UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA OS DESAFIOS NO ENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO Por: Jamile Moura Cunha Cachapuz Faur Cordeiro Orientador Profª. Mônica Ferreira de Melo Rio de Janeiro 2011 2 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA OS DESAFIOS NO ENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Docência do Ensino Superior. Por: Jamile Moura Cunha Cachapuz Faur Cordeiro 3 AGRADECIMENTOS ....À minha família e amigos, aos meus professores graduação. e colegas da pós- 4 DEDICATÓRIA ....Ao meu marido Anderson, pelo apoio incondicional para que eu realizasse meu sonho de fazer pós-graduação; Aos meus pais Elza e Antonio e minha irmã Jessica, pela força e incentivo para que eu chegasse até aqui; Aos meus sogros Sueli e Jorge e minha cunhada Caroline, pela torcida por mim; Agradeço a Deus e a São Judas Tadeu, sem Eles não teria tido esta conquista. 5 METODOLOGIA Através da leitura de livros relacionados à Docência do ensino Superior, coleta de informações em revistas e páginas online especializados no estudo de língua inglesa e lingüística aplicada, o presente trabalho foi realizado. A primeira etapa se deu através da seleção dos livros a serem lidos. Após este processo, leitura de artigos em revistas online (Revista Nova Escola) e em diversas páginas na internet, as quais foram fonte de pesquisa sobre as instituições de Ensino Superior em foco neste trabalho, a citar, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Levou-se em consideração no presente trabalho contribuições de autores relacionados ao presente tema abordado, como: Vilson Leffa, Vera Lúcia Paiva, Valnir Chagas, Selma Garrido Pimenta, entre outros educadores que foram de suma importância no desenvolvimento deste trabalho. 6 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo mostrar o panorama histórico do ensino de línguas estrangeiras no Brasil, e como se dão as diferentes abordagens / métodos de ensino de inglês no Ensino Superior. Através da especificação destes, mostram-se as diferenças presentes nessas metodologias e são oferecidos caminhos ao Professor Universitário de língua inglesa, possibilitando que os mesmos façam as escolhas mais adequadas à realidade dos alunos e superem os desafios presentes na tarefa de lecionar inglês nas universidades públicas do município do Rio de Janeiro. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................................08 CAPÍTULO I - RETROSPECTIVA HISTÓRICA SOBRE O ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS ................................................................................10 CAPÍTULO II - ABORDAGENS E MÉTODOS DE ENSINO DE LÍNGUA INGLESA ...................................................................................................................24 CAPÍTULO III – ENSINO OU APRENDIZAGEM: DIRETRIZES NO ENSINO SUPERIOR .................................................................................................................36 CONCLUSÃO ................................................................................................................45 BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................48 ÍNDICE ...........................................................................................................................50 8 INTRODUÇÃO Na atualidade, a língua inglesa se faz presente na vida dos cidadãos brasileiros de forma imprescindível: nas relações comerciais com países estrangeiros, na vida profissional das pessoas, etc. Sem dúvida, a língua que é utilizada seja em sua forma escrita ou oral por mais da metade da população mundial é uma constante na vida daqueles que moram em nosso país. Em relação ao mercado de trabalho, saber inglês é considerado essencial para se conseguir uma vaga a nível universitário. Muitos candidatos inclusive alegam que por não saber inglês já perderam boas oportunidades em grandes empresas. Com a concorrência acirrada, preparar-se é um diferencial na corrida pela conquista de uma boa posição. Como o mundo em que vivemos está em constante transformação, a língua inglesa é uma ferramenta que nos possibilita entender o mundo no qual estamos incluídos. De acordo com Moita Lopes (2003, p. 31) “é crucial que todo cidadão entenda o mundo em que vive, portanto, os processos sociais, políticos, econômicos, tecnológicos e culturais que estamos vivenciando. Não se pode transformar o que não se entende”. Segundo o estudo do trabalho, as diferentes abordagens e métodos de ensino de línguas estrangeiras contribuem para que o futuro professor de língua inglesa, ao término do curso de licenciatura da disciplina específica, esteja apto a lecionar no Ensino Superior, visto que para que essa tarefa seja executada com sucesso, o professor necessita desenvolver suas próprias técnicas, como adaptação de diferentes métodos ou a possível criação de um método próprio, relacionando-o sempre à realidade de alunos do Ensino Superior. Uma prévia retrospectiva histórica do ensino de línguas estrangeiras será relatada, já que a história muito contribui para entendermos os fatos e 9 acontecimentos do presente. Em 1837 o ensino de língua estrangeira foi introduzido no Brasil, e desde então inúmeras Reformas e leis foram instituídas na Educação Básica e no Ensino Superior, propondo ajustes de forma a melhorar a relação ensino/ aprendizagem de língua inglesa em nosso país. Dessa forma, muitos fatores foram cruciais para a formação pedagógica e prática docente do professor de língua inglesa do Ensino Superior, e alguns desafios desses profissionais serão objetos de estudo no presente trabalho. 10 CAPÍTULO I RETROSPECTIVA HISTÓRICA SOBRE O ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS 1.1 – Breve histórico do ensino de LE no Brasil Pode-se dizer que ao longo de todo percurso da humanidade fez-se presente o interesse por línguas estrangeiras (LE). Desde as mais antigas civilizações até o mundo de hoje, globalizado, os homens desejaram aprender outras línguas com objetivos específicos, tais como comunicar-se com outros povos em guerras ou até mesmo dominar outros idiomas para fins pacíficos. As línguas servem de mediadoras de diversas ações, sejam de cunho político, social, e, além disso, veiculam conhecimento científico e produção cultural. Remontando à época da colonização do Brasil, quando os portugueses aqui chegaram com os padres jesuítas, que por sua vez catequizaram os índios, poderíamos apontar a Língua Portuguesa como uma língua estrangeira. Os jesuítas tiveram um papel fundamental na fundação das primeiras escolas brasileiras, as quais tinham o foco voltado para o ensino de línguas. Primeiramente, foram ensinadas as línguas clássicas, como o grego e o latim, 11 e com o passar do tempo, as chamadas línguas modernas também passaram a ser ensinadas, tais como o inglês, francês, italiano e alemão. Ainda sob esta perspectiva, podemos afirmar que foi durante o período colonial que as disciplinas como o grego e o latim eram dominantes. Através do grego e do latim que outras disciplinas eram trabalhadas, nos comentários de autores trabalhados em sala de aula e em traduções. De acordo com CHAGAS (1967), em 1837 o ensino de LEs começou no Brasil através da fundação do Colégio Pedro II. Este autor afirma: As línguas modernas ocuparam então, e pela primeira vez,uma posição análoga à dos idiomas clássicos,se bem que ainda fosse muito clara a preferência que se votava ao latim. Entre aquelas figuravam o francês, o inglês e o alemão de estudo obrigatório, assim como o italiano, facultativo; e entre os últimos apareceriam o latim e o grego, ambos obrigatórios. (p.105) Pode-se dizer que no período do Império houve algumas Reformas, e que durante estas, apresentaram-se alguns traços de má organização e falta de metodologia aplicada ao ensino das línguas modernas. Era