REAÇÕES QUÍMICAS Não entremos em “PÂNICO” !!! LEI DAS REAÇÕES QUÍMICAS - LEI DA CONSERVAÇÃO DA MASSA; “Na natureza nada se cria, nada se perde; tudo se transforma”. (Lavoisier) Foi Antoine Lavoisier, químico francês, conhecido como o pai da química, que em 1774, demonstrou que a combustão era a reação das substâncias com oxigênio. Também verificou que, se a reação é realizada em recipiente fechado a massa inicial é igual à massa final. Essas observações formaram a base da lei da conservação da massa: “nenhuma quantidade de massa é criada ou destruída durante uma reação química. Não é mensurável o ganho ou perda de massa”. A lei da conservação da massa foi explicada com sucesso por Dalton na ocasião da construção do seu modelo atômico. Vivemos em um mundo rodeado de reações químicas. Na cozinha, o preparo dos alimentos envolve reações químicas muito complexas. O próprio ato de comer dá início a uma série de reações químicas que ocorrem em nosso organismo e que sustentam a vida. Na partida, o ônibus espacial queima hidrogênio e gera nuvens de vapor d‘água. Agora vamos ampliar o estudo das reações. Mostraremos como se pode prever e agrupar as reações químicas mais comuns. Na reação química, as moléculas (ou aglomerados iônicos) iniciais são “desmontadas” e seus átomos são reaproveitados para “montar” as moléculas (ou aglomerados iônicos) finais. Veja uma representação esquemática (cores-fantasia) em que as moléculas foram bastante ampliadas: Representamos essa reação de maneira simplificada, escrevendo: A essa representação damos o nome de equação química. Equação química é a representação simbólica e abreviada de uma reação química (ou fenômeno químico). Os músicos comunicam-se, por escrito, utilizando a notação musical; os matemáticos têm seus símbolos próprios; no trânsito, existem sinais a que os motoristas devem obedecer etc. Enfim, cada “tribo” se comunica a sua maneira. As equações químicas representam a escrita usada pelos químicos. É uma linguagem universal, isto é, não muda de uma língua para outra ou de um país para outro. Isso simplifica bastante a maneira de expressar um fenômeno ou reação química. Nas equações químicas, temos: • Fórmulas (H2, O2, H2O), que indicam quais são as substâncias participantes da reação química. No primeiro membro, aparecem os reagentes, isto é, as substâncias que entram em reação; no segundo membro, aparecem os produtos, isto é, as substâncias que são formadas pela reação. • Coeficientes estequiométricos ou simplesmente coeficientes (2, 1, 2), que indicam a proporção de moléculas que participam da reação (não é costume escrever o coeficiente 1, que fica, então, subentendido); o objetivo dos coeficientes é igualar o número total de átomos de cada elemento no primeiro e no segundo membros da equação. As fórmulas dão um sentido qualitativo, enquanto os coeficientes dão um sentido quantitativo às equações químicas. EQUAÇÕES IONICAS Quando uma reação envolve substâncias iônicas ou ionizadas, podemos escrever apenas os íons que nos interessam na explicação do fenômeno químico. Por exemplo: Essa equação indica que um ácido forte (possuidor de H+) reagiu com uma base forte (possuidora de OH-), formando água. Equação iônica é a equação química em que aparecem íons, além de átomos e moléculas. Seja a seguinte equação, escrita na forma comum: Ela pode, também, ser escrita: Cancelando o SO42- , que não reagiu (pois não se alterou), temos: temos uma placa de zinco sendo mergulhada numa solução de sulfato de cobre. pode-se observar depósitos de cobre ao redor da placa de zinco. Durante a reação química, o zinco da placa passa para a solução na forma de íons Zn2+ e uma parte dos íons cobre Cu2+ da solução passa para a placa na forma de cobre metálico (Cu). BALANCEAMENTO DAS EQUAÇÕES QUÍMICAS É importante ressaltar que uma equação química só está correta quando representa um fenômeno químico que realmente ocorre, por meio de fórmulas corretas (aspecto qualitativo) e coeficientes corretos (aspecto quantitativo). Lembrando que numa reação química os átomos permanecem praticamente “intactos”, podemos enunciar o seguinte critério geral: Acertar os coeficientes ou balancear uma equação química é igualar o número total de átomos de cada elemento, no 1º e no 2º membros da equação. Existem vários métodos de balanceamento de uma equação química, porém o mais simples é o chamado método por tentativas, que segue as regras abaixo. REGRAS PRÁTICAS 1° - Raciocinar com o elemento (ou radical) que aparece apenas uma vez no 1° e no 2° membros da equação. 2° - Preferir o elemento (ou radical) que possua índices maiores. 3° - Escolhido o elemento (ou radical), transpor seus índices de um membro para outro, usando-os como coeficientes. 4° - Prosseguir com os outros elementos (ou radicais), usando o mesmo raciocínio, até o final do balanceamento. Exemplo 1 — Balancear a equação: 1° - indiferente para Al ou O. 2° - Preferimos o O, que possui índices maiores (2 e 3). 