Experimento 5 Força não constante Jorge Diego Marconi O objetivo deste experimento é o estudo de forças que dependem da posição, sendo a força exercida por uma mola, um caso tı́pico. Este tipo de força é conservativa e não constante. Vamos caracterizar duas molas com diferentes constantes elásticas através do chamado método estático, e vamos estudar as leis de associação de molas em série e em paralelo. A partir de agora, os gráficos deverão ser feitos usando o computador, através do programa Origin. Este programa (ver apostila correspondente) permite fazer, de forma simples, o ajuste por mı́nimos quadrados dos dados experimentais; o objetivo de seu uso neste momento é o de proporcionar um mı́nimo de perı́cia no uso deste programa. Material Utilizado • Molas com diferentes constantes elásticas • Massas de valores diversos • Régua • Balança digital Procedimento Prende-se a mola, na vertical, por uma de suas extremidades, a um suporte fixo. Na outra extremidade suspende-se, um corpo de massa m conhecida, como se indica na figura 1. É sabido que para uma certa faixa de comprimentos, a mola tem um comportamento elástico, no qual a força feita pela mola segue a lei de Hooke: F = −k ∆L (1) Considerando que a massa m está pendurada na extremidade da mola e com o sistema de referência apontando na direção da gravidade, temos que: P +F =0 P − k ∆L = 0 P = k ∆L (2) Fazendo-se variar a massa m do corpo suspenso na vertical, e medindo-se a variação do comprimento da mola L, podemos determinar a relação existente entre a variação do peso e a variação do comprimento. Vamos considerar 10 valores diferentes de massas, que correspondem a 10 valores de peso diferentes, e a partir de um gráfico de P = mg versus L, poderemos obter o valor da constante elástica k da mola com o seu respectivo desvio, usando um ajuste linear por mı́nimos quadrados. Vamos caracterizar desta forma duas molas com diferentes constantes elásticas. 1 Figura 1: Montagem experimental para medir as constantes elásticas das molas. Molas em série Se duas molas são colocadas em série a uma massa como na figura 2, e se consideramos a massa de cada mola desprezı́vel, então a força em cada mola será: P = −k1 ∆L1 (3) P = −k2 ∆L2 (4) onde ∆L1 = L1 − L01 e ∆L2 = L2 − L02 . De (3) e (4) temos que: ∆L1 + ∆L2 = ∆Lsérie = P P + −k1 −k2 (5) Finalmente, a partir de (5) temos: P = −ksérie ∆Lsérie (6) onde 1 1 1 + (7) ksérie k1 k2 Assim, se medimos a variação do comprimento total de ambas as molas ∆Lsérie , para um conjunto de 10 massas como no caso de uma mola individual, será possı́vel obter o valor de ksérie = 2 Figura 2: Sistema de molas em série. Molas em paralelo Suponha uma configuração de molas em paralelo tal como mostra a figura 3. Neste caso temos que ∆L1 = ∆L2 = ∆L, assim a força elástica de cada mola é F1 = −k1 ∆L (8) F2 = −k2 ∆L (9) e a soma de ambas as forças elásticas é igual à força peso exercida pela massa m: P = F1 + F2 , portanto P = −kparalelo ∆L (10) onde kparalelo = k1 + k2 . Novamente se medirmos os valores de ∆L para 10 massas diferentes e fizermos um gráfico P vs ∆L, poderemos obter, fazendo um ajuste linear por mı́nimos quadrados, o valor de kparalelo . Em resumo, fazendo a montagem mostrada na figura 1 vamos medir os deslocamentos de duas molas com constantes elásticas k1 e k2 pendurando 10 massas diferentes em sua extremidade livre. Com estes dados experimentais vamos fazer um ajuste linear do gráfico P vs. ∆L usando mı́nimos quadrados através do programa Origin. Desta forma será possı́vel obter os valores de k1 e k2 com seus respectivos erros. Uma vez determinados os valores das constantes elásticas individuais de cada mola, vamos medir o deslocamento para as configurações série e paralelo das duas molas usando as montagens experimentais mostradas nas figura 2 e 3. Novamente isto vai ser feito para 10 valores diferentes de massas. Com estes valores experimentais vamos fazer o mesmo procedimento descrito antes para obter, neste caso, os valores das constantes elásticas equivalentes, em série e 3 Figura 3: Sistema de molas em paralelo. em paralelo (ks e kp), com seus respectivos desvios. Por último vamos verificar se os valores calculados de ksérie e kparalelo calculados a partir de k1 e k2 concordam com os valores obtidos das medições. Relatório 1. Faça uma tabela com os valores de m, P e ∆L para cada uma das duas molas individuais (não esqueça de colocar claramente os erros). 2. Faça um gráfico P vs. ∆L para ambas molas e, usando o Origin, faça um ajuste linear por mı́nimos quadrados para obter as constantes elásticas k1 e k2 . 3. Faça agora uma tabela com os valores de m, P e ∆L para cada uma das duas associações de molas (em série e em paralelo). 4. Faça um gráfico P vs. ∆L para ambas as configurações e, usando o Origin, faça um ajuste linear por mı́nimos quadrados para obter as constantes elásticas ksérie e kparalelo . 5. Calcule os valores de ksérie e kparalelo usando os valores de k1 e k2 obtidos no item 2 e verifique se dentro do erro experimental os valores concordam. Explique as eventuais discrepâncias. 4