predominante o ensino de análise gramatical e tradução de textos, o que acabava comparando as chamadas línguas mortas (que não eram mais utilizadas como línguas oficiais num país, a título de comunicação oral) às línguas vivas. Soma-se a este fato que a administração dos colégios, incluindo decisões de cunho curricular, ficava a cargo das congregações existentes nestas 12 instituições de ensino. A centralização e aparente concentração de poder resultavam em pouca competência para o gerenciamento do ensino de línguas. Em outras palavras, a função primordial de uma escola, que seria de ensinar, educar e formar, passou a ser meramente relacionada à rotina burocrática de aprovar e fornecer diplomas (CHAGAS, 1976). Alguns aspectos importantes do ensino de línguas no período colonial podem ser verificados através da tabela a seguir: Tabela 1 – O ensino das línguas no Império em horas de estudo Ano Latim Grego Francês Inglês Alemão Italiano Total em horas 1855 18 9 9 8 6 3 (F)4 50 1857 18 6 9 10 4 3 (F) 47 1862 18 6 9 10 4 6 (F) 47 1870 14 6 12 10 - - 42 1876 12 6 8 6 6(F) - 32 1878 12 6 8 6 4 - 36 1881 12 6 8 6 4 3 (F) 36 (www.leffa.pro.br) A época da Primeira República foi caracterizada por muitas modificações. Chagas (1976) relata que nesta época o grego foi retirado, a partir de 1915, e que com a Revolução de 1930, quando foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública, houve uma divisão de horas de aula algumas disciplinas. Ao ensino de francês e inglês foram destinadas dezessete horas semanais, sendo nove para o francês e oito para o inglês, nas séries iniciais do antigo primário (atual Ensino Fundamental I). 13 Em 1942 deu-se a chamada Reforma Capanema, a qual atribuiu muita importância ao ensino das línguas estrangeiras. O Ministério da Educação foi o órgão responsável por algumas decisões fundamentais, que iam desde a escolha das línguas ensinadas em sala de aula até a metodologia a ser aplicada pelos professores e conseqüente programa a ser desenvolvido em cada série do colégio. Teve-se como resultado desta centralização de decisões no Ministério da Educação a participação de todos os alunos desde o ginásio (com duração de quatro anos) até o clássico e/ou científico (como era subdividido o Ensino Médio da época) estudando latim, francês, inglês e espanhol. O segundo ciclo era formado pelos níveis o clássico e científico. O primeiro apresentava o foco voltado para o estudo de línguas clássicas e modernas e o segundo no estudo das ciências (física, química, biologia, matemática, etc). Ainda pode-se afirmar que durante a Reforma Capanema, a língua francesa era preponderante em relação à língua inglesa. O francês era aprendido em quatro anos e o inglês em três. Tal fato pode ser explicado pelo fato de que, na época, havia uma grande influência da França em nossa cultura e ciência. Porém, a partir da década de 20, esse cenário começou a ser modificado com a chegada do cinema falado: foi quando se deu a penetração da língua inglesa em nossa cultura. 1.2 – Mudança de panorama: Pós- segunda guerra mundial 14 Após a segunda guerra mundial a língua francesa foi perdendo gradativamente seu espaço para a língua inglesa. Nossa dependência econômica e cultural em relação aos Estados Unidos foi crucial para que necessitássemos aprender inglês. A presença cultural de forma maciça dos Estados Unidos se fez presente nos anos 40. A palavra cultura está intrinsecamente ligada a padrões de comportamento, de expressões artísticas e modelos de conhecimento técnico e saber científico. Algumas mudanças comportamentais na sociedade brasileira eram influências do que ficou conhecido como “American way of life”. Uma das mudanças percebidas em alguns cidadãos brasileiros, por exemplo, foi a substituição dos nossos sucos de fruta tropicais pelos chamados refrigerantes (soda, em Inglês) como a Coca-Cola. Outro exemplo que se sucedeu foi o consumo de sorvetes industrializados Kibon em detrimento dos sorvetes que eram feitos em pequenas sorveterias brasileiras. Segundo MOURA (1988), o que aconteceu na década de 40 foi o seguinte: O Brasil foi literalmente invadido por missões de boa vontade americanas, compostas de professores universitários, jornalistas, publicitários, artistas, militares, cientistas, diplomatas, empresários, etc. – todos empenhados em estreitar laços de cooperação com os brasileiros – além das múltiplas iniciativas oficiais. Além dessas missões e da produção cultural americana, a língua inglesa se instalou aos poucos e foi ocupando o espaço da então soberana língua francesa. (p. 5, 6) 15 1.3 – Como se dá o ensino de inglês na educação básica Com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1961 e 1971, as línguas estrangeiras deixam de ser incluídas no currículo como disciplinas obrigatórias. A tarefa de decidir sobre o ensino de línguas passa a ser responsabilidade dos Conselhos Estaduais. Sob este aspecto, o latim, com algumas raras exceções, foi retirado do currículo, o francês teve redução de sua carga semanal e o inglês permaneceu sem grandes alterações. Ainda nesta época, houve a criação do Conselho Federal de Educação, “constituído por vinte e quatro membros nomeados pelo Presidente da República, por seis anos, dentre pessoas de notável saber e experiência, em matéria de educação.” Este seria dividido em câmaras, para que houvesse deliberação sobre assuntos pertinentes ao nível primário, médio e superior. No que tange ao ensino superior, que é objeto de estudo desta monografia, segundo o Art. 9º da LDB 4.024/1961, caberia ao Conselho Federal de Educação decidir sobre o funcionamento de estabelecimentos isolados de ensino superior, sendo estes de esferas federais e particulares. Outra atribuição seria decidir sobre o reconhecimento das universidades, tendo em vista a aprovação de seus estatutos, após um prazo de funcionamento regular de, no mínimo, dois anos. 16 Outras mudanças ocorreram com a posterior LDB. A lei 5.692 de 11 de agosto de 1971 foi pautada na introdução de um núcleo comum para para currículos de 1º e 2º graus em todo o Brasil. De acordo com com o Art. 1º: “O ensino de 1º e 2º graus tem por objetivo geral proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto-realização, qualificação para o trabalho e preparo para o exercício consciente da cidadania.” Desta forma, este núcleo comum, fixado e definido na resolução número 8 de 1º de dezembro de 1971, resultou que as línguas estrangeiras fossem inseridas nas escolas brasileiras a “título de acréscimo” da disciplina Comunicação e Expressão, quando o estabelecimento de ensino apresentasse condições para ministrá-la com eficiência. Tal medida provocou inquietação em relação à importância da LE, já que acaba por condicioná-la às condições das escolas. Segundo Leffa, em 1971 a redução de um ano de escolaridade dos alunos brasileiros refletiu negativamente no ensino de línguas. De acordo com LEFFA (1999): A redução de um ano de escolaridade e a necessidade de se introduzir a habilitação profissional provocaram uma redução drástica nas horas de ensino de língua estrangeira, agravada ainda por um parecer posterior do Conselho Federal de que a língua estrangeira seria “dada por acréscimo” dentro das condições estabelecimento. Muitas escolas tiraram de cada a língua estrangeira do 1º grau, e no segundo grau, não ofereceriam mais do que uma hora por semana, às vezes durante apenas um ano. Inúmeros alunos, principalmente 17 do supletivo, passaram pelo 1º e 2º graus, sem nunca terem visto uma língua estrangeira. (p.17) Em novembro de 1996 em Florianópolis - SC, houve o chamado Encontro Nacional de Política do Ensino de Línguas (I ENPLE), e através deste evento promovido pela Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB) é proposto um plano emergencial para o ensino de línguas no país. Foi levado em consideração o fato de que no mundo globalizado, o aluno deveria ter acesso garantido a um estudo de línguas estrangeiras de qualidade, e que este fosse eficiente. Para que este ensino eficaz fosse assegurado, foi divulgada a Carta de Florianópolis, um documento que defende que “a aprendizagem de línguas não visa apenas a objetivos instrumentais, mas faz parte da formação integral do aluno”. No final de 1996 foi promulgada a nova LDB (Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a qual torna o ensino de línguas estrangeiras obrigatório a partir da quinta série do ensino fundamental. Já no Ensino Médio, a língua estrangeira moderna é tida como obrigatória, ficando uma segunda em caráter optativo, tendo em vista as possibilidades de ser oferecida pela instituição de ensino. 