18 Sexta-feira e fim de semana 22, 23 e 24 de novembro de 2013 Jornal do Comércio - Porto Alegre Política Editora: Paula Coutinho [email protected] Edgar Lisboa TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO A história vai dizer [email protected] Com 49 anos de atraso, o Congresso anulou a sessão de 1964 na qual foi declarada vaga a Presidência da República, então ocupada por João Goulart (1919-1976). A proposta, dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues (P-Sol-AP), reverte a decisão da sessão que ocorreu na madrugada de 1 para 2 de abril de 1964, quando Jango se encontrava no Rio Grande do Sul, e que abriu caminho para a instalação do regime militar, que durou até 1985. “Eu estava com ele, em Porto Alegre”, contou Simon, que completou: “Não vamos reconstituir os fatos. A história apenas vai dizer que, naquele dia, o presidente do Congresso, senador Arno de Moura, usurpou a vontade popular de maneira estúpida e ridícula, depondo o presidente da República”. Apagar a história Mas a sessão não foi tranquila. Houve bate-boca entre os deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Vieira da Cunha (PDT). Bolsonaro afirmou que a proposta “toca fogo” no Congresso. “Querem apagar um fato histórico de modo infantil. Isso é mais do que stalinismo. Quando se apagavam fotografias, querem apagar o Diário do Congresso”, disse. Vieira da Cunha respondeu. “Quem quer apagar a história com seu pronunciamento é o colega Jair Bolsonaro, que hoje se superou da tribuna”. O deputado Ronaldo Zulke (PT) apresentou um projeto de lei que prioriza o pagamento do piso salarial dos professores no gasto dos recursos dos royalties do pré-sal. De acordo com o parlamentar, a proposta iria diminuir um pouco a dificuldade que os municípios tem de cumprir com a lei do piso. “Essas medidas voltadas para a valorização dos profissionais do magistério público pretendem enfrentar a situação de remuneração precária que vivem os professores que atuam em sala de aula, mas têm também o sentido de tornar a carreira mais atrativa para os jovens”, justificou. ZECA RIBEIRO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC Royalties para salários Contestação imediata A proposta pode dar problemas no futuro caso mexa nos recursos que vão para os estados e municípios. Mesmo que os royalties tenham que ser gastos exclusivamente em educação e saúde, cada estado e município tem suas prioridades. Em alguns casos onde o piso já é pago, pode criar uma fonte de recurso a mais que não será usada. “A proposta pode até ser aprovada na Câmara. Mas aí qualquer estado ou município vai poder contestá-la imediatamente”, explicou o deputado Alceu Moreira (PMDB), presidente da Frente Parlamentar do Pré-Sal. Emplacamento de tratores A proposta que retira a obrigação de licenciamento e emplacamento de tratores e outras máquinas agrícolas foi aprovada por unanimidade na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária. “O agricultor já sofre com o alto custo dos insumos, com a pesada carga tributária e com a infraestrutura deficiente. Não pode sofrer com mais essa medida”, afirmou Ana Amélia Lemos (PP), relatora do projeto. EXAUSTÃO - VENTILAÇÃO - REFRIGERAÇÃO VENDA DE EQUIPAMENTOS SISTEMAS DE AR CONDICIONADO CENTRAL MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA (PMOC) engeté[email protected] Rua Vilela Tavares nº 300 - São João - Porto Alegre - Fones: (51) 3342.0298 / (51) 3342.5433 Alves quer levantamento dos supersalários do TCU Ministros Augusto Nardes e José Jorge também foram parlamentares A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu na quinta-feira realizar um levantamento dos chamados supersalários também pagos no Tribunal de Contas da União (TCU). A questão foi apresentada pelo deputado Maurício Quintela Lessa (PR-AL), que entregou um documento ao presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), sobre os salários no TCU, que é órgão auxiliar do Legislativo. Como resposta, Henrique Alves determinou que a diretoria-geral fizesse um levantamento sobre os vencimentos no TCU. Na prática, seria uma resposta à decisão daquele tribunal de mandar cortar supersalários de servidores da Câmara e