AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, Ethiopia P. O. Box 3243 Telephone 251 115 51 38 22 Website: www.au.int CONSELHO EXECUTIVO Décima Nona Sessão Ordinária 23-28 de Junho de 2011 Malabo, GUINÉ EQUATORIAL EX.CL/677(XIX) Original: Inglês RELATÓRIO DO CONSELHO ECONÓMICO, SOCIAL E CULTURAL (ECOSOCC) EX.CL/677(XIX) Pág. 1 INTRODUÇÃO 1. O Conselho Executivo recorda que a sua 17ª Sessão Ordinária realizada em Kampala, Uganda, em Julho de 2010 aprovou a Decisão EX.CL.599(XVII) sobre o Conselho Económico, Social e Cultural da União Africana (ECOSOCC). A decisão congratulou-se com os progressos realizados pelo ECOSOCC na implementação do seu mandato e solicitou tanto ao ECOSOCC como à Comissão a tomar medidas adicionais para consolidar esses esforços. Além disso, solicitou à Comissão Permanente do ECOSOCC, como unidade executiva, a acelerar a operacionalização dos seus grupos, convocar reuniões estatutárias adequadas para desenvolver este processo e elaborar relatórios sobre a implementação da presente decisão à esta Sessão Ordinária do Conselho em Junho/Julho de 2011. O objectivo do presente relatório do ECOSOCC, apresentado pela Comissão Permanente, é o de cumprir essa obrigação ao Conselho. Deste modo, o ECOSOCC teve igualmente em conta a Decisão EX.CL.633(XVIII) decorrente das actividades da 18ª Sessão Ordinária do Conselho realizada em Adis Abeba, Etiópia, em Janeiro de 2011. REUNIÕES MANDATO ESTATUTÁRIAS PARA ORIENTAR A IMPLEMENTAÇÃO DO 2. Conforme orientado pelo Conselho, a Comissão Permanente do ECOSOCC reuniu-se por três vezes no período entre Julho de 2010 e Junho de 2011 (Joanesburgo, África do Sul, em Agosto de 2010, Yaoundé, Camarões, em Abril de 2011 e Port of Spain, em Trinidade e Tobago, em Maio de 2011, respectivamente) para analisar e implementar as medidas necessárias para a execução desse mandato, analisar e acompanhar os resultados e definir as prioridades que vão garantir o progresso ordenado e sustentado. O local da sua última reunião, também foi com base na insistência dos membros da sua diáspora, no sentido de aumentar a visibilidade na participação da Diáspora nas actividades do ECOSOCC. Como resultado, a Comissão Permanente estabeleceu duas prioridades interligadas para orientar a execução do seu mandato, nomeadamente, a operacionalização das suas Comissões de Grupos e o processo de criação de instituições que irão apoiar e consolidar o seu quadro de funcionamento. OPERACIONALIZAÇÃO DAS COMISSÕES DOS GRUPOS SECTORIAIS 3. O destaque na operacionalização das Comissões dos Grupos do ECOSOCC está adaptado às exigências do Estatuto ECOSOCC aprovado pelo Conselho e Assembleia da União. O Artigo 3º do referido Estatuto estabelece que o ECOSOCC é um órgão consultivo da União composto por diferentes grupos sociais e profissionais e o Artigo 2º estabelece objectivos gerais que deve, entre outras coisas, actuar em conformidade com os objectivos da União. Contudo, a finalidade essencial do ECOSOCC é descrita no Artigo 7º, contribuindo através do "aconselhamento para a tradução efectiva dos objectivos, princípios e políticas da União em programas concretos, bem como a avaliação desses programas." O Artigo 11º estabelece então 10 Comissões Sectoriais EX.CL/677(XIX) Pág. 2 dos Grupos "como mecanismos operacionais principais do ECOSOCC para a formulação (consultiva) de pareceres e fornecer subsídios para as políticas e programas da União Africana." Resulta, portanto, que as Comissões Sectoriais dos Grupos são as principais ferramentas através das quais o ECOSOCC pode e deve executar a sua função principal. Esta constatação orientou a abordagem da Comissão Permanente na implementação do seu mandato. a) Liderança e Estrutura das Comissões dos Grupos 4. O primeiro passo foi o de determinar a estrutura das Comissões Setoriais dos Grupos e as modalidades do seu funcionamento. Esta questão está entrelaçada ao próprio carácter da Comissão Permanente. O Artigo 10º, que rege a composição da Comissão Permanente exige que deve incluir dezoito membros da seguinte forma: o Presidente da Mesa e 5 outros membros da Mesa, que abrange as principais regiões do continente e da