16 FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ITALO PINTO RODRIGUES JOANA MARTINS JORGE KHLEYVERSON FABIANO DE OLIVEIRA IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE DE UM LAMINADOR DE ENCRUAMENTO EM MALHA FECHADA ATRAVÉS DE MÉTODOS DE SUBESPAÇOS VOLTA REDONDA 2013 17 FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE DE UM LAMINADOR DE ENCRUAMENTO EM MALHA FECHADA ATRAVÉS DE MÉTODOS DE SUBESPAÇOS Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Elétrica do UniFOA como requisito à obtenção do título de Engenheiro Eletricista. Alunos: Italo Pinto Rodrigues Joana Martins Jorge Khleyverson Fabiano de Oliveira Orientador: Prof.Dr. Péricles Guedes Alves Coordenador do Curso: Prof.Dr. Paulo André Dias Jácome VOLTA REDONDA 2013 18 FOLHA DE APROVAÇÃO Alunos: Italo Pinto Rodrigues Joana Martins Jorge Khleyverson Fabiano de Oliveira Título de Monografia: Identificação e Controle de um Laminador de Encruamento em Malha Fechada através de Métodos de Subespaços Orientador: Prof. D. Sc. Péricles Guedes Alves Banca Examinadora: ________________________________________________ Prof. D.Sc. Péricles Guedes Alves ________________________________________________ Prof. M.Sc. Edson de Paula Carvalho ________________________________________________ Prof. M.Sc. Rui Aurélio Barbosa 19 Às nossas famílias e amigos que tanto nos apoiaram nessa jornada. 20 AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a DEUS pela força concedida para chegarmos até aqui. Aos amigos e familiares, que com paciência e amor nos ajudaram a concluir mais essa etapa em nossas vidas. Aos professores que passaram em nossas vidas, e também seus ensinamentos, que de alguma forma nos acompanham até hoje. Aos Engenheiros, Magno Campos Pereira e Moysés Dutra da Silva, pela ajuda na obtenção dos dados do laminador. Ao nosso professor e orientador D. Sc. Péricles Guedes Alves por todo o apoio e dedicação ao nosso Trabalho de Conclusão de Curso. Sem estes a realização desse projeto não seria possível. 21 RESUMO A garantia da qualidade do produto final de tiras de aço em processos de laminação de encruamento está atrelada a controladores precisos e eficientes das variáveis do processo, bem como ao comportamento dinâmico da resposta destes controles mediante perturbações e interferências externas. Devido à importância deste processo no ramo da siderurgia, o desenvolvimento de controladores capazes de agir de modo global tem sido bastante visado para estudos e pesquisas no ramo, o que é facilitado devido à constante evolução da tecnologia. Este trabalho é uma contribuição na área de pesquisa relacionada à simulação computacional. Um modelo matemático em espaço de estados foi identificado para um laminador de encruamento, sendo duas variáveis de entrada, representadas pelas velocidades dos rolos tensionadores e cilindro de laminação e duas variáveis de saída, relacionadas às tensões mecânicas aplicadas à tira de aço, na entrada e na saída do laminador. O modelo identificado é utilizado como ferramenta para o desenvolvimento de projetos de controladores em espaço de estados. A qualidade da identificação do modelo apresentou boa representatividade quando comparada a uma planta real, sendo utilizados dados reais que descrevem o comportamento dinâmico da mesma, de modo a validar o modelo obtido, bem como a metodologia de identificação, utilizando o comando N4SID-MatLab. Foram estabelecidos e simulados controladores PID para ambas as saídas e obtidos resultados satisfatórios para a resposta transitória. O controle por realimentação de estados foi testado, também de modo a atender parâmetros específicos da resposta transitória e foi observada a necessidade da inclusão de uma ação integral para as saídas do modelo. A ação integral mostrou grande eficiência na eliminação do erro de estado estacionário. PALAVRAS-CHAVE: laminador de encruamento, identificação de sistemas, N4SID, PID, controle por realimentação de estados, ação integral. 22 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 16 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E CONCEITOS BÁSICOS.................................... 17 2.1 Informações Gerais sobre a Companhia Siderúrgica Nacional.............. 17 2.2 Descrição da Área de Abrangência do Projeto ...................................... 18 2.2.1 Seção de Entrada ....................................................................... 18 2.2.2 Seção de Processo .................................................................... 22 2.2.3 Seção de Saída .......................................................................... 26 2.3 Processo de Laminação a Frio .............................................................. 27 2.3.1 Laminação a Frio ........................................................................ 27 2.3.2 Recozimento ............................................................................... 28 2.3.3 Laminador de Encruamento ....................................................... 29 2.4 Identificação e Simulação ...................................................................... 30 2.4.1 Sistema....................................................................................... 31 2.4.2 Modelagem ................................................................................. 32 2.4.3 Modelos Contínuos..................................................................... 34 2.4.3.1 Definição ......................................................................... 34 2.4.4 Modelos Discretos ...................................................................... 36 2.4.4.1 Função de Transferência Discreta .................................. 36 2.4.4.2 Resposta Impulsiva Discreta ........................................... 37 2.4.4.3 Equações de Estados Discreta ....................................... 37 2.4.5 Identificação por Métodos de Subespaços ................................. 38 2.4.6 Simulação de Sistemas .............................................................. 39 2.4.6.1 Definição ......................................................................... 39 2.4.6.2 A Importância da Simulação ........................................... 40 2.4.6.3 Vantagens e Desvantagens da Simulação...................... 41 2.4.6.3.1 Vantagens .................................................................... 41 2.4.6.3.2 Desvantagens .............................................................. 42 2.5 Introdução a Controladores.................................................................... 43 2.5.1 Terminologia Básica ................................................................... 44 2.5.1.1 Variável Controlada e Variável Manipulada .................... 45 2.5.1.2 Plantas ou Sistemas a Controlar ..................................... 45 2.5.1.3 Sistemas ......................................................................... 