Discussão sobre Processo de Cavitação e um Novo Instrumento para Medida de Sucção nos Solos Claudio Fernando Mahler, Prof. D.Sc., COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil Abdoul Aziz Diene, M.Sc., Doutorando COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil RESUMO: Apresenta-se neste trabalho a evolução dos tensiômetros. Além disso, o desenvolvimento de um novo tensiômetro é explicado em detalhes o qual mede valores de sucção até pelo menos 1500 kPa. Diversos protótipos foram preparados. Observou-se que os mesmos se comportam diferentemente em função de características de seus componentes sem uma grande influência nos resultados nos domínios de leitura possível. Os resultados obtidos mostraram que o protótipo pode ser usado in-situ e em laboratório. Comentário sobre o papel das forças atrativas de Van der Waals na cavitação do sistema são também desenvolvidos esclarecendo-se os procedimentos para deslocamento do ponto de cavitação para limites superiores em função da diminuição dos possíveis núcleos de gás no sistema. PALAVRAS-CHAVE: Tensiometria. Cavitação, Sucção, Solos não saturados 1. OS TENSIÔMETROS SUCÇÃO (Estado da Arte) DE ALTA solos superiores a 1250 kPa quando saturado sob seis ciclos de pressão entre 12000 kPa a -85 kPa. Tabor (1979) demonstrou teoricamente que a resistência à tração da água fica por volta de -500 MPa (Ridley & Burland, 1993). Pacheco, (2001), e Mahler et al (2002) desenvolveram um tensiômetro de baixo custo, com medições maiores do que 300 kPa. Partindo desta tese, Ridley (1993) E Ridley & Burland (1993) apresentaram um equipamento capaz de medir tensões da ordem de 1000 kPa. Take & Bolton (2002) conceberam novos instrumentos mais robustos para medição de poro pressão negativa em centrífuga. Os protótipos foram equipados com um transdutor Entran EPB de 7 bar e uma pedra porosa de 15 bar. König et al (1994) usaram um tensiômetro para medida de poro pressão em centrífuga, o Druck PDCR-81. Ridley e Burland (1995), apresentaram um outro protótipo, este tensiômetro possibilitou medidas insitu de sucção da ordem de 1500kPa. Tarantino & Mongiovi (2002) apresentaram um novo tensiômetro parecido com o de Ridley & Burland (1995). Este novo equipamento mediu sucções acima de 1000 kPa durante um tempo superior 15 dias e atingiu a máxima tensão negativa de 2000 kPa. Guan e Fredlund (1997), apresentaram um tensiômetro capaz de medir valores de sucção em 1 2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS Um problema comum a todos estes equipamentos é o fenômeno de cavitação que se manifesta com a interrupção, mesmo que momentânea, da leitura do transdutor. Dentre os vários modelos explicando o fenômeno de cavitação de água sujeita a tensão de tração, um dos mais aceitos é o proposto por Harvey e al. (1944): “assume-se que a cavitação origina-se dos núcleos de gases não dissolvidos que existem nos interstícios das paredes do reservatório em vez das cavidades livres do liquido”; isso pelo fato que o núcleo esférico de gás livre é geralmente instável e tende a ir para o interior do liquido. Ao contrario, o núcleo de gás nas cavidades das paredes do contêiner pode ficar indissolúvel mesmo sob alta pressão de água. Quando a pressão decresce para valores negativos, estes núcleos podem se expandir e eventualmente gerar a cavitação. Este processo é controlado por difusão de gases através da fronteira gás-líquido e movendo-se furtivamente na junção gás-líquidosólido determinado pelo avanço e retrocesso (ângulo de contato voltado para dentro). Os ensaios de tração da água foram feitos por físicos usando vidro ou aço inox em tubo de Berthelot. Este tubo é inicialmente quase que completamente preenchido com água e o volume restante é ocupado pela mistura de vapor de água e ar. O tubo é aquecido para expandir o conteúdo liquido e forçar a entrada do ar na solução. Subseqüentemente resfriado, o liquido adere às paredes do tubo e torna-se sujeito a tensões gradativamente crescentes até o rompimento no início da cavitação. Complementando os aspectos teóricos da cavitação vale observar que as moléculas de água formam uma ligação H-O-H com um ângulo de 105º (Leite Lopez, 2005 e Libardi, 1995). Vale observar que as moléculas