3° - agora só falta acertar o Al: No balanceamento, estamos mais interessados na proporção entre os coeficientes do que nos coeficientes em si. Por isso, podemos multiplicar ou dividir todos os coeficientes por um mesmo número. Entretanto, é sempre preferível a primeira representação, em que os coeficientes são números inteiros e os menores possíveis. Exemplo 2 — Balancear a equação: 1° - Devemos raciocinar com o Ca ou o P, porque o O já aparece duas vezes no 1º membro (no CaO e no P2O5). 2° - Preferimos o Ca, que possui índices maiores (1 e 3). 3° - Por fim, acertamos o P: Observe que, na equação final, o oxigênio ficou automaticamente acertado com 3 + 5 = 4 . 2 = 8 átomos, antes e depois da reação. Observe também que, embora na equação final não seja necessário escrever o coeficiente 1, é prudente conservá-lo até o final, para lembrar que ele já foi acertado. Exemplo 3 — Balancear a equação: 1° - Devemos raciocinar com o Al, o S ou com o radical SO42(e não com o H e o O, que aparecem várias vezes). 2° - Preferimos o SO42-, que apresenta índices maiores (1 e 3). 3° - prosseguimos com o Al: Finalmente, o coeficiente da água pode ser acertado pela contagem dos H ou dos O: CLASSIFICAÇÕES DAS REAÇÕES QUÍMICAS As reações químicas podem ser classificadas segundo vários critérios. Por exemplo: • Quando uma reação libera calor, nós a chamamos de exotérmica (do grego: exo, “para fora”; thermos, calor); é o caso da queima do carvão: • Pelo contrário, quando uma reação consome calor para se processar, nós a chamamos de endotérmica (do grego: endo, “para dentro”; thermos, calor); é o caso da reação: No momento, a classificação que mais nos interessa é a que agrupa as reações em: 1. Reações de síntese ou de adição; 2. Reações de análise ou de decomposição; 3. Reações de deslocamento ou substituição ou simples troca; 4. Reações de dupla troca ou de dupla substituição. REAÇÕES DE SÍNTESE OU ADIÇÃO Ocorrem quando duas ou mais substâncias reagem, produzindo uma única substância mais complexa. Por exemplo: A reação de síntese é denominada: • Síntese total — quando partimos apenas de substâncias simples (1° e 2° exemplos anteriores); • Síntese parcial — quando, entre os reagentes, já houver no mínimo uma substância composta (3° exemplo anterior). REAÇÕES DE ANÁLISE OU DECOMPOSIÇÃO Ocorrem quando uma substância se divide em duas ou mais substâncias de estruturas mais simples. Por exemplo: Certas reações de análise ou de decomposição recebem nomes especiais, como: • Pirólise — decomposição pelo calor (na indústria é chamada também de calcinação); temos cristais de nitrato de cobre (Cu(NO3)2). os cristais de nitrato de cobre são aquecidos (pirólise do nitrato de cobre), formando o óxido cúprico (CuO), que é um sólido preto, com desprendimento do dióxido de nitrogênio (NO2), gás com coloração avermelhada, e oxigênio, que é um gás incolor. • Fotólise — decomposição pela luz. • Eletrólise — decomposição pela eletricidade. REAÇÕES DE DESLOCAMENTO OU SUBSTITUIÇÃO OU SIMPLES TROCA Ocorrem quando uma substância simples reage com uma substância composta e “desloca” desta última uma nova substância simples: Temos uma fita de cobre numa solução de nitrato de prata (AgNO3). À medida que a reação se processa, a fita vai ficando prateada e a solução de nitrato de prata vai ficando azulada Trata-se de uma reação de deslocamento (substituição ou simples troca). A prata presente na solução vai sendo deslocada pelo cobre presente na fita. Os íons cobre em solução são responsáveis pelo tom azulado. As reações indicadas abaixo também são exemplos de reação de deslocamento ou de substituição ou de simples troca. REAÇÕES DE DUPLA TROCA OU DUPLA SUBSTITUIÇÃO Ocorrem quando dois compostos reagem, permutando entre si dois elementos ou radicais e dando origem a dois novos compostos: A própria reação de salificação (ácido + base) é um exemplo de reação de dupla troca: QUANDO OCORRE UMA REAÇÃO QUÍMICA? Para duas substâncias necessário que: reagirem quimicamente, é 1. Suas moléculas sejam postas em contato do modo mais eficaz possível. É por isso que uma reação no estado gasoso é, em geral, mais fácil e rápida que no estado líquido; e neste, em geral, mais fácil e rápida que no estado sólido. Entre sólidos a reação é normalmente muito difícil, pois falta “contato” entre suas moléculas; daí, o costume de “pulverizar” os reagentes sólidos, ou o que é, em geral, melhor: procurar dissolver os sólidos na água ou em outro solvente apropriado; 2. os reagentes tenham uma certa afinidade química, ou seja, uma certa tendência a reagir. Embora seja fácil constatar que existem reagentes mais reativos e outros menos reativos, devemos avisar que o estudo da reatividade e da afinidade química é bastante complexo. Entretanto, para as reações comuns, podemos indicar certos critérios que permitem prever quais serão os produtos formados, a partir de determinados reagentes. É o que vamos explicar a seguir. REFERÊNCIAS 1. Feltre, Ricardo, 1928- .Química / Ricardo Feltre. — 6. ed. — São Paulo : Moderna, 2004. Num é que o negócio é Fácil mermo!!!