45 2.5.1.4 Controle Realimentado (Malha Fechada)........................ 45 23 2.5.1.5 Distúrbios ou Perturbações ............................................. 46 2.5.2 Sistemas de Controle Malha Aberta ........................................... 46 2.5.3 Comparativo entre Sistemas de Malha Aberta e Sistemas de Malha Fechada....................................................... 47 2.6 Controladores PID (Proporcional, Integral e Derivativo) ........................ 48 2.6.1 O Controlador PID Multivariável ................................................. 49 2.6.1.1 A Região de Estabilidade ................................................ 50 2.7 Controlador no Espaço de Estados ....................................................... 50 2.7.1 O Projeto do Controlador com Realimentação de Estados e Alocação de Polos ................................................................... 51 2.7.2 Metodologia Para Alocação de Polos ......................................... 51 2.8 Realimentação de Estados com Ação Integral ...................................... 55 3 METODOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................. 57 3.1 Laminador de Encruamento da LZC#3 .................................................. 57 3.2 Variáveis do Sistema ............................................................................. 62 3.2.1 Tensão Mecânica ....................................................................... 63 3.2.2 Velocidade .................................................................................. 67 3.3 Aquisição de Dados ............................................................................... 71 3.4 Identificação ........................................................................................... 75 3.5 Resultados das Identificações ............................................................... 88 4 METODOLOGIA DE CONTROLE ..................................................................... 96 4.1 Ajuste de Controladores PID a Duas Entradas e Duas Saídas.............. 96 4.2 Determinação dos Pontos A, B, C e D da Região de Estabilidade ........ 97 4.3 Ajuste Grosso do Controlador Tipo P....................................................102 4.4 Ajuste Fino Controlador Tipo P .............................................................109 4.5 Ajuste Grosso Tipo PI ...........................................................................110 4.6 Ajuste Fino Controlador Tipo PI ............................................................113 4.7 Ajuste Grosso do Controlador PID ........................................................116 4.8 Resultados ............................................................................................118 4.9 Alocação de Polos ................................................................................119 4.10 Realimentação de Estados com Ação Integral ...................................127 5 CONCLUSÕES ................................................................................................142 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................144 APÊNDICE: CD .................................................................................................. 146 24 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fluxo de Produção na UPV ................................................................... 17 Figura 2: Esquema da Linha de Zincagem Contínua 3 ........................................ 19 Figura 3: Seção de Entrada.................................................................................. 20 Figura 4: Desenroladeira ...................................................................................... 22 Figura 5: Seção de Processo ............................................................................... 23 Figura 6: Laminador ............................................................................................. 25 Figura 7: Esquema da Seção de Saída................................................................ 26 Figura 8 Redução de Espessura na Laminação a Frio......................................... 28 Figura 9: Linhas de Distensão .............................................................................. 29 Figura 10: Curva Tensão x Deformação............................................................... 30 Figura 11: Elementos de um Sistema de Controle ............................................... 31 Figura 12: Função de Transferência .................................................................... 35 Figura 13: Exemplo de um Sistema a Malha Fechada ......................................... 46 Figura 14: Exemplo de um Sistema a Malha Aberta ............................................ 47 Figura 15: Estrutura Básica de um Controle PID.................................................. 48 Figura 16: Controle PID com Duas Entradas e Duas Saídas ............................... 49 Figura 17: Região de Estabilidade ....................................................................... 50 Figura 18: Representação no Espaço de Estados de um Processo a Controlar .. 52 Figura 19: Processo a Controlar com Retroação de Estado ................................ 52 Figura 20: Realimentação de Estados com Ação Integral.................................... 56 Figura 21: Região do Laminador .......................................................................... 57 Figura 22: Esquema da Região do Laminador ..................................................... 58 Figura 23: Medição da Força na Entrada e Saída do Laminador ......................... 59 Figura 24: Força de Laminação, representada por ⃗ ........................................... 59 Figura 25: Tela no Painel de Controle de Força do Laminador ............................ 60 Figura 26: Caixas Redutoras: à esquerda Cilindros de Encosto, à direita, Tensor Central ..................................................................................... 62 Figura 27: Entrada das Características dos Materiais .......................................... 63 Figura 28: Referências de Tensão Mecânica ....................................................... 64 Figura 29: Deslocamento da Célula de Carga...................................................... 65 Figura 30: Área sobre os Cilindros ....................................................................... 66 25 Figura 31: Cálculo da Área (LEVAREA) ............................................................... 66 Figura 32: Tensão de Entrada (SPET_FB) Calculada.......................................... 67 Figura 33: Tensão de Entrada (SPXT_FB) Calculada.......................................... 67 Figura 34: Bornes do Conversor do Motor do Cilindro de Encosto Inferior .......... 68 Figura 35: Bornes do Conversor do Motor do Tensor Central .............................. 