communauté scolaire. Exteriores do Brasil é constituída dos seguintes membros: ICelso Melo Azevedo, presidente da Comissão; II-Secretário de Estado da Educação, que instalará a Comissão; IIISecretário de Estado da Cultura; IV- Representante do Ministério das Relações Exteriores do Brasil em Minas Gerais, Débora Vainer Barenboim, secretária executiva da Comissão; V- Diretoria da Escola Estadual Barão do Ri o Branco, de Belo Horizonte, Elizabeth Gressi Almeida Cunha Filgueiras; VI- Representante da Associação de Pais e Alunos da Escola Estadual Barão do Rio Branco, de Belo Horizonte, Robson Cândido; VII- Diretor-Executivo da UNA, Honório Tomellin; VIII- Presidente do IEPHA, Flávio de Lemos Carsala de; IX- Diretor do Museu Mineiro, Luiz Augusto de Lima; X- Presidente da Associação do Corpo Consular de Mots Clé: 1er Groupe Scolaire - Belo Horizonte - trajectoire historique. Belo Horizonte, Lício Cadar; XI- Ex-aluno da Escola Estadual Barão do Rio Branco, de Belo Horizonte, Emir 69 Ed. Foco, Juiz de Fora BARÃO DO RIO BRANCO: DE 1º GRUPO ESCOLAR A ESCOLA ESTADUAL - MARCOS DE UM EDUCANDÁRIO DE BELO HORIZONTE Ana Maria Casassanta Peixoto BH: Horizontes Históricos. Belo Horizonte: C/ARTE, 1996, p.50. Cadar; XII- Ex-aluna da Escola Estadual Barão do Rio Branco, de Belo Horizonte, Ana Maria Casasanta Peixoto; XIII- Exaluna da Escola Estadual Barão do Rio Branco, de Belo MINAS GERAIS. Governo do Estado. Decreto nº 42768/ 2002. Assembléia Legislativa de Minas Gerais – ALMG. Disponível em: <http://www.almg.gov.br/> Acesso em 30 ago 2007. Horizonte, Maria José Capanema; XIV- Ex-aluna Ana Marina Vianna Siqueira.(Decreto 42768/2002). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MOURÃO, Paulo Kruger Corrêa. História de Belo Horizonte de 1897 a 1930. Imprensa Oficial: Belo Horizonte, 1970, p.99. ARQUIVO da Escola Estadual Barão do Rio Branco. _______. Ensino em Minas Gerais no Tempo da República (1889-1930) Belo Horizonte: Centro Regional de Pesquisas Educacionais, 1962, p.93. 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