1 UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA DE CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS CASUÍSTICA DE PERIODONTIA E CÁLCULO DENTÁRIO EM CÃES DA RAÇA BEAGLE NO BIOTÉRIO CENTRAL-UFSC Luiz Fernando Chaltein de Oliveira Bello Florianópolis, outubro de 2008 2 LUIZ FERNANDO CHALTEIN DE BELLO Aluno do Curso de Especialização “Lato sensu” em Clínica Médica e Cirúrgica em Pequenos Animais CASUÍSTICA DE PERIODONTIA E CÁLCULO DENTÁRIO EM CÃES DA RAÇA BEAGLE NO BIOTÉRIO CENTRAL-UFSC Trabalho monográfico do curso de pós-graduação “Lato sensu” em Clinica Médica de Pequenos Animais apresentado à UCB como requisito parcial para a obtenção de título de especialista em Clínica Médica e Cirúrgica em Pequenos Animais, sob a orientação do Professor Marco Antonio de Lorenzo. Florianópolis, outubro de 2008. 3 CASUÍSTICA DE PERIODONTIA E CÁLCULO DENTÁRIO EM CÃES DA RAÇA BEAGLE NO BIOTÉRIO CENTRAL-UFSC Elaborado por Luiz Fernando Chaltein de Oliveira Bello Aluno do curso de pós-graduação graduação “Lato sensu” em Clinica Médica de Pequenos Animais apresentado à UCB Foi analisado e aprovado com grau: ..................................... Florianópolis, _______ de ___________________ de ________. _______________________________ Membro _______________________________ Membro _______________________________ Professor Orientador Presidente Florianópolis, outubro de 2008. 4 Dedico este trabalho aos meus familiares, principalmente à minha esposa e minhas filhas. 5 RESUMO/ABSTRACT Bello, Luiz Fernando Chaltein de Oliveira CASUÍSTICA DE PERIODONTIA E CÁLCULO DENTÁRIO EM CÃES DA RAÇA BEAGLE NO BIOTÉRIO CENTRAL-UFSC. As doenças periodontais resultam de resposta inflamatória progressiva do hospedeiro ao acúmulo de placa bacteriana, desencadeando a formação de cálculo dentário, gengivite, e, conseqüentemente, doença periodontal. O objetivo desse levantamento casuístico foi avaliar a ocorrência de cálculo dental e doença periodontal, utilizando método de escore para cálculo proposto por LASCALA e MOUSSALLI (1980) e escores para doença periodontal segundo o critério de BEARD e BEARD (1989). Foram examinados 25 cães da raça Beagle do plantel reprodutivo do canil do Biotério Centra da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sendo 19 fêmeas e 6 machos, com peso médio de 16,852 kg e as idades variaram entre um ano e sete meses a nove anos. Os animais foram anestesiados e submetidos a exame clínico da cavidade oral, para mensuração dos cálculos dental e do grau de doença periodontal. Verificou-se que a elevação dos escores da doença periodontal acompanha a elevação dos escores de cálculo dentário e que ambos os escores, se elevam proporcionalmente com aumento da faixa etária dos animais nesse levantamento, com exceção dos dentes incisivos que pela grande variabilidade mostrou uma tendência a esse perfil, mas que não foi estatisticamente significativa. PERIODONTAL AND DENTAL CALCULUS CASUISTRY IN BEAGLE DOGS AT BIOTÉRIO CENTRAL-UFSC. Periodontal diseases result from the host's inflammatory response to the gradual accumulation of plaque, triggering the formation of dental calculus, gingivitis, and consequently, periodontal disease. The aim of the survey sample was to evaluate the occurrence of dental calculus and periodontal disease, using the calculation method of scoring proposed by LaSCALA and MOUSSALLI (1980) and scores for periodontal disease proposed by BEARD and BEARD (1989). 25 dogs of the breed Beagle's squad breeding kennel in the Biotério Central Federal University of Santa Catarina (UFSC) - 19 females and 6 males - with average weight of 16,852 kg and the ages ranged between one year and seven months to nine years. The dogs were anesthetized and underwent clinical examination of the oral cavity, to dental calculation and measurement of the degree of periodontal disease. It was found that the elevation of scores of periodontal disease follows the lifting of scores of dental calculus and that both scores, levels rise proportionally with increasing age of animals in this survey, with the exception of the incisor teeth to the great variability showed a trend to this profile, but that was not statistically significant. 