XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
CARACTERIZAÇÃO DA REGENERAÇÃO NATURAL DE
UMA ÁREA DE MATA CILIAR DO RIO AMAMBAI,
MUNICÍPIO DE AMAMBAI, MS.
Carla Tais Nevoleti Correia Lima - Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciências Biológicas e
Ambientais, Dourados, MS. [email protected]
Lidiane Poyer Rocha - Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais,
Dourados, MS. [email protected]
Julio Cesar Pereira Lobtchenko - Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciências Biológicas e
Ambientais, Dourados, MS. [email protected]
Gilberto Lobtchenko - Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais,
Dourados, MS. [email protected]
Zefa Valdivina Pereira - Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciências Biológicas e
Ambientais, Dourados, MS. [email protected]
INTRODUÇÃO
A regeneração natural refere-se às fases iniciais de estabelecimento e desenvolvimento das plantas. A compreensão
dos processos de regeneração natural de florestas, está diretamente ligada com informações básicas de
caracterização da vegetação. O estudo da regeneração natural permite prever o comportamento e desenvolvimento
futuro da floresta, pois fornece a relação e a quantidade de espécies que constitui no seu banco de sementes, bem
como suas dimensões e distribuição na área (Gama et al. 2002). Além disso, permite uma análise efetiva para
diagnosticar o estado de conservação do fragmento e a resposta ao manejo, uma vez que representa o conjunto de
indivíduos capazes de serem recrutados para os estádios posteriores (Silva 2006).
O potencial de regeneração das espécies em um determinado fragmento florestal é chamado de resiliência, este é
variável no espaço e no tempo, podendo promover, quando eficientemente manejado, a restauração parcial ou total
da vegetação na área remanescente (Rodrigues & Gandolfii 2007).
A regeneração natural apresenta-se com grande potencial de utilização na restauração de áreas perturbadas ou
degradadas, desde que haja condições adequadas para a chegada de propágulos na área, bem como para o
estabelecimento e desenvolvimento de diferentes espécies (Souza 2010). O uso da regeneração natural na
implantação da vegetação ciliar pode reduzir os custos, por exigir menos mão-de-obra e insumos na operação de
plantio (Botelho et al. 2001). e à garantia de preservação do patrimônio genético e de uma elevada diversidade de
espécies no local restaurado, já que, para a maioria destas espécies, não há mudas disponíveis (Attanasio 2008).
OBJETIVO
Avaliar ao potencial de regeneração natural em uma área de mata ciliar do Rio Amambai, Município de Amambai,
MS.
METODOLOGIA
Local de estudo
O estudo foi realizado nas margem direita do Rio Amambai, nas proximidade do Salto Itu, no Município de
Amambai, MS, entre as coordenadas S 22°96,4'75,5" W 54°58,2'86,3" e –S 22°96,4'70,6" W 54°58,3'05,9".
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Amostragem
Foram alocadas duas parcelas de 10x10m. As parcelas foram subdivididas em subparcelas de 1x1m. Em cada
subparcelas todas os indivíduos regenerantes foram etiquetados e medidos a circunferência e altura. Foram
considerados regenerantes todos os indivíduos que se encontraram entre 0,10 a 3 metros de altura. A diversidade
foi estimada através do índice de diversidade de Shannon (H’) e a Equabilidade de Pielou (J’). Todas as análises
foram realizadas no programa Fitopac 2.0.
RESULTADOS
Na composição florística da regeneração natural foram encontrados 1338 indivíduos, distribuídos em 29 gêneros,
34 espécies de 18 famílias. Dessas 32 foram identificadas em nível de espécies e 2 em nível de gênero. As famílias
mais abundantes foram a Euphorbiaceae, Myrtaceae e Meliaceae, contribuindo com 69,8 do total de indivíduos
amostrados. As espécies que mais se destacaram forama Actinostemon concepcionis (Chodat & Hassl.) Hochr com
493 indivíduos, Eugenia hiemalis Cambess. (172) e Trichilia elegans A.Juss. (136).
Dentre as formas de vida, o hábito arbóreo foi o que apresentou os melhores valores (88,23%), seguido por
arbustivas (11,7%). O índice de diversidade de Shannon (H’) foi de 2,375 e a Equabilidade (J’) 0,674. O grupo
sucessional das secundárias tardias apresenta maior número de indivíduos (705), seguido das secundárias inicias
(505) e pioneiras (128).
DISCUSSÃO
Vários estudos apontam estas três famílias como as principais na regeneração natural de florestas estacionais
semideciduais (Laurito 2010, Corrêa 2011).
Corrêa (2011). Analisando o número de indivíduos por espécies observou se que apenas três espécies contam com
60% do total, e que Actinostemon concepcionis foi a que mais se destacou com 36,8% do total. A diversidade
florística presente na área encontra-se próximo os valores normalmente encontrados para os valores de H’ (2,99 e
4,45). Com relação a equabilidade os valores encontrados indicam a dominância de uma única espécies o que pode
estar relacionado ao fato de os propágulos não estão chegando de maneira efetiva um vez que a paisagem local
encontra-se bastante fragmentada.
CONCLUSÃO
O domínio de espécies arbóreas de estádios finais de sucessão indicam o potencial de manutenção da comunidade
florestal estudada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ATTANASIO, C. M. 2008. Manual Técnico: Restauração e Monitoramento da Mata Ciliar e da reserva Legal para
a Certificação Agrícola – Conservação da Biodiversidade na Cafeicultura. Piracicaba: Imaflora, 60 p.
BOTELHO, S. A.; FARIA, J. M. R.; FURTINI NETO, A. E.; RESENDE, A. V. 2001. Implantação de floresta de
proteção. Lavras: Especialização, Universidade Federal de Lavras.
GAMA, J. R.V. et al. 2002. Estrutura e Potencial Futuro de Utilização da Regeneração Natural de Floresta de
várzea alta no município de Afuá, estado do Pará. Ciência Florestal, 13(2): 71-82.
CORRÊA, L.C. 2011. Estudo do estrato regenerativo em trechos de floresta estacional semidecidual, no sudeste do
Brasil. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de São Carlos.
LAURITO, S. F. 2010. Estudo do potencial de regeneração de uma floresta estacional semidecidua, Sao Paulo,
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Brasil. Tese de Doutorado, Universidade Federal de São Carlos.
RODRIGUES, R.R.; GANDOLFI, S. 2004. Conceitos, tendências e ações para a recuperação de Florestas Ciliares.
In Rodrigues, R. R. & Leitão Filho, H. F. Matas Ciliares: Conservação e Recuperação. EDUSP/FAPESP 3 ed.,
p.235-247.
SILVA, R.T. 2006.. Florística e estrutura da sinúsia arbórea de um Fragmento urbano de floresta ombrófila densa
do Município de Criciúma, Santa Catarina. Dissertação de Mestrado, Universidade do Extremo Sul Catarinense.
SOUZA, L. M. 2010.Análise do potencial de regeneração natural no entorno de nascentes em processo de
recuperação. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Lavras, Lavras.
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