Os Símbolos do Rio Grande do Sul
Bandeira
A bandeira do Rio Grande do Sul tem sua origem nos desenhos de rebeldes durante a Guerra dos Farrapos,
em 1835, mas sem o brasão de armas até então. Sua autoria é controversa. Alguns apontam Bernardo
Pires, enquanto outros indicam como autor José Mariano de Mattos. A bandeira foi oficializada como
bandeira do estado em 05 de janeiro de 1966, já com o brasão de armas na parte central.
As cores da bandeira se devem à bandeira do Brasil (verde e amarelo) e a faixa vermelha que atravessa a
bandeira na diagonal significa todo o sangue gaúcho derramado tanto na Revolução, que ocorreu entre a
República do Rio Grande e o Império do Brasil, quanto às demais guerras e disputas que ocorreram na
região.
Escudo de Armas (Brasão de Armas)
O brasão possui uma elipse vertical em pano branco, onde está inserido o brasão. Circundado por um lenço
nas cores do estado. Sob o brasão, Lê-se o lema "Liberdade, Igualdade, Humanidade". Lema esse que tem
origem na Maçonaria e na Revolução Francesa. No centro está um barrete frígio, um símbolo republicano
desde a queda da Bastilha. O brasão rio-grandense é o mesmo da época dos farrapos com algumas
pequenas modificações. Por isso possui a inscrição "República Rio-Grandense", junto com a data do início
da Revolução Farroupilha, 20 de setembro de 1835, data amplamente comemorada no estado. Acredita-se
que foi desenhado originalmente pelo padre Hidelbrando e em arte final pelo Major Bernardo Pires. O
Brasão foi adotado pelo mesmo decreto que instituiu o Hino e a Bandeira do Estado. Decreto estadual nº
5.213, de 05 de Janeiro de 1966.
Hino Rio-Grandense
Oficializado pela Lei 5.213, de 05/01/1966. Letra: Francisco Pinto da Fontoura (mais conhecido pela alcunha
de Chiquinho da Vovó). Música: Comendador Maestro Joaquim José de Mendanha. Harmonização: Antônio
Corte Real.
Como a aurora precursora
do farol da divindade,
foi o Vinte de Setembro
o precursor da liberdade.
Estribilho:
Mostremos valor,
constância,
nesta ímpia e injusta guerra,
sirvam nossas façanhas
de modelo a toda terra.
Mas não basta pra ser livre ser forte,
aguerrido e bravo,
povo que não tem virtude
acaba por ser escravo.
O Mate - Chimarrão
A importância do mate na formação do povo gaúcho foi além do aspecto econômico, pelo seu uso
generalizado tornou-se tradicional. A erva-mate (ilex paraguaiensis ilex-mate) é uma planta nativa do Rio
Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso e Paraguai. O uso de erva-mate remonta aos índios guaranis que
habitavam este território. Segundo várias fontes históricas, inicialmente o mate era usado somente pelo
feiticeiro ou pajé, que recebia inspiração e proteção, atribuindo seu uso a Tupã (Deus do Trovão), que
transmitia suas virtudes através dela. Para tomar mate, o guarani usava o porongo, fruto de uma planta
rasteira. Esse porongo, depois de seco e cortado, fornecia um recipiente, chamado em guarani caígua, isto
é, caa (erva), i (água) e guá (recipiente). A água era servida através de um canudo de taquara chamado
tacuápi: tacuá (cana oca), api (lisa ou alisada). Este canudo apresentava na base inferior um detalhado
trançado de fibras, o bojo, impedindo que as partículas da folha (erva) fossem ingeridas; era o protótipo da
bomba. A cambona ou chaleira era chamada itacuguá: i (água), tacu (quente) e guá (recipiente), recipiente
para água quente, que era de cerâmica, onde colocavam água e esquentavam colocando pedrinhas
retiradas do fogo. Alguns historiadores atribuem a torrefação da erva-mate (barbaquá) aos jesuítas. O mate
logo passou dos índios para os conquistadores, e daí para os mestiços, crioulos, negros, açorianos e
colônias de imigrantes, atravessando o tempo como algo valiosíssimo, conservando suas características e
confirmando a tradição popular até nossos dias. O mate também simbolizou, ao longo dos séculos, a
hospitalidade do gaúcho, que é uma das marcas tradicionais do nosso povo.
