MANUAL DA RESIDÊNCIA MÉDICA
DA
FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA
Famema – Faculdade de Medicina de Marília
SUMÁRIO
Página
1 Introdução......................................................................................................
4
2 Quais instâncias deliberam sobre RM?.........................................................
6
3 Sobre a concepção pedagógica da FAMEMA...............................................
7
4 Como o residente se insere no Projeto Pedagógico da FAMEMA................
8
4.1 Medicina Baseada em Evidências..........................................................
8
4.2 Educação orientada ao residente...........................................................
9
4.3 Modelo de Avaliação Continuada...........................................................
9
4.3.1 Formatos de avaliação do residente.............................................. 10
4.4 Estratégias da aprendizagem.................................................................
11
4.5 Estratégias de implantação continuada do modelo................................
11
5 Equipe Nuclear..............................................................................................
13
6 Sobre a FAMEMA..........................................................................................
14
6.1 Breve Histórico da FAMEMA..................................................................
16
6.2 Finalidade e missão................................................................................
17
6.3 Estrutura organizacional.........................................................................
17
6.4 Graduação.............................................................................................
18
6.5 Recursos Educacionais e de Apoio Discente.........................................
19
6.5.1 NUADI – Núcleo de Apoio ao Discente........................................
19
6.5.2 Biblioteca......................................................................................
19
6.5.3 Laboratório de Informática............................................................
20
6.5.4 Laboratório Morfo-Funcional......................................................... 20
Famema – Faculdade de Medicina de Marília
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2005
“ Além do mais, não deves pensar que as aulas sejam a coisa mais importante para um
estudante, nem que a taberna seja apenas um lugar onde se perde tempo. O melhor do
studium é que se aprende com os professores, e ainda mais com os companheiros,
especialmente com os mais velhos, quando contam o que leram; descobre-se que o
mundo deve estar cheio de coisas maravilhosas e que para conhecê-las, posto que a
vida jamais será suficiente para percorrer toda a Terra, não nos resta senão ler todos os
livros”
Eco, Umberto. Baudolino.
Famema – Faculdade de Medicina de Marília
1 INTRODUÇÃO
O sistema de especialização em medicina, baseado na Residência Médica (RM),
iniciou-se em 1889 no Hospital da John’s Hopkins University. William Halsted nomeou
quatro ex-internos como residentes em cirurgia e cujo treinamento implicava em
progressiva responsabilidade na execução de cirurgia e nos cuidados pré e pósoperatórios. A partir de 1890, William Osler, também na John’s Hopkins, passou a
adotar o mesmo sistema para a especialização em Medicina Interna.
O sistema de RM se difundiu e já em 1927 a Associação Médica Americana,
reconhecendo sua necessidade como treinamento de pós-graduação, organizou a
primeira relação de hospitais capacitados no desenvolvimento e execução de
programas de RM.
Seguindo o modelo norte-americano, o Hospital das Clínicas da Universidade de
São Paulo implantou, em 1945, o primeiro programa de RM, na especialidade de
Ortopedia. Em 1948, o Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro iniciou RM
em Cirurgia Geral, Clínica Médica, Pediatria e Ginecologia-Obstetrícia.
Em 1967, foi criada a Associação Nacional de Médicos Residentes, reconhecida
pela Associação Médica Brasileira.
O decreto 80.281 de 5 de setembro de 1977 regulamentou a RM e criou a
Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Essa foi definida como modalidade
de ensino de pós-graduação, sob a forma de curso de especialização. O objetivo da RM
seria permitir ao médico recém-formado aperfeiçoar-se nos diferentes ramos da
atividade médica e teria como principal característica o treinamento em serviço, sob a
orientação de profissionais qualificados em instituições de saúde, universitárias ou não.
