APRESENTAÇÃO PESQUISAR É PRECISO Não foi um advogado, simplesmente, o agraciado pela honra de prefaciar este substancioso livro Dos primeiros tempos da saúde pública em Goiás à Faculdade de Medicina, mas um honorário goiano e goianiense, apaixonado pela cultura universitária, como seu lente catedrático, titular e emérito, embora considere o jurista um médico das enfermidades públicas do Direito. Trabalho este planejado e elaborado por uma pesquisadora de densidade cultural, técnica e ética, qual o é a pertinaz professora Maria Augusta de Sant’Anna Moraes, nossa inesquecível aluna de Sociologia Educacional, outrora. Família Sant’Anna, de tantos ruralistas, mestras referenciais, políticos independentes e corajosos, administradores e magistrados socialmente eficientes. Mais uma excelente contribuição feminina de quem não é médica, mas da estirpe daquelas sempre atuantes, tais como Belkiss Spencière, Ana Braga, Maria Guilhermina, Nancy Ribeiro, Áurea Menezes, Maria Cassimiro, Eleuse Machado, Milca Severino, Augusta Faro, Moema de Castro, Terezinha Carneiro, Mindé Badauy, Celenita Amaral, Nice Monteiro, Gilka Ferreira e tantas outras. Substituir, neste prefácio, um Hélio de Brito, Francisco Ludovico, José Fleury, Hélio Moreira, Manoel dos Reis, Aldemar Câmara, Joffre Rezende, Ary Monteiro, Nabyh Salum, Luiz Rassi!... Parabéns sinceros aos leitores, que irão conhecer um livro de tamanha e fiel abrangência histórica. Ademais, de evidente advertência aos governantes e legisladores, para efetivarem maiores recursos para a pesquisa pura e aplicada em nossas instituições superiores de ensino, públicas e privadas. Para bolsas universitárias, com os devidos estímulos que precisam e merecem. Goiana patriota e cidadã, a historiadora Maria Augusta de Sant’Anna Moraes adverte, neste trabalho, que o presente milênio não é tão somente do escritor ou do império do saber e da tecnologia; e sim da pesquisa de tudo que não diminua a longevidade saudável da vida humana, poluindo o meio ambiente existencial, sem ar, fontes e recursos hídricos, flora e fauna, falta de saneamento e de esgoto colhido e tratado técnica e cientificamente. Principalmente, que a Saúde Pública seja mais pronta e eficaz, menos onerosa e mais pedagogicamente preventiva. Aflora a visão cívico-patriótica, humanista, fraterna e cidadã da vitoriosa autora. Ave! Benzedeiras, raizeiras, parteiras, boticários e práticos! Bem-vindos os remedinhos caseiros de nossas saudosas bisavós, milagreiras do passado. Mas, hoje, aí estão nossas Faculdades de Medicina, Farmácia, Enfermagem, Nutrição, Odontologia; nossos Institutos de Patologia Tropical e Saúde Pública e de Ciências Biológicas; nossos Cursos de Fisioterapia, Fonoaudiologia, Serviço Social, Psicologia, Terapia Ocupacional, Educação Física! Certíssimo, justo e merecido ter a autora entrevistado tantas autoridades no assunto monografado. E ressaltado o mérito extraordinário do precursor D. Emanuel Gomes de Oliveira e das instituições e seus dirigentes, que gravaram, a seu tempo, suas contribuições: Organizações Militares, Hospital São Pedro de Alcântara, o pioneirismo dos Fanstone, a coragem e o misticismo de Rettie Wilding, Conferência São Vicente de Paulo, Santa Casa de Misericórdia, Escolas de Enfermagem Florence Nightingale e São Vicente de Paulo, Fundação Brasil Central, Associação Médica de Goiás e Revista Goiana de Medicina, Colônia Santa Marta, Hospital Adauto Botelho, Serviço Nacional da Malária, Associação de Combate ao Câncer de Goiás/Hospital Araújo Jorge, Hospital Geral de Goiânia, Hospital das Clínicas e Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás. Todo o Brasil Central – e Goiás em especial – beijam-lhe testa e mãos, por mais esta gratuita doação, assim generosa, produto de vários anos de trabalho persistente, competência técnica, ideal sublime, em honrosa homenagem à medicina goiana nos três últimos séculos de sua História. Ingratidão é o maior pecado mortal contra a justiça. A historiadora Maria Augusta de Sant’Anna Moraes pede para ninguém cometê-lo, pelo simples fato de ainda serem ignoradas – e até esquecidas – aquelas pessoas e instituições que têm zelado pela Saúde Pública em Goiás. Pesquisar é, assim, preciso. Como o é também conhecer e divulgar o pesquisado. É isso o que a autora espera de todos nós. Jerônimo Geraldo de Queiroz Goiânia, 1997