Diáspora, dois representantes da Comissão e 10 Presidentes das Comissões Permanentes. Assim, existe um fenómeno da "galinha e o ovo" de quem vem em primeiro lugar. Devem os Grupos ser formados para eleger os seus Presidentes ou os Presidentes serem eleitos antes dos Grupos? Na determinação desta questão, duas considerações principais nortearam a 2ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral Permanente do ECOSOCC na sua reunião de Julho de 2009 em Yaoundé, Camarões. A primeira foi o parágrafo (1) do Artigo 10º do Estatuto que prevê que a Comissão Permanente será eleita pela Assembleia Geral (em vez dos membros das Comissões dos Grupos). A segunda foi de que o parágrafo (2) do Artigo 10º do Estatuto confere poderes executivo à Comissão Permanente para coordenar o trabalho do ECOSOCC e este requisito não podia esperar pelo funcionamento pleno do sistema das Comissões Sectoriais dos Grupos. 5. Assim, os Presidentes das Comissões dos Grupos foram eleitos pela Assembleia Geral da Comissão Permanente para definir o ritmo para a organização eficaz das Comissões Sectoriais dos Grupos. O passo seguinte foi a determinação da estrutura das Comissões Sectoriais dos Grupos. A Comissão Permanente estudou várias opções e concordou que as Comissões Sectoriais dos Grupos terão uma estrutura de três categorias a saber, os membros principais, derivados da Assembleia Geral do ECOSOCC, os membros associados que se enquadram nas variedades de conhecimentos gerais disponíveis em cada área sectorial dos Grupos com o objectivo de trazer os "melhores e mais brilhantes" que a sociedade civil pode oferecer para prestar pareceres consultivos de qualidade como contributos nas políticas e programas, conforme previsto pelos Artigos 7º e 11º do Estatuto, e os membros convidados, com conhecimentos específicos necessários tanto para uma determinada iniciativa, programa ou política na base ad-hoc conforme a necessidade. A concepção aqui é a de inspirar-se em toda uma variedade de competências no âmbito da sociedade civil em geral e estruturar e aproveitar as suas contribuições de forma sistemática e internamente para melhorar as políticas e programas no seio da União. EX.CL/677(XIX) Pág. 3 b) Orientações Operacionais e Planos de Trabalho dos Grupos 6. Posteriormente, a Comissão Permanente decidiu criar um subcomité para estabelecer as modalidades de funcionamento intra-órgãos no seio deste contexto. O seu termo de referência foi o de propor regras de engajamento que regem o relacionamento entre os membros principais, associados e convidados, o formato e a estrutura dos pareceres consultivos, o processo de iniciação e retornos e avaliação dos impactos, a harmonização dos processos e as relações de trabalho com os Departamentos da Comissão bem como outros órgãos e instituições competentes da UA. Relacionados a isso, é a questão do carácter e formato padrão dos pareceres consultivos, quem os inicia e em que condições; como devem ser processados e do quadro para o retorno, análise e avaliação do impacto. Há igualmente a exigência do Regimento Interno que rege a conduta das reuniões de trabalho das Comissões Sectoriais dos Grupos e relacioná-lo com a estrutura de governação mais ampla do próprio ECOSOCC, nomeadamente, a Comissão Permanente e a Assembleia Geral. O produto final seria então um documento-quadro que será submetido ao Conselho Executivo da União para adopção e aprovação. 7. O subcomité começou a trabalhar quase imediatamente e fez progressos desejáveis nesse sentido, mas os seus esforços têm sido abrandados pela exigência interna de eleições intercalares. O Estatuto especifica que o Presidente da Mesa, a Mesa e o Membro da Comissão Permanente do Grupo, incluindo os Presidentes dos Grupos exerçam os cargos por apenas dois anos após os quais devem candidatar-se à eleições internas. As questões das eleições seriam consideradas posteriormente. De notar que foi programado para serem realizadas em Lilongwe, no Malawi, em Dezembro de 2010, mas tiveram de ser adiadas a pedido das autoridades do Malawi. Isso afectou a dinâmica de desenvolvimento do quadro de fragmentação, que desde então tem sido reavivado pelas