CMC-Na Carboximetilcelulose de sódio 1. Características: polímero aniônico derivado da celulose, muito solúvel em água, tanto a frio quanto a quente, na qual forma tanto soluções propriamente ditas quanto géis. É fisiologicamente inerte, não é tóxico e não é agente sensibilizante. Devido a isso tem muitas aplicações em indústrias alimentícias e farmacêuticas. Resulta do tratamento da celulose, via reação de Williamson, à pressão atmosférica (diferentemente dos outros ésteres da celulose), que se dá através de solução de hidróxido de sódio (NaOH) e monocloroacetato de sódio (ClCH2-COONa), resultando na substituição parcial de grupos hidroxilas da glicose pelo grupo –CH2-COOH, o que atribui à tal celulose modificada qualidades de solubilidade e viscosidade em solução desejadas, facilitando a hidratação da molécula. A CMC é aeróbica e anaerobicamente biodegradável por bactérias encontradas no meio ambiente, produzindo pequenas quantidades de fragmentos de CMC e açúcares. Porém sua biodegradabilidade varia de lenta a muito lenta. Uma solução a 2% apresenta uma viscosidade que pode variar de 10 e 50.000 cps a 20 °C, dependendo do peso molecular, r egularidade da molécula e número de substituições. A viscosidade é reversível com a temperatura e estável a pH entre 5 e 11. A propriedade mais importante do CMC é a viscosidade, sendo que por possuir características tixotrópicas e em certos casos pseudoplásticas (fluido não Newtoniano), sua viscosidade sofre influências de fatores externos, tais como: velocidade de agitação (cisalhamento), tempo de agitação, viscosímetro, temperatura, etc; portanto, há que se padronizar a determinação de viscosidade, padronizando todas as variáveis que nela estiverem implicadas. O CMC de grau purificado, apresenta-se como um pó, com coloração de branco a creme, hidroscópico, isento de aglomerações, inodoro, insípido, possuindo uma ampla faixa de viscosidade, com ótima solubilidade em água fria ou quente. Nas concentrações nas quais é utilizado não interfere nas propriedades organolépticas do produto a ser adicionado; é fisiologicamente inerte, não é tóxico e não é agente sensibilizante. Devido a isso tem muitas aplicações em indústrias alimentícias e farmacêuticas. O CMC de grau técnico apresenta-se na forma de pó ou grânulos levemente amarelecidos (creme), com menor grau de pureza (tendo como impurezas os sais de formação). 1 IT_CMC_07/12/10 Por sua propriedade formadora de massa, os colóides proporcionam sensação de plenitude gástrica, aumentando a saciedade. Por esta razão são usados como coadjuvantes ao tratamento da obesidade. Esta propriedade melhora também a função intestinal, sendo por isso indicado para o tratamento da obstipação crônica. É usada também como excipiente na manipulação de pós, aumentando o tempo de desintegração de cápsulas e comprimidos, conseqüentemente retardando um pouco a absorção do fármaco. 2. Indicações: possui uma enorme gama de aplicações, com as seguintes propriedades: agente espessante, doador de viscosidade, estabilizante de fluidos, emulsificante, agente tixotrópico, engomante, agente adesivo, agente de suspensão, entre outras. Especificamente, diversos são os campos de aplicação do CMC como, por exemplo, na área farmacêutica em processos de encapsulação e liberação de princípios ativos, na indústria alimentícia como filmes comestíveis protetores, como agente floculante e agente emulsificante na indústria de cosmésticos; na área agrícola como agente de liberação de pesticidas e nutrientes. 3. Preparo de soluções: o preparo de soluções de carboximetilcelulose sódico (CMC) em água ocorre em duas etapas: dispersão do pó e dissolução do pó na água. O carboximetilcelulose sódico (CMC) será fácil e rapidamente dissolvido ao dispersar-se convenientemente o pó, despejando-o vagarosamente sob vigorosa agitação, evitando com isso a formação de aglomerados (grumos) que dificultam a dispersão e conseqüente dissolução. Convém observar que quanto maior a viscosidade do meio, maior deverá ser o cuidado no momento da dispersão do carboximetilcelulose sódico (CMC). Aconselha-se adicionar o pó de forma contínua e mais rápida. No preparo de soluções, a água pode ser fria, porém, no caso de preparar-se soluções com concentrações acima de 2%, recomenda-se que a água seja pré aquecida a 50ºC. Outro método consiste em dispersar o pó ou os grânulos em água fervente, fortemente agitada e em seguida adiciona-se água fria complementar, ainda sob boa agitação, até ter-se a solução desejada. Quando for necessário uma rápida dispersão é aconselhável pré-umidecer o carboximetilcelulose sódico (CMC) com um líquido orgânico miscível em água, como por exemplo, o etanol, metanol, glicerol, acetona, etc. Duas ou três partes de líquido por parte de carboximetilcelulose sódico (CMC) já são suficientes. 4. Compatibilidades e Incompatibilidades: o carboximetilcelulose sódico (CMC) apresenta compatibilidade com a maioria dos polímeros e gomas não iônicas e aniônicas solúveis em água, permitindo inúmeras formulações com fins específicos. Dentre esses polímeros e gomas destacamos: caseína, gelatina, amido, metilcelulose, hidroxietilcelulose, álcool polivinílico, goma arábica, goma adragante, goma karaya, goma guar, pectina, alginato de sódio e resina uréiaformaldeído. 2 IT_CMC_07/12/10 Incompatível com goma xantana, ácidos fortes, sais de ferro e outros metais, como o alumínio, o mercúrio e o zinco. 5. Posologia: para uso oral, usada na faixa de 2 a 4 cápsulas de 500mg 2 a 3 vezes ao dia, antes das refeições, juntamente com dois copos d’ água. 6. Referências Bibliográficas: BATISTUZZO, J.A.O.; ITAYA, M.; ETO, Yukiko. Formulário Médico Farmacêutico, 2ª edição, São Paulo, Tecnopress, 2002. FERREIRA, ANDERSON DE OLIVEIRA. Guia Prático da Farmácia Magistral, 1ª edição, Juiz de Fora, 2002. MIURA, K.; KIMURA, N.; SUZUKI, H.; MIYASHITA, Y.; NISHIO, Y. Thermalvand viscoelastic properties of alginate/poly(vinyl alcohol) blends cross-linkedvwith calcium tetraborate. Carbohydrate Polymers, v. 39, 1999. COMA, V.; SEBTI, I.; PARDON, P.; PICHAVANT, F. H.; DESCHAMPS, A. Film properties from crosslinking of cellulosic derivatives with a polyfunctional carboxylic acid. Carbohydrate Polymers, v.51, 2003. ZACCARON, M. C.; OLIVEIRA R.V.B.; GUIOTOKU, M.; PIRES, A.T.N.; SOLDI, V. Blends of hydroxypropylmethylcellulose and poly(1 vinylpirrolidoneco-vinyl acetate): Miscibility and thermal stability. 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