ANÁLISE DA ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NAS COMISSÕES INTRA-HOSPITALARES DE ÓRGÃOS E TECIDOS PARA TRANSPLANTES (CIHDOTT)1 Roberta Gonçalves da Silva2 Ivana Marcomim3 RESUMO: Este estudo é resultado do Projeto de Conclusão de Curso da acadêmica Roberta Gonçalves da Silva, do curso de Serviço Social da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), unidade Pedra Branca. Tem, como finalidade, apresentar uma análise da atuação do Serviço Social nas Comissões Intra-Hospitalares de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) de diferentes regiões do Brasil, a partir das Centrais Estaduais de notificação, captação e distribuição de órgãos, considerando-se a configuração desta prática que deve ser pautada nos princípios que norteiam o Código de Ética da profissão, numa perspectiva técnico-operativa, teórico-metodológica e éticopolítica, articulados à política de saúde do Brasil. Por fim, reflete-se sobre os aspectos consensuais e específicos destas diferentes práticas, considerando o universo estudado, onde se busca indicar requisições básicas as quais devem ser norteadoras da prática profissional no universo em questão. Tais reflexões e indicações são pautadas em referenciais teóricos, metodológicos, operativos e jurídicos que devem nivelar o procedimento profissional nesta área que se encontra em franco processo de constituição em grande parte do país. Palavras-chave: Serviço Social. Política de Saúde. Captação de Órgãos. Transplantes 1 Artigo apresentado ao Curso de Graduação em Serviço Social da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Serviço Social. 2 Acadêmica do Curso de Serviço Social da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). E-mail: [email protected] 3 Professora, Orientadora Mestre em Engenharia de Produção pela UFSC. E-mail: [email protected] 2 1 INTRODUÇÃO Este estudo partiu do Projeto de Extensão Serviço Social e Saúde – A Inserção dos Acadêmicos do Curso de Serviço Social na Política de Saúde, no qual a acadêmica realizou seu estágio curricular obrigatório, cujo público alvo são Assistentes Sociais vinculados (as) aos serviços de saúde de Secretarias Municipais e Secretaria Estadual de Saúde, hospitais, clínicas, Conselheiros de Saúde, entre outros trabalhadores do setor, acadêmicos estagiários do curso de Serviço Social da UNISUL e de áreas afins, bem como supervisores de campo de estágio. Desta vinculação nasce a percepção de que o Brasil conta com a falta de órgãos para realização de transplantes, na medida em que pacientes, com doenças em estágios finais, buscam tratamento através desta prática de intervenção. Considerando desafiadora e necessária a atuação do Serviço Social nesta área da saúde, como também a importância de trazer para o meio acadêmico a atuação e relação teórico-prática destes profissionais com os objetos de intervenção, objetivouse, através deste estudo, analisar as atribuições do Serviço Social nas Comissões Intra-Hospitalares de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), a partir de pesquisa descritiva e bibliográfica, com método de abordagem quanti-qualitativo. O problema original deste estudo busca responder como está a participação do Serviço Social na Política de Transplantes do Brasil, partindo das Centrais Estaduais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e das Comissões Intra- hospitalares de Órgãos e Tecidos para Transplantes para obtenção dos dados a serem pesquisados. Consideraram-se como universo de estudo, as vinte e cinco centrais que compõem o Sistema Nacional de Transplantes, obtendo-se uma amostra de três, o que corresponde a12% do universo total. A coleta de dados foi realizada mediante aplicação de questionário com caráter de entrevista semi-estruturada (apêndice A), encaminhado via internet, visando conhecer o universo de trabalho de cada um deles. Pretendeu-se ainda identificar as dificuldades e desafios para o Serviço Social, considerando as variáveis que interferem no processo de busca ativa de órgãos para realização de transplantes, como também na efetivação da política de transplantes articulada à política de saúde do Brasil. 3 Verificou-se, também, importante destacar como estão configuradas as políticas de saúde e de transplantes vinculadas ao trabalho do Serviço Social na área da saúde, bem como a abordagem em torno das práticas desenvolvidas pelos Assistentes Sociais nas CIHDOTT’s. Os dados obtidos foram sistematizados e analisados com base nas indicações de Minayo (1999), que compreende as seguintes fases: (a) Ordenação dos dados; (b) Classificação dos dados; (c) Análise final. Tais resultados, embora configurando um universo pequeno, nos permite formular algumas considerações acerca dos objetivos propostos, o que exige inicialmente, a compreensão de aspectos conceituais acerca desta temática. 