6 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Instalações do Canil reprodutivo do Biotério Central UFSC............................... 12 Figura 2: Abridor de boca de seringa descartável de 1 ml. ............................................... 13 Figura 3: Sondagem da bolsa gengival do dente canino maxilar superior esquerdo ........ 14 Figura 4: Cálculo supragengival dos 2, 3,4 pré-molar e 1 e 2 molares maxilares direito, cobrindo não mais que 1/3 da superfície dental. ................................................... 15 Figura 5. Cálculo dentário recobrindo mais que 2/3 da superfície dentária do 1°, 3° e 4° pré-molares e 1° e 2° molares e canino maxilar direito e 1°, 2° e 3° pré-molares mandibulares direitos ........................................................................................................ 16 Figura 6: Cálculo supragengival contínuo e subgengival dos 3° e 4° pré-molares da maxila direito, 1° e 2° molares da maxila direita. Canino da maxila direita com cálculo supragengival e subgengival com bolsas. Perda dos dentes 1° e 3° pré-molares da maxila direita, mobilidade dos 3° e 4° pré-molar maxilar direito ....................................... 16 Figura 7. Gengivite moderada com enrolamento da gengiva que cobre o canino da maxila direita. Imagem após raspagem dos cálculos. ....................................................... 17 Figura 8: Sulco gengival com mais de 4 mm de profundidade no canino da maxila direita, retração gengival no 4° pré-molar da maxila direita. Gengiva vermelha púrpura da maxila.............................................................................................................. 18 Figura 9. Retração gengival do 3° e 4° pré-molar da maxila direita, mobilidade do 3° pré-molar da maxila direit .................................................................................................. 18 Figura 10: Retração gengival do canino e 4° pré-molar da maxila direita com bolsa com mais de 6 mm, incisivos 1°, 2° e 3° da maxila direita com retração gengival, perda de dentes 1°, 2° e 3° da maxila direita .................................................................... 19 Figura 11: Gráfico dos Cálculos dentário. A - cálculo estatístico dos incisivos, B cálculo estatístico dos caninos, C – cálculo estatístico dos pré-molares, D – Cálculo estatístico dos molares. ( * = significativo para p<0,05).................................................... 30 Figura 12: Gráficos de Doença Periodontal. A - calculo estatístico dos incisivos, B – cálculo estatístico dos aninos, C – cálculo estatístico dos pré-molares, D – cálculo estatístico dos molares. ( * = significativo para p<0,05).................................................. 319 7 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1. Dentes Incisivos com predomínio do score 0 (ausência de cálculo) e score 1 (menos de 1/3 de cálculo ............................................................................................... 22 Gráfico 2. Dentes Caninos com predomínio do score 2 (cobertura mais que 1/3 do dente ................................................................................................................................. 22 Gráfico 3: Predomínio de score máximo 3 (cobertura total do dente pelo cálculo ou acima de 2/3 ), nos 4º e 5º pré-molares, maior percentual do score 1 (menos de 1/3 de cálculo cobrindo o dente) nos dentes 1º, 2º e 3º pré-molares. ..................................... 24 Gráfico 4. Predomínio do score o nos dentes mandibulares e percentual elevado do score 1 em todos os dentes. ............................................................................................. 24 Gráfico 5. Observa pouco cálculo pelo maior percentual do score 0 (ausência de cálculo dentário). ............................................................................................................... 25 Gráfico 6. Demonstra um acometimento pouco elevado da doença periodontal. Tendo como score máximo o score 3 (gengivite severa, edema acentuado coloração do vermelho a púrpura). .................................................................................................... 