SÉRIE ESPECIAL/4º SUPLEMENTO
Quem deseja cursar engenharia ou tecnologia da informação precisa estar disposto
a se atualizar sempre. O mercado exige preparo e qualificação. Afinal, no mundo
dos códigos e cálculos, qualquer erro pode custar vidas e bilhões de reais
Procuram-se pessoas
antenadas com o futuro
JULIANA MENDES
Especial para o Correio
stão sobrando vagas de
emprego para engenheiros e analistas de sistemas no Brasil. A procura
por esses profissionais cresce a
cada dia, por conta das novas
tecnologias da informação, do
fortalecimento do mercado
mobile (telefonia móvel) e do
boom da construção civil —
motivado tanto pela demanda
por casas populares quanto pelas grandes obras realizadas de
norte a sul do país. E para ajudá-lo a entender melhor a dinâmica desses mercados, o projeto Profissões em Pauta preparou um suplemento exclusivo
sobre essas duas carreiras.
Hoje, existem cerca de 45 mil
vagas de emprego abertas somente no mercado de TI. De
acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de
Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), das 78
mil vagas abertas para o setor
em 2014, somente 33 mil (42,3%)
serão preenchidas. Motivo? “As
novas tecnologias têm caminhado de forma muito dinâmica e
as universidades e cursos técnicos não estão dando conta de
entregar ao mercado profissionais em condições de assumir
esses postos de trabalho”, alerta
Luciano Ramos, coordenador
de pesquisas em softwares da
IDC Brasil — empresa líder em
inteligência de mercado e consultoria nas indústrias de tecnologia da informação, telecomunicações e mercados de consumo em massa de tecnologia.
As ofertas de emprego são
E
igualmente fartas para quem faz
engenharia. A demanda por esses profissionais deve a triplicar
até 2020, segundo projeção do
Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea). O instituto prevê
a criação de pelo menos 660 mil
novos postos de trabalho nos
próximos seis anos, principalmente no setor de petróleo e gás.
Para abocanhar uma dessas
oportunidades — seja no mercado de engenharia quanto no de
TI — será preciso estar sempre
antenado às novas tecnologias.
Especialmente porque elas mudam com muita velocidade. Neste cenário de constante inovação,
um estudante recém-formado
pode sair da universidade tão desatualizado quanto um profissional com mais de 30 anos de carreira. Justamente por isso, é praticamente impossível vencer nesses mercados sem muita dedicação aos estudos, iniciativa e fome
de conhecimento.
CAÇA-TALENTOS
No mercado de TI, a escassez
de profissionais para o mercado
de big data (análise de dados
em grande quantidade) é uma
das mais críticas. As empresas
têm buscado o que chamam de
cientistas de dados — profissionais com conhecimento de tecnologia da informação, algorítimo de análises, estatísticas,
processamento e interpretação
de informações.
Outro profissional cobiçado é
o interlocutor de vendas e prévendas. Ele precisa entender de
novas tecnologias e, ao mesmo
tempo, saber apresentar aos
clientes as novas tendências em
“
Trabalhar com tecnologia é sempre
desafiador. O profissional necessita
diariamente superar situações técnicas
diferentes, o que é mentalmente
desgastante, porém bastante prazeroso
Guilherme Carvalho, 24 anos, arquiteto de soluções
uma linguagem clara. Sem apelar
para o “tecniquês” ou para a linguagem cifrada de bits e bytes.
Na prática, esse analista é uma
espécie de gerente ou diretor da
linha de negócios, que deve dominar ferramentas de marketing
e finanças, mantendo-se sempre
”
atento às inovações tecnológicas.
O arquiteto de soluções Guilherme Carvalho, 24 anos, está
bem perto de assumir esse perfil antes dos 30. Formado no
curso de gestão em tecnologia
da informação, na Faculdade
de Tecnologia Senac-DF, ele tra-
balha em uma empresa especializada em oferecer soluções
para clientes que necessitam
armazenar e analisar uma grande quantidade de informações.
Guilherme atua na área de banco de dados, mais especificamente em Business Intelligence
— setor responsável pelo armazenamento, consumo, estudo e
compreensão do comportamento dos dados, fornecendo
suporte à tomada de decisões
nos negócios.
“Trabalhar com tecnologia é
sempre desafiador. O profissional necessita diariamente superar situações técnicas diferentes,
o que é mentalmente desgastante, porém bastante prazeroso”,
conta o arquiteto de soluções.
“Na área de tecnologia, a capacitação está diretamente ligada às
certificações, as quais muitas vezes possuem alto grau de complexidade e exigem grande preparo intelectual, o que as torna
muito valorizadas no mercado
de trabalho.”
Um profissional da área de
arquitetura de soluções pode
chegar aos dez anos de profissão
com um salário médio de R$ 20
mil. Para isso, é preciso conciliar
doses de esforço próprio, busca
de conhecimento, espírito inquisitivo e disposição para trabalhar em equipe. “Temos que
entender todos os aspectos, circunstâncias e pontos de vista de
um determinado assunto para
agregar o maior número de informações, e utilizá-las quando
necessário”, ensina Guilherme.
◗
Confira o número de vagas
abertas para engenheiros e
profissionais de TI na página 4
Editora-chefe: Ana Dubeux; Editor executivo: Carlos Alexandre; Editor de Suplementos: Renato Ferraz; Editor de Arte: Amaro Junior; Editor de Fotografia: Luís Tajes;
Edição: Guaíra Flor (especial para o Correio); Reportagem: Juliana Mendes, Patrick Selvatti e Priscila Rocha (especial para o Correio); Diagramação: Marco Freitas (especial
para o Correio); Fotografia: Oswaldo Reis. Revisão: Luciana Pereira (especial para o Correio).
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