2 ASPECTOS CONCEITUAIS 2.1 A SAÚDE NO BRASIL COMO POLÍTICA PÚBLICA DE DIREITO: AS BASES PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE TRANSPLANTES Inicia-se esta reflexão considerando a 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) como o evento que trouxe grandes conquistas para a trajetória da política de saúde no Brasil, partindo do princípio de participação e controle social rumo à democratização do Estado. Esta Conferência aconteceu em 17 de março de 1986 e foi de grande contribuição no processo de firmação da luta pela saúde como política pública de direito, com a participação da sociedade civil. Pela primeira vez neste espaço de discussões e sob as perspectivas de democratização do acesso, universalidade das ações e descentralização com controle social, contribuiu-se com a consolidação da identidade do movimento de Reforma Sanitária no país. Portanto, este movimento social dos anos pré-constituição na área da saúde, que surgiu a partir de discussões acadêmicas sobre as políticas de saúde e da reestruturação das organizações de trabalhadores da saúde, considerava a 4 definição proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) do conceito de saúde como “estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de doença ou enfermidade”. Com esta consideração, pretendia-se um novo olhar para a questão em debate, como direito e como questão de todos, sobre a qual os sujeitos tomam decisões. Composto por entidades e pessoas com objetivos e formas de manifestações articuladas no cenário social e político, ficou conhecido como Reforma Sanitária Brasileira, já presente há alguns anos na trajetória da história da saúde no Brasil. A reforma sanitária pode ser conceituada como um processo modernizador e democratizante de transformação nos âmbitos político-jurídico, políticoinstitucional e político-operativo, para dar conta da saúde dos cidadãos, entendida como um direito universal e suportada pelo Sistema Único de Saúde, constituído sob regulação do Estado. Que objetive a eficiência, eficácia e equidade e que se construa permanentemente através do incremento de sua base social, da ampliação da consciência sanitária dos cidadãos, da implantação de outro paradigma assistencial, do desenvolvimento de uma nova ética profissional e da criação de mecanismos de gestão e controle populares sobre o sistema. (MENDES, 1993, p. 42). Os avanços desta área se seguem e o modelo de democracia participativa, dentro dessas mesmas relações, pautadas na descentralização político-administrativa, está firmado no Art. 198 da Constituição (1988, p.131), visando à promoção, proteção e recuperação da saúde, conforme se segue: Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: • Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; • Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; • Participação da comunidade. Logo após este período vão se reestruturando os movimentos em defesa de uma política de saúde mais abrangente, democrática e disponível para todos. A partir daí formaram-se bases para a inserção da saúde, tendo a universalidade como um dos principais princípios regentes do novo sistema de saúde – Sistema Único de Saúde (SUS) (Lei 8080/90), garantido pela Constituição de 1988, citada no Art. 196, que considera: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 5 agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, p. 131). Assim sendo, o SUS permite o crescimento de novos espaços de trabalho, atribuindo aos municípios a responsabilidade pelos serviços e benefícios prestados através desta política, conforme assegura o Parágrafo Único do Art. 194 da Constituição: “O sistema único de saúde será financiado nos termos do artigo 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes”. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, p.129). Os serviços prestados estão divididos em níveis de atenção que constituem a atenção básica, de média e de alta complexidade, compondo o princípio da Hierarquização e Regionalização instituído pelo SUS. Convém descrever resumidamente cada uma delas para que se compreendam as diferentes formas de trabalho no sistema descentralizado e a ideia de acesso a todos estes níveis, bem como para que se situe a dimensão dos serviços de transplante. A atenção básica contempla os trabalhos voltados à prevenção de doenças, à promoção da saúde, o diagnóstico, o tratamento e à recuperação dos pacientes. É representada pelas especialidades de clínica médica, pediatria, obstetrícia e emergência, oferecida através das gestões municipais, porém com recursos financeiros das três esferas de governo, com perspectivas que garantam o acesso aos cuidados com a saúde, bem como as emergências referentes a estas áreas. Já a média complexidade envolve ações e serviços ambulatoriais que tratam do agravo das doenças da população, que exigem profissionais especializados e recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico. Compreende as cirurgias ambulatoriais especializadas, os procedimentos traumato-ortopédicos, os serviços especializados de odontologia, patologia clínica, anatomopatologia e citopatologia, radiodiagnóstico, exames ultra-sonográficos, diagnose, fisioterapia, terapias especializadas, próteses