26 Gráfico 7. Demonstra um acometimento mais intenso da doença periodontal pela presença do score máximo em quase todos os dentes. ................................................... 27 Gráfico 8. Mostra pouco acometimento de doença periodontal, tendo só o dente molar maxilar esquerdo com score 3. ............................................................................... 27 8 SUMÁRIO RESUMO/ABSTRACT ........................................................................................................................................ 5 LISTA DE GRÁFICOS......................................................................................................................................... 7 SUMÁRIO .............................................................................................................................................................. 8 SUMÁRIO .............................................................................................................................................................. 8 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 9 2. OBJETIVOS .................................................................................................................................................... 11 3. MATERIAL E MÉTODO .............................................................................................................................. 12 AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO DO CÁLCULO PERIODONTAL ............................................................ 15 AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL .............................................................. 17 CASUÍSTICA DO CÁLCULO DENTÁRIO E DOENÇA PERIODONTAL EM RELAÇÃO À IDADE ....... 19 4. RESULTADOS................................................................................................................................................ 20 5. DISCUSSÃO .................................................................................................................................................... 31 6. CONCLUSÃO ................................................................................................................................................. 32 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. .................................................................................................... 33 9 1. INTRODUÇÃO O cão é considerado hoje o animal de sentimento mais próximo ao ser humano, levando-o, muitas vezes, a ser considerado como membro da família, fazendo com que haja uma preocupação cada vez maior com a saúde do mesmo e com a possível transmissão de doenças ao homem, tornando imprescindível um adequado e rotineiro acompanhamento veterinário. Com o aumento percentual das especializações na área de medicina veterinária, a partir de novas técnicas de diagnósticos e tratamentos, inclusive no ramo da odontologia, principalmente em doenças da cavidade oral, observa-se, além de diagnósticos mais freqüentes e precisos, uma conseqüente melhoria da qualidade de vida dos animais. Neste contexto, a halitose, que é um dos sinais que normalmente acompanha quadros de problemas dentários – onde as periodontopatias merecem destaque – é uma das principais reclamações dos proprietários e que serve como ponto de partida, junto com outros sinais de fácil detecção, como o escurecimento dos dentes, para a busca de auxílio profissional. Das alterações mórbidas da cavidade oral dos cães, a doença periodontal tem grande incidência, nos seus mais variados graus, atingindo cerca de 85 % dos animais adultos (CORRÊA; VENTURINI, 1996). A doença periodontal acomete o tecido de suporte do dente e o periodonto, sendo um processo inflamatório, que pode decorrer de traumatismo e que acomete os tecidos de sustentação e revestimento do dente propriamente dito, além de, potencialmente, propiciar diversas alterações sistêmicas. Alguns fatores predisponentes tais como idade, raça, dieta e sensibilidade individual e também os fatores determinantes, como