Pássaro símbolo: Quero-quero
Pela Lei n 7.418, de 1º de dezembro de 1980, o Estado do Rio Grande do Sul instituiu, como sua Avesímbolo, o Quero-Quero, cujo nome científico é Venellus chilensis. Popularmente, também é conhecido
como “térem-terém”, ou “téu-téu”. O quero-quero tem voz extremamente estridente. Adota, às vezes, a
tática de pescar, semelhante a certas garças, espantando larvas de insetos e peixinhos ocultos na lama,
mexendo rapidamente um pé. É comum em todo o folclore brasileiro, de Norte a Sul, participar de cantos,
estórias, tradições. Também é cantado e citado em poemas regionais do Rio Grande do Sul. Rui Barbosa,
em 1914, incluiu-o num discurso célebre pela vivacidade maliciosa e originalidade da sátira. Evocou a
“figura imperatória do quero-quero, o chantecler dos potreiros. Este pássaro curioso, a que a natureza
concedeu o penacho da garça real, o vôo do corvo e a laringe do gato, tem o dom de encher os
descampados e sangas das macegas e canhadas com o grito estrídulo, rechinante, profundo, onde o gaúcho
descobriu a fidelíssima onomatopéia que o batiza”. Ave tradicional dos campos gaúchos, com o chamativo
de preto, branco e cinzento na plumagem, o penacho na cabeça com cauda branca e os olhos vermelhos. O
quero-quero é facilmente encontrado em todas as estações do ano, em qualquer parte do Estado onde
existe um pedaço pequeno de seu habitat preferido, o campo. Vive em casais e a fêmea normalmente põe
de três a quatro ovos em campo aberto. O casal defende rigorosamente seu território de criação, com vôos
rasantes, atacando os intrusos. Possui um esporão pontudo, ósseo, no encontro da asa e que pode ser
usado para a sua defesa. Vê-lo cruzando no céu ou ouvi-lo cantando ao longe é como receber boas-vindas
por estar no RS. Chamado de “Sentinela dos Pampas”, está sempre em alerta, noite e dia, dando sinais a
grande distância de quem se aproxima.
Flor símbolo: Brinco-de-princesa
Por intermédio do Decreto nº 38.400, de 16 de abril de 1998, instituiu-se como Flor-símbolo do Estado do
Rio Grande do Sul, a espécie “Brinco-de-princesa”, Fuchsia regia (Vell.) Munz, da família Onagraceae. A
família botânica das Onagráceas é originária da América Central, e no Rio Grande do Sul, ocorre nas regiões
mais altas, no Noroeste do Estado. A indicação da Fuchsia regia como flor-símbolo, foi devido o seu aspecto
de grande beleza, facilidade de cultivo e potencial paisagístico. As flores “brincos-de-princesa”, em sua
grande maioria, cultivadas como plantas ornamentais, são híbridas, e que se contam hoje aos milhares.
Caracterizam-se por serem arbustos de folhas ovais ou lanceoladas (forma de lança), algo denteada (de
bordos com entalhes perpendiculares a linha do comprimento), opostas, caules flexíveis, que lignificam ao
passar do tempo. As flores são axilares isoladas, mas abundantes: cálice tubular dividido em quatro sépalas
e corola com quatro pétalas de cores vermelho-arroxeadas, envolvendo a corola roxo-violeta. São
cultivadas a pleno sol ou à meia-sombra, geralmente como plantas isolada, apoiado em grades, colunas e
postes ou em vasos e jardineiras, como plantas pendentes. Destacam-se por se adaptar a climas frios e a
tolerar geadas. As flores são muito visitadas por beija-flores. Multiplicam-se facilmente por estaquia,
principalmente quando preparadas nos meses de verão e colocadas para o enraizamento dentro de
estufas. Requerem solos com bom teor de matéria-orgânica. Entre as espécies naturais do Brasil, além de
Fuchsia regia, figuram: F. petiolaris, F. glazioviana, F. mollis, F. pubescens, e a trepadeira F. integrifolia, que
chega atingir 10 metros de altura. De todas as espécies citadas, a mais surpreendente provavelmente seja a
Fuchsia exorticata, da Nova Zelândia, que chega alcançar 15 metros de altura.