e órteses, e anestesia. À alta complexidade cabem procedimentos e técnicas que envolvem a alta tecnologia e alto custo, objetivando proporcionar acesso aos serviços qualificados à população. As principais áreas que constituem este nível estão organizadas em redes e compreendem, entre tantos serviços, a assistência ao paciente portador de doença renal crônica, através das diálises; assistência ao paciente oncológico; cirurgia cardiovascular; cirurgia vascular e a realização de transplantes de órgãos e tecidos, sendo este último o mais 6 explorado no presente estudo. Esta representa uma área complexa de desenvolvimento moderado, dadas suas exigências, especialmente em termos de domínios e custos. Baseando-se nas diretrizes do SUS e com legislações próprias de normatizações das ações para a captação de órgãos e realização de transplantes no Brasil, considera-se relevante conhecer a história, a estrutura e o processo deste importante procedimento que, portanto, será brevemente apresentado na sequência deste estudo. 2.2 A POLÍTICA DE TRANSPLANTES DO BRASIL Em 1968, através da Lei 5.479, o Brasil dá um grande passo rumo à legislação de transplantes. Porém, nela não havia restrições quanto à comercialização de órgãos, o que viabilizou por longos anos esta prática. Entretanto, a Constituição Brasileira de 1988 veta totalmente, através no Art. 194, inciso 04, o comércio de órgãos e tecidos do corpo humano. Mais adiante o Decreto nº 2.268, de 30 de junho de 1997, regulamenta a Lei n° 9.434, de 04 de fevereiro de 1997, denominada “Lei de Doação Presumida de Órgãos”, que dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. Neste período, a expressão “Não doador de órgãos e tecidos” devia constar na Carteira de Identidade ou Carteira Nacional de Habilitação, entretanto, tal determinação causou polêmicas na sociedade e foi muito criticada por entidades médicas. Diante deste contexto, a Lei nº 10.211 de 23 de março de 2001 alterou dispositivos da Lei 9.434, de 1997, estabelecendo que as manifestações de vontade relativas à doação de órgãos, constantes na Carteira de Identidade ou Carteira Nacional de Habilitação perdem sua validade e que a autorização para doação de órgãos deve ser dada pela família e ser assinada por duas testemunhas presentes. Desta forma, o consentimento presumido dá lugar ao consentimento familiar. Desde este período, até os tempos atuais, o Brasil vem se desenvolvendo através de grandes investimentos, para cumprir a política proposta que visa estar em 7 sintonia com as Leis 8.080/1990 e nº 8.142/1990, que regem o funcionamento do SUS. A Portaria 3.470, de 05 de agosto de 1998 do Ministério da Saúde dispõe sobre a Coordenação do Sistema Nacional de Transplantes (CSNT) e normatiza todo o processo de doação, captação, retirada e transplantes de órgãos e tecidos no Brasil, privilegiando os princípios do SUS. O Sistema Nacional de Transplantes, hoje, é composto por 25 (vinte e cinco) Centrais Estaduais de Transplantes, distribuídas em todo o país, envolvendo 548 estabelecimentos de saúde aptos a realização deste procedimento. Estas Centrais são compostas por profissionais de diferentes áreas, constituindo, assim, equipes com atuação interdisciplinar. Conforme o Capítulo I - Sistema Nacional de Transplantes (SNT) – Seção I, integram o SNT: I - o Ministério da Saúde; II - as Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal ou órgãos equivalentes; III - as Secretarias de Saúde dos Municípios ou órgãos equivalentes; IV - os estabelecimentos hospitalares autorizados; V - a rede de serviços auxiliares necessários à realização de transplantes. O SNT possui a seguinte organização estrutural: Sistema Nacional de Transplante (SNT) ↓ Central Nacional de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos (CNNCDO) ↓ Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) ↓ Hospitais Notificadores (CIHDOTT) 8 A Portaria nº 1.752, de 23 de Setembro de 2005, normatiza a criação e o funcionamento das Comissões Intra-hospitalares de Órgãos e Tecidos para Transplante – CIHDOTT, em hospitais públicos, privados e filantrópicos com mais de 80 leitos, assegurada no seguinte artigo: Art. 1º - Determinar que todos os hospitais públicos, privados e filantrópicos com mais de 80 leitos, devem constituir a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes. § 1º A partir da publicação desta portaria, a Comissão Intra-Hospitalar de Transplante passa a se chamar Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT). (PORTARIA nº 1752, 2005). Estas Comissões são constituídas dentro das unidades hospitalares, adequadas à realização de transplantes e/ou captação de órgãos, e permitem uma melhor organização do processo de captação de órgãos, melhores identificações dos potenciais doadores, abordagens mais adequadas a seus familiares e melhor articulação do hospital com a respectiva Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO). A doação de órgãos e tecidos está prevista de duas formas: doação em vida e doação post mortem. A doação em