das ligações H2O e HCl possuem um momento dipolar permanente o qual gera as forças atrativas de Van der Waals pela interação dipolodipolo e pela agitação térmica molecular (Leite Lopes, 2005). A dissolução, na água, de gases não polares é considerada uma prova da existência de forças de atração entre moléculas de solventes e ás do gás que corresponde à interação dipolopolarizabilidade. Segundo Leite Lopes (2005) estes são os exemplos clássicos das forças de Van der Waals atrativas. Contudo, em todas interações entre átomos, íons ou moléculas, existem forças repulsivas que predominam a curtas distâncias. São elas as responsáveis pela impenetrabilidade da matéria Leite Lopes (2005). Tais forças não podem ser explicadas pela física clássica em conseqüência do princípio da exclusão de Pauli, segundo o qual dois elétrons não podem se encontrar num mesmo estado quântico. De uma forma simplificada pode- se considerar que a cavitação ocorrerá fruto de uma mudança de estado das forças de pressão e temperatura, provocando uma diminuição das forças de atração entre as moléculas de hidrogênio, forças de Van der Waals e aumento das forças de repulsão. Para inibir o fenômeno de cavitação nos equipamentos, varias soluções foram propostas por diversos autores, que se resumem em procedimentos aplicados na montagem ou na saturação e / ou calibração dos mesmos. Destas propostas nasceram algumas conclusões referentes a como evitar a cavitação. Ridley (1993) assumiu que a máxima tensão sustentável pelo tensiômetro é também função do valor de entrada de ar do elemento poroso. “Se a diferença de pressão entre o reservatório e a medida no solo exceder o valor da entrada de ar, este pode ser “puxado” de dentro do reservatório de água; mudanças de pressões externas que atuam no dispositivo vão resultar na expansão ou contração das bolhas do ar e a pressão medida é potencialmente destacada da realidade”. Marinho & Chandler (1995) sugeriram o uso de um volume pequeno de água no sistema de medição de sucção por responsável para que não aconteça cavitação, e que o volume mínimo possível está limitado pelo deslocamento do diafragma do transdutor. A pré-pressurização da água tem sido considerada essencial para a saturação dos tensiômetros. Algumas diferenças porem existem entre as metodologias de pré-pressurização. Guan & Fredlund (1997) aplicam varias prépressurizações em ciclos que começam sob um vácuo de –85 kPa seguido por pressões positivas maiores que vão ate 12000kPa. De fato tem sido sugerido que a tensão de rompimento é afetada preliminarmente pelo numero de ciclos e a magnitude da pressão positiva aplicada (Guan et al., 1998). Ridley & Burland (1999) afirmaram que o processo da pré-pressurização é menos importante, enquanto isso, a saturação inicial da pedra porosa joga um papel mais importante. Estes autores propõem que se sature o tensiômetro pela aplicação de uma pressão constante de 4000kPa que é mantida por pelo menos 24 horas. Tarantino e al. (2000) fizeram medidas de sucção superior ao valor de entrada de ar do elemento poroso sem que houvesse cavitação e concluíram que “cavitação pode ocorrer antes da equalização do sistema soloequipamento, causando a interrupção do teste e a pré-saturação do instrumento; o conhecimento das condições que lidam com a cavitação é, portanto essencialmente baseado na otimização do design do instrumento”. 2 A água atua como principal elemento regulador da pressão de entrada de ar, após ser caracterizado inicialmente o elemento poroso de contacto, que aqui, se trata geralmente de cerâmica. Portanto deve se governar os elementos físico-químicos atuantes na água em uso como: garantir a possibilidade de medição pela função da água em estabelecer uma continuidade hidráulica. A importância da água provém das suas características físicas e químicas que, por sua vez, resultam da sua estrutura molecular (Kramer & Boyer, 1995). Dentre as suas características físicas e químicas, algumas desenvolvem um papel fundamental no funcionamento dos tensiômetros: • • • COMPRESSIBILIDADE: Para todos os efeitos práticos os líquidos são incompressíveis. Assim, as leis da hidráulica são aplicáveis aos organismos vivos porque estes são constituídos em grande parte por água. ADESÃO E COESÃO: Devido à sua polaridade a água é atraída por muitas outras substâncias, ou seja, é capaz de molhar superfícies formadas por essa substância. Esta atração entre moléculas diferentes é chamada adesão, e é devida às pontes de hidrogênio que se estabelecem entre moléculas. A atração entre moléculas semelhantes é chamada coesão, sendo explicada pelas forças de Van der Waals já explicadas anteriormente. São as forças de coesão que conferem à água uma força de tensão invulgarmente elevada, isto é, a tensão máxima que uma coluna ininterrupta de água pode sofrer sem se romper é extremamente elevada (Hopkins, 1995). Numa coluna de água fina e confinada, como as que existem no xilema dum caule, a força de tensão pode atingir valores muito elevados (cerca de –30 MPa) de modo a que a coluna de água é “puxada” sem interrupções até o topo de árvores. Este valor representa cerca de 10% da força de tensão do fio de cobre ou de alumínio, o que é de fato considerável (Taiz & Zeiger, 1998). TENSÃO DE SUPERFÍCIE: É a coesão entre moléculas de água que permite explicar a elevada tensão de superfície deste composto. As moléculas à superfície dum líquido estão continuamente sendo atraídas para o interior do líquido pelas forças de coesão, enquanto que na fase gasosa há menos moléculas que, por isso, estão muito distantes para exercer uma força sobre as que estão à superfície. Assim, uma gota de água atua como se estivesse coberta por uma “pele” apertada e elástica. É a tensão de superfície que faz com que uma gota tenha uma forma esférica, e que permite que certos insetos • andem sobre a água. A tensão de superfície da água é maior que a da maior parte dos líquidos. SOLUBILIDADE: Uma das características principais da água é a sua capacidade de dissolver quase todas as substâncias em quantidades superiores à maioria dos líquidos. A ação dissolvente da água depende de pelo menos um dos três tipos de interações entre as moléculas de água e as moléculas de solutos: ü Substâncias não ionizáveis, mas polares: São substâncias que contêm oxigênio ou azoto na forma de grupos OH, NH2, a sua solubilização é devida à formação de pontes de hidrogênio entre as suas moléculas e as da água. ü Substâncias ionizáveis: A sua solubilidade deve-se ao caráter dipolar da água que lhe confere uma constante dielétrica, isto é, a capacidade de neutralizar a atração entre cargas elétricas muito elevadas. Cada íon em solução tem como que uma “concha” de moléculas à sua volta. Esta “concha” atua como um campo de isolamento elétrico que diminui a força de atração entre íons com cargas opostas, mantendo-os afastados na solução. ü Substâncias não polares: Como, por exemplo, a alanina e outros amino ácidos neutros. Estes compostos dissolvem-se na água por causa das forças de Van der Waals. A cavitação não ocorrerá caso o sistema esteja livre de núcleos de cavitação, o que significa resumidamente, o uso de água deaerada pura e limpa, superfícies extremamente lisas e limpas, submissão do sistema ao vácuo, aplicação cíclica de pressões positivas e negativas e prépressurização do sistema a altas pressões para dissolver o ar livre. 3. DESCRIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS Um tensiômetro tradicional é composto basicamente por uma pedra porosa, um corpo de contenção da pedra porosa e um transdutor ou equivalente que transforma as variações de sucção do solo em pressões. 3 Os problemas referentes à cavitação que, em geral, ocorrem a aproximadamente 80 kPa, são muito comuns aos tensiômetros como os já citados acima. Tais problemas foram superados nesta nova forma de construção de tensiômetros devido ao: • • • • • Uso de pedra porosa com elevado valor de entrada de ar. Uso de água deaerada durante todo o processo de saturação e montagem. Uso do acrílico na construção do tensiômetro devido a sua superfície ser bastante lisa, fazendo com que não haja possibilidade de presença de micro bolhas de ar durante o processo de saturação do sistema. Processo de montagem, saturação e calibração do protótipo. Especificações técnicas e características do transdutor escolhido. Este sistema é simplificado em termos construtivos, sendo fabricado de forma a se adaptar às dimensões originais da pedra porosa e do transdutor que se deseja empregar em cada caso específico. A figura 1 apresenta fotografias de protótipos projetados e utilizados na pesquisa. 