1.4 – Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e seus desdobramentos 18 Como complementação à LDB 9.394/96, publicam-se os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do ensino fundamental do primeiro ao quarto ciclos – 1º ao 9º ano - em 1998, os quais dão alguns sinais de desvalorização da habilidade oral em Língua Inglesa. Na justifica social deste documento, aponta-se que mesmo nos grandes centros o número de pessoas que utilizam o inglês “falado”, ou seja, o utilizam para a comunicação verbal, é pequeno. O foco na habilidade de leitura é priorizado, tendo em vista que: Com exceção da situação específica de algumas regiões turísticas ou de algumas comunidades plurilíngües, o uso de uma língua estrangeira parece estar, em geral, mais vinculado à leitura de literatura técnica ou de lazer. Notese também que os únicos exames formais em Língua Estrangeira (vestibular e admissão a cursos de pósgraduação) requerem o domínio da habilidade de leitura. (p.20) Soma-se a este fato a importância atribuída ao fato de a leitura colaborar com o letramento do aluno e em seu desempenho como leitor em sua língua materna. Deve-se levar em consideração o fato de que a maioria das escolas brasileiras não apresenta condições favoráveis ao ensino da habilidade oral da língua, como salas de aula superlotadas, professores com baixo domínio (fluência oral) do idioma, falta de recursos didáticos e investimentos por parte do governo. Sendo assim, o foco na leitura é pautado pela função social das línguas estrangeiras no país. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para Línguas Estrangeiras: Portanto, o foco na leitura não é interpretado aqui como alternativa mais fácil e nem deve comprometer decisões 19 futuras de se envolver outras habilidades comunicativas. Pode-se antever que, com o barateamento dos meios eletrônicos de comunicação, mais escolas venham ter acesso a novas tecnologias, possibilitando o desenvolvimento de outras habilidades comunicativas. (p.21) Vale ressaltar que podemos perceber um tom discriminatório em relação ao aprendizado da língua estrangeira pelas classes populares: No Brasil, tomando-se como exceção o caso do espanhol, principalmente nos contextos das fronteiras nacionais, e o de algumas línguas nos espaços das comunidades de imigrantes (polonês, alemão, italiano etc.) e de grupos nativos, somente uma pequena parcela da população tem a oportunidade de usar línguas estrangeiras como instrumento de comunicação oral, dentro ou fora do país. (p. 20) Nos PCNs há a diferenciação de dois focos do ensino de leitura, tendo como base a metáfora das lentes de uma máquina fotográfica. O primeiro foco seria voltado para a habilidade de leitura, o qual aconteceria por meio de uma lente padrão. Porém, esta poderia ser substituída por uma “grande-angular”, ou seja, dependendo da situação em que se desse o aprendizado da língua (contextos de ensino específico), ou até mesmo do papel que a língua estrangeira representasse para a comunidade, pode-se ampliar o foco, para que outras habilidades comunicativas fossem envolvidas: Esse sistema de focos para indicar o que ensinar tem por objetivo organizar uma proposta de ensino que garanta para todos, na rede escolar, uma experiência significativa 20 de comunicação via Língua Estrangeira, por intermédio do uso de uma lente padrão. Isso é o que foi chamado de engajamento discursivo por meio de leitura em língua estrangeira, que se pauta por uma questão central neste documento: dar acesso a todos a uma educação lingüística de qualidade. (p.21) Na parte deste documento que concerne a esta metáfora, tem-se como exemplo prático o uso do espanhol na situação de fronteira. A partir deste exemplo, coloca-se novamente em questão a importância do uso oral de uma língua em detrimento da habilidade de leitura. Como exemplo prático desta situação, podemos mencionar o fato de um jovem universitário estar concorrendo a uma vaga de estágio ou emprego cursando o nível superior. Falar inglês fluentemente é visto como exigência mínima em processos seletivos de muitas empresas multinacionais, as quais no momento da entrevista não exigem do candidato a leitura de textos literários, e sim sua capacidade de se expressar utilizando a língua inglesa. Em relação aos PCNs no Ensino Médio, os conhecimentos de língua estrangeira moderna são enquadrados na categoria “competências e habilidades”. Estes advogam que a meta é a comunicação oral e escrita. Ao figurarem inseridas numa grande área “Linguagens, Códigos e suas Tecnologias”, as línguas estrangeiras modernas assumem a sua função intrínseca: ser uma ferramenta importante na comunicação entre os homens. Neste documento, ressalta-se a realidade inegável dos alunos do ensino médio: ingresso no mercado de trabalho. Portanto, há o compromisso com a 21 educação voltada para o trabalho. Torna-se então, imprescindível o ensino das disciplinas língua inglesa e espanhola, já que são as mais exigidas na vida profissional das pessoas. Por outro lado, a questão geográfica deve ser levada em consideração, tendo em vista que o regionalismo pode ser fator determinante para a escolha da língua moderna ensinada em sala de aula. O documento prevê como possibilidade de atendimento às necessidades dos alunos do Rio Grande do Sul, por exemplo, o ensino de Italiano, tendo em vista a forte presença de colônias italianas no local. Em outras cidades como Novo Hamburgo, colônia alemã, o alemão poderia ser ensinado em detrimento do francês, por exemplo, atendendo com mais eficácia as necessidades de alunos do ensino médio. Portanto, a nova realidade faz com que o aluno não mais se adeque às características da escola, mas a escola se adeque às necessidades específicas dos alunos. Os PCNs do Ensino Médio deixam claro que a para que o ensinoaprendizagem de línguas estrangeiras seja efetivo, não somente os aspectos gramaticais devem ser levados em consideração. Além da competência gramatical, o aluno precisa possuir o domínio de outras competências, tais como a sociolingüística, a discursiva e a estratégica. Portanto, conclui-se que nos três anos de aprendizado da língua no ensino médio, não basta para os alunos apenas compreenderem enunciados gramaticalmente corretos, e sim conhecer as formas de combinar esses enunciados num contexto específico, no qual se privilegie a comunicação. 