A RM da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) funciona desde o ano de
1982. Atualmente conta com um total de 133 vagas credenciadas em 23 especialidades
médico-cirúrgicas conforme o quadro apresentado a seguir:
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Famema – Faculdade de Medicina de Marília
Residência Médica segundo Especialidades
Especialidades
Vagas Credenciadas
Número de Residentes
em 2005
em 2005
R1
R2
R3
TOTAL
R1
R2
R3
TOTAL
Anestesiologia
02
02
02
06
02
01
-
03
Cardiologia
01
01
02
01
-
01
Cirurgia de Cabeça e Pescoço
01
01
02
-
-
-
Cirurgia do Aparelho Digestivo
01
01
02
01
01
02
Cirurgia Geral
05
05
10
05
05
10
Cirurgia Torácica
01
01
02
-
-
-
Cirurgia Vascular
02
02
04
02
03
05
Clínica Médica
08
08
16
08
08
16
Dermatologia
01
01
02
01
01
02
Endocrinologia
01
01
02
01
01
02
Hematologia e Hemoterapia
02
02
04
-
-
-
Infectologia
01
01
03
01
-
Nefrologia
01
01
02
-
-
-
Neurologia
01
01
02
-
-
-
Obstetrícia e Ginecologia
04
04
08
04
04
08
Oftalmologia
05
05
05
15
05
05
04
14
Ortopedia e Traumatologia
04
04
04
12
04
04
04
12
Otorrinolaringologia
02
02
02
06
02
02
02
06
Pediatria
06
06
12
05
06
11
Psiquiatria
04
04
08
04
04
08
por 02
02
06
02
01
Reumatologia
02
02
04
-
-
-
Urologia
01
01
03
01
01
02
Radiologia
e
Diagnóstico
01
02
01
02
02
05
Imagem
Total Geral:
01
133
109
5
Famema – Faculdade de Medicina de Marília
Abrimos novas áreas de especialização como a Residência Multiprofissional em
Saúde da Família, além de Cursos de Especialização Latu Sensu, também voltados
para os profissionais já formados. As vagas oferecidas na Residência Multiprofissional
em Saúde da Família são em número de 20, sendo 10 para médicos e 10 para
enfermeiros. Tanto as áreas novas como as já existentes estarão sendo avaliadas por
um sistema que focaliza o desempenho de residentes e preceptores e o
desenvolvimento do próprio programa.
2 Quais instâncias deliberam sobre RM?
Comissão Nacional de Residência Médica
Tem por função formular e executar a política nacional de formação de
especialistas através da elaboração de normas gerais de organização dos programas de
RM; da definição de critérios para a distribuição de vagas de RM no território nacional;
do primeiro credenciamento e do julgamento de recursos de questões não resolvidas
nos âmbitos das Comissões Estaduais de Residência Médica.
Comissão Estadual de Residência Médica.
Tem por função acompanhar os processos de credenciamento de novos
programas de residência, orientado as instituições para o pronto atendimento das
providências solicitadas pela CNRM; realizar vistorias em estabelecimentos de saúde
com vistas ao credenciamento para a oferta de novos programas de RM e ao
recredenciamento de programas em curso; prestar assessoria pedagógica no
desenvolvimento dos programas de RM; recredenciar e descredenciar programas de
RM em curso; realizar estudos de demandas por especialistas para cada especialidade;
formular política de distribuição de vagas por especialidade de acordo com a demanda;
regular a oferta de vagas de residência de acordo com a demanda por especialistas de
cada especialidade; e fazer a interlocução dos programas com a CNRM.
Comissões Hospitalares de Residência Médica (COREME)
As COREMES têm por função a gestão cotidiana dos programas nos hospitais,
funcionando como primeira instância de mediação de conflitos. É arena de discussão
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de concursos, programação e supervisão. Em suma é a instância executiva do sistema
de RM dentro dos hospitais.
O residente quando achar que o seu programa não está funcionando, conforme
orientações da CNRM, deve encaminhar à COREME a sua queixa e se não sentir-se
satisfeito com os encaminhamentos definidos, deve levar à Comissão Estadual as suas
insatisfações.
3 Sobre a concepção pedagógica da FAMEMA
A concepção pedagógica adotada na maioria das escolas médicas é centrada no
professor. Nessa, o professor determina e escolhe o conteúdo da matéria a ser
desenvolvido no seu curso. As matérias são dadas sob forma de aulas expositivas
utilizando slides, transparências, etc. em sala de aulas para 80 a 100 alunos que
geralmente
copiam a matéria
passivamente para regurgitá-la posteriormente no
momento da prova e esquecê-la quase tudo em poucos dias.
Desde 1993, a Faculdade de Medicina de Marília vem promovendo mudanças
curriculares nos cursos de graduação voltados à formação de profissionais de medicina
e enfermagem. Os princípios que norteiam essas mudanças estão fundamentados na
redefinição do perfil profissional considerando-se as novas demandas da sociedade que
apontam para a ampliação da formação tradicionalmente baseada puramente no
conteúdo biologicista e tecnológico.
Além da ampliação dos conteúdos selecionados para a formação na graduação,
o processo ensino-aprendizagem ganhou novas conformações pela utilização de
pequenos grupos ao invés de grandes turmas, reforçando uma relação mais próxima
entre docentes e estudantes. Todos contribuem no processo de construção do
conhecimento, fazendo uso dos conhecimentos prévios dos estudantes e das
necessidades de aprendizagem individualizadas. Teorias de aprendizagem significativa,
de aprendizagem auto-dirigida e da capacidade de aprender a aprender fundamentam
as mudanças pedagógicas que contribuem para a formação de um profissional crítico e
capaz de se manter atualizado e de trabalhar orientado por evidências e pelo
compromisso social.
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Famema – Faculdade de Medicina de Marília
O
ensino/aprendizagem
centrado
no
independentes, criativos, pensadores críticos,
capazes de avaliarem os seus progressos,
de comunicação
estudante
torna-os
mais
ativos,
cooperativos (não só competitivos),
com desenvolvimento de boa capacidade
(expressar-se claramente), relacionamento interpessoal, atitudes,
hábitos e técnicas para continuar aprendendo ao longo da vida (responsabilidade pela
auto-aprendizagem).
No internato e RM o ensino/aprendizagem é centrado no paciente e deve ser
realizado com a integração das dimensões biológica, psicológica e social, contribuindo
para a formação de médicos humanos, preocupados em cuidar não somente da doença
do paciente, mas sim de todas as suas necessidades.
4 Como o residente se insere no Projeto Pedagógico da Famema
O objetivo fundamental do nosso programa de RM é de produzir médicos
habilitados e humanos. Para atingirmos essa meta, o foco é direcionado ao aprendizado
de destrezas clínicas e a um plano de responsabilização gradual do residente relativo ao
paciente, para que ao final o residente alcance um desempenho exemplar no papel de
médico.
Para alcançarmos esse objetivo a educação médica deve ser: orientada ao
paciente, baseada em problemas reais, auto-dirigida, praticada na forma de Medicina
Baseada em Evidências e constantemente avaliada.
4.1 Medicina Baseada em Evidências
O nosso corpo clínico e os residentes deverão, de uma forma progressiva,
esforçar-se ao máximo para praticar medicina baseada em princípios científicos.
Idealmente, isso envolve uma estratégia para se lidar com problemas clínicos, que
inclui:
- Delineação clara de questões relevantes referente ao problema;
- Busca completa na literatura das questões levantadas;
- Avaliação crítica das evidências na literatura e sua aplicabilidade na situação
clínica;
- Aplicação balanceada das conclusões ao problema clínico.
8
Famema – Faculdade de Medicina de Marília
4.2 Educação orientada ao residente
A educação médica deve corresponder às necessidades dos residentes. Para
isso
é
importante
que
o
residente
participe
ativamente
do
processo
ensino/aprendizagem, dando-nos sempre um retorno (feedback) adequado do
andamento da sua RM.
4.3 Modelo de Avaliação Continuada
No curso de graduação tem-se trabalhado com os princípios da educação de
adultos e, nesse sentido, há uma maior e crescente responsabilidade do/a estudante no
processo de aprendizagem. A experiência prévia é levada em consideração e o principal
enfoque
da
aprendizagem
está
baseado
na
possibilidade
de
aplicação
do
conhecimento, habilidades e atitudes apreendidos.
Os enfoques do sistema de avaliação na RM são o(a):
-
Residente
-
Docente (Preceptor)
-
Áreas Educacionais de RM (Especialidades)
Tanto residentes, preceptores e áreas educacionais de RM são avaliados de
maneira formativa, buscando a melhoria do processo ensino-aprendizagem e de
maneira somativa identificando desempenhos e o grau de alcance dos objetivos préestabelecidos para uma determinada fase do programa de RM.
Na avaliação formativa utiliza-se a auto-avaliação realizada pelas pessoas
envolvidas nas atividades de ensino-aprendizagem e a avaliação realizada pelos demais
membros do grupo ou equipe de trabalho sobre o desempenho de cada um. Na
avaliação somativa do/a residente, busca-se avaliar os aspectos cognitivos, as
habilidades e as atitudes (desempenhos) relacionados aos objetivos específicos dos
programas de RM.
Os formatos de avaliação são os documentos utilizados para coletar dados e
registrar informações do processo de ensino-aprendizagem dos programas de RM. As
informações coletadas nesses documentos contribuem para a melhoria do processo,
revelando as fortalezas e as áreas que necessitam atenção e melhoria em cada
programa.
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Famema – Faculdade de Medicina de Marília
4.3.1 Formatos de avaliação do residente
Formato de avaliação do desempenho do residente na RM ou estágios:
Esse formato registra a síntese das observações realizadas em relação ao
desempenho do/a residente na RM. Permite a avaliação da base de conhecimento, de
anamnese, exame físico, formulação de diagnósticos, planejamento terapêutico,
avaliação e tratamento de emergência, medicina baseada em evidência, organização e
manutenção de arquivo médico, habilidades multidisciplinares, planejamento de
acompanhamento
ou
encaminhamento
de
pacientes,
interação
profissional,
comunicação com pacientes e familiares, habilidades éticas, de supervisão e ensino.
Essa avaliação é realizada ao longas das atividades de ensino-aprendizagem
promovidas em estágios ou na área específica da RM e é responsabilidade dos/as
preceptores/as. Essa avaliação faz parte da formação do conceito do/a residente ao
final de cada estágio ou semestre (aspecto somativo) e apresenta uma padronização
dos critérios para avaliação do desempenho do/a residente.
Formato de avaliação cognitiva, de habilidades e atitudes do residente
Permite avaliar as habilidades onde o/a residente precisa mostrar conhecimento
aplicado a situações específicas. Permite também facilitar a avaliação de desempenhos
que o futuro profissional precisa manter. É realizada uma vez por ano.
Formato de avaliação dos preceptores
Os preceptores de cada RM são avaliados individualmente pelos residentes da
respectiva área quanto a um conjunto de desempenhos. È uma avaliação realizada ao
final de cada semestre, em documento próprio e individualmente.
Formato de avaliação dos programas de RM de acordo com cada área
As áreas educacionais (especialidades) de RM são avaliadas pelos residentes. Essa
avaliação é realizada ao final de cada semestre, em documento próprio e
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Famema – Faculdade de Medicina de Marília
individualmente. Ao final da RM há um formato especial de avaliação a ser preenchido
da mesma forma. Tem-se por objetivo a revisão e reformulação dos programas de RM.
4.4 Estratégias da aprendizagem
Temos como base de que a educação médica deve ser orientada ao paciente,
baseada em problemas e auto-dirigida. Portanto, os nossos programas de RM
incorporam gradualmente esses ítens, procurando:
-
Desestimular sessões didáticas;
-
Centrar o foco de aprendizagem no paciente e seu problema;
Ensinar a prática da medicina leva por si próprio à abordagem da
aprendizagem baseada em problemas. No centro de tudo está o problema apresentado
pelo paciente. As perguntas/questões que surgem incluem invariavelmente a possível
etiologia, a natureza da patofisiologia, e o melhor método de elucidar e manusear o
problema. A educação médica é focada nas questões oriundas do paciente
regularmente manuseado pelos alunos.
-
Buscar evidências científicas em resposta a problemas não resolvidos.
Assim, o nosso modelo de auto-educação e de prática médica, deve ser
direcionado na busca de evidências científicas. Isso envolve uma atitude de ceticismo,
no qual escrutinamos criticamente nossa prática relativa ao diagnóstico, tratamento e
prognóstico. A base do escrutínio são os princípios descritos como “avaliação crítica”. O
objetivo
é estar consciente
das evidências em que uma prática é baseada, a
profundidade das evidências e a força de inferência que as evidências permitem.
Por fim, o que se espera é produzir médicos que estejam na excelente posição
de conduzir a própria educação médica por toda a vida.
4.5 Estratégias de implantação continuada do modelo
Processo de seleção
O programa de graduação já instituído na nossa instituição, serve de modelo para
o de pós-graduação. Pelas características únicas do programa de graduação, há um
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Famema – Faculdade de Medicina de Marília
esclarecimento prévio de como funciona. Uma abordagem similar é utilizada na
seleção para a RM. Nós advertimos que a nossa abordagem da educação médica é
diferente da de outros programas. A prova de seleção é realizada em outros moldes,
valorizando a capacidade do estudante expressar seu entendimento geral sobre um
tópico, de organizar suas idéias, ser criativo/a, crítico/a, e sintético/a. É um instrumento
de resposta escrita e as questões são construídas objetivando-se o estímulo do
raciocínio.
A prova de seleção para a RM também é realizada de uma outra forma. As
razões para isso são que a avaliação também ampliou a utilização de instrumentos de
verificação de forma coerente às mudanças curriculares. O conceito do estudante
passou a ser formado pela avaliação não só do conhecimento, mas também do
desenvolvimento de habilidades e de atitude profissional. Dessa forma, as notas foram
substituídas por conceitos que refletem o domínio de determinados conteúdos,
destrezas e atitudes, respeitando os diferentes tempos e necessidades que os
estudantes têm para adquirir esses domínios.
A experiência acumulada com o desenvolvimento dos novos currículos nos
cursos de graduação da Famema somada às atuais tendências e reflexões da
residência médica orientam a reformulação do processo de avaliação para ingresso de
residentes e de avaliação da própria residência médica e certificação de competência
dos profissionais nela formados.
Assim, o formato de avaliação para o ingresso dos novos residentes inclui uma
avaliação cognitiva baseada em problemas relevantes e prevalentes de saúde da nossa
sociedade, buscando identificar a capacidade de aplicação de conhecimentos e de
solução de problemas considerando-se situações encontradas na prática profissional de
um médico generalista. Os problemas serão apresentados em três formatos, sendo:
-
dois com dados do contexto de saúde e de vida, nos quais há um total de quatro
questões dissertativas voltadas à exploração da integração das dimensões
psicológica e social à dimensão biológica;
-
dois baseados em situações clínicas subsidiadas com informações sobre a evolução
do caso, nos quais há um total de seis questões dissertativas voltadas à exploração
da integração básico/clínica e raciocínio clínico;
-
trinta situações clínicas e epidemiológicas, com uma questão de resposta curta,
voltadas
à
exploração
do
raciocínio
clínico,
considerando-se
diagnóstico,
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Famema – Faculdade de Medicina de Marília
investigação diagnóstica, formulação de plano terapêutico e de plano de cuidado
para pacientes ou comunidade.
Além da avaliação cognitiva, também faz parte da avaliação dos novos residentes
uma entrevista com docentes da respectiva área.
A extensão com a qual os concorrentes entenderem, aprovarem e mostrarem-se
aptos a contribuir com esse modelo, deverá ser considerada na seleção.
Resposta às necessidades dos residentes
A filosofia da educação médica na FAMEMA é essencialmente democrática. O
aluno é um participante essencial ao processo. A aprendizagem e não o ensino, está
em foco. Isso não significa que os programas estarão sujeitos a modificações, em
virtude de reclamações de residentes não afeitos com a nossa filosofia. Significa
entretanto que o teremos como parceiros em decisões de como melhor implementar e
desenvolver os nossos programas.
Para que consigamos atingir essas metas, faz-se necessário que o nosso corpo
docente esteja afeito às necessidades educacionais da instituição. Isso significa que
não nos baseamos em corpo docente, cujo intuito na instituição seja tão somente a
necessidade de desenvolvimento próprio, voltada ao serviço assistencial.
Por fim, devemos ainda ressaltar que uma forma de inserção importante do
residente no modelo de ensino-aprendizagem é: aprendendo e ensinando; ensinando e
aprendendo. É desde muito conhecida a proximidade que os estudantes de graduação
têm com os residentes. Nessa proximidade é intenso o inter-relacionamento, a troca de
informações e conhecimentos. Ao mesmo tempo já é bem estabelecida a noção, no
ensino/aprendizagem da residência médica, de que muito se aprende e apreende
ensinando. Assim, residentes (principalmente das áreas básicas), internos e
professores, comporão uma equipe, que funcionará como um núcleo intensivo de
ensino/aprendizagem: a equipe nuclear.
5 Equipe Nuclear
Um enfoque importante da RM da é o da abordagem interdisciplinar na execução
dos cuidados médicos. Isso implica no respeito para os outros integrantes dos cuidados
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Famema – Faculdade de Medicina de Marília
ao paciente (enfermeiros, assistentes sociais, ocupacionais, fisioterapeutas, etc.), e
disposição em trabalhar colaborativamente com os colegas.
Além disso, em algum momento do primeiro ano de RM os residentes da Cirurgia
Geral, Clínica Médica, Pediatria e Ginecologia-Obstetrícia, deverão compor equipes de
tutoria, núcleos de capacitação e/ou outras atividades, incluídas nos programas
específicos de cada especialidade.
Constituem a equipe nuclear uma equipe de saúde composta por paciente,
preceptores, residentes, estudantes e demais profissionais de saúde.
6 Sobre a FAMEMA
Diretor Geral – Prof. Dr. César Emile Baaklini
Vice-Diretor Geral – Prof. Dr. José Augusto Alves Ottaiano
Diretor de Graduação – Prof. Dr. Hissachi Tsuji
Diretor de Pós-Graduação – Prof. Dr. Rubens Augusto Brazil Silvado
Diretor Administrativo – Prof. Dr. Ludvig Hafner
Diretor Hospital das Clínicas - Unidade I – Dr. Francisco Venditto Soares
Diretor Hospital das Clínicas - Unidade II – Prof. Dr. Donaldo Cerci da Cunha
Diretor do Hospital Regional de Assis – Prof. Dr. José Bitu Moreno
Diretor Hemocentro – Prof. Dr. Antonio Fabron Júnior
Diretor Clínico - Prof. João Alberto Salvi
Coordenador da COREME – Dr. Tarcísio Adílson Ribeiro Machado
Secretária da COREME – Denise de Mora Blanco
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Famema – Faculdade de Medicina de Marília
Coordenação dos Programas
ANESTESIOLOGIA – Dr. Basílio Yoshio Okuda
CARDIOLOGIA – Prof. Dr. João Carlos Ferreira Braga
CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO – Prof. Dr. Silvio A. B. Uvo
CIRURGIA DO APARELHO DIGESTIVO – Prof. Dr. Rubens A. B. Silvado
CIRURGIA GERAL – Prof. Dr. Luiz Roberto Montolar Verderese
CIRURGIA TORÁCICA – Prof. Dr. Paulo Eduardo de O. Carvalho
CIRURGIA VASCULAR – Dr. Marcelo José de Almeida
CLÍNICA MÉDICA – Dr. Zamir Calamita
DERMATOLOGIA – Dr. Spencer de Dômenico Sornas
ENDOCRINOLOGIA – Dr. Pascoal Tomazela Junior
HEMATOLOGIA-HEMOTERAPIA – Dra. Márcia Ap. Momesso L. Bisterço
INFECTOLOGIA – Profa. Dra. Mércia Ilias
NEFROLOGIA – Prof. Dr. José Cícero Guilhen
NEUROLOGIA – Prof. Dr. Luiz Domingos Mendes Melges
OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA – Dr. Edson de Oliveira Miguel
OFTALMOLOGIA – Dr. Sérgio Asperti
ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – Prof. Dr. Alcides Durigan Junior
OTORRINOLARINGOLOGIA – Prof. Dr. Alfredo Dell’Aringa
PEDIATRIA – Dra. Adriana Porto Nunes
PSIQUIATRIA – Dr. Fernando Camargo de Aranha
RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM – Dr. Ricardo Emile Baaklini
REUMATOLOGIA – Prof. Dr. César Emile Baaklini
UROLOGIA – Prof. Dr. Pedro Teruel Romero
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Famema – Faculdade de Medicina de Marília
Núcleo de Avaliação Cognitiva – Dra. Maria de Lourdes Marmorato Botta Hafner
Núcleo de Habilidades da Prática Profissional – Dr. Cleber José Mazzoni
6.1 Breve Histórico da FAMEMA
A Faculdade de Medicina de Marília situa-se na cidade de Marília, região centrooeste do Estado de São Paulo, a 450 km da capital.
A mesma foi criada pela Lei Estadual nº 9236, de 19 de janeiro de 1966, como
instituto isolado de ensino superior, com um Curso de Medicina, atualmente com 80
vagas anuais para cada uma das seis séries. Seu funcionamento só foi autorizado um
ano depois, em 30 de janeiro de 1967, como Instituição Pública Municipal, depois de ter
sido constituída uma entidade mantenedora - Fundação Municipal de Ensino Superior
de Marília (FMESM), criada pela Lei Municipal nº 1371, de 22 de dezembro de 1966.
O Curso de Enfermagem foi criado em 1981, sendo autorizado e implementado
pelo Decreto Federal nº 85.547/81. Foi também reconhecido pela portaria MEC 365/89,
e oferece atualmente 40 vagas anuais para cada uma das quatro séries.
A Faculdade de Medicina de Marília foi escolhida, em 1992, pela Fundação
W.K.Kellogg, para receber apoio técnico e financeiro para o desenvolvimento de um
projeto baseado na parceria entre a academia, os serviços de saúde e a comunidade.
Este projeto chamado UNI - Uma Nova Iniciativa na formação de profissionais de saúde
tem apoiado o desenvolvimento curricular dos Cursos de Medicina e Enfermagem e
possibilitado a construção de um novo projeto educacional.
Em 1994, a FAMEMA foi estadualizada e o Governo do Estado de São Paulo, em
cumprimento à Lei Estadual nº 8898, de 27.09.1994, criou a autarquia Faculdade de
Medicina de Marília. A estadualização tem possibilitado a reorganização institucional e a
superação da crise econômico-financeira enfrentada pela mesma desde o início dos
anos 90.
A Fundação Municipal de Ensino Superior de Marília passou então a constituir-se
importante órgão de apoio às atividades da FAMEMA. O convênio com o SUS é mantido
através da F.M.E.S.M., cuja receita é responsável pela manutenção das nossas
unidades hospitalares e de atenção à saúde. Sua finalidade é promover atividades de
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Famema – Faculdade de Medicina de Marília
ensino na área da saúde, através da participação na elaboração da estrutura de uma
política de atenção à saúde municipal e da participação na elaboração de projetos de
ensino e pesquisa.
A Faculdade de Medicina de Marília produziu neste período uma importante
capacitação técnica e educacional dos seus professores, reformulou a organização
curricular dos seus cursos e consolidou-se como centro de referência local e regional
em várias áreas de atenção à saúde.
6.2 Finalidade e missão
A Faculdade de Medicina de Marília tem por finalidade ministrar, desenvolver e
aperfeiçoar o ensino das ciências da saúde e práticas de saúde visando ao bem-estar
físico, mental e social do indivíduo, como exigência da cidadania.
Em consonância com sua finalidade, a Famema tem, como missão:
realizar atividade docente, de pesquisa e de extensão no campo das ciências da
saúde;
formar e aperfeiçoar pessoal para o exercício profissional especializado e não
especializado; levando em conta a
realidade sanitária e sócio-econômica e as
peculariedades do mercado de trabalho regional;
contribuir para o equacionamento de problemas
sociais que determinam e
condicionam o nível de saúde da população;
colaborar na formação e execução de política voltada para a promoção, proteção e
recuperação da saúde do indivíduo e da coletividade;
favorecer
a
participação
da
comunidade
interna
e
externa
no
contínuo
desenvolvimento qualitativo de suas tarefas e atividades.
6.3 Estrutura organizacional
A Famema é composta por cinco unidades assistenciais universitárias, conforme
segue: Hospital das Clínicas de Marília - Unidade I; Hospital das Clínicas de Marília Unidade II (Hospital Materno-Infantil de Marília); Hemocentro de Marília; Unidade de
Oftalmologia e Unidade Ambulatorial. Conta ainda com uma unidade acadêmica:
Faculdade de Medicina e uma unidade administrativa. Possui uma área construída total
de 37.909 m2.
17
Famema – Faculdade de Medicina de Marília
A Famema conta com um quadro de 1.503 funcionários e 638 estudantes.
6.4 Graduação
A graduação é constituída pelos cursos de Medicina e Enfermagem, tendo cada
um seu colegiado que é composto pelos coordenadores de série e representantes dos
discentes. A Faculdade de Medicina de Marília possui 73 disciplinas, que constitui a
estrutura curricular dos Cursos de Medicina e Enfermagem.
Em um momento em que as tendências mais proeminentes em atenção à saúde
e em educação de profissionais de saúde apontam para mudanças necessárias na
organização curricular, na metodologia do processo de ensino-aprendizagem e no
próprio enfoque das questões de saúde, a Faculdade de Medicina de Marília propõe um
Projeto Educacional que implementa progressivamente um programa de ensinoaprendizagem centrado no estudante, baseado em problemas e orientado à
comunidade.
Para tanto, o estudante deve estar inserido em uma proposta educacional maior
que a simples “transmissão de conhecimentos” do ensino tradicional caracterizado por
professores ativos e estudantes passivos; há que se criar uma nova concepção de
escola que possibilite o contínuo aprimoramento de conhecimentos, habilidades e
atitudes de professores, estudantes e profissionais, cada qual identificando suas
necessidades individuais, elaborando planos de estudo, desenvolvendo seu próprio
método de estudo, selecionando recursos educacionais, triando criticamente dados e
informações, trabalhando em equipe e alcançando enfim os objetivos de aprendizagem
propostos em cada etapa.
O grande desafio está lançado aos estudantes da FAMEMA: aprender a
aprender... Eis o princípio da auto-aprendizagem dirigida por objetivos educacionais
claramente estabelecidos em cada unidade educacional, que integra conhecimentos de
diversas matérias fundamentais e disciplinas.
No Curso de Medicina utiliza-se a metodologia da Aprendizagem Baseada em
Problemas, ABP, com atividades programáticas semanais envolvendo
sessões de
tutoria, laboratórios de aprendizagem, interação comunitária, habilidades profissionais e
conferências.
No Curso de Enfermagem utiliza-se a metodologia Problematizadora, na qual o
estudante é o construtor do seu conhecimento, a partir da reflexão e indagação de sua
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prática. Sua participação no processo de formação ocorre de modo ativo, criativo e
crítico, num exercício contínuo no qual seja capaz de realizar análise, interpretação e
síntese do objeto a ser apreendido. O estudante deve estar compromissado com sua
formação.
O currículo reflete determinados referenciais filosófico, psicológico e sociocultural, que nortearam a construção dos objetivos educacionais, dos desempenhos e
dos conteúdos que o compõem.
A seguir apresentaremos os propósitos e as principais características dos
currículos dos Cursos de Enfermagem e Medicina.
6.5 Recursos Educacionais e de Apoio Discente
6.5.1 NUADI – Núcleo de Apoio ao Discente
O Nuadi tem como objetivo oferecer assistência psicológica e psiquiátrica, em
nível preventivo e terapêutico, aos estudantes do curso de medicina e enfermagem da
Famema com abordagem bio-psico-social, contribuir para o conhecimento sobre as
características psicológicas dos estudantes e, ainda, estudar as relações entre aspectos
emocionais, processo educativo e capacitação profissional.
As modalidades assistenciais oferecidas são: Orientação ou aconselhamento;
Atendimento Psicoterápico (psiquiatria breve ou a longo prazo); Atendimento
psiquiátrico; Orienteção familiar; Psicodiagnóstico; Orientação para docente; Entrevista
com calouros e Encaminhamento.
6.5.2 Biblioteca
A Biblioteca é considerada uma área estratégica como suporte do processo
ensino-aprendizagem.
Houve uma importante mudança em relação à área física,
acervo e equipamento. Como área de apoio, representantes deste serviço participam da
elaboração das unidade educacionais e o serviço desenvolve um importante papel na
aprendizagem dos estudantes, fundamentalmente da primeira série.
Pelas características das metodologias Aprendizagem Baseada em Problemas
(Curso Médico) e Problematização (Curso de Enfermagem), nas quais os estudantes
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Famema – Faculdade de Medicina de Marília
contam com mais tempo para o estudo em grupo e/ou individual e são responsáveis
pela busca de informação, constata-se um grande aumento na utilização do acervo da
Biblioteca. O gráfico de normalização de referências demonstra que a comunidade
acadêmica utilizou bastante os serviços da biblioteca para padronizar as citações de
teses, dissertações, monografias, artigos de periódicos e trabalhos apresentados em
eventos científicos, ou seja, houve aumento na produção científica, principalmente
quanto à titulação docente.
6.5.3 Laboratório de Informática
O Laboratório tem importante papel como local de treinamento de usuários e de
realização de atividades individuais para estudantes, docentes e funcionários.
6.5.4 Laboratório Morfo Funcional
O Laboratório Morfo-funcional é um espaço de auto-aprendizagem no qual o
enfoque principal é a integração e articulação dos aspectos morfológicos e funcionais
(fisiológicos e fisio-patológicos) do corpo humano. Utilizado como apoio às unidades
educacionais para os cursos de Medicina e Enfermagem. Apresenta uma disposição
que guarda relação com algumas unidades educacionais dos cursos, uma vez que
vários recursos e materiais foram organizados por sistemas, ou ciclos vitais.
As salas contam com mesas e cadeiras para estudo em grupo e individual,
condicionando dessa forma, um acesso fácil e dinâmico, além disso, uma variedade de
materiais educacionais, como modelos anatômicos que proporcionam uma boa visão de
anatomia topográfica, correlações anatômicas e anatomia seccional; e outros modelos
que propiciam um estudo detalhado e uma maior manipulação das estruturas mais
relevantes.
O acervo conta ainda com audiovisuais, microscópios, títulos bibliográficos,
pôsters, CD-rooms e ainda um modelo maternidade que simula os sons fetais e cinco
computadores ligados à Internet.
São sete áreas de conhecimento, onde ocorre uma integração entre elas: 1ª área:
Apoio; 2ª área: Ataque e defesa, Crescimento e Diferenciação Celular, Locomoção, Pele
e partes moles; 3ª área: Sistema Nervoso, Cardiovascular e Respiratório; 4ª área:
Sistemas Endócrino, Digestório, Hematológico e Urinário; 5ª área: Ciclo de Vida e
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Famema – Faculdade de Medicina de Marília
Reprodução; 6ª área: Imagenologia; 7ª área: Hall Interação Comunitária e Habilidades
Clínicas.
Todos os recursos tem sua utilização orientada por monitores treinados, que
objetivam não substituir um professor, mas sim, facilitar o processo ativo de
aprendizagem, propiciando para cada aluno, os materiais mais adequadas e pertinentes
para o seu estudo.
Coreme
Revisado em 2005
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manual da residência médica da faculdade de medicina de marília