“Velhos Tempos” “Velhos Tempos” (Old Times) de Harold Pinter foi escrita em 1970. A história refere-se ao casal Kate e Deeley que mora em uma região afastada de Londres e aguarda a chegada de uma visita em sua casa. Anna (Eliane Pedroso), a hóspede, é uma antiga amiga de Kate (Solange Rodrigues), que não a vê há mais de 20 anos. Anna relembra a juventude que ela e Kate viveram juntas. Deeley sente-se confuso, pois percebe que não conhece a fundo o passado de sua esposa. A partir desse momento começa um duelo para ver quem é mais próximo de Kate. Estabelece-se um jogo, no qual o marido, Deeley (Vinicius Maquifer.), e a amiga disputam a posse pela memória da Kate. “O Casal Palavrakis” “O Casal Palavrakis”, de AngelicaLiddell, é um texto contemporâneo que aborda o relacionamento de Elza e Mateo Palavrakis (Mirna Abaé e Felipe Pasini). Eles procuram ganhar um concurso de dança, como uma forma de se desvencilhar de seu passado negro. A montagem tem a participação de Jéssica Kadowaki e Luann Vianna representando os narradores, que também operam a parte técnica do espetáculo. Os personagens mostram ao público o lado obscuro da instituição famíliar, apresentando seus traumas, sadismo, violência, ódio e, principalmente, a maldade. O espetáculo conta a história da turbulenta vida conjugal de Elza e Mateo, vítimas de maus tratos na infância, que levam uma vida monótona e são a prova de que existe a plena maldade humana, são a crítica à sociedade da aparência, às famílias desestruturadas. O casal revê sua história para o público, mediante uma estrutura de flashbacks. “Histórias de Urubus” “Histórias de Urubus” é uma peça teatral escrita no ano de 2010 pelo dramaturgo sul-mato-grossense Luiz Bertazzo. O texto foca o fascínio pela violência e morte através de três personagens: Homem, Fausto e Miguel. Miguel decide ter uma vida normal e para isso, sente necessidade de assumir outro corpo, tornando-se Amanda. O Homem descobriu o prazer no sofrimento quando, ainda criança, observou o ato cruel da morte de um gatinho dentro de um micro-ondas provocada por Fausto. A trama ocorre na noite em que Fausto mata o Homem. Desesperado, pede ajuda à irmã Amanda para se livrar do corpo que está em seu apartamento. Os irmãos lembram do primeiro assassinato que cometeram, se transportando ao dia em que mataram o pai, quando Amanda ainda era Miguel. “As Criadas” A peça de Jean Genet mostra a relação de poder estabelecida entre três personagens: a Madame e suas duas criadas. Estas últimas são irmãs, amantes e rivais. Na ausência da patroa, elas satirizam a sua condição humilde, através de um misto de jogo e ritual. Ora servas, ora senhoras, esse jogo entre as duas criadas é tão forte que elas são capazes até mesmo de tramar a morte uma da outra. Na primeira parte da peça, Karla Pires e Mariana Pontello, que representam as criadas Solange e Claire, querem alertar que todos desejam o poder e são capazes de tudo para consegui-lo. Para as atrizes, portanto, a peça reflete a época que estamos vivendo. Na segunda ato da peça, as atrizes Aline Bientinezi, Kaohana Quadros e Valkíria Lopes querem levar o público de volta aos anos 40, através de um cenário e figurino que remetem à época. Apresentam uma crítica à moral burguesa e às diferentes estruturas sociais, pretendendo garantir um aspecto cômico à peça, típico de um dramalhão mexicano. Ao mesmo tempo, buscam revelar uma relação de submissão e poder, de vingança e falsidade. “Lesões Incompatíveis com a Vida” A carta-poema “Lesões Incompatíveis com a Vida” foi escrita pela dramaturga contemporânea de origem espanhola Angelica Lidell. No texto, uma mulher revela seu ódio pela sociedade através de um ato-manifesto: ela decide não ter filhos. Recusando-se a ser mãe a personagem quer tornar pública a sua revolta contra um mundo que não é mais digno do nascimento de novos seres humanos. Expressando sua revolta contra nosso atual sistema de vida, a personagem comete uma espécie de “castração”, por meio da qual transforma seu corpo em sua própria uma obra de arte. Transformação esta enfatizada pela atriz Lilah Larsen, que utiliza em sua performance tintas e pincéis em cena. “Fando e Lis” Na peça em cinco atos de Fernando Arrabal, os personagens Fando e Lis são mutuamente dependentes e estão em busca de Tar, um lugar em que ninguém nunca chegou e no qual ninguém espera chegar. Nessa viagem, o casal encontra outros três personagens: Mitaro, Namur e Toso, seres estranhos que acabam se envolvendo na história de Fando e Lis. Esses três personagens se apresentam completamente diferentes do contexto de vida do casal. Mitaro, Namur e Toso se relacionam entre si de maneira muito confusa, pois possuem opiniões opostas, apesar de estarem sempre unidos por um mesmo objetivo: a busca de Tar.