UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA EDUARDO GONÇALVES DA SILVA PADRÕES DE REDES TRONCALIZADAS WIRELESS: TETRA & APCO-25 FLORIANÓPOLIS (SC) 2004 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA EDUARDO GONÇALVES DA SILVA PADRÕES DE REDES TRONCALIZADAS WIRELESS: TETRA & APCO-25 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Sistema de Informação, como requisito à obtenção do título de Bacharel em Sistema de Informação, da Universidade Federal de Santa Catarina. ORIENTADOR: CARLOS BECKER WESPHALL BANCA: CARLA MERKLE WESPHALL JOÃO RICARDO BUSI DA SILVA FLORIANÓPOLIS (SC) 2004 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PADRÕES DE REDES TRONCALIZADAS WIRELESS: TETRA & APCO-25 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Sistema de Informação, como requisito à obtenção do título de Bacharel em Sistema de Informação, da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis (SC), 18 de novembro de 2004. Prof Carlos Becker Westphall, Doutor ___________________________ Profa Carla Merkle Westphall, ___________________________ Prof João Ricardo Busi, Mestre ____________________________ FLORIANÓPOLIS (SC) 2004 RESUMO Esta pesquisa visa avaliar diferentes padrões de redes de radiocomunicação digital, com ênfase para os padrões TETRA e P-25 da APCO, a fim de definir qual sistema melhor se adapta as necessidades dos órgãos de Segurança Pública no Brasil, visando sempre à interoperabilidade entre estes órgãos, que atuam em eventos críticos. São utilizados parâmetros a partir do qual se torna possível uma análise comparativa entre diferentes padrões, como por exemplo: segurança, desempenho e otimização no uso do espectro de radiofreqüência, que em decorrência da evolução tecnológica, onde cada dia é disponibilizado novos equipamentos wireless, as freqüências necessárias para transmitir estas informações tornam-se cada vez mais rara. Este trabalho apresenta uma alternativa viável para o estabelecimento de um único padrão, em escala planetária, chamado ‘Projeto MESA’, capaz de garantir a tão desejada interoperabilidade em redes de radiocomunicação. Palavras-Chaves: REDES, RADIOCOMUNICAÇÃO, TETRA, APCO P-25, MESA. ABSTRACT This research aims at to evaluate different standards of net of digital radio communication, with emphasis for standards TETRA and P-25 of the APCO, in order to always define which better system if adapt the necessities of the agencies of Public Security in Brazil, aiming at to the conect between these agencies, that act in critical events. Parameters from which are used if it becomes possible a comparative analysis between different standards, as for example: security, performance and optimize in the use of the radio frequency specter, that in result of the technological evolution, where each day wireless is availability new equipment, the frequencies necessary to transmit these information become each rarer time. This work presents a viable alternative for the establishment of an only standard, in planetary scale, call `Project MESA', capable to guarantee so desired connect in radio communication nets. KEY WORDS: NET, RADIO COMMUNICATION , TETRA, APCO P-25, MESA. Lista de Figuras Figura 1 - Comunicação Convencional .......................................................................... 18 Figura 2 - Troncalização................................................................................................. 20 Figura 3 - Troncalização - Sistema Rádio ...................................................................... 21 Figura 4 – Número de Contratos firmados na Europa com a rede 'TETRA'................. 24 Figura 5 – Adesão por segmento a rede 'TETRA' .......................................................... 24 Figura 6 - Quantidade de Contrato e Países com 'TETRA' ............................................ 25 Figura 7 – Arquitetura de Camadas do Modelo OSI ...................................................... 26 Figura 8 – Diagrama da Codificação TETRA ................................................................ 28 Figura 9 – Rede TETRA-IP............................................................................................ 30 Figura 10 - O padrão WAP no Sistema TETRA ........................................................... 31 Figura 11 - Estrutura da Rede ‘WAP-TETRA’ .............................................................. 31 Figura 12 - Modelo Rede 'TETRA' ................................................................................ 33 Figura 13 - Divisão entre o plano de controle de usuário no modelo OSI ..................... 37 Figura 14 - Serviços de pontos de acesso (SAP) no modelo de camadas OSI ............... 39 Figura 15 - Relação entre as funções da segurança ........................................................ 51 Figura 16 - Rede troncalizada Projeto APCO 16 ........................................................... 58 Figura 17 - Interfaces do Projeto APCO 25 ................................................................... 60 Figura 18 - Configuração com Repetidor ....................................................................... 64 Figura 19 - Configuração sem Repetidor ....................................................................... 64 Figura 20 - Camadas OSI .............................................................................................. 65 Figura 21 – DECT/GSM/TETRA .................................................................................. 80 Lista de Tabelas Tabela 1 –Principais parâmetro do TETRA ................................................................... 27 Tabela 2- Estrutura do frame ‘TETRA’ ......................................................................... 35 Tabela 3 - Tipos de burst do ‘TETRA’ .......................................................................... 36 Tabela 4 - Mapeamento dos canais lógicos nos canais CP ............................................ 42 Tabela 5 - Mapeamento dos canais lógicos nos canais TP............................................. 43 Tabela 6 - Análise funcionalidades do TETRA (voz + dados e modo direto de operação) ........................................................................................................................................ 49 Tabela 7 – Interoperabilidade da Interface do P-25 ....................................................... 77 Tabela 8 - Análise comparativa entre redes wireless ..................................................... 79 LISTA DE SIGLAS AACH - CANAL DE ACESSO ASSOCIADO ACCH - CANAL DE CONTROLE ASSOCIADO ACELP - ALGEBRIC CODE EXCITED LINER PREDICTIVE ANATEL - AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES AI – INTERFACE AÉREA APCO - ASSOCIAÇÃO DE POLICIAIS PARA COMUNICAÇÃO EM SEG PÚBLICA BA - ÁUDIO DA BASE BBK - BLOCO DE BROADCAST BC - CONTROLE DA BASE BCCH - CANAL DE CONTROLE BROADCAST BNCH - CANAL DE BROADCAST DE REDE BSCH - ESTAÇÃO BASE CAI - INTERFACE AÉREA CCCH - CANAL DE CONTROLE COMUM CLCH - CANAL DE LINEARIZAÇÃO COMUM COM – CONSOLES CP - UM CANAL DE CONTROLE FÍSICO DMO – OPERAÇÃO EM MODO DIRETO DTMF – DUPLO TOM MULTIFREQUENCIAL DSL – MODULAÇÃO PARA EMPACOTAR ECCH - CANAL DE CONTROLE ESTENDIDO ETSI - EUROPEAN TELECOMMUNICATIONS STANDARDS INSTITUTE FACCH - CANAL DE CONTROLE ASSOCIADO RÁPIDO FCC - FEDERAL COMMUNICATIONS COMISSION GSM - GLOBAL SYSTEM FOR MOBILE COMMUNICATIONS HLR - BASE DE DADOS DE REGISTRO DO MÓVEL EM SUA LOCALIDADE HTTP – PROTOCOLO DE TRANSFERÊNCIA DE HIPER TEXTO ISDN – REDE DIGITAL DE SERVIÇOS INTEGRADOS ISI – INTERFACE INTER-SISTEMA IP - INTERNET PROTOCOL LAN – REDE LOCAL LS – SINALIZAÇÃO DE SÍTIO LS - ESTAÇÃO DE LINHA QOS – QUALIDADE DE SERVIÇO MAC - CONTROLE DE ACESSO AO MEIO MCCH - CANAL DE CONTROLE PRINCIPAL MDP - SISTEMA DE DADOS DE QUALQUER PERIFÉRICO MESA - APLICAÇÕES MÓVEIS PARA SEGURANÇA E EMERGÊNCIA MS - ESTAÇÃO MÓVEL MRC - CONTROLE DE ROTA DO MÓVEL MR - RÁDIO BASE MRP - SERVIÇO MÓVEL COM RECURSOS PARTILHADOS MSC - CENTRO DE CHAVEAMENTO DOS MÓVEIS PARA SERVIÇOS OSI - OPEN SYSTEM INTERFACE OTAR TROCA AÉREA DE CHAVES PDO - OTIMIZAÇÃO DE PACOTE DE DADOS PEI – INTERFACE PARA EQUIPAMENTOS PERIFÉRICOS PMR - RÁDIOS MÓVEIS PRIVADOS PSTN – REDE PÚBLICA DE COMUTAÇÃO TELEFÔNICA PSPP - PROJETO DE PARCERIA NA ÁREA DE SEGURANÇA PÚBLICA RF - RADIO FREQÜÊNCIA RTP - PROTOCOLO DE TRANSPORTE EM TEMPO REAL RFG - ROTEADOR DE SUBSISTEMA DE RF RFC - CONTROLE DO SUBSISTEMA DE RF RFS - CHAVE DE SUBSISTEMA DE RF SACCH - CANAL DE CONTROLE ASSOCIADO LENTO SAP - PONTOS DE ACESSO DE SERVIÇO SCH - CANAL DE SINALIZAÇÃO SCH/F - CANAL BIDIRECIONAL SCH/HD - CANAL UNIDIRECIONAL (DOWNLINK) SCH/HU: CANAL UNIDIRECIONAL (UPLINK) SCCH - CANAIS DE CONTROLE SECUNDÁRIOS SCK’S - CHAVES ESTATÍSTICAS DE CIFRAGEM SDS - SERVIÇOS DE TRANSMISSÃO DE MENSAGENS CURTAS SERVIÇOS DIGITAIS INTEGRADOS SNMP – PROTOCOLO DE GERENCIAMENTO DE REDE STCH - STEALING CHANNEL SSN - SALVA DE UPLINK SWML – GERÊNCIA DE INFRAESTRUTURA E DE COMUTAÇÃO TCH - CANAL DE TRÁFEGO TCH - CANAIS DE TRÁFEGO TCH/S - CANAL DE TRÁFICO DE VOZ TCP – PROTOCOLO DE COMUNICAÇÃO TDMA - ACESSO MÚLTIPLO POR DIVISÃO DE TEMPO TE – EQUIPAMENTO OU TERMINAL TETRA - TERRESTRIAL TRUNKED RADIO TMD – DADOS TETRA MAC TSB – BROADCAST TETRA MAC TSA – SINALIZAÇÃO TETRA MAC TP - MODO DE CIRCUITO DE TRÁFEGO VLR - BASE DE DADOS DE REGISTRO DO MÓVEL VISITANTE VHF - VERY HIGH FREQUENCY UHF - ULTRA HIGH FREQUENCY UDP - PROTOCOLO PARA TRANSPORTE DE PACOTES ENTRE USUÁRIOS WAP – PROTOCOLO PARA APLICAÇÕES SEM FIO WML – LINGUAGEM PARA WAP XML – LINGUAGEM DE MARCAÇÃO EXTENSÍVEL SUMÁRIO RESUMO ......................................................................................................................... 4 ABSTRACT ..................................................................................................................... 5 Lista de Figuras ................................................................................................................ 6 Lista de Tabelas ................................................................................................................ 7 LISTA DE SIGLAS ......................................................................................................... 8 SUMÁRIO...................................................................................................................... 11 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 13 1.1 Proposta do trabalho ............................................................................................. 14 1.2 Objetivo ................................................................................................................ 14 1.3 Justificativa........................................................................................................... 15 1.4 Áreas de Conhecimento........................................................................................ 15 1.5 Organização do Trabalho...................................................................................... 16 2. REDES DE RADIOCOMUNICAÇÃO ................................................................. 16 2.1 – Rede de radiocomunicação convencional.......................................................... 17 2.2 – Rede de radiocomunicação troncalizada ........................................................... 19 2.3 – Considerações finais do capítulo ....................................................................... 22 3. REDE DE RADIOCOMUNICAÇÃO ‘TETRA’ ................................................... 23 3.1 - TETRA-sobre-IP ................................................................................................ 29 3.2 - Características do padrão WAP no TETRA....................................................... 30 3.3 - Os serviços de transporte e de teleserviço da rede ‘TETRA’ ............................ 32 3.4 - Hierarquia dos canais lógicos............................................................................. 36 3.5 - Mapeamento dos canais lógicos no TETRA ...................................................... 42 3.6 - Operação no modo V + D (voz + dados) ........................................................... 43 3.7 - Modo Direto ....................................................................................................... 47 3.8 – A segurança no Sistema ‘TETRA’ .................................................................... 49 3.9 - Considerações finais sobre a rede TETRA ........................................................ 56 4. Rede de rádio baseada no Projeto APCO 25 .......................................................... 57 4.1 – Características do P-16 ...................................................................................... 58 4.2 - Características do Projeto APCO 25 .................................................................. 60 4.3 - As interfaces do P-25 ......................................................................................... 61 4.4 - Descrição das pontas de referência .................................................................... 61 4.5 - Descrição dos grupos funcionais........................................................................ 62 4.6 - O P-25 e as camadas de rede OSI (Open System Interface) .............................. 65 4.7 - Serviços disponibilizados no P-25 ..................................................................... 66 4.7.1 - Serviços de telecomunicações:........................................................................ 66 4.7.2 - Serviços ao assinante: ................................................................................ 68 4.7.3 - Serviços ao operador do sistema: ............................................................... 69 4.8 - Características do P-25:...................................................................................... 70 4.9 – Considerações Finais sobre o Projeto APCO 25 ............................................... 71 5. Projeto MESA ........................................................................................................ 74 5.1 - Objetivos do ‘Projeto MESA’:........................................................................... 74 5.2 - Características do ‘Projeto MESA’:................................................................... 75 5.3 - Convergência de padrões ‘TETRA e Projeto 25 e 34 da APCO’ ...................... 76 5.4 – Características da rede TETRA com 2-slot TDMA .......................................... 77 5.5 – Análise comparativa entre TETRA, APCO P-25, GSM e DECT ..................... 79 Conclusões e Perspectivas Futuras ............................................................................. 82 Principais contribuições e Trabalhos Futuros............................................................. 84 Referências Bibliográficas.......................................................................................... 86 ANEXO I.................................................................................................................... 88 ANEXO II .................................................................................................................. 90 ANEXO III ................................................................................................................. 91 1. INTRODUÇÃO A comunicação via rede rádio pode ser realizada basicamente em dois formatos: convencional ou troncalizado. Nos anos 80, as redes de radiocomunicação eram analógicas, hoje os rádios já podem operar no formato digital. Atualmente 96% da comunicação via rádio é realizada no formato analógico, sendo que 4% operam no modo digital. 1 As redes de radiocomunicação convencional e troncalizado se beneficiam da tecnologia digital, sendo que predominam os padrões ‘TETRA’ e ‘APCO-25’. O padrão ‘TETRA’ (Terrestrial Trunked Radio) foi construído a partir do padrão europeu de telefonia celular digital, que é o GSM (Global System for Mobile Communications). O padrão da ‘APCO’ (Association of Public-Safety Communications Officers), desenvolveu o chamado Project 25 (P-25), que é um padrão Americano para rádios digitais utilizados em comunicação crítica, este padrão foi desenvolvido independente dos avanços da telefonia celular digital. As redes de radiocomunicação baseadas tanto no padrão ‘TETRA’, quanto no P25 da ‘APCO’, viabilizam a integração de voz e dados em um meio digital. 1 Fonte: IMS Research. R@T – maio de 2004 Pág. 14 1.1 Proposta do trabalho Este trabalho tem como principal propósito analisar dois padrões de redes de comunicação digital via radiofreqüência, de forma a tornar-se um instrumento de apoio no processo decisório, acerca de qual padrão torna-se mais indicado para determinada aplicação. 