4. PROCESSO DE SATURAÇÃO E CALIBRAÇÃO: O processo de saturação e calibração compreendeu as seguintes ações: I. Verificação da incorporação da pedra porosa ao corpo de acrílico, através de aplicação de três ciclos de pressão de água, para verificar a estanqüeidade do contato (pedra porosa – acrílico); II. A saturação da pedra porosa é feita com a aplicação de vácuo na câmara de calibração, sem que esta contenha água no seu interior por um período superior a 15 horas. Posteriormente fazse a entrada de água deaerada na câmara, (mantendo-se o vácuo aplicado) ate que a água cubra com certa folga o elemento poroso. Mantém–se o vácuo no sistema por mais duas horas; III. Transferência do conjunto para a câmara de calibração / saturação e aplicação de ciclos de pressões variando de zero até 600 kPa, seguindo o valor da pressão de borbulhamento da pedra usada, para gerar um fluxo de água na pedra e remover eventuais bolhas; IV. Instalação do transdutor de pressão no sistema por aparafusamento no corpo acrílico dentro de água deaerada e reaplicação de vácuo no sistema durante 3 a 4 horas; V. Calibração do protótipo através de potes de mercúrio com três estágios de carga e descarga, com valores de pressão de água ate atingir a linearização da curva de calibração (estes valores de pressão de água variam segundo o protótipo instalado). 5. Figura 1 - Exemplo do tensiômetros desenvolvidos – Tensiômetros Tense EPX. Nos estudos empregaram-se junto aos tensiômetros outros equipamentos servindo de controle e monitoramento como, os equitensiômetros. O Tensiômetro de Equivalência ou Equitensiômetro EQ2 é composto por uma sonda Theta e um corpo de acrílico e utiliza a mais recente geração de sensores de umidade. RESULTADOS As figuras 2 e 3 apresentam alguns dos resultados obtidos em ensaios de laboratório em lisímetros, (Diene, 2004) comparados com outros tensiômetros automatizados e sistemas de medição de sucção diferentes como o equitensiômetro. Os tensiômetros TENSE-ASH 1 e 2 comportaramse de uma maneira similar até atingirem valores de sucção superiores a -800 kPa, observando-se a perda de pressão no tensiômetro TENSE-ASH 2 a partir deste ponto. Esta perda de pressão deve-se ao fato deste tensiômetro, com uma pedra porosa de 500 kPa ter atingido a pressão de entrada de ar, e 4 provável perda da continuidade da leitura pela formação de núcleos de ar provocando a cavitação ou o que pode se denominar de tensão máxima de adesão água / cerâmica. Observa-se que os valores do EQ2-A15 são ligeiramente maiores que os dos tensiômetros na faixa de (0, -200 kPa) e na faixa de (~ -800 a -1000 kPa) onde se percebe um aumento progressivo e rápido dos valores medidos. Esta diferença na medida inicial justifica-se pela falta de precisão do EQ2-A15 na faixa de medição de (0, -100 kPa) conforme especificação do fabricante e dentro da tolerância de ±10 kPa, enquanto que o rápido crescimento dos valores medidos na faixa de (-800 a -1000) deve-se ao fato das medidas do equipamento aproximarem-se do valor máximo de medição (figura 2). correlacionado com o TENSE-EPXO, instalado a 15cm, apresentou uma diferença de pressão decrescente da ordem de 15 a 25 kPa. Não se pode afirmar que as oscilações presentes sejam fruto de queda de pressão partindo do fato que elas foram relativamente pequenas em relação às tensões medidas e sem alteração da tendência crescente esperada da curva de sucção do solo. Diferentemente do EQ2-A15 na figura 2, o EQ2B15 mediu durante todo o ensaio valores um pouco acima dos valores medidos pelos tensiômetros TENSE EPXO 1 e EPX 1; no entanto, a tendência da curva manteve-se conforme o esperado. Esta diferença dos valores na faixa de medidas acuradas (-100 a -800 kPa, no caso dos equitensiômetros) pode ser explicada pelo desgaste do equipamento após seu uso em outros experimentos ou necessidade de re-calibração (EQ2-B15). Esta ligeira variação nos valores medidos não comprometeu as medições, já que as variações foram pequenas e constantes com relação ás faixas de medidas de tensões (figura 