do Senado. “Como foram feitos questionamentos por parlamentares, pedimos à diretoria-geral que traga o assunto detalhado, com todos os esclarecimentos, já que o Tribunal de Contas integra o poder Legislativo. Então, queremos conhecer de perto e em profundidade essa questão para tomar uma decisão na próxima semana”, disse Henrique Alves, depois da reunião da Mesa. A pesquisa seria sobre os ministros do TCU que já foram parlamentares e que também receberiam acima do teto, que é de R$ 28 mil. Este seria o caso do ministro José Múcio, ex-deputado e ex-ministro de Relações Institucionais do governo Lula, que receberia mais de R$ 47 mil. Os ministros José Augusto Nardes e José Jorge também foram deputados. No documento entregue a Henrique Alves, Quintela Lessa diz que os servidores da Casa foram afetados pela decisão do TCU e questiona: “Há ministros do TCU, aposentados pelo extinto IPC (Instituto de Previdência da Câmara), remunerados com com valor superior ao fixado como teto constitucional? O ofício ainda coloca em dúvida a necessidade de a Câmara e o Senado aceitarem a decisão do TCU, já que ele é órgão auxiliar do poder Legislativo.” “O acórdão do TCU não merece reparo?”, per- LÚCIO BERNARDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC Repórter Brasília Questão foi requerida por Maurício Quintela Lessa gunta o deputado no ofício. Diante da decisão do TCU, a Câmara anunciou que vai cortar o supersalário de 1.366 servidores que ganham acima do teto constitucional de R$ 28 mil, conforme determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). A Diretoria-Geral da Câmara informou que são 676 servidores ativos e 690 servidores inativos. Segundo a Câmara, a economia será de mais de R$ 70 milhões ao ano, podendo chegar a R$ 78,5 milhões. Além de servidores, foram afetados os deputados Nice Lobão (PMDB-MA) e Carlos Bezerra (PMDB-MT). CONGRESSO NACIONAL Comissão aprova parecer do orçamento de 2014 Depois de a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 ter sido aprovada pelo Congresso no fim da noite de quarta-feira , a Comissão Mista de Orçamento (CMO) realizou sessão na madrugada de quinta e aprovou o parecer preliminar do orçamento da União para 2014, elaborado pelo deputado Miguel Corrêa (PT-MG). Como na LDO, o parecer preliminar já adota as regras da chamada PEC do orçamento impositivo e fixa em R$ 14,6 milhões o valor das emendas individuais. Desses R$ 14,68 milhões, cada deputado ou senador terá que destinar 50% - ou R$ 7,3 milhões - para ações e serviços em saúde. Essa regra foi aprovada dentro da PEC do Orçamento Impositivo, aprovada em dois turnos no Senado e voltando agora para última votação, também em dois turnos, na Câmara dos Deputados. Ao todo, as emendas individuais para os 513 deputados e 81 senadores custarão em 2014 um total de R$ 8,72 bilhões. A PEC do Orçamento Impositivo obriga o governo a executar 1,2% da receita corrente líquida da União em emendas individuais dos parlamentares, o que corresponde aos R$ 8,72 bilhões. Na negociação final da PEC, os parlamentares ganharam mais R$ 1 bilhão, passando de 1% para 1,2% o percentual a ser executado. Do total de 1,2%, 50% das emendas devem ser destinadas a ações em Saúde. Além disso, a proposta prevê que 15% da receita líquida da União vá para a saúde. Para custear as emendas individuais e também as coletivas, o relator do orçamento ainda inflou a previsão de receitas em R$ 12,11 bilhões, em relação à previsão inicial do governo. Mas, neste ano, a reestimativa foi mais conservadora, já que nos anos anteriores o acréscimo era superior aos R$ 20 bilhões. Segundo técnicos da Comissão Mista de Orçamento, a previsão de receitas enviada pelo governo já foi considerada alta, inflada, o que reduziu a margem de ampliação. Além dos R$ 8,72 bilhões para as emendas individuais, o deputado petista destinou R$ 5,49 bilhões para emendas que ele mesmo apresentar como relator e mais R$ 4,2 bilhões para as chamadas emendas temáticas, propostas pelos relatores setoriais. No caso dos parâmetros macroeconômicos, o relator previu a redução da meta de superávit em R$ 58 bilhões, com o abatimento de recursos do PAC e desonerações tributárias.