Animal Símbolo: Cavalo Crioulo
Rústico, resistente e versátil. O cavalo Crioulo reúne estas características tão cobiçadas pelos criadores
depois de mais de 400 anos de seleção natural em pastagens escassas, temperaturas extremas, caminhos
trágicos de feridas e sede. Inspira sentimentos traduzidos em canções, poesias, pinturas e esculturas. O
símbolo do Rio Grande é sinônimo de companheirismo e devoção, alimentados por séculos de
interdependência. Sempre fiel, foi o guerreiro dos índios, garantiu a sobrevivência, auxiliando na busca do
alimento e servindo como arma tamanha força e valentia em guerras e batalhas travadas pela História. E foi
esta coragem e habilidade que concretizou o sonho de liberdade, independência e mantém registrada a
imagem do herói Sepé Tiaraju empunhando uma lança, montado em seu cavalo Crioulo. Hoje, mesmo com
o avanço tecnológico, o cavalo ainda não pode ser substituído por máquinas nas lidas de campo. Talvez,
porque no pensamento mais profundo, o homem não queira perder este, muitas vezes, membro da família,
outras tantas, amigo - como se pode sintetizar esta relação de afeto entre o gaúcho e seu cavalo.
Habilidade a prova
A peculiar funcionalidade da raça motivou a realização de provas que demonstrassem esta habilidade. Em
1977, foi realizada então a 1ª Exposição Funcional de Jaguarão, através da qual os criadores perceberam a
importâncias destas provas para a evolução da raça. O sucesso foi crescente e, em 1980, atraiu inclusive o
presidente da República, general João Batista Figueiredo. Mas foi em 1982, quando a ABCCC completava 50
anos, que o presidente da entidade, Gilberto Azambuja Centeno, oficializou o Freio de Ouro como a prova
campeira realizada durante a Expointer. Jaguarão passou a ser uma etapa classificatória, assim como Bagé,
Pelotas e Uruguaiana. Hoje já foram inúmeras as alterações que o Freio de Ouro sofreu, começando pelo
nome que levou o batismo de “Flavio e Roberto Bastos Tellechea”, irmãos e incentivadores da raça crioula.
As quatro etapas classificatórias tornaram-se 30 fases credenciadoras, seis classificatórias no Rio Grande do
Sul, uma em São Paulo, Paraná ou Santa Catarina, além da internacional no Uruguai e Argentina A grande
final acontece sempre em Esteio, na Expointer. A partir de 1994, foram criadas categorias de machos e
fêmeas. Outras modalidades também foram desenvolvidas no decorrer dos anos. O tiro-de-laço, a
paleteada, os enduros, as rédeas e as cavalgadas reúnem milhares de pessoas, movimentam a economia do
Estado e difundem a raça por todo o mundo. Hoje o cavalo Crioulo abriu as porteiras e entrou nas cidades.
A paixão pela docilidade incentivou a abertura de hotelarias, permitindo que os moradores de grandes
centros urbanos mantenham seus animais cuidados e para cavalgarem nos finais de semana. A criação por
lazer, muitas vezes, dá vazão ao esporte eqüestre e à participação em provas profissionais. A capacidade de
congregar pessoas e de preservar as tradições gaúchas são dois importantes atrativos do universo do
Crioulo. Em agosto de 2002, esta relação de amor foi homenageada pela Assembléia Legislativa do RS. Esta
foi a data de aprovação do projeto nº 59/2001, de autoria do presidente da Comissão de Agricultura,
Pecuária e Cooperativismo, deputado Frederico Antunes, que institui o crioulo como animal símbolo do Rio
Grande do Sul.
Download

Os Símbolos do Rio Grande do Sul Bandeira A bandeira do Rio