PORTO ALEGRE, SÁBADO, 3 DE FEVEREIRO DE 2001 ‘Repulsa ao Sexo’(foto acima) e ‘A Bela da Tarde’(abaixo, à direita), filmes que consagraram Catherine Deneuve A loura gelada esquenta as telas Ela foi princesa, nos anos 60, em “Pele de Asno”. Depois, apareceu como uma mulher sexualmente insatisfeita em “A Bela da Tarde” e em “Repulsa ao Sexo. Também foi personagem angustiada em “Tristana”, pelas mãos se Louis Buñuel. A carreira de Catherine Deneuve é originalíssima. Os fãs mais fanáticos adoram provocar, perguntando: que outra atriz da década do “power-flower” tem, hoje, seu status? Sucesso perene no mundo do cinema, apesar de às vezes muito criticada pelo jeito de atuar, ela continua modelo de elegância e de estilo, uma das queridinhas de Yves Saint-Laurent, dona de sua própria linha de beleza e discreta em relação à sua vida privada, mantendo sempre um ar blasé que lhe valeu o apelido de loura gelada das telas. Desde 1957, quando começou a rodar, Deneuve teve diretores de praticamente todas as correntes: Roman Polanski, Jean Paul Rappeneau, Jacques Demy, François Truffaut, André Techiné, Régis Wargnier, Lars von Trier, Lázlo Szabó, Nicole Garcia, Manuel de Oliveira, Mario Monicelli, Claude Lelouch e, claro, Buñuel. Dividiu estrelato com Marcelo Mastroianni, Philippe Noiret, Daniel Auteuil, Yves Montand, Alain Delon, Michel Piccoli e, principalmente, Gerard Depardieu; entre as atrizes, Susan Sarandon e, agora, Bjorg. Deneuve também se permite ser “convidada” para festas badaladas de milionários do mundo inteiro, “emergentes” ou não, como figura decorativa de poucas falas e muitas fotos. À beira de completar 60 anos (ela é de 1943), continua boa negociante: Yves Saint-Laurent pagou 20 milhões de francos para ela promover seus produtos para a pele durante quatro anos. Alguns extras, como um clipe para Joe Cocker e vindas ao Brasil, ajudaram a engrossar a conta bancária de uma das quatro mais bem-pagas atrizes francesas da atualidade. Nada mal para quem está numa idade em que as divas estão quase se aposentando. Em Porto Alegre, Deneuve pode ser vista em “Dançando no Escuro” e, até amanhã, no ciclo em sua homenagem, na Casa de Cultura Mario Quintana. Confira na página 2 e escolha o filme. IRENE SANTOS / ESPECIAL / CP Especialmente para o teatro gaúcho João França, Fernanda Carvalho Leite e Zé Victor Castiel numa intriga a três “Amo o teatro. Minha maior expectativa durante a peça é desenferrujar, depois de um ano na TV. E estou muito feliz, muito alegre”, comenta o ator gaúcho Zé Victor Castiel, que passou a semana no Rio de Janeiro, gravando os últimos capítulos da novela “Laços de Família”, e desembarca hoje direto nos palcos do Teatro Renascença (Erico Verissimo, 307), quando entra em cena como o alter ego de Luis Fernando Verissimo, interagindo como narrador e como personagem em “O Marido do Dr. Pompeu”. O espetáculo, uma adaptação do diretor Dilmar Messias e de Verissimo, reúne diversas crônicas que têm, em comum, histórias entre casais, desde o primeiro encontro até a separação. A peça faz parte da programação do projeto “Porto Verão Alegre” e fica em cartaz de hoje até terça-feira, sempre às 21h. Depois desta curta temporada, Zé Victor quer ficar uns tempos no Sul, ensaiando o espetáculo “A Menina dos Meus Olhos”, também de autoria de Verissimo, junto com o colega e amigo Oscar Simch e dirigido por Cláudio Levitan. Estreada a nova peça, feitas as apresentações em outras cidades, o ator já agenda: Rio, de novo. Desta vez, para encarar o palco com a peça “Mão na Luva”, direção de Moacir Chaves. Exposições gratuitas, shows no Litoral e em Porto Alegre, o teatro que não tem folga neste verão, os filmes de ação e de reflexão. Confira no Folha da Tarde.