Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS PROGRAMA FINAL Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS SUMÁRIO COMISSÃO ORGANIZADORA E DIRETORIA SBD-RS COMISSÃO AVALIADORA DE TRABALHOS 04 05 AGRADECIMENTOS 06 07 PROGRAMAÇÃO PALESTRANTES 09 13 ANOTAÇÕES INFORMAÇÕES GERAIS 31 03 TRABALHOS CIENTÍFICOS Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS COMISSÃO ORGANIZADORA E DIRETORIA SBD-RS 2015-16 Presidente: Secretária Científica: Gustavo Gonçalves Costa Pinto Corrêa Mariana Soirefmann Vice-Presidente: Tesoureira: Clarissa Prati Raquel Fontoura Heidrich Secretário-Geral: Colaboradora: Fabiano Siviero Pacheco Vanessa Santos Cunha Primeira Secretária: Lizete Mariza Möller Meinhardt COMISSÃO AVALIADORA DE TRABALHOS Analupe Webber André Costa Beber Juliana Catucci Boza Letícia Eidt Magda Blessmann Weber 04 Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS INFORMAÇÕES GERAIS Secretaria do Congresso Horário de funcionamento Dia 23 (sexta-feira) 12h00 às 18h30 Dia 24 (sábado) 08h00 às 18h30 Telefones Celulares Para o bom andamento das atividades solicitamos a gentileza de desligarem ou deixarem no silencioso os telefones celulares. Crachás Somente será permitida a entrada dos participantes nas salas onde estiverem ocorrendo as atividades da Programação Científica mediante a apresentação do crachá. Não será permitida a circulação de pessoas sem identificação. Estacionamentos SHOPPING MOINHOS Até 04 horas = R$ 8,00 Hora adicional = R$ 6,50 SHERATON (COM MANOBRISTA) 1 hora - R$ 20,00 2 horas - R$ 35,00 Diária - R$ 50,00 Hora adicional - R$ 12,00 Certificados A partir do dia 29/10, o certificado geral e o de trabalhos estarão disponíveis no site www.sbdrs.org.br Pôsteres Acesse os trabalhos encaminhados para a Jornada nos tótens eletrônicos disponibilizados junto à área de exposição. Atividades Sociais Coquetel de Comemoração aos 40 anos da Jornada Gaúcha de Dermatologia, dia 23/10 | sexta-feira, a partir das 17:15 junto à área de exposição. Mídia Desk Está localizado no 4º andar, sala Montevidéu. Solicitamos que o uso do serviço Mídia Desk seja feito, no mínimo duas horas antes do inicio das sessões. 05 Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS AGRADECIMENTOS Ação Magistral Isdin Adatina La Roche Posay / Vichy B&S LMG Laser M.T.O Eurecin O Especialista Farmatec Pierre Fabre GSK Sociedade Brasileira de Dermatologia Inova Pharma Theraskin 06 Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS PALESTRANTES Aline Donati (SP) Magda Blessmann Weber (RS) André Braz (RJ) Maria Celeste Wender (RS) André Costa Beber (RS) Maurício de Quadros (RS) Antônio Carlos Bastos Gomes (RS) Renan Bonamigo (RS) Bhertha Tamura (SP) Renato Bakos (RS) Célia Kalil (RS) Rodrigo Santos (RS) Doris Hexsel (RS) Sergio Dornelles (RS) Hiram Larangeira (RS) Tânia Cestari (RS) Inara Bernardi Bagesteiro (RS) Thaís Proença (SP) Joel Schwartz (RS) Ticiane C. Rodrigues (RS) Letícia Eidt (RS) Vanessa S. Cunha (RS) Lucio Bakos (RS) 07 Jornada Gaúcha de Dermatologia PROGRAMAÇÃO PROGRAMAÇÃO 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS PROGRAMAÇÃO OÃÇAMARGORP PROGRAMAÇÃO OÃÇAMARGORP OÃÇAMARGORP PROGRAMAÇÃO PROGRAMAÇÃO PROGRAMAÇÃO PROGRAMAÇÃO 09 PROGRAMAÇÃO PROGRAMAÇÃO PROGRAMAÇÃO PROGRAMAÇÃO PROGRAMAÇÃO PROGRAMAÇÃO Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS 23 DE OUTUBRO | SEXTA-FEIRA CURSOS PRÉ-JORNADA 13:30 - 15:15 | PAINEL INTERATIVO DE CASOS CLÍNICOS Coordenadores: Clarissa Prati (RS) e Fabiano Siviero Pacheco (RS) 13:30 - 13:45 | 13:45 - 14:00 | 14:00 - 14:15 | 14:15 - 14:30 | 14:30 - 14:45 | 14:45 - 15:00 | 15:00 - 15:15 | Renan Bonamigo (RS) Renato Bakos (RS) Thaís Proença (SP) Sérgio Dornelles (RS) Maurício de Quadros (RS) Vanessa S. Cunha (RS) Perguntas 15:15 - 16:00 | Intervalo / Visita a área de exposição e espaço e-pôster 16:00 - 17:15 | TEMAS EM COSMIATRIA Coordenadora: Raquel Fontoura Heidrich (RS) 16:00 - 16:15 | Volumizadores no rejuvenescimento facial Bhertha Tamura (SP) 16:15 - 16:30 | Alisamento capilar Aline Donati (SP) 16:30 - 16:45 | Ativos no rejuvenescimento: o que há de evidências Inara Bernardi Bagesteiro (RS) 16:45 - 17:00 | Uso de lasers para tratamento de doenças dermatológicas Célia Kalil (RS) 17:00 - 17:15 | Perguntas 17:15 Coquetel de Comemoração aos 40 anos da Jornada Gaúcha de Dermatologia (Área de Exposição) 10 Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS 24 DE OUTUBRO | SÁBADO JORNADA 14:00 - 15:30 | MÓDULO III Coordenadora: Mariana Soirefmann (RS) 08:20 - 08:30 | Sessão de Abertura 08:30 - 10:00 | MÓDULO I Coordenador: Gustavo Gonçalves Costa Pinto Corrêa (RS) 14:00 - 14:20 | Rejuvenescimento no terço superior da face Bhertha Tamura (SP) 14:20 - 14:40 | Rejuvenescimento no terço médio da face André Braz (RJ) 14:40 - 15:00 | Rejuvenescimento no terço inferior da face André Braz (RJ) 15:00 - 15:20 | Rejuvenescimento do pescoço e do colo Doris Hexsel (RS) 15:20 - 15:30 | Perguntas 08:30 - 08:45 | Terapêutica e acompanhamento dos hemangiomas na infância Magda Blessmann Weber (RS) 08:45 - 09:00 | Alopecia frontal: diagnóstico diferencial Aline Donati (SP) 09:00 - 09:15 | Acne e isotretinoina: controversias Thaís Proença (SP) 09:15 - 09:30 | Dermatoscopia de lesões atípicas Lúcio Bakos (RS) 09:30 - 09:45 | Pérolas em toxina botulinica Bhertha Tamura (SP) 09:45 - 10:00 | Perguntas 15:30 - 16:00 | Intervalo / Visita a área de exposição e espaço e-pôster 16:00 - 17:45 | MÓDULO IV 40 ANOS DA DERMATOLOGIA GAÚCHA Coordenador: Gustavo Gonçalves Costa Pinto Corrêa (RS) 10:00 - 10:30 | Intervalo / Visita a área de exposição e espaço e-pôster 16:00 - 16:15 | Introdução Antônio Carlos Bastos Gomes (RS) 16:15 - 16:30 | Vacinação para HPV André Costa Beber (RS) 16:30 - 16:45 | Atualização em fotoproteção Tânia Cestari (RS) 16:45 - 17:00 | Importância das "palavras-chave" no diagnóstico de genodermatoses Hiram Larangeira (RS) 17:00 - 17:15 | O uso de imunoglobulina intravenosa em dermatoses graves: quando e como? Renan Bonamigo (RS) 17:15 - 17:30 | Eczema seborréico: atualização clínica e terapêutica Joel Schwartz (RS) 17:30 - 17:45 | A situação atual da Hanseniase Letícia Eidt (RS) 10:30 - 12:00 | MÓDULO II Coordenador: Fabiano Siviero Pacheco (RS) 10:30 - 10:45 | Antibióticos na prática da dermatologia ambulatorial Rodrigo Santos (RS) 10:45 - 11:00 | Atualização de anticoncepcionais e sua influência nas manifestações clínicas de hiperandrogenismo Ticiana C. Rodrigues (RS) 11:00 - 11:15 | A influência da menopausa e da TRH na pele Maria Celeste Wender (RS) 11:15 - 11:30 | Rosácea: o antigo e o novo Thaís Proença (SP) 11:30 - 11:45 | Tricoscopia Aline Donatti (SP) 11:45 - 12:00 | Perguntas 17:45 - 18:00 | Apresentação Trabalhos Vencedores 18:00 - 18:30 | Assembléia SBD | RS 18:30 | Encerramento 12:00 - 14:00 | Intervalo / Visita a área de exposição e espaço e-pôster 11 Jornada Gaúcha de Dermatologia TRABALHOS TRABALHOS 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS TRABALHOS OSHLABART TRABALHOS SOSHLABART SOHLABART TRABALHOS TRABALHOS TRABALHOS TRABALHOS 13 TRABALHOS TRABALHOS TRABALHSOS TRABALHOS TRABALHOS TRABALHSO 1. A PREVALÊNCIA DE ONICOMICOSE POR DERMATÓFITOS EM PACIENTES COM PSORÍASE- RESULTADOS PARCIAIS DE UM ESTUDO LONGITUDINAL Silva, JB; Dornelles, MD; Carvalho, AVE; Krum-dos-Santos, AC, V, R. SCMPA - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre 2. ACNE CONGLOBATA EM PACIENTE INFECTADO PELO HIV COMO POSSÍVEL MANIFESTAÇÃO DA SÍNDROME INFLAMATÓRIA DE RECONSTITUIÇÃO IMUNE San n, JT; Pessin, CC; Aquino, AC; Weber, MB; Zampese, M. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre , HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução e jus fica va para apresentação: A psoríase é uma doença inflamatória crônica que pode acometer pele, unhas e couro cabeludo. O acome mento ungueal é frequente, causando deformidades e prejuízo esté co. Suas manifestações se sobrepõem àquelas encontradas na onicomicose, condição ungueal comum, afetando toda a população. Dessa forma, faz-se mister a diferenciação entre essas duas en dades, bem como a determinação de sua coexistência, para a ins tuição de tratamento adequado , impedindo destruição da lâmina ungueal. O obje vo deste trabalho é relatar a prevalência de onicomicose causada por dermatófitos em pacientes com psoríase atendidos no Serviço de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (SDSCMPA). 2. Materiais e métodos: Pacientes com psoríase atendidos no SDSCMPA entre os dias 1 e 10 de agosto de 2015, realizaram exame micológico direto (EMD), coletado por raspagem da lâmina ungueal, preparado com KOH, com posterior análise por médico micologista. 3. Resultados: 75 pacientes par ciparam do estudo. 32 pacientes (42,7%) apresentaram EMD posi vo. Destes, 14 (43,8%) veram posi vidade no EMD por dermatófito. 4. Discussão/Conclusão: As onicomicoses são as principais causas de doença ungueal nos países ocidentais. Os dermatófitos são os principais fungos iden ficados. O tratamento de primeira escolha para dermatófitos é a terbinafina. Itraconazol é preferido em infecções por patógenos não dermatófitos. A duração do tratamento é prolongada, podendo ultrapassar 12 meses. A recidiva das lesões é comum. O diagnós co é realizado através de exame micológico direto, cultura para fungos, exame anatomopatológico, ou mesmo gené ca molecular. A psoríase ungueal resulta do acome mento da matriz ou do leito ungueal pela doença. Sua prevalência varia de 10-55% dos pacientes com psoríase, podendo coexis r com lesões cutâneas ou ser a única manifestação. As manifestações clínicas do envolvimento da matriiz ungueal incluem pi ng, leuconiquia, pontos vermelhos na lúnula e espessamento da lâmina ungueal. Manifestações do acome mento do leito ungueal são descoloração em gota de óleo, onicólise, hiperceratose subungueal, e hemorragias por ruptura de capilares. O diagnós co é realizado pelo exame sico e exame micológico direto demonstrando ausência de fungos. O tratamento é realizado com cor coides tópicos, tacrolimus e tazaroteno tópicos, e fármacos an -TNF em casos graves. Introdução: A terapia an rretroviral (TARV) revolucionou o tratamento do HIV, entretanto, a melhora clínica e imunológica pode desencadear a Síndrome Inflamatória de Recons tuição Imune (SIRI). A SIRI é um quadro clínico de caráter inflamatório exacerbado, que leva à piora paradoxal de doenças infecciosas e condições subclínicas preexistentes. História: Homem, 23 anos, pardo, referia acne facial intensa com seis meses de evolução. Apresentava múl plas lesões nódulocís cas eritematosas e pústulas. Negava sintomas cons tucionais. Relatava uso recente de limeciclina e clindamicina, sem melhora. Diagnós co de HIV/SIDA há 22 meses, em uso de TARV (tenofovir, lamivudina e efavirenz) há 18 meses, com melhora imunológica progressiva. Referia acne grave aos 19 anos, tratada com isotre noína oral e resolvida com sequelas. Exames: Histopatológico de lesão mentoniana evidenciou hiperplasia sebácea, tamponamento folicular e infiltrado inflamatório mononuclear. Pesquisa para fungos foi nega va. Terapêu ca: Inicialmente tratado com tetraciclina, cefalexina e prednisona, teve melhora de 50% já no primeiro mês. No quarto mês, houve subs tuição da terapia por isotre noína oral, com excelente resposta clínica desde então. Discussão: A SIRI é um estado inflamatório exacerbado que se manifesta, habitualmente, nas primeiras 4 a 8 semanas após o início da TARV. Há poucos relatos de acne associada ao HIV e à SIRI. Neste caso, o paciente já havia apresentado acne grave no passado, prévia ao diagnós co da infecção pelo HIV, resolvido com o uso de isotre noína oral. Doze meses após início da TARV, com a contagem de linfócitos T-CD4 próxima de 200, desenvolveu subitamente acne conglobata agressiva e de di cil controle. Apesar da escassez de dados na literatura e da temporalidade a pica, a evolução clínica e laboratorial do paciente nos leva a considerar a hipótese de associação entre acne grave, HIV e SIRI. Jus fica va: Acne agressiva e possível manifestação tardia de SIRI. 3. AFERIÇÃO DO MELASQOL EM PACIENTES COM MELASMA Dannebrock, ER; Krum-dos-Santos, AC; Silva, JB; De Villa, D. SCMPA - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre 4. ALOPECIA LIPEDEMATOSA: RELATO DE CASO Krum-dos-Santos, AC; Dannebrock, ER; Silva, JB; Quadros, M. SCMPA - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Introdução e jus fica va para apresentação: O melasma é uma doença cutânea que se caracteriza por hiperpigmentação da pele, principalmente da face. Apesar de assintomá ca, a condição pode ser desfigurante e ter grande impacto sobre a autoimagem e a qualidade de vida dos pacientes. Para avaliação do impacto desse transtorno na qualidade de vida dos pacientes, foi criado e validado em diversos países e no Brasil um ques onário para avaliação de qualidade de vida do melasma: MELASQoL (Melasma and Quality of Life), atribuindo pontos a fatores como interrelação pessoal, frustração quanto à imagem que o paciente tem de si, produ vidade no trabalho e senso de liberdade devido à afecção. O obje vo deste estudo é descrever os resultados da aplicação do MELASQOL em pacientes com melasma atendidos no ambulatório de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. 2. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo transversal, selecionando-se 22 pacientes com foto po I a IV e diagnós co de melasma dérmico, sem outras patologias de pele, atendidas no ambulatório de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Foi então aplicado individualmente o ques onário MELASQoL (quadro 1). 3. Resultados: Todos os pacientes selecionados foram mulheres. A análise do MELASQoL corrobora o grande impacto sobre a qualidade de vida que a patologia envolve. A média de pontuação foi de 50,3±11,6, com mediana de 52,5 e pontuações variando de 14 a 67. 4. Discussão/Conclusão: O melasma tem grade impacto sobre a qualidade de vida dos pacientes, bem como sua imagem pessoal, principalmente por afetar com freqüência a face. Não há cura para o melasma; terapias tópicas com clareadores, como a hidroquinona e o ácido re noico, peelings, lasers e luz intensa pulsada podem melhorar o aspecto da lesão.re noico, peelings, lasers e luz intensa pulsada podem melhorar o aspecto da lesão. Introdução: A alopecia lipedematosa é uma doença rara, idiopá ca, caracterizada por espessamento edematoso do couro cabeludo, associado à hipotricose ou encurtamento dos fios. 2. História e manifestações clínicas: Mulher de 65 anos procurou atendimento por edema em couro cabeludo, de surgimento lento há alguns meses. Queixava-se de dor à manipulação da área afetada, mais importante em região frontal. Referia ainda quadro prévio de artralgia, tendo sido aposentada com diagnós co de artrose, porém com resolução dos sintomas ar culares após aposentadoria. Ao exame, apresentava edema difuso de couro cabeludo. 3. Exames laboratoriais: Foi realizada radiografia de crânio, que não mostrou alterações. A ecografia de couro cabeludo demonstrou edema difuso em tecido celular subcutâneo nas regiões frontal, pariental, occiptal e temporal bilaterais, com espessura de 7mm e musculatura sem alterações. O estudo histopatológico de biópsia do couro cabeludo revelou pele com leve dano ac nico, sem alterações. 4. Terapêu ca e resultados: Não existe terapêu ca eficaz conhecida. 5.Discussão / Conclusão: A alopecia lipedematosa é rara doença de e ologia desconhecida, caracterizada espessamento edematoso do couro cabeludo por aumento da gordura subcutânea, localizado ou generalizado, associado à hipotricose ou encurtamento dos fios. Pode acometer indivíduos de qualquer idade ou raça. Acredita-se que esteja no mesmo espectro que o escalpe lipedematoso, e que possa ter influência hormonal, pelo fato de acometer mais comumente indivíduos do sexo feminino. Os pacientes podem ter sintomas de dor e prurido, porém comumente são assintomá cos. A avaliação da região compreende ultrassonografia, ressonância magné ca, tomografia computadorizada ou agulhamento para medida do escalpe. A microscopia óp ca é inespecífica e inclui edema, aumento do subcutâneo, hiperqueratose, infiltrado inflamatório esparso, perifolicular ou perivascular, alterações foliculares, edema, vasos linfá cos ectásicos e redução do número de folículos. As fibras elás cas são preservadas. O tratamento é di cil; há um relato de melhora com uso de cor coide sistêmico. 6. Jus fica va para apresentação: Relatar um caso de paciente com alopecia lipedematosa atendida no ambulatório de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. 14 5.ANGIOMA EM TUFOS E A SÍNDROME DE KASABACH-MERRIT Schmi , IR; Soares, AS; BAU, AEK. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências de Saúde de Porto Alegre 6. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E DA PRESENÇA DE TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL EM PACIENTES COM DIFERENTES GRAUS DE ACNE Silva, ISB; Camozzato, FO; Taborda, ML; Pereira-Neto, AH; Weber, MB. UFCSPA - Universidade Federal de Ciencias de Saude de Porto Alegre Introdução:O angioma em tufos (AT) é um po de tumor vascular cuja principal complicação é a Síndrome de Kasbach-Merrit (SKM), condição potencialmente letal se não manejada em tempo. História e manifestações clinicas:Masculino, 12 anos, previamente hígido, com diagnós co de hemangioma em dorso nos primeiros meses de vida, apresentando aumento recente da lesão e episódios de epistaxe. História de exérese desta aos 11 meses, porém com recidiva da mesma após um ano. Ao exame, placa violácea e endurecida no dorso e outra menor na face anterior da coxa direita, ambas com calor local. Exames laboratoriais:Plaquetopenia (25.000 plaquetas/mm³), D-Dímeros elevados (> 20) e fibrinogênio reduzido (93). Anatomopatológico confirmou a hipótese de angioma em tufos. Ressonância magné ca de tórax evidenciando infiltração da lesão na musculatura paravertebral desde C6 até o nível de T8, inclusive com componente no interior do canal vertebral. Terapêu ca e resultados: Frente a hipótese de SKM foi iniciada prednisona, sendo adicionado propranolol após 1 mês, com flutuação dos níveis de plaquetas e fibrinogênio, mas sem melhora significa va. Associado sirolimus 1mg/dia ao esquema, ocorrendo normalização das plaquetas (155 mil/mm³) e do fibrinogênio (212 mg/dl). Discussão: A SKM se caracteriza por coagulopa a de consumo e aumento agudo do volume da lesão tumoral. O tratamento baseia-se no uso de cor coides sistêmicos, propranolol, vincris na, ciclofosfamida, dentre outras, sendo os dois primeiros considerados primeira linha. O paciente não apresentou resposta sa sfatória ao esquema, com melhora apenas após a introdução do sirolimus. Estudos têm demonstrado eficácia e segurança do uso de sirolimos em pacientes que não responderam ao tratamento de primeira linha. O tempo esperado para que se observe melhora do quadro após início da droga geralmente fica em torno de 5 a 6 dias, o que se pôde observar no caso em questão. Jus fica va para apresentação do caso: Raridade do caso. no caso em questão. Jus fica va para apresentação do caso: Raridade do caso. Introdução: transtorno dismórfico corporal (TDC) tem prevalência aumentada em pacientes com acne e está relacionado a aumento de comorbidades e altas taxas de suicídio. Jus fica va: avaliar a qualidade de vida e frequência de dismorfofobia em pacientes com acne comparados a controles. Métodos: Estudo transversal. Avaliação com índice de qualidade de vida em dermatologia (DLQI) e exame do TDC brasileiro (BDDE). Resultados: 235 inves gados, grupo acne 50,2% e controle 49,8%. O grupo acne mostrou-se associado ao BDDE > 66 (26,3%) e a maior pontuação no DLQI (p<0,001); acne de graus elevados apresentou relação com pior DLQI e BDDE (p=0,001). Conclusões: acne foi associada a pior qualidade de vida e tendência a dismorfofobia. Diferente da literatura, o grau de acne influenciou a qualidade de vida e a relação com TDC. Acreditamos que o TDC deva ser inves gado em pacientes com acne, visando tratamento individual para melhora tanto na qualidade de vida quanto no transtorno em si. 7. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM ACNE VULGAR ANTES E APÓS O TRATAMENTO COM ISOTRETINOÍNA SISTÊMICA Zana a,J; Lavinsky,L,N. ULBRA - Universidade Luterana do Brasil 8. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES EM FOTOTERAPIA DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM DERMATOLOGIA Silva, RKV; Weber, MB; Simon, RDS; Bevilaqua, M. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA A fototerapia é terapia usada no tratamento de dermatoses crônicas, que muitas vezes apresentam aspectos emocionais associados, sendo a avaliação da qualidade de vida dos pacientes um aspecto relevante para o tratamento, de modo que sua inclusão na ro na de atendimento é um modo de medir a eficácia do procedimento neste aspecto da doença. MATERIAIS E MÉTODOS Estudo transversal avaliando a qualidade de vida de pacientes em fototerapia e a sua melhora ao longo do tratamento. U lizado o ques onário DLQI (Índice de Qualidade de Vida em Dermatologia) composto de 10 questões que pontuam de 0 a 30 aplicado a cada 20 sessões, sendo o aumento do escore indicador de piora da qualidade de vida. Os dados analisados são do DLQI inicial e final de 37 pacientes com idade entre 16 e 70 anos e diagnós co de psoríase (18), vi ligo (7), micose fungoide (7), escleromixedema (2) derma te atópica (3) com par cipação autorizada por meio do TCLE. RESULTADOS Apresentaram aumento do escore 27% dos pacientes, sendo muito mais comum nas mulheres (32%) do que nos homens (16,7%). A diferença entre os escores do DLQI apresentou redução em pacientes com vi ligo (-0,86), psoríase (-2,16), micose fungoide (-7,43) e derma te atópica (-11,3). Apenas nos casos de escleromixedema há aumento da pontuação +5,5 pontos entre as pontuações final e inicial. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO A aplicação do DLQI permite observar a influência da doença crônica e da fototerapia de modo progressivo e é ferramenta promissora para aperfeiçoar o acompanhamento do indivíduo que necessita de tal atendimento, uma vez que nem todos os pacientes apresentaram melhora na sua qualidade de vida, apesar de melhora na sua doença. A análise das dimensões do DLQI em separado talvez ajude a elucidar este fato. Introdução e jus fica va: A acne vulgar acomete aproximadamente 90% dos adolescentes, afetando a aparência e resultando em alterações psíquicas, que incluem ansiedade, depressão, inibição social e baixa autoes ma. O obje vo do estudo foi avaliar, através do ques onário WHOQOL-breve, a qualidade de vida de pacientes com acne antes e após o tratamento com isotre noína sistêmica. Materiais e métodos: Realizado estudo observacional em pacientes do oriundos do ambulatório de dermatologia do Hospital Universitário da ULBRA, Canoas, RS, e de consultório par cular de Porto Alegre, durante os anos de 2013 e 2014. Calculado tamanho da amostra, sendo necessário 42 pacientes. Os critérios de inclusão foram pacientes com diagnós co clínico de acne com indicação para o uso de isotre noína sistêmica segundo critérios estabelecidos pela literatura. Todos os pacientes haviam realizado tratamentos prévios com medicações tópicas e/ou an bió cos sistêmicos. Resultados: 49 pacientes foram incluídos no estudo. O sexo masculino representou 51,02% dos casos. A média de idade foi 19,24 anos (±5,67). Após o tratamento, 49 (100%) dos entrevistados avaliaram sua qualidade de vida como boa ou muito boa, em comparação com 29 pacientes (59,1%) no pré-tratamento (p<0,01), assim como 45 (91,83%) manifestaram-se como sa sfeitos ou muito sa sfeitos com a própria saúde após o tratamento, sendo p<0,01 em relação ao pré-operatório, sem diferença esta s camente significa va em relação ao grau da acne. Discussão/Conclusão: Através do ques onário WHOQOL-breve, pode-se notar que a isotre noína sistêmica tem impacto posi vo na qualidade de vida dos pacientes, em conformidade com a literatura que também demostra este achado, independente do grau da acne. Desta maneira, podemos considerar que, além das indicações habituais para o uso de isotre noína, o estado psicológico do paciente e sua qualidade de vida relacionada a doença possam ser avaliados para a indicação do tratamento. 15 9. CARCINOMA EPIDERMOIDE “IN SITU” HIPERPIGMENTADO: UMA APRESENTAÇÃO ATÍPICA Aquino, AC; San n, JT; Luzza o, L; Bonamigo, RR. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 10. CISTO VELOSO ERUPTIVO MIMETIZANDO LÍQUEN NÍTIDO EM UM ESCOLAR Ribeiro, AET; Rizza , K; Silva, ISB; Luzza o, L; BAU, AEK. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Introdução: O cisto veloso erup vo (CVE) é uma dermatose comum, no entanto é raramente lembrado devido a escassez de sintomas e grande gama de diagnós cos diferenciais (esteatocistomas, cistos dermóides, foliculite, erupção acneiformes, ceratose pilar, mília, molusco contagioso. História e manifestações clínicas: Paciente masculino, 7 anos, foto po V de Fitzpatrick, apresenta micropápulas ceratósicas normocrômicas sobre a região esternal e na super cie extensora de joelhos e cotovelos bilateralmente. Exames laboratoriais: Realizado biópsia excisional de pápula no cotovelo esquerdo que evidenciou epitélio escamoso estra ficado com camada granular que envolve espaço cís co contendo lâminas de quera na e alguns pelos vellus; compa vel com CVE. Terapêu ca e resultados: Iniciado tratamento tópico com queratolí cos e extraído algumas lesões, com pouca resposta até o momento. Discussão/Conclusão: A primeira descrição de CVE foi em 1977 por Esterly, Fretzin e Pinkus. Apesar de ser uma doença rela vamente comum, é raro seu relato na literatura. Representa uma dermatose esporádica, sem relação associa va com sexo ou raça; acomete pacientes dos 2 aos 64 anos. Geralmente seu acome mento se dá em tronco, abdome e extremidades proximais dos membros superiores – no paciente do caso, o início se deu aos 5 anos e de caracterís ca esporádica. A dermatose se manifestou em região de dobra extensora dos membros superiores e inferiores, dificultando o diagnós co clínico inicial. O diagnós co é feito pela suspeição clínica e pela biópsia. O CVE deve ser lembrado como diagnós co diferencial em doenças papulosas hiper/normocrômicas. O tratamento é primariamente por natureza cosmé ca, já que se trata de uma dermatose benigna. Há poucos relatos sobre a eficácia do tratamento; que pode incluir cremes tópicos de tre noína, métodos destru vos (cirúrgicos, dióxido de carbono, YAG laser). Jus fica va para apresentação: Exuberância da clínica e topografia a pica. Introdução: Carcinomas epidermoides cutâneos (CEC) in situ pico manifesta-se como uma fina placa rosa eritematosa de lento crescimento, com bordas bem delimitadas e regulares, recobertas por escamas ou crostas. Apresentações hiperpigmentadas são menos comuns. História: Feminina, 62 anos, foto po IV, relatava lesão há anos em região posterior da coxa direita. Prurido eventual. Ao exame: placa bem delimitada de 5 x 3 cm, eritêmato-acastanhada com aspecto aveludado com focos de pigmentação enegrecida. Parte superior esquerda papulosa e hipercerató ca. À dermatoscopia, áreas rosadas com glóbulos e estrias centrais. A parte papulosa, apresentava base eritematosa com poucos vasos pun formes visíveis e destacada escamo-crosta. As hipóteses iniciais foram de ceratose seborreica irritada e melanoma. Procedeu-se uma biópsia incisional. Exames: Histopatológico evidenciou carcinoma epidermoide in situ. Terapêu ca: Excisão cirúrgica da lesão com margens amplas. Discussão: CEC in situ tem potencial de progressão para CEC invasivo. Com prevalência maior em idosos, é pouco vista antes dos 30 anos. Afeta áreas expostas e não expostas ao sol. Além da radiação ultravioleta outras possíveis causas são exposição ao arsênico e à radiação ionizante, estado de imunossupressão e infecção por determinados sub pos de HPV. Apresentações que fogem do padrão clássico são raras e lesão pigmentada acomete menos de 2% dos casos. Frequentemente é confundida com carcinoma de células basais superficial, eczema, psoríase e ceratoses ac nicas. Quando não apresentam vasos pun formes proeminentes e presença de outras colorações e hiperceratose podem simular situações como ceratose seborreica irritada ou mesmo melanoma. A presença de estruturas como glóbulos e estrias, à dermatoscopia, pode induzir ao diagnós co de lesão melanocí ca e diminuir a suspeição de um CEC, em uma primeira avaliação. Jus fica va: Apresentação clínica menos comum. 11. CRIOTERAPIA VERSUS CURETAGEM PARA TRATAMENTO DE MOLUSCO CONTAGIOSO EM CRIANÇAS: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO COMPARATIVO Silva, ISB; Souza, CDA; Bonfa, R; Weber, MB. UFCSPA - Universidade Federal de Ciencias de Saude de Porto Alegre 12. DERMATITE INFECCIOSA ASSOCIADA AO HTLV-1 EM PACIENTE COM PROVÁVEL QUADRO DE ESCLEROSE TUBEROSA: RELATO DE CASO Mariani, LG; Lipnharski, C; Menegazzo, MS; Luzzato, L; BAU, AEK. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Introdução: Os vírus HTLV-1 e 2 são retrovírus e apresentam transmissão por via sexual, sanguínea e ver cal. A associação do HTLV-1 com a derma te infecciosa está bem estabelecida. A derma te infecciosa se manifesta principalmente com eczemas em couro cabeludo, pescoço, orelha externa, axilas e virilhas. A esclerose tuberosa (ET) é uma doença autossômica dominante, no entanto, cerca de dois terços dos casos são devidos a uma nova mutação. As mutações conhecidas para ET são: TSC1 e TSC2. História e manifestações clínicas: Paciente feminina, 19 anos, com lesões eritematodescama vas em couro cabeludo, face, região retroauricular e virilhas desde os 4 meses de idade. Apresentava lesões de di cil controle, suspeitando-se, então, de derma te infecciosa causada pelo HTLV 1 e 2, sendo confirmado aos 5 anos de idade. Além disso, paciente apresentava manchas café com leite e pápulas em região nasal, sem preecher critérios para neurofibromatose, com possibilidade de diagnós co de esclerose tuberosa. Exames: Análises bioquímicas confirmaram infecção pelo HTLV-1. Biópsia de lesão em região nasal compa vel com angiofibroma. Terapêu ca e resultados: Paciente permanece em acompanhamento para possível quadro de esclerose tuberosa associada à derma te infecciosa e aguarda estudo molecular para as mutações da ET. Discussão/conclusão: Muitas alterações de pele têm sido descritas em associação ao HTLV-1. No entanto, a única dermatose defini vamente relacionada à infecção pelo HTLV-1 é a derma te infecciosa (DI). A DI se manifesta, em geral, após os 18 meses. É caracterís ca a resposta aos an bió cos e a recidiva após sua suspensão. A esclerose tuberosa apresenta manifestações clínicas variadas, o que retarda o seu diagnós co. O paciente com suspeita diagnós ca deve ser acompanhado, pela possibilidade de aparecerem outros sinais. Jus fica va: Não há relatos de casos associando derma te infecciosa pelo HTLV-1 em pacientes com esclerose tuberosa. Introdução: o tratamento mais u lizado em crianças com molusco contagioso (MC) em consultórios dermatológicos é a curetagem, considerada padrão-ouro para esta afecção, que pode ser auto-limitada, e no entanto pode complicar com eczema zação, infecção bacteriana secundária e cicatrizes. Jus fica va: comparar crioterapia com curetagem para o tratamento de molusco contagioso em crianças. Métodos: avaliar a recidiva após o procedimento (15 e 60 dias), efeitos adversos (clínica e relato de pais e pacientes) e dor (escala análogo-visual). Resultados: 31 pacientes divididos entre os dois grupos. A taxa de atopia encontrada foi de 51,6%. Aos 60 dias, a recidiva foi de 47% para curetagem e 7% para crioterapia (p 0,021). Conclusões: atopia foi maior ao estabelecido na literatura. Taxas de recidiva foram expressivamente menores com a crioterapia, que se mostrou ser rapidamente efe va, diminuindo o tempo de a vidade da doença - mostrando-se excelente método para tratamento de MC em crianças. 16 13. DERMATITE NEGLECTA Bonkevitch,F; Souza, PRM; Mosena, G; Damiani, L; Gius na, AD. ISCMPA - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre 14.DIFERENÇAS MORFOMÉTRICAS DE NEVOS COMUNS, NEVOS DISPLÁSICOS E MELANOMAS ATRAVÉS DE ANÁLISE MORFOMÉTRICA NUCLEAR DIGITAL. Götze, F; Goulart, L; Portz, E; Beloto, L; Da Silva,VD. PUCRS - Pon cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Introdução: Derma te neglecta caracteriza-se por ser uma afecção resultante de acúmulo de sebo, corneócitos e bactérias localizadas na pele, além de pomadas ou outros tópicos, formando uma camada compacta e aderente de sujeira. Higiene inadequada em uma área da pele com imobilidade, hiperestesia, trauma anterior ou cirurgia são comumente os fatores desencadeantes. História e manifestações clínicas: Paciente masculino, 62 anos, com lesão no couro cabeludo formada após exérese de carcinoma espinocelular. Ao exame, apresentava extensa placa de super cie escamocrostosa com coloração do marrom ao negro na região fronto-parietal a occipital. Exames: Histopatologia evidenciou hiperpigmentação da camada basal e hiperceratose. Terapêu ca e resultados: Orientação de higiene adequada e remoção mecânica das crostas levou a resolução completa da lesão. Discussão/Conclusão: A derma te neglecta foi descrita pela primeira vez por Poski et al. em 1995. Higiene inadequada em áreas como neoplasia cutânea previamente excisada, dor na área cirúrgica, área perilesional a úlcera de perna são exemplos de locais acome dos. Alguns pacientes, por receio de agravamento de alguma lesão ou de um sintoma qualquer, deixam de manusear ou até evitam um simples toque em uma determinada área da pele, podendo levar a uma significa va redução ou mesmo completa ausência de higiene no local. Uso de tópicos, na medida em que não são removidos, contribui para o agravamento desta afecção. O resultado é o acúmulo de sebo, quera na e outras substâncias em forma de placa pigmentada plana ou verrucosa, com escamas aderentes semelhantes a floco de milho. Quando crianças são acome das, a negligência pode ser involuntária, seja por descuido, falta de atenção ou pressa. Frequentemente, nestas situações os cuidadores, ao serem indagados, relatam higiene normal, dificultando o diagnós co. Jus fica va para apresentação: Demonstrar um caso de rela va dificuldade diagnós ca e de fácil resolução. Introdução/jus fica va: Estudos de imagens com melanócitos, ora propostos, são essenciais para o aprimoramento de técnicas que vão colaborar para mapear a morfologia de células normais, precursoras ou neoplásicas, contribuindo para uma melhor avaliação dessas. Esta ferramenta de análise, caracterizando diferenças entre nevos e melanomas, pode oferecer uma nova técnica nesse campo emergente de análises de imagens digitais, que pretende contribuir para a evolução significa va da histopatologia tradicional com a introdução de métodos quan ta vos e análise de imagem em tempo real na microscopia digital. Materiais e métodos: Os dados foram coletados a par r de amostras preservadas em blocos de parafina do laboratório de Patologia do Hospital São Lucas PUCRS, de biópsias prévias de pacientes subme dos a excisões de nevos comuns, nevos displásicos e melanomas. U lizando o so ware Image Pro Plus 6.0, foram extraídos os dados das variáveis u lizadas para a Análise Morfométrica Nuclear (NMA), que são a área nuclear e as variáveis que compõem o Índice de Irregularidade Nuclear ou NII (Aspect, Area/Box, Roundness and Radius Ra o). Resultados: Não foi observada uma separação clara entre nevos comuns e nevos displásicos. Foi observada heterogeneidade entre os grupos de nevos e melanomas. Discussão/Conclusão: Nosso estudo demonstrou diferenças entre as caracterís cas de nevos displásicos e melanomas nos seus dados morfométricos nucleares, separando os nevos displásicos de melanomas por variáveis de análise morfométrica de área média e porcentagem de núcleos com área acima do valor da média+1DP. Esses resultados podem ser considerados muito importantes para o para potencial uso ao diagnós co e demonstram a aplicabilidade do estudo, já que muitas vezes, como já discu do, na prá ca clínica e da patologia, diferenciar melanomas e nevos displásicos, por vezes, é um desafio diagnós co considerável. O diagnós co correto de um nevo displásico ou de um melanoma implicará em condutas dis ntas, já que apresentam comportamentos biológicos diferentes; o nevo displásico é uma lesão benigna, já o melanoma; uma lesão maligna que implicará em tratamento mais agressivo, além do seguimento periódico do paciente. É possível avaliar a morfologia de células melanocí cas através de análise morfométrica nuclear digital. Foram caracterizadas diferenças morfométricas entre nevos adquiridos comuns, nevos displásicos e melanomas. 15.DIFERENÇAS MORFOMÉTRICAS NUCLEARES ENTRE NEVOS EXCISADOS NO INVERNO E NEVOS EXCISADOS APÓS O VERÃO ATRAVÉS DE FERRAMENTA DE ANÁLISE NUCLEAR DIGITAL. Gotze,FM; Beloto,L; Goulart, L; Portz, E; Da Silva, VD. PUCRS - Pon cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 16. DOENÇA DE DARIER PALMO-PLANTAR Ribeiro, AET; Rizza , K; Silva, ISB; Luzza o, L. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Introdução: Doença de Darier (DD) ou ceratose folicular: genodermatose autossômica dominante rara, que cursa com pápulas cerató cas em tronco superior e eritroniquia longitudinal. 