1.2 Objetivo Objetivo Geral Avaliar diferentes padrões de redes de radiocomunicação digital, a fim de definir qual sistema melhor se adapta as necessidades dos órgãos de Segurança Pública no Brasil, visando sempre à interoperabilidade entre estes órgãos, que atuam em eventos críticos, onde a troca de informações entre forças policiais, bombeiros, guardas municipais, companhias de gás, água e luz, entre outros; podem determinar tanto o sucesso, quanto o fracasso de uma operação. Objetivos Específicos ° Estabelecer critérios para análise comparativa entre padrões de rádios digitais; ° Identificar estratégias para garantir a interoperabilidade entre equipamentos; ° Verificar se os diferentes padrões de comunicação digital atendem os requisitos mínimos de operacionalidade dos órgãos responsáveis pela Segurança Pública no Brasil; Pág. 15 ° Verificar se os recursos criptográficos são suficientes para garantir a integridade da comunicação de voz e dados em diferentes padrões de operação. 1.3 Justificativa No estudo de diferentes padrões, para redes de transporte de voz e dados, via radiofreqüência, observa-se que praticamente não existem publicações de caráter científico no Brasil, capazes de constituir-se em ferramentas de apoio no processo decisório à cerca de qual padrão é mais viável em determinada situação. Diante da falta de literatura científica sobre o assunto, os Órgãos que atuam na Segurança Pública não têm condições de fazer a melhor opção à cerca de qual tecnologia adotar, ficando desta forma sujeitos a pressão (lobs) de empresas multinacionais, cujo único objetivo é vender seus produtos, e não de fornecer ferramentas capazes de melhorar a qualidade dos serviços prestados por estas Instituições Públicas. Este trabalho constitui-se apenas no primeiro passo, a partir do qual muitos outros trabalhos científicos poderão ser desenvolvidos dentro de um ambiente acadêmico, de forma a constituírem-se ferramentas de apoio capazes de padronizar e conseqüentemente tornar interoperáveis as redes de radiocomunicação no Brasil. 1.4 Áreas de Conhecimento ° Gerência de Redes; ° Redes de radiocomunicação; ° Redes troncalizadas. Pág. 16 1.5 Organização do Trabalho Este trabalho está dividido em capítulos, no qual iremos abordar os seguintes assuntos: ° Capítulo 1: Apresentação, proposta e justificativa do trabalho; ° Capítulo 2: Conceitua o leitor no assunto redes de radiocomunicação, tanto convencional quanto a troncalizada; ° Capítulo 3: Apresenta as características da rede de radiocomunicação digital baseada no padrão ‘TETRA’; ° Capítulo 4: Apresenta as características da rede de radiocomunicação digital baseada no padrão ‘APCO-25’; ° Capítulo 5: Realiza-se a comparação entre as características apresentadas pelos padrões do Capítulo 3 e 4, sendo ainda apresentado à convergência destes padrões de forma a originar um novo padrão, chamado ‘MESA’; ° Conclusão: Busca mostrar os resultados gerados por este trabalho; ° Referências: Apresenta as referências que foram utilizadas; ° Apêndice: Tabelas com dados técnicos comparativos de desempenho. 2. REDES DE RADIOCOMUNICAÇÃO A tecnologia de radiocomunicação digital disponível a partir da década de 90, está substituindo a tecnologia analógica, principalmente por disponibilizar recursos adicionais e melhorar o nível de segurança das redes de radiocomunicação. Características das redes de radiocomunicação: - o espectro de freqüência está saturado; - a demanda por transmissão de dados está aumentando significativamente; Pág. 17 - as rede de comunicação necessitam de maior funcionalidade; - a necessidade de segurança na comunicação está aumentando; e - a qualidade da voz apresenta grande importância (imunidade a ruído). Estas redes podem operar no modo convencional ou troncalizado: Uma rede que opera no modo convencional é caracterizada por uma infraestrutura simples (às vezes sem infra-estrutura), que serve para repetir chamadas de uma freqüência para outra. A operação do sistema é controlada manualmente, porque não possui gerenciamento centralizado de acesso ao canal. Opera no modo direto (rádio a rádio) e no modo repetidor (quando uma repetidora recebe o sinal de rádio freqüência e o retransmite com maior potência, de forma a viabilizar uma maior área de cobertura). Uma rede que opera no modo troncalizado possui um controlador na infraestrutura, que encaminha chamadas para canais específicos, podendo compartilhar mais usuários de rádio em poucas freqüências, de forma a alcançar uma otimização na utilização do espectro radioelétrico. Todos os aspectos de operação do sistema rádio, inclusive acesso ao canal e roteamento de chamadas, são gerenciados de forma centralizada e automatizada, geralmente por um computador. 2.1 – Rede de radiocomunicação convencional Uma rede de radiocomunicação convencional é caracterizada pela utilização de duas freqüências, sendo que uma freqüência se destina a transmissão dos equipamentos veiculares (automóveis), portáteis (rádios de mão) e estações fixas para um repetidor localizado em local geograficamente privilegiado (locais altos), sendo que a outra Pág. 18 freqüência serve para transmissão do repetidor em direção às unidades previamente mencionadas, conforme ilustra a figura 1. Figura 1 - Comunicação Convencional As redes que utilizam duas freqüências para se comunicar são denominadas ‘semi-duplex’, isto é, os usuários não falam ao mesmo tempo, e utilizam freqüências distintas, uma para transmitir, e outra para receber. Em caso da rede apresentar algum problema o funcionamento pode ser alterado para o modo ‘simplex’, utilizando neste caso, apenas uma freqüência, tanto para transmitir, quanto para receber, conseqüentemente reduzindo o nível de segurança da comunicação. A grande vantagem do sistema convencional está no custo, tendo em vista que não necessita de muitos equipamentos para ser implementado, sendo que os materiais utilizados apresentam boa relação custo benefício. O sistema convencional possui vários usuários e apenas duas freqüências, portanto para iniciar uma comunicação entre quaisquer dois usuários, os outros devem Pág. 19 aguardar o término da chamada para poderem utilizar a rede. Eventualmente podem ser utilizadas outras freqüências, mas a obtenção destas esbarra no problema de congestionamento do espectro. O espectro de freqüências radioelétricas encontra-se cada vez mais congestionado, tornando difícil à obtenção de licenças para várias freqüências através das agências reguladoras, que no caso do Brasil é a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações). As redes que necessitam ser configuradas para utilizar diversas freqüências devem utilizar um sistema troncalizado, tendo em vista ser cada vez mais difícil encontrar freqüências que ainda não estejam licenciadas. 2.2 – Rede de radiocomunicação troncalizada Diante do crescente número de pedidos de licenciamento para freqüências no serviço rádio móvel terrestre, o FCC (Federal Communications Comission) dos Estados Unidos, regulamentou em 19742, que qualquer sistema de rádio comunicação móvel, com necessidade de um número superior a cinco pares de freqüências (canais), deveria ser troncalizado. O conceito de troncalização foi originalmente desenvolvido pela indústria telefônica. A necessidade de se estabelecer comunicação entre um grande número de assinantes através do número menor de linhas telefônicas (troncos), fez com que um sistema de chaveamento fosse desenvolvido. 2 Kavanagh, Donald. Project director, “The Application oh the 900 Mhz Band to Law Enforcement Communications”, The Associated Public Safety Communications Officers, inc., Project Sisteen, 1977. United States Departament of Justice. Pág. 20 Na figura 2 podemos verificar que dez assinantes têm acesso através das chaves, a qualquer um dos três canais (ou troncos), desde que ele esteja disponível, ou seja, desde que outro assinante não esteja fazendo uso deste canal. Figura 2 - Troncalização Os troncos são as freqüências licenciadas para um sistema de RF (Radio Freqüência). Um sistema de controle ou chaveamento automaticamente identifica quais as freqüências disponíveis (sem uso), a qualquer instante que um serviço for solicitado. Usando um sistema de sinalização, transceptores para os quais as comunicações são endereçadas, ou dos quais a solicitação de serviço é iniciada, são automaticamente avisados da freqüência disponível. O transceptor é automaticamente chaveado, via instruções através do sistema de sinalização para a freqüência selecionada. Depois de completada a chamada na freqüência designada, retorna a condição de monitoramento do sistema de sinalização freqüência. Pág. 21 O funcionamento de um sistema troncalizado se deve a habilidade do sistema de sinalização não só selecionar uma freqüência disponível, mas também endereçar o transceptor para o qual a comunicação é direcionada. Este endereçamento é possível pela designação de um endereço digital a cada unidade do sistema. A figura 3 apresenta esquematicamente o funcionamento de um sistema trunking. 3 Figura 3 - Troncalização - Sistema Rádio A quantidade de símbolos (números) utilizados no endereço, depende das características de cada sistema. Por exemplo, em redes para Segurança Pública onde comunicações entre grupos de unidades veiculares e portáteis são necessárias e onde o sistema deve suportar uma filosofia de comando e controle que atende aos princípios organizacionais, é mais indicado o uso da técnica de endereçamento em duas partes. Este endereço de duas partes inclui um endereço discreto, designado para cada unidade no sistema, e um endereço de grupo, que podem ser destinados a grupos de 3 KAVANAGH, Donald. APCO Project 16 – Trunked Communication System Functional Requerements Development. Pág 23, 1977. Pág. 22 unidades veiculares, portáteis e despachantes; necessitando comunicação comum ou selecionáveis a partir da unidade e também do gerente da rede. 2.3 – Considerações finais do capítulo Neste capítulo foram descritas as principais características das ‘Redes de Radiocomunicação’, sendo que para diferenciar didaticamente as características, elas foram apresentadas em dois segmentos separados, que foram os conceitos de rede de radiocomunicação convencional e os conceitos de rede de radiocomunicação troncalizada. A rede convencional apesar de não ser o assunto central desta pesquisa foi apresentado, a fim de permitir uma comparação deste com a rede troncalizada, que será detalhadamente analisada, a partir dos próximos capítulos. A rede convencional forma uma rede com uma constituição simples e com custos inferiores quando comparado com uma rede troncalizada. Os recursos disponibilizados dependem da configuração da rede, sendo que em geral a rede troncalizada apresenta os mesmos recursos da rede convencional, mas com alguns recursos adicionais, que serão apresentados no decorrer desta pesquisa. Nos próximos capítulos serão apresentadas as características de duas redes troncalizadas digitais, sendo que as redes analógicas não serão objetos de maior análise tendo em vista que estão sendo substituídas, conforme foi apresentado no início deste capítulo. Pág. 23 3. REDE DE RADIOCOMUNICAÇÃO ‘TETRA’ A rede de radiocomunicação digital, baseado no Padrão ‘TETRA’ (Terrestrial Trunked Radio), começou a ser desenvolvido na Europa a partir de 1997, tendo como foco principal viabilizar a interoperabilidade entre prestadores de serviços de emergência a população. A rede de radiocomunicação digital ‘TETRA’, corresponde a uma evolução tecnológica do sistema MPT 1327/434, do ‘Serviço Móvel com Recursos Partilhados’ (SMRP), que é uma norma que viabiliza uma melhoria significativa em relação aos sistemas analógicos. Não é somente um padrão para acesso a rádios, mas também um padrão para serviços e funcionalidades. A rede de radiocomunicação digital desenvolvida em 1986, a partir do chamado ‘Matracom’, pela French MoI, após o surgimento do TETRA foi rebatizado e passou a denominar-se ‘TETRAPOL’, padrão este que será analisado no Artigo presente no Anexo 3. Análise cronológica da origem do ‘TETRA’: 1990: início da padronização de radiocomunicação; 1991: padronização baseada na tecnologia TDMA (acesso múltiplo por divisão de tempo), com quatro ‘slot’ de tempo; 1995: primeira fase da padronização completada; 1996: análise das freqüências a serem utilizadas na Europa; 1997: segunda fase da padronização completada; 1998: instalação da primeira Rede; 2000: ativação de 32 Redes ‘TETRA’, em 21 países; 2002: 176 Contratos em 46 Países; 4 http://www.icp.pt/template12.jsp?categoryId=38421. Acesso em 20/08/04. Pág. 24 2003: 324 Contratos em 55 Países (Conforme fig 4, 5 e 6). 160 140 Quantidade 120 100 80 60 40 20 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Ano Figura 4 – Número de Contratos firmados na Europa com a rede 'TETRA'5 Adesão ao TETRA Governo 7% Utilide Pública PAMR 9% 10% Militar 6% Transporte 24% Outros 5% Óleo e Gá 2% Confidêncial 2% Industrial 1% Segurança Pública 39% Figura 5 – Adesão por segmento a rede 'TETRA'6 5 6 http://www.tetramou.com Acesso em 20/08/04. http://www.tetramou.com Acesso em 20/08/04. Pág. 25 140 120 100 80 60 40 20 0 Europa Eur opa Ocident al Orient al Cont r at os Paí ses Sul Nort e Orient e Eur opa Eur opa Médio Ásia Áf r ica Amér ica 133 38 50 21 14 34 11 23 9 8 6 5 7 8 6 6 Figura 6 - Quantidade de Contrato e Países com 'TETRA'7 Características da rede ‘TETRA’:8 a) Suporta simultaneamente a transmissão de voz e dados; b) Comunicação digital confiável de alta qualidade; c) Alta velocidade de transmissão de dados (28.8 kbps); d) Envio de mensagens e status do PMR (rádios móveis privados); e) Encriptação, autenticação e troca de chaves via rádio freqüência; f) Habilitação e desabilitação remota de PMR; g) Suporta vários níveis de prioridade de acesso ao sistema; h) Escuta forçada através da abertura remota do microfone; i) Opera no modo direto (convencional) ou troncalizado; j) Conexão com a rede pública de telefonia, e sistemas de satélites; O ‘TETRA’ foi elaborado de acordo com a padronização do ETSI (European Telecommunications Standards Institute), podendo ser analisado a partir do conceito da camada OSI (Open System Interface). O modelo de interconexão de redes abertas foi concebido para viabilizar as comunicações entre computadores, independente das características particulares da rede na qual eles fazem parte, tanto de software quanto de hardware. 7 http://www.tetramou.com Acesso em 20/08/04.. Hamer, Terry. TETRA. Extending from Public Safety to Military Applications. TETRA MOU Working Group 13 - Military Liaison. 