68 Figura 36: Esquema Simplificado de Controle ..................................................... 69 Figura 37: Encoder ............................................................................................... 70 Figura 38: Encoder Acoplado ao Eixo do Motor ................................................... 70 Figura 39: Aquisição de Dados Através do IBA PDA ........................................... 71 Figura 40: Velocidade Tensor Central (CBRSFB) ................................................ 72 Figura 41: IBA Analyzer........................................................................................ 72 Figura 42: Descrição da Tela do IBA Analyzer ..................................................... 73 Figura 43: Região Utilizada na Identificação ........................................................ 74 Figura 44: Exemplo da Ordem Estimada pelo MATLAB (Ordem 3) ..................... 78 Figura 45: Variável de Tempo para Validação ..................................................... 81 Figura 46: Modelo para Simulação....................................................................... 82 Figura 47: Síntese da Metodologia de Identificação............................................. 88 Figura 48: Índice de Desempenho para as Identificações Ordem 10 ................... 90 Figura 49: Índice de Desempenho para as Identificações com Ordem Sugerida . 91 Figura 50: Tensão de Entrada, material: 0,35x1000, Ordem 10........................... 92 Figura 51: Tensão de Saída, material: 0,35x1000, Ordem 10 ............................. 92 Figura 52: Tensão de Entrada, material: 0,35x1000, Ordem 3 ............................. 93 Figura 53: Tensão de Saída, material: 0,35x1000, Ordem 3 ................................ 93 Figura 54: Tensão de Entrada, material: 0,6x1193, Ordem 10............................. 94 Figura 55: Tensão de Saída, material: 0,6x1193, Ordem 10 ................................ 94 Figura 56: Tensão de Entrada, material: 0,6x1193, Ordem 3............................... 95 Figura 57: Tensão de Saída, material: 0,6x1193, Ordem 3 .................................. 95 Figura 58: Estrutura do Controlador ..................................................................... 97 Figura 59: PID do Controlador.............................................................................. 97 Figura 60: Pontos A, B, C e D. ............................................................................. 98 Figura 61: Oscilação Constante para Ponto C ................................................... 101 Figura 62: Oscilação Constante para Ponto D ................................................... 102 Figura 63: Pontos 1, 2 e 3 .................................................................................. 103 26 Figura 64: Oscilação Constante para Ponto D ................................................... 104 Figura 65: Saída 1 (Tensão de Entrada), para Ponto 1...................................... 106 Figura 66: Saída 2 (Tensão de Saída), para Ponto 1 ......................................... 107 Figura 67: Sentidos de Percurso para Ajuste Fino ............................................. 108 Figura 68: Ajuste Fino Saída 1 (Tensão de Entrada) ......................................... 109 Figura 69: Ajuste Fino Saída 2 (Tensão de Saída) ............................................ 110 Figura 70: Sentidos de Percurso para Ajuste Fino ............................................. 111 Figura 71: Ajuste Grosso PI – Saída 1 (Tensão de Entrada) ............................. 112 Figura 72: Ajuste Grosso PI – Saída 2 (Tensão de Saída)................................. 112 Figura 73: Ajuste Fino PI – Saída 1 (Tensão de Entrada) .................................. 113 Figura 74: Ajuste Fino PI – Saída 2 (Tensão de Saída) ..................................... 114 Figura 75: Ajuste Fino TI – Saída 1 (Tensão de Entrada) .................................. 115 Figura 76: Ajuste Fino TI – Saída 2 (Tensão de Saída) ..................................... 115 Figura 77: Ajuste Grosso PID – Saída 2 (Tensão de Saída) .............................. 117 Figura 78: Ajuste Grosso PID– Saída 2 (Tensão de Saída) ............................... 117 Figura 79: Resposta Controlador PI – Saída 1 (Tensão de Entrada). ................ 118 Figura 80: Resposta Controlador PI – Saída 2 (Tensão de Saída) .................... 119 Figura 81: Esquema de Simulação: Malha Aberta e Malha Fechada................. 120 Figura 82: Esquema de Simulação: Malha Fechada .......................................... 120 Figura 83: Esquema de Simulação: Malha Aberta ............................................. 121 Figura 84: Tensões de Entrada: Malha Aberta (linha vermelha) e Malha Fechada (linha azul). .............................................................. 124 Figura 85: Tensões de Saída: Malha Aberta (linha vermelha) e Malha Fechada (linha azul). .............................................................. 125 Figura 86: Tempo de Estabilização .................................................................... 126 Figura 87: Representação do Tempo de Assentamento. ................................... 126 Figura 88: Simulação Alocação de Polos, com Ação Integral ............................ 128 Figura 89: Integradores Paralelos ...................................................................... 128 Figura 90: Resultado Ação Integral – Tensão de Entrada.................................. 131 Figura 91: Resultado Ação Integral – Tensão de Entrada (zoom no gráfico) ..... 131 Figura 92: Resultado Ação Integral – Tensão de Saída ..................................... 132 Figura 93: Resultado Ação Integral – Tensão de Saída (zoom no gráfico) ........ 132 Figura 94: Alocação de Polos com Ação Integral e Saturação........................... 133 27 Figura 95: Alocação de Polos com Erro 0 e Saturação – Tensão de Entrada.... 133 Figura 96: Alocação de Polos com Ação Integral e Saturação – Tensão de Entrada ............................................................................ 134 Figura 97: Simulação com Perturbação ............................................................. 134 Figura 98: Configuração dos Blocos de Perturbação ......................................... 135 Figura 99: Resultado: Simulação com Perturbação, Entrada ............................. 135 Figura 100: Resultado: Simulação com Perturbação, Saída .............................. 136 Figura 101: Melhoria do Sistema ........................................................................ 138 Figura 102: Melhoria no Sistema ........................................................................ 138 Figura 103: Largura >900 ................................................................................... 140 Figura 104: Condições de Espessura ................................................................ 