3). DESEMPENHO TENSE ASH 1,ASH 2 & EQ2A15 DESEMPENHO, TENSE EPXO1, EPX1 & EQ2-B15 0,00 -200,00 -600,00 -800,00 -1000,00 EQ2-A15 TENSE-ASH1 TENSE-ASH2 SUCÇÃO (kPa) SUCÇÃO (kPa) -400,00 -1200,00 -1400,00 O tensiômetro TENSE-EPXO 1 mediu valores de sucção do solo com bastante precisão e de uma forma contínua até valores superiores ao valor de entrada de ar da pedra de 500 kPa a ele acoplada. O tensiômetro TENSE-EPX 1 introduzido a 30 cm de profundidade mediu valores de sucção bastante similares aos medidos pelo TENSE-EPXO 1 instalado a 15 cm de profundidade. O tensiômetro mediu valores de sucção até -1465 kPa e quando 9/5 TEMPO ( Dias) Figura 2 - Resultados dos tensiômetros de sucção elevados correlacionados com o tensiômetro de equivalência ensaiados no lisímetro (tanque A). EQ2-B15 TENSE-EPXO1 TENSE-EPX1 /20 03 23 14 /5 / : 2 9 2 0 1 7 /4m1 /5 / 0 3 2 0 0 7 ai 03 :0 16 1 :70 1 17 /j u /6/ 2 2 2 0 1 2 /j n /6/ 03 un 20 14 03 :3 08 8 2: 378 /0 3 /j 6 u 9/j l ju l u l / 19 14 /ju 25 l 4/8 /j / 2 0 30 ul 03 /jul 06 :18 29 /0 1 5 4 14 /0 5 : 0 1 5 0:2 :3 0 2 24 /5 1 :0 2 8 /2 0 9 /m0 /5 / 0 3 a 20 05 i 03 :0 16 1 :01 4 /j u 9 /j n 16 un 1 / 20 06 2 3/ju /6/ 0: n 2 3 20 38: /6 / 0 3 1 8 20 08 03 :3 20 8 2:83 8 /0 2 /j 6 u 6 /j l 10 ul /j jul ul /1 18 4 /j u 21 l /j 2 6 ul /ju l -1600,00 0,00 -200,00 -400,00 -600,00 -800,00 -1000,00 -1200,00 -1400,00 -1600,00 TEMPO (Dias) Figura 3 - Resultados dos tensiômetros de sucção elevados correlacionados com o tensiômetro de equivalência ensaiados no lisímetro (tanque B). 6. CONCLUSÕES Dos protótipos desenvolvidos e dos resultados obtidos podem se tirar as seguintes conclusões: • Com o progresso na fabricação de pedras porosas e transdutores não há mais dificuldades no desenvolvimento de tensiômetros que meçam valores elevados de sucção; 5 • O acrílico deve ser o mais liso possível, de forma a evitar o alojamento de eventuais micro-bolhas nas irregularidades das paredes; Guan, Y. & Fredlund, D. G., 1997 “Direct measurement of high soil suction”. In: Simpósio solos não saturados brasileiro, 3, vol.2, pp. 543-550, Rio de Janeiro. • As dimensões da pedra e do transdutor delimitarão no procedimento aqui apresentado, as dimensões do corpo do tensiômetro como um todo; Guan, Y, Fredlund DG & Gan JKM 1998. Behaviour of water subjected to high tensile stress. Proc. 2nd Int. Conf. on Unsaturated Soils, Beijing, China: 356-361. • Os resultados obtidos mostram que o protótipo desenvolvido pode ser empregado seja em medidas in-situ seja em laboratório com a adaptação do mesmo, por exemplo, às células de ensaios triaxiais e de adensamento. • • • Os valores máximos medidos pelo TENSEEPXO 1, construído com uma pedra porosa de 500 kPa. atingiram valores maiores que o valor máximo de pressão de entrada de ar da pedra porosa. Tal fato se explica por um provável valor de entrada de ar da pedra porosa superior ao indicado na mesma pelo fabricante. Por fim pode-se afirmar que a possibilidade de cavitação é função das condições térmicas e do estado de tensões presente no conjunto solo, pedra porosa, água, tensiometro como um todo. As forças de atração de Van der Waals são uma perspectiva importante no aprofundamento do estudo teórico dos diversos agentes no processo de cavitação na medida de sucção em solos. O assim chamado ponto de cavitação, que ficava por volta dos 80 kPa nos tensiometros antigos mais simples, pode ser deslocado em função das condições do sistema de leitura da sucção empregado. Um sistema em que os núcleos de gás são previamente evitados tenderá a apresentar cavitação a níveis bem mais elevados conforme pode ser constatado pelo protótipo apresentado neste trabalho. REFERÊNCIAS Diene, A. A., 2004. Tensiometers development for high suction measurement in laboratory lysimeters. Tese de Msc Coppe-UFRJ, 173 pgs. Entran Pressure Sensors, 2000 Epx Miniature Threaded Pressure Sensors. www.entran.com Harvey, E.N., Barnes, D.K. , Mcelroy, W.D., Whiteley, A.H., Pease, D.C., And Cooper, K.W., 1944. “Bubble formation in animals. I, Physical factors”. J. Cell. and Comp. Physiol., 24, No. 1, 1--22. Hopkins, W. G., 1995. Introduction To Plant Physiology. New York, John Wiley & Sons, 464 P. 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