90% dos casos apresentam melhora e controle da doença com re nóides sistêmicos. História e manifestações clínicas: Paciente feminina, 56 anos. Queixa-se de lesões pruriginosas recorrentes no corpo. Duas irmãs com DD. Ao exame: pápulas eritemato-acastanhadas, hipercerató cas em regiões retro-auriculares, inframamárias, membros inferiores e alterações ungueais picas. Histopatologia: hiperceratose, discreta acantose e cera nócitos disceratósicos, acantolí cos formando “corpos redondos” e “grãos”; fendas e lacunas em suprabasal –suges vo de DD. Terapêu ca e resultados: Em sete anos de acompanhamento apresentou controle regular de ceratose folicular com acitre n, via oral, umectante e ceratolí co tópicos. Apresentou dislipidemia, alopécia e cefaléia, controlando os parefeitos do tratamento com o uso em dias alternados. Discussão: A DD é uma doença rara, autossômica dominante com penetrância completa e expressividade variável. Iden ficada mutações no cromossomo 12q23-24, gene que expressa SERCA2 - levando à perda de adesão suprabasal (acantólise) e à apoptose (disceratose). A doença piora no verão: radiação UV, suor e calor são fatores desencadeantes. Curso crônico, sem remissão espontânea e a vidade flutuante. 80% dos pacientes iniciam com a doença na adolescência, com pápulas cerató cas em topografia seborréica. Pode acometer pés e mãos, raramente formando grandes placas. Outras variantes clínicas incluem pos vesico-bolhosos, hipopigmentares, cornificadas, linear ou zosteriforme, aguda e comedogênica. Não há protocolo de tratamento para a doença; os gravemente comprome dos se beneficiam de re nóide sistêmico (isotre noína ou acitre n), com controle da doença em 90% dos casos. Jus fica va para apresentação: clínica rara, topografia a pica e regular resposta terapêu ca. Introdução/Jus fica va: Estudos demonstraram que a radiação UV provoca danos ao DNA e, consequentemente, mutações cumula vas. Esta ferramenta de análise, caracterizando diferenças entre nevos expostos à radiação. Sabe-se que irregularidades nucleares, senescência e apoptose são mecanismos celulares relacionados ao desenvolvimento oncogênico já demonstrados. A demonstração destes achados em exames de análise de imagem pode contribuir para o estabelecimento de novos critérios obje vos na avaliação e possibilidade de verificar o dano celular induzido pela radiação UV em células melanocí cas. Material e Métodos: Os dados foram coletados a par r de amostras preservadas em blocos de parafina do laboratório de Patologia do Hospital São Lucas (HSL) da PUCRS, de biópsias prévias de pacientes subme dos a excisões de nevos comuns, excisados após o verão e após o inverno. U lizando o so ware Image Pro Plus 6.0, foram extraídos os dados das variáveis u lizadas para a Análise Morfométrica Nuclear (NMA), que são a área nuclear e as variáveis que compõem o Índice de Irregularidade Nuclear ou NII (Aspect, Area/Box, Roundness and Radius Ra o). Resultados: Foi observada heterogeneidade entre os grupos de nevos excisados pós inverno e pós verão. Discussão: Uma explicação plausível para o achado, seria que a radiação provoca alterações tardias que se manifestariam e seriam detectáveis pelo método morfométrico de semanas a meses após o dano celular, provocando danos celulares e consequentes variações nas áreas e volumes nucleares que podem ter um significado biológico importante como indução de apoptose, senescência ou outras irregularidades nucleares após serem subme dos à radiação solar. Conclusão: Existem diferenças morfométricas nucleares entre nevos excisados no inverno e nevos excisados após o verão nesse estudo. Foi demonstrada a presença de algumas caracterís cas e irregularidades na morfometria nuclear que poderiam ser provocadas pela radiação solar sobre nevos. 17 17. ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO: TRATAMENTO DAS VERRUGAS VULGARES C O M PA R A N D O A C R I O C I R U R G I A V E R S U S A I M U N O T E R A P I A C O M PROPIONIUMBACTERIUMPARVUM Schmi , IR; Souza, CDA; Watanabe, T; Weber, MB; Soares, AS. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências de Saúde de Porto Alegre 18. ESCALPO E ALOPÉCIA LIPOEDEMATOSA: DOIS ESPECTROS DA MESMA DOENÇA Bonkevitch,F; Schwarzbach, AP; Mosena, G; Rodrigues, CB; de Quadros, M. ISCMPA - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre INTRODUÇÃO Descrito pela primeira vez em 1935 por Cornbleet et al, escalpo lipoedematoso (EL) é uma afecção rara. Atualmente, considera-se que o escalpo e a alopécia lipoedematosa (AL) são dois espectros da mesma doença. Apesar de sua patogênese ainda desconhecida, apresentam achados clínicos e histopatológicos muito caracterís cos como os apresentados no seguinte caso. HISTÓRIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Feminina, 65 anos, apresentou-se com queixa de edema difuso de couro cabeludo e dor ao manuseio dos fios há dois anos. Ao exame, evidenciava edema difuso do couro cabeludo sem áreas de alopécia. EXAMES Ultrassonografia (US) mostrando tecido celular subcutâneo difusamente edemaciado com espessura de 7 mm (usual até 3 mm). A biópsia local evidenciou pele com paucidade de folículos pilosos com presença de adipócitos intradérmicos, compa vel com escalpo lipoedematoso. TERAPÊUTICA E RESULTADOS Ainda não há tratamento defini vo descrito para estas condições. DISCUSSÃO/ CONCLUSÃO Escalpo lipoedematoso é o espessamento do tecido celular subcutâneo do couro cabeludo na ausência de perda de fios. A presença de alopecia adquirida não cicatricial sobre a área espessada é denominada alopecia lipoedematosa. Ambas as condições apresentam maior prevalência em mulheres afro-americanas. Os locais primariamente envolvidos são o vértex e região occipital, podendo haver expansão para o restante do couro cabeludo. Pode haver dor e prurido nas áreas envolvidas. O diagnós co é baseado na clínica e exame anatomopatológico, evidenciando edema do couro cabeludo e espessamento do tecido subcutâneo, respec vamente. Exames de imagem como US e ressonância nuclear magné ca são métodos auxiliares e mostram aumento na espessura do escalpo em torno de duas a três vezes. Seus diagnós cos diferenciais incluem cú s vertex girata e lipomatose encefalocraniocutânea. JUSTIFICATIVA PARA APRESENTAÇÃO Atentar para os aspectos clínicos e histopatológicos dessa en dade dermatológica rara. Introdução e jus fica va para apresentação: Verrugas virais são doença de pele comum, sendo a primeira linha na terapêu ca o uso de medicamentos tópicos e o nitrogênio líquido. Muitas vezes, contudo, estas falham ou causam efeitos adversos que mo vam o abandono do tratamento. A imunoterapia u lizando o imunoes mulante propioniumbacteriumparvum parece ser alterna va eficaz. Materiais e métodos: Ensaio clínico randomizado, não cego, com 42 voluntários. A amostra foi dividida em dois grupos; o primeiro recebeu aplicações de nitrogênio líquido em todas as verrugas das mãos, num total de 5 aplicações em intervalos de 3 semanas; o segundo grupo recebeu aplicações intradémicas do imunoes mulante em apenas uma das lesões, num total de 5 aplicações com intervalos mensais. Foram excluídos os pacientes imunossuprimidos e aqueles que fizeram outros tratamentos em período inferior a 30 dias. Resultados: Quarenta e dois pacientes foram distribuídos, sendo 21 alocados no grupo da imunoterapia e 21 no grupo da criocirurgia. Houve 61,9% de desistência no primeiro (n=13) e 42,9% (n= 9) no segundo. Efeitos adversos principais foram a exsudação (36,4%) e a dor (27,3%) no primeiro, e bolhas (31,6%) e hipocromia (26,3%) no segundo. Vinte pacientes completaram o estudo, sendo 8 do grupo imunoterapia e 12 do grupo criocirurgia. Houve melhora completa em 66,7% dos pacientes no grupo da criocirurgia e em 75,0% no da imunoterapia. Discussão conclusão: A imunoterapia com Propioniumbacteriumparvum pode ser da como opção para tratamento de verrugas vulgares de mãos, pois mostrou-se igualmente eficaz à criocirurgia neste trabalho. O principal bene cio desta é a não destruição dos tecidos, não deixando cicatrizes ou sequelas; em contraste com o uso da criocirurgia, que resultou em hipocromia em 26,6% dos casos. A desistência no grupo da imunoterapia foi maior que no grupo da criocirurgia, em grande parte pela dor da aplicação e pela demora do efeito do imunoterápico. 19. ESTEATOCISTOMA MÚLTIPLO: RELATO DE UM CASO da Silveira, LP; Leite, LL; Scandura, KMP; Lira, FE; Bisch, LKS; HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre 20. FATORES RELACIONADOS ÀS DERMATOSES NÃO-NEOPLÁSICAS EM PACIENTES Transplantados Renais de um Hospital Terciário Bedin, JFS; Marques, FF; Bonamigo, RR; Duquia, RP; Gava,PDB. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Introdução:O esteatocistoma múl plo é uma genodermatose rara, de e opatogenia ainda incerta, cuja apresentação clínica é semelhante a diversas dermatoses comuns. História e manifestações clínicas: Paciente masculino, 26 anos, queixava-se de múl plas lesões nódulo-cis cas na face, tronco e antebraços com evolução de aproximadamente treze anos. Trazia exame histopatológico de outro serviço, confirmando o diagnós co de Esteatocistoma múl plo. Apresentava história familiar posi va para essa dermatose (mãe e irmã). Exames laboratoriais: Exame histopatológico com achado de formação cís ca sem conteúdo localizada na derme, apresentando glândula sebácea na sua parede. Terapêu ca e resultados: Tratamento sistêmico prévio com Isotre noína sem resposta. Optou-se pelo tratamento cirúrgico das lesões maiores em decisão conjunta com o paciente, com plano subseqüente de realizar Laser de CO2. Discussão: A maioria dos casos de esteatocistoma múl plo tem início entre a segunda e terceira década de vida, ocorrendo geralmente de forma esporádica, mas existem relatas de origem familiar com transmissão autossômica dominante. A mutação do gene da quera na 17 tem sido implicada na patogênese, podendo haver associação com paroníquia congênita po 2 e cisto viloso erup vo. Apresenta-se clinicamente na forma de múl plos cistos assintomá cos, de coloração amarelada, variando de tamanho e localizados mais comumente no tronco, membros superiores e região inguinal. Considerando-se a mul plicidade de diagnós cos diferenciais possíveis, deve ser realizado o exame histopatológico, que revela a presença de cistos dérmicos reves dos por epitélio pavimentoso estra ficado, geralmente com glândulas sebáceas na sua parede. As opções terapêu cas são pouco sa sfatórias, incluindo aspiração por agulha, excisão cirúrgica, cor cóide intralesional, crioterapia, laser de CO2 e isotre noína oral. Mo vo da comunicação: Raridade e apresentação clínica caracterís ca. Introdução: Com o passar dos anos tem-se observado um crescimento importante de pacientes com doença renal crônica sendo o transplante renal uma importante opção de tratamento para aqueles que estão em estágio terminal. Com o crescimento do número de indivíduos transplantados renais, um conjunto de doenças dermatológicas tornou-se importante para ser estudada, tanto pela frequência, como pelo nível de modificação da saúde que induz. O conhecimento dos fatores que se relacionam a estas dermatoses, incluindo o provável papel dos imunossupressores, parece ser importante para melhor manter um ó mo nível de assistência aos pacientes. Obje vos: Verificar as prevalências de dermatoses não-neoplásicas em pacientes subme dos a transplante renal atendidos no Ambulatório de Nefrologia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Avaliar a associação entre determinadas dermatoses com medicamentos imunossupressores e com outros fatores. Material e Métodos: Estudo transversal realizado entre fevereiro de 2013 e outubro de 2014, no qual os pacientes transplantados renais foram convidados a responder um ques onário e passar por um exame sico dermatológico completo, a fim de diagnos car a presença de dermatoses não neoplásicas. Resultados: Foram avaliados 790 pacientes transplantados renais, 60% do sexo masculino, todos entre 19-88 anos, 16,2% foram encaminhados pelo nefrologista, os demais foram avaliados ro neiramente após sua consulta nefrológica. As dermatoses mais prevalentes foram: onicomicose, hiperplasia sebácea, queratose ac nica, acne e verruga viral. Houve associação posi va entre a presença de diabetes mellitus e a onicomicose (p < 0,000); o uso de aza oprina (p < 0,000) e de ciclosporina (p < 0,007) e a maior frequência de verrugas virais; o uso de ciclosporina e a presença de hiperplasia sebácea (p < 0,001), de hipertricose (p < 0,000) e de hirsu smo (p < 0,003). A prevalência de acne diminuiu conforme aumenta o tempo de transplante renal (p < 0,000). Conclusão: As dermatoses não neoplásicas são frequentes em transplantados renais ocasionando alta taxa de morbidade. Nosso estudo mostras ser fundamental que os pacientes sejam subme dos a avaliações dermatológicas periódicas de rastreamento para dermatoses e orientados quanto a cuidados em relação a sua saúde cutânea. 18 21. FUSARIOSE EM PACIENTE COM SÍNDROME MIELODISPLÁSICA Durgante, RM; Scandura, KP; Krum-dos-Santos, AC; Horn, R; Bakos, R. HCPA - Hospital de Clinicas de Porto Alegre 22. GRANULOMA ANULAR ELASTOÍTICO GIGANTOCELULAR: APRESENTAÇÃO CLÍNICA INICIAL CARACTERÍSTICA Lira, FE; da Silveira, LL; Garbin, GC; Zampese,MS. HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: Os pacientes imunodeprimidos podem manifestar infecções oportunistas por fungos filamentosos. Dentre esses, devemos atentar para o grupo das hialohifomicoses, que apresenta incidência crescente no Brasil. História e manifestações clínicas: Mulher, 64 anos, portadora de Síndrome Mielodisplásica, queixava-se de lesão dolorosa e quente na face anterior da perna esquerda há um mês. Após 10 dias de tratamento empírico para celulite, houve evolução para placa eritemato-violácea, infiltrada e centro ulcerado. Exames laboratoriais: O exame anatomopatológico mostrou hifas regulares na coloração por Groco . A pesquisa de melanin foi nega va. A cultura foi posi va para fusarium sp. As tomografias computadorizadas de seios da face e tórax não demonstraram alterações. Terapêu ca e resultados: Iniciou-se tratamento com Voriconazol, mas após cerca de dois meses, a paciente evoluiu sem melhora e passou a apresentar complicações infecciosas secundárias à neutropenia e evolução para óbito. Discussão: Fusarium é um gênero de fungos que pode causar um quadro de hialohifomicoses, cuja contaminação pode ocorrer por inalação, ingestão de água contaminada, ferimentos por plantas, uso lentes de contato não higienizadas e via transcutânea. Acomete geralmente indivíduos imunodeprimidos e apresenta clínica variável, e pode surgir manifestações na pele, cera te, sinusite e onicomicose até quadros mais graves de pneumonia e meningoencefalite. A infecção cutânea pode ser superficial, semelhante às dermatofitoses, ou profunda, manifestando-se como celulite, úlceras, abscessos ou granulomas. Para o diagnós co é necessário isolamento do fungo em culturas ou através da histologia. Há resistência a muitos an fúngicos, havendo melhor resposta no tratamento com voriconazol. Neutropenia confere um pior prognós co, sendo indicado tratamento até a recons tuição imune. Jus fica va: Relato de um caso de infecção fúngica oportunista de di cil tratamento em paciente imunodeprimida. Introdução: O granuloma anular elastoí co gigantocelular (GAEG) é uma dermatose incomum, com poucos relatos na literatura, e cuja caracterização tem sido alvo de discussões, sendo considerada en dade nosológica dis nta ou variante do granuloma anular (GA) em áreas fotoexpostas. História e manifestações clínicas: Homem, 67 anos, com histórico de fotoexposição laboral importante, apresenta fotodano intenso e discromia com aspecto poiquilodérmico no tórax anterior e posterior, com inúmeras pápulas eritematosas assintomá cas de 2-8mm de diâmetro, algumas de conformação anular, esparsas e com maior concentração nas áreas paraescapulares laterais. Exames laboratoriais: Estudo histopatológico compa vel com GA, incluindo variante ac nica. Terapêu ca e resultados: Fotoproteção consistente. Discussão/Conclusão: A patogênese do GAEG é desconhecida. Ocorre predominantemente em mulheres brancas de meia-idade com histórico de intensa exposição solar. Apresenta-se como lesões assintomá cas distribuídas principalmente nas áreas cronicamente fotoexpostas. No quadro inicial, podem ser iden ficadas pápulas rosadas ou normocrômicas, isoladas ou em pequenos grupos, antes de coalescerem formando placas anulares. A histopatologia da periferia da lesão é caracterizada por infiltrado granulomatoso sem paliçada na derme superior e média, composto por his ócitos e células gigantes mul nucleadas com fibras elás cas degeneradas no seu interior, processo denominado elastofagocitose. Na zona central há escassez ou ausência de fibras elás cas. O diagnós co é sugerido clinicamente, mas confirmado pela histopatologia. A terapêu ca é desafiadora e diversos tratamentos são propostos com resultados variáveis. Medidas de evitação solar e fotoproteção consistente devem ser associadas. Jus fica va para apresentação: Raridade e apresentação clínica inicial caracterís ca. 23. GRANULOMA ANULAR: UM RELATO DE CASO Pressanto, C; de Morais, J; Seidl, M; Merlo, VFC. UCS - Universidade de Caxias do Sul 24. GRANULOMA TRICOFÍTICO DE MAJOCCHI COM APRESENTAÇÃO EXUBERANTE Schwarzbach, AP; Aguiar, FM; Dornelles, MD; Ferreira, MS; Souza,PRM. ISCMPA - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Introdução: Descrito pela primeira vez em 18953, o granuloma anular (GA) é uma desordem benigna, autolimitada, assintomá ca, rela vamente comum, que pode afetar adultos e crianças, com risco aumentado na população feminina. História e manifestações clínicas: paciente feminina, 72 anos, procurou atendimento em maio de 2015 após o surgimento, há cerca de um ano, de lesões pruriginosas e com ardência pelo corpo, que foram aumentando progressivamente. Histórico de cirrose, cardiopa a isquêmica e diabetes mellitus. Ao exame clínico apresentava lesões anulares e policíclicas, com bordos eritematosos, sem descamação em dorso superior, tórax e ombros. Exames laboratoriais: o anatomopatológico da pele revelou derma te granulomatosa com infiltrado his ocitário inters cial na derme superior, com algumas células gigantes mul nucleadas contendo material elastó cofagocitado e infiltrado inflamatório crônico perivascular com linfócitos e plasmócitos. Fechou-se o diagnós co de granuloma anular. Terapêu ca e resultados: iniciado tratamento tópico com cor cóide oclusivo devido a comorbidades, contudo paciente não retornou para seguimento. Discussão e conclusão: O GA localizado é a forma mais comum e apresenta-se classicamente com placas anulares não descama vas, eritematosas, localizadas em faces dorsais ou laterais de mãos e pés. A forma generalizada (15% dos casos), como na paciente relatada, apresenta-se com inúmeras pápulas eritematosas e placas localizadas em tronco e extremidades. A causa de GA é desconhecida, mas existem fatores potencialmente relacionados com o desenvolvimento da doença, incluindo trauma, picadas de insetos, vacinação, exposição solar, infecções virais, entre outras. Estudos também têm mostrado possível associação em doentes com diabetes mellitus, como observado na paciente descrita. Opções para o tratamento de GA generalizado incluem cor costeroides tópicos, fototerapia e medicações sistêmicas. Jus fica va para apresentação: caso exuberante. Introdução: Tinea corporis é uma das dermatofitoses mais prevalentes, normalmente, restrita a camada córnea. Sua apresentação clínica depende do agente e ológico envolvido e resposta imune do hospedeiro. Descrito pela primeira vez em 1883 por Domenico Majocchi, o granuloma de Majocchi é uma variante clínica rara da nea corporis, frequentemente associado a infecção por Trichopython rubrum. A seguir, reportamos um caso exuberante desta condição. História e Manifestações Clínicas: Masculino, 16 anos, consultou por lesão suprapúbica pruriginosa com 6 meses de evolução. História de diversos tratamentos com an bió cos e cor coides tópicos sem resposta sa sfatória. Ao exame, apresentava nódulos eritematosos formando placa infiltrada na região suprapúbica. Exames Laboratoriais: Exame micológico direto evidenciou hifas artrosporadas, caracterís cas de dermatófito. Terapêu ca e Resultados: Iniciada terbinafina via oral 250mg/dia por 28 dias. Até o momento da submissão, o paciente não havia completado o tratamento. Discussão/Conclusão: Granuloma de Majocchi resulta da infecção da derme e tecido subcutâneo por dermatófitos, levando a foliculite nodular e formação de granuloma de corpo estranho. Pode ser classificado na forma perifolicular e subcutânea nodular. Depilação sobre áreas infectadas por dermatófitos, imunossupressão sistêmica ou local por cor coesteróides tópicos são fatores de risco para desenvolver esta apresentação. Manifesta-se como nódulo, geralmente único, ou pápulas foliculares infiltradas, com localização preferencial nos membros inferiores e na face. O diagnós co é feito por exame micológico direto e cultural e, quando necessário, exame anatomopatológico. Costuma responder somente a an fúngicos sistêmicos. A melhora pode ser lenta, com tendência a recorrência. Jus fica va para apresentação: Normalmente, o granuloma trico co apresenta-se como nódulo único. Relatamos um quadro extenso formando placa em localização não usual. 