140 28 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Descrição dos Equipamentos da Seção de Entrada ........................... 21 Quadro 2: Descrição dos Equipamentos da Seção de Processo ......................... 25 Quadro 3: Descrição dos Equipamentos da Seção de Saída............................... 26 Quadro 4: Objetivos do Laminador Localizado na LZC#3 .................................... 30 Quadro 5: Motivação para Obter Melhores Modelos para Controle ..................... 31 Quadro 6: Situações de Controle ......................................................................... 32 Quadro 7: Métodos de Identificação..................................................................... 33 Quadro 8: Aplicação de Modelos Matemáticos .................................................... 34 Quadro 9: Métodos de Subespaços ..................................................................... 38 Quadro 10: Influências que Estimulam o Uso de Simulações .............................. 40 Quadro 11: Vantagens em se Utilizar Simulação Computacional ........................ 42 Quadro 12: Desvantagens em se Utilizar Simulação Computacional .................. 43 Quadro 13: Metodologia para Obter as Variáveis de Fase................................... 53 Quadro 14: Equipamentos Região de Laminação ................................................ 58 Quadro 15: Características Motores dos Cilindros de Encosto do Laminador ..... 61 Quadro 16: Características Motor do Tensor Central ........................................... 61 Quadro 17: Variáveis do Projeto .......................................................................... 62 Quadro 18: Variáveis Exportadas Através do IBA ................................................ 73 Quadro 19: Preparação dos Dados para o MATLAB ........................................... 75 Quadro 20: Nomenclatura das Variáveis no MATLAB.......................................... 76 Quadro 21: Nomenclatura das Variáveis no MATLAB.......................................... 76 Quadro 22: Script para Identificação Utilizando Métodos de Subespaço ............. 77 Quadro 23: Descrição da Etapa de Importação de Dados para o workspace ...... 77 Quadro 24: Variação no comando n4sid ............................................................ 78 Quadro 25: Variáveis que Contém as Matrizes do Modelo Discreto .................... 79 Quadro 26: Script para Carregar Dados de Validação ......................................... 80 Quadro 27: Configuração dos Blocos da Simulação ............................................ 83 Quadro 28: Script para Gerar Gráficos das Tensões ........................................... 85 Quadro 29: Script para Calcular o Índice de Desempenho .................................. 87 Quadro 30: Materiais que Apresentaram Melhores Índices.................................. 91 Quadro 31: Determinação de á .................................................................. 99 29 Quadro 32: Determinação de á . .............................................................. 100 Quadro 33: Determinação do Ponto 2 ................................................................ 103 Quadro 34: Script para obtenção do Quadro 35: Resultados de ......................................................... 106 ........................................................................ 106 Quadro 36: Ajuste Grosso PI.............................................................................. 111 Quadro 37: Ajuste Grosso PID ........................................................................... 116 Quadro 38: Configuração dos Blocos do Modelo Simulado ............................... 122 Quadro 39: Script para Determinação da Matriz K. ............................................ 123 Quadro 40: Resultados obtidos com Alocação de Polos .................................... 124 Quadro 41: Valores Onde o Tempo de Estabilização Será Observado.............. 127 Quadro 42: Tempo de Estabilização ( ) .......................................................... 127 Quadro 43: Script para Obtenção da Matriz de Ganhos .................................... 130 Quadro 44: Resultados obtidos com Alocação de Polos e Ação Integral........... 136 Quadro 45: Obtenção do Tempo de Estabilização, com Ação Integral .............. 136 Quadro 46: Comparação Entre as Saídas.......................................................... 137 Quadro 47: Melhora no Tempo de Estabilização ............................................... 137 30 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Materiais Identificados ........................................................................ 89 Tabela 2: Pontos da Região de Estabilidade...................................................... 104 Tabela 3: Legenda para Representação das Saídas ......................................... 108 Tabela 4: Identificação do Percurso a ser Adotado ............................................ 108 Tabela 5: Parâmetros de Ajuste PID .................................................................. 118 31 LISTA DE SÍMBOLOS e : representam o sistema. ( ): função de transferência de um controlador PID. : ganho do controlador pid referente à saída 1. : ganho do controlador pid referente à saída 2. : vetor de estados. ̇ : derivada do vetor de estado em relação ao tempo. ̇ ’: derivada do vetor estendido de estado em relação ao tempo. : vetor de saída. : vetor de entradas. : matriz identidade. : matriz do sistema (modelo discreto). : matriz das entradas (modelo discreto). : matriz das saídas (modelo discreto). : matriz de realimentação (modelo discreto). 2: matriz do sistema (modelo contínuo). 2: matriz das entradas (modelo contínuo). 2: matriz das saídas (modelo contínuo). 2: matriz de realimentação (modelo contínuo). : matriz do sistema estendido (modelo contínuo). ′ : matriz de entradas estendida (modelo contínuo). ′: matriz de saídas estendida (modelo contínuo). : Tensão Mecânica [kgf/mm²]. : Força {kgf]. : Área [mm²]. : largura. : espessura. : tempo de amostragem. : força de laminação. : velocidade do motor do tensor central [mpm]. : velocidade do motor do cilindro de encosto inferior [mpm]. 32 : tensão mecânica de entrada [kgf/mm²]. : tensão mecânica de saída [kgf/mm²]. 0: Vetor das Condições Iniciais (modelo discreto). 02: Vetor das Condições Iniciais (modelo Contínuo). : índice de desempenho. : índice para cálculo de erro. : tempo de oscilação. : tempo de integração. : tempo de derivação. : valor em que o sistema estabiliza. : 95% do valor de estabilização. : tempo de estabilização. 