acúmulo de placa bacteriana e cálculo dentário estão relacionados diretamente com a doença periodontal. As estruturas afetadas são a gengiva, o osso alveolar, o ligamento periodontal e o cemento. O processo é chamado periodontite, sendo irreversível (GIOSO, 1993) e ocorre em conseqüência do acúmulo de placa na superfície dos dentes, resultando em inflamação gengival (trauma) e destruição de tecidos. Pode 10 ocorrer bacteremia por formação de complexos imunes com conseqüente comprometimento de órgãos vitais como coração, fígado, rins e também das articulações (Corrêa; Venturini, 1996). Clinicamente, a doença periodontal pode apresentar sinais comuns como halitose, sialorréia, mobilidade dentária, gengivite severa, retração gengival com exposição da raiz, hemorragia gengival branda a moderada, bolsas periodontais, secreção nasal e fístulas oro nasais além de poder apresentar sinais incomuns que incluem disfagia, anorexia, hemorragia severa pelo sulco gengival, fraturas, úlceras de contato, migração dentária intranasal, extensa perda óssea e osteomielite (GOLDSTEIN, 1990; GOURLAY & NEVES, 1990). 11 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVOS GERAIS: Avaliar o estado da saúde bucal através da análise individual dos dentes de cães da raça beagle criados em condições controladas de manejo e alimentação. Esta avaliação se restringe à observação clínica dos fenômenos de cálculo dentário e doença periodontal com a posterior intervenção para melhoria da qualidade vida desses animais. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 2.2.1. Analisar cada dente, segundo um critério de escores (posteriormente descrito) quanto ao grau de acometimento por cálculo e doença periodontal e a porcentagem com que esses scores se apresentam para cada tipo de dente na sua devida posição bucal dentro desta população. 2.2.2. Comparar estatisticamente a evolução dos quadros de cálculo e doença periodontal com o aumento da idade dos animais avaliando o acometimento dos grupos dentários (incisivos, caninos, pré-molares e molares) por faixas etárias definidas (posteriormente descrito) 12 3. MATERIAL E MÉTODO Foram utilizados 25 cães da raça Beagle do plantel reprodutivo do canil do Biotério Centra da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sendo 19 fêmeas e 6 machos, com peso médio de 16,852 kg. As idades variaram entre um ano e dez meses e nove anos e 1 mês tendo sido examinados 1050 dentes. Os animais são mantidos em canis coletivos, submetidos ao mesmo tipo de manejo e alimentados com ração comercial do tipo extrusada (figura 1). Figura 1: Instalações do Canil reprodutivo do Biotério Central UFSC. Estabeleceu-se como critério o uso de animais sadios clinicamente e a administração do medicamento Stomorgyl®, por 5dias consecutivos anteriores ao exame dos animais. 13 O exame e a avaliação clínica do periodonto e cálculo dentário foram realizados, após administração de anestésicos. Para o procedimento anestésico foi utilizado o protocolo do Prf. José Ricardo Pachaly, MV., M.SC, Dr.Sc (PACHALY, J.R.;GRITO, H.F.V.) baseada na extrapolação alométrica utilizando os seguintes sais: Zoletil 5% (dosagem em 10mg/kg), Cloridrato de Xilazina a 2% (dosagem em 0,5mg/kg) e Atropina a 0.05% (dosagem em 0,04mg/kg), aplicados na mesma seringa por via intramuscular (IM), obtendo ausência de resposta à dor profunda entre 20 a 30 minutos e quando necessário este tempo foi prolongado por “bolos” de ½ e 1/3 da dosagem desta mesma combinação. Os cães foram posicionados em decúbito lateral, e a boca mantida aberta, com auxílio de seringa de insulina adaptada para este fim (figura 2) Figura 2: Abridor de boca de seringa descartável de 1 ml. Ao exame clínico da cavidade bucal, observou-se o periodonto vestibular e lingual dos dentes da maxila e mandíbula com auxilio de sonda (figura 3), medindo-se a profundidade do sulco gengival e verificando-se o nível de inserção clínica, retração gengival, a mobilidade dentária e a presença de cálculo. 