19 25. GRANULOMATOSE COM POLIANGEÍTE: RELATO DE CASO. Scandura, KMP; De Rossi, SD; Cunha, VT; Durgante, RM; Bakos RM. HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre 26. HANSENÍASE: A GRANDE IMITADORA Aguiar, FM; Dornelles, MD; Ferreira, MS; Stumpf, T; Schwartz, J. ISCMPA - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Introdução: A Granulomatose com Poliangeíte (GPA) é uma vasculite autoimune rara predominantemente de pequenos vasos, com acome mento cutâneo em 40% dos casos. História e manifestações clínicas: Feminina, 29 anos, com púrpura palpável nos membros inferiores, dispnéia, hemop se e oligúria. Ao exame, pápulas purpúricas com centro ulcerado nos membros inferiores e placas violáceas confluentes com ulceração e necrose central no dorso dos pés. Exames: Revelaram nódulos e cavitações no pulmão, insuficiência renal aguda, an corpo an -mieloperoxidase nega vo e an corpo an -citoplasma de neutrófilos com padrão citoplasmá co (CANCA) posi vo (1:40). Havia vasculite leucocitoclás ca na biópsia cutânea e glomerulonefrite pauciimmune crescên ca na renal. Terapêu ca e resultados: Realizou-se pulsoterapia com me lprednisolona (2 ciclos), com regressão do quadro cutâneo. Para controle do quadro renal, fez-se 7 sessões de plasmaférese e um ciclo de ciclofosfamida. Após um mês do tratamento, a paciente faleceu por choque sép co grave de foco pulmonar. Discussão: A GPA pode apresentar-se como vasculite limitada ou sistêmica, comprometendo principalmente os aparelhos respiratório e renal. A manifestação cutânea mais comum é a púrpura palpável. Outros achados possíveis: úlceras orofaríngeas, nódulos subcutâneos dolorosos, pápulas, vesículas, petéquias e úlceras. Encontra-se vasculite leucocitoclás ca em mais de 50% das biópsias de pele. Para diagnós co, a posi vidade para C-ANCA não é essencial. Diagnós cos diferenciais incluem vasculites secundárias a infecções, doenças autoimunes, malignidades e medicamentos. O acome mento pulmonar e renal indica inves gar as vasculites ANCA posi vo. O tratamento, em geral, cons tui-se de: glicocor coides, ciclofosfamida (padrão ouro, maior impacto na mortalidade) e outros poupadores de cor coide. A Plasmaférese é ú l na doença grave. Jus fica va para apresentação: Demonstrar caracterís cas dermatológicas de doença rara. Introdução: Hanseníase é uma doença granulomatosa crônica da pele e de nervos periféricos causada pelo Mycobacterium leprae. A variabilidade de sua expressão clínica decorre do grau de resposta imune do paciente, o que pode dificultar seu diagnós co. História e manifestações clínicas: Mulher, 59 anos, hígida, apresentava lesão anular com bordos papulosos, eritematosos, circinados na perna esquerda, com evolução de um ano. Relatava tratamentos tópicos prévios com cor coides e com an fúngicos, sem sucesso. Exames laboratoriais: O exame micológico direto resultou nega vo. A histologia da lesão evidenciou derma papilar profunda e re cular com focos de infiltrado inflamatório predominantemente his ocitário (granulomas), com células gigantes mul nucleadas, sem necrose, com infiltrado linfocitário periférico. Pesquisa de BAAR foi nega va. Aventou-se a hipótese primária de hanseníase, admi ndo diagnós co diferencial com sarcoidose e, mais remotamente, com granuloma anular. Realizado teste de sensibilidade térmica cujo resultado foi posi vo, corroborando a hipótese primária. Terapêu ca e resultados: Iniciado tratamento quimioterápico para hanseníase paucibacilar. Discussão/Conclusão: A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa de baixa patogenicidade e de alta infec vidade. Face a doença ser considerada endêmica no Brasil, e ainda pela possibilidade de gerar incapacidade sica permanente ao doente e de perpetuar a cadeia de transmissão, ela cons tui um relevante problema de saúde pública, devendo seu diagnós co ser precoce, o que, todavia, é dificultado pelo seu polimorfismo. A apresentação clínica varia conforme a resposta imune do paciente; manchas, pápulas, placas, nódulos e até áreas com infiltração difusa podem ser observados. Jus fica va para apresentação: O presente caso visa ressaltar a necessidade de incluir a hanseníase no diagnós co diferencial, evitando assim o retardo no início de seu tratamento. 27. HISTOPLASMOSE CUTÂNEA PRIMÁRIA: RELATO DE CASO Naspolini, AP; Barone, CR; Santos, MF; Cartell, AS; BAKOS, RM. HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre 28. LÍQUEN AUREUS E SEUS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Pereira, CR; Ribeiro, AET; Bonamigo, RR. UFCSPA - Universidade federal de ciências da saúde de Porto Alegre Introdução: A histoplasmose é uma micose sistêmica causada pelo Histoplasma capsulatum. O envolvimento cutâneo primário é raro, sendo a imunossupressão um fator de risco relevante. História e manifestações clínicas: Mulher, 49 anos, hipertensa, diabé ca, transplantada renal, em uso de prednisona 5mg/dia e de micofenolato. Apresentava-se inicialmente com febre, dor no joelho direito há 7 dias e lesões crostosas na perna direita há 10 dias. Ao exame, 2 nódulos úlcerados levemente infiltrados, circundados por halo eritematoso, medindo de 0,5-1cm na mama direita e na face anterior de perna direita. Apresentava sinais clínicos de artrite no joelho direito. Após 7 dias, apresentou novos nódulos subcutâneos no tronco e membros, além de crescimento dos prévios. Exames laboratoriais: Radiografia de tórax sem alterações e artrocentese suges va de artrite rea va. Anatomopatológico (AP) de lesão no braço esquerdo evidenciou inflamação crônica supura va com necrose central em derma e hipoderma, BAAR, culturais nega vos, coloração para fungos com esporos e raros brotamentos, sugerindo histoplasmose. Terapêu ca e resultados: Infiltração ar cular com cor coide. Tratamento com Anfotericina B por 21 dias, seguido de Itraconazol 400mg/dia com resposta completa. Discussão/Conclusão: A histoplasmose cutânea primária é extremamente rara, mais comum em pacientes imunossuprimidos, sendo a maioria dos infectados assintomá ca ou com sintomas discretos. As lesões cutâneas podem variar de pápulas, placas, nódulos, úlceras a lesões vegetantes. No AP pode haver infiltração por macrófagos contendo histoplasma, sendo a cultura o principal exame para o diagnós co. Infecção osteoar cular é incomum na histoplasmose, sendo a artrite rea va já descrita em relatos prévios. O tratamento consiste em anfotericina B seguida de itraconazol por 12 meses. Jus fica va para apresentação: Caso de histoplasmose cutânea primária com manifestação ar cular em paciente transplantada renal. Introdução: O Líquen aureus foi primeiramente descrito em 1958 por Marten. É um sub po raro, entre as derma tes purpúricas pigmentadas crônicas. Consiste em lesão solitária nas extremidades inferiores, embora padrões segmentares e lineares tenham sido relatados. As placas são acastanhadas ou violáceas com tonalidade dourada. O quadro é assintomá co, crônico e geralmente benigno. História e manifestações clínicas: Paciente feminina, 30 anos, foto po III, uso prévio de progestágeno injetável, apresentando mancha linear purpúrica com base acastanhada em terço superior da coxa anterior direita há um ano, assintomá ca. Exames laboratoriais: O exame anatomopatológico revelou derma te crônica do po liquenóide com discreto extravasamento de hemácias, compa vel com derma te purpúrica pigmentada. Exames laboratoriais de ro na sem alterações. Terapêu ca e Resultados: Optou-se pelo uso de Fludroxicor da, associado à administração oral de Vitamina C. A paciente foi reavaliada em 15 dias, apresentando pouca resposta ao tratamento inicial. Discussão/Conclusão: O LA em geral se manifesta como uma afecção resistente aos tratamentos usuais, apesar disto, o curso natural da doença tem-se mostrado lento e com bom prognós co, havendo melhora da maioria dos casos em dois ou três anos. Há relatos recentes de melhora com o uso de PUVA ou inibidores da calcineurina. Entre os diagnós cos diferenciais destacam-se as outras derma tes purpúricas pigmentadas, como a doença de Shamberg, doença de Majocchi, derma te liquenóide purpúrica pigmentada de Gougerot e Blum e púrpura eczematóide de Doukas-Kapetanakis, além das derma tes de estase, derma tes de contato purpúricas, traumas, púrpura causada por drogas, micose fungóide e formas a picas de his ocitose. O diagnós co é clinico e histopatológico, entretanto, mais recentemente, o dermatoscópio tem se mostrado como uma ferramenta ú l ao dermatologista. Jus fica va para a apresentação: Raridade e exuberância clínica. 20 29. LÍQUEN ESCLEROATRÓFICO DE LOCALIZAÇÃO ATÍPICA Stumpf, T; Mosena, G; Rodrigues, CB;Schwarzbach, AP; De Villa, D. ISCMPA - Irmandade Santa Casa de Porto Alegre 30. LIQUEN ESCLEROSO EM MULHER MENOPAUSADA COM MANIFESTAÇÕES GENITAIS, ORAIS E CUTÂNEAS Ribeiro, AET; Rizza , K; Lorentz, GS; Weber, MB 1, Zampese, M. UFSCPA - Universidade Federal de Ciências de Saúde de Porto Alegre, HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: O líquen escleroatrófico (LEA) é uma dermatose inflamatória benigna infrequente. Afeta principalmente mulheres, com maior incidência em pré-púberes e na pós-menopausa. Em 83% a 98% dos casos, a apresentação é anogenital, evoluindo para deformidade e estenose do introito vaginal. Relatamos caso de LEA extragenital. História e manifestações clínicas: Mulher, 69 anos, com lesões pruriginosas no dorso há 2 meses. Ao exame, apresentava pápulas eritemato-acinzentadas, cerató cas, confluentes formando placa liquenificada na região lombar. Exames: Histopatologia evidenciou derma te liquenóide com dano vacuolar e esclerose da derme papilar, melanófagos dérmicos, hipergranulose e hiperceratose mais acentuada nos ós os foliculares, corroborando o diagnós co de LEA. Terapêu ca e resultados: Prescrito calcipotriol e betametasona pomada por 30 dias. Aguardamos retorno em consulta. Discussão/Conclusão: LEA exclusivamente extragenital ocorre em apenas 2,5% dos casos. A e ologia permanece desconhecida. Associação com doenças autoimunes, principalmente alopecia areata e vi ligo, ocorre em torno de 30% dos pacientes, com 79% de posi vidade para auto-an corpos. Estudo recente com 472 indivíduos, encontrou maior frequência de LEA em pacientes com esclerodermia do que na população geral, apontando possível mecanismo autoimune comum. Hipóteses como causas gené cas, hormonais e trauma são menos citadas. Clinicamente, apresenta máculas ou placas com aspecto de “papel de cigarro” no tórax, dorso, pescoço, membros superiores e face. Vesículas e bolhas já foram relatadas. A primeira linha de tratamento cons tui-se em cor cóides tópicos de alta potência. Inibidores da calcineurina, cor cóides orais, ciclosporina e NB-UVB também podem ser usados. Jus fica va para apresentação: Apresentação extragenital isolada do LEA, como no caso relatado, representa uma dermatose rara, devendo ser reconhecida para facilitar o diagnós co e manejo dos casos. Introdução: O líquen escleroso (LE) é uma rara doença inflamatória crônica que afeta principalmente a região anogenital de paciente menopausadas. O acome mento extra genital do LE pode ocorrer em 20% dos casos, principalmente nos estágios avançados. História e Manifestações clínicas: Mulher, 72 anos, com pápulas len culares e atróficas na axila esquerda e região suprapúbica além de mancha acrômica escleró ca e sinéquias em vulva e períneo; Nota-se também ao exame placas acinzentadas assintomá cas na cavidade oral. Exame Histopatológico: hiperceratose, discreta atrofia epidérmica, degeneração vacuolar da camada basal, hialinização da derme superficial e infiltrado linfocitário na derme re cular. Terapêu ca e Resultados: Ins tuído clobetasol e tacrolimus, pomadas, com resposta parcial. Discussão: O envolvimento da mucosa oral, isoladamente ou em conjunto com outras formas de LE é extremamente raro, e existem menos de 30 casos descritos na literatura. As lesões orais aparecem como manchas brancas ou placas re culadas e podem ter ulceração. A área mais comum de acome mento é o lábio inferior e essas podem ser sintomá cas. O acome mento genital associa-se ao prurido, ardor e/ou dispareunia. A atrofia pode ocorrer tardiamente podendo causar sinéquias e disfunção do trato geniturinário. A evidência atual para o tratamento do LE genital é limitada e suporta a eficácia de clobetasol, mometasona, e pimecrolimus tópicos. Além de tratar os sintomas, o obje vo é manter a funcionalidade do trato geniturinário. Não há consenso sobre o tratamento para LE oral e na maioria dos casos não é necessário, pois as lesões são assintomá cas e o bene cio é apenas para o controle dos sintomas. A complicação mais temida nos casos de LE é a malignização. Es ma-se um risco 4,4% em LE vulvar; entretanto em regiões oral e extragenital os dados sobre este risco são escassos na literatura. Jus fica va para a apresentação: Raridade do caso e exuberância da manifestação clínica. 31. LÍQUEN NÍTIDO DISSEMINADO Porciuncula, NP; Pellizzari, AC; Rampon, G; Henkin, CS; Laranjeira, HA, Jr. HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS 32. LÍQUEN NÍTIDO DISSEMINADO NA INFÂNCIA: DESAFIO CLÍNICO E TERAPÊUTICO San n, JT; Aquino, AC; Luzza o,L; Bonamigo, RR. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre INTRODUÇÃO: Líquen ní do é caracterizado pela presença de pequenas lesões papulares normocrômicas, brilhantes e geralmente assintomá cas. Apresentam-se de forma localizada e raramente disseminadas. Trata-se de uma patologia idiopá ca pouco comum e de curso clínico imprevisível, tendendo a cura ao longo dos anos. HISTÓRIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Paciente masculino, 13 anos, com pequenas lesões papulares normocrômicas, brilhantes e não confluentes, assintomá cas, que surgiram primeiramente nas pernas com posterior disseminação para todo o corpo, poupando couro cabeludo, palmas e plantas. Evolução de um ano. EXAMES LABORATORIAIS: O exame anátomo-patológico revelou um infiltrado dérmico linfohis ocitário bem delimitado, papilas dérmicas hiperplásicas, paraceratose e atrofia epidérmica suprajacente. Achados caracterís cos no líquen ní do. TERAPÊUTICA E RESULTADO: Tratado com cor cóide tópico. Obteve remissão completa e sustentada das lesões em um mês. DISCUSSÃO: Mais comum em adultos jovens e crianças, o líquen ní do é uma patologia benigna de pele pouco comum, crônica e idiopá ca. Tem tendência a remissão espontânea, mas há relato de uso de an -histamínicos, cor costeróides tópicos e sistêmicos, re nóides, ciclosporina, entre outros, como terapia. Caracteriza-se por pequenas pápulas circunscritas, normocrômicas, brilhantes, não confluentes. Podem apresentar prurido, apesar de assintomá cas na sua grande maioria. Apresentam-se de forma localizada (preferência por tronco, membros superiores, região genital) e raramente disseminadas. O tratamento é preconizado com finalidade no alívio dos sintomas, quando presentes, e melhora do aspecto esté co cutâneo. JUSTIFICATIVA: Trazer ao conhecimento dos dermatologistas a rara apresentação clínica de uma dermatose pouco comum. Introdução: Líquen ní do é uma erupção crônica rara. A forma generalizada é ainda mais incomum. Não há consenso sobre seu tratamento. Este trabalho traz o relato de doença disseminada na infância e aborda a problemá ca do seu manejo. Relato: Feminina, cinco anos, com lesões pruriginosas pelo corpo há quatro meses. Familiar relatava acome mento inicial de braços e abdome, com progressão para outras áreas. Ao exame: pápulas normocrômicas, achatadas, brilhantes, de 1 a 2 mm de diâmetro, distribuídas pela face, região cervical, tronco e membros. Foi observado o fenômeno de Köebner em certas topografias. Exames: Histopatologia revelou pele com infiltrado linfóide em derme papilar em agregados arredondados, circundados por cones interpapilares. Terapêu ca: Desonida 0,05% em creme, em áreas alternadas. O retorno da paciente é aguardado para avaliação da resposta. Discussão: Líquen ní do é uma erupção crônica incomum, mais prevalente em crianças e adultos jovens. Manifesta-se por pápulas pequenas, normocrômicas, brilhantes, localizadas preferencialmente em genitália, tórax, abdome e membros superiores. A forma generalizada é rara. Pode ser pruriginosa. Caracteriza-se, histologicamente, por infiltrado linfo-his ocitário bem delimitado, in mamente ligado à epiderme, em configuração de “bola na mão fechada”. O controle da doença generalizada e sintomá ca é um desafio, pois não há consenso. A evolução a pica pode necessitar de abordagem agressiva. Há relatos do uso de cor costeróides, an -histamínicos, inibidores tópicos da calcineurina, ciclosporina, tuberculostá cos, etre nato, itraconazol, dinitroclorobenzeno tópico, UVB narrowband e PUVA. O caso retrata criança extensamente acome da, há quatro meses sem resolução sa sfatória do quadro, gerando grande ansiedade nos familiares. Deve-se aprimorar a abordagem terapêu ca da doença, ainda mais di cil nesta faixa etária e com este grau de comprome mento. Jus fica va: Exuberância clínica e desafio terapêu co. 21 33. LÍQUEN PLANO ANULAR DISSEMINADO - UMA APRESENTAÇÃO RARA Rodrigues, CB; Bonkevitch, F; Aguiar, FM; Mosena, G;de Carvalho, AVE. ISCMPA - Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre 34. LIQUEN PLANO ERUPTIVO EM CRIANÇA COM DERMATITE ATÓPICA: RELATO DE CASO Bevilaqua, M; Bau,AEK; Lorenzini,D; Soares,AS; Weber,WB. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre INTRODUÇÃO: O líquen plano (LP), uma dermatose inflamatória mucocutânea, afeta 0,2% a 1% da população adulta, principalmente, entre a 5ª e 6ª década de vida. Sua patogênese ainda não foi bem definida; acredita-se que linfócitos T a vados são recrutados para a junção dermo-epidérmica, induzindo a apoptose de quera nócitos basais. Entre as apresentações, há o LP anular, responsável por 10% dos casos. Lesões picas da doença ocorrem nas axilas, pênis, extremidades e região inguinal. Relatamos um caso de LP anular disseminado, condição rara na literatura. HISTÓRIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Homem, 42 anos, previamente hígido, apresentava placas anulares eritemato-violáceas e brilhantes, pruriginosas, com centro levemente atrófico em membros e dorso dos pés há 6 meses. Negava uso de fármacos ou infecções associadas. EXAMES LABORATORIAIS: Histopatologia com hiperqueratose, acantose irregular, liquefação da camada basal e infiltrado linfocitário em faixa na junção dermo-epidérmica, sugerindo LP. TERAPÊUTICA E RESULTADOS: Iniciado Prednisona 60mg/dia por 10 dias com melhora das lesões e do prurido. No momento, há o descalonamento do cor coide. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: O LP vincula-se a vírus, drogas e alergenos de contato. Há associações entre o vírus da hepa te C e vacinas contra hepa te B e influenza. Entre as drogas, estão beta-bloqueadores, iECAs, AINES, me ldopa, penicilamina e an maláricos. Inúmeros tratamentos foram descritos, porém a terapia padrão permanece sendo cor coesteroides tópicos e sistêmicos, re nóides e fototerapia. Ciclosporina, tacrolimus e biológicos são novas opções em estudo. A recorrência de LP é observada em 12% dos casos. O paciente mostrou melhora importante com cor coide, sem recidivas até então. JUSTIFICATIVA PARA APRESENTAÇÃO: Trata-se de um caso com apresentação a pica e exuberante de LP em paciente sem fator desencadeante aparente, alertando a necessidade do diagnós co correto e do tratamento precoce. O líquen plano (LP) é uma doença mucocutânea inflamatória aguda de curso clínico arrastado rara em crianças. Apresenta-se na pele com pápulas e placas achatadas pruriginosas que se resolvem após um período de meses a anos, deixando uma hiperpigmentação residual. A apresentação clínica é variável e possui diferentes sub pos, sendo, na infância, o papular localizado ou disseminado o mais frequente, seguido do erup vo.Feminino, oito anos, portadora de derma te atópica, há um mês com pápulas poligonais planas, purpúricas, pruriginosas e dolorosas, que surgiram de forma progressiva em membros inferiores (pés e pernas), tronco anterior e posterior (figuras 1 e 2) e em menor quan dade em membros superiores (figuras 3 e 4). Sorologias para Hepa te, HIV, Sífilis e FAN não reagentes; Citomegalovírus IgM não reagente, IgG reagente, Epstein Barr Virus IgM não reagente IgG reagente; TSH e T4 livre, função hepá ca e renal normais, assim como hemograma, plaquetas, G6PD, ASLO, exame comum de urina, urocultura e RX de tórax. O histopatológico (HP) evidenciou hiperceratose, hipergranulose, acantose irregular, degeneração vacuolar da camada basal, incon nência pigmentar e denso infiltrado inflamatório liquenóide em derme superficial. Recebeu tratamento com desonida 0,05% em cursos de dez dias con nuos com pausa de dez dias, hidroxizine, dapsona e prednisona.O LP erup vo recebe este nome devido a disseminação ampla e rápida das lesões e afeta o tronco, punhos e dorso dos pés. O HP é caracterís co e diagnós co. Fatores desencadeantes são infecções bacterianas, virais e também após vacinas. Necessita tratamento sistêmico (inclui cor costeróides, dapsona, metotrexato e em alguns casos acitre n ) associado ao tópico. Neste caso, houve excelente resposta à associação destes. Os diagnós cos diferenciais incluem pi ríase liquenóide, líquen escleroso, pi ríase rósea, e erupção liquenóide a drogas. Trata-se de um caso com apresentação clínica a pica de LP. 35. LIQUEN PLANO LINEAR EM CRIANÇA: RELATO DE CASO Bevilaqua, M; Bau, AEK; Soares, AS; Simon, RD. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 36. LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO SOBREPOSTO A QUADRO DE VITILIGO VULGAR GENERALIZADO: RELATO DE CASO Stramari, JM; Cappelle , T;Lages, LN; Chemello, RL; Bortoluzzi, JS. UFSM - Universidade Federal de Santa Maria, HUSM - Hospital Universitário de Santa Maria O liquen plano (LP) é uma dermatose inflamatória aguda que a nge pele, membranas mucosas e unhas.Na pele, apresenta pápulas poligonais violáceas, escamosas que involuem após meses ou anos com hiperpigmentação.Mais raro, pode apresentar placas lineares que seguem as linhas de Blaschko (LB), denominado líquen plano linear (LPL). Masculino, onze anos, há dois anos com placa composta de pápulas violáceas hiperceratósicas seguindo linhas de Blaschko em região supra-mamilar esquerda, estendendo-se à face posterior (linha axilar esquerda) do mesmo (Figura 1) e também outra placa linear, semelhante, porém inver da, localizada abaixo da primeira e estendendo-se da região infra-mamilar esquerda até a linha média axilar do mesmo lado (figura 2).A hipótese diagnós ca de LPL foi confirmada por exame histopatológico que con nha infiltrado mononuclear liquenóide disposto em banda sobre a derme papilar, vacuolização na camada basal, incon nência pigmentar e melanófagos dérmicos (figura 3).Exames laboratoriais como hemograma, VHS, PCR, função hepá ca e renal, exame comum de urina, sorologias para HIV e hepa tes e G6PD foram normais.Foi tratado com valerato de betametasona e gentamicina com melhora.O LP é uma enfermidade pouco frequente na infância, suja patogênese pode ser mediada por um ataque auto-imune de células T CD8 contra os quera nócitos basais levando a apoptose celular em resposta a agentes virais, medicamentos, alérgenos e neoplasias.Em menos de 0,2% dos casos as lesões se distribuem ao longo das LB.A histopatologia descrita é clássica no LP e confirma o diagnós co no caso descrito.O tratamento é feito com cor costeróide tópico e eventualmente oral, podendo-se u lizar dapsona, metotrexato, além de an -histamínico via oral como coadjuvante, no entanto, a hiperpigmentação pode permanecer.O diagnós co diferencial se dá com psoríase linear, NEVIL, Blaschkite e doença de DarierWhite.Apresentamos este caso por ser variante clínica rara de LPL. INTRODUÇÃO O Vi ligo é uma doença que se caracteriza pela destruição sele va de melanócitos, causando despigmentação da pele. Uma das hipóteses propostas para o seu desenvolvimento seria a autoimunidade, pela qual o paciente também estaria predisposto a apresentar outras doenças autoimunes, como Lúpus eritematoso (LE). HISTÓRIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Paciente masculino, 57 anos, com diagnós co de Vi ligo vulgar generalizado (VVG) há 5 anos, iniciou, há 8 meses, com lesões eritemato-crostosas nas bordas das lesões de vi ligo, somente em áreas fotoexpostas. EXAMES Realizou biópsia, apresentando epiderme re ficada exibindo hiperceratose com plugging folicular e alteração vacuolar de interface com ocasionais quera nócitos basais necró cos. A derme mostrava infiltrado inflamatório perivascular superficial e perifolicular rico em plasmócitos e linfócitos, além de ectasia dos vasos superficiais e elastose. Os achados eram suges vos de LE. Solicitados an corpos, com posi vidade para FAN (1/640 pon lhado grosso), an -Ro e an cardiolipina IgM. Exames laboratoriais evidenciaram trombocitopenia e linfopenia. TERAPÊUTICA E RESULTADOS O quadro cutâneo de LE, acrescido de FAN, an -Ro e an -cardiolipina IgM reagentes, além das alterações hematopoié cas, levou ao diagnós co de LE sistêmico sobreposto a um quadro de VVG, sendo iniciado Hidroxicloroquina 400mg/dia. DISCUSSÃO O surgimento de lesões de LE em áreas fotoexpostas de Vi ligo pode ser explicado pela fotossensibilidade comum nas duas doenças. Como o vi ligo tem sido associado a outras doenças autoimunes, a triagem para estas condições deve ser sempre considerada. Por esta razão, é importante ao médico assistente lembrar destas associações, que, se não diagnos cadas e tratadas corretamente, podem afetar a saúde geral do paciente e causam morbidade significa va. JUSTIFICATIVA Apesar de o vi ligo estar frequentemente relacionado com doenças autoimunes, a coexistência de Vi ligo e LE é rara. 22 37. MANIFESTAÇÃO CUTÂNEA DE MIELOMA MÚLTIPLO Grings, AL; Soares, AS; Bevilaqua, M; Bonamigo, RR. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre , ADS Ambulatorio Dermatologia Sanitária 38. MARCADORES DE RISCO PARA NEOPLASIAS CUTÂNEAS EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL: ESTUDO COM 790 PACIENTES Marques, LF; Bedin, JFS; Bonamigo, RR; Duquia, RP; Braga o, ACB. UFCSPA - Universidade Fundação de Ciências Médicas de Porto Alegre Fundamentos: O envolvimento cutâneo no Mieloma Múl plo (Mm) é raro, acontece por infiltração direta de células tumorais ou como síndrome paraneoplásica e está relacionado à carga tumoral alta e a um pior prognós co. Pacientes com diagnós co de Mm que iniciam com lesões novas na pele devem ser inves gados à procura de progressão da doença sistêmica. Mo vo da comunicação: raridade da apresentação Relato: Paciente feminina, 71 anos, com diagnós co de Mm – IgG transplantado de medula óssea e há três meses com quadro de eritema, prurido e edema em membro inferior direito, manejado inicialmente como um quadro de erisipela sem melhora. As lesões eritematosas difusas inicialmente, se tornaram mais localizadas. Ao exame sico, apresentava pápulas e nódulos violáceos na região pré- bial e no tornozelo direitos. A confluência das lesões formava tumorações. Foi realizada biópsia, anatomopatológico apresentou proliferação de plasmócitos com aspecto de maturação intermediária e inúmeras mitoses, a imunoistoquimica foi posi va para CD138, CD38, CD56 que são marcadores de plasmócitos e Kappa que é marcador de neoplasia, Lambda e CD19 foram nega vos, resultado compa vel com mieloma de células plasmá cas. Discussão: As manifestações cutâneas em gamopa as são extremamente infrequentes, porém pode ser observada em qualquer neoplasia de células plasmá cas como mieloma múl plo, leucemia de células plasmá cas, etc. Podem corresponder a diferentes en dades, podem ser lesões primárias, metastá cas, por con guidade, paraneoplásicas ou até associada a drogas. O Mieloma Múl plo com lesões secundárias extramedulares, como no caso descrito, são a causa mais infrequente de lesões cutâneas em Mieloma Múl plo, correspondem a cerca de 2% dos casos. O tratamento é realizado de acordo com o sub po e extensão do quadro, caso apresente apenas lesões cutâneas, no momento, pode ser tentado tratamento com radioterapia. A paciente do caso se encontra em inves gação e reestadiamento da doença, a procura de possível recidiva sistêmica, para então se programar a melhor abordagem. INTRODUÇÃO: Os principais fatores de risco para câncer de pele são idade avançada, foto po baixo, história de neoplasia, exposição à radiação UV e infecção pelo papilomavírus. Nos receptores de transplante renal, a imunossupressão prolongada é fator de risco adicional a este po de neoplasia. Poucos estudos avaliaram marcadores de risco para neoplasias cutâneas em pacientes receptores de transplante renal. Este estudo verificou estas possíveis relações. MÉTODOS: Estudo transversal conduzido de abril de 2013 a novembro de 2014. Avaliaram-se pacientes, com 18 anos ou mais, acompanhados no Ambulatório de Transplantes da Nefrologia do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Um ques onário foi aplicado e após feito exame do tegumento cutâneo-mucoso, por dermatologista. Os testes esta s cos para análise dos dados foram: Teste de tendência linear: associação entre prevalência de neoplasia e tempo de transplante e Teste exato de Fisher: associação entre neoplasias e sirolimus e entre neoplasias e marcadores cutâneos de fotodano. Houve significância esta s ca quando p < 0.05. RESULTADOS: Foram incluídos 790 pacientes e 81 apresentavam neoplasia cutânea (10,8%). O carcinoma epidermóide foi o mais observado (46%). O foto po predominante foi o Fitzpatrick II (36,08%). Com relação aos marcadores de fotodano, 69 apresentavam lesões em áreas fotoexpostas (85%). Detalhando, 25,23% de pacientes com elastose da nuca ou cú s romboidalis, 19,03% de pacientes com elastose solar em outras regiões, 15,37% pacientes com poiquilodermia, 17,10% pacientes com melanose solar na face e 17,87% de pacientes com melanose solares no dorso das mãos. Todos estes marcadores foram associados à neoplasia cutânea na amostra, com p< 0,0001. Houve relação posi va entre presença de neoplasia cutânea e maior tempo de transplante. Não houve associações com uso específico de algum imunossupressor, mas 85% dos pacientes com neoplasia cutânea não usaram sirolimus. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: A forte relação vista entre a presença de câncer de pele e os marcadores de fotodano pode facilitar a ação preven va e servir como definidor de risco. Informações sobre fatores de risco devem ser orientadas, sobretudo acerca da exposição solar, devido à forte relação observada entre marcadores de exposição solar e câncer de pele.Verificou-se baixo número de pacientes usuários de sirolimus, imunossupressor protetor para lesões neoplásicas cutâneas. 39. MELANOCITOSE DÉRMICA ADQUIRIDA EM LOCALIZAÇÃO INCOMUM Barone, CR; Cartell, AS; Zampese, M. HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre 40. MELANOMA CUTÂNEO ACRAL COM METÁSTASE PARA MÚSCULO OCULAR RETO SUPERIOR Paludo, N; Menego o, R; Oliveira, J; Götze, F. PUCRS - Pon cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Introdução: A melanocitose dérmica (MD) inclui diversas lesões pigmentadas benignas, caracterizadas pela presença de melanócitos na derme e cor cinza ou azulacinzentada. História e manifestações clínicas: mulher de 51 anos, foto po V, com manchas escuras no dorso desde a adolescência, assintomá cas e estáveis, sendo queixa esté ca. No exame sico havia cinco manchas azul-acinzentadas no dorso, com diâmetros entre 3 e 12 cm, predominantemente nas regiões interescapulares. No tórax anterior, apresentava duas manchas semelhantes, simétricas, próximas à topografia do músculo peitoral maior. Exames: Anatomopatológico: epiderme normal e melanócitos maduros espalhados na derme, próximos a fibras elás cas e feixes de colágeno, compa vel com MD. Terapêu ca e resultados: sem tratamento até o momento Discussão/Conclusão: As MD compreendem formas congênitas e adquiridas, caracterizadas pela presença de células dendrí cas derivadas de melanócitos que migram da crista neural para a epiderme. A histologia é similar e sua diferenciação baseia-se nas caracterís cas clínicas. A forma adquirida é rara e ocorre principalmente na face de mulheres asiá cas. A localização extra-facial é raríssima, podendo localizar-se no dorso, membros ou extremidades, surgindo na infância ou início da vida adulta, como no caso que relatamos. A MD costuma ser benigna, mas há raros casos de melanoma associado a nevo de Ito. Sua patogênese é pouco compreendida, tendo sido propostas várias hipóteses. De acordo com a teoria mais aceita, ela ocorre quando os melanócitos dérmicos imaturos pré-existentes são rea vados por fatores como estrógeno, luz solar ou inflamação. O tratamento é desafiador, pela profundidade e extensão das lesões. Podem ser usados despigmentantes tópicos. O laser Q-switched tem se mostrado seguro e eficaz para atenuar ou eliminar a melanocitose dérmica, podendo ocorrer discromia transitória. Jus fica va para apresentação: raridade e exuberância clínica. Introdução: Metástase de melanoma em órbita ocular é infrequente, correspondendo de 3 a 20% das metástases locais. Contudo, quando há envolvimento ocular, frequentemente o paciente apresenta doença metastá ca disseminada e um pior prognós co. História e manifestações clínicas: Paciente feminina, 45 anos, branca, apresentou lesão cutânea suspeita de melanoma em pé esquerdo. Após três meses da biópsia excisional, observou-se nódulo em região inguinal. Realizou-se ampliação de margens de lesão primária e pesquisa de linfonodo sen nela, sendo subme da a linfadenectomia inguinal radical unilateral após confirmação de melanoma em 2 de 3 linfonodos. Foi classificada como T3b N2 Mx. Após 6 meses, retornou com edema periorbital e hiperemia em olho esquerdo, sendo subme da a TC e RNM de órbita e de crânio. Exames: AP evidenciou melanoma cutâneo de espalhamento superficial, ulcerado, Clark 4, Breslow 3,2mm, 3 a 4 mitoses por mm2, ausência de regressão, ausência de invasão perineural e vascular e ausência de satelitose. A imunohistoquímica apresentou metástase de melanoma em 1 de 8 linfonodos inguinais. A RNM evidenciou lesão expansiva intraorbitária à esquerda, pós-septal, comprometendo o músculo reto superior, com captação de gadolínio. A biópsia evidenciou neoplasia maligna e a imunohistoquímica confirmou o melanoma metastá co. Terapêu ca e resultados: Após a linfadenectomia inguinal radical unilateral, foi tratada com Interferon em alta dose por 2 semanas e manutenção por 12 meses. Não pode ser subme da a demais tratamentos, pois evoluiu com metástase disseminada, insuficiência respiratória e óbito. Discussão/Conclusão: Evidencia-se a importância de avaliar os dados clínicos, uma vez que a apresentação de sinais e sintomas oculares podem estar associados a doença sistêmica metastá ca. Jus fica va para apresentação: Apresentação incomum e catastrófica da metasta zação do melanoma cutâneo para região ocular e a sua importância clínica para o conhecimento médico. 