16 1 INTRODUÇÃO Considerada um dos complexos siderúrgicos integrados mais eficientes do mundo, a Companhia Siderúrgica Nacional tem como sua maior unidade siderúrgica, a Usina Presidente Vargas (UPV). Neste complexo siderúrgico estão inseridas as linhas de recozimento contínuo e zincagem, que são responsáveis pela imersão do aço em banho de zinco, para protegê-lo contra a corrosão. Para assegurar as propriedades mecânicas adequadas ao material, além do recozimento, a tira passa pelo laminador de encruamento que garante a rigidez, aplainamento e acabamento superficial da chapa, por meio de um alongamento sem redução de espessura, como será apresentado no Capítulo 2. Por se tratar de um processo que influencia bastante o produto final, o presente trabalho procura obter modelos no espaço de estados para o laminador de encruamento que simulem o seu funcionamento, e que permitam a realização de experimentos computacionais em controle, visando propostas de melhorias no funcionamento do processo real. No Capítulo 3, encontra-se a identificação de modelos multivariáveis no espaço de estados que fora obtida a partir do comando N4SID do MATLAB, que é baseado em métodos de subespaços, através da aquisição de dados das principais variáveis que descrevem o comportamento dinâmico do sistema investigado. Foi utilizado um índice erro quadrático com objetivo de avaliar a qualidade do modelo identificado. Bem como os resultados das identificações obtidas. No Capítulo 4, têm-se os métodos utilizados para controlar o sistema: o PID (proporcional, integral e derivativo), o controle por realimentação de estados e o controle com ação integral, sendo apresentado não só a metodologia utilizada, bem como seus resultados. 17 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E CONCEITOS BÁSICOS 1.1 Informações Gerais sobre a Companhia Siderúrgica Nacional Serão apresentadas neste capítulo informações gerais sobre a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) com foco na Usina Presidente Vargas (UPV), empresa que possibilitou o desenvolvimento deste Trabalho de Conclusão de Curso, a partir de dados colhidos dos equipamentos da Gerência de Recozimento e Zincagem. Consta no sítio eletrônico da CSN, que a empresa foi fundada em 09 de Abril de 1941 e iniciou suas operações no dia 01 de outubro de 1946. Ainda, segundo o sítio eletrônico da empresa, a CSN, concentra suas atividades em cinco áreas de negócios: siderurgia, mineração, logística, cimento e energia. Sua maior unidade siderúrgica, a Usina Presidente Vargas, está estrategicamente próxima dos principais mercados de consumo do país, das fontes de matériaprima e dos centros de escoamento de produtos. O fluxo de produção da Usina Presidente Vargas é dado na Figura 1. Figura 1: Fluxo de produção na UPV. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. 18 1.2 Descrição da Área de Abrangência do Projeto A Gerência Geral de Galvanizados e Laminados a Frio (GGGL) está inserida dentro da UPV e é responsável pela produção de laminados a frio e zincados. O material produzido nessa área atende, principalmente, a indústria automotiva, a linha branca (eletrodomésticos, como geladeira, fogão e microondas), e a construção civil. A Gerência de Recozimento e Zincagem (GRZ) é uma das gerências que compõe a GGGL e foi projetada, de acordo com o Manual de Operação da Linha (2013), para produzir de forma contínua, bobina zincada por imersão da tira de aço em um banho de zinco. O Manual de Operação da Linha contém as informações sobre os materiais que a linha pode produzir e o modo como cada equipamento deve ser operado. A GRZ contempla 3 linhas de zincagem contínuas, sendo que esta monografia foi desenvolvida utilizando os equipamentos presentes na linha de zincagem número 3 (LZC#3). De acordo com documentos internos, a LZC#3 iniciou sua operação em 1984, e em 1998, foi incluído em seu processo um laminador de encruamento, fabricado pela empresa Sumitomo. A LZC#3 está dividida em 3 seções: entrada, processo e saída. Na Figura 2, é possível visualizar o layout da linha. 1.2.1 Seção de Entrada A seção de entrada é responsável por preparar a bobina para ser processada na linha. Além disso, é nesta seção onde a cauda da bobina que está sendo processada é soldada à ponta da bobina em preparação. Vale destacar ainda, que na seção de entrada há uma seção de limpeza, responsável por garantir a ausência de resíduos nas faces da chapa. Na Figura 3, pode-se visualizar o layout desta seção. 19 Figura 2: Esquema da Linha de Zincagem Contínua 3. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. 20 Figura 3: Seção de Entrada. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. 21 O Quadro 1, a seguir, descreve resumidamente a função de cada um dos equipamentos mostrados na Figura 3. Seção de entrada Equipamento Descrição Tem a finalidade de desenrolar a bobina, mantendo a chapa Desenroladeira alinhada e tensionada na seção de limpeza. A desenroladeira pode ser vista na Figura 4. Tesoura Duplo Corte (TDC) É responsável pelo descarte de pontas e caudas da tira. Sua função é unir a ponta e a cauda de bobinas subsequentes Máquina de através da operação de soldagem. A soldagem é feita a partir Solda da geração de calor obtida através da resistência à passagem da corrente na chapa. Tanque Alcalino Tanque Escova (1 e 2) Tanque Eletrolítico Tanque Água Promover a limpeza de resíduos gerados durante a laminação a frio, como a graxa, através de uma solução com base de soda cáustica. A função do grupo de escovas é completar o processo de limpeza através da ação mecânica da escova diretamente sobre a chapa. Remover óleo e sujeira através da limpeza elétrica denominada eletrólise. Eliminar completamente a presença de solução e partículas Quente metálicas, que possam estar presentes nas faces da tira. Torre de Secar a tira através dos rolos secadores e retirar toda a Secagem umidade restante, através do soprador de ar quente. Quadro 1: Descrição dos Equipamentos da Seção de Entrada. Fonte: CSN (2013), adaptado pelos autores. 22 Figura 4: Desenroladeira. Fonte: Os Autores (2013) 1.2.2 Seção de Processo De acordo com o Manual de Operação da Linha (2013), após a limpeza, lavagem e secagem, a tira passa pela torre de acumulação (entrada), e então, se inicia a seção de processo. Visualiza-se na Figura 5 o caminho percorrido pela tira nesta seção, após passar pela torre de entrada e antes de chegar à torre de saída. Observa-se no Quadro 2, a descrição de alguns equipamento da seção de processo. 23 Figura 5: Seção de Processo. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. 