A GESTÃO DE RISCOS EM EMPRESAS NAO FINANCEIRAS BRASILEIRAS: o caso da alpargatas Tiago Dresch1 Glaucia Falco2 As incertezas estão presentes em todos os lugares inclusive na criação e manutenção das empresas. Quando essas incertezas estão ligadas a possibilidade de ocorrência de eventos que ocasionem ganhos ou perdas podemos falar então que temos riscos. Grandes empresas apresentam riscos não inerentes a sua produção tais como: variações de preços de insumos, variação da taxa de juros utilizada em financiamentos, variação da cotação da moeda em que o produto é negociado, entre outros. Tais riscos afetam diretamente as contas de balanço patrimonial assim como os fluxos de caixa que ficam mais voláteis e menos previsíveis. A literatura apresenta algumas alternativas de ferramentas de gestão de risco entre elas a contratação de seguros que são utilizadas para riscos de acaso como seguro contra incêndio explicada. Outra ferramenta para gerenciamento de riscos é a utilização de derivativos que serve para evitar riscos de mercado, uma variação do preço da matéria prima por exemplo citadas em estudo realizado. As empresas apresentam vários tipos de riscos afinal o consenso financeiro diz que quanto maior o risco maiores são os retornos porem, pode-se controlar os riscos que não são de interesse da empresa. Usualmente o risco de mercado que é: 1 2 Economista pelas Faculdades Integradas Vianna Júnior Economista, Doutora em Engenharia Elétrica e profa. do curso de Economia e Administração das Faculdades Integradas Vianna Júnior a probabilidade de variação de preços de mercadoria, taxa de juros, taxas de câmbio que afetam as receitas, despesas ou resultado de uma empresa, esse risco é muito utilizado em empresas por ser um risco externo que não faz parte da produção do bem ou serviço da empresa. Os derivativos, instrumentos financeiros que têm seus preços derivados do preço de mercado de um bem ou de outro instrumento financeiro, são amplamente utilizados para gerenciar riscos de mercado, esses instrumentos são utilizados por serem práticos pois apresentam contratos pré-determinados pela bolsa de valores aonde são negociados, alem de apresentarem baixo custo operacional. O objetivo desse trabalho é mostrar a eficácia da gestão der riscos em empresas não financeiras. Adotarei os riscos de mercado, especificamente o risco cambial, por ser simples de ser identificado e não necessitar de informações estratégicas, e geralmente sigilosas, da empresa analisada como fonte de risco a ser mitigado. Aproximadamente 97% das empresas brasileiras utilizam derivativos para a gestão de riscos cambiais o que viabiliza a pesquisa nessa área. Com esse estudo de caso é possível confirmar a eficácia da gestão de riscos quando compara-se o resultado da empresa que não usa a gestão de riscos com o resultado da mesma utilizando a gestão de riscos. Ao se comparar as demonstrações de resultados e os fluxos de caixa em moeda estrangeira ao longo de um ano conseguimos calcular a variação do preço do dólar. Essa variação influencia quando se compra uma mercadoria ou se faz uma divida em dólar o preço da mercadoria comprada pode cair na hora da venda e a divida pode aumentar caso a cotação da moeda estrangeira mude. Utilizando derivativos consegue-se diminuir essa flutuação e facilitar a previsão de fluxos de caixa futuros A Alpargatas empresa do seguimento de calçados, vestuários e acessórios foi fundada em 1907, com o nome original de Fábrica Brasileira de Alpargatas e Calçados. Iniciou suas produções no distrito da Capital paulista da Mooca. Já em 1909 a empresa - com o nome de São Paulo Alpargatas Company S.A. encontrava o sucesso na venda de seus produtos graças à das sandálias e lonas na produção cafeeira. utilização Na década de 1930 o controle acionário da São Paulo Alpargatas foi transferido para a empresa argentina. No entanto, em 1982, após um gradativo processo de nacionalização do capital iniciado em 1948, a São Paulo Alpargatas deixou de ter participação argentina e passou para ao controle do Grupo Camargo Corrêa, seu maior acionista. Em 2008 adquiriu mais de 60% da Alpargatas Argentina, sua antiga controladora, passando a ser a maior calçadista da América do Sul. Além das lonas e sandálias, muitas das marcas lançadas ou adquiridas pela Alpargatas tornaram-se bastante populares no Brasil, e até mesmo fora dele. As principais são:Havaianas, sandália de borracha; Dupé, sandália semelhante às havaianas; Kichute, tênis de borracha vulcanizada e lona pretas, Mizuno, Timberland e Osklen grife comprada em outubro de 2012. Para o ano de 2009 a Alpargatas teve uma receita bruta consolidada de R$ 2,4 bilhões aumento de 1,2% (2,7% sem o impacto da variação cambial) em relação à receita de 2008 é decorrente da comercialização de produtos de maior valor agregado, a preços mais elevados, no Brasil e no exterior O lucro líquido consolidado acumulou R$ 134,7 milhões em 2009. Em 2010 Receita líquida cresce 16,2% e atinge R$ 2,2 bilhões Com receita líquida de R$ 2,2 bilhões, a Alpargatas é a maior empresa brasileira do setor de calçados. O crescimento foi de 16,2% em relação a 2009. Excluindo-se o impacto da variação cambial, decorrente da valorização do real ante as moedas estrangeiras que compõem a receita das operações internacionais, a receita líquida ficou 21,7% acima da registrada em 2009. Lucro líquido de R$ 303,1 milhões é o maior da história da Alpargatas A utilização de derivativos principalmente para riscos cambiais é uma ótima alternativa para diminuir a volatilidade dos fluxos de caixa e ainda evitar perdas decorrentes de desvalorização do cambio, alem de evitar perdas uma boa gestão de riscos auxilia a empresa a fazer previsões para projetos futuros e com isso também diminuir gastos indevidos.