8 Pág. 26 O modelo ilustrado na figura 7, não especifica como os sistemas são implementados, mas sim como eles se comunicam. Isto significa que muitas redes diferentes, usando produtos de diferentes fabricantes, podem ser interconectadas. Figura 7 – Arquitetura de Camadas do Modelo OSI A rede ‘TETRA’ foi concebida para operar nas freqüências de VHF (very high frequency) e UHF (ultra high frequency)9. Os parâmetros chaves para a interface aérea adotada pelo ‘TETRA’ estão apresentados na tabela 1 (utiliza basicamente as camadas 1, 2 e 3 do modelo OSI), e indicam que a tecnologia adotada visa atender grupos de usuários de sistemas PMR. 9 VHF (30MHz a 300MHz) e UHF (300MHz a 3000MHz). Pág. 27 PARÂMETRO Espaçamento entre portadoras Modulação Taxa de transmissão da portadora Taxa de codificação Método de acesso ao meio Taxa de dados para o usuário Máxima taxa de transmissão Taxa de dados protegidos VALOR 25 kHz ∏/4 DQPSK 36 kbps 4,56 kbps e 7,2 kbps TDMA 7.2 kb/s por timeslot 28.8 kbps até 19,2 kbps Tabela 1 –Principais parâmetro do TETRA10 A rede ‘TETRA’ foi projetada para permitir a migração de sistemas PMR (rádios móveis privados) analógicos para sistemas troncalizados digitais. Pode-se observar que esses parâmetros são diferentes dos parâmetros de redes públicas, tais como o GSM (Global System for Mobile Communications). A rede ‘TETRA’ apresenta recursos não proporcionados pela rede de telefonia pública celular digital, tais como: chamada rápida, maior alcance de serviços, arquitetura escalar que permite uma grande variedade de configurações de sistema e o alto nível do controle pelo usuário sobre gerenciamento de recursos. O TETRA diferencia-se de uma rede celular porque viabiliza a comunicação durante a ocorrência de eventos críticos, apresenta ainda os seguintes serviços: acesso a Internet e Intranet, envio de imagens ponto a ponto, impressões digitais, vídeo, envio de dados biométricos, consulta à base de dados, localização automática de veículos, gerenciamento de recursos, telemetria, entre outros. Cada portadora no ‘TETRA’ acomoda quatro janelas de tempo (time slots), que representam os canais físicos disponíveis, que são compartilhados em um número de 10 Fonte: ABDALLA, Humberto. Sistemas Integrados de Comunicação Crítica. UnB. Brasília, 2003. Pág 186. Pág. 28 canais lógicos para transportar tanto as informações de tráfego como as informações de sinalização. Características binárias (conforme figura 8): ID móvel da Rede: 24 bits binários; Resumo do ID do assinante: 24 bits binários; Código do País: 10 bits, 3/4 dígitos; Código da Rede: 14 bits, 4/5 dígitos; Resumo da Identidade do assinante: 24 bits, 7/8 dígitos. Figura 8 – Diagrama da Codificação TETRA Pág. 29 3.1 - TETRA-sobre-IP O TETRA pode utilizar IP (Internet Protocol) para conectar estações bases e SwMI. No entanto este tipo de conexão exige eficientes mecanismos para transporte de dados e sinalização de alta velocidade O TETRA sobre IP não possui um bom desempenho, no entanto apresenta algumas vantagens como acesso a Internet, Intranet, LAN, plataforma para gerenciamento da Rede (SNMP, HTTP), roteamento, viabiliza uma operação transparente, os computadores periféricos podem utilizar Windows ou Linux, suporta qualquer tipo de topologia para configuração da rede, links resistente à queda. Uma rede IP envolve maiores investimentos tendo em vista ser necessário alguns componentes (sincronização, ISDN, DSL, Frame Relay), sendo que o IP usa mais banda devido aos cabeçalhos dos pacotes (IP, UDP, TCP), além do mais não se constitui no padrão industrial, tendo em vista que cada fabricante define características próprias para transporte, velocidade, sincronização, etc. O uso do IP gera uma fila de pacotes que requer um buffer adicional para gerenciá-lo, podendo ainda ser perdido pacotes e ocorrer o congestionamento da rede, sendo necessário à utilização de uma banda extra (que geralmente não é disponibilizada), a fim de reduzir estes problemas, bem como é possível a implementação de QoS para priorizar certos tipos de pacotes. O IP é uma solução para transporte de dados e voz em tempo real, que pode incluir encriptação, protocolos e plataformas otimizáveis. Seu uso aumenta o custo do sistema, necessidade de aumento da largura de banda e principalmente aumenta o delay (atraso) para efetuar as chamadas. Conforme ilustra a figura 9. Pág. 30 Figura 9 – Rede TETRA-IP 3.2 - Características do padrão WAP no TETRA Tecnologia baseada em HTML; Viabiliza o uso de base de dados em diferentes formatos; Uso de IP fim-a-fim; Serviço de mensagens curtas; Aplicações para transceptores portáteis e algumas específicas para uso veicular; Baixo custo de implantação e de manutenção; Disponível para qualquer transceptor que operem dentro da rede TETRA; Aplicações disponíveis somente nos Servidores; Script automatizado para WML; Uso de ferramentas para manutenção e aplicações móveis (HTML, WML e XML); Adaptável para integrar dispositivos com tecnologia ‘bluetooth’ como palmtops; Rádios portáteis substituem terminais de dados. Pág. 31 A figura 10 apresenta esquematicamente a forma de comunicação integrada entre o padrão WAP e o padrão TETRA. Na figura 11 temos a estrutura de rede ‘WAP-TETRA’. Figura 10 - O padrão WAP no Sistema TETRA Figura 11 - Estrutura da Rede ‘WAP-TETRA’ Pág. 32 3.3 - Os serviços de transporte e de teleserviço da rede ‘TETRA’ O serviço de transporte proporciona a transferência de informação entre usuários da rede, o que envolve somente as camadas mais baixas do modelo OSI (camadas de 1 a 3) e excluem as funções do terminal. Os serviços de transporte (que operam no modo pacote, circuito, simples ou multi-slots) são: chamada individual, chamada de grupo e chamada coletiva. O teleserviço viabiliza a comunicação entre usuários, incluindo as funcionalidades do terminal, possuindo atributos das camadas mais altas (camada 4 a 7) do modelo OSI. Os teleserviços suportados são: a transmissão de voz em claro ou de voz criptografada. Os serviços adicionais que podem modificar ou suplementar o serviço de transporte ou de teleserviço, podem ser divididos em tipos de serviço para PMR ou para telefone. Um tipo suplementar de serviço PMR é a alocação de prioridade de acesso, um tipo de serviço telefônico suplementar é uma chamada em espera. Conforme a figura 12, as interfaces definidas no Sistema TETRA são: a) Interface aérea de rádio; b) Interface de linha da estação; c) Interface intersistêmica; d) Interface de equipamento terminal (TE) para estação móvel (MS); e) Interface de equipamento terminal (TE) para estação de linha (LS); f) Interface de modo direto; e g) Interface de gerenciamento de rede. Pág. 33 Figura 12 - Modelo Rede 'TETRA' Obs: PSTN – Rede Pública de Comutação Telefônica ISDN – Rede Digital de Serviços Integrados SwMl – Gerência de Infraestrutura e de Comutação TE – Equipamento ou terminal; LS – Sinalização de sítio; DMO – Operação em Modo Direto; PEI – Interface para Equipamentos Periféricos; AI – Interface Aérea; ISI – Interface Inter-Sistema. Serviços habilitados em cada fase de desenvolvimento do TETRA: 1ª Fase: registro, chamada individual (estação móvel-estação móvel, simplex, escuta forçada, chamada em grupo (simples e múltipla), seleção manual de site, SwMI; 2ª Fase: chamada de emergência, gerenciamento de grupos, seleção automática de site, interconexão a PSTN, chamada duplex; 3ª Fase: DMO, slot simples de pacote de dados, DTMF e autenticação. Pág. 34 A operação no modo troncalizado permite a transmissão simultânea de voz e dados por comutação de circuitos, onde cada fonte de dados é alocada para um canal de tráfego durante a chamada, independentemente se a fonte esta ativa ou não. Os canais de tráfego são canais lógicos específicos do sistema. O mecanismo de transmissão por canais lógicos é proporcionado pelos canais físicos. Um canal físico pode ser usado por diversos canais lógicos de maneira compartilhada e desta forma empregar o conceito de multiplexação. O ‘TETRA’ é projetado para operar nas faixas de freqüência de 150 a 900 MHz, e cada célula é alocada para um ou mais pares de portadoras (uplink e downlink). A separação entre as freqüências de uplink e downlink é de 10 MHz (na faixa de VHF) ou de 45 MHz (na faixa de UHF). Cada portadora fornece quatro canais físicos que são formados através do uso de acesso múltiplo por divisão de tempo (TDMA) que divide a portadora em quatro slots de tempo de duração de 14,167 milisegundos. O frame TDMA do ‘TETRA’ possui um período de 56,67 milisegundos, que é repetido 18 vezes a fim de produzir um multiframe de duração e 1,02s. O multi-frame é repetido 60 vezes a fim de produzir um e hiper-frame de duração 61,2 segundos, a duração deste multi-frame está relacionada à encriptação e sincronização. A transmissão dos canais de uplink e de downlink é defasada no tempo por dois slots, a fim de permitir uma operação semi-duplex, o que possibilita o uso de terminais móveis de baixo custo, que não precisam de duplexadores. A estrutura do frame é mostrada na tabela 2. Pág. 35 1 2 3 … … … 17 18- Frame de controle 1 Frame TDMA (4 intervalos de tempo): 56,67 ms ts1 ts2 ts3 ts1 ts2 ts3 ts1 ts2 ts3 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ts1 ts2 ts3 ts1 ts2 ts3 1 até 18 são os chamados multi-frame 1,02 s ts4 ts4 ts4 ... ... ... ts4 ts4 Tabela 2- Estrutura do frame ‘TETRA’11 Cada timeslot da janela TDMA tem a duração de 14.167 milisegundos e corresponde a 510 períodos de bits modulantes ou a 255 períodos de símbolo, sendo que um símbolo de modulação tem a duração de dois períodos de bit. Dentro de cada slot, dados são transmitidos na forma de salva (‘burst’). Existem oito tipos de salva, conforme os exemplos apresentados na tabela 3. As salvas no uplink (da estação móvel para a estação base) são diferentes das salvas do downlink. No uplink uma autorização é feita para que seja montada uma rampa de potência no começo e no final de cada salva do terminal móvel, que possibilita a linearização dos amplificadores de potência. O intervalo da rampa de potência é equivalente a 34 períodos de bit de modulação. Desta forma, a capacidade da salva de downlink é maior do que a de uplink. Esta capacidade extra é usada para transmissão de 30 bits de informação de baixa camada em todo o slot de downlink, o que forma um bloco de broadcast (BBK). 11 Fonte: ABDALLA, Humberto. Sistemas Integrados de Comunicação Crítica. UnB. Brasília, 2003. Pág 190. Pág. 36 A salva normal de downlink contém três campos independentes: Bloco 1, Bloco 2 e BBK. A salva de uplink contém dois campos independentes chamados de SSN1 e SSN2. Um canal lógico separado pode ser mapeado dentro desses campos. 1 intervalo de tempo (14167 ms) = 510 períodos de bit = 255 períodos de símbolo Sub-slot1=255 bits Sub-slot2=255 bits Uplink control burst tb 84 bits embaralhados 30 bits training 84 bits embaralhados tb 15 bit guard 22 seq de treinamento 216 bits embaralhados tb 14 bit guard Uplink normal burst tb 216 bits embaralhados Downlink normal burst 4seq ph 216 bits embaralhados 4 bits 4 bits 22 seq de treinamento 216 bits embaralhados (SSN2) ph 0 seq ph 0 seq Downlink sincronia burst 4seq ph 80 correlação de freqüência 120bits embaralhados 8tnr 0 bbk 120 bits embaralhados ou block 2 Tabela 3 - Tipos de burst do ‘TETRA’12 O bloco de broadcast contém trinta bits embaralhados para o canal de alocação de acesso. É necessário analisar os canais lógicos mais detalhadamente, a fim de visualizar como são mapeados (ou multiplexados). 3.4 - Hierarquia dos canais lógicos13 Os canais lógicos podem ser mapeados de diferentes formas dentro dos canais físicos. O conceito da ‘Arquitetura de camadas do modelo OSI’, apresentado na figura 1, será útil na análise da hierarquia dos canais lógicos. A função da Camada 2 (Camada de link de dados) é adicionar uma codificação para proporcionar um enlace livre de erros, através da camada 1 (camada física), entre os dois pontos da Camada 3 (Camada de rede) no transmissor e no receptor. Entretanto, 12 Fonte: ABDALLA, Humberto. Sistemas Integrados de Comunicação Crítica. UnB. Brasília, 2003. Pág 191. 13 Fonte: ABDALLA, Humberto. Sistemas Integrados de Comunicação Crítica. UnB. Brasília, 2003. Pág 192-196. Pág. 37 no caso da comunicação rádio, o enlace dedicado entre os dois pontos da Camada 3 não existe. Desta forma a Camada 2 deve também prover e controlar as ligações necessárias, quando elas forem requisitadas, e, consequentemente, a Camada 2 é dividida em uma subcamada de controle lógico do enlace, que interage com a Camada 3 e provê uma comunicação confiável, e uma subcamada de controle de acesso ao meio (MAC) que interage com a Camada 1 a fim de prover os recursos de comunicações necessários. O acesso ao meio e o controle do enlace de dados são separados dos dados do usuário, entretanto eles devem ser combinados de alguma forma para a transmissão sobre o meio físico via Camada 1. É necessário, dessa forma, separar a informação manipulada pela Camada 2 em dois planos, um plano de controle e um plano de usuário, conforme apresentado na figura 13. Figura 13 - Divisão entre o plano de controle de usuário no modelo OSI14 A camada de controle de acesso ao meio é dividida em uma camada superior MAC e uma camada inferior MAC. A comunicação entre as Camadas do modelo OSI é 14 Fonte: ABDALLA, Humberto. Sistemas Integrados de Comunicação Crítica. UnB. Brasília, 2003. Pág 192. Pág. 38 feita através de interfaces formatadas e conhecidas como pontos de acesso de serviço (SAP), que também indica a maneira na qual a funcionalidade entre a camada superior MAC e a camada inferior MAC é dividida. As informações passadas para as camadas superiores MAC também geram suas próprias informações de comunicações ponto-a-ponto. A fig 14 ilustra que as informações passadas para as camadas superiores são compostas de: - Informações de broadcast no plano de controle, via a TSB-SAP (broadcast), destinadas para todas as unidades móveis. Informações de sinalização no plano de controle compreendendo informações de controle bidirecionais e informações de comutação por pacote, via TSA-SAP (sinalização), destinada para unidades móveis específicas; - Tráfico no plano de usuário compreendendo o modo de circuito de voz e dados mais as informações de sinalização do usuário de fim-a-fim, via o TMD-SAP (dados). Pág. 39 Figura 14 - Serviços de pontos de acesso (SAP) no modelo de camadas OSI15 a) Canal de controle Broadcast (BCCH). É passado através do TMB- SAP. É um canal unidirecional para uso comum de todos os usuários móveis, sua principal função é difundir informações de caráter geral. O BCCH é dividido em duas categorias: o canal de broadcast de rede (BNCH) e o canal broadcast de sincronização (BSCH). O canal BNCH divulga informações da rede para as estações móveis (somente no downlink) que é passada para a camada inferior MAC (via TMV-SAP) como parte de um canal de sinalização (SCH). O canal BSCH difunde informações a serem usadas pelas estações móveis na sincronização de tempo e do scrambling (somente no downlink), que são passadas para a camada inferior MAC assim como o BSCH, que é geralmente divulgado no slot 18. b) Canal de Controle Comum (CCCH). É passado através do TMA-SAP. É um canal bidirecional para transmitir informações de controle ou para receber informações das estações móveis que não estiverem engajadas em uma chamada no modo de 15 Fonte: ABDALLA, Humberto. Sistemas Integrados de Comunicação Crítica. UnB. Brasília, 2003. Pág 193. Pág. 40 circuito. O CCCH compreende o canal de controle principal (MCCH) e o canal de controle estendido (ECCH). O CCCH é passado via TMV-SAP como parte do canal de sinalização. c) Canal de Controle Associado (ACCH). É passado através do TMA-SAP. É um canal bidirecional de sinalização dedicado, que é associado com um canal que foi alocado para o modo de circuito de tráfego (TP). O ACCH é constituído pelos seguintes canais: canal de controle associado rápido (FACCH), canal de controle associado lento (SACCH) e pelo Stealing Channel (STCH). O FACCH usa os slots de 1 a 17 e quando eles não estão sendo usados para tráfego, o SCCH sempre usa o slot 18. Um terminal móvel é primeiramente designado para um canal físico. O canal é fornecido como um canal de sinalização rápida, associado ao canal de controle que ocorre no início da chamada (um exemplo típico é quando a estação base transmite uma permissão para determinado terminal móvel). d) Canal de Acesso Associado (AACH). É um canal uni-direcional (somente no downlink) o objetivo deste canal é autorizar o acesso ao canal de controle e indicar os "slots" do "downlink" e do "uplink" de cada canal físico. A informação do AACH é conduzida única e exclusivamente no bloco de broadcast (BBK) e está presente em todo o slot de downlink. e) Canal de Linearização Comum (CLCH). Permite as estações móveis linearizarem seus transmissores. O CLCH é um canal de uplink que é compartilhado por todos os usuários móveis. Um canal de linearização correspondente existe também na estação base (BSCH). A maneira na qual o canal de linearização é multiplexado está ilustrada nas tabelas 4 e 5. Apesar do canal de linearização ser visto como um canal de voz, nenhuma informação é transmitida através da interface rádio. O CLCH é um Pág. 41 intervalo de tempo no qual a estação pode transmitir com o objetivo de monitorar e linearizar seus próprios amplificadores de potência após mudar de freqüência (como por exemplo, durante a alocação de um canal). f) Os canais de tráfego (TCH). É passado através do TMD-SAP. O TCH é um canal direcional para carregar as informações dos usuários. Os diferentes canais de tráfego são definidos para aplicações de voz ou de dados e para diferentes velocidades de transmissão de mensagens. O canal de tráfico de voz (TCH/S) leva a informação de voz digitalizada produzida por um vocoder ACELP (Algebric Code Excited Liner Predictive) a uma taxa de 4.56 Kbit/s. Esta taxa e aumentada para 7.2 Kbit/s com à adição de bits para proteção de erro. Três tipos de canais de tráfego são disponíveis: TCH/7.2 - oferece dados desprotegidos a uma taxa de rede de 7.2 kbit/s; TCH/4.8 - dados com baixa proteção contra erro a uma taxa de rede 4.8 kbit/s; TCH/2.4 - dados com alta proteção contra erro a uma taxa de rede 2.4 kbit/s. As taxas de transmissão mais altas como 28.8 kbit/s, e 19.2 kbit/s ou 9.6 kbit/s podem ser atingidas através da alocação de quatro canais físicos para a mesma comunicação, contando que os quatro canais estejam em slots de tempo consecutivos na mesma freqüência. g) O canal de sinalização (SCH). É um dos canais lógico através do TP-SAP. É compartilhado por todas as unidades móveis, porém carrega mensagens específicas para uma unidade ou grupo de unidades móveis. A operação do sistema exige que seja estabelecido pelo menos um SCH, em cada estação base, que pode ser dividido em três categorias: SCH/F: canal bidirecional usado para mensagens completas; Pág. 42 SCH/HD: canal unidirecional (downlink), para mensagens com metade do tamanho; SCH/HU: canal unidirecional (uplink), para mensagens com metade do tamanho. 