14 Figura 3: Sondagem da bolsa gengival do dente canino maxilar superior esquerdo. Após o exame clinico e registro da situação individual de cada dente e periodonto em planilhas [PACHALY, 2005], foi feita a remoção dos cálculos dentários com uso de ultra-som, extrator de tártaro Mc Call e S.S. White e debridamento sub-gengival com Cureta de Gracey. Foi realizada a exodontia, quando da apresentação de dentes com alto grau de mobilidade, retração severa da gengiva com absorção óssea e infecção severa da raiz, posteriormente realizou-se a higienização e polimento com pasta profilática Hejos (Vigodent) utilizando taça de borracha com motor de baixa rotação . 15 AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO DO CÁLCULO PERIODONTAL Foi utilizado escore proposto por LASCALA E MOUSSALLI (1980) para quantificar o periodonto e o cálculo dental assim dimensionado: 1. ausência de cálculo dentário; 2. cálculo supragengival recobrindo não mais que um terço da superfície exposta do dente examinado (figura 4); 3. cálculo supragengival recobrindo mais que dois terços da superfície do dente, ou presença de pequeno depósitos de cálculo subgengival ao redor da porção cervical do dente (figura 5); 4. cálculos supragengival recobrindo mais de dois terços da superfície do dente, ou presença de banda contínua de cálculo subgengival ao redor da porção cervical do dente (figura 6). Figura 4: Cálculo supragengival dos 2, 3,4 pré-molar e 1 e 2 molares maxilares direito, cobrindo não mais que 1/3 da superfície dental. 16 Figura 5. Cálculo dentário recobrindo mais que 2/3 da superfície dentária do 1°, 3° e 4° prémolares e 1° e 2° molares e canino maxilar direito e 1°, 2° e 3° pré-molares mandibulares direitos. Figura 6: Cálculo supragengival contínuo e subgengival dos 3° e 4° pré-molares da maxila direito, 1° e 2° molares da maxila direita. Canino da maxila direita com cálculo supragengival e subgengival com bolsas. Perda dos dentes 1° e 3° pré-molares da maxila direita, mobilidade dos 3° e 4° pré-molar maxilar direito. 17 AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL O grau de doença periodontal em que se observou o estado dos tecidos periodontais, foi obtido por escores de acordo com BEARD e BEARD (1989), a saber: 1. gengiva saudável; margem fina, brilhante, rósea, firme, sem odor, e aspecto granulado; 2. gengivite marginal; a margem livre da gengiva se mostra avermelhada; 3. gengivite moderada; inflamação da gengiva com edema; gengiva avermelhada, inchada e com ligeiro enrolamento de margem figura 7; 4. gengivite severa; presença ou não de cálculo dentário, edema acentuado, coloração do vermelho à púrpura com enrolamento severo margem; presença de bolsas gengivais que ultrapassam de 1 a 3 mm e alcançam entre 4 a 6 mm de profundidade; dentes bem firmes; pode haver retração gengival, devendo ser medida a extensão entre o colo dentário e a margem gengival ainda aderida (figura 8); 5. periodontite moderada; inflamação severa, formação de bolsas profundas (entre 6 a 9 mm) com presença de pus, início de perda óssea, dentes com ligeira mobilidade e perda de fixação epitelial (figura 9); 6. Periodontite severa; perda de fixação epitelial, perda óssea acentuada, dentes móveis e perda dentária (figuras 10). Figura 7. Gengivite moderada com enrolamento da gengiva que cobre o canino da maxila direita. Imagem após raspagem dos cálculos. 18 Figura 8: Sulco gengival com mais de 4 mm de profundidade no canino da maxila direita, retração gengival no 4° pré-molar da maxila direita. Gengiva vermelha púrpura da maxila. Figura 9. Retração gengival do 3° e 4° pré-molar da maxila direita, mobilidade do 3° pré-molar da maxila direita. 19 Figura 10: Retração gengival do canino e 4° pré-molar da maxila direita com bolsa com mais de 6 mm, incisivos 1°, 2° e 3° da maxila direita com retração gengival, perda de dentes 1°, 2° e 3° da maxila direita. CASUÍSTICA DO CÁLCULO DENTÁRIO E DOENÇA PERIODONTAL EM RELAÇÃO À IDADE Para avaliar o acometimento da boca dos animais em relação aos escores obtidos, tanto para cálculo, quanto para doença periodontal em relação á faixa etária dos mesmos, adotou-se a seguinte metodologia: 1. Os animais foram divididos em três grupos por idades, a saber: i. 0,0 a 3,0 anos de idade. ii. 3,1 a 6,0 anos de idade. iii. 6,1 a 9,0 anos de idade. O algarismo depois da vírgula não é uma representação decimal de um ano e sim o número de meses. 2. A partir dos dados anteriores, avaliou-se pela média dos escores por grupos de dentes (I, C, PM, M) por cada animal dentro da sua respectiva faixa etária o acometimento desses dentes fazendo-se análise da variância de uma via (idade) utilizando-se o software GraphPad Prism 3®. 20 4. RESULTADOS Os resultados da avaliação dos dentes por escore foram feitos com o objetivo de observar como estaria a situação dos dentes especificamente na população do canil. Uma análise que chamaremos de vertical como exemplificada na tabela de cálculos para os caninos e representada pela seta vermelha que deram origem aos gráficos. Na avaliação da faixa etária utilizamos o que denominaremos análise horizontal onde o somatório dos escores por dente foi utilizado para o cálculo estatístico exemplificado na mesma tabela com a seta azul. 21 Os resultados para a primeira parte do trabalho, que constou de avaliação e mensuração percentual da presença do cálculo periodontal analisando-se cada dente dos 25 animais, mostra que os dentes incisivos não apresentam escores elevados para cálculo dentário e há uma incidência maior nos maxilares que nos mandibulares, representados por uma maior porcentagem de escores 1 e 2 nestas maxilas (gráfico 1) 22 Nos dentes caninos, nota-se que houve um acometimento de mais de um terço dos dentes que se observa pela predominância do escore 2 (gráfico 2). Alguns dentes que estavam nos escores máximos tanto para cálculo quanto para doença periodontal foram excisados por indicação clínicas (Paul Q. Mitchell; 04/1997, pag. 105, 106 e 107). Cálculo Dentário dos Incisivos 90% 80% 70% Porcentagem 60% % Score 0 % Score 1 % Score 2 % Score 3 50% 40% 30% 20% 10% 0% 1I 2I 3I Maxilares I1 I2 I3 1I Dentes Scores 2I 3I I1 I2 I3 Mandibulares Gráfico 1. Dentes Incisivos com predomínio do score 0 (ausência de cálculo) e score 1 (menos de 1/3 de cálculo 23 Cálculo Dentário dos Caninos 70% Porcentagem 60% 50% % Score 0 40% % Score 1 30% % Score 2 20% % Score 3 10% 0% 1C C1 1C C1 Dentes Maxilares Scores Mandibulares Gráfico 2. Dentes Caninos com predomínio do score 2 (cobertura mais que 1/3 do dente) Com relação aos dentes pré-molares, houve predominância geral do escore 1. Os 4° pré-molares maxilares e os 4° e 5° pré-molares mandibulares apresentaram elevada porcentagem dos escores 2 e 3 com cobertura da maior parte, senão a totalidade da superfície do dente, muitas vezes com presença de bandas contínuas de cálculo (gráfico 3). Na avaliação dos dentes molares, os scores 0 e 1 que representam menos de 1/3 da superfície do dente atingiram os maiores percentuais, e a maxila teve um percentual mais elevado do escore 2 (gráfico 4). 24 % Score 0 Cálculo Dentário dos Pré-molares % Score 1 % Score 2 80% % Score 3 70% Porcentagem 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 1PM 2PM 3PM 4PM PM1 PM2 PM3 PM4 1PM 2PM 3PM 4PM 5PM PM1 PM2 PM3 PM4 PM5 Dentes Maxilares Mandibular Scores Gráfico 3: Predomínio de score máximo 3 (cobertura total do dente pelo cálculo ou acima de 2/3 ), nos 4º e 5º pré-molares, maior percentual do score 1 (menos de 1/3 de cálculo cobrindo o dente) nos dentes 1º, 2º e 3º pré-molares. Cálculo Dentário dos Molares 80% 70% Porcentagem 60% 50% % Score 0 % Score 1 40% % Score 2 % Score 3 30% 20% 10% 0% 1M 2M Maxilare s M1 M2 1M Dentes Score s 2M M1 M2 Mandibulare s Gráfico 4. Predomínio do score o nos dentes mandibulares e percentual elevado do score 1 em todos os dentes. 25 O percentual dos escores na avaliação geral da doença periodontal por sua vez mostrou que para os dentes incisivos, de maneira geral mostra um predomínio percentual dos escores 0 e 1, o que representa gengiva saudável e gengivite marginal (gráfico 5). Os caninos apresentaram maior percentual de escores 1 e 2 com gengivite de marginal a moderada com inflamação, edema com ligeiro enrolamento da margem gengival (gráfico 6). Doença Periodontal dos Incisivos 100% 90% 80% P o rc e n ta g e m 70% % Score 0 % Score 1 % Score 2 % Score 3 % Score 4 % Score 5 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 1I 2I 3I I1 I2 I3 1I 2I 3I I1 I2 I3 Dentes Maxilare s Scores Mandibular es Gráfico 5. Observa pouco cálculo pelo maior percentual do score 0 (ausência de cálculo dentário). 