1.5 - O ensino de inglês no mundo globalizado 22 A procura pelo estudo de língua inglesa nos últimos anos tem sido intensificada, já que está é a língua que nos dá acesso à tecnologia, cultura, ciência, política, pesquisas, artigos universitários, etc. Em função disso, as classes que apresentam condições financeiras de matricularem-se em cursos de idiomas o têm feito, já que esta seria uma forma de garantir uma certa qualidade de ensino de línguas estrangeiras. Sabe-se que na maioria das escolas regulares brasileiras, o ensino de LEs ainda encontra-se aquém do desejável. Falta qualificação, investimentos em infraestrutura e tecnologia mais avançada para acompanhar o desenvolvimento de novas mídias e métodos de ensino. Fala-se inclusive numa “transferência” do ensino de línguas estrangeiras, que seria papel das escolas brasileiras, para os conhecidos cursos de idiomas, os quais estariam melhor equipados e com profissionais em contato freqüente com o idioma falado. Essa “terceirização” se dá não apenas no nível das escolas brasileiras, como em faculdades. Sendo um dos componentes pedagógicos, o ensino de LE pode acabar não mais intrinsecamente ligado às outras disciplinas do currículo escolar, o que poderia prejudicar uma compreensão geral dos conteúdos interdisciplinares. A preocupação com a ameaça de terceirização do ensino de LE fez com que outro documento fosse lançado: a Carta de Pelotas. Este encontro, 23 realizado na Universidade Católica de Pelotas – RS, em 2000, reuniu professores do ensino fundamental ao universitário. Neste II Encontro Nacional sobre Política de Ensino de Línguas Estrangeiras – II ENPLE, professores, autoridades educacionais e representantes de associações de professores de línguas após a análise dos problemas do ensino de línguas estrangeiras no Brasil, reiteraram o primeiro documento (a Carta de Florianópolis). Estes profissionais reivindicam que: as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação fiscalizem e coíbam a terceirização do ensino de línguas estrangeiras nas escolas públicas e particulares no ensino regular. (p.2) Devido às constatações feitas, acredita-se que há muito para se avançar na política educacional brasileira. De acordo com SILVEIRA (1999), a aprendizagem das línguas estrangeiras é um instrumento de grande valia na interação interpessoal e na circulação de informação entre os povos. 24 CAPÍTULO II ABORDAGENS E MÉTODOS DE ENSINO DE LÍNGUA INGLESA 2.1 - A abordagem tradicional A abordagem tradicional é uma abordagem envolvida pela estrutura, de forma a enfatizar métodos, que embora sejam pautados em procedimentos particulares, relacionam a ideia do aprendizado de línguas sendo condicionado a estruturas lingüísticas. Esta ideia se manteve até o final dos anos sessenta do século passado. Em sua essência, esses métodos levam o aprendiz a dominar estruturas lingüísticas e não aplicá-las em situação de uso real da língua estrangeira, ou seja, aquelas contextualizadas na língua-alvo (VIEIRAABRAHÃO, 1992). Originalmente conhecida como “método”, a abordagem tradicional no presente trabalho será representada por: “Abordagem da Gramática e da Tradução (AGT)”, a “Abordagem Direta”, “Abordagem para a leitura”, “Abordagem audiolingual”. 2.1.1 – Abordagem da Gramática e da Tradução Esta abordagem, no passado comumente conhecida como “Método da Gramática-Tradução”, tem sido a metodologia que há mais tempo vem sido utilizada na história do ensino de línguas. Tendo recebido essa denominação em meados do Século XVIII, originou-se do Método Clássico (ou Tradicional), através do qual ensinava-se as línguas clássicas como o grego e o latim. De 25 uma forma geral, pode-se dizer que esta abordagem é baseada na leitura de textos complexos, nos quais não são levados em consideração a pronúncia correta, sendo aplicados em exercícios descontextualizados, de forma que a correção de erros gramaticais seja enfatizada. Soma-se a isso o fato que nesta abordagem as aulas são ministradas na língua materna do aluno, de forma a facilitar a compreensão de um texto, construir frases, etc. Desta forma, considera-se a hipótese de essa abordagem ser a preferida de muitos professores, já que não lhes é exigida maior qualificação para ministrar as aulas apenas na língua estrangeira. Além disso, as avaliações produzidas são de mais fácil elaboração e correção, já que não levam em consideração respostas subjetivas, as quais estariam enquadradas numa abordagem comunicativa. Outra característica presente nesta abordagem é a existência de três “passos” preestabelecidos para se aprender uma língua: memorização de lista de palavras na língua estrangeira, conhecimento e aplicação de regras ao agrupar palavras para formar frases e exercícios de tradução e versão (tema). O ensino se dá de forma dedutiva, tendo em vista que o aluno é primeiramente apresentado a exemplos na língua materna, para posteriormente analisar e traduzir a língua estrangeira. Como anteriormente mencionado, o método privilegia o uso adequado de regras gramaticais. Desta forma, a escrita da língua era privilegiada, porém 26 as outras habilidades lingüísticas como a capacidade de comunicar-se oralmente não eram enfocadas, o que contribuiu para que o método fosse alvo de críticas. Porém, o objetivo final desta abordagem era que o aluno apreciasse a cultura e a literatura da língua estrangeira. Com isso, há aspectos positivos no que tange ao cumprimento desse objetivo, tais como uma melhor capacidade de raciocínio do aluno em seu próprio idioma (na língua materna). 2.1.2 – Abordagem Direta Entre os séculos XIX e XX, houve um movimento de reformas da didática de idiomas na Europa. Naquela época, então conhecida como “Método Direto”, a abordagem direta (AD) surgiu num cenário em, que, de acordo com CHAGAS (1979): estas tentativas de renovação do ensino de línguas procuravam “reagir de qualquer modo contra o verbalismo estéril do método tradicional”. (p. 86) O princípio da abordagem direta é que a língua estrangeira deve ser aprendida através da própria língua estrangeira, portanto, a língua materna não deve fazer parte do processo. O significado seria transmitido a partir de gravuras, gestos, sem que a tradução seja dita ao aluno na sala de aula, incentivando o mesmo a pensar na língua estrangeira (L2). Nesta abordagem, o foco está presente na oralidade da língua, sendo que desde as primeiras aulas a escrita também já pode ser trabalhada. 27 Diálogos relacionados a situações do dia-a-dia do aluno (ir à faculdade, fazer compras no mercado) são introduzidos, como forma de exercícios orais, assim como leitura de pequenos fragmentos de textos. Desta maneira, a pronúncia, conversação “livre” e compreensão auditiva são trabalhados em sala de aula. A gramática é ensinada de forma indutiva, diferente da AGT. Primeiramente, são apresentados aos alunos fatos que compõe a língua, para que posteriormente o aluno sistematize conhecimentos. Algumas características são observadas nesta abordagem, tais como: a repetição, para que o aluno aprenda a língua automaticamente, o uso de diálogos traz vivacidade à língua aprendida em sala de aula, e não mais meramente a leitura de textos prontos, os “ditados” não são mais utilizados como forma de exercícios nas aulas. De acordo com CHAGAS (1979): esta nova metodologia voltada para o ensino de línguas estrangeiras se propunha desenvolver o processo de ensinoaprendizagem na própria língua-alvo, ensinar a gramática de forma indutiva, evitar o uso da língua materna e o mecanismo da tradução, só viável quando a língua estrangeira não fosse capaz de fornecer as ferramentas necessárias para mostrar o significado das palavras, dentre outros pressupostos. (p.87) A abordagem direta foi introduzida no Brasil em 1932, no Colégio Pedro II, sendo encarada como uma verdadeira “reforma” nos métodos de ensino. Porém, alguns professores, na prática, viam a AGT como um método mais “fácil” de se trabalhar, regredindo seu entusiasmo pela AD. Segundo LEFFA (1988): A AD, em que pese seu prestígio e apoio oficial (inclusive no Brasil), teve sempre dificuldade em se expandir. Ou por não 28 ter os pré-requisitos lingüísticos exigidos (fluência oral ou boa pronúncia) ou não possuir a resistência física necessária para manter a ênfase na fala durante várias horas diárias, o professor, após o entusiasmo inicial com a AD, acaba sistematicamente regredindo a uma versão metodológica da AGT. O antagonismo entre a AD, defendida pelos metodólogos e a AGT, empregada pela maioria dos professores na prática, parece mostrar uma luta constante que perpassa todo o ensino de línguas através das mais diferentes abordagens e métodos. (p. 216) Essa questão da possível regressão de versão metodológica (AD para AGT) fez com que alguns estudiosos e defensores da AD, “desabafassem”. Assim, atesta GATENBY (1972): A recusa de gerações de professores e administradores escolares em se beneficiar dos experimentos bem sucedidos e das teorias comprovadas do passado é em parte um exemplo da perversidade humana: as pessoas negam-se a escolher o certo, o melhor ou o que é bom quando isso lhes é mostrado (p.45) Na AD, o ensino seria dado de forma gradativa das quatro habilidades linguísticas, nesta ordem: ouvir, falar, ler e escrever. As regras gramaticais, nesta abordagem, só apareceriam no final. Quanto ao uso do dicionário, este seria utilizado de forma moderada, o que faria com que o aluno percebesse “as semelhanças e dissemelhanças entre os idiomas” (CHAGAS, p. 111) 29 Portanto, e pela primeira vez no ensino de línguas no Brasil tem-se as quatro habilidades lingüísticas articuladas através da abordagem direta, o que representou um progresso em relação à abordagem da gramática e da tradução. 