3.5 - Mapeamento dos canais lógicos no TETRA A maneira de acomodar (ou mapear) os canais lógicos nos canais físicos depende se o canal físico é um canal de controle físico (CP) ou um canal físico de tráfego (TP), lembrando que cada célula tem um canal de controle principal (MCCH) que é transmitido no slot 1 da portadora designada e é essencialmente um canal CP. A maneira como os canais lógicos são mapeados nos canais CP está apresentada na Tabela 4. Frame Downlink FN 1 ao 17 18 Bloco BKN1 Bloco BKN2 SCH/F SCH/HD SCH/HD SCH/HD BNCH BSCH SCH/HD Uplink Subslot SSN1 Subslot SSN2 SCH/F SCH/HU SCH/HU CLCH SCH/HU Tabela 4 - Mapeamento dos canais lógicos nos canais CP16 A estação base indica no AACH o tipo de canal lógico a ser usado no próximo uplink subslot (SCH/HU ou CLCH) ou slot (SCH/F). Esta indicação é válida dentro de um frame e para o canal físico. Um esquema similar ocorre para o mapeamento dos canais lógicos nos canais de tráfego, onde o tipo de canal lógico a ser usado no próximo uplink subslot ou full slot é indicado pela estação base no canal AACH que é transportado no Broadcast Block de cada salva. O mapeamento dos canais para um canal físico de tráfego é mostrado na tabela 5. Frame FN 1 ao 17 18 16 Downlink Bloco BKN1 Bloco BKN2 TCH STCH + TCH STCH + STCH SCH/F Uplink Subslot SSN1 Subslot SSN2 TCH STCH + TCH STCH + STCH SCH/F Fonte: ABDALLA, Humberto. Sistemas Integrados de Comunicação Crítica. UnB. Brasília, 2003. Pág 197. Pág. 43 SCH/HD BSCH SCH/HD SCH/HD SCH/HD BNCH SCH/HU CLCH SCH/HU SCH/HU Tabela 5 - Mapeamento dos canais lógicos nos canais TP 3.6 - Operação no modo V + D (voz + dados) A aquisição de um canal V+D é executada automaticamente quando a unidade móvel é ligada. Os canais relevantes estão contidos na memória da unidade móvel ou é executada uma busca para encontrar um canal. Quando uma unidade móvel é ativada ela deve primeiramente adquirir a sincronização para poder decodificar qualquer mensagem de broadcast transmitida pela estação base. Isto é feito através da sincronização da seqüência do SYNC burst para qualquer freqüência da célula. O burst de SYNC aparece no canal de sincronização de broadcast (BSCH), que está sempre transmitindo no subslot BKN-1 do frame 18 do canal de controle físicos e também compartilha o subslot BKN-1 do frame-18 do canal de tráfego (conforme tabela 5). Uma vez que a sincronização é realizada, a unidade móvel decodifica o resto do burst de SYNC que identifica a célula, o slot, o frame e o modo de operação. Isto fornece a unidade móvel à sincronização completa para uma particular estação base. A unidade móvel então busca o Canal da Rede de Broadcast (BNCH) na freqüência corrente e decodifica a informação da freqüência principal da portadora, o número de canais de controle secundários (SCCH) em operação na portadora principal, a informação de controle de potência e alguns parâmetros para o acesso randômico. Uma vez que a informação é decodificada a unidade móvel então localiza a MCCH no slot 1 da portadora principal ou um SCCH. A unidade móvel, nesse ponto, Pág. 44 detém todas as informações necessárias para se comunicar com o sistema e pode receber mensagens no downlink e transmitir mensagens no uplink. Na operação normal do sistema existem tipicamente quatro ou cinco pares de portadoras (16 a 20 canais físicos), o MCCH está presente no time slot 1 de todos os frames 1 até 18. As unidades móveis, que não estão envolvidas em uma chamada, escutam as transmissões do downlink no MCCH. A estação base transmite nos slots de downlink durante a operação normal e todas as estações móveis podem receber mensagens no MCCH. a) Registro de localização: A área de cobertura da rede TETRA V+D é dividida em de áreas de localização, que podem corresponder a uma única célula ou a um grupo de células. Para localizar uma unidade móvel a unidade necessita estar registrada. Um registro implícito pode ser executado em qualquer mensagem do sistema que transporta a identidade da unidade móvel como, por exemplo, uma solicitação de mudança de célula, ou uma solicitação de chamada. b) Acesso aleatório: Quando uma unidade móvel deseja fazer contato com o sistema, o acesso é feito de maneira aleatória, geralmente em um subslot do MCCH, usando um mecanismo de acesso do tipo ‘slotted ALOHA’ (refinamento do mecanismo ALOHA que permite ao usuário transmitir um burst de acesso fixo). O ALOHA baseiase em um reconhecimento positivo para indicar que uma salva foi percebida sem erro. c) Procedimento de inicialização de uma chamada: proporciona uma visão geral da seqüência de eventos para uma chamada individual. O tempo para executar todos os procedimentos de uma chamada é especificado para ser menor que 300 milisegundos. O modo V+D apresenta as seguintes características: Pág. 45 -Serviços múltiplos podem ser suportados até o limite da capacidade da interface aérea (19,2 kbps na rede ou taxa duplex de 28,8 kbps). A classe mais simples da estação móvel é projetada para trabalhar em slots alternados no uplink e no downlink, ou seja, semi-duplex. Uma estação móvel mais elaborada pode suportar a operação duplex durante 4 times slots contínuos para chegar a taxa de transmissão mencionada acima; -A estação móvel que deseja transmitir deve monitorar continuamente o downlink MCH para verificar se a permissão para transmitir foi dada. Esta característica permite a rápida realocação de recursos da interface aérea; - Durante a chamada, através da monitoração do MCCH, uma unidade móvel pode rastrear as células adjacentes para obter uma melhor qualidade de sinal. A decisão para escolher uma célula alternativa é feita pela unidade móvel. Podendo ser realizado através da mesma célula ou uma nova célula. O modo V+D do ‘TETRA’ usa um identificador de evento, na interface aérea, para minimizar a ocorrência de ligações cruzadas, no modo de tráfego todo slot de downlink tem um identificador que é carregado no bloco de broadcast. Isto assegura que se um móvel, engajado em uma chamada, perder temporariamente o sinal e recuperá-lo em um curto espaço de tempo, o identificador de evento pode ser usado para determinar se a unidade móvel foi conectada na ligação correta. O ‘slot roubado’ durante a transmissão de voz, ou os dados de comutação de circuito, podem ser executados para a sinalização usuário-a-usuário, para a sinalização usuário-sistema ou para a sinalização sistema-usuário. Isto é feito com base no frame de voz e, a princípio, um ou dois frames de voz dentro de um timeslot devem ser Pág. 46 ‘roubados’. O termo frame de voz refere-se aos 216 bits produzidos por um vocoder de 30 ms, incluindo a codificação do canal. O modo V+D suporta diferentes prioridades de acesso simultâneo. O grupo de estações móveis, tipo de chamada e a prioridade para enfileirar o acesso ao meio, permitem que diversos graus de serviços sejam oferecidos. A rede ‘TETRA’ disponibiliza três tipos de serviço de transmissão de dados: Serviços de transmissão de mensagens curtas (SDS) até 254 caracteres; Transmissão de dados por comutação de circuito; Transmissão de dados por comutação de pacotes. Os serviços de proteção de mensagens possibilitam a capacidade de enviar mensagens ponto-a-ponto e ponto-multiponto que compreende um número limitado de bits de informação. As entidades SDS suportam os seguintes serviços da estação móvel: Ñ Recepção e transmissão de mensagens definidas pelo usuário ou prédefinidas; Ñ Mensagens de grupo; Ñ Comunicação por circuito fim-a-fim (dados não protegidos, com baixa ou alta proteção de erros). Os dados podem ser encriptados na interface aérea. As taxas de transmissão oferecidas são: a) Dados não protegidos: 7.2, 14.4, 21.6, 28.8 kb/s; b) Dados com baixa proteção: 4.8, 9.6, 14.4, 19.2 kb/s; c) Dados com alta proteção: 2.4, 4.8, 7.2, 9.6 kb/s. Pág. 47 Os serviços de comutação por pacote oferecido aos usuários podem ser serviços de transmissão de dados orientados a conexão ou sem conexão. Um serviço de transmissão de dados orientado a conexão transfere pacotes X-25 de dados usando o protocolo multifase, que estabelece uma conexão lógica ou um circuito virtual entre os dois usuários terminais. Um serviço de transmissão de dados sem conexão transfere um pacote de dados de uma fonte para um ou mais destinos em uma única fase, sem estabelecer um circuito virtual. 3.7 - Modo Direto A rede ‘TETRA’ é baseada na interface para o modo troncalizado, mas também proporciona uma comunicação direta entre duas unidades móveis (DMO), que pode ser usada quando uma unidade móvel está fora da cobertura da célula ou para uma comunicação mais segura dentro da cobertura da rede. Os serviços proporcionados são: a) Chamada individual ou de grupo no modo simplex; b) Procedimento de chamada com ou sem o ‘check’; c) Transmissão e recepção de mensagens curtas; d) Transmissão e recepção de mensagens predefinidas. Na operação de unidade móvel para unidade móvel (‘walk-talk’) a unidade móvel comunica-se diretamente com outra, usando a interface aérea de modo direto, a infra-estrutura troncalizada. As especificações do ‘TETRA’ foram escritas de tal modo que a estação móvel operando no modo troncalizado pode contactar uma outra estação móvel, através do DMO. As estações quando operadas no modo DMO, dentro da área de cobertura, uma estação operada pode ser contactada pelo sistema ‘TETRA’ se uma das estações estiver Pág. 48 dentro da cobertura do sistema. Esta facilidade requer que a estação móvel monitore simultaneamente os dois modos. Os terminais no modo direto podem também ser contactados pelo sistema troncalizado através do uso de uma estação que funciona como um gateway. Esta estação gateway permite que a cobertura do sistema seja estendida e possibilita que estações fora da área de cobertura acessem o sistema. Esta estação gateway provê uma interoperabilidade dos sistemas TETRA/DMO na camada 3. A operação no modo direto permite aos usuários a comunicação quando eles estão fora da cobertura da rede de radiocomunicação, um rádio envia uma mensagem diretamente a outro rádio (modo de operação simplex), sem o uso de repetidores, desta forma o alcance da cobertura reduz drasticamente, possibilitando a comunicação DMO a distância máxima de 500 metros. O tempo máximo para a realização dos procedimentos de chamada em um DMO sem criptografia para voz é de 150ms. Quando um canal está ativo, sendo usado em uma chamada de grupo ou individual, uma das estações móveis no modo direto atua como estação mestre fornecendo sincronismo para as demais estações. A tabela 6 apresenta um quadro comparativo com a velocidade e tamanho dos pacotes, nos formatos DMO e V+D: TET RA V+D DMO Velocidade transmissão dados (Kbits/s) 1-slot A - 2.4 B - 4.8 N - 7.2 2-slot A - 4.8 B - 9.6 N - 14.4 3-slot A - 7.2 B - 14.4 N - 21.6 4-slot A - 9.6 B - 19.2 N - 28.8 sim sim sim não sim não sim não Serviço de envio de mensagens curtas status 16 bits 32 bits 64 bits Até 2047 sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim Pacote dados Orientado a conexão IP sim não sim não Pág. 49 Tabela 6 - Análise funcionalidades do TETRA (voz + dados e modo direto de operação)17 Legenda: A – alta proteção dados B – baixa proteção dados N – sem proteção dados 3.8 – A segurança no Sistema ‘TETRA’ Na década de 90, diversos padrões para comunicações móveis foram desenvolvidos. Em sistemas de comunicações móveis, a segurança é um aspecto essencial, atualmente um padrão global para as comunicações móveis (GSM) viabiliza a inclusão de autenticação do terminal móvel pela rede, reduzindo consideravelmente o número de fraudes que ocorria com sistemas móveis analógicos. O GSM forneceu também um razoável nível de segurança na interface rádio usando uma encriptação que não pode ser facilmente quebrada, viabilizou ainda outras vantagens como, um melhor gerenciamento da chave e a possibilidade do terminal móvel ser autenticado também pela rede. GSM e TETRA operam no modo duplex (disponibilizando a troca de dados e voz). O GSM trafega 9.6 kbit/s, utiliza células pequenas, com alta capacidade e as chamadas duram muitos segundos. O TETRA disponibiliza quatro slots que totalizam 28.8 kbit/s, possui o recurso push-to-talk (aperte para falar) que dura 300 ms. A duração de uma comunicação via celular é de 120 segundos, enquanto que no PMR é de 20 segundos. 17 PINTER, Ranko. Artigo – ‘Potencial do Sistema TETRA’. IMTA Trunked Radio Congress. Simoco International, 1999 (Tabela adaptada). Pág. 50 Os padrões de segurança foram especificados a partir de uma abordagem aberta, estruturada e com métodos bem estabelecidos. As especificações de segurança de todos os padrões, com exceção dos algoritmos criptográficos usados são divulgadas publicamente para que a comunidade científica valide sua segurança. Uma rede de radiocomunicação é muito vulnerável a ataques, sendo imprescindível dispor de mecanismo capazes de melhorar os níveis de segurança, como criptografia, encriptação e autenticação.18 a) Mecanismos da segurança: são os principais blocos construtores para o sistema da segurança, são funções independentes cujo objetivo é atingir um determinado grau de segurança de informação ou da autenticação dos terminais móveis. b) Gerenciamento da segurança: são funções usadas para controlar e operar os mecanismos individuais de segurança, e possibilitar a interoperabilidade das diferentes redes sobre diferentes mecanismos de segurança. O gerenciamento da chave é a sua principal função. É o coração da segurança e garante que as características estejam integradas em um sistema consistente da segurança. c) Algoritmos criptográficos padrão: são funções matemáticas específicas padronizadas, usadas em combinação com as chaves criptográficas. Viabilizam a interoperabilidade entre diferentes redes TETRA. Utilizam chaves estatísticas de cifragem (SCK’s) para encriptar as chamadas, de acordo com o nível de segurança exigido no sistema implantado. 