Anais do XIV Seminário Nacional Mulher e Literatura / V Seminário Internacional Mulher e Literatura
MULHER NEGRA E SUBMISSÃO na obra Um Defeito de Cor
Anderson Silveira de França
Universidade de Brasília - UnB
RESUMO: A obra Um Defeito de Cor mostra a narradora negra
Kehinde, a qual rompe com os paradigmas da época da colonização;
a história se passa ao longo de quase todo o século XIX, onde o negro é
visto como mercadoria de troca e objeto. Ela é representada como o “outro”
na obra, na condição de escrava. O que dá lhe suporte para que este
rompimento aconteça é o conhecimento da escrita, bem como a crença
nos orixás - símbolos religiosos - os quais foram mantidos duramente
pelos negros. Esta crença é aprendida na infância e solidificada ao longo
da vida e funciona como memória ancestral, na medida em que assimila
dissimuladamente aspectos da cultura dos brancos que contrastam com a
africana nela dilacerada.
PALAVRAS-CHAVE: mulher negra; representação; submissão;
orixás e crenças.
ABSTRACT : The work Um Defeito de Cor shows the narrator Kehinde,
which breaks with the paradigms of time of the colonization; this narration
pass at laugh goes over almost the whole Nineteenth century, where the
black seen as a commodity exchange and object. She is represented as other
in the work, in conditions of the slave. What give support for this disruption is
the knowledge of writing and the beliefe in african orishas, religious symbols
- which were kept hard by blacks. This belief learned in the childhood and
solidified over the life and works as memory laugh ancestor, as it slyly
assimilates aspects of white culture that contrasts with her torn Africa.
KEY-WORDS: Black woman: representation, submission; orishas
and belief.
Anais do XIV Seminário Nacional Mulher e Literatura / V Seminário Internacional Mulher e Literatura
Intodrução
Durante muitos séculos, no caso do Brasil, desde o descobrimento no
século XVI até quase o final do século XX, a mulher foi vista como um objeto
a ser moldado, manuseado pelo homem, bem como pela igreja também,
instituição que não via a mulher mais do que uma reprodutora e mãe de
filhos, subordinada aos mandos e desmandos do homem. Este determinava
como aquela deveria proceder em sua vida. Na literatura, a mulher foi
representada de maneira submissa devido a uma sociedade patriarcal que
controla a vida e os desejos da mulher. A figura masculina era exaltada em
detrimento da feminina, dando ao homem poder e autoridade.
Se a mulher branca não tinha voz dentro da sociedade e era vista
apenas como “dona de casa”, já a mulher negra estava em uma condição
ainda mais inferiorizada, a qual se encontrava na época da escravidão no
Brasil até bem pouco tempo: final da década de 70 e início da de 80 do
século XX, como subalterna, como um “outro diferenciado. A mulher negra
especificamente teve menos oportunidades de espaço, de trabalho, de
ascensão social do que a mulher branca. A voz do negro foi minimamente
representada na literatura, seja homem ou mulher, ao longo da formação
da literatura brasileira devido à imposição do regime escravocrata e a sua
condição periférica, bem como as consequências sociais após a libertação
em 1888. Quando se falava em “mulher negra”, supunha-se que ela deveria
estar na cozinha ou atendendo sua sinhá.
Os negros, por questões históricas, foram vistos como “objetos”,
tanto de uso como de troca, uma peça a ser comprada e vendida, que fazia
parte do patrimônio do senhor e das relações econômicas. Eles deveriam
ser subservientes a um dono hostil e desumano. A dominação do branco
foi impositiva para os escravizados na História do Brasil – inclusive índios
- no entanto, a figura representada da personagem Kehinde em sua fase de
escrava – foco deste ensaio – padecia às ações dos seus senhores, pelo fato
dela estar no último grau na hierarquia social. Primeiros vinham os homens
e as mulheres brancas, depois os “mestiços” Em penúltimo lugar os homens
negros e por fim, as mulheres negras.
Anais do XIV Seminário Nacional Mulher e Literatura / V Seminário Internacional Mulher e Literatura
O romance “corpus” é de matiz historiográfica, tendo como
protagonista e narradora a personagem Kehinde, nascida em África, Savalu,
região de Costa da Mina (atualmente Reino do Benin) e de onde vieram
uma leva significativa de escravos para as Américas, se muda para cidade
portuária de Uidá com a irmã gêmea Taiwo – na cultura africana gêmeos
são chamados ibêjis – e com a avó após os assassinatos da mãe e do irmão
mais velho Kokumo por guerreiros nativos. Nesta cidade, ela vai juntamente
com a irmã, visitar o porto, onde são capturadas por escravos de dois
brancos e trancafiadas em um barracão onde os capturados aguardavam
o embarque em um tumbeiro, para depois serem levados a terras distantes,
tais como Estados Unidos, Cuba e Brasil. No entanto, após a saída das
gêmeas para visita ao porto, a avó sente falta das netas e vai procurá-las,
sabendo delas na fila do barracão. Oferece-se para ir junto delas na viagem
de translado. São embarcadas juntamente com centenas de outros negros.