2.1.3 – Abordagem para a leitura Esta abordagem tornou-se conhecida, primeiramente, com o nome de “Método de Leitura”. Após o surgimento das duas abordagens anteriores (AGT e AD), fez-se necessário um “estudo comparativo” entre os termos absolutos e relativos, a uma realidade e aos objetivos ao estudar uma determinada língua. Este estudo foi realizado através de uma pesquisa promovida pelo Modern Foreign Language Studies (MFLS). O início se deu nos Estados Unidos e terminou no Canadá, em 1927. O objeto de estudo desta pesquisa foram 647 instituições de ensino superior, 128 faculdades de educação e 1980 departamentos de língua estrangeira. Os resultados envolveram diferentes aspectos do ensino de línguas. De acordo com CHAGAS (1957): Tudo como se vê, foi feito pacientemente, objetivamente, estatisticamente. Cientificamente, em suma. Nada, até onde possível, se deixou à mercê do acaso ou das soluções improvisadas, não raro personalíssimas, que haviam caracterizado a renovação didática dos idiomas estrangeiros nos últimos cinqüenta anos. (p.75) A conclusão desse estudo foi que a aprendizagem de língua estrangeira na escola secundária deveria ser prática, fato que não ocorreu de fato em todos os estabelecimentos de ensino. 30 Tem-se como objetivo principal da Abordagem para Leitura (AL) desenvolver a habilidade de leitura. Para que tal objetivo fosse alcançado, atividades que visassem enfocar a leitura eram praticadas, enquanto ferramentas para possibilitar que a leitura fosse trabalhada eram oferecidas aos alunos, como o estudo de vocabulário relacionado aos textos. No início, o vocabulário era considerado essencial, então era necessário expandi-lo o mais rápido possível. Havia o predomínio de exercícios escritos, principalmente de questionários que se baseavam em textos. Sendo assim, a AL também foi alvo de críticas, por apresentar ênfase na habilidade de leitura e não privilegiar outras habilidades lingüísticas. 2.1.4 – Abordagem Audiolingual Historicamente, a abordagem audiolingual (AAL) é vista como uma reação dos americanos contra a AL. Mesmo que tenha sido uma espécie de “reedição” da AD, esta abordagem ganhou popularidade e fez com que o número de matrículas nas escolas aumentasse. Devido ao fato de lingüistas terem feito parte deste projeto, o ensino de língua ganhara o status de “ciência”. Tal abordagem surge na Segunda Guerra Mundial, pela necessidade de que americanos se tornassem proficientes na língua de aliados e inimigos. Na AAL os alunos memorizavam estruturas lingüísticas através de exercícios orais que visavam a repetição (drills), e o processo de aprendizagem continuava sendo feito na língua-alvo. 31 Mesmo após a criação deste método, os lingüistas ainda não eram capazes de trazer uma “solução pronta” para o ensino de línguas. 2.2 – A abordagem comunicativa Levando-se em consideração o contexto histórico, nos Estados Unidos os linguistas se concentravam no código da língua, até o nível da frase. Já na Europa, a ênfase estava no estudo do discurso. Os estudos semânticos e sociolinguísticos levavam em consideração como o texto era produzido e interpretado, ou seja, em que circunstâncias se dava essa produção e interpretação. A partir desse momento, “a língua era analisada não como um conjunto de frases, mas como um conjunto de eventos comunicativos”. (LEFFA, 1988, p. 224) Pode-se dizer que essa nova visão modificou o pensamento ligado à gramática gerativo-transformacional, da escola cujo maior representante foi Chomsky, e ocupou a lacuna deixada com o declínio do audiolingualismo. Então, os metodólogos da época se uniram aos linguistas da escola de Chomsky e assim deu-se início à abordagem comunicativa (AC) Uma diferença entre o audiolingualismo e a abordagem comunicativa é que no primeiro, o estudo da língua era focado no código, e no segundo, na 32 semântica. O que se faz através da língua poderia desde então ser analisado, o que representou um grande progresso nas metodologias de ensino de línguas. Segundo LEFFA (1988): O uso de linguagem apropriada, adequada à situação em que ocorre o ato da fala e ao papel desempenhado pelos participantes, é uma grande preocupação na Abordagem Comunicativa. Os diálogos artificiais, elaborados para apresentarem pontos gramaticais são rejeitados. A ênfase da aprendizagem não está na forma lingüística, mas na comunicação. (p.227) O desenvolvimento da abordagem comunicativa estende-se desde a década de 80 do século passado, ainda de maneira eclética e inovadora. Novas tecnologias são implementadas com o passar do tempo, sendo integradas a essa abordagem nas salas de aula. Os estudantes sentem-se cada vez mais familiarizados com a língua inglesa, já que são imersos através das mais variadas ferramentas tecnológicas ao aprendizado da língua estrangeira. Portanto, cabe ao professor em sala de aula adaptar algo que julgue interessante/ válido trabalhar com seus alunos, adequando o que é bom numa abordagem (método) às necessidades dos alunos. É válido ressaltar que não existe um “método perfeito”, e que a experiência e nível de conhecimento do professor serão fatores cruciais para que o ensino de língua inglesa seja feito da melhor maneira possível. 2.3 – A era Pós-Método Devido aos avanços das pesquisas na área e as controvérsias a respeito dos métodos e abordagens, pesquisadores do início da década de 1990 33 começaram a questionar o porque da aplicabilidade de apenas um método no que tange ao ensino de línguas estrangeiras. Brown (1997) propõe uma espécie de ecletismo esclarecido, quando propõe que ficasse a cargo do professor escolher o método ou abordagem que julgasse mais adequado, de acordo com resultados obtidos em aulas anteriores. Porém, Kumaradivelu (1994) condena essa visão: ecletismo na sala de aula, invariavelmente, transforma-se numa pedagogia assistemática, acrítica e sem princípios, porque os(as) professores(as) com pouco preparo profissional para serem criteriosamente ecléticos, têm poucas opções, além de reunir um amontoado de técnicas de vários métodos diferentes aleatoriamente e chamá-lo de eclético (p. 30) Kumaradivelu (1994) possui uma visão própria e diferenciada dos outros autores, a qual vai além de uma combinação abordagem e métodos, visando a construção de uma abordagem própria. Este autor enfatiza qual seria o papel do professor, e que seria importante uma mudança em sua postura. Outro fator que o autor menciona é que através de uma perspectiva ecológica, professores, formadores de professores, contextos sócio-econômicos e político e os objetivos dos alunos estariam articulados. Através de macroestratégias, três diferentes estudiosos explicitam os princípios que deveriam ser implementados em sala de aula. Mais do que meramente prescrições, essas estratégias podem servir como ferramenta para que os professores reflitam acerca de sua prática, observe o seu contexto, teorizem e avaliem sua abordagem de ensino. 