18 ROELOFSEN, Gert. TETRA Security - the fundament of a high performance system. PTT Telecom/KPN Research - ETSI Project TETRA Working Group 6. Pág. 51 d) Instrumentos normatizados de interceptação: funções usadas para fornecer acesso ao conteúdo da informação e da comunicação (conforme figura 15), com o objetivo de cumprir exigências legais de cada nação onde o sistema é implantado. Figura 15 - Relação entre as funções da segurança19 A rede ‘TETRA’ suporta a autenticação mútua de uma estação móvel (MS), para controlar o acesso a ele e para que uma MS possa verificar a confiabilidade de uma rede. É um sistema seguro baseado na autenticação, que pode ser usado para as seguintes finalidades: a) Assegurar um faturamento correto, com base nos acesso ao sistema; b) Controlar o acesso da MS à rede e a serviços; 19 Fonte: ABDALLA, Humberto. Sistemas Integrados de Comunicação Crítica. UnB. Brasília, 2003. Pág 207. Pág. 52 c) Derivar uma chave original de criptografia da sessão; d) Criar um canal de distribuição segura tal como outras chaves de criptografia; e) Controlar a habilitação das estações de uma maneira segura; f) Assegurar-se de que as estações móveis estejam legitimamente conectadas ao sistema (clonagens e fraudes). Mecanismos padronizados de segurança do TETRA: Ñ Autenticação mútua via interface aérea: usado para estabelecer a comunicação e mudar parâmetros relevantes de segurança. Suporta algoritmos de autenticação padronizados ou proprietários. O mecanismo de autenticação mútua está disponível para a voz e dados no modo PDO (Otimização de Pacote de Dados). No modo Direto (DMO) o uso das chaves estáticas da cifragem (SCK) fornece a autenticação mútua implícita. A autenticação mútua é feita com base em uma chave K de autenticação, que é original para o MS ou SIM (módulo de identificação da subscrição). O K é armazenado tanto no MS/SIM como na rede. O SIM simplifica o gerenciamento do uso de autenticação de chaves, mas sua implantação é complexa, tendo em vista que é necessário gerar, autenticar e distribuir as chaves. Ñ Encriptação da interface aérea: usa uma variedade de chaves de controle e sinalização, os algoritmos podem ser padronizados ou proprietários, disponível para voz, dado e operação no modo direto. Ñ Encriptação fim-a-fim: utiliza mecanismos de sincronização, viabiliza a escolha de algoritmos criptográficos e gerenciamento de chave. Ñ Anônimo: a identidade individual ou de grupos transmitidas via interface aérea pode ser encriptada. Pág. 53 Ñ Habilitação/Desabilitação de terminais: possui seis diferentes opções para habilitar ou desabilitar MS. O gerenciamento das chaves também possibilita este serviço. O gerenciamento da segurança é muito importante, sendo que as palavras chaves são funcionalidade e flexibilidade, tendo em vista que um grande número de funcionalidade é integrado para suportar o gerenciamento de chaves: Ç Autenticação de chaves (K): é usado para autenticação mútua entre o MS e SwMI (Gerência de Infraestrutura e Switch), utiliza chaves com 128 bits; Ç Encriptação das chaves: realizado automaticamente, com chaves de longa ou curta duração, podendo ser: chave derivada de cifragem, chave cifrada para uso local, chave cifrada para grupos específicos e chave para cifragem estática. Ç OTAR (troca aérea de chaves): indicado para os casos de atualização de chaves. Quando um rádio sai de uma rede e entra na área de cobertura de outra rede TETRA, ele precisa se autenticar para passar a acessar a nova rede, isto pode ser feito de três modos: 1- Transfere uma chave de autenticação para a rede que está visitando; 2- Transfere uma informação que pode ser usada como um procedimento de autenticação (similar ao método utilizado pelo GSM), seguro mas que pode causar; ou 3- Transfere somente uma chave de autenticação da sessão, que pode ser usada para repetir autenticações sem revelar a chave de autenticação original, combinando dessa forma segurança e eficiência. Pág. 54 As redes precisam de mecanismos de segurança para assegurar a conexão entre MS's, porque a interface aérea é muito vulnerável as técnicas de radiomonitoragem. O uso do recurso chamado criptografia de fim-a-fim fornece uma solução eficiente para este caso. Usando uma variedade de chaves, o usuário e as informações de sinalização podem ser criptografadas sobre a interface aérea, tanto para a comunicação individual como para as chamadas de grupo. O mecanismo de criptografia é disponível para a operação de transmissão de voz, dados e DMO. Este mecanismo suporta diversos algoritmos de criptografia, tanto padronizados quantos proprietários. Característica da criptografia do TETRA20: Î Autenticação mútua entre equipamentos da infraestrutura TETRA; Î Encriptação das informações enviadas via aérea, tanto no modo troncalizado, quanto no modo convencional; Î Sincronização fim-a-fim da encriptação; Î Dois algoritmos padrões para encriptação da interface aérea (um de uso geral e outro exclusivo para serviços de emergência na Europa). O serviço de segurança fim-a-fim pode ser realizado de diversas maneiras. Isto significa que um usuário pode facilmente conceber um sistema de segurança fim-a-fim. Tipos de Ameaças: Î Ameaça a confidencialidade: interceptação, escuta, falsos usuários, análise de tráfego, observação comportamento do usuário; 20 ROELOFSEN, Gerald. “TETRA Security - the fundament of a high performance system”. Artigo publicado no Site: www.tetramou.com. Acesso em 20/08/04. Pág. 55 Î Ameaça a integridade: manipulação de dados, reenvio de mensagens antigas, uso de recursos sem autorização (telefone, consulta à base de dados, etc); Î Ameaça a disponibilidade: ataque 'denial of service' (sobrecarregando o sistema), esmagamento (usando energia RF para inundar a recepção site). O TETRA possui três classes de autenticação: 1 - Autenticação opcional e sem encriptação; 2 - Autenticação opcional e encriptação estática; 3 – Autenticação obrigatória e encriptação dinâmica. O recurso de autenticação mútua, que requer o uso de chave secreta, apresenta a possibilidade de encriptação (com chaves estática e dinâmica); desabilitação temporária ou permanente de terminais; troca de chaves via interface aérea e logon para habilitar o uso de um terminal, sendo que log on/off não é associado com o registro do terminal. A autenticação serve para assegurar que um terminal é confiável e tem permissão para operar na rede. Interface aérea de tráfego de chaves: Î Chave derivada (autenticação) de cifra: protege o uplink de chamadas um para um; Î Chave comum de cifra: protege grupo de chamadas de downlink e registro inicial; Î Chave de cifra para grupo: provê separação de criptografia; Î Chave de cifra estatística: protege DMO e modo TMO. Pág. 56 Método de sobreposição de chaves usado para DMO transmite a versão presente da chave, mas pode receber a versão do passado, presente e futuro em um bloco único. A desabilitação de terminais pode ser temporária (remove chaves de tráfego) ou permanente (neste caso todas as chaves são excluídas). Útil quando terminais são roubados. A criptografia fim-a-fim protege a mensagem durante todo o percurso, exige a utilização de algoritmos padronizados e sincronizados, requer uma rede transparente onde todos os bits transmitidos encriptados, são descriptados pelo receptor. Não opera fora da área de cobertura TETRA. Grupo de chaves encripta chaves usado para proteger o tráfego durante o OTAR. Chaves de longa duração protege as chaves que encriptam chaves durante o OTAR. Chaves para encriptação de sinalização são utilizadas opcionalmente para controle de tráfego. 3.9 - Considerações finais sobre a rede TETRA A digitalização de uma rede rádio torna ela mais vulnerável a avançados tipos de ataques, mas esta mesma digitalização viabiliza um aumento significativo da segurança, através da adoção de mecanismos, que seriam de impossível adoção numa rede analógica. O ‘TETRA’ foi desenvolvido a partir do ‘GSM’ e do ‘DECT’ (conforme figura X), sua evolução sempre esteve focada em gerar um sistema com um mais alto nível de segurança. O GSM contribui com a autenticação do terminal móvel para a rede e incremento da confidencialidade da troca de dados. O DECT contribuiu com a Pág. 57 autenticação mútua entre terminais e com a rede e a possibilidade de gerenciamento de chaves. A filosofia do ‘TETRA’ consiste em ser uma plataforma aberta e com métodos bem estabelecidos. Possui funções e mecanismos que integram eficientemente seus protocolos, sendo necessário planejar a integração da segurança do sistema. A segurança do TETRA não depende de especificações secretas e sim de seguimentos públicos padronizados. Um problema em relação à segurança é que os usuários têm dificuldade para escolherem quais são os mecanismos de segurança que melhor satisfazem suas necessidades. A utilização de interfaces aberta possibilita a adição de novas interfaces, que podem ser desenvolvidas por qualquer empresa que siga a padronização da ETSI, sendo viabilizado desta forma uma evolução tecnológica, contínua, permanente e homogênea, de forma que novos produtos são capazes de interagir com produtos antigos. O TETRA é um padrão realmente aberto, cuja evolução tecnológica é regulamentada pela ETSI.21 4. Rede de rádio baseada no Projeto APCO 25 A ‘Law Enforcement Association’ (Associação Americana de Aplicação da Lei), designou a APCO (Associação de policiais para comunicação em Segurança Pública), que existe desde 1935, para analisar a viabilidade do emprego de um sistema troncalizado na área de Segurança Pública, sendo criado então o Projeto APCO 16 (P16) em 1977. 21 TAYLOR, David. Draft: setembro, 1998, palavras: 1,726. TETRA: The Future Of Public Service Mobile Communication. Pág. 58 O Projeto APCO 25 (P-25) iniciou em 1995, diante da necessidade de digitalização das redes de radiocomunicação, tendo em vista que o P-16 (figura 16), havia sido idealizado para redes analógicas, este padrão especifica a transmissão via rádio apenas na forma analógica, isto é, a voz é modulada em freqüência (FM) sobre a portadora de rádio freqüência. Figura 16 - Rede troncalizada Projeto APCO 1622 A APCO é uma organização de diversas entidades internacionais, federais, estaduais ou locais dos Estados Unidos, que padroniza tecnologias de radiocomunicação, com o objetivo de identificar as que melhor se adaptam ao contexto de Segurança Pública. Uma rede para comunicação via rede rádio bidirecional em Segurança Pública troncalizada digitalmente e endereçável deve possuir: centrais de despacho, sistema de controle, estação base de rádio freqüência, equipamento de controle, unidades veiculares e portáteis, sistema de sinalização, e equipamento de interface. 4.1 – Características do P-16 Î As chamadas são classificadas em cinco níveis de prioridade; Î O sistema possui entre 6 a 20 canais; 22 KAVANAGH, Donald. APCO Project 16 – Trunked Communication System Functional Requerements Development. Pág 26, 1977. Pág. 59 Î Apresenta a capacidade de formar uma rede com no máximo de 1.600 unidades veiculares ou portáteis e vinte centrais de despacho; Î Suporta 4.000 endereços para os veiculares ou portáteis; Î Suporta 100 endereços para as consoles de despacho; Î Se um canal não está disponível, o usuário será colocado em uma fila de espera, e será notificado que sua chamada foi recebida e enfileirada; Î Quando a unidade está fora de contato com o sistema de sinalização, uma indicação aparecerá na unidade; Î As unidades podem permanecer dois segundos conectados ao canal após o término da comunicação; Î Unidades do sistema têm capacidade de modificar sua prioridade de acesso via uma chave de emergência instantânea; Î Comunicações de rotina têm a menor prioridade; Î É possível mudar os endereços de grupo via teclado no centro de controle; Î No caso de uma falha no sistema de controle, ela será descartada e o sistema passa a funcionar no modo convencional. Uma indicação da falha aparece em todas as unidades veiculares ou portáteis e também nas consoles de despacho; e Î Unidades, previamente designadas são capazes de radiodifusão, isto é, podem transmitir simultaneamente a todos os grupos, unidades ou a um grupo específico. Pág. 60 4.2 - Características do Projeto APCO 25 Em 1993 a APCO cria um padrão para radiocomunicação digital, o P- 25. O projeto adotou uma arquitetura com seis interfaces padrões. O P-25 é uma norma com definições específicas para interfaces, com intuito de permitir o uso compartilhado de ‘hardware’ e ‘software’ compatíveis, fornecido por um grande número de fornecedores. Figura 17 - Interfaces do Projeto APCO 25 O P-25 define muitas interfaces abertas, e algumas fechadas, sendo que os equipamentos de qualquer interface aberta podem ser fornecidos por qualquer fabricante. Um sub-sistema de rádio freqüência possui uma infra-estrutura com cinco interfaces abertas, isto é, a interface de dados periférica não faz parte do subsistema. O sub-sistema de rádio freqüência é qualquer coleção de equipamentos do sítio, podendo ser uma única estação ou múltiplas estações, pode ser também um único ou múltiplos sítios. Pág. 61 4.3 - As interfaces do P-25 a) Interface aérea (CAI): define a compatibilidade de sinais digitais entre transceptores, cuja principal característica é garantir a interoperabilidade; b) Interface periférica de dados: os veiculares e portáteis possuem uma porta através da qual; computadores, terminais ou unidades periféricas do assinante podem ser conectadas. O protocolo desta interface aberta é especificado de tal modo a ser transformado em X.25, SNA ou TCP/IP, do outro lado da rede fixa de computadores; c) Interface entre sub-sistemas: é a chave para conexão de vários sub-sistemas em uma rede ampla, que utilize tecnologias diferentes (FDMA, TDMA) e diferentes freqüência; d) Interface de conexão com a rede telefônica pública: analógica ou digital; e) Interface de gerenciamento da rede: viabiliza que os computadores e equipamentos de telecomunicações gerenciem os sub-sistemas de rádio freqüência. Esta interface apresenta: desempenho, segurança, crescimento, configuração e contabilização. f) Interface de dados: especifica o formato dos dados que trafegam na rede (SNA, X.25 e TCP/IP). As seis interfaces abertas devem ser compatíveis com um determinado modelo geral de sistema, tanto o que utiliza repetidor quanto o que não o utiliza. 4.4 - Descrição das pontas de referência Os pontos de referência sistematizam as interfaces abertas dentro do sistema. As letras entre colchetes são aquelas que aparecem nas figs 17 e 18. Pág. 62 a) Interface aérea [Um]: interface entre a estação base e a estação móvel. A taxa de bits, a modulação e a camada de conexão de dados são únicas para dados e voz. As camadas 1 e 2 do modelo OSI são especificadas nesta interface. b) Interface entre subsistemas RF [G]: interface entre subsistemas RF (rádio freqüência) diferentes, é usada para conexão de voz e dados. c) Interface de manutenção do sistema [En]: interface entre o centro de manutenção e um sistema, usada para gerenciamento da rede rádio. d) Interface de telefonia [Et]: Interface entre a rede de telefonia fixa e um sistema rádio, suporta conexões analógicas ou digitais. e) Interface de dados para computados na rede [Ed]: interface entre o sistema rádio e redes de dados. Segue o padrão Ethernet e as camadas OSI 1-3. f) Interface de dados periférica [A]: interface entre o veicular ou portátil e um equipamento de dados, segue o padrão IP e as camadas OSI 1-3. g) Interface entre a console e o sistema [B]: ponto de acesso do despachante, serviços são solicitados ou fornecidos pelo sistema. h) Interface entre o usuário e o móvel ou portátil [C]: serviços são solicitados ou fornecidos ao usuário. 4.5 - Descrição dos grupos funcionais a) Sistema de dados de qualquer periférico (MDP): são interfaces de dados do usuário; b) Controle de rota do móvel (MRC): roteamento de voz e/ou dados; c) Rádio móvel (MR): funções de transmissão e recepção dos sinais de RF; d) Rádio base (BR): funções de modulação e demodulação, sua interface é fechada; Pág. 63 e) Áudio da base (BA):funções de controle de freqüência, nível e processamento de sinal; f) Controle da base (BC): funções de controle automático de uma estação base individual. Sua interface é fechada; g) Controle do subsistema de RF (RFC): circuitos lógicos que traduzem os sinais de comando do usuário em comandos rádio de uma ou mais estações base; h) Chave de subsistema de RF (RFS): chaveamento para estabelecer caminhos de conexão entre roteadores e estações base, conforme direcionado a partir da RFC; i) Consoles (CON): funcionalidades para o despachante final, como a interface homem x máquina, controle e funções de áudio; j) Centro de chaveamento dos móveis para serviços entre sub-redes rádio (MSC): combinação de RFC e RFS; k) Base de dados de registro do móvel em sua localidade (HLR): banco de dados dinâmico, que segue a mobilidade de um assinante associado; l) Base de dados de registro do móvel visitante (VLR): banco de dados dinâmico, que segue a mobilidade de um assinante visitante; m) Roteador de subsistema de RF (RFG): interface direta com qualquer sistema, com exceção da console. Pág. 64 Figura 18 - Configuração com Repetidor23 Figura 19 - Configuração sem Repetidor24 23 Fonte: ABDALLA, Humberto. Sistemas Integrados de Comunicação Crítica. UnB. Brasília, 2003. Pág 225. 