reuniões da Comissão Permanente em Yaoundé e de Port of Spain, em Trinidade e Tobago. O Subcomité se reunirá logo após a Cimeira sob orientação da Comissão Permanente (em Yaoundé e Port of Spain) para finalizar o projecto de Orientações Operacionais que apoiarão o trabalho das Comissões Sectoriais dos Grupos para apreciação da Assembleia Geral da ECOSOCC na sua próxima sessão, em Nairobi, Quénia, em Setembro/Outubro de 2011. Além disso, a Comissão Permanente está igualmente a adoptar um procedimento para a consolidação dos planos de trabalho das Comissões Sectoriais dos Grupos, que são adaptados às disposições do orçamento aprovado, e a sua utilização em conformidade com os Regulamentos Financeiros da União. c) Contribuições nas Políticas e Programas 8. É igualmente importante notar, no entanto, que uma decisão principal da Comissão Permanente foi igualmente que a composição principal dos Grupos Sectoriais da ECOSOCC devem continuar a funcionar mesmo na sua forma embrionária, para dar conselhos e fazer contribuições concretas em programas e políticas da UA. É importante observar que principais e importantes resultados foram já registados nesse sentido. A Comissão do Grupo de Paz e Segurança do ECOSOCC EX.CL/677(XIX) Pág. 4 fez importantes recomendações através do seu Secretariado na CIDO e teve um impacto notável no desenvolvimento da fórmula de Livingstone ou Mecanismos de Interacção do CPS com a sociedade civil adoptada na Zâmbia. Organizou uma consulta importante com a Comunidade Africana da Sociedade Civil para adoptar um conjunto de recomendações que constitui o principal pilar da fórmula. O Grupo de Paz e Segurança analisou igualmente e fez contribuições para o Projecto de Relatório da Política do Sector da Segurança da União Africana. A Comissão do Grupo Sectorial dos Assuntos Políticos estabeleceu igualmente uma importante relação de trabalho com o Departamento cognato da Comissão e outros órgãos relevantes e contribuiu efectivamente para a Estratégia de Direitos Humanos para África, para o desenvolvimento da Arquitectura Africana de Governação e para a Convenção de Kampala sobre Refugiados e Deslocados Internos. Em parceria com o Departamento de Assuntos Políticos, e outros parceiros, foi autor do Guia da Sociedade Civil sobre Refugiados e Pessoas Deslocadas Internamente que foi lançado em Addis Abeba, Etiópia, a 26 de Maio de 2011. 9. O Guia estabeleceu as responsabilidades e os esforços que a sociedade civil tem de fazer para apoiar a Convenção sobre PDI e como se deve organizar para interagir, complementar e consolidar os esforços dos Estados-membros da União e outros parceiros relevantes neste processo de forma eficaz. Além disso, no geral, as lideranças dos vários grupos têm colaborado para liderar os esforços do Comité Directivo do Grupo Africano das OSCs envolvidas no quadro das OSCs Intercontinentais do processo de parceria UE-África. Isso tem estimulado a crescente representação das OSC no processo de parceria dos Grupos de Peritos Conjuntos (JAES) e da participação efectiva das OSC na aliança estratégica com uma apresentação única da OSC em Tripoli, na Líbia, para a Cimeira UE-África em Novembro de 2010. Estão em curso esforços para desenvolver cada vez mais este processo e o ECOSOCC tem igualmente desempenhado um importante papel na consulta pós-cimeira com o Grupo Directivo das OSCs da União Europeia que se reuniu em Bruxelas, de 9 a 10 de Maio de 2011 para mapear a via a seguir. 10. Além disso, os Chefes dos vários Grupos continuaram a trabalhar como exigido, com alguns Departamentos relacionados da Comissão, conforme previsto no Estatuto da ECOSOCC. Recentemente, o Presidente do Grupo de Recursos Humanos, Ciência e Tecnologia esteve envolvido na reunião Pré-cimeira que deliberou sobre o documento-quadro sobre a Juventude que serão considerados durante esta Cimeira. De igual modo, o Grupo de Assuntos Políticos, em colaboração com a CIDO e com o Departamento de Assuntos Políticos organizaram conjuntamente as Consultas UASociedade Civil que foi parte dos preparativos para a Cimeira sobre Valores Partilhados de Janeiro de 2011. ELEIÇÕES E DEMOCRACIA INTERNA NO SEIO DO ECOSOCC 11. Como indicado anteriormente, o ritmo de trabalho do ECOSOCC foi afectado e foi igualmente influenciado pela demanda jurídica para as eleições. Como um órgão da sociedade civil que defende e foi criado para alimentar os processos democráticos, a EX.CL/677(XIX) Pág. 5 governação e o desenvolvimento socioeconómico da União, a Comissão Permanente preocupou-se em cumprir as obrigações legais necessárias nesse sentido. Mais ainda, as condições de legitimidade tênues podem prejudicar o vigor dos seus esforços de desenvolvimento. 