34 Tabela 2 - Comparação entre três autores dos princípios que "devem" fazer parte da aula do(a) professor(a) de línguas em constante atualização. Richards & Rodgers Brown (1997) Kumaravadivelu (1994) Diminua a inibição; Garanta relevância 2001) 1- Envolva todos os alunos na lição; social; 2- Seja tolerante aos Encoraje a tomada de X erros dos alunos; riscos; 3- Desenvolva a auto- "Aumente" a autoconfiança Desenvolva a confiança dos alunos; dos alunos; consciência cultural do aprendiz; 4- Desenvolva a respon- X sabilidade no aluno; Promova a autonomia do aluno; 5- Use o máximo de X atividades em duplas, Facilite a interação negociada; grupos; 6- Faça dos alunos e não Encoraje os alunos a Contextualize o insumo do professor o centro da usarem processos que lingüístico; aula; utilizem o hemisfério direito do cérebro; 7- Ensine estratégias de Ajude os alunos a usarem a Ative a heurística aprendizagem; intuição; intuitiva; 8- Responda às dificul- Faça com que os erros dos Promova o desenvol- dades dos alunos e alunos possam contribuir vimento da consciência trabalhe em cima delas; para o processo de lingüística; aprendizagem; 9- Forneça o máximo de Ajude os alunos a Maximize as oportuni- 35 oportunidades para a desenvolverem a motivação dades de aprendiza- participação dos alunos; intrínseca; gem; 10- Promova a coope- Promova aprendizagem Integre as quatro ração entre os cooperativa; habilidades; 11- Pratique tanto Promova tolerância à Minimize mal-entendi- fluência quanto correção ambigüidade; dos. aprendizes; gramatical; 12- Direcione as neces- Faça com que os alunos sidades e interesses dos estabeleçam seus próprios alunos. objetivos. X (http://www.ufsm.br) Portanto, o que se convencionou Pós-Método teve relevância em relação às possibilidades que foram oferecidas aos professores em sala de aula, já que a combinação de diferentes métodos e abordagens pode ser essencial para a autonomia do professor e adequação de estratégias para serem utilizadas de acordo com a realidade de seus alunos. 36 CAPÍTULO III ENSINO OU APRENDIZAGEM: DIRETRIZES NO ENSINO SUPERIOR 3.1 – A preparação do professor universitário no Brasil A partir da época da chegada dos jesuítas no Brasil (período colonial) tem-se início o desenvolvimento da educação em nosso país. Já naquela época, havia a preocupação de que profissionais brasileiros estabelecessem relações comerciais com nações estrangeiras, principalmente a Inglaterra. Algumas crenças do tipo “quem sabe sabe ensinar” ou “o bom professor nasce feito” perduraram durante algum tempo em nosso país. A situação passou a se modificar a partir da década de 1930, quando órgãos governamentais passaram a desenvolver ações que viessem a conferir maior técnica aos professores universitários no Brasil. A partir desse momento, surgem os primeiros cursos de pós-graduação no país, em que o Ministro Francisco Campos propunha a implantação de uma pós graduação em moldes europeus (SANTOS, 2003). Em 1965, com o Parecer nº 977, do Conselho Federal de Educação, subdividiu-se a pós-graduação em stricto sensu e lato sensu. Como o objeto de estudo do presente trabalho são as universidades públicas do município do Rio 37 de Janeiro, focaremos na pós-graduação stricto sensu, que por sua vez foi definida em dois níveis: mestrado e doutorado. Atualmente, para que o professor universitário de língua inglesa lecione em uma universidade federal ou estadual, é necessário que ao menos ele seja aluno mestrando (cursando mestrado) da cadeira específica exigida para a posse do cargo. Os programas de mestrado em nosso país têm como objetivo proporcionar a seus alunos (futuros professores universitários da rede pública) conhecimentos e habilidades para a realização de pesquisas científicas, para que não sejam meros “reprodutores” do conhecimento, mas que também o construam. 3.2 – A formação e prática pedagógica dos professores de inglês no Ensino Superior Tornar-se docente universitário nos dias de hoje é uma tarefa cada vez mais desafiadora. O docente de língua inglesa enfrenta inúmeros desafios relacionados à “profissão professor” e precisa estar cada vez mais preparado para lidar com questões relacionadas à estrutura da universidade em que leciona, o perfil do estudante universitário, cumprimento do currículo e planejamento etc. Como explicitado anteriormente, as raízes do ensino superior encontram-se nos cursos de graduação / licenciatura, que muitas das vezes não oferecem a preparação adequada para o docente universitário. 38 3.2.1 – A formação docente Para discutir a formação docente, de acordo com Leffa (2001), faz-se necessário observar quatro aspectos principais: é necessário ter uma teoria, fazer uma prática, conduzir uma pesquisa e desenvolver, por fim, uma política de atuação. Assim, o professor que tem conhecimento da teoria é capaz de ter autonomia para modificar o currículo, quando necessário. A prática esta intrinsecamente ligada à construção e utilização do conhecimento, e a pesquisa é uma espécie de “ponte” entre a teoria e prática. Um outro aspecto importante é a consciência política de ensinar/ aprender línguas. Segundo LEFFA (2001): [...] a formação de um verdadeiro profissional capaz de demonstrar competência e segurança no que faz é um trabalho de muitos anos, que apenas inicia quando o aluno sai da universidade. A verdadeira formação, que incorpora não apenas aquilo que já sabemos, mas abre espaço para abrigar também aquilo que ainda não sabemos. Um professor, que trabalha com um produto extremamente perecível como o conhecimento, tem a obrigação de estar sempre atualizado. (p. 57) O bom profissional docente de língua inglesa no ensino superior deve apresentar bom domínio do idioma, em suas formas escrita, oral, compreensão auditiva, leitura (domínio das quatro habilidades lingüísticas), consciência política e formação pedagógica, com um embasamento mais direcionado à lingüística aplicada. Porém, independente dos métodos e abordagens utilizadas, a maioria dos Departamentos de formação de professores de língua inglesa tem falhado 39 na formação de professores e na inserção desses profissionais no mercado de trabalho. A exemplo dessa possível “falha” na formação de professores de inglês, tomamos como referência O Departamento de Letras Anglo-Germânicas da UFRJ. Este não possui laboratório de fonética adequado, o que dificulta o trabalho na Disciplina “Inglês V – Phonetics” - Fonética da Língua Inglesa. Os alunos em formação não têm como praticar de forma mais próxima do sotaque americano/ britânico os sons da língua, devido à falta de estrutura da própria universidade. Portanto, conclui-se que nenhuma formação é completa, cabe ao docente procurar se especializar através de cursos/ treinamentos, já que muitas das vezes as próprias universidades públicas do município do Rio (UFRJ, UERJ) não oferecem o suporte necessário para a formação dos docentes do ensino superior. A busca pela qualificação constante torna-se essencial para que esse processo se dê da melhor forma possível. 3.2.2 – A prática pedagógica no Ensino Superior Em relação à prática pedagógica que é utilizada no ensino de inglês no Ensino Superior, pode-se dizer que essa é alvo de críticas a um modelo tradicional que ainda é aplicado. Há uma transferência do papel do professor que era apenas responsável pela transmissão do conhecimento, para uma figura atuante, pesquisador do seu próprio trabalho. 3.3 – A atuação do professor universitário: ensino ou aprendizagem? Eis um questionamento acerca da atuação do professor do ensino superior: a relação ensino/aprendizagem. Muitos professores, devido a (má) 40 qualidade de sua formação, tendem a se enxergar como especialistas da disciplina e detentores do conhecimento. Porém, quanto ao ensino de língua inglesa, cada vez mais o nível de “instrução” dos alunos tem aumentado, e essa relação muitas das vezes “se perde”. Os professores que centram o processo de aprendizagem nos alunos e de ensino em si próprios demonstram uma possível inaptidão para o magistério. Para que o processo se dê de forma efetiva, é necessário que o professor de língua inglesa veja seus alunos como principais agentes do processo educativo. Como exemplo prático, os alunos podem participar ativamente de situações propostas pelo professor em sala de aula, nas aulas da disciplina “Oral Skills” (Habilidades orais), a qual é abordada na Disciplina “Inglês 1” (1º período do Curso de Bacharelado em Letras Português-Inglês da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ). Nesta disciplina, o professor pode identificar aptidões, necessidades e interesses dos alunos, e adaptar os mais variados exercícios à própria realidade dos alunos. Portanto, os professores de inglês atuantes em universidades públicas poderiam agir como “facilitadores da aprendizagem”, segundo a linguagem utilizada por Carl Rogers (1902-1987). A partir do momento em que se coloca ênfase na aprendizagem, o papel do professor deixa de ser o de ensinar, e passa a ser ajudar o aluno a aprender. 41 As perspectivas educacionais mais modernas lutam para valorizar a ênfase na aprendizagem dos alunos sobre o ensino de seus professores: Segundo GIL (2010): Hoje, o que mais interessa é a aquisição de uma mentalidade científica, o desenvolvimento das capacidades de análise, síntese e avaliação, bem como o aprimoramento da imaginação criadora. Nesse contexto, o que menos interessa é a informação especializada. O principal papel do professor do Ensino Superior passa a ser, portanto, o de formar pessoas, prepará-las para a vida e para a cidadania e treiná-las como agentes privilegiados do progresso social. (p. 8) Outros autores analisam a relação ensino-aprendizagem a nível universitário. Segundo PIMENTA (2010): Muitos processos de ensino em curso na universidade não passam de meras reproduções de mini-palestras ou reunião de um números determinado de pessoas ouvindo uma delas expor determinado assunto. [...] Portanto, a prática social complexa efetivada entre os sujeitos professor e aluno em sala de aula engloba tanto a ação de ensinar quanto a de aprender . (p. 204, 205) De acordo com Candau (1986), a ação docente de ensinar é fundamentada através da análise de elementos estruturantes do método didático, sendo esses: o conteúdo, a estrutura e a organização interna específicos de cada área, o elemento lógico, o elemento contextual no qual a prática pedagógica se dá. Por fim, tem-se o sujeito da aprendizagem para os fins da educação. Segundo Libâneo (1990), a relação entre o ensino e aprendizagem possibilita uma orientação segura para a prática docente, destacando suas 42 dimensões: política e técnica. Algumas de suas considerações na relação entre o ensinar da docência e o apreender do aluno pautam-se na organização e seleção dos conteúdos ministrados, definição metodológica, e talvez o mais importante: que a prática docente não se resume apenas ao momento da aula. Masetto (2001) também reafirma a ideia de que a sala de aula não pode mais ser entendida “meramente como espaço físico e um tempo determinado em que o professor transmite conhecimentos aos alunos.” (LIBÂNEO, 1990, p. 7). Conforme MASETTO (2001) escreve: Sala de aula é espaço e tempo no qual e durante o qual os sujeitos de um processo de aprendizagem (professor e alunos) se encontram para juntos realizarem uma série de ações (na verdade interações), como, por exemplo, estudar, ler, discutir e debater, ouvir o professor, consultar e trabalhar na biblioteca, redigir trabalhos, participar de conferências de especialistas, entrevistá-los, fazer perguntas, solucionar dúvidas, orientar trabalhos de investigação e pesquisa, desenvolver diferentes formas de expressão e comunicação, realizar oficinas e trabalhos de campo (p. 85). Dessa forma, a aprendizagem deve ocorrer de forma significativa, ou seja, os conteúdos precisam fazer sentido para o aluno. Para que esse processo aconteça de forma efetiva, o professor deve atuar como “facilitador”, colocando o foco no aluno. 3.4 – Os desafios do professor de inglês no Ensino Superior Atualmente, um dos maiores desafios para o professor de inglês, além da formação nos cursos de licenciatura, é a questão da utilização de recursos tecnológicos. 43 A mediação da aprendizagem vem sendo trabalhada através de recursos como livros, revistas, DVDs, CDs e da Internet. A dificuldade de alguns professores para lidar com essas novas tecnologias pode se tornar impedimento para utilização de novas estratégias, motivadoras para os alunos do Ensino Superior. Porém, a boa notícia é que existem programas de capacitação para esses professores que desejam incluir novos recursos no processo ensino/aprendizagem, de forma a dinamizá-lo. O “gatilho” dessas transformações poderia acontecer nos cursos de graduação, porém, de acordo com especialistas, uma deficiência comum que acontece nas Faculdades de Letras é a pouca atenção dada à proficiência do idioma. Outra deficiência seria a falta de novas práticas integradas ao currículo, das quais podemos citar o trabalho com gêneros. De uma forma geral, a disciplina “Didática” não tem sido muito enfocada nas grades curriculares. Alguns cursos fazem a opção de abordar todas as metodologias conhecidas, como é o caso da Universidade Federal do Paraná: "Ensinamos as diferentes abordagens, pois nosso objetivo é garantir que os futuros professores possam lecionar em qualquer escola, pública, privada ou especializada em idiomas", afirma a coordenadora do curso de Letras, Eva Dalmolim. Em relação à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) – um dos focos do presente estudo, mesmo havendo resistência por parte de alguns docentes, há de se tentar adaptar as metodologias à tecnologia: “Facilitamos o acesso às novas maneiras de ensinar, fazendo com que os alunos aprendam a utilizar filmes, laboratórios, músicas e videoconferências", afirma a professora da Faculdade de Educação, Inês Barbosa de Oliveira. 44 Já em relação à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – também foco do presente estudo, o representante do Departamento de Línguas Anglo-Germânicas e referência nos estudos de Lingüística Aplicada no Brasil, professor Luiz Paulo da Moita Lopes, afirma que a formação completa deveria incluir a abordagem sociointeracionista, de forma que nenhuma outra estratégia fosse invalidada, mesmo que as estratégias fossem específicas de outras abordagens: "Existem atividades dos métodos tradicional e audiolingual, por exemplo, que podem ser usadas em algumas situações desde que sejam significativas para a turma e estejam dentro dos objetivos de aprendizagem". Através das reflexões acerca da metodologia mais adequada para o ensino/aprendizado de inglês, pensar uma prática que promova autonomia e comprometimento do docente de inglês do Ensino Superior será sempre uma tarefa desafiadora nos dias atuais. 