A avó e a irmã gêmea de Kehinde morrem no começo da travessia. O que é
relevante na trajetória da protagonista é o fato dela acreditar, desde o início
de seu cativeiro, que sua vida iria tomar outro rumo, apesar de todas as
dificuldades impostas pelo contexto dos traficantes e dos que comandavam
a situação. “eu não sabia o motivo, mas tinha absoluta certeza de que não
teria o mesmo destino que aquelas crianças, que alguém me escolheria
logo e não seria tão ruim assim”1 (GONÇALVES, 2008, p.69). Kehinde, com a
crença e a fé em seus orixás e em si mesma, consegue comprar sua alforria,
depois de ter um filho do seu dono, senhor José Carlos. Conhece Alberto,
um português, encanta-se com ele e tem o segundo filho. O primeiro morre,
Banjokô, ainda criança e o segundo, Omotunde, é vendido pelo pai por
dificuldades financeiras. Após um longo período no Brasil, ela volta para
África e casa-se com Jhon, um negro de Serra Leoa. Eles tem dois filhos e
constroem um patrimônio considerável. Em contrapartida, no Brasil Kehinde
– como negra e mulher - é vista com “um outro”.
Neste sentido, há diferenças no que se refere à alteridade dos
submissos, que devem ser pensadas pelas pessoas contemporâneas, uma
vez que atualmente há a possibilidade de confrontar os desiguais, pois as
discussões se afloram e assunto é tema de muitos estudos científicos. A
1
GONÇALVES, Ana Maria. Um Defeito de Cor. Rio de Janeiro: RECORD: 2008.
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sociedade da época da escravidão instituiu um simbolismo de dor e sofrimento
para os escravos. Na obra Representando a alteridade, organização de Ãngela
Arruda “o advento da colonização representou um fato crucial para história
da civilização, ao abrir a fenda da unidade essencial do gênero humano (...)2
(1998, ARRUDA, p.15).
Pensando desta forma, percebe-se que Kehinde manteve sua a fé
e crença religiosa desde a África até quando chega no Brasil. Ela procurou
manter a ligação com os orixás, apesar das dificuldades.
Na Bahia, eram louvados os orixás dos nagôs e dos iorubas,
os voduns dos fons e de todos os povos do Daomé, e os
nikisis (força mágica divindade na língua do quicongo)
dos bantos do Congo e de Angola (GONÇALVES, 2008,
pp. 501-502)3.
O seu trabalho a princípio não foi árduo como a maioria dos escravos.
De certo modo, ela teve sorte. A primeira tarefa, por ser ainda pequena, era
acompanhar a filha do senhor José Carlos, o dono da fazenda que a comprou.
O aparecimento da mulher como sujeito é lento, à medida que a narrativa
vai se desenvolvendo; as ações praticadas por ela, introduzem ao leitor ,
uma ideia de uma mulher diferenciada, no imaginário, como um símbolo
de servilismo sem voz. Desta forma, em se tratando de representação da
mulher negra na literatura brasileira de afro-descendentes no decorrer da
história, principalmente no período colonial, a voz feminina era praticamente
“ausente”. Segundo o ensaísta Eduardo Assis Duarte vê-se:
Desde o período colonial, o trabalho dos afro-descendentes
se faz praticamente em todos os campos de atividade
artística, mas nem sempre obtendo o reconhecimento
devido. No caso da literatura, essa produção sofre, ao
longo do tempo, impedimentos vários à sua divulgação,
a começar pela própria materialização do livro (...). Em
2
3
ARRUDA, Angela (ORG). Representando a alteridade. Petrópolis-RJ: VOZES, 1998;
GONÇALVES, Ana Maria. Um Defeito de Cor. Rio de Janeiro: RECORD: 2008;
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outros casos, existe o apagamento deliberado dos vínculos
autorais e, mesmo, textuais com a etnicidade africana,
ou com os modos e condições de existência dos afro-
descendentes, em função da miscigenação branqueadora
que perpassa a trajetória desta população4. (DUARTE,
2005, pp. 113-114).