24 Seção de Processo Equipamento Descrição Tem a finalidade de suprir a tira para seção Torre de Acumulação da Entrada de processo enquanto a seção de entrada está parada para fazer a solda. Remover o óleo residual de laminação da Pré-aquecimento (Pre-Heater Section - PHS) superfície da evaporação, tira, além através de da promover sua o aquecimento da mesma, cumprindo assim a F primeira etapa do ciclo de recozimento. o A tira é aquecida até a temperatura de r Aquecimento e encharque n (Hold Heater Section - HHS), encharque, de modo a devolver as propriedades mecânicas que ela possuía antes da laminação a frio. o Resfriamento controlado (Slow Cooling Section - SCS) e Resfriamento rápido (Fast Cooling Section - FCS) Resfriar a tira até atingir a temperatura ideal para imersão da tira no banho de zinco, e também, protegê-la contra oxidação. Para receber o revestimento, a tira é imersa Pote de Zinco em um pote contendo zinco fundido (460 °C). Navalha de Ar Controlar o revestimento da chapa, de acordo com o cliente. Resfriar a tira após o processo de zincagem, e assim evitar que a tira chegue Torre de Resfriamento ao rolo defletor ainda no estado pastoso impregnando o rolo e ocasionando defeito na tira. Circular e resfriar água para alimentar a Tanque de Água Quente (Quench Tank) torre de resfriamento e tanque de resfriamento que tem por finalidade retirar água e secar a superfície da tira para evitar 25 Seção de Processo Equipamento Descrição deslizamento da mesma nos tensores. Tem as funções principais de obter a dureza desejada da tira, aplainar e dar Laminador de Encruamento acabamento (LE#7) superficial a chapa. O laminador pode ser visto, a seguir, na Figura 6. Aumentar a resistência da chapa contra Tratamento Químico corrosão. Tem como finalidade acumular a chapa Torre de Acumulação da Saída proveniente da seção de processo, quando a saída parar. Quadro 2: Descrição dos Equipamentos da Seção de Processo. Fonte: CSN (2013), adaptado pelos autores. Figura 6: Laminador. Fonte: Os Autores (2013). 26 1.2.3 Seção de saída Os principais equipamentos da seção de saída são: torre de saída, tesoura de pontas, oleadeiras, enroladeiras, carros elevadores e balança. Nesta seção é que são enroladas e separadas por pesos as bobinas zincadas. A seguir na Figura 7, a representação da seção de saída. Figura 7: Esquema da Seção de Saída. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. No Quadro 3, abaixo, estão as descrições de alguns dos equipamentos encontrados na seção de saída, mostrados anteriormente na Figura 7. Seção de Saída Equipamento Tensor 9 Tesoura de saída Enroladeira Descrição Sua função é regular a velocidade na saída da linha. Tem como finalidade de dividir a bobina, retirar amostra e separar a solda. Sua função é enrolar a bobina e fazer a correção de borda. Quadro 3: Descrição dos Equipamentos da Seção de Saída. Fonte: CSN (2013), adaptado pelos autores. 27 1.3 Processo de Laminação a Frio Esta seção tem por finalidade apresentar uma breve descrição do processo de laminação, ressaltando as vantagens deste processo na siderurgia. 1.3.1 Laminação a Frio Conforme visto na Figura 1, o processo de laminação a frio é abastecido com bobinas do laminador de tiras a quente, mas para que seja possível a redução de espessura desse material a bobina é processada na decapagem. Segundo o Manual de Noções Básicas de Siderurgia (2013), da CSN, a decapagem irá remover a camada de oxidação (ferrugem) ou carepa (óxido de ferro) da superfície do aço, através de uma solução ácida. Segundo a mesma fonte, a CSN-UPV possui 3 laminadores tandem (quando as cadeiras de laminação estão dispostas sequencialmente) a frio compostos por 5 cadeiras de laminação. De acordo com Novaes (2010), cadeira de laminação, é a estrutura e o conjunto de cilindros arranjados verticalmente, por entre os quais passa a tira de aço para ser laminada. A bobina decapada é então preparada para ser laminada, o processo consiste em desenrolar a bobina, laminá-la através das 5 cadeiras de laminação, que reduzirá a espessura da chapa, como pode ser visto na Figura 8. Após a laminação, a bobina é então enrolada para o processo seguinte, neste caso, o processo de recozimento e galvanização (zincagem). O Manual de Noções Básicas de Siderurgia (2013), citado acima, afirma também, que a redução a frio é obtida pela deformação da estrutura cristalina, o que resulta numa elevação da resistência à tração, da dureza superficial, do limite elástico e numa redução da ductilidade (o material fica mais frágil). Por apresentar essa resistência mecânica tão elevada, faz-se necessário o processo de recozimento para adquirir características mecânicas adequadas, e assim, o material ser aplicado. 28 Figura 8: Redução de Espessura na Laminação a Frio. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. 1.3.2 Recozimento Segundo Novaes (2010), e conforme já citado acima, a redução de espessura do material no processo de laminação a frio provoca um grande endurecimento na chapa de aço e, para fazê-lo retornar a condição anterior, fazse necessário o processo de recozimento. A linha de zincagem contínua 3 possui um forno de recozimento, conforme Quadro 2, que antecede o laminador de encruamento. De acordo com o Manual de Operação da Linha, o material é préaquecido a temperaturas que giram em torno de 400 a 500 °C. Após o préaquecimento, o material é enviado a seção de aquecimento e encharque, e é nesta seção que o material recupera as propriedades mecânicas que possuía antes da laminação a frio. Então, a chapa é resfriada para evitar a corrosão, e também, para imersão no banho de zinco. Novaes (2010) afirma que, para obter as características necessárias ao processo de estampagem, as bobinas precisam passar pelo laminador de encruamento. 29 1.3.3 Laminador de Encruamento Segundo Novaes (2010), os laminadores de encruamento, também conhecidos como Skinpass Mill, têm a finalidade de proporcionar um endurecimento superficial à tira de aço por meio da aplicação de um alongamento (sem redução de espessura), no caso do laminador no qual o modelo será desenvolvido, esse alongamento é de no máximo 2%. O Manual de Operação da Linha (2013) afirma que, o material perfeitamente recristalizado não pode ser empregado no processo de conformação mecânica, pois surgirão defeitos superficiais denominados linhas de distensão, como mostra a Figura 9. Novaes (2010) afirma que, após o recozimento a tira de aço apresentase muito flexível diferente do que fora notado após o material ter sido processado pela laminação a frio. Nesta condição o material não poderia ser empregado, pois qualquer dobramento ou encurvamento provocaria a linhas de distensão, conforme Figura 9. Segundo Novaes (2010) para que isto não ocorra o aço é aplicado à laminação de encruamento. Segue a fonte que, obtém-se o alongamento na região de contato dos cilindros com a chapa, impondo uma deformação homogênea e que o objetivo principal deste tipo de laminação é restaurar as propriedades mecânicas do material recozido e adequá-lo ao processo de estampagem do cliente. Figura 9: Linhas de Distensão. Fonte: CSN (2013). 