26 Doença Periodontal dos Caninos 70% 60% Porcentagem 50% % Score 0 % Score 1 40% % Score 2 % Score 3 30% % Score 4 % Score 5 20% 10% 0% 1C C1 1C C1 Dentes Maxilare s Scores Mandibular es Gráfico 6. Demonstra um acometimento pouco elevado da doença periodontal. Tendo como score máximo o score 3 (gengivite severa, edema acentuado coloração do vermelho a púrpura). Avaliando-se os dentes pré-molares observa-se além da predominância percentual do escore 1, a presença, na grande maioria dos dentes desses cães, do escore 5 que retrata periodontite severa, perda de fixação epitelial, perda óssea acentuada, dentes móveis e perda dentária (gráfico 7). Os dentes molares mostram predominância percentual geral dos escores 0 e 1. Na maxila há predomínio do escore 1 enquanto que na mandíbula esse predomínio é do escore 0 (gráfico 8). 27 Doença Periodontal dos Pré-Molares 80% 70% Porcentagem 60% % % % % % % 50% 40% 30% Score Score Score Score Score Score 0 1 2 3 4 5 20% 10% Maxilare s PM5 PM4 PM3 PM2 PM1 5PM 4PM 3PM 2PM 1PM PM4 PM3 PM2 PM1 4PM 3PM 2PM 1PM 0% Mandibular es Dentes Scores Gráfico 7. Demonstra um acometimento mais intenso da doença periodontal pela presença do score máximo em quase todos os dentes. Doença Periodontal dos Molares 80% 70% Porcentagem 60% % % % % % % 50% 40% 30% 20% 10% 0% 1M 2M M1 Maxilare s M2 1M Dentes Scores 2M M1 M2 Mandibular es Gráfico 8. Mostra pouco acometimento de doença periodontal, tendo só o dente molar maxilar esquerdo com score 3. Score Score Score Score Score Score 0 1 2 3 4 5 28 Após obtenção do resultado da casuística do CÁLCULO DENTÁRIO e DOENÇA PERIODONTAL mostrado acima, esses dentes então foram avaliados em grupos do mesmo tipo dentro de três faixas etárias pela média dos escores. Nesta abordagem pode-se observar a avaliação do CÁLCULO DENTÁRIO, onde para os dentes incisivos embora exista uma tendência gráfica, não há significância estatística no aumento da média dos escores totais, o que pode ter ocorrido por uma variação muito alta dos valores dos escores destes dentes (figura 11-A). Porém, quando se observam os demais grupos dentários avaliados, percebese que o aumento da idade está relacionado com o agravamento do status de cálculo que pode ser notado nos dentes caninos (figura 11-B) onde o há diferença estatisticamente significativa entre o grupo de animais mais velhos e os mais novos. No grupo dos pré-molares (figura 11-C) esta diferença também ocorre entre o grupo de animais mais velhos com os de idade intermediária além dos mais novos e é também significativa. Finalmente, para os dentes molares (figura 11-D) este efeito do aumento da idade se mostra ainda mais evidente no agravo da situação do cálculo dentário pela diferença significativa entre todos os grupos. Na avaliação da DOENÇA PERIODONTAL, os dentes incisivos embora se mantenham uma tendência gráfica, não há significância estatística no aumento da média dos escores totais, o que pode ter ocorrido também pela alta variação dos escores destes dentes (figura 12-A). Nos demais grupos observam-se uma relação significativa entre a idade dos cães com a DOENÇA PERIODONTAL a exemplo do que ocorre com o CÁLCULO DENTAL. Nos caninos (figura 12-B), há diferença estatisticamente significativa entre o grupo de animais mais velhos e os mais novos. No grupo dos pré-molares (figura 12-C) esta diferença também ocorre entre o grupo de animais mais velhos com os de idade intermediária e os mais novos e é também significativa correspondendo aos padrões dos caninos como também do grupo dos molares (figura 12-D), estes, mostrando uma diferença significativa entre todos os grupos idade. de 29 Avaliação do Cálculo Dentário X Idade A B 12.5 10.0 7.5 5.0 2.5 0.0 0,0 a 3,0 3,1 a 6,0 6,1 a 9,0 Cálculo dentário - Caninos Média dos escores (cálculo) Média dos escores (cálculo) Cálculo Dentário - Incisivos * 10.0 7.5 5.0 2.5 0.0 0,0 a 3,0 Idade 3,1 a 6,0 6,1 a 9,0 Idade C D Cálculo dentário - Premolares Cálculo dentário - Molares * 40 30 20 10 0 0,0 a 3,0 3,1 a 6,0 Idade 6,1 a 9,0 Média dos escores (cálculo) Média dos escores (cálculo) * * 12.5 10.0 * 7.5 5.0 * 2.5 0.0 0,0 a 3,0 3,1 a 6,0 6,1 a 9,0 Idade Figura 11. Gráfico dos Cálculos dentário. A - cálculo estatístico dos incisivos, B - cálculo estatístico dos caninos, C – cálculo estatístico dos pré-molares, D – Cálculo estatístico dos molares. ( * = significativo para p<0,05) 30 Avaliação da Doença Periodontal X Idade A B Doença Periodontal - Incisivos Doença Periodontal - Caninos * 10.0 Média dos escores (DP) Média dos escores (DP) 12.5 10.0 7.5 5.0 2.5 0.0 0,0 a 3,0 3,1 a 6,0 7.5 5.0 2.5 0.0 6,1 a 9,0 0,0 a 3,0 Idade (anos) 3,1 a 6,0 Idade (anos) C D Doença Periodontal - Molares Doença Periodontal - Premolares * * 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Média dos escores (DP) Média dos escores (DP) 6,1 a 9,0 0,0 a 3,0 3,1 a 6,0 Idade (anos) 6,1 a 9,0 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 0,0 a 3,0 3,1 a 6,0 6,1 a 9,0 Idade (anos) Figura 12. Gráficos de Doença Periodontal. A - calculo estatístico dos incisivos, B – cálculo estatístico dos aninos, C – cálculo estatístico dos pré-molares, D – cálculo estatístico dos molares. ( * significativo para p<0,05) = 31 5. DISCUSSÃO Ao utilizarmos cães da raça Beagle, animal de porte médio, a anatomia da boca apresentava-se com os dentes bem distribuídos e uma oclusão na totalidade boa, facilitando um bom exame clínico. Os animais tiveram uma boa resposta ao protocolo anestésico utilizado. Com raríssimas exceções foram utilizadas doses adicionais de anestésicos (bolos). O uso do Stomorgyl®, em observação empírica proporcionou, além de segurança para a manipulação das bocas dos animais, limitação do sangramento durante a sondagem do sulco gengival e um retorno do procedimento sem desconforto para os mesmos. Observou-se graficamente que os dentes maxilares estão mais acometidos por cálculo dentário e doença periodontal do que os mandibulares, levando a crer que os mandibulares por terem maior atrito com os alimentos devido à mobilidade da mandíbula na mastigação, proporcionam uma remoção das placas bacterianas. Os dentes molares representaram claramente no gráfico uma relação direta de sua patologia com a idade, levando a concluir que, por ser um dente mais plano e com função esmagadora, acumulando mais detritos alimentares o que facilita o desenvolvimento de placa bacteriana com posterior formação de cálculo e doença periodontal, embora não sejam os mais gravemente acometidos. Verificou-se nitidamente que os dentes pré-molares são os que apresentam maiores escores, tanto para o cálculo dentário como para a doença periodontal e que, os dentes 3º, 4º e 5º pré-molares é que apresentam maiores escores. Os incisivos foram os dentes que apresentaram menores escores e maior variabilidade das alterações avaliadas. 32 6. CONCLUSÃO O presente trabalho demonstrou que através da obtenção dos escores, pode-se traduzir o real estado de saúde oral dos animais. A elevação dos escores para cálculos dentários acompanha o da doença periodontal. Outrossim, os escores de cálculo dentário e doença periodontal se elevam significantemente de acordo com o aumento da faixa etária dos animais. 33 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. DEBOWES LJ, MOSIER D, LOGAN E, HARVEY CE, LOWRY S, RICHARDSON DC. Association of periodontal disease and histologic lesions in multiple organs from 45 dogs. J Vet Dent. 1996 Jun;13(2):57-60. DILLON R. Therapeutic strategies involving antimicrobial treatment of the gastrointestinal tract in small animals. J Am Vet Med Assoc. 1984 Nov 15;185(10):1169-71. FREEMAN LM, ABOOD SK, FASCETTI AJ, FLEEMAN LM, MICHEL KE, LAFLAMME DP, et al. Disease prevalence among dogs and cats in the United States and Australia and proportions of dogs and cats that receive therapeutic diets or dietary supplements. J Am Vet Med Assoc. 2006 Aug 15;229(4):531-4. .HARVEY CE. Periodontal disease in dogs. Etiopathogenesis, prevalence, and significance. Vet Clin North Am Small Anim Pract. 1998 Sep;28(5):1111-28, vi. HARVEY CE, EMILY P. 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