No século XIX, época em que a escravidão era forte no início e vai
enfraquecendo em virtude da interferência da Inglaterra, algumas leis,
como Bill Aberdeen (1845) e Lei do Ventre Livre foram assinadas a favor dos
escravos, mas mesmo assim, o engajamento na sociedade ainda demorou
bastante. Não se pensava em negros ou negras representados como figuras
de destaque, pois esta condição era comum a homens brancos. O negro
na condição de escravo não tinha o direito nem condições de se igualar
socialmente como um branco. Certamente, sua inserção na literatura não
foi um trabalho simples, pois além de ter de fissurar os “estigmas” sociais,
para galgar um pequeno espaço, só seria possível a “ferro e fogo”. Muitas
vezes, a figura de um “padrinho” era fundamental.
Representação da mulher negra
Em referência a grupos minoritários representados na literatura,
os escravos tinham uma consciência mínima ao que se refere à condição
de humano e ser social. O processo de dominação do branco impunha
uma carga simbólica negativa, e por sua vez, a ruptura com a busca pela
identidade e pela autonomia era reprimida e, enlaçando a representação
entre as raças brancas e negras, observa-se que o olhar é de dominação e
imposição aos diferenciados.
As evidências são claras quando se lê o texto e observa-se o
tratamento de natureza preconceituosa e distinta, favorecendo aos homens
brancos e segregando a mulher, principalmente a negra. Cada um tinha seu
papel definido dentro da sociedade escravista, a qual criava divisionismos,
a partir do poder de mando do branco. A mulher negra, indiscutivelmente,
4
DUARTE, Eduardo de Assis. Literatura Política Identidades. Belo Horizonte: UFMG: 2006
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não possuía quase nenhum valor, somente servia para o trabalho e para
concretização dos desejos sexuais dos seus senhores. A deterioração
da identidade postula um pensamento reflexivo capaz de denunciar um
tolhimento à potencialidade feminina, bem como a desmoralização, como
uma maneira de anular sua feminilidade, sua vontade e não lhe dar voz.
No entanto, a narrativa de Um defeito de cor revela que Kehinde
consegue suportar a opressão causada pela escravidão, o sofrimento aos
maus tratos, possivelmente pela crença em seus orixás africanos e pela
ligação com a família, que mesmo com alguns mortos, ainda assim estavam
vivos na memória e na subjetividade, de modo a ser uma “força”, que foi
deixada como herança pela avó:
Então, mesmo que não fosse através dos voduns, ela (a
avó) me disse para eu nunca esquecer da nossa África,
da nossa mãe, de Nanã, de Xangô, dos Ibêjis, de Oxum,
do poder dos pássaros e das plantas, da obediência e
respeito aos mais velhos, do culto e agradecimentos. A
minha avó morreu poucas horas depois de terminar de
dizer o que podia ser dito, virando comida de peixe junto
com a Taiwo5 (GONÇALVES, 2008, p.61).
Após a conquista da liberdade “as cartas (de alforria de Kehinde e do
filho Banjokô) precisavam ser assinadas logo (...) e dei um tapa no rosto dela
(a Sinhá Ana Felipa), dizendo que ia apanhar muito se não assinasse logo
(...). O Francisco levou até lá e, ainda um pouco atordoada, ela assinou6”
(GONÇALVES, 2008, p. 348). Para que houvesse dinheiro suficiente para
a compra da liberdade, a ajuda dos deuses foi crucial. A protagonista se
sentia impossibilitada e desesperada, pelo fato de que sua sinhá, após a
morte do marido, Senhor José Carlos, ter saído da ilha de Itaparica na Bahia
para a capital Salvador. Após ter decidido ir embora para Lisboa, a sinhá
resolveu se desfazer de quase todos os seus escravos e vendê-los. Neste
meio tempo, Kehinde não encontra condições materiais para comprar sua
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6
GONÇALVES, Ana Maria. Um Defeito de Cor. Rio de Janeiro: RECORD: 2008
GONÇALVES, Ana Maria. Um Defeito de Cor. Rio de Janeiro: RECORD: 2008
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liberdade e apela para Oxum, a deusa das águas doces:
Voltei para o quarto, armei um altar e chorei e rezei por
um bom tempo, pedindo que os orixás me mostrassem
uma solução ou me fizessem conformada com o destino.
Quando consegui dormir, sonhei novamente com minha
avó balbuciando o nome do Francisco, o que me deixou
ainda mais aflita (...) e estava indo pegar a Oxum e
levar até o canto, para entregar a prenda à vencedora
(...)7(GONÇALVES, 2008, p. 343).
A passagem da narrativa demonstra como a fé nos orixás levou
a resolver um problema que aparentemente não tinha solução. O ouro
recolhido do chão e da imagem de Oxum deu condições à Kehinde para que
pudesse comprar a sua alforria e a de seu filho. A leitura e a escrita também
auxiliaram para que pudesse romper com as imposições da escravidão e
tornar-se livre, não só a liberdade de ir e vir, mas de poder construir e resgatar
sua própria vida, e passar de objeto a sujeito de enunciação. Neste sentido,
gradativamente, ela vai conquistando seu próprio patrimônio, ganhando
seu próprio dinheiro, tanto no Brasil, quando do retorno à África.
Após a descoberta do ouro dentro da estátua Oxum e do pagamento
a sua alforria e a do filho, Kehinde monta seu próprio negócio em sociedade
com o pai do seu segundo filho e passa a ter uma condição financeira um
pouco melhor. ‘É interessante como algumas coisas aparecem na vida da
gente na hora em que mais precisamos, e aquele vestido me remeteu à
promessa que eu tinha feito quando o vi, de um dia ter muito dinheiro para
andar vestida como as sinhás 8(GONÇALVES, 2008, p.362).
De certo modo, seu destino, como ela desejava, foi cumprido e a
representação dada na narrativa, revela-nos que a personagem supera as
expectativas dos brancos dadas a um negro, em especial a mulher negra e
torna-se, a meu ver, um símbolo feminino de luta e persistência. Segundo
7
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GONÇALVES, Ana Maria. Um Defeito de Cor. Rio de Janeiro: RECORD: 2008
GONÇALVES, Ana Maria. Um Defeito de Cor. Rio de Janeiro: RECORD: 2008
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Leonardo Boff e Rose Marie Muraro, na obra Feminino e masculino, “o gênero
possui um função analítica semelhante àquela de classe social(...)9 O
desafio atual consiste em vermos como devem ser redefinidas as relações
de gênero (...) (MURARO&BOFF, 2002, p.18). As relações tensas entre
homens brancos e mulheres negras no período colonial são despossuídas
de flexibilidade e carregadas de caráter hostil. No entanto, a protagonista
sobreleva-se, vencendo a resistência patriarcal e destaca-se como uma
mulher, intervindo na sociedade ativamente.
Conclusão
A obra Um defeito de cor é uma narrativa de matiz historiográfica
que intensifica e realça a história de uma mulher negra, Kehinde, que é
escravizada em uma época que a desumanização era parte da economia e da
política de muitos países. Mesmo ela se destacando na sociedade da época
e conseguindo sair da condição de “dominada” para sujeito de “enunciação”,
pelo conhecimento da escrita e pela força nos “arquétipos” religiosos, formas
simbólicas, a sua condição não insurreta é evidenciada a partir do momento
que há um olhar nas relações humanas que são representadas a partir dos
grupos que compõe a sociedade da época colonial.
Esta perspectiva dada pela autora é um modo de mostrar, de modo
inverso, a trajetória de uma personagem marginalizada que consegue
vencer barreiras duramente construídas por uma sociedade patriarcal,
que mantém o poder de mando, o poder de exclusão, tanto pelas relações
econômicas como pela relação de hierarquização dos membros desta
sociedade, imputando impositivamente um lugar a cada um. O discurso
feminino da mulher negra foi tolhido pelos homens brancos dominadores,
mas, no entanto, Kehinde consegue às duras penas, fissurar minimamente,
a esfera social e torna-se um exemplo de mulher lutadora, tanto para as
mulheres negras quanto para qualquer outra mulher. Esta representação na
narrativa é notória e diferenciada, haja vista que quebra a expectativa do
leitor ao que se espera da construção de uma personagem escrava.
9
MURARO, Rose Marie e BOFF, Leonardo. Feminino e masculino: Uma consciência para o
encontro das diferenças. Rio de Janeiro: SEXTANTE: 2002.
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Bibliografia
REFERENCIAL LITERÁRIO:
GONÇALVES, Ana Maria. Um Defeito de Cor. Rio de Janeiro: RECORD: 2008;
REFERENCIAL TEÓRICO:
ARRUDA, Angela (ORG). Representando a alteridade. Petrópolis-RJ: VOZES, 1998;
BORDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil 1989;
BRANDÃO, Ruth Silviano. A mulher ao pé da letra. Belo Horizonte: Humanitas: 2006;
DUARTE, Eduardo de Assis. Literatura Política Identidades. Belo Horizonte: UFMG:
2006;
FRANCHINI, A.S e SEGANGREDO, Carmem. As melhores histórias da mitologia
Africana. Porto Alegre: ARTES e Ofícios
FREIRE, Gilberto. Casa-Grande & Sezala. São Paulo: Global Editora: 2003;
MURARO, Rose Marie e BOFF, Leonardo. Feminino e masculino: Uma consciência
para o encontro das diferenças. Rio de Janeiro: SEXTANTE: 2002.
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