30 Observa-se no Quadro 4, os objetivos do Laminador de Encruamento LE#7. Objetivos do LE#7 Através de um passe de laminação muito leve, tornar o material adequado para o processo de estampagem do cliente, eliminando o patamar de escoamento (Figura 10) e as linhas de distensão. Melhoria da rugosidade e brilho superficial do material, o que facilita a conformação das chapas, aderência e aspecto de pintura. Melhoria da planicidade do material. Melhoria da aparência superficial através da redução de defeitos. Quadro 4: Objetivos do Laminador Localizado na LZC#3. Fonte: CSN (2013), adaptado pelos autores. Figura 10: Curva Tensão X Deformação. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. 1.4 Identificação e Simulação Para Miranda (2005), a identificação para controle foi desenvolvida nos anos 90 surgida da necessidade de se conseguirem melhores modelos para controles. Algumas razões para este desenvolvimento podem ser vistas no Quadro 5. 31 O controle de processo talvez seja a principal motivação para se realizarem identificações. Controle de alto desempenho pode ser conseguido frequentemente com modelos muito simples. Não existia conexão clara entre identificação de sistemas e a teoria de controle robusta desenvolvida nos anos 80. Quadro 5: Motivação para Obter Melhores Modelos para Controle. Fonte: Miranda (2005), adaptado pelos autores. Na área da identificação de sistemas, grande ênfase é devotada aos aspectos de consistência das estimativas uma vez que esses conceitos relacionam-se à reconstrução do processo real que explica os dados coletados. (ALVES, Oliveira, 2011) 1.4.1 Sistema Em controle de processos, sistema pode ser definido como um ou mais objetos que realiza certo objetivo e cujas propriedades pretendem-se estudar (COELHO, Rodrigues e COELHO, Santos, apud OGATA, 2002). A Figura 11 ilustra os principais elementos de um sistema de controle. Figura 11: Elementos de um Sistema de Controle. Fonte: COELHO, Rodrigues e COELHO, Santos (2004), adaptada pelos autores. 32 A estrutura apresentada pela Figura 11, possui 3 situações de controle, como pode ser observado no Quadro 6. Análise Projeto É conhecida a entrada, u(.), o sistema h(.), e deve-se obter a saída, y(.); É conhecido o sistema, h(.), a saída desejada, y(.) e deve-se obter a entrada, u(.), para proporcionar tal saída; É conhecida a entrada, u(.), a saída, y(.), e deve-se obter o sistema, h(.), de modo que (. ) → (. ). Identificação Onde (. ) é a saída do sistema real (medida) e (. ) é a saída estimada (simulada). (O símbolo matemático " → " significa tendência, neste caso, saída simulada tendendo à medida). Quadro 6: Situações de Controle. Fonte: COELHO, Rodrigues e COELHO, Santos (2004), adaptado pelos autores. Será apresentado no próximo capítulo, um método de identificação utilizando linguagem computacional para a obtenção do sistema (h(.)). Serão mostradas também, as entradas e saídas que serão utilizadas para obtenção do mesmo. 1.4.2 Modelagem Para COELHO, Rodrigues e COELHO, Santos (2004), modelagem e identificação é a determinação do modelo matemático de um sistema representado essencialmente de forma adequada para uma utilização particular (diagnósticos, supervisão, otimização, controle). A seguir, no Quadro 7, estão descritos os procedimentos envolvidos na elaboração de modelos matemáticos. 33 Análise físicomatemática Baseia-se nas leis da física que caracterizam um sistema particular, como as leis de conservação de massa, energia e momento Baseia-se nas medidas ou observações do sistema. No Análise experimental caso deste Trabalho, obtivemos os valores através do software de aquisição de dados, IBA. Quadro 7: Métodos de Identificação. Fonte: COELHO, Rodrigues e COELHO, Santos (2004), adaptado pelos autores. Tais procedimentos tornam possível a obtenção de modelos que representam a dinâmica do sistema. Se tratando de controle de processos, não é necessário encontrar um modelo matemático exato, necessitando apenas de um modelo adequado para uma determinada aplicação (COELHO, Rodrigues e COELHO, Santos, 2004). Segue o autor, que o modelo de um sistema é a utilização de uma Equação matemática com a finalidade responder as questões sobre o sistema sem a realização de experimentações, uma vez que através de um modelo podese calcular ou decidir como os sistemas se comportam em determinadas condições operacionais. A utilização do modelo para simulação do sistema baseia-se em um procedimento seguro e de baixo custo. Porém, os resultados da simulação dependem inteiramente da qualidade do modelo matemático do sistema para que tenham validade (COELHO, Santos e COELHO, Rodrigues, 2004). No Quadro 8, são apresentados alguns dos diferentes propósitos para a utilização de modelos matemáticos em automação industrial 34 Tentativa de prever os estados futuros do sistema Previsão (comportamento dinâmico) e está limitada à precisão do modelo e aos efeitos das perturbações atuantes no sistema. Proporciona um amplo campo para aplicação em Análise e projeto de sistemas de controle modelagem e identificação de controladores clássicos, síntese de scripts de controle adaptativos e preditivos, e na estimação do estado de variáveis não-mensuráveis; A estimação da velocidade a partir de uma posição é um exemplo de medida indireta. Utiliza a simulação, com base no modelo matemático, para a avaliação das características operacionais do Supervisão sistema, para o projeto de engenharia ou para o treinamento de operadores. Muitas vezes é também utilizado na detecção de erros e diagnósticos. Empregado na tomada de decisões nos mais variados campos: no escalonamento, na manutenção e na Otimização economia em sistemas industriais, visando maximizar a produção, minimizar custos, etc. A otimização de sistemas necessita de modelos matemáticos precisos. Quadro 8: Aplicação de Modelos Matemáticos. Fonte: COELHO, Rodrigues e COELHO, Santos (2004), adaptado pelos autores. 1.4.3 Modelos Contínuos 1.4.3.1 Definição Segundo Nise (2002), definimos uma Função de Transferência como sendo um modelo matemático contínuo que através de um quociente relaciona a resposta de um sistema (C(s)) a um sinal de entrada ou excitação (R(s)). Primeiramente, apresenta-se a forma geral de uma Equação diferencial de ordem n, linear e invariante no tempo, que descreve matematicamente o comportamento do sistema. 35 ( ) ( ) = ( ) + + ⋯+ ( ) + + ⋯+ ( ) (2.1) ( ) Onde, ( ) é a saída do sistema, ( ) é sua entrada. Aplicando a transformada de Laplace em ambos os lados da Equação (2.1) e admitindo que todas as condições iniciais sejam iguais a zero, podemos reduzir a Equação acima a: ( + + ⋯+ ) ( )=( + + ⋯+ ) ( ) (2.2) Formando agora a relação entre a transformada da saída, C(s), dividida pela transformada da entrada, R(s), temos: ( ) ( = ( ) ( + + +⋯+ ) = ( ) +⋯+ ) (2.3) A Equação acima, G(s), é chamada de função de transferência. Representa-se a função de transferência por um diagrama de blocos, como na Figura 12, com a entrada à esquerda, saída à direita, e a função de transferência dentro do bloco. E pode-se obter a saída, C(s), usando: ( )= ( )∗ ( ) Figura 12: Função de Transferência. Fonte: Nise (2002). (2.4) 36 1.4.4 Modelos Discretos Com o auxílio do software MATLAB, é possível elaborar e converter os modelos contínuos em discretos, e determinar, através das equações que descrevem a transformação retangular ou trapezoidal, os correspondentes modelos contínuos e discretos. A seguir, apresentam-se de forma resumida as três abordagens utilizadas para descrever sistemas discretos (COELHO, Santos e COELHO, Rodrigues, 2004). 