23 41. METÁSTASE DE MELANOMA EM PERICÁRDIO COM TAMPONAMENTO CARDÍACO Pellizzari, AC; Porciuncula, N; Benede , S; Belli, F; Gotze, FM. PUCRS - Pon cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 42. NECROBIOSE LIPOÍDICA EM PACIENTE NÃO DIABÉTICO: RELATO DE CASO Silva, JM; Tedesco, J; Silva, RC. UCS - Universidade de Caxias do Sul INTRODUÇÃO: Melanoma Maligno (MM) é a causa mais frequente de metástase neoplásica para o coração. Em estudos de autópsias, MM tem mostrado taxas de metástases para o coração maiores que 50%, embora raramente são diagnos cadas antes da morte, devido a ausência de sintomas. HISTÓRIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Masculino, 59 anos, apresentou lesão cutânea primária de melanoma maligno em 2009. Em, 2011, realizou quimioterapia palia va com dacarbazina e interferon. Houve progressão das lesões cutâneas e o paciente recebeu tratamento com Ipilimumab. Após 3 anos desenvolveu quadro de ICC descompensada acompanhada de tamponamento cardíaco. No exame sico apresentava edema de membros inferiores, e na pele, máculas hipercrômicas suges vas de metástase de MM em membros superiores e tórax e manchas hipocrômicas vi ligóides em antebraços. Apresentava áreas de pigmentação capilar enegrecidas, mescladas com a canície. EXAMES LABORATORIAIS: AP lesão primária: MM do po ulcerado, Breslow 4,35 mm, Clarck IV, índice mitó co 8/10, com invasão angiolinfá ca e lesões satélites. ECG de repouso com baixa voltagem.Tomografia de tórax: derrame pleural bilateral associado a derrame pericárdico espesso. Ecocardiograma: derrame pericárdico volumoso com sinais de tamponamento. Citológico do líquido pericárdico posi vo para células malignas, compa vel com metástase de melanoma. TERAPÊUTICA E RESULTADOS: Realizada pericardiocentese com drenagem de 1800 mL com boa evolução. Está em protocolo de pesquisa para iniciar Pembrolizumab. DISCUSSÃO: O diagnós co de metástase de melanoma maligno deve ser suspeitado em pacientes que desenvolvem falência cardíaca, alterações de ritmo ou de condução ou derrame pericárdico. O diagnós co usualmente pode ser confirmado por ecografia transtorácica. JUSTIFICATIVA: O médico deve estar atento para o reconhecimento de sinais e sintomas cardíacos que podem significar presença de metástases cardíacas que implicará em abordagens muitas vezes emergenciais. INTRODUÇÃO: a necrobiose lipoidica (NL) é uma doença granulomatosa crônica da pele de ocorrência rara. Ocorre frequentemente em associação com diabetes mellitus, o que explica o uso no passado do termo “necrobiose lipoídica diabe corum”. Contudo, também pode afetar pacientes livres dessa endocrinopa a. Acomete principalmente jovens e adultos de meia idade e é mais comum em mulheres. HISTÓRIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Paciente feminina, 21 anos, procurou atendimento por apresentar lesões pruriginosas, associadas a ardência e algia em membros inferiores, que iniciaram oito meses antes da consulta. Sem outras comorbidades. Ao exame clínico apresentava manchas acastanhadas, xerose e varizes em membros inferiores. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: a patogênese da NL não é clara. Inicialmente pode ser assintomá ca, com pápulas ou placas irregulares, confluentes, com atrofia e telangiectasia central, de coloração amarelo-rosa ou vermelhoacastanhada, mais frequentemente na região pré- bial. O diagnós co é feito com base nos achados clínicos e histopatológicos. Não há cura para NL e o tratamento visa o controle dos sinais e sintomas e resolução de quadros ulcera vos. No caso dessa paciente, os exames laboratoriais afastaram a hipótese de NL associada ao diabetes mellitus. EXAMES LABORATORIAIS: resultados dentro da normalidade, incluindo glicemia em jejum. Anatomopatológico da pele evidenciou derma te granulomatosa com infiltrado his ocitário inters cial na derma com algumas células gigantes mul nucleadas, fibrose hialinizada e infiltrado inflamatório crônico, compa vel com necrobiose lipoídica. TERAPÊUTICA E RESULTADOS: Iniciado tratamento com ciclos de clobetasol e tacrolimus por dois meses. O desfecho não pôde ser analisado pois a paciente mudou-se, impossibilitando o acompanhamento. JUSTIFICATIVA PARA APRESENTAÇÃO: apresentar um caso de manifestação inicial de uma dermatose pouco comum em paciente não diabé co. 43. FUSARIOSE EM PACIENTE COM SÍNDROME MIELODISPLÁSICA. Rochele Machado Durgante, Karina Pinheiro Scandura, Ana Carolina Krum dos Santos, Roberta Horn, Renato Bakos HCPA - Hospital de Clinicas de Porto Alegre 44. NECROSE ADIPOSA DO RECÉM NASCIDO: UM RELATO DE CASO Naspolini, AP; Barone, CR; Scandura, KMP; Fabbrin, AR; Bakos, RM. HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: Adiponecrose neonatal (AN) é uma condição rara que afeta recémnascidos (RN) a termo nas primeiras semanas de vida, acompanhada de complicações perinatais, sendo a hipotermia um fator desencadeante potencial. Estresses impostos à gordura fetal resultam na cristalização, lesão de adipócitos e inflamação granulomatosa. História e manifestações clínicas: RN a termo desenvolveu parada cardiorrespiratória (PCR) rever da na sala de parto, seguida de hipotermia terapêu ca pós-PCR. Apresentou crise convulsiva, sepse, hipoglicemia, hipercalcemia (9,4mg/dL) e plaquetopenia (13mil/mm3). No 2° dia de vida, desenvolveu placa elevada eritematoviolácea no dorso, de 5x3cm, amolecida e dolorosa. Exames laboratoriais: Sorologias para infecções neonatais e culturais nega vos. Ecografia da lesão evidenciou imagem ecogênica de halo hipoecogênico e sem fluxo vascular. Biópsia do dorso: extensas áreas de necrose de coagulação do tecido adiposo na hipoderme, compa vel com AN. Terapêu ca e resultados: Transfusão de plaquetas e controle sérico de cálcio. Discussão/Conclusão: A AN caracteriza-se por paniculite lobular autolimitada formando nódulos a placas circunscritas, eritematovioláceas e móveis no tecido subcutâneo, geralmente com evolução benigna e resolução completa em meses. Hipercalcemia é uma complicação que pode causar sintomas cons tucionais e até PCR. Ocorre pelo aumento da absorção intes nal de cálcio es mulado pela produção extrarrenal de calcitriol pelos macrófagos a vados nas áreas de paniculite. A trombocitopenia resulta do sequestro subcutâneo de plaquetas. Deve-se ins tuir medidas de suporte até a resolução do quadro. É necessário seguimento de lesões extensas com controle sérico de cálcio até os 4 meses de vida. Nos casos graves indica-se cor coides sistêmicos para controle da inflamação. O diagnós co diferencial deve incluir esclerema neonatal e paniculite pós-esteróides. Jus fica va para apresentação: Importante diagnós co diferencial no RN. Introdução: Os pacientes imunodeprimidos podem manifestar infecções oportunistas por fungos filamentosos. Dentre esses, devemos atentar para o grupo das hialohifomicoses, que apresenta incidência crescente no Brasil. História e manifestações clínicas: Mulher, 64 anos, portadora de Síndrome Mielodisplásica, queixava-se de lesão dolorosa e quente na face anterior da perna esquerda há um mês. Após 10 dias de tratamento empírico para celulite, houve evolução para placa eritemato-violácea, infiltrada e centro ulcerado. Exames laboratoriais: O exame anatomopatológico mostrou hifas regulares na coloração por Groco . A pesquisa de melanin foi nega va. A cultura foi posi va para fusarium sp. As tomografias computadorizadas de seios da face e tórax não demonstraram alterações. Terapêu ca e resultados: Iniciou-se tratamento com Voriconazol, mas após cerca de dois meses, a paciente evoluiu sem melhora e passou a apresentar complicações infecciosas secundárias à neutropenia e evolução para óbito. Discussão: Fusarium é um gênero de fungos que pode causar um quadro de hialohifomicoses, cuja contaminação pode ocorrer por inalação, ingestão de água contaminada, ferimentos por plantas, uso lentes de contato não higienizadas e via transcutânea. Acomete geralmente indivíduos imunodeprimidos e apresenta clínica variável, e pode surgir manifestações na pele, cera te, sinusite e onicomicose até quadros mais graves de pneumonia e meningoencefalite. A infecção cutânea pode ser superficial, semelhante às dermatofitoses, ou profunda, manifestando-se como celulite, úlceras, abscessos ou granulomas. Para o diagnós co é necessário isolamento do fungo em culturas ou através da histologia. Há resistência a muitos an fúngicos, havendo melhor resposta no tratamento com voriconazol. Neutropenia confere um pior prognós co, sendo indicado tratamento até a recons tuição imune. Jus fica va: Relato de um caso de infecção fúngica oportunista de di cil tratamento em paciente imunodeprimida. 24 45. OSTEOMA CUTIS MILIAR FACIAL Ferreira, MS; Mosena, G; Aguiar, FM; Dornelles, MD; Souza, PRM. Santa Casa - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre 46. PAPILOMATOSE CONFLUENTE E RETICULADA DE GOUGEROT-CARTEAUD Mosena, G; Bonkevitch, F; Rodrigues, CB; Aguiar, FM; Schwartz, J. ISCMPA - Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Introdução: Osteoma cu s miliar é uma en dade rara e benigna, definida como formação óssea localizada na derme ou hipoderme. Clinicamente, apresenta-se com múl plas pápulas firmes na face que podem ser normocrômicas, hipocrômicas ou violáceas. Afeta principalmente mulheres de meia-idade com história de acne. História e manifestações clínicas: Paciente feminina, branca, 69 anos, apresentava pápulas normocrômicas, algumas eritematosas, agrupadas, assintomá cas na região malar e bucal há cerca de 10 anos. Negava história de afecção inflamatória prévia. Exames laboratoriais: Exame histopatológico mostrou tecido ósseo maduro na derme e na hipoderme. Aspectos correspondem a osteoma. Terapêu ca e Resultados: Paciente foi encaminhada para cirurgia. Discussão / conclusão: Osteoma cú s é um tumor benigno de tecido ósseo limitado à derme e à hipoderme. Os casos são classificados como primários, nos quais não há lesão prévia, ou secundários, consequentes a processos inflamatórios ou neoplásicos, podendo o osteoma cú s miliar corresponder a ambas classificações. O diagnós co é realizado com base nos achados histopatológicos e nos exames de imagens. O tratamento de escolha é cirúrgico, porém há relatos na literatura de efeitos benéficos com o uso de tre noína tópica em casos superficiais. Jus fica va do trabalho: Afecção pouco compreendida e rara. Introdução: A papilomatose confluente e re culada (PCR) foi descrita em 1927 por Gougerot e Carteaud. Dermatose rara, atualmente é considerada uma alteração da quera nização ou resposta anormal da pele à Malassezia sp. História e manifestações clínicas: Masculino, branco, 20 anos, há 1 ano apresentava pápulas e placas descama vas confluentes de aspecto rendilhado no abdome e tórax. Realizou tratamento para pi ríase versicolor com an fúngico, sem melhora. Exames: Micológico direto com pesquisa de Malassezia sp nega vo. Histopatologia evidenciou mínima papilomatose, acantose e ceratose, compa vel com diagnós co de PCR. Terapêu ca e resultados: Azitromicina 500mg ao dia por 3 dias, novo ciclo em 7 dias, com resolução completa do quadro. Discussão/Conclusão: A PCR de GourgeroutCarteaud é uma dermatose com maior incidência dos 10 aos 36 anos, mais frequente em mulheres e melanodérmicos, com tendência à obesidade. Casos familiares foram descritos, porém pode ser esporádica. Clinicamente, apresenta pápulas e placas verrucosas, planas, acastanhadas, que se tornam confluentes e de aspecto re cular. Localizam-se nas regiões interescapular, epigástrica e intermamária. Hipóteses como deficiência de vitamina A, fatores gené cos, fotossensibilidade, anormalidades endócrinas, reação tecidual à colonização por Malassezia sp, estafilococos ou Propionibacterium acnes e defeitos da quera nização tentam explicar a e ologia. Pi ríase versicolor é o principal diagnós co diferencial, mas acantose nigricante, amiloidose cutânea, derma te seborréica e desordens da quera nização devem ser lembradas. À histopatologia apresenta hiperceratose, papilomatose irregular, acantose e hipogranulose. Tratamentos propostos incluem an bió cos, calcipotriol e re nóides. Este caso apresentou evolução sa sfatória após uso de azitromicina. Jus fica va para apresentação: Relato de uma doença rara e muitas vezes erroneamente diagnos cada devido à similaridade com outras dermatoses. 47. PAPILOMATOSE CONFLUENTE E RETICULAR DE GOURGEROT CARTEAUD da Silva, RC; Magro, ACD; Merlo, VFC; Pressanto, C; Tomazzoni,JM. IUCS - Universidade de Caxias do Sul 48. PEELING DE ÁCIDO TIOGLICÓLIDO COMO TERAPÊUTICA EFETIVA PARA HIPERCROMIA PÓS INFLAMATÓRIA Horn, R; Reinehr, C; Boza, J. HCPA - Hospital de Clinicas de Porto Alegre Introdução: A papilomatose confluente e re culada de Gougerot e Carteaud (PCR) é dermatose rara, de e ologia obscura, descrita em 1927 pelos dermatologistas franceses Gougerot e Carteaud. Acomete mais frequentemente mulheres, entre 10 a 35 anos e foto pos altos (IV a VI). Os indivíduos acome dos apresentam tendência à obesidade e pele seborréica. Sugere-se associações com endocrinopa as ou atopia. Relato de Caso: Paciente feminina, 16 anos, há cerca de 5 anos com manchas hipocrômicas descama vas no tronco e raiz dos membros, e placas hipercrômicas hiperceratósicas na região cervical e infra-axilar bilateral. Trazia exame micológico posi vo para Malassezia e havia realizado diversos ciclos de tratamento com an fúngicos orais e tópicos, sem resposta. Exame histopatológico de dois fragmentos mostrou hiperceratose, papilomatose e discreta acantose epidérmica focal. Diante disso, fechou-se o diagnós co de papilomatose confluente e re culada de GougerotCarteaud. Iniciou-se tratamento com minociclina 100mg 2 vezes ao dia, tre noína tópica e creme emoliente, com boa resposta. Discussão: Os três elementos diagnós cos da PCR incluem: Clínica - lesões papilomatosas de coloração marromclara, centro confluente e re culadas na periferia; Microbiologia - exame direto e biópsia sem evidências de infecção fúngica; e Histologia - hiperqueratose, papilomatose, acantose, adelgaçamento da granulosa e escasso infiltrado superficial inflamatório perivascular. Pode ocorrer hiperpigmentação da camada basal. Distúrbios endócrinos como obesidade, resistência insulínica, síndrome de Cushing e disfunções reoideanas, foram sugeridos como fatores associados à PCR. O principal diagnós co diferencial se faz com a pi ríase versicolor. Acredita-se que a PCR não seja tão rara quanto citada, mas sim sub-diagnos cada. Não há terapêu ca padrão por se tratar de doença com e ologia obscura. Diversos agentes foram u lizados com resultados variáveis. Peróxido de benzoíla, lactato de amônio, ureia, tre noína, clindamicina e análogos de vitamina D foram relatados com uso tópico. Entre os tratamentos sistêmicos, minociclina, etre nato e isotre noína são os mais u lizados. O uso de an fúngicos tópicos ou sistêmicos pode ser considerado quando há dúvida no diagnós co diferencial com p ríase versicolor. Jus fica va: Apresentar um caso de uma dermatose rara, de di cil diagnós co diferencial e possivelmente subdiagnos cada. Introdução: A hipercromia pós inflamatória (HPI) é sequela importante de dermatoses inflamatórias. O ácido oglicólico a 30% aplicado na forma de peeling é descrito como opção terapêu ca. Relatamos um caso de hipercromia pós inflamatória após quadro de líquen plano extenso, tratado com peelings seriados de ácido oglicólico. História e manifestações clínicas: Mulher, 54 anos, apresentando lesões cutâneas pruriginosas com evolução de 7 meses. Ao exame, pápulas violáceas liquenoides nos membros superiores, tronco e pescoço. Exame Anatomopatológico: Biópsia da lesão foi compa vel com líquen plano. Terapêu ca e resultados: Iniciado tratamento com prednisona 20 mg/dia. Três meses após a conclusão do tratamento, a paciente apresentava apenas HPI nas pernas. Foi iniciado o tratamento da HPI com creme de Hidroquinona 4% e ácido glicólico 10% por 4 meses, porém não apresentou resposta. Após, fez uso da fórmula de Kligman (hidroquinona 4% + tre noína 0,05% + fluocinolona 0,01%) por 3 meses, também com pouca resposta. Devido à ineficácia dos tratamentos, foi iniciado peelings seriados de ácido oglicólico (TA) 30%, com intervalos de duas semanas, começando a aplicação durante 2 minutos, e aumentando gradualmente 3 minutos do tempo a cada sessão, até 15 minutos. Foram realizadas 6 sessões. Uma fórmula contendo TA 1,5% e ácido tranexâmico 3% foi associada para uso diário à noite, e foi orientada proteção solar intensiva. A paciente apresentou ó ma resposta com o tratamento, especialmente na região pré- bial, bilateralmente. Discussão e Conclusão: No tratamento das hipercromias pós inflamatórias diversos agentes tópicos com ação despigmentante podem ser u lizados. A resposta aos tratamentos é variável e depende de diversos fatores. No caso relatado, como a HPI não apresentou resposta sa sfatória com uso da fórmula de Kligman, foi optado pela realização de peelings seriados de ácido oglicólico 30%, com intervalos quinzenais, e foi realizada associação com despigmentante tópico, demonstrando bom resultado. Frente aos achados, consideramos que o peeling de ácido oglicólico pode ser um aliado terapêu co no tratamento de HPI resistentes. Jus fica va para apresentação: Não existem relatos prévios na literatura de tratamento de HPI com ácido oglicólico. A apresentação deste caso pode significar nova oportunidade de tratamento para pacientes que, como a aqui apresentada, não ob veram resultados sa sfatórios com a terapia padrão. 25 49. PÊNFIGO BENIGNO CRÔNICO FAMILIAR: DOENÇA DE HAILEY-HAILEY Bonkevitch, F; Ferreira, MS; Stumpf, T; Schwarzbach, AP; Schwartz,J. ISCMPA - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre 50. PERFIL DE 527 PACIENTES COM MELANOMAS CUTÂNEOS TRATADOS NO HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUC-RS Gotze, FM; Menego o, RG; Caruso, P; Bressani, R; Oliveira, J. PUCRS - Pon cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Resumo INTRODUÇÃO Descrito pela primeira vez em 1939 por Howard e Hugh Hailey, pênfigo benigno crônico familiar ou doença de Hailey-Hailey (DHH) é uma genodermatose autossômica-dominante, que caracteriza-se por erosões e vesículas em áreas intertriginosas, especialmente axilas e virilhas. HISTÓRIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Masculino, 49 anos, caucasiano, apresentou-se com queixa de lesões dolorosas de dois anos de evolução. Ao exame: placas eritematosas com algumas fissuras, áreas cerató cas e bolhas na periferia da região axilar e interglútea. EXAMES Biópsia compa vel com dermatose acantolí ca supra-basal e imunofluorescência direta sendo testadas IgA, IgG, IgM, C1q, C3c e fibrinogênio, resultando nega vo na sua totalidade. TERAPÊUTICA E RESULTADOS Optado por tratamento com doxiciclina 200 mg/dia por 10 dias, com redução para 100 mg/dia nos próximos 50 dias. Paciente evoluiu com remissão completa das lesões. DISCUSSÃO/ CONCLUSÃO DHH afeta principalmente pacientes entre os 20 e 40 anos. Alguns fatores desencadeantes já são bem conhecidos: gestação, menstruação, infecções cutâneas, traumas, suor excessivo e exposição à radiação UV. A patogênese deve-se a mutações no gene ATP2C1 que induzem depleção de Ca+2 no complexo de Golgi celular, o que prejudica a adesão dos quera nócitos, resultando em acantólise. Na histopatologia, esta se revela na camada supra-basal e ocorre formação de bolha intra-epidérmica. O tratamento é feito com cor coides e an bió cos tópicos e nos casos de maior extensão an bió cos orais. Nos refratários, têm se estudado o uso de toxina botulínica e exérese, porém sem consenso na literatura até o momento. O diagnós co correto bem como ins tuição da terapêu ca adequada são fundamentais na DHH. JUSTIFICATIVA PARA APRESENTAÇÃO Raridade do caso e a necessidade de ins tuição de tratamento adequado, devido principalmente ao prejuízo na qualidade de vida dos pacientes. INTRODUÇÃO: O Melanoma cutâneo apresenta a maior taxa de mortalidade entre os tumores de pele. Apesar de ter um aumento da incidência, coexiste uma melhor taxa de sobrevida por diagnós cos mais precoces atualmente. JUSTIFICATIVA: Avalição dos dados epidemiológicos, clínicos e histopatológicos em um serviço de referência na região Sul do Brasil. O mapeamento das caracterís cas do melanoma cutâneo é importante para melhor conhecimento da enfermidade em nossa região. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo retrospec vo que avaliou pacientes com melanoma atendidos no Serviço do Hospital São Lucas da PUC-RS no período entre 2007 e 2014. Foram avaliados no total 527 pacientes quanto à epidemiologia, dados clínicos e variações da histologia como índice de Breslow, nível de Clark, presença de ulceração e regressão. RESULTADOS: Na amostra 56,16% dos pacientes eram do sexo feminino e 43,83% masculinos. A maior prevalência foi em indivíduos entre 41 e 70 anos(68,5%), sendo a média de idade 55 anos. Quando a variável estudada foi a cor, pacientes caucasianos foram a maioria (96,2%). O tronco foi o local mais afetado (46,11%). O sub po histológico mais prevalente foi o melanoma de espalhamento superficial (292 casos). Quanto à espessura a maioria dos pacientes (36%) foram classificados com Breslow até 1mm. DISCUSSÃO: A epidemiologia do melanoma de nossa casuís ca está de acordo com outros estudos, se mostrando mais comum em caucasianos, com idade superior a 50 anos e mais prevalente no sexo feminino. CONCLUSÕES: O estudo mostra a importância do diagnós co e tratamento precoce, visto que as lesões iniciais devidamente tratadas acarretam menor impacto na morbidade, menor necessidade de procedimentos invasivos e melhor qualidade de vida. O conhecimento das caracterís cas da população regional com melanoma é essencial para melhor controle e novos estudos da enfermidade. 51. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS ALTERAÇÕES DERMATOLÓGICAS OBSERVADAS EM MULHERES EM PERÍODO DE PUERPÉRIO IMEDIATO ATENDIDAS NO HOSPITAL SÃO JOSÉ, EM CRICIÚMA, SANTA CATARINA Mildner, NM; Sco , GB; Blanco, LFO; Silva, CR; Santos, ES. UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas , UNESC Universidade do Extremo Sul Catarinense Resumo 52. PIEBALDISMO Bomfim, AEA; Dornelles, SIT; Grings, AL; Chesky, C; Dengo,ACS. ADS - Ambulatório de Dermatologia Sanitária Paciente 4 anos, masculino, procedente de Porto Alegre. Mãe referia desde nascimento mancha branca na fronte e mecha de cabelo branco em área próxima a mancha. História familiar: Mãe, avô materno e vários os apresentam manchas acrômicas difusas, sendo que muitas lesões apresentam ilhotas de manchas hipercrômicas no centro das máculas. Exame sico: foto po III, mácula acrômica triangular na fronte com pequena hipercromia central, associada área de mecha de cabelo branca e leucotriquia medial das sobrancelhas. Mácula acrômica no cotovelo esquerdo. Todas as lesões assintomá cas e estáveis desde o nascimento. Paciente apresenta desenvolvimento normal e adequado para a idade. Exame sico da mãe: mancha hipocrômica triangular na face. Máculas acrômicas nas faces anteriores e laterais com ilhotas hipercrômicas principalmente nas bordas das lesões. Refere que apresenta mecha de cabelo branco, mas que encobre a mesma com ntura de cabelo. Avaliação o almólogica, otorrinológica de ambos é normal. Baseado no quadro clínico, realizamos o diagnós co de Piebaldismo. Revisão: Piebaldismo ou albinismo parcial, doença rara, autossômica dominante na qual ocorre desordem do desenvolvimento dos melanócitos. A apresentação mais comum é área triangular acrômica localizada na fronte associada à despigmentação dos cabelos (poliose). História familiar posi va e nunca envolve qualquer órgão, exceto a pele, diferindo do vi ligo total. Apresenta áreas despigmentadas no tórax, abdome e membros e lesões irregulares com máculas hipercrômicas tanto na pele despigmentada quanto na pele sadia. Pode estar associada a outras síndromes como Woolf, Waardenburg e Tietz. As opções de tratamento são: fotoproteção, PUVA, enxerto cutâneo e transplante de melanócitos. Conclusão: Jus fica-se o relato desse caso por tratar-se de uma doença incomum e também para orientar profissionais dermatologistas quanto ao diagnós co diferencial com vi ligo, sendo este úl mo uma doença frequente no co diano do dermatologista. Introdução: Durante o período gestacional, o corpo feminino passa por profundas alterações hormonais e mecânicas, em que a pele também sofre alterações. Jus fica va: O obje vo deste trabalho visa conhecer a prevalência das principais alterações dermatológicas no período gestacional de gestantes atendidas no Hospital São José, de Criciúma-SC. Materiais e Métodos: Estudo transversal com 188 gestantes. Foram entrevistadas e examinadas as mulheres em período de puerpério imediato no Hospital São José, de Criciúma, Santa Catarina, no mês de dezembro de 2010. Foram estudadas as seguintes variáveis: idade; peso antes e ao ?nal da gestação; número de gestações; queda de cabelos; alterações ungueais; manchas de pele; aparecimento de estrias ou pápulas pruriginosas. Resultados: Foram iden ?cados 104 casos de estrias (55,31%) e 61 casos de melasma (32,44%). Os locais de maior frequência de estrias foram em abdome 71 (51,45%), seios 35 (25,36%), nádegas 8 (5,8%) e pernas 24 (17,39%). A distribuição do melasma foi mais frequente em região centro-facial 52 (77,61%) e em região malar 7 (10,44%). Discussão/Conclusão: Pacientes jovens, que veram maior ganho ponderal, foram as mais acome das com estrias. Melasma acometeu pouco mais de um quarto da amostra e ocorreu com maior frequência em gestantes de faixa etária mais baixa. 26 53. PITIRÍASE LIQUENÓIDE E VARIOLIFORME AGUDA EM CRIANÇA: APRESENTAÇÃO DE CASO Mariani, LG; Lipnharski, C; Menegazzo, MS; Luzzato, L; BAU, AEK; UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 54. PITIRIASE RUBRA PILAR TIPO 4 NA PRIMEIRA INFANCIA: RELATO DE CASO Bevilaqua, M; Bonamigo,RR; Bau,AEK; Silva ,IS; Simon, RD. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre A pi ríase rubra pilar (PRP) é uma dermatose inflamatória eritêmato-pápuloescamosa rara, de e ologia desconhecida.Afeta os ambos os sexos e todas as raças, comdistribuição bimodal. Ocorre em crianças (primeira década de vida) – forma familiar e adultos (quinta década de vida) - esporádica.Masculino, 4 anos, previamente hígido, há 18 meses com fissuras cutâneas, placas hipercerató cas palmoplantares e em dorso das ar culações interfalangeanas, joelhos e cotovelos (fotos 1,2,3,4), que surgiram sete dias após infecção intes nal Recebeu tratamento prévio com calcipotriol + betametasona e mometasona, sem melhora.A histopatologia (HP) evidenciou hiperceratose, hiperplasia psoriasiforme e vasos sanguíneos superficiais dilatados. Está em tratamento tópico com emolientes com discreta melhora. PRP é autossômica dominante na maioria dos casos, e as formas 1 e 2 são denominadas clássicas e picas do adulto; 3, 4 e 5 estão em jovens.O po 4, juvenil localizado, corresponde a 25% dos casos e ocorre principalmente em prépúberes.Cursa com placas eritêmato-descama vas restritas aos cotovelos e joelhos e hiperceratose palmoplantar, com curso de surtos e remissões. Apesar de ser uma forma mais comum em crianças pré-puberes, o paciente deste caso apresenta quadro dermatológico altamente suges vo de PRP po 4. A HP não é uniforme e possui paraceratose e ortoceratose; alguns casos com eosinófilos e acantólise focal. O tratamento da PRP ainda é um desafio, pois a doença é rara e estudos clínicos para tal são de di cil execução. Alguns pacientes respondem à terapia tópica com emolientes, ceratolí cos e cor costeroides, enquanto outros necessitam de tratamento sistêmico, como re nóides, imunossupressores) e fototerapia, além disto, esta dermatose pode ainda ter resolução espontânea. Em nosso relato a terapia tópica não alterou quadro clínico. Trata-se de um caso de PRP po 4,dermatose rara e de terapêu ca desafiadora. Introdução: A Pi ríase Liquenóide é uma afecção incomum e de e ologia incerta. A forma aguda é chamada de Pi ríase Liquenóide e Varioliforme Aguda (PLEVA) e caracteriza-se pela presença de máculas eritematosas que evoluem para pápulas, formando vesículas ou pústulas no centro, que posteriormente evoluem para crostas; as lesões apresentam-se em diferentes estágios concomitantemente. O diagnós co é feito pela correlação clínico-patológica. A terapêu ca é variada, em geral a doença é autolimitada e apresenta curso benigno. História e manifestações clínicas: Paciente feminina, 6 anos, previamente hígida, com erupção cutânea súbita de máculas eritematosas que evoluíram para pápulas e crostas, há 20 dias, difusas, pruriginosas, que aumentaram de número. Negou outros sintomas associados. Formulou-se a hipótese diagnós ca de PLEVA e realizou-se biópsia de lesão. Exames: Exames laboratoriais e sorologias sem alterações. Resultado anatomopatológico confirmou a suspeita diagnós ca. Terapêu ca e resultados: Prescrito Eritromicina 40mg/Kg/dia, Desonida 0,05% nas lesões mais a vas e curso de prednisolona 20mg por 7 dias. Paciente apresentou evolução clínica favorável, com melhora significa va das lesões. Discussão/Conclusão: Através da avaliação clínica e da análise anatomopatológica de biópsia da lesão, pode-se firmar o diagnós co de PLEVA. A patogênese ainda permanece obscura, dificultando o manejo da doença. Cor coesteróides tópicos e sistêmicos podem ser úteis. A Eritromicina é u lizada em crianças como terapia de primeira linha. A PLEVA tende a evoluir favoravelmente, porém há possibilidades de recidiva e agravamento, necessitando acompanhamento prolongado dos pacientes. Jus fica va: Por tratar-se de uma afecção incomum e muitas vezes confundida com outras doenças dermatológicas, o diagnós co de PLEVA pode ser dificultado, postergando o início da terapêu ca adequada. 55. PORFIRIA CUTÂNEA TARDA COM MANIFESTAÇÕES ESCLERODERMIFORMES da Porciuncula, NP; Pellizzari, AC; Rampon, G; Henkin, CS; Souza, PRM; HSL-PUCRS - Hospital São Lucas da PUCRS 56. PORFIRIA ERITROPOIÉTICA CONGÊNITA E CÂNCER DE MAMA NO HOMEM: RELATO DE CASO da Silva, JB; dos Santos, ACK; Souza, PRM. SCMPA - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre INTRODUÇÃO: Porfiria cutânea tarda acomete principalmente adultos. É causada pela deficiência, hereditária ou adquirida, da enzima urogênio-descarboxilase. De início geralmente gradual, os pacientes apresentam fragilidade da pele nas áreas expostas. As lesões mais comuns são bolhas tensas e erosões. Quando regridem formam cicatrizes atróficas rosadas. Também podem ser encontradas: mília, heliotrópio, hipermelanose marrom, hipertricose da face. Menos comumente podem haver lesões semelhantes à esclerodermia. HISTÓRIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Paciente feminina, 67 anos, há seis anos com diagnós co de hemocromatose, sem acompanhamento. Apresenta desde o início desse período erosões e manchas hipercrômicas no dorso das mãos, hipertricose na face e placas amareladas, endurecidas à palpação, na região cervical. EXAMES LABORATORIAIS: Anátomopatológico da região cervical: esclerose dérmica marcada. Aumento plasmá co de ferro e ferri na, bem como do hematócrito. Teste urinário com lâmpada de Wood demonstrando fluorescência vermelho-alaranjada. TERAPÊUTICA E RESULTADO: Em tratamento com sangrias terapêu cas e an malárico. DISCUSSÃO: Na Porfiria Cutânea Tarda, além das conhecidas manifestações, placas esclerodermiformes podem ocorrer em percentual que varia de 1,6 a 18% dos doentes. Geralmente se desenvolvem após longa evolução da doença. As placas são branco-amareladas, endurecidas e podem surgir nas áreas fotoexpostas ou protegidas. A associação com esclerodermia é rara - importante informação diante desse po de lesão. JUSTIFICATIVA: Apresentar uma incomum manifestação cutânea da Porfiria Cutânea Tarda. Introdução A porfiria eritropoié ca congênita ( Doença de Gunter – DG) é uma doença gené ca extremamente rara, caracterizada por fotossensibilidade cutânea com lesões deformantes, alterações esquelé cas, hepatoesplenomegalia, e alterações hematológicas. O câncer de mama masculino ( CMM) é uma neoplasia rara, perfazendo 1% dos cânceres de mama na população; Até a presente data, associação entre essas duas doenças não foi relatada na literatura. 2. História e manifestações clínicas Paciente de 47 anos, masculino, cirró co, desde os 2 anos apresenta lesões bolhosas e fotofobia. Refere história prévia de CMM, tratado com mastectomia total. Nega história familiar de ambas as condições. Ao exame sico, apresentava microstomia, pele escleró ca na face e no dorso das mãos, anoníquia e absorção das falanges distais dos dedos das mãos. 3. Exames laboratoriais Urina vermelha ao exame com lâmpada de Wood (controle verde). Coproporfirina na urina de 24h: posi vo. Porfirina na urina de 24h: Posi vo. Hemograma e leucograma normais. 5. Discussão / Conclusão A DG é uma doença autossômica recessiva muito rara, causada por diminuição da a vidade da enzima uroporfirinogênio III sintase. Suas manifestações clínicas, que começam logo após o nascimento, incluem fotossensibilidade cutânea severa, bolhas, erosões, crostas e ulcerações, seguidas por extensas cicatrizes e deformações, principalmente das mãos, além de eritrodon a, acro-osteólise e anormalidades esquelé cas, anemia hemolí ca, hepatoesplenomegalia, hidropsia fetal e mudanças na coloração da urina. O diagnós co pode ser estabelecido por análise das porfirinas, bem como por estudos de DNA. Até o momento, a associação entre DG e CMM não foi documentada. A ocorrência de CMM é rara (1% dos cânceres de mama) e geralmente encontrada em mutações familiares BRCA1 e BRCA2. A ocorrência de ambas as doenças em um mesmo paciente é, no mínimo, curiosa, sendo necessários mais estudos para determinar se há nexo causal entre essas patologias. 6. Jus fica va para apresentação Relatar um caso de porfiria eritropoié ca congênita, associada a câncer de mama masculino, ambas doenças muito raras. 27 57. QUANDO O MELANOMA MALIGNO CUTÂNEO PODE SER CONSIDERADO GIGANTE? RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA Silva; ISB; Souza, BS; Muller, KR; Weber, MB. UFCSPA - Universidade Federal de Ciencias de Saude de Porto Alegre 58. REAÇÃO MEDICAMENTOSA POR DICLOFENACO EM GEL E VERRUGAS VIRAIS APÓS TRATAMENTO San n, JT; Gauer,TB; Silva,IL; Aquino, AC; Bonamigo, RR. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, UCS Universidade de Caxias do Sul, FURG - Fundação Universidade Federal do Rio Grande Introdução: o melanoma maligno representa 75% das mortes por câncer de pele; há raros relatos de melanoma gigante (MG); MG é u lizado para descrever os casos nos quais seu maior diâmetro possui mais de 10 cen metros. Mo vo da comunicação: expor caso raro de MG, sem evidências clínicas de metástases e com presença de lesão concomitante, já no momento do diagnós co. História e clínica: paciente feminina, 58 anos. Mancha com 13 cm no maior diâmetro na região escapular direita, há 5 anos. Há 3 anos, iniciou lesão na fossa ilíaca direita. Ambas lesões com bordos irregulares, assimétricas, aumento de tamanho e cor azulada. Exames: biópsias de ambas lesões melanoma de espalhamento superficial. Terapêu ca e resultados: paciente foi encaminhada a cirurgia oncológica. Discussão: revisando a literatura, houveram apenas 16 relatos de caso de MG, a maioria acome a o dorso e couro cabeludo. Em apenas 64% dos casos se apresentou com linfoadenopa a palpável clinicamente. Jus fica va: a paciente relatada apresentou tempo prolongado de evolução da doença (5 anos), cujo diagnos co precoce poderia ter iden ficado uma lesão menor, diminuindo-se a extensão cirúrgica. Introdução: Não há descrição de farmacodermia secundária ao diclofenaco de sódio em gel. É incomum o surgimento de verrugas virais após esteróide sistêmico em doses não imunossupressoras e por pequeno período de tempo. História: Masculino, 74 anos, encontrava-se em uso de diclofenaco de sódio 3% em gel para tratamento de ceratoses ac nicas. Desenvolveu placas eritemato-descama vas difusas pelo corpo, com ardência e prurido, mesmo em áreas onde não havia aplicado o produto. Teve melhora parcial após uso de prednisona 20mg/dia por sete dias, entretanto, manifestou múl plas verrugas virais difusas pelo corpo. Exames: Histopatológico evidenciou farmacodermia. Possuía sorologias virais nega vas e zinco sérico limítrofe. Terapêu ca: O uso de diclofenaco em gel nas ceratoses ac nicas originou farmacodermia, tratada inicialmente com prednisona oral e, a seguir, com desonida creme. As verrugas virais foram manejadas com crioterapia e zinco oral. Discussão: Ceratoses ac nicas são lesões pré-malignas com muitas possibilidades terapêu cas. Em situações de acome mento extenso, opta-se pelo tratamento por campo de cancerização, como no caso deste paciente. Reações exantemá cas são as apresentações clínicas mais comuns das farmacodermias, causadas por reação do po IV. O uso do diclofenaco de sódio em gel está associado a eventos adversos locais, sem relatos de casos semelhantes ao descrito neste trabalho, sendo a fisiopatologia desta reação ainda pouco conhecida. Após manejo do exantema com prednisona oral, outra complicação a pica pôde ser observada: o surgimento de múl plas verrugas virais, pouco prováveis em vigência da dose e tempo empregados. A e ologia de tal manifestação é incerta, mas acredita-se que possa decorrer de uma sucessão de eventos combinados, como o uso de medicação potencialmente imunossupressora em um paciente idoso com pele extensamente acome da por processo inflamatório e pruriginoso. Jus fica va: raridade, exuberância e evolução a pica. 59. SARCOIDOSE CUTÂNEA: ASPECTOS CLÍNICOS E DERMATOSCÓPICOS Barone, CR; Naspolini, AP; Garbin, GC; Bakos, RM; Bakos, L. HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre 60. SARCOMA DE KAPOSI EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE: RELATO DE CASO Lages, LN; Cappelle , T; Stramari, JM; Vargas, LP; Beber, AAC. UFSM - Universidade Federal de Santa Maria, HUSM - Hospital Universitário de Santa Maria Introdução: A sarcoidose é uma doença mul ssistêmica, de curso variável, com formação de granulomas não caseosos (GNC). A apresentação cutânea é a primeira manifestação em um terço dos casos, com implicações no prognós co. História e manifestações clínicas: Homem, 62 anos, com placas eritematopruriginosas no couro cabeludo (CC) e retroauricular esquerda (RE) de início há 8 anos. Negava sintomas cons tucionais. Ao exame, observavam-se placas eritemato-alaranjadas, algo infiltradas, com bordas bem delimitadas na região RE e menos evidentes no CC. Ausência de alteração de sensibilidade nas lesões. À dermatoscopia evidenciava-se coloração alaranjada com vasos telangiectásicos. Exames: Anatomopatológico RE: GNC circundado por anel de linfócitos, suges vo de sarcoidose. A avaliação sistêmica, com mantoux, eletrocardiograma, tomografias e sorologias, foi nega va. Terapêu ca e resultados: Cor coterapia tópica. Discussão/Conclusão: A sarcoidose cutânea tem e ologia desconhecida, mas pode estar relacionada à interação entre an genos, fatores gené cos e resposta imune. As lesões cutâneas são classificadas em específicas, indicando um curso crônico da doença, em que há formação de GNC; e não específicas, indicando um curso agudo, com ocorrência de processo inflamatório rea vo e ausência de granulomas, como o eritema nodoso. A apresentação em placas, observada no caso, geralmente tem envolvimento sistêmico; porém, a inves gação mostrou-se nega va. Os achados dermatoscópicos são áreas de glóbulos laranjas translúcidos sem estruturas com vasos lineares, sendo comum a outras doenças granulomatosas. O diagnós co precoce é desafiador pela variabilidade clínica. O tratamento é indicado em lesões sintomá cas ou cosme camente angus antes, com cor coides tópicos para casos leves e an maláricos, an neoplásicos ou cor coides sistêmicos para casos acentuados. Jus fica va para apresentação: relatar aspectos clínicos e dermatoscópicos de uma dermatose infrequente. INTRODUÇÃO: O Sarcoma de Kaposi (SK) é uma neoplasia endotelial de e ologia não completamente conhecida, porém associada à infecção pelo herpes vírus humano po 8 (HHV 8). É frequente em imunodepressão (HIV ou iatrogênica), mas incomum em pacientes imunocompetentes (forma clássica). HISTÓRIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Masculino, 56 anos, branco, apresentando pápulas assintomá cas, em membros e tronco, há vários anos. Negava outros sintomas, bem como comorbidades e uso de medicações. Ao exame, lesões pápulo-nodulares, isoladas, eritematovioláceas, em braços, região cervical, axila direita e dorso do pé esquerdo. Há dois anos, realizou biopsia de lesão na perna esquerda, cuja imunohistoquimica (IHQ) foi compa vel com SK. EXAMES LABORATORIAIS: IHQ de lesão previa na perna posi vo para CD34 e CD31 e HHV8, compa vel com SK. Biopsia excisional de lesão na axila direita em nosso serviço também compa vel com SK, estágio nodular. Sorologias para HIV, Hepa tes B e C, VDRL foram nega vas. O an HIV foi repe do em 3 meses e manteve-se nega vo. TC de tórax e abdome normais. TERAPÊUTICA E RESULTADOS: Avaliado pela Oncologia e iniciada quimioterapia sistêmica com vimblas na, até o momento, 5 sessões, com regressão parcial das lesões. DISCUSSÃO: O SK possui 4 formas clínicas: clássica (idosos de origem judaica e mediterrânea), epidêmica (associada ao HIV), endêmica (negros africanos) e iatrogênica (imunossupressão), todas com associação ao HHV 8, embora outros fatores sejam necessários para seu desenvolvimento. Considerada rara até 1981, tornou-se mais prevalente com o surgimento de casos de AIDS. A forma clássica é indolente e raramente fatal, principalmente de membros inferiores. Lesões sistêmicas são incomuns. O tratamento pode ser cirurgia ou radioterapia em lesões isoladas, ou sistêmico em disseminadas (quimioterapia, imunoterapia). JUSTIFICATIVA PARA APRESENTAÇÃO: Apresentar um caso de Sarcoma de Kaposi em paciente imunocompetente, devido à raridade. 28 61. SÍNDROME DE MADELUNG: RELATO DE CASO Silva, JB; Krum-dos-Santos, AC; Souza, PRM. SCMPA - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre 62. SÍNDROME DE PARRY-ROMBERG: RELATO DE CASO Dornelles, MD; Stumpf, T; Schwarzbach, AP; Rodrigues, CB; Schwartz, J. ISCMPA - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Introdução A Síndrome de Madelung é uma doença rara, caracterizada por múl plos lipomas, distribuídos difusamente, causando prejuízo esté co e compressão de estruturas vitais. 2. História e manifestações clínicas Paciente previamente hígido, masculino, 43 anos, chapeador. Refere surgimento, há 4 anos, de lesões tumorais assintomá cas, elás cas, com super cie regular, não aderidas a planos profundos, disseminadas pelo corpo. 3. Exames laboratoriais Anatomopatológico das lesões: lipoma. 4. Discussão / Conclusão A síndrome de Madelung, ou lipomatose simétrica benigna, é uma condição rara, caracterizada por depósitos de gordura extensos, simétricos, localizados na face, pescoço e ombros. Também pode ocorrer no medias no, causando sintomas de massa. É mais comum em homens (15:1) na terceira a quinta décadas de vida, bem como em e listas, associada então a neuropa a periférica, carcinomas epidermoides de cabeça e pescoço e anemia macrocí ca. A e ologia permanece obscura; contudo, disfunções mitocondriais podem ser a causa da doença, com o álcool atuando como um cofator. O curso clínico da Síndrome de Madelung começa com um período inicial de crescimento rápido, seguido de lenta progressão das lesões. Os pacientes podem ter mais de 1000 lipomas, de diâmetros variados (1-20cm) em diversas regiões do corpo, incluindo língua e faringe, causando apneia, dispneia e disfagia. A maioria dos pacientes não é obesa, embora a doença esteja associada à síndrome metabólica. O diagnós co é estabelecido pelo exame sico na presença de acúmulo simétrico de múl plos lipomas não encapsulados indolores, que frequentemente circundam estruturas anatômicas vitais, predominantemente no pescoço e extremidades superiores. Tomografia computadorizada e ressonância magné ca podem ser u lizadas para documentar a distribuição da gordura, especialmente na presença de sintomatologia grave. Redução cirúrgica palia va dos lipomas é o único tratamento disponível. Ressecção cirúrgica e lipectomia são efe vas, mas a remoção completa não é possível. A recorrência após a cirurgia é frequente. Pacientes com Síndrome de Madelung devem ser examinados regularmente e incen vados a se abster de álcool e adotar um es lo de vida saudável. 6. Jus fica va para apresentação Relatar o caso de um paciente com Síndrome de Madelung. Introdução: A síndrome de Parry-Romberg, conhecida como atrofia hemifacial progressiva, é uma doença degenera va rara, variante da esclerodermia linear. É caracterizada por uma progressiva e autolimitada atrofia unilateral da face, afetando pele e tecidos subjacentes. História e Manifestações Clínicas: Paciente feminina, 40 anos, com hipoestesia e endurecimento da pele da face, associadas a cefaleia e tontura há 1 ano. Ao exame, apresentava placa acastanhada linear de aspecto atrófico localizada na fronte à direita, além de assimetria entre as hemifaces, com evidente diminuição da asa nasal direita. Exames Laboratoriais: Biópsia mostrou apenas fibrose dérmica. An corpos não reagentes, inclusive o fator an nuclear. Terapêu ca e Resultados: Prescrito tratamento tópico com betametasona e calcipotriol por 30 dias, visto que não havia lesões com prejuízo funcional. Aguardamos retorno em consulta. Discussão/Conclusão: A síndrome de Parry-Romberg é uma condição adquirida, de e ologia desconhecida, que geralmente se manifesta na primeira ou na segunda década de vida, mais em mulheres. Devido às semelhanças clinicopatológicas entre a síndrome de Parry-Romberg e a morfeia em golpe de sabre, aceita-se, atualmente, que as duas condições pertencem a um espectro da esclerodermia localizada e frequentemente coexistem. A atrofia tem curso insidioso e progride por 2 a 10 anos até estabilizar-se. Há risco de potenciais sequelas funcionais e esté cas devido aos danos neurológicos (neuralgia do trigêmeo, enxaqueca, convulsões), cutâneos, oculares e dentários. Tratando-se de uma doença rara, não há consensos sobre diagnós co e tratamento. A terapêu ca padrão para casos em a vidade envolve o uso de imunossupressores, por vezes em combinação com prednisona oral, além de medicamentos tópicos. Jus fica va para apresentação: Relatar os aspectos relevantes da síndrome de Parry-Romberg, uma dermatose rara e ainda pouco compreendida. 63. SÍNDROME DE SOBREPOSIÇÃO LÚPUS ERITEMATOSO/LÍQUEN PLANO: ELA EXISTE ? Mariani, LG; Lipnharski, C; Pinto, JM; Boff, AL; Bonamigo, RR. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, ISCMPA Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre 64. TELANGIECTASIA MACULAR ERUPTIVA PERSTANS: RELATO DE CASO Stramari, JM; Cappelle , T; Lages, LN; Bru , CS; Chemello, RL. UFSM - Universidade Federal de Santa Maria , HUSM - Hospital Universitário de Santa Maria Introdução: Telangiectasia Macular Erup va Perstans (TMEP) é forma incomum de mastocitose cutânea, ocorrendo em menos de 1% dos casos. História e manifestações clínicas: Paciente masculino, 72 anos, há 3 meses iniciou com manchas eritematosas no abdome e após, no membro superior direito. Negava prurido, dor, alteração de sensibilidade, anorexia, emagrecimento. Ao exame sico, apresentava máculas confluentes eritematovioláceas, algumas com telangiectasias, no tronco, face interna dos membros superiores, glúteos e coxas. Sinal de Darier posi vo nas lesões do abdome. Exames laboratoriais: A biópsia de uma das lesões apresentou ectasias de vasos superficiais e infiltrado inflamatório perivascular superficial e inters cial composto por linfócitos, mastócitos e ocasionais plasmócitos na derme, compa vel com TMEP. Terapêu ca e resultados: Paciente foi encaminhado para fototerapia, estando em acompanhamento ambulatorial. Discussão/Conclusão: A TMEP, rara subvariante de mastocitose cutânea, de bom prognós co, comumente afeta adultos. Manifesta-se como máculas eritematoacastanhadas, telangiectásicas, com bordas irregulares, localizadas no tronco e membros. O sinal de Darier, pico da mastocitose, costuma estar ausente. Raramente há sintomas sistêmicos, devendo-se suspeitar de doenças hematológicas e mastocitoses sistêmicas nesses casos. O diagnós co é confirmado pelo exame histopatológico. São encontrados em torno de capilares dilatados da derme infiltrados de mastócitos, visualizados pela coloração por Giemsa. O tratamento baseia-se em evitar fatores que es mulem a degranulação de mastócitos. Podem ser usados antagonistas H1 para o prurido e fototerapia para melhora das lesões cutâneas. A TMEP é uma dermatose insidiosa e pouco sintomá ca, logo os dermatologistas devem estar atentos a essa condição para o diagnós co precoce. Jus fica va para apresentação: Raridade do caso. Introdução: Lúpus eritematoso (LE) e líquen plano (LP) são duas doenças inflamatórias classicamente dis ntas. A síndrome de sobreposição (overlap) LE/LP é caracterizada por achados clínicos e histopatológicos de ambas as doenças no mesmo paciente. História e manifestações clínicas: Paciente masculino, 28 anos referia surgimento de lesão na face e no couro cabeludo. Ao exame clínico, paciente apresentava placas anulares e atróficas, violáceas, com bordas regulares e bem delimitadas, na região frontal; além de placa de alopecia em região temporo-occipital do couro cabeludo, com atrofia central e bordas eritematovioláceas e descama vas. A dermatoscopia revelou mácula eritematosa, descamação perifolicular e área de fibrose. Exames: A histopatologia da lesão da fronte foi compa vel com LE, enquanto a histopatologia do couro cabeludo nos cortes ver cais compa vel com líquen plano, enquanto nos folículos, o infiltrado era suges vo de LE. Exames laboratoriais gerais e para doenças auto-imune foram normais. Terapêu ca e resultados: O tratamento com hidroxicloroquina oral foi iniciado e houve estabilização do quadro Discussão/conclusão: A síndrome de sobreposição LE/LP pode ser diagnos cada combinando-se achados clínicos, histopatológicos e/ou imunopatológicos de ambas as doenças no mesmo paciente ou então achados de ambas doenças na mesma lesão. Há controvérsia sobre a definição dessa síndrome: alguns autores acreditam que a síndrome overlap LE/LP verdadeira ocorre quando são encontrados achados de LE e LP na mesma lesão, enquanto que a presença de LE em uma lesão e LP em outra seria uma caso de coexistência LE e LP e não verdadeiramente uma síndrome de sobreposição. A diferenciação histopatológica de LE e LP no couro cabeludo pode ser di cil, principalmente se não houver outros achados cutâneos ou sistêmicos que possam nortear o diagnós co Jus fica va: Raridade da associação 29 65.TRICOEPITELIOMA DESMOPLÁSICO, UM RARO CASO DE TUMOR DE ANEXO CUTÂNEA Paludo, N; Beloto, Z; Boeck, T; Boff, AL; Götze,F. PUCRS - Pon cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 66. TUMORAÇÃO VULVAR E ERUPÇÃO PAPULOSA DISSEMINADA FAMILIAR Ribeiro, AET; Peres FLX; Mombelli, L; Bonamigo, RR; Weber, MB. UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Introdução; Na maioria das vezes aparece como uma lesão solitária mais frequente na região central da face. Na maioria dos casos são lesões solitárias, mas as lesões múl plas que aparecem na infância podem ser transmi das por traço autossômico dominante. O tricoepitelioma é uma neoplasia benigna mesmo que o termo epitelioma signifique uma neoplasia de baixo grau. O diagnós co diferencial é com um carcinoma basocelular. O po desmoplásico possui faixas mais finas de células basalóides, cistos córneos geralmente presentes, semelhantes a carcinomas basocelulares esclerosantes, por apresentar intensa esclerose do estroma. História e manifestações clínicas; Exames laboratoriais (histopatologia, imunopatologia, etc); Paciente do sexo masculino de 39 anos, apresentando lesão cutânea interescapular, de 1,5 cm, aspecto perolado, esclerodermiforme e deprimida. Foi realizada excisão cirúrgica por suspeita clínica de um carcinoma basocelular do po esclerodermiforme. No exame histopatológico apresenta ilhas de tumor basalóide bem demarcado com padrão re culado. A distribuição periférica em paliçada, presença de estroma frouxo com muitos fibroblastos circundando as ilhas basalóides. Terapêu ca e resultados; O tratamento proposto foi a excisão total da lesão. Discussão/Conclusão; Conclusão: O tratamento de eleição é a excisão cirúrgica, não costuma a apresentar recidiva da lesão. Seu diagnós co importante para diferenciar de um carcinoma basocelular po esclerodermiforme e outros tumores de anexo. Jus fica va para apresentação: Para conhecimento médico a apresentação de um raro tumor de anexos. INTRODUÇÃO: Siringoma erup vo disseminado com lesões vulvares e e ologia familiar é uma apresentação rara e a histopatologia pica é importante para confirmação do diagnós co. HISTÓRIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Paciente feminina, 47 anos, foto po IV, queixa-se de lesões inesté cas e pruriginosas na vulva, desde os 15 anos. Quatro gerações consecu vas apresentam lesões semelhantes. Ao exame sico iden ficou-se pápulas de 1-5 mm, normocrômicas, agrupadas e brilhantes em pálpebras, tórax superior, dorso e supra-púbicas, que seguem as linhas de Blaschko, e lesões tumorais, nodulares, acastanhadas, amolecidas e agrupadas em região vulvar. EXAMES LABORATORIAIS: Histopatologia: biópsia excisional de pápula na região supra-púbica e de nódulo em grandes lábio, apresentando achados picos de siringoma. TERAPÊUTICA E RESULTADOS: Creme de barreira nos locais sintomá cos, com melhora do prurido. Em avaliação para cirurgia plás ca genital. Tratamento para as demais lesões seguindo opções tradicionais. DISCUSSÃO: Siringomas são tumores anexiais benignos da porção intraepidermal dos ductos sudoríparos écrinos, que afetam principalmente mulheres. Geralmente assintomá cos, aparecem como pápulas normocrômicas de 1-5 mm e envolvem mais comumente as pálpebras inferiores. Ocorrem esporadicamente ou, em raras ocasiões, possuem e ologia familiar. Na forma erup va, várias lesões aparecem abruptamente, havendo menos de cem casos relatados na literatura. Lesões vulvares podem estar presentes e são, em alguns casos, pruriginosas. A histopatologia é essencial para o diagnós co, evidenciando grupos de células com morfologia de “girino”. Várias técnicas para tratamento dos siringomas são descritas, tais como: excisão, eletrocoagulação, crioterapia, peeling químico, isotre noína, adapaleno, atropina e laser. JUSTIFICATIVA PARA APRESENTAÇÃO: Exuberância do quadro clínico e raridade da forma familiar dessa doença. 67. XANTOMA ERUPTIVO ACROCÓRDON-LIKE Ferreira, MS; Vivian, A; Stumpf, T; Dornelles, MD; Schwartz, J. Santa Casa - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Introdução: Xantomas cuntâneos são lesões decorrentes de depósito de lípides no interior de macrófagos dérmicos tendo várias apresentações clínicas. Os xantomas erup vos caracterizam-se como pápulas eritêmato-amareladas, normalmente distribuídas nas faces extensoras das extremidades e podem estar associados a hipertrigliceridemia. Relatamos um caso de xantomas erup vos com apresentação a pica simulando acrocórdons. História: Paciente feminina, de 26 anos, previamente hígida, apresentava placas amareladas e infiltradas na região palpebral bilateral, além de pápulas amareladas, pedunculadas, no dorso, abdômen, região inframamária e axilar. Exames: Realizado exame anatomopatológico o qual evidenciou células espumosas e infiltrado inflamatório dérmico, compa vel com xantoma erup vo. Aos exames laboratoriais apresentava colesterol total 253 mg/dL, HDL 32 mg/dL, LDL 176mg/dL e triglicerídeos 225 mg/dL. Terapêu ca/resultados: Iniciada sinvasta na 20mg e orientada mudança de es lo de vida. Optado pela paciente por não realizar tratamento específico para os xantomas. Discussão: Xantomas comumente representam alterações primárias ou secundárias do metabolismo lipídico. Sua patogênese ainda não está completamente elucidada, porém acredita-se que decorra do extravasamento de lipoproteínas pelos capilares dérmicos com fagocitose pelos macrófagos. Apresenta variadas formas clínicas e normalmente as lesões iniciam na idade adulta. Xantoma erup vo, uma de suas variantes clínicas, manifesta-se com pápulas amareladas localizadas nas super cies extensoras das extremidades, nádegas e mãos. Inicialmente, estas lesões podem conter um halo inflamatório. Habitualmente, se relaciona com hipertrigliceridemia primária ou secundária, podendo haver níveis de triglicerídeos de 3000 a 4000mg/dl. Neste caso, a paciente apresentava apenas dislipidemia leve. Diabetes melitus, obesidade, consumo de álcool ou medicações que interfiram no metabolismo lipídico podem agravar ou precipitar esta dermatose. O tratamento é voltado para os distúrbios metabólicos associados, resultando em rápida resolução das lesões erup vas. Jus fica va: Xantomas são achados dermatológicos que podem permi r o diagnós co e tratamento precoces de dislipidemias graves, evitando complicações cardiovasculares. Nossa paciente apresentou uma morfologia a pica de xantoma, semelhante a acrocórdons, o que torna esse caso diferenciado. 30 Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS ANOTAÇÕES 31 Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS ANOTAÇÕES 32 Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS ANOTAÇÕES 33 Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS ANOTAÇÕES 34 Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS ANOTAÇÕES 35 Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS ANOTAÇÕES 36 Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS ANOTAÇÕES 37 Jornada Gaúcha de Dermatologia 23 e 24 de outubro de 2015 Hotel Sheraton | Porto Alegre | RS ANOTAÇÕES 38