45 CONCLUSÃO Através das constatações feitas no presente trabalho, percebemos em um primeiro momento a importância de se compreender a história para se entender o presente. As Reformas que aconteceram na educação desde a época da colonização foram fundamentais para o panorama atual da educação brasileira. A falta de metodologias adequadas para o ensino de línguas era uma questão delicada, e, além disso, a quantidade de horas semanais destinadas ao ensino de línguas estrangeiras era bem reduzida. A língua francesa, que até então era predominante em relação ao inglês, foi perdendo seu espaço, até que após a Segunda Guerra Mundial a língua inglesa passou a fazer parte de nossa cultura e do vocabulário de nossos cidadãos, o que ficou caracterizado como “American way of life” (estilo de vida americano). Nesse período, algumas mudanças comportamentais puderam ser observadas no povo brasileiro, como, por exemplo, a substituição dos famosos sucos tropicais por refrigerante (soda), entre outros. Algumas leis foram instituídas em nosso país visando propostas para a educação básica e ensino superior, dentre elas a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Através de suas especificidades, essas leis promoveram alguns avanços em relação ao ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, contudo, alguns pontos devem ser ressaltados: o foco na habilidade de leitura foi pautado na função social das línguas estrangeiras no país, sendo justificado pela importância da leitura para o letramento do aluno e seu desempenho como leitor em sua língua materna. 46 Desde então, houve a necessidade de serem criados novos métodos e abordagens de ensino de línguas estrangeiras no país, os quais fossem aplicados às necessidades dos alunos em sala de aula. A primeira tentativa deu-se através do que chamamos de “Abordagem Tradicional”, a qual se desencadeou a partir da década de 60 do século passado. Essa abordagem ficou subdividida em “Abordagem da Gramática e da Tradução”, “Abordagem Direta”, “Abordagem para a Leitura” e “Abordagem Audiolingual”. Dentre essas, a Abordagem Audiolingual até os dias atuais vem sendo bastante utilizada a nível universitário e em cursos de idiomas, mas não tão popularmente aplicada ao ensino/aprendizagem como a Abordagem Comunicativa. Essa última se deu a partir do pensamento que a língua deveria ser vista “como um conjunto de eventos comunicativos”, e não somente formada através de frases soltas e modelos prontos de diálogo para serem meramente reproduzidos pelos alunos. Porém, a revolução nos métodos e abordagens de ensino começou de forma mais intensa a partir da era “Pós-Método”, a qual ficou caracterizada por ser um período em que pesquisadores começaram a questionar a aplicabilidade de apenas um método em sala de aula, propondo a junção de um ou mais métodos ou a criação de um método próprio, que atendesse às necessidades dos alunos. A relação ensino/aprendizagem no ensino superior encontra-se pautada, entre outras questões, nos alunos que concluíram os cursos de licenciatura em língua inglesa e que se tornam professores em universidades do município do Rio de Janeiro. A formação pedagógica e a prática docente encontram-se intrinsecamente ligadas, já que a primeira contribui direta ou indiretamente para a formação de docentes que venham a desenvolver a autonomia necessária para conduzirem suas turmas e serem atuantes inclusive na pesquisa do seu próprio trabalho. 47 Além da falta de infraestrutura de algumas instituições de ensino superior, a falta de qualificação de professores (falta de domínio da língua inglesa em suas quatro habilidades lingüísticas), os professores de língua inglesa de universidades públicas do município do Rio de Janeiro ainda enfrentam dificuldades em aplicar as novas tecnologias ao dia-a-dia dos alunos. Muitos simplesmente optam por não oferecerem essas novas possibilidades aos alunos por não dominá-las. Portanto, apesar da resistência de alguns docentes em adequar as novas tecnologias às salas de aula do ensino superior e outras dificuldades por esses encontradas para exercer a docência em sua essência, o professor de língua inglesa deve cumprir bem seu papel e utilizar as ferramentas necessárias para que o processo de ensino/aprendizagem seja efetivo e que os inúmeros desafios da profissão professor sejam superados a cada dia. 48 BIBLIOGRAFIA BRASIL. MEC Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira /Secretaria de Educação Fundamental. . Brasília : MEC/SEF, 1998. BROWN, H. D. Principles of language learning and teaching. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice Hall, 1997. Carta de Pelotas http://www.ipol.org.br/ler.php?cod=132 Acesso em 05 de novembro de 2011. CHAGAS, R.V.C. 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Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1992. 50 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO............................................................... ................................... 2 AGRADECIMENTOS...............................................................................................3 DEDICATÓRIA........................................................................................................4 METODOLOGIA .....................................................................................................5 RESUMO....................................................................................................................6 SUMÁRIO..................................................................................................................7 INTRODUÇÃO..........................................................................................................8 CAPÍTULO I - RETROSPECTIVA HISTÓRICA SOBRE O ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS ................................................................................10 1.1 BREVE HISTÓRICO DO ENSINO DE LE NO BRASIL...............................10 1.2 MUDANÇA DE PANORAMA: PÓS SEGUNDA GUERRA MUNDIAL..............................................................................................................13 1.3 COMO SE DÁ O ENSINO DE INGLÊS NA EDUCAÇÃO BÁSICA............15 1.4 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCNs) E SEUS DESDOBRAMENTOS...........................................................................................17 1.5 O ENSINO DE INGLÊS NO MUNDO GLOBALIZADO...............................21 CAPÍTULO II - ABORDAGENS E MÉTODOS DE ENSINO DE LÍNGUA INGLESA ..................................................................................................................24 2.1 ABORDAGEM TRADICIONAL........................................................................24 2.1.1 ABORDAGEM DA GRAMÁTICA E DA TRADUÇÃO................................24 2.1.2 ABORDAGEM DIRETA...................................................................................26 2.1.3 ABORDAGEM PARA A LEITURA................................................................29 2.1.4 ABORDAGEM AUDIOLINGUAL...................................................................30 2.2 ABORDAGEM COMUNICATIVA.....................................................................31 2.3 A ERA PÓS MÉTODO.........................................................................................32 CAPÍTULO III – ENSINO OU APRENDIZAGEM: DIRETRIZES NO ENSINO SUPERIOR ................................................................................................................36 3.1 A PREPARAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO NO BRASIL............36 3.2 A FORMAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DE INGLÊS NO ENSINO SUPERIOR ...............................................................................37 3.2.1 A FORMAÇÃO DOCENTE......................................................................38 3.2.2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO SUPERIOR ...............................39 51 3.3 A ATUAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO: ENSINO OU APRENDIZAGEM? ......................................................................................................39 3.4 OS DESAFIOS DO PROFESSOR DE INGLÊS NO ENSINO SUPERIOR.......42 CONCLUSÃO ................................................................................................................45 BIBLIOGRAFIA..................................................................................................48 ÍNDICE .............................................................................................................50