1.4.4.1 Função de Transferência Discreta De acordo com COELHO, Santos e COLEHO, Rodrigues (2004), a função de transferência discreta é dada pela relação entre a transformada -Z da saída, ( ), pela transformada -Z da entrada, ( ), ( )= ( ) ( ) (2.5) Essa relação, H(z) é uma razão de dois polinômios em z e é representada por: ( )= ( ) ( ) (2.6) b z ; ( )= (2.7) Onde, ( )= ≥ Sendo , , com [0, , ]e =1 e é a ordem do sistema. Os elementos [0, ] são desconhecidos e devem ser determinados através de uma modelagem matemática do sistema ou através da identificação. Geralmente assume-se que o valor de é conhecido hipoteticamente. 37 1.4.4.2 Resposta Impulsiva Discreta Para COELHO, Santos e COELHO, Rodrigues (2004), essa resposta está relacionada com a função de transferência por: ℎ( ) = Onde, [ ( )] (2.8) é a transformada – z inversa e é o tempo discreto. As amostras da resposta impulsiva, ℎ( ), estão relacionadas com as amostras da resposta ao degrau, ( ), pelas seguintes equações: ℎ( ) = 1.4.4.3 1 [ ( ) − ( − 1)] ; ( ) = ℎ( ) (2.9) Equações de Estados Discreta Prossegue o autor que a função de transferência está relacionada com a representação de estados discreta por, ( )= ( Onde, e − ) , é a matriz do sistema ( é o vetor de saída (1 (2.10) ), é o vetor de entrada ( 1) ). As equações de estados na forma discreta são: ( + 1) = ( )= ( )+ ( ) ( ) Sendo ( ), o vetor de estados ( (2.11) (2.12) 1), ( ) a sequência de entrada e ( ) a saída (medidas especificadas em cada período da amostragem). 38 Na avaliação de modelos matemáticos discretos, deve-se selecionar um período de amostragem, Ts, para cada aplicação particular, de acordo com uma das seguintes relações (COELHO, Santos e COELHO, Rodrigues 2004): =5 Onde, do valor final e 15 ; = ℑ 10 (2.13) é o tempo que a resposta do sistema leva para alcançar 95% é a constante de tempo dominante do sistema. 1.4.5 Identificação por Métodos de Subespaços O método dos subespaços é baseado em conceitos da Teoria de Sistemas, Álgebra Linear e Estatística. (BERNARDO; FERNANDES, BLENINGER; MANNICH; SBRISSIA, apud VAN OVERSCHEE e MOOR, 1996). O método dos subespaços originou-se de técnicas de determinação de modelos de estado-espaço a partir da análise da resposta do sistema quando forçado por um impulso. (BERNARDO; FERNANDES, BLENINGER; MANNICH; SBRISSIA, apud VIBERG, 2002) O método dos subespaços é obtido, basicamente, a partir de duas etapas, que podem ser vista no Quadro 9. Etapa 1 2 Descrição Estimativa do vetor de estados a partir dos dados de entrada e saída. Cálculo das matrizes do modelo utilizando-se deste vetor. Quadro 9: Métodos de Subespaços. Fonte: Bernardo; Fernandes, Bleninger; Mannich; Sbrissia (2011), adaptado pelos autores. 39 1.4.6 Simulação de Sistemas 1.4.6.1 Definição Segundo Freitas (2008), são diversas as definições de simulação, mas de uma forma geral, esse método aborda uma modelagem de um sistema ou processo, com o objetivo de imitar as respostas do sistema ou processo real através de um modelo proposto em eventos transcorridos ao longo do tempo. Segundo a fonte, atualmente a simulação é sinônimo de simulação computacional digital, embora num passado não tão distante, utilizavam-se modelos analógicos e físicos para o estudo e análise do comportamento de um determinado sistema. Um modelo computacional é na verdade um programa executado por um computador, em que as suas variáveis apresentam um comportamento dinâmico semelhante ao sistema real o qual representa (FREITAS apud SHANNON, 2008). De modo mais amplo, contemplando não só a identificação de um modelo, mas como também realizar experimentos de modo a entender o seu comportamento, o processo de simulação busca, além disso, desenvolver técnicas e estratégias para a operação do sistema real, adquirir teorias ou hipóteses, a partir das observações realizadas na simulação e até mesmo prever o comportamento do sistema a partir de alterações ou métodos empregados em sua operação (FREITAS, 2008). Segue a fonte que o processo de simulação tem se tornado uma tendência cada vez mais aceita e utilizada como uma ferramenta, que possibilita aos analistas de diversas áreas de atuação como os engenheiros, administradores, biólogos, técnicos em informática, etc., proporem soluções aos problemas encontrados no cotidiano. Vale ressaltar que o desenvolvimento da técnica está relacionado à facilidade de uso e à crescente sofisticação dos 40 ambientes de desenvolvimento dos modelos computacionais em conjunto com o alto poder de processamento observado nas estações de trabalho. Verificam-se ainda interfaces gráficas amigáveis, animações dos sistemas simulados e aplicações para diversas plataformas. 1.4.6.2 A Importância da Simulação O processo de simulação possibilita ao analista a realização de estudos a respeito do sistema modelado, para que as respostas em relação ao comportamento do processo sejam obtidas a partir de alterações empregadas para sua operação. Assim, um dos principais motivos para utilização desta ferramenta, constitui na obtenção dessas respostas sem que o sistema ou processo sob investigação sofra qualquer tipo de perturbação, pois todos os estudos são realizados no computador. Outro fator de extrema importância encontra-se em simulações de sistemas que ainda nem existem, acarretando no desenvolvimento de projetos mais eficientes, antes mesmo do início de qualquer mudança física (FREITAS, 2008). Segundo Freitas (2008), a técnica de simulação e seus conceitos básicos são de fácil compreensão e justificáveis, tanto para os usuários quanto para os gestores quando estes aplicam esta ferramenta em seus projetos. Segue a fonte que essa aceitação, deve-se principalmente a fatores como os descritos no Quadro 10. O estudo simulado contempla detalhes nunca imaginados, facilitando a percepção das diferenças de comportamento. O emprego de animações possibilita a visualização do comportamento do sistema durante as simulações. Economia de tempo e recursos financeiros no desenvolvimento de projetos, bem como ganhos de produtividade e qualidade. Tais benefícios tornam os custos das análises insignificantes. Percepção clara de que o modelo simulado é muito semelhante ao sistema real. Quadro 10: Influências que Estimulam o Uso de Simulações. Fonte: Freitas (2008), adaptado pelos autores. 41 Geralmente, os modelos de simulação são do tipo entrada-saída, em que são fornecