INSTITUTO DE FÍSICA DA UFBA DEPARTAMENTO DE FÍSICA GERAL FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL II (FIS122) o TURMA: T02 SEMESTRE: 2 / 2001 10/05/02 3a Prova de Teoria o 1. Uma parede de tijolo (k = 0,8 W/m. C) de uma edificação tem as dimensões de 4 m X 10 m e espessura de 16 cm. Que quantidade de calor (em Joules) passa pela parede em um período de 12 h, quando as 0 0 temperaturas médias, no interior e no exterior, são, respectivamente 25 C e 5 C? Resolução: ∆T = R I , onde I = Obtemos I = 1 dQ , A dt R= l 16.10 −2 m 2 oC = = 0, 2 e ∆T = T1 − T2 = 20 o C k 0,8 W ∆T dQ W = 100 2 . Mas = A I → ∆Q = dQ = A I dt → ∆Q = A I ∆ t R dt m ∫ ∫ Usando A = 40 m 2 e ∆ t = 12.3600 s = 43200 s , obtemos ∆Q = 1,728.10 8 J 2. Uma máquina Stirling opera entre as duas isotermas T1 e T2, como mostra a figura ao lado. Sendo o fluido operante 1 mol de um gás monoatômico ideal ( cv P C 3 T1=3T2 = R ), T1 = 3 T2 e V2 = 5 V1, determine: isotermas 2 D B a. As quantidades de calor que entra (Q1) e que sai (Q2) do sistema, T2 escrevendo seu resultado em função de R e T2. A b. O trabalho total realizado por ciclo, também em função de R e T2. 0 V1 V2=5V1 Resolução: a. O calor entra no sistema durante os processos BC e CD e sai em DA e AB. Assim Q1 = QBC + QCD e Q2 = QDA + QAB O processo BC é isocórico, de forma que podemos escrever Q BC = cv (T1 − T2 ) = 3 R (3T 2 − T2 ) = 3 RT2 2 O processo CD é isotérmico, de sorte que ∆U = 0 . De acordo com a 1 lei da termodinâmica, teremos a QCD = WCD V 2 V dV dV = PdV = n R T1 → QCD = n R T1 → QCD = n R T1 ln 2 V V V1 ∫ ∫ ∫ V1 V Sabemos que n = 1, T1 = 3 T2 e V2 = 5V1 , o que nos leva a QCD = 3 R T2 ln 5 O que nos leva a Q1 = 3 RT2 (1 + ln 5 ) De forma análoga podemos calcular os outros processos: O processo DA é isocórico,de forma que: Q DA = cv (T2 − T1 ) = 3 R (T 2 − 3T2 ) = −3 RT2 2 O processo AB é isotérmico, de forma que: V 1 Q AB = R T2 ln 1 = R T 2 ln = − R T2 ln 5 5 V2 O resultado será então: Q 2 = − RT2 (3 + ln 5 ) b. O trabalho realizado no ciclo pode ser obtido da seguinte consideraçãp: Como no ciclo ∆U = 0 , segue-se que W = Q = Q1 + Q2. Obtemos então: W = 2 R T2 ln 5 3. Um dos motores mais eficientes já construídos operava entre 700 K e 2140 K, com rendimento real de 42 %. 5 a. Qual é a potência do motor se ele absorver 1,4 X 10 J de calor a cada segundo? b. Qual é o rendimento teórico máximo, isto é, o de uma máquina de Carnot que opera entre essas temperaturas? Resolução: a. A eficiência de um motor é dada por η = A potência o motor será então: P = Usando W Q1 ⇒ W = η Q1 Q W =η 1 t t Q1 = 1,4.10 5 J s e η = 0,42 , obtemos t P = 58800 W = 58,8 kW b. A máquina de Carnot tem rendimento expresso por: η = 1− T2 700 = 1− ⇒ T1 2140 η = 0 , 673 0 4. Um cubo de gelo de 10 g está a – 5 C e é lançado em uma garrafa térmica que contém 100 g de água 0 a 25 C. Qual é a variação de entropia do sistema, ao ser alcançado o estado final de equilíbrio? O calor 0 0 específico do gelo é cg = 0,52 cal/g. C, o da água é ca = 1,0 cal/g. C e o calor latente de fusão do gelo é Lg = 80 cal/g. Resolução: Devemos determinar inicialmente a temperatura final da mistura. Como o sistema é isolado, Q = 0, o que nos leva a: m g c g (T0 − Tg ) + m g Lg + m g ca (T f − T0 ) + ma c a (T f − Ta ) = 0 Os 3 primeiros temos da equação acima se referem respectivamente aos processos de trazer o gelo da 0 0 temperatura inicial Tg = - 5 C = 268 K à temperatura T0 = 0 C = 273 K, à fusão do gelo e finalmente trazer o gelo de T0 para temperatura final Tf. O último termo da equação acima se refere ao processo de trazer a 0 massa de água de sua temperatura inicial Ta = 25 C = 298 K para a temperatura final Tf. Substituindo os valores das grandezas acima, obtemos T f = 15,23 C = 288,23 K 0 De posse deste valor, vamos calcular a variação da entropia Nos processos onde há variação de temperatura, a variação de entropia pode ser escrita como: ∆S = ∫ Tf d 'Q dT = mc = m c ln T T Ti ∫ No processo de fusão do gelo, que se faz a temperatura constante, teremos ∆S = ∫ ∆Q mL d 'Q 1 = = d 'Q = T T0 T0 T ∫ Usando ambas as relações, a variação total da entropia do sistema será: T ∆S = m g c g ln 0 Tg m g Lg Tf + + m g c a ln T0 T0 T + ma ca ln f Ta escala Kelvin Obtemos então: ∆S = 0,236 cal K , onde as temperaturas são expressas na