12. De acordo com a exigência jurídica do parágrafo (4) do Artigo 9º e do parágrafo (4) do Artigo 10º do Estatuto do ECOSOCC, foram feitos preparativos para realizar eleições intercalares em Dezembro de 2011, mas estas foram adiadas devido às circunstâncias enumeradas anteriormente. Posteriormente, a Comissão Permanente reuniu-se de novo em Yaoundé, em Abril de 2011, e estabeleceu novas datas para as eleições alargadas intercalares em Setembro/Outubro de 2011. A sessão da Comissão Permanente, em Yaoundé, Camarões, após deliberação sérias e alargadas, analisou cuidadosamente as opções e decidiu que o local das eleições intercalares seria Nairobi, no Quénia, em Setembro/Outubro de 2011, conforme a necessidade. Iniciaram-se consultas em preparação para a reunião e as reuniões de acompanhamento serão realizadas, conforme o caso, com as autoridades quenianas, a este respeito. 13. Além disso, o mandato de toda a Assembleia Geral irá expirar no final de 2012. Assim, a reunião da Comissão Permanente, realizada em Yaoundé, em Abril de 2011, solicitou que o Comité de Credenciais deve se reunir, o mais rapidamente possível, para preparar um plano de acção e cronograma para a próxima Assembleia Geral do ECOSOCC e procurar garantir que as eleições sejam realizadas a tempo para a Assembleia Geral a ser inaugurada em Setembro de 2012. O Secretariado está a trabalhar sobre esta instrução e o Comité de Credenciais se reunirá logo após a Cimeira para estabelecer um plano de acção com prazos adequados para este processo. 14. Para melhorar ainda mais o trabalho da próxima Assembleia Geral, a Comissão Permanente solicitou igualmente ao Secretariado que tome as medidas necessárias para convocar os Subcomités e Comissões Ad-hoc sobre as Regimentos e de Alteração de Estatutos da Assembleia Geral para realizar as análises necessárias à apreciação da próxima reunião da Assembleia Geral, a fim de assegurar que a Segunda Assembleia Geral Permanente, que sucede a actual seja lançada com base numa plataforma que beneficiou de forma eficaz das lições da experiência da sua antecessora. CONCLUSÃO 15. As duas prioridades definidas pela Comissão Permanente – Desenvolvimento do Grupo Sectorial e do processo da sua própria Instituição - Construção - foram interligados e reforçam-se mutuamente. As duas prioridades dão igualmente primazia ao apoio de recursos e ao fortalecimento do Secretariado do ECOSOCC na CIDO. A operacionalização efectiva das Comissões Sectoriais dos Grupos implica recursos adicionais para permitir-lhes implementar o seu mandato e a Comissão Permanente EX.CL/677(XIX) Pág. 6 encarregou o Secretariado e o Presidente da Mesa a tomar as medidas necessárias para facilitar a disponibilidade dos referidos recursos. 16. De igual modo, a Comissão, através do seu Secretariado na CIDO continua a oferecer apoio eficaz às actividades do Secretariado do ECOSOCC incluindo o suporte adequado para a implementação das actividades do programa, comunicação com os Estados-membros por intermédio das Embaixadas em Adis Abeba, articulação com a Comissão, outros órgãos e a comunidade da sociedade civil mais alargada, conforme solicitado na Decisão EX.CL.633(XVIII) de Janeiro de 2011. Contudo, como o ECOSOCC avança no processo de operacionalização das Comissões dos Grupos, seria necessário assegurar que o Secretariado do ECOSOCC na CIDO seja totalmente apetrechado com pessoal e actualizado conforme a necessidade. O Secretariado, em consulta com a Comissão Permanente, vai apresentar recomendações através do Subcomité de Estruturas do CRP para a consideração do CRP e do Conselho, conforme necessário.