vida caracteriza-se quando o órgão ou tecido (sangue) é de um doador vivo. A doação post-mortem caracteriza-se quando o órgão ou tecido é proveniente de um doador-cadáver. A remoção de órgãos acontece somente quando o paciente entra em morte encefálica, ou seja, pacientes que apresentam destruição completa e irreversível da função cerebral, mas que mantêm, temporária e artificialmente, os batimentos cardíacos e a circulação sanguínea. Todo o paciente com suspeita de morte encefálica deve ser notificado à CNCDO. A identificação dos potenciais doadores é feita pelo médico intensivista (UTI) ou Unidade de Emergência, assim sendo o médico aciona a CIHDOTT, que por sua vez notifica formalmente a CNCDO. A lista única de espera é monitorada pela Central de Notificação (CNCDO’s) de cada estado e tem a finalidade de distribuir os órgãos e tecidos para receptores, observando critérios de distribuição previamente estabelecidos, representando, desta forma, a universalidade do acesso aos transplantes por meio do SUS, garantindo a equidade aos usuários. 9 Como já mencionado anteriormente, várias centrais são compostas por vários profissionais de diferentes áreas, como: médicos, enfermeiros, assistentes sociais, técnicos de enfermagem, administradores, estagiários, motoristas, entre outros. Sendo o Assistente Social profissional integrante de muitas destas equipes, a seguir desenvolve-se uma abordagem com embasamento teórico acerca de algumas concepções da atuação do assistente social no que diz respeito à prática em âmbito hospitalar, interligada ao procedimento de captação e doação de órgãos para transplantes. 2.3 A ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO ÂMBITO DA SAÚDE E DAS CIHDOTT’s O trabalho do assistente social na saúde deve possuir como eixo central, a busca criativa dos conhecimentos e das novas requisições à profissão, articulados aos princípios dos projetos da Reforma Sanitária e do Projeto Ético-Político do Serviço Social, pois trabalham na inter-relação com as pessoas doentes e suas famílias e objetiva a integralidade das ações que se apresentam junto com as limitações, implicações e contradições, através do envolvimento com movimentos de luta pela efetivação do SUS e com a tentativa de construir e/ou efetivar com outros trabalhadores da saúde, no processo interdisciplinar, espaços nas unidades, que garantam a participação popular dos profissionais nas decisões a serem tomadas. Sua intervenção social prática se concretiza através da fusão das várias especializações das ciências humanas. Desta forma, a incorporação de saberes não deve limitar-se aos seus próprios conhecimentos, ou seja, aos conhecimentos específicos da profissão. Sobre esta reflexão, Rodrigues (1998, p.156) contribui dizendo que: A interdisciplinaridade, favorecendo o alargamento e a flexibilização no âmbito do conhecimento, pode significar uma instigante disposição para os horizontes do saber. (...) Penso a interdisciplinaridade, inicialmente, como postura profissional que permite se pôr a transitar o “espaço da diferença” com sentido de busca, de desenvolvimento da pluralidade de ângulos que um determinado objeto investigado é capaz de proporcionar, que uma determinada realidade é capaz de gerar, que diferentes formas de abordar o real podem trazer”. 10 Portanto, as ações do profissional do Serviço Social, articuladas aos demais profissionais da saúde, devem sempre estar embasadas com perspectivas de controle social e de fortalecimento do direito universal a saúde, pautados nos princípios e diretrizes do SUS. Através dos atendimentos, ele estabelece uma relação de confiança com o paciente e obtém um diagnóstico social, o que possibilita conhecer sua realidade, suas condições econômicas, culturais e a maneira que sua família está organizada. Desde a data de implementação da Lei nº 9.434 – Lei de Doação Presumida de Órgãos – até o presente momento, novas concepções e debates na sociedade proporcionaram modificações relevantes neste cenário, que ocorreram em virtude do amadurecimento dos cidadãos a respeito desta temática tão polêmica e abrangente, pois envolve aspectos culturais, religiosos e o próprio confronto com a aceitação da morte. Com a Portaria nº 1.262 de 16 de junho de 2006, que aprova o Regulamento Técnico para estabelecer as atribuições, deveres e indicadores de eficiência e do potencial de doação de órgãos e tecidos relativos às CIHDOTT, o Serviço Social logo é incluído na equipe intra-hospitalar para compor a comissão como parte integrante deste processo de trabalho interdisciplinar, considerando que a sua atuação exige um saber ético, técnico e profissional. Melo e Almeida apontam que: É necessário que o profissional envolvido em trabalhos interdisciplinares funcione como um pêndulo, que ele seja capaz de ir e vir: encontrar no trabalho com outros agentes, elementos para a (re) discussão do seu lugar e encontrar nas discussões atualizadas pertinentes ao seu âmbito interventivo, os conteúdos possíveis de uma atuação interdisciplinar. (1999, p. 