24 Fonte: ABDALLA, Humberto. Sistemas Integrados de Comunicação Crítica. UnB. Brasília, 2003. Pág 226. Pág. 65 4.6 - O P-25 e as camadas de rede OSI (Open System Interface) A figura 20 apresenta algumas camadas que podem não estar presentes na especificação de algum ponto de referência. Por exemplo, a interface aérea não precisa incluir especificações da camada 4 em diante, já que a comunicação entre estas camadas pode ser completamente especificada na interface do roteador que se liga ao computador, ou na interface da unidade periférica de dados do assinante. Figura 20 - Camadas OSI 25 25 Fonte: ABDALLA, Humberto. Sistemas Integrados de Comunicação Crítica. UnB. Brasília, 2003. Pág 228. Pág. 66 4.7 - Serviços disponibilizados no P-25 Os serviços suportados podem ser agrupados em algumas classes, baseada no tipo e nos pontos destino do fluxo de informações. Vamos destacar três classes de serviços: 4.7.1 - Serviços de telecomunicações: classe responsável pelos serviços da rede, para prover transferência de informação do usuário através da rede, divide-se em: tele serviços, serviços mensageiros, e serviços suplementares: a) Teleserviços - viabiliza transferência de informações do usuário, incluindo funções do terminal. Os serviços incluem todas as camadas OSI (1-7): Chamada de voz de difusão ampla: serviço de apenas uma direção, onde o originário da chamada de voz é capaz de chamar um ou mais usuários. Chamada de voz não endereçada: serviço de duas direções, qualquer usuário pode chamar uma coleção indefinida de um ou mais usuários. Todas as partes da chamada não endereçada podem ouvir umas as outras. Chamada de grupo: chamadas de voz nas duas direções entre um usuário e um grupo predeterminado de usuários, dos quais o originador é um membro. Todos os membros podem se escutar entre si. Os membros do grupo têm um número comum predefinido, pelo qual são endereçados. Pág. 67 Chamada de voz individual: chamada em duas direções entre dois usuários individuais. b) Serviços mensageiros: transportam informações do usuário na rede. As camadas 1-3 do padrão OSI são especificadas, sendo acessível nos pontos A e Ed: Transmissão de dados confiável por circuito: Transmissão em duas direções com taxa de erros de bits não superior a 10-6. Taxa de transmissão variável, não permite uso compartilhado, Transmissão de dados não confiável por circuito: Taxa de transmissão em duas direções de 9600 bits por segundo, não utiliza correção de erros. Transmissão de dados por pacote com confirmação: Transmissão em duas direções, taxa de bits variável, taxa de erros de bits inferior a 106. Técnica de múltiplo acesso compartilhado no tempo. Aplica-se principalmente a conjunto de dados que são do tipo "burst" (transmissão de bits em intervalos curtos de tempo). c) Serviços suplementares: serviços que modificam ou ampliam a capacidade dos teleserviços ou dos serviços mensageiros. Criptografia: codifica a informação de maneira a torná-la segura. Só quem possui a chave pode decodificar ou faz-se necessário usar o método da força bruta onde todas as possíveis chaves são testadas. Pág. 68 Chamada prioritária: uma chamada com prioridade terá acesso preferencial aos recursos da rede, possui cinco níveis de prioridade. Chamada prioritária preventiva: tem recursos alocados para ela, mesmo que isto signifique que as outras chamadas serão desconectadas. Interrupção de chamada: suplementar a chamadas individuais, mas pode interromper qualquer chamada de voz. Conexão de voz com a rede telefônica: permite a comunicação entre um usuário da rede telefônica e um ou mais usuários do sistema rádio. Escuta discreta: permite a um usuário escutar qualquer chamada. Emergência silenciosa: permite iniciar uma chamada sem a intervenção do próprio usuário, pressionando uma chave de emergência no próprio rádio. Monitoramento da unidade: permite ao rádio do usuário iniciar remotamente uma chamada. Identificação do individuo que transmite: permite identificar o usuário. Chamada de alerta: permite que o originador da chamada deixe sua identificação com a parte chamada para subseqüente retorno da chamada. 4.7.2 - Serviços ao assinante: acessam e gerenciam informações residentes na rede ou no terminal do assinante. Pág. 69 Navegação (Roaming) dentro do sistema: permite que a unidade altere seu ponto de conexão dentro do sistema, pode ser automático ou manual; Roaming entre sistemas: permite que a unidade se conecte a outro sistema que não seja o seu de origem, pode ser automático ou manual; Restrição de chamada: permite ao usuário ou operador do sistema restringir os serviços que podem ser acessados de um rádio específico; Afiliação: permite ao assinante alterar seu status de afiliação; Roteamento de chamada: permite ao usuário determinar como processar uma chamada de maneira a atingir um determinado. 4.7.3 - Serviços ao operador do sistema: serviços que acessam e gerenciam informações relacionadas à operação da rede. O gerenciamento da rede rádio necessita um conjunto de serviços padrões, tais como registro, autenticação, desconexão de terminal e estatística de funcionamento. 8 P-25 visa disponibilizar comunicação entre produtos e sistemas wireless digitais: 8 Interoperabilidade: Comunicação eficiente e eficaz intra-agência e inter-agências; 8 Assegura competição e um maior ciclo de vida aos produtos: proporcionando economia em termos de durabilidade de investimento e reuso de equipamentos; Pág. 70 8 Equipamentos de fácil utilização: minimizando custos de treinamento; 8 Maior eficiência do uso do espectro de radiofreqüência: característica de fundamental importância dentro de uma realidade onde este recurso torna-se cada vez raro, em decorrência do surgimento de diversos equipamentos wireless. A potência dos transceptores pode ser reduzida durante a transmissão sem reduzir a qualidade da voz ou a efetividade das transferências de dados. Quando o usuário estiver em deslocamento e a utilização de uma outra repetidora apresentar melhor eficiência à troca de site é realizada automaticamente pelo sistema, sem haver a necessidade de interferência do usuário, sendo ainda possível o emprego de repetidoras veiculares em áreas onde a cobertura de radiofreqüência for deficiente. 4.8 - Características do P-2526: ; Interface aérea comum (CAI): permite que rádios de diferentes fabricantes sejam integrados na rede; ; Sub-sistema de RF: suporta várias estações e/ou sites porque possui uma interface aberta, suporta CAI e hosts padrões de rede de computadores; ; Interface intersistema: viabiliza a interconexão de vários subsistemas de RF de diferentes tecnologias e freqüências, a fim de formar uma rede; 26 http://www.motorola.com/LMPS/RNSG/pubsafety/70-10-30.shtml. Acesso em 01/09/04. Pág. 71 ; Interface de interconexão telefônica: suporta tanto analógica quanto ISDN; ; Interface de gerenciamento de rede: de todos os sub-sistemas de RF; ; Host e interface de rede de dados: suporta protocolo TCP/IP, SNA e X.25. O P-25 possui dois slots para operar com multi-usuários, melhorar a sensibilidade das estações, apresentar alto nível de interoperabilidade, possibilitar expansão do sistema, migração para novas tecnologias e interconexão de redes. Utiliza o protocolo de criptografia chamado AES (Advanced Encryption Standard) para envio e recebimento de voz e dados. A função de encriptar e decriptar geralmente é realizada no ponto final de um pacote de mensagens. Utiliza ainda o algoritmo DES (Digital Encryption Standard), protocolo especialmente empregado para CAI de um sistema. 4.9 – Considerações Finais sobre o Projeto APCO 25 O P-25 é um sistema de sistemas, sendo conseqüentemente composto de uma arquitetura escalável e expansível, que visa interconectar vários sistemas. Os objetivos do P-2527 são: prover aumento das funcionalidades de equipamentos diferentes na mesma rede, otimizar o uso do espectro de radiofreqüência, 27 http://www.kingusa.com/newpage/apco.html. Acesso em 01/09/04. Pág. 72 fomentar a competição entre vendedores através da disponibilização de uma plataforma aberta e tornar a comunicação mais eficiente e efetiva. A ISI (interface aérea interoperável) provê interoperabilidade sem limitar a autonomia do gerenciamento e recursos de cada entidade do sistema, provê um reconhecimento através do emprego de endereçamento baseado em IPs, compatíveis para a interface de rede. O ISSI é um bloco de ISI que provê a conectividade entre vários subsistemas P25, em diferentes freqüências de bandas e equipamentos, viabilizando uma rede baseado em IP. O IP é desenvolvido para ser independente de hardware (camada física e de dados), sendo que o P-25 é baseado no IPv4, no entanto visa empregar no futuro o IPv6. Para a camada de transporte é utilizado o UDP (protocolo para transporte de pacotes entre usuários), que se constitui em um excelente protocolo que minimiza overhead no uso de serviços de voz. O sistema possui um backbone de IP, que executa o controle do protocolo para gerenciar a mudança dos transceptores de um site para outro. Um dos problemas desta tecnologia é o tempo necessário para o estabelecimento de uma comunicação (fator este crítico no emprego de rádios), porque muitas vezes o tamanho dos dados excede a 600 octetos de comprimento, sendo necessário o emprego de técnicas de compressão. Uma alternativa para minimizar estes problemas seria o RTP (protocolo de transporte em tempo real) de forma a tornar mais eficiente os transportes. No ISSI o pacote é encapsulado em RTP sem prévia codificação, isto assegura a criptografia fim- Pág. 73 a-fim das mensagens de voz e sem degradação da qualidade, evitando o excessivo delay. O estabelecimento de uma rede IP compatível não garante a interoperabilidade, tendo em vista que o ISSI se constitui no componente mais crítico para habilitar a interoperabilidade e conexão de redes. Há estudos visando implementar IP security (Ipsec) a fim de prover serviços de segurança interoperáveis (como autenticação, integridade e confiabilidade das mensagens) nas redes (IPv4 e IPv6), oferecendo proteção IP nas camadas superiores (UDP, RTP, etc). Pág. 74 5. Projeto MESA28 No início do ano 2000, a Associação Industrial de Telecomunicações e o Instituto Europeu de Padronização de Telecomunicações, verificaram a falta de padronização de comunicação digital dos órgãos de Segurança Pública em todo o mundo, e deram início ao ‘Projeto de Parceria na área de Segurança Pública’ (PSPP), que em janeiro de 2001, passou-se a denominar ‘Projeto MESA’ (Aplicações Móveis para Segurança e Emergência). 5.1 - Objetivos do ‘Projeto MESA’: X Harmonizar especificações e serviços de radiocomunicação; X Colocar as mais avançadas tecnologias a serviço dos órgãos de Segurança Pública, como; aplicações multimídia e transmissão de vídeos em tempo real. Estas aplicações necessitam de bandas largas e dos recursos disponibilizados pela telefonia de terceira geração; X Garantir realmente a “INTEROPERABILIDADE” entre serviços e aplicações wireless para sistemas de Segurança Pública. Constitui-se realmente numa padronização internacional, sendo composto por diversos países de todo o planeta, principalmente da União Européia e EUA, que se encontravam em caminhos distintos, porque enquanto um desenvolvia o ‘TETRA’ o outro 28 www.projectmesa.org. Acesso em 01/09/04. Pág. 75 desenvolvia o Projeto APCO-25, sendo que os dois sistemas não interagiam entre si. 5.2 - Características do ‘Projeto MESA’29: X Convergência de voz e dados; X Suporte em tempo real wireless para aplicações computacionais portáteis; X Mensagens rápidas (como e-mail, pequenos textos, arquivos); X Atualização pessoal constante e localização dados; X Transporte de vídeo em tempo real e imagens de alta resolução via rede; X Conexão com satélites; X Configuração dinâmica da rede; X Voz via IP (‘Internet protocol’); X Controle remoto automatizado, incluindo monitoramento de áudio e vídeo; X Interoperabilidade local, nacional, regional e internacional; X Redes com múltiplas agências; X Tecnologia independente da freqüência utilizada; X Autenticação e encriptação via rede de radiocomunicação; X Suporta criptografia baseada no algoritmo Triple DES, sendo possível incluir outros tipos de algoritmos. 29 http://www.tiaonline.org/standards/mesa. Acesso em 01/04/04. Pág. 76 5.3 - Convergência de padrões ‘TETRA e Projeto 25 e 34 da APCO’ O TETRA e a APCO através do Projeto 34, tem desenvolvido padrões para aplicações em alta velocidade de acordo com o ‘Projeto MESA’, que visa facilitar a segurança, confiança, desenvolvimento, eficiência, eficácia e interoperabilidade de equipamentos, especificações e aplicações de banda larga, orientada para atender as necessidades dos órgãos que atuam na área de Segurança Pública de todo o planeta. O TETRA MOU (Memorandum of Understanding) propôs a tecnologia TETRA TDMA compatível com a Fase-2 do Projeto 25, que por sua vez, foi desenvolvido pela APCO, com o objetivo de compatibilizá-lo com a versão do TDMA do TETRA. A Fase-1 do P-25, conforme a tabela 7, previu largura de banda de 12,5 kHz. Na Fase-2 do P-25 foram previsto largura de banda de 6,25kHz. Cada canal físico de 12,5 kHz contém dois slots que apresentam dois canais independentes e flexíveis que operam tanto voz como dados, ou ambos simultaneamente. Os slots podem ser configurados dinamicamente através do controle dedicado da sinalização do canal de acordo com a necessidade de uso da rede, de forma a otimizar o uso dos canais disponíveis para tráfego de voz e dados. A fase II do P-25 envolve modulação de tempo e freqüência (TDMA e FDMA), a fim de melhorar o uso do espectro de radiofreqüência, sendo que atualmente apenas a ISSI encontra-se disponível, sendo que as demais características estão sendo desenvolvidas, conforme tabela 7. Pág. 77 Interoperabilidade da Interface no P-25 Fase 1 CAI (interface aérea comum) Interface de conexão telefônica Interface de dados Periféricos Interface de rede de Dados Fase 2 ISSI (Interface sub-sistemas RF) Interface de console Interface de estações fixas Operação em TDMA Publicação Hardware do Padrão Avaliado Testes de Equipamentos conformidade em funcionamento Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok - - - - - - - Tabela 7 – Interoperabilidade da Interface do P-2530 A fase III (P-25/34) padroniza a transmissão de voz, vídeo e dados numa rede de alta velocidade, que suporta inclusive QoS (qualidade de serviço). Apresenta o recurso PPT (push to talk) com baixo número de colisões, sendo que a chamada pode ser interrompida quando necessário disponibilizar a rede para um usuário específico. 5.4 – Características da rede TETRA com 2-slot TDMA z Método de acesso com múltiplo acesso por divisão de freqüência; z Modulação digital por quadrante de fase para troca de chave; z Modulação digital com quatro níveis compatíveis de modulação por freqüência; z Largura de banda de 6.25 kHz para pacote de dados; z Bloco de dados de confirmação com 7 bits seriais, 9 bits de detecção de erros no bloco de entrada, e 14 octetos de dados. 30 Fonte: Relatório da Associação Industrial de Telecomunicação (julho 2004). Pág. 78 z Cabeçalho: ponto de acesso ao serviço, identificação do fabricante, link de identificação lógico, número de blocos do pacote seguinte, quantidade de blocos do octeto do último pacote, número seqüencial dos pacotes. O cabeçalho do bloco usado para comunicação entre um rádio e um nó do pacote de dados contém 10 octetos de endereçamento e controle de informação, seguido por 2 octetos de código de detecção de erro. Para a comunicação direta entre dois rádios são necessários 12 octetos para o cabeçalho para informar a ordem e controle dos dados. O cabeçalho é precedido de 48 bits de sincronização e 64 bits para identificação da rede; z Estrutura dos pacotes de dados: mensagens de dados são divididas em fragmentos com menos de 512 octetos. Os fragmentos são divididos em blocos de M octetos, sendo 12 para mensagens não confirmadas e 16 para mensagens confirmadas. Um fragmento precedido de um cabeçalho com informações é um pacote de dados; z Taxa de bits de 9.600 bps: utiliza técnicas de compressão e cabeçalho adicional para proteção contra erros de 2.400 bits/s, que se repete periodicamente e precisa de informação acerca do último pacote; z Método de digitalização de voz: Suporta alta taxa de vocoder que opera a 4400 bits/s e mais 2800 bits/s para correção de erros da digitalização da voz; z Encriptação da digitalização da voz: cabeçalho com 96 bits, sendo que, 72 bits inicializa o vetor, 8 bits identifica o algoritmo e 16 bits de identificação de chave. Possui ainda 144 bits de código de correção de erro. A informação necessária para decodificar é enviada no início da transmissão, incluindo a sinalização do overhead. Utiliza diversos algoritmos e várias chaves. Pág. 79 5.5 – Análise comparativa entre TETRA, APCO P-25, GSM e DECT Podemos comparar as características técnicas de quatro tipos de sistemas na tabela 8: Características TETRA Velocidade transmissão dados (kbs) Canal (kHz) Serviço telefônico Serviços PMR Controle total das chamadas Tempo chamada inferior a 0,3 seg Chamada de grupo Chamada em broadcast Fila de chamadas Terminais autônomos Criptografia fim-a-fim Largura de Banda sob demanda Comunicação formato duplex Transmissão simultânea voz+dados 28.8 6,25 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 APCO P-25 9.6 12,5 GSM DECT 9.6 25 144,4 166,6 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 Tabela 8 - Análise comparativa entre redes wireless31 A figura 21 apresenta esquematicamente as similaridades e diferenças, existentes entre diferentes redes, bem como, as principais características de sistema de telefonia e rádios convencionais e troncalizados. 31 PINTER, Ranko. Artigo – ‘Potencial do Sistema TETRA’. IMTA Trunked Radio Congress. Simoco International, 1999. Pág. 80 Figura 21 – DECT/GSM/TETRA O sistema que possui maior capacidade de tráfego de dados, constitui-se sem dúvida alguma no sistema que melhor viabiliza a implantação de recursos destinados a substituir o tráfego de voz por dados para descongestionar a rede rádio em termos de tráfego de voz. O TETRA apresenta melhor desempenho para transmissão de dados, atingindo até 28.8 kbs, enquanto que o P-25 da APCO atinge tão somente 9.6 kbs, esta diferença de desempenho, onde o TETRA apresenta a capacidade três vezes superior no quesito tráfego de dados constitui-se uma característica importante, na medida em que cada vez mais temos a disposição ferramentas destinadas a transmitir dados via rede de radiocomunicação, tendo como objetivo, desobstruir a rede de rádio, de forma que esta permaneça o maior tempo possível na situação de ‘stand by’, ou seja, sem transmitir voz, mas pronta para fazê-lo a qualquer momento quando for solicitada. Em grandes redes, onde operem algumas dezenas de rádios, não é possível que todos transmitam voz com alguma freqüência, a própria rede poderia ficar Pág. 81 congestionada, bem como, quando uma pessoa faz uso do rádio às demais pessoas que estão na rede ficam ouvindo a comunicação. Neste caso ouvir muitas mensagens via rádio, sendo que estas muitas vezes trazem informações que não lhe dizem respeito, torna-se uma tarefa extremamente estressante e improdutiva, acabando por prejudicar as atividades operacionais de quem apenas utiliza a rede rádio como instrumento de apoio. O TETRA apresenta um canal de 6,25kHz enquanto que no P-25 da APCO o canal é de 12, kHz. Esta característica apresenta dois aspectos principais. Quanto menor o canal, mas canais é possível alocar dentro de uma determinada faixa de freqüência, no entanto quanto menor o canal, maior é a degradação da qualidade do áudio. Avaliando-se o canal disponibilizado no TETRA verificamos que este otimiza o uso do espectro de freqüência com maior eficiência que o P-25 da APCO, no entanto o TETRA apresenta de um modo geral um áudio de pior qualidade. Devido a evolução tecnológica a diferença de qualidade de áudio torna-se muitas vezes quase imperceptíveis ao ouvido humano, tendo em vista que nós temos condição de diferenciar qualidade de sons até determinado nível, acima do qual somente é possível verificar através do uso de instrumentos mecânicos. O TETRA apresenta características que estavam presente no padrão do DECT, e algumas do GSM que são: largura de banda sob demanda, comunicação formato duplex e transmissão simultânea voz + dados. Estas três características não estão presentes no padrão P-25 da APCO, sendo que elas disponibilizam os seguintes recursos operacionais: z Largura de banda sob demanda: importante para permitir um melhor gerenciamento do uso dos quatro canais disponíveis no TETRA, de forma a Pág. 82 utilizar todos eles em conjunto para tráfego de voz, quando não ouvir necessidade de tráfego de dados, e vice-versa, ou seja utilizar todos os canais para tráfego de dados, quando não houver tráfego de voz, para desta forma atingir a velocidade de 28.8 kbs. z Comunicação formato duplex: Isto permite, por exemplo, utilizar o rádio como se fosse um celular, para ouvir e falar simultaneamente, ou utilizar o rádio para receber e enviar mensagens curtas, como se fosse um ‘chat’ (bate papo). z Transmissão simultânea voz + dados: permite que o rádio seja utilizado para receber e enviar simultaneamente tanto voz quanto dados, tendo em vista que o TETRA gerencia quatro canais, sendo que todos eles podem trafegar voz ou dados, dependendo da necessidade. Conclusões e Perspectivas Futuras Esta pesquisa permitiu uma análise científica e técnica sobre os padrões de redes wireless digitais, bem como, foi possível identificar que de um modo geral utilizar o padrão TETRA permite obter-se melhores resultados, tendo em vista que este padrão além de disponibilizar todos os recursos presente no padrão de redes do Projeto 25 da APCO, ele viabiliza uma velocidade de transmissão de dados pelo menos três vezes superior ao P-25. Considerando a tendência cada vez maior das redes de radiocomunicação serem destinadas cada vez mais para viabilizar o tráfego de dados, tornando-se uma atividade muitas vezes secundária o uso da rede para tráfego de voz, isto significa que uma das características mais importante, sem dúvida alguma, constitui-se a velocidade de tráfego Pág. 83 de dados, porque esta pode viabilizar ou não, o tráfego de imagens e vídeos em tempo real na rede. Os critérios empregados nesta pesquisa a fim de comparar o padrão TETRA e o P-25 da APCO, foram três: capacidade de tráfego de dados, otimização no uso do espectro de radiofreqüência e segurança da rede. As estratégias capazes de garantir a interoperabilidade de equipamentos constituem-se na análise de qual padrão dispõe de mais fabricante, tendo em vista que desta forma, torna-se possível adquirir transceptores de diversos fabricantes que poderão operar na mesma rede. Neste item, novamente a rede TETRA apresentou nítida vantagem, por dispor de maior quantidade de empresas empenhadas em desenvolver equipamentos compatíveis com este padrão, e consequentemente aumentando a concorrência e diminuindo os preços. O padrão TETRAPOL, apesar de disponibilizar praticamente os mesmos recursos das demais redes wireless, não foi objeto desta pesquisa, sendo analisado detalhadamente no artigo que está no Anexo 3 desta pesquisa. Em termos de segurança os padrões analisados são muito similares, porque a qualidade, ou nível de segurança da rede, vai depender da configuração feita pelo gerente da rede, tendo em vista que, na medida em que ele configurar uma rede com maior nível de segurança, mais lenta a rede ficará, bem como, aumentará o tráfego de dados que se constituem principalmente de senhas para arquivos criptografados e recursos de autenticação de usuários, sendo que os recursos se segurança disponibilizados são suficientes para garantir a segurança deste tipo de rede, a fim de Pág. 84 garantir a integridade da comunicação de voz e dados em diferentes padrões de operação. A rede TETRA sem dúvida alguma, diante da pesquisa realizada, pode se concluir que ela é a melhor alternativa, para ser empregado por Órgão de Segurança Pública do Brasil inteiro, diante da análise dos recursos que este tipo de padrão oferece. A análise das perspectivas futuros permite traçar um horizonte onde haverá um padrão de rede wireless, mas com diversos fabricante e linhas de produtos, de forma que os gerentes deste tipo de rede não terão que se preocupar com interoperabilidade, porque esta será uma característica intrínseca de todos os produtos. O caminho começou a ser trilhado através do Projeto chamado ‘MESA’, que apesar de ainda estar sendo estabelecido, constitui-se num esforço, em escala planetária, de diversas entidades e empresas, que buscam a padronização de redes de radiocomunicação, a fim de garantir principalmente a interoperabilidade de produtos e interconexão das redes wireless. Principais contribuições e Trabalhos Futuros A pesquisa desenvolvida para a elaboração deste trabalho, possibilita que diversos temas e assuntos aqui abordados possam ser objetos de pesquisa em Teses e Dissertações, tendo em vista que temas como a análise da eficiência de certos algoritmos de criptografias ou de autenticação, podem ser minuciosamente analisados através de uma pesquisa de maior profundidade e duração, podendo resultar em propostas ou em novos algoritmos capazes tornar a rede mais segura sem resultar e perda significativa de desempenho. Pág. 85 Em redes de computadores a segurança pode ser aumentada sem comprometer significativamente o desempenho, através da utilização de links cada vez maiores, recursos como à fibra ótica e principalmente do uso de processadores cada vez mais velozes. Todas estas facilidades disponíveis para redes de computadores, praticamente inexistem, ou não apresentam o mesmo grau de aplicabilidade para redes de radiocomunicação, que usam basicamente as freqüências para envio e recebimento de voz e dados, e utilizam transceptores que não apresentam uma construção sofisticada em termos tecnológicos. As pesquisas científicas no Brasil, nesta área, são raras ou muitas vezes inexistentes, sendo que as redes de radiocomunicação comumente se limitam a adaptar tecnologias desenvolvidas para redes de celulares. O pessimista quando encontra uma situação como a descrita acima, desiste porque considera que nada pode ser feito para mudar esta realidade, já o otimista enxerga um campo fértil para desenvolver pesquisas, porque praticamente existe tudo por ainda ser realizado. Pág. 86 Referências Bibliográficas ABDALLA, Humberto. Sistemas Integrados de Comunicação Crítica. UnB. Brasília, 2003. CANDY, Edwin. Architecture – the key to the success of TETRA. Artigo publicado no Site: www.tetramou.com. Acesso em 20/08/04. Hamer, Terry. TETRA. Extending from Public Safety to Military Applications. Artigo publicado no Site: www.tetramou.com. Acesso em 20/08/04. http://www.etsi.org. Acesso em 01/04/04. http://www.tetramou.com. Acesso em 01/04/04. http://www.kingusa.com/newpage/apco.html. Acesso em 01/09/04. http://www.motorola.com/LMPS/pubsafety/70-10-30.shtml. Acesso em 01/09/04. http://www.projectmesa.org. Acesso em 01/09/04. http://www.tiaonline.org/standards/mesa. Acesso em 01/04/04. http://www.icp.pt/template12.jsp?categoryId=38421. Acesso em 20/08/04. KAVANAGH, Donald. APCO Project 16 – Trunked Communication System Functional. 1977. Artigo publicado no Site: www.tetramou.com. Acesso em 20/08/04. Kavanagh, Donald. The Application oh the 900 Mhz Band to Law Enforcement Communications. 1977. Artigo publicado no Site: www.tetramou.com. Acesso em 20/08/04. TAYLOR, David. TETRA: The Future Of Public Service Mobile Communication. Artigo publicado no Site: www.tetramou.com. Acesso em 20/08/04. PINTER, Ranko. Potencial do Sistema TETRA. Trunked Radio Congress. Simoco International, 1999. Artigo publicado no Site: www.tetramou.com. Acesso em 20/08/04. Pág. 87 ROELOFSEN, Gerald. “TETRA Security - the fundament of a high performance system”. Artigo publicado no Site: www.tetramou.com. Acesso em 20/08/04. ANEXO I Feature from TETRA Interoperability Profile MS Registration Marconi MS Motorola MS* Nokia MS Simoco Digital Systems MS Cleartone Teltronic MS ITSI attach 9 - 9 9 - ITSI attach including group attachment - 9 - - 9 9 - Roaming location updating 9 9 9 9 9 9 De-registration 9 9 9 9 9 9 Call setup 9 9 9 9 9 9 Call setup, Queuing 9 9 9 9 9 9 Hook signalling, Simplex 9 9 9 9 - 9 Call setup Modifications - - 9 - 9 End of transmission 9 9 9 9 9 9 Request to transmit 9 9 9 9 9 9 Request for speech item 9 9 9 9 9 9 Call disconnection 9 9 9 9 - 9 MS Attachment of the selected group 9 9 9 9 9 9 MS Attachment of the selected group, Rejection 9 9 9 9 9 9 MS Attachment of the Null group - - - - - MS Change of the selected group 9 9 9 9 9 9 Multiple group attachment - - MS initiated detachment 9 - 9 - - - Call setup 9 9 9 9 9 9 Call setup, Queuing 9 9 9 9 9 9 End of transmission 9 9 9 9 9 9 Request to transmit 9 9 9 9 9 9 Request for speech item 9 9 9 9 9 9 Call disconnection 9 9 9 9 9 9 Late entry 9 9 9 9 9 9 Emergency group call . 9 9 9 - Emergency group call, Setup to busy group - - 9 Emergency speech item request - - - Individual call Group management Group call Cell re-selection Undeclared cell re-selection 9 9 9 9 9 9 Unannounced cell re-selection with call restoration 9 9 9 9 9 9 Announced type 3 cell re-selection 9 9 9 9 9 Call Set-up, MS Originated 9 9 9 9 - Call Set-up, MS Originated, Call Queued 9 9 9 9 - Call Set-up, MS Terminated 9 9 9 9 - Telephone call DTMF Over-dial - - - - - - Disconnect Causes 9 9 9 9 - Status messaging 9 9 9 9 9 9 Standard Report, MS to MS, with acknowledgement requested - - - Short Data Service Dynamic Group Number Assignment Assignment of a group without attachment - - - Assignment of a group already in the MS - - - - Group de-assignment - - - - Packet Data Packet Data context activation, Static IP address - - - - - Packet Data context activation, Dynamic IP address - - - - - Packet Data context activation, Provisioning reject - - - - - Packet Data context deactivation, SwMI initiated - - - - - Packet Data context deactivation, MS initiated - - - - - Advanced Link Set-up, MS Initiated Data Transfer - - - - - Normal Advanced Link Data Transfer, MS Initiated - - - - - Advanced Link Set-up, SwMI Initiated Data Transfer - - - - - Normal Advanced Link Data Transfer, SwMI Initiated - - - - - MS initiated PDCH access, SwMI reject - - - - - Roaming during Data transmission - - - - - Roaming without Data transmission, READY state - - - - - Roaming without Data transmission, STANDBY state - - - - - Legend: * In the later test sessions, IOP of an MS with its native SwMI is not specifically addressed. 9 Feature has been IOP tested successfully, and this has been certified by Tele Danmark. Official IOP testing of the feature has taken place, but evaluation and certification by Tele Danmark is pending. - Interoperability has not been verified by official IOP testing for this feature. Official IOP testing with participation of SwMI from Test sessions: Aug. 1999 Certificate at / expected: http://www.tetramou.com/documents/index.asp Jan. 2000 Sep. 2000 SwMI types: Motorola: MS types, with which IOP testing has been performed: Cleartone: CM9000P Marconi: PUMA T and PUMA T2 Mar. 2001 Sep./Oct. 2001 Jan. 2002 Mar. 2002 Dimetra: Releases 2.3, 2.3 SER, 3.0 and 4.0 Motorola: MTM300 Nokia: TMR400, THR420 and THR850 Simoco Digital Systems: SRM1000 and SRP1000 Teltronic: MDT-400 ANEXO II SERVICE Telecommunications Services Bearer Services Circuit-switched unreliable/reliable data Packet-switched confirmed delivery data Teleservices Broadcast voice call Unaddressed voice cal] Group and individual voice call Circuit-switched data network access Packet-switched data network access Preprogrammed data messaging Supplementary Service Encryption Priority call and Preemptive priority call Call interrupt Voice telephone interconnect Discreet listening Silent emergency Radio unir monitoring Talking party identification and Call alerting Subscriber Unit Services Intrasystem and Intersystem roaming Call resMction Affiliation Cal] routing Encryption update Network Services Registration Roaming Authentication and Subscriber terminal disable and enable Network Management and administration servires CONVENTIONAL T R UN KE D Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Not applicable Mandatory Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Mandatory Not applicable Mandatory Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Not applicable Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Not applicable Not applicable Not applicable Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Standard Option Mandatory Standard Option Standard Option Mandatory Mandatory Standard Option Standard Option ANEXO III PADRÕES DE RADIOCOMUNICAÇÃO DIGITAL Eduardo Gonçalves da Silva 32 RESUMO As redes de comunicação via radiofreqüência constituem-se na principal ferramenta de apoio a atividade operacional das entidades que desenvolvem suas ações no campo da Segurança Pública. Os três principais padrões de radiocomunicação digital, APCO-25, TETRA e TETRAPOL, estão sendo desenvolvidos para disponibilizar recursos e serviços que possam contribuir para melhorar o desempenho das atividades dos órgãos de Segurança Pública. As empresas fabricantes que desenvolvem produtos a partir destes padrões, travam uma batalha mortal para tentar alcançar a hegemonia do mercado mundial, e consequentemente aumentar seus lucros. Nesta batalha cada empresa apresenta apenas as vantagens, procurando ignorar as deficiências de seus produtos. A realização de um artigo cuja característica principal é a isenção de pré-conceitos, elaborado a partir de conhecimentos técnicos e científico, viabiliza a apresentação de um panorama esclarecedor que permite uma comparação objetiva e conclusiva entre os padrões analisados. Palavras Chaves: radiocomunicação, padrões, APCO-25, TETRA e TETRAPOL. ABSTRACT The communication nets saw radio frequency consist in the main tool of support the operational activity of the entities that develop its action in the field of the Public Security. The three main standards of digital radio communication, APCO-25, TETRA and TETRAPOL, are being developed to make possible resources and services that can contribute to improve the performance of the activities of the agencies of Public Security. The companies manufacturers who develop products to leave of these standards, stop a mortal battle to try to reach the hegemony of the world-wide market, and to increase its profits. In this battle each company presents only the advantages, looking for to ignore the deficiencies of its products. The accomplishment of an article whose main characteristic is the exemption of daily pay-concepts, elaborated from knowledge scientific technician and, makes possible the presentation of an enlightening 32 Mestre em Engenharia Ambiental (UFSC), Graduado em Marketing (UNISUL) e Graduando Sistema de Informação (UFSC).. E-mail: [email protected]. panorama that allows an objective and conclusive comparison between standards analyzed. Keys words: radio communication, standards, APCO-25, TETRA e TETRAPOL. 1. Introdução ‘O rádio é o salva-vidas do policial. Quando segundos contam, a comunicação clara e eficiente é que faz a diferença para um motorista ferido, para a vítima de um crime ou para um policial ferido.’ Coronel W Steve Flaherty, Estado da Virgínia, EUA. Este artigo visa apresentar uma análise técnica comparativa entre os seguintes padrões de radiocomunicação digital: APCO-25, TETRA e TETRAPOL. As redes de radiocomunicação digitais foram especificadas e desenvolvidas para serem utilizadas principalmente por órgãos de Segurança Pública, e por este motivo o foco principal deste artigo é analisar com maior riqueza de detalhes, as características que apresentam aplicabilidade para estes órgãos, tendo em vista que um sistema de um modo geral oferece mais recursos e serviços do que seria necessário, para desta forma viabilizar seu uso em outras aplicações. Inicialmente apresentaremos quais são as características mínimas que uma rede de radiocomunicação necessita possuir para ser utilizada por órgãos de Segurança Pública. Os requisitos técnicos que compõe cada padrão de radiocomunicação digital são apresentados no formato de uma tabela, sendo que os principais itens são comentados, de forma a apresentar informações extras, para melhor fundamentar a análise comparativa que procuramos realizar neste artigo. 2. Características mínimas de uma rede de radiocomunicação Uma rede de radiocomunicação digital para ser utilizada por órgãos de Segurança Pública deve possuir pelo menos as seguintes características: 1. Utilizar protocolos abertos e possuir diversos fabricantes de terminais e infraestrutura; 2. Possibilitar o serviço de comunicação via radiofreqüência, para voz e dados (para envio e recebimento); 3. Possibilitar interconexão com Internet via protocolo TCP/IP e disponibilizar serviço de comunicação com suporte à voz sobre IP; 4. Utilizar técnicas para uma comunicação segura, com a implementação de criptografia dinâmica na interface aérea, para codificação de voz e transmissão de dados; 5. Selecionar automaticamente a canalização de radiofreqüência para encaminhamento das comunicações de forma transparente ao usuário (sistema troncalizado); 6. Estabelecimento de chamada em tempo inferior a 500 ms; 7. Estabelecer níveis diferentes de prioridades (para chamadas em grupo ou individual); 8. Comunicações de dados com velocidade superior a 7,2 kbps; 9. Desconectar uma comunicação quando outro transceptor, configurado com maior privilégio, necessitar estabelecer uma comunicação e o sistema estiver saturado; 10. Estabelecer chamadas de emergência; 11. Realizar ações de aglutinação e restauração dinamicamente de grupos préexistentes no sistema, possuir estrutura flexível e hierárquica de grupos; 12. Realizar chamadas através de console de despacho; e selecionar simultaneamente grupos e/ou indivíduos nas consoles de despacho; 13. Monitoração da atividade (scan) dos grupos de conversação; 14. Intercomunicação imediata e direta com um usuário ou um grupo de usuários, tanto local quanto de outras regiões, e capacidade de operação multisítio; 15. Roaming para voz e dados em redes de mesma tecnologia; 16. Permitir habilitação e a desabilitação via aérea do acesso de terminais ao sistema; 17. Gravação das comunicações de voz; 18. Interconexão com outras redes de radiocomunicação para redes troncalizadas e convencionais (analógicos ou digitais); 19. Possuir um número de identificação único por terminal; 20. Identificar usuário chamador, sem a necessidade de qualquer ação por parte do usuário chamado, nos terminais portáteis, móveis, fixos e nas consoles; 21. Intercomunicação direta entre rádios, sem necessidade do sinal de radiofreqüência ser processado pela estação rádio base ou estação repetidora; 22. Operação em faixas de freqüências destinadas à correspondência oficial; 23. Operação em larguras de faixa de canal compatíveis com a legislação; 24. Todos os equipamentos devem estar certificados e homologados pela ANATEL; 25. Capacidade de operar nas bandas alocadas para comunicação oficial pela ANATEL; 26. Possuir estação repetidora móvel com possibilidade de ser transportada e alimentada por veículo tipo utilitário, e que possam operar como extensores da área de cobertura; 27. Possibilitar interconexão com a rede de telefonia pública; 28. Possuir terminais móveis com receptor de GPS, que transmitam a posição; 29. Possuir terminais digitais que possam operar também em modo analógico; 30. Interoperabilidade e interconexão com as redes que estejam em operação. 3. Características técnicas dos padrões A tabela a seguir apresenta as principais características de uma rede de radiocomunicação digital, a fim de permitir de uma maneira objetiva e técnica, a realização da comparação do desempenho entre os padrões: APCO-25, TETRA e TETRAPOL. CARACTERÍSTICAS 1 2 3 4 5 6 7 8 Tecnologia Modulação Vocoder Banda de freqüência (Mhz) Espaçamento de canais (Khz) Número de canais em 25 Khz Potência de equipamento móvel (W) Sensibilidade estática 9 Sensibilidade dinâmica 10 Taxa para transmissão dados na rede (kbits/s) 11 Taxa de bit no canal (kbits/s) Eficiência do espectro com interferências limitadas APCO-25 FDMA QPSK-C IMBE 130-900 12,5 2 1, 3 e 10 9,6 - 12 -alto tráfego e muitas células (bit/(s*kHz*cell)) Eficiência do espectro com barulho limitado 13 célula isolada (bit/(s*kHz*cell)) 14 Tamanho das células em área rural 53 km 15 Tamanho das células em área urbana 5,4 km 16 Máximo path loss em área rural (margem 7 db) 157,8db 17 Máximo path loss em área urbana (margem 20 db) 131,3 db TETRA TDMA /4DQPSK A-CELP 380-900 25 4 1, 3 e 10 TETRAPOL FDMA GMSK RP-CELP 70-900 10 e 12,5 2 1, 5 e 10 MS: -113 dBm MS: -119 dBm BTS: -115 dBm BTS: -121 dBm MS: -104 dBm MS: -111 dBm BTS: -106 dBm BTS: -113 dBm 28,8 36 7,2 8 50 43 384 192 20,7 km 2,9 km 144 db 122 db 31,1 km 4,3 km 150 db 128 db 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Número de estações base em área rural Número de estações base em área urbana Custo terminal (dólares) Melhor desempenho em ambientes com densidade Operação modo DUPLEX Largura de Banda sob demanda ISI – interconexão e roaming entre redes Sistema isofrequencial e voting Compatibilidade com analógicos DMO – modo dual e gateway Transmissão simultânea voz+dados 161 683 2.500 baixa não não não sim sim não não 1.056 2.427 700 alta sim sim sim não não sim sim 466 1.071 1.300 alta sim não sim não não não sim Observação: tendo em vista a escassez de fontes para a realização desta pesquisa, alguns campos não foram preenchidos. A seguir passaremos a analisar as principais características capazes de influenciar no desempenho de uma rede de radiocomunicação digital. O item 4 apresenta a ‘banda de freqüência’ de operação de cada padrão de radiocomunicação, sendo que neste quesito o TETRA possui pior desempenho, tendo em vista que sua freqüência mais baixa de operação é de 380 Mhz, enquanto que no APCO-25 chega a 130 Mhz e no TETRAPOL até mesmo a 70 Mhz. Quanto menor a freqüência de operação, maior será a área de cobertura de cada sítio, ou seja, serão necessário menor investimento em infraestrutura, isto se o custo de cada site fosse similar para cada padrão, no entanto o custo de cada site varia de acordo com o projeto e padrão da rede. Existe um custo mínimo necessário para ativação de um Site, tendo em vista ser necessário prever a compra ou locação de um terreno, a construção de uma torre, construção de um abrigo para guardar os equipamentos, compra de geradores e banco de baterias, gastos para manutenção das instalações e pagamento da conta de energia elétrica. Todos estes custos são independentes do equipamento que será instalado no local. Quanto maior a quantidade de sites, maior serão os custos, porque nem todos os locais considerados tecnicamente ideais para instalação do Site, poderão receber esta infraestrutura. Os sites são ativados onde é possível e não onde deveriam ser instalados, tornando-se necessário ativar mais sites do que o previsto no projeto original. Os itens 5 e 6 apresentam o espaçamento e quantos canais podem operar em 25 kHz. O TETRA apresenta uma eficiência espectral 100% superior ao APCO-25 e TETRAPOL, que apresentam o mesmo desempenho, ou seja, em 25 kHz consegue utilizar apenas dois canais tendo em vista que cada canal utiliza 12,5 kHz, enquanto que o TETRA possui canais de 6,25 kHz. Quanto menor for o canal, maior a quantidade de canais podem ser utilizados em determinada banda de freqüência. Esta é uma característica importantíssima tendo em vista que o espectro de radiofreqüência encontra-se cada vez mais saturado, sendo este justamente a principal virtude das redes troncalizadas, que são capazes de utilizar a mesma freqüência para diversas redes, sem que haja interferências entre elas. No entanto não basta utilizar uma rede troncalizada para resolver o problema de espectro de radiofreqüência, é necessário utilizar canais cada vez menores, a fim de aumentar a quantidade destes, mas neste aspecto o principal problema é a qualidade, tendo em vista que em canais com pequena largura a qualidade do áudio pode ser prejudicada, bem como, poderá ficar limitada a taxa de transmissão de dados. A rede TETRA apresenta áudio com boa qualidade e resolve o problema da taxa de transmissão de dados, alocando simultaneamente, quando necessário, quatro canais, de forma a multiplexar e quadruplicar a taxa de transmissão de dados. O APCO25 e o TETRAPOL estão desenvolvendo-se tecnologicamente, de modo a viabilizar sua operação em canais de 6,25 kHz, a fim de suprir esta deficiência na otimização do espectro de radiofreqüência. O item 7 apresenta a ‘potência do equipamento móvel’, sendo que em comparação com sistema analógicos, há uma redução na potência dos equipamentos, de modo que temos mais um motivo para justificar a necessidade de ser empregado nestas redes um número muito maior de sites. O principal motivo desta redução da potência, é que na Europa e nos Estados Unidos, temos a presença de agências reguladoras, que preocupadas em não expor o ser humano a emissões de radiofreqüência, cujo resultado, não foram até o presente momento exaustivamente analisado pela ciência, sendo que na dúvida optou-se por determinar o desenvolvimento de equipamentos que apresentem menor risco possível para a saúde humana, e conseqüentemente operem com potências inferior a dos equipamentos de redes analógicas. A cobertura e propagação de radiocomunicação apresenta as seguintes características: quanto maior a potência e sensibilidade maior a cobertura; quanto maior a freqüência e modulação mais complexa menor será a cobertura. Um sistema com maior cobertura necessita de mais: freqüências, mais sítios, mais enlaces, mais equipamentos, é mais complexo, e apresenta maior custo de aquisição e manutenção. O item 10 ‘taxa de transmissão de dados’, não pode ser analisado a partir de números absolutos, tendo em vista que uma variável muito importante a ser analisada é a sensibilidade dos transceptores utilizados e da própria estrutura de rede, tendo em vista que a sensibilidade influencia diretamente na taxa de erros, conseqüentemente não adianta ter um fluxo com grande quantidade de dados, se o índice da taxa de erros for alto, neste caso será necessário descartar muitos pacotes, resultando em desempenho inferior ao apresentado por velocidades inferiores, mas com menores taxas de erros. Outro aspecto importante é que o índice apresentado trata-se de velocidade máxima nominal, que é a velocidade de pico da rede. O índice que apresentaria melhor qualidade para fazer-se uma comparação técnica seria obtido a partir da análise da taxa média de tráfego de dados em condições similares. Os itens 14 a 19 apresentam a ‘análise comparativa do path loss’ (cálculo elaborado a partir da fórmula Okumura-hata), e qual o tamanho das células em áreas urbanas e rurais, conforme ilustra gráfico 1. Esta característica apresenta reflexo imediato nos custos de uma rede de radiocomunicação, tendo em vista que quanto maior a quantidade de sites maior será, em geral, o valor a ser investido em infraestrutura, bem como maior será o custo de manutenção da rede. A diferença entre os padrões é extremamente acentuada, tendo em vista que o TETRA apresenta o pior desempenho, tanto em área rural, quanto em área urbana é inferior ao TETRAPOL, que apresenta por sua vez um desempenho apenas mediano, sendo o APCO-25 é a rede que apresenta o maior tamanho de célula, conseqüentemente uma rede com este padrão possuirá um menor número de sites. Gráfico 1 - Comparação desempenho APCO-25, TETRA e TETRAPOL A B C D E F 200 160 120 80 40 0 APCO-25 Legenda: TETRA TETRAPOL A = Proporção de estações base em área rural (Km); B = Proporção de estações base em área urbana (Km); C = Máximo path loss em área rural (margem 7 db); D = Máximo path loss em área urbana (margem 20 db); E = Tamanho das células em área rural (Km); F = Tamanho das células em área urbana (Km). O gráfico 2 apresenta com maior nível de detalhamento os dados referentes ao número de estações bases, necessárias em cada rede, bem como, a comparação do tamanho das células de cada padrão. 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 TETRA TETRAPOL APCO-25 Número de estações base (unidades) Tamanho célula - RURAL (km) Tamanho célula - URBANA (km) Gráfico 2 - Tamanho das Células O item 20 apresenta o custo dos terminais. Este aspecto é importante porque um projeto de rede deve prever que pelo menos 50% do seu investimento deverá ser destinado a aquisição de terminais (fixos, móveis, portáteis e acessórios). O gráfico 3 apresenta uma análise comparativa entre custos de infraestrutura, terminais e uma análise dos custos total da rede. Neste gráfico podemos verificar que o padrão TETRAPOL apresenta menor custo médio, que foi obtido a partir da soma dos custos de infraestrutura e dos terminais. Para estabelecer uma comparação entre os custos da infraestrutura e dos terminais, atribuiu-se 100% ao padrão com maior custo, sendo que os outros dois padrões foram valorados em termos proporcionais, a partir da análise da quantidade de sites que seriam necessários para estabelecer a rede. Para definir o custo total da rede foram somados os custos com infraestrutura e com terminais e divididos por dois, de forma a obtermos a média de gastos, tendo em vista que atribuímos um peso de 50% para infraestrutura e 50% para terminais. CUSTO INFRAESTRUTURA CUSTO TERMINAIS CUSTO MÉDIO 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% TETRA TETRAPOL APCO-25 Gráfico 3 - Custos Rede Digital de Radiocomunicação 4. Considerações Finais As informações apresentadas neste artigo permitem conhecer melhor os padrões de radiocomunicação digital, de forma a viabilizar uma melhor comparação a respeito do desempenho de cada padrão. O modo ideal para realizar esta comparação seria implantar os três padrões na mesma área geográfica, em condições similares de operação, para somente a partir da análise deste desempenho, definir qual padrão atende com melhor qualidade as necessidades dos órgãos de Segurança Pública. Entretanto diante da impossibilidade de efetuar-se este tipo de teste de campo, realizamos uma pesquisa científica, de forma a obter-se os dados para estabelecer um quadro comparativo e desta forma viabilizar uma análise empírica, que apresentou resultados consistentes a partir do uso de técnicas específicas. A escolha de um padrão de radiocomunicação digital deve levar em conta não as características técnicas disponibilizadas, mas sim quais são as características que possuem importância para o usuário da rede, bem como, a relação custo benefício do sistema, e principalmente as condições financeiras não somente para adquirir o sistema, mas principalmente, qual a previsão do custo de manutenção deste sistema; e para finalizar deve-se avaliar qual o ciclo de vida estimado para terminais e infra-estrutura. 5. Bibliografia http://www.apco911.com. Acesso em 01/09/04. http://www.project25.org http://www.tetrapol.com. Acesso em 01/09/04. http://www.tetramou.com. Acesso em 01/09/04.