235). No contexto em questão, a mediação de captura de órgãos e a orientação familiar fazem parte do processo de intervenção, o que exige domínios de escuta, diálogo e conciliação de posições familiares. A conquista do Assistente Social em ocupar este espaço no grupo multiprofissional deve-se ao preparo teórico-científico que possui, e lhe proporciona o perfil necessário para atender a esta demanda. Neste aspecto, o assistente social precisa ter claro, para si, sua compreensão sobre a morte e os seus reflexos sobre a dinâmica familiar, e levar sempre em consideração os princípios que norteiam o 11 Código de Ética da profissão, no que se refere ao respeito e dignidade da pessoa humana. Assim sendo, cabe ao assistente social a função de acompanhar a família do potencial doador desde a abordagem familiar, para esclarecer suas dúvidas, refletir sobre a importância da doação de órgãos e permitir a ela a escolha voluntária em doar ou não os órgãos de seu ente, até a finalização de todo o procedimento hospitalar. Diante deste contexto, um dos principais objetivos do Serviço Social é contribuir para o aumento da captação de órgãos, seja de forma direta, através da abordagem familiar, ou de forma indireta, através de ação educativa em grupos comunitários. Neste processo, domínios próprios lhe são exigidos no âmbito teórico sobre questões de direitos e a política com a qual se relaciona no âmbito metodológico aos processos de investigação e orientação sócio-familiar, ao manejo de instrumentos, como entrevistas, observação, registros, e outros, além dos aspectos éticos essenciais à constituição de relações confiáveis junto aos sujeitos e equipe técnica. A clareza e a especificidade destes aspectos foram investigadas junto à realidade de algumas centrais e são apresentadas como referência inicial para se compreender como vem sendo construída esta prática ainda inovadora. 3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O UNIVERSO PESQUISADO A presente pesquisa foi direcionada a vinte e Cinco Centrais Estaduais de Notificação e Distribuição de Órgãos. O retorno obtido provém de três centrais: Central dos Estados de Sergipe (região nordeste), Tocantins (região centro-oeste) e Paraná (região sul), que contribuíram voluntariamente com este estudo, respondendo ao questionário composto por dezessete perguntas, entre as quais abordavam questões com indicadores relativos à: dados de identificação da central, atribuições do Serviço Social nas CIHDOTT’s, dados complementares das centrais, atuação de conselhos municipais, práticas interdisciplinares e instrumentais, entre outros. Neste sentido observou-se que: 12 Quanto ao tempo de constituição de cada central, na de Sergipe o serviço está instituído há 10 anos, na do Paraná há 15 anos e a de Tocantins encontra-se em construção; Quanto ao número de comissões, Sergipe possui 06 e Paraná 36; Quanto ao número de estabelecimentos credenciados para a realização de transplantes de órgãos e tecidos em cada estado, Sergipe possui 05 e Paraná 36; Quanto à quantidade de hospitais com capacidade igual ou acima de 80 leitos, Sergipe possui 01 e Paraná 36; Quanto ao número de estabelecimentos credenciados para a realização de transplantes de órgãos e tecidos no estado, Sergipe possui 05 e Paraná 50. Verificou-se, quanto ao número de profissionais que compõem as equipes interdisciplinares das Centrais de Notificação, Capacitação e Distribuição de Órgãos - CNCDO's, os seguintes dados: 34,48% Outros Enfermeiro Médico Assistente Social 41,38% 13,80% 10,34% Gráfico 01: Distribuição de profissões que compõem as CNCDO’s. Fonte: Levantamento efetuado pela autora, 2010. Como se observa a partir do gráfico acima: 41,38% dos profissionais que compõem as CNCDO’s são enfermeiros; 34,48% representam outras profissões; 13,80 são médicos e 10,34% são assistentes sociais. Para as indicações de outras 13 profissões há prevalência de técnicos de enfermagem (05 indicações) e psicólogo (01 indicação). Ao se tratar das dificuldades para a criação destas comissões, ambas as centrais relatam que, numa visão geral e em nível de estado, há falta de interesse por parte das instituições hospitalares, sendo que avanços alcançados no Paraná são atribuídos ao interesse por parte dos profissionais e não propriamente dos hospitais. A central de Sergipe procura, juntamente com o Ministério Público, implantar comissões onde ainda não houve/há mobilização institucional. Questionados sobre a ocorrência de dificuldades para efetivação dos trabalhos, 100% dos pesquisados apontam esta ocorrência, que assim se distribui: Deficit de rec. Hum. 9% 19% Deficit de rec. Finan. 9% Deficit de rec. Mat. Dificuldades de atuação CMS 9% 18% 9% Aceitação sociofamiliar Excesso de demandas 9% 18% Falta de interesse institucional Infra-estrutura Gráfico 02: Dificuldades para efetivação dos trabalhos nas CIHDOTT’s. Fonte: Levantamento realizado pela autora, 2010. Relativamente às dificuldades apontadas junto às Comissões, os dados expressam que, 19% apontam déficit de recursos humanos, 18% déficit de recursos financeiros e materiais e 9% destinam-se individualmente às dificuldades de atuação dos Conselhos Municipais, à aceitação sócio-familiar, ao excesso de demandas, à falta de interesse institucional e a problemas com infra-estrutura. Não houve indicação para os aspectos referentes a dificuldades de relacionamento interpessoal e profissional e à falta de interesse governamental. 14 Quanto ao relacionamento das comissões com os Conselhos Municipais de Saúde dos respectivos municípios, 100% dos pesquisados afirmam não possuir tal relação, não apontando justificativa para tanto. Questionados sobre a existência de atribuições específicas nas comissões, a central de Sergipe declara não haver assistente social compondo o quadro de profissionais, enquanto que a central do Paraná afirma que possui o profissional e que existem estas atribuições. No que se refere à caracterização do trabalho sob alguns aspectos nas CNCDO’s, as atribuições do Serviço Social estão inseridas num contexto de trabalho interdisciplinar, pois há complementaridade e integração entre os saberes das diferentes áreas. Questionados sobre a especificidade desta prática, há indicação de que desenvolvem ações de divulgação e educação em doação/transplante, no atendimento a pacientes, familiares e comunidade em geral, entre outras atividades. Isto denota a dimensão de integração e comunicação que este profissional estabelece entre as comunicações e a comunidade em geral. O processo de aproximação com famílias e comunidades é essencial para o desenvolvimento deste trabalho e o passo inicial para que o mesmo aconteça. Questionados sobre o perfil profissional exigido, as indicações apontam para comunicabilidade, organização, disponibilidade para atender à demanda por informações, e constante atualização. É preciso possuir domínios como o conhecimento da legislação e de como funciona o sistema de transplante no Estado e no Brasil como também as atribuições das CNCDO’s. Os principais instrumentos e técnicas indicados como utilizados são as visitas domiciliares, entrevistas, palestras, acompanhamento de casos e encaminhamentos. É por meio da instrumentalidade que os Assistentes Sociais modificam, transformam, alteram as condições, objetivas e subjetivas e as relações interpessoais e sociais existentes num determinado nível da realidade social: no nível do cotidiano. (GUERRA, 2007, p.53). Como dados finais, apresentam-se as considerações feitas pelas centrais pesquisadas em forma de questão aberta, que remetem a uma reflexão, chamando para a observação de que as CNCDO’s atuam diferentemente em vários aspectos por todo o Brasil. Destacam-se, entre vários motivos, a dependência da 15 disponibilidade ou não de uma política de transplante no Estado, da disponibilidade de equipes transplantadoras e hospitais aptos para a realização da atividade e de recursos financeiros disponíveis para atuação das CNCDO’s. A categoria profissional compreende que algumas legislações precisam avançar para que se acompanhe o trabalho que vem desenvolvendo, tendo em vista as diferentes proporções adquiridas em virtude da competência profissional e das demandas requeridas. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Considera-se que os dados levantados foram incipientes para que se possam formular considerações mais representativas acerca do objeto de estudo. Contudo, a existência de uma única assistente social em comissão já é um indicador que aponta para a possibilidade de se antever a esta demanda (IAMAMOTTO, 2008), sendo que este próprio profissional pode ser um agente mobilizador de agentes e de forças técnico-institucionais e políticas, para que estes espaços de direitos sejam implantados em maior proporção no país. A devolutiva, contudo, indica que há o reconhecimento por parte das duas comissões acerca de um domínio próprio e de especificidades de uma capacidade contributiva que devem ser dadas por esta profissão e que não podem ser substituídas por outro saber. Uma vez que há domínios bem desenhados e não equivalentes a outras profissões, pode-se reconhecer uma competência própria da profissão na composição das comissões. O reduzido número de devolutivas ao que se observou, pode estar ligado a inúmeras hipóteses, dentre elas: a falta de pessoal para resposta, o que corresponde à inexistência de assistentes sociais nos quadros; ao processo de constituição das comissões, onde há certa fragilidade ou insegurança em responderse sobre algo em construção - dentre outras possibilidades -, o que foi percebido por alguns e-mails resposta. Todavia, considera-se como maior conclusão do estudo a verificação de que este é um espaço representativo de fato e de direito à atuação do serviço social; 16 que há indicações de que seu domínio é contributo indispensável à dinâmica da implementação dos serviços de transplantes e que este é um desafio que se apresenta não apenas à profissão, mas assume dimensões estruturais, pois desafia a política de saúde do país. Neste processo, os assistentes sociais podem ser agentes mobilizadores e organizativos para que tais serviços se traduzam na pretendida representação de direitos. Os domínios e saberes apresentados correspondem, em parte, ao potencial contributivo da profissão neste espaço de atuação. Todavia, dado o pouco tempo de funcionamento e a inexistência do profissional na comissão, é compreensível tal visão. O perfil exigido deixa de fora aspectos essenciais como capacidade mediadora, tão essencial à inserção em um momento conflituoso como este e, principalmente, sendo o assistente social considerado um profissional de ponta, que está na linha de frente do processo de comunicação, atenção e orientação junto às famílias durante todo o processo de transplante e captura de órgãos. Ao que se percebe, a capacidade e domínios da profissão vão muito além dos conhecidos ou explorados. No entanto, considerando os desafios apresentados no relato livre dos respondentes, compreende-se que desafios de diferentes naturezas impõem-se às comissões, para garantir sua funcionalidade nos moldes desejados, o que somente ratifica a necessidade de atuação em âmbito interdisciplinar destas, para que se superem tais desafios. Ao que se observou há significativa possibilidade de avanço na atuação profissional nesta área, especialmente se considerarmos as dimensões colocadas por Mioto (2007) no âmbito sócio-assistencial, emergencial, sócio-educativo e terapêutico. Este último considera-se uma possibilidade de construção teóricometodológica para familiares e pacientes dadas as exigências compreensíveis de acompanhamento e suporte a vivência do processo de transplante. Sobre a dimensão sócio – terapêutica Alves analise que: Nesse momento o assistente social vai resgatar, numa perspectiva de valorização dos esforços desprendidos no enfrentamento das situações e de fortalecimento em relação às adversidades a serem ainda vividas, se for o caso, o seu lugar, ou sua posição, frente à questão vivenciada, os limites e as possibilidades de sua intervenção no processo de solução das situações de crise familiar. Nesse espaço se reflete sobre sua trajetória de 17 vida, sua situação atual e objetivos tendo em vista, muitas vezes, a articulação de um projeto de vida, por vezes, inexistentes junto às famílias cuja vivência, diante das condições de pauperização e vulnerabilidade está pautada no imediatismo. (2004a, p. 29) Desta forma entende-se que a natureza da identidade profissional credencia seus profissionais a colocarem-se diante de contextos complexos como o da prática de transplantes, buscando subsidiar a esta política de direitos um processo cada vez mais humanizado, capaz de considerar as tão distintas realidades dos que passarão por alegrias e sofrimentos ao mesmo tempo e no mesmo contexto. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, F. L. Participação e Gestão Democrática das Políticas Públicas: a inserção e os desafios do trabalho do assistente social nos conselhos de saúde. Trabalho de Conclusão de Curso. Florianópolis: UFSC/CSE/DSS, 2004. BRASIL. Lei Orgânica da Saúde - SUS. Lei 8080, 1990. _____. Decreto 2.268. Regulamenta a Lei 9.434, de 04 de fevereiro de 1997. Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 1997. _____. Lei 9.434, de 04 de fevereiro de 1997. Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplantes e tratamento e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 1997. _____. Lei 10.211. Altera os dispositivos da Lei 9.434, de 04 de fevereiro de 1997, que dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. Diário Oficial da União, Brasília, 2001. Edição Extra. _____. Decreto 2.268, de 30 de junho de 1997. Estabelece critérios de morte encefálica e normatiza os estabelecimentos para realização de transplantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF. 01 jul., 1997. _____. Portaria 3.407, de 05 de agosto de 1998. Estabelece sobre a coordenação do Sistema Nacional de transplantes e normatiza o processo de doação, captação, retirada e transplantes de órgãos e tecidos no Brasil. Diário Oficial da União, Brasília, DO n. 149, de 06 de agosto de 1998. 18 BRAVO, Maria Inês; Matos, Maurílio Castro de. Projeto Ético-Político Social e sua Relação com a Reforma Sanitária: Elementos para o Debate. Serviço Social e Saúde. Formação e trabalho profissional. São Paulo: OPAS, OMS, Ministério da Saúde: Cortez, 2006. CARVALHO, Antônio Ivo de. Conselhos de Saúde no Brasil: participação cidadã e controle social. Rio de Janeiro: Fase/Ibam, 1995. ______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. COSTA, Maria Dalva Orácio da. O trabalho nos Serviços de Saúde e a inserção dos (as) Assistentes Sociais. Serviço Social e Saúde. Formação e trabalho profissional. São Paulo: OPAS, OMS, Ministério da Saúde: Cortez, 2006. GARCIA, Valter Duro. Por uma política de transplantes no Brasil. São Paulo: Office Editora, 2000. GRUPO DE TRABALHO SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE. Parâmetros para atuação de Assistentes Sociais na Saúde (versão preliminar). Conselho Federal de Serviço Social. Brasília, março de 2009. GUERRA, Yolanda. A instrumentalidade do Serviço Social. 6.ed, São Paulo: Cortez, 2007. IAMAMOTO, Marilda Villela. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2008. MELO, A. I. S. C. de; ALMEIDA, G. E. S. de. Interdisciplinaridade: possibilidades e desafios para o trabalho profissional. In: Capacitação em Serviço Social e Política Social, Módulo 04: Brasília: NED/Cead – Universidade de Brasília, 1999. MENDES, E. V. Distrito sanitário: o processo social de mudança das práticas sanitárias do Sistema Único de Saúde. São Paulo-Rio de Janeiro: Hucitec-Abrasco, 1993. MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 13. ed. 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APÊNDICE A UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL CURSO DE SERVIÇO SOCIAL Como acadêmica do 8º semestre do curso de Serviço Social da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL – Campus Grande Florianópolis, venho solicitar sua colaboração no preenchimento e devolução do presente formulário (até 30/09), cujo objetivo é analisar como se caracteriza a atuação do Serviço Social nas Comissões Intra-Hospitalares de Órgãos e Tecidos para Transplantes no cenário brasileiro atual. Os dados serão sistematizados e considerados como indicadores centrais para formulação de meu Trabalho de Conclusão de Curso. Saliento que não serão mensurados nomes específicos de Unidades de Saúde e do próprio respondente, bem como me comprometo a enviar cópia do produto final deste trabalho até 20/12/2010. Agradeço pela colaboração e me coloco à disposição para maiores informações pelo e-mail [email protected]. FORMULÁRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS 1234- Tempo de constituição desta central: ________________________________ Número de comissões instituídas no Estado: __________________________ Número de comissões que atuam efetivamente no Estado: _______________ Número de cidades que possuem hospitais com capacidade igual ou acima de 80 leitos, portanto aptas a constituição das CIHDOTT: _____________________ 5- Número de estabelecimentos credenciados para: - o procedimento de busca e captação de órgãos e tecidos no estado:__________ - a realização de transplantes de órgãos e tecidos no estado:_________________ 6- Número de transplantes efetuados*: 2006 2007 2008 2009 2010 * Considere ano de origem da Central para preenchimento. 7- Indique o número de profissionais que compõem as equipes interdisciplinares das Centrais de Notificação, Capacitação e Distribuição de Órgãos (CNCDO's). Assistente Social ( ) Médico (a) ( ) 20 Enfermeiro (a) ( ) Outro (s) ( ) Qual(is)?__________________________________________________________ 8- Quanto ao Plano Estadual de Transplantes, seu estado: ( ) possui ( ) não possui ( ) desconhece ( ) encontra-se em construção 9- Há/houve dificuldades para criação destas comissões? ( ) não ( ) sim. Qual (is): ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10- Há dificuldades para efetivação dos trabalhos dentro das comissões? 11- O Conselho Municipal de Saúde estabelece uma relação efetiva com as comissões? ( ) não ( ) sim ( ) parcialmente. Justifique:___________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 12- Quais as atribuições do Serviço Social dentro das Comissões Intra – Hospitalares de Órgãos e Tecidos para Transplantes? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 13- Há atribuições específicas normatizadas aos profissionais envolvidos? ( ) parcialmente ( ) não ( ) sim 14 - Acerca do Serviço Social como se caracterizam: a. Suas atribuições:___________________________________________________ ___________________________________________________________________ b. Perfil exigido:______________________________________________________ ___________________________________________________________________ c. Domínios exigidos:__________________________________________________ ___________________________________________________________________ d. Principais instrumentos / técnicas utilizadas:______________________________ ___________________________________________________________________ 15- Considera que a atuação do Serviço Social no âmbito das CNCDO’s configurase como uma prática: ( ) Multidisciplinar, pois cada profissional desempenha sua função pontualmente; ( ) Interdisciplinar, pois há complementaridade e integração entre os saberes das diferentes áreas; 21 ( ) Transdisciplinar, pois há formação de novos conhecimentos com a aglutinação dos diferentes saberes ( ) Outro(s) _________________________________________________________ 16- Identifica dificuldades para a efetivação das competências / atribuições próprias do Serviço Social? ( ) não ( ) sim. Qual (is)__________________________________________ ___________________________________________________________________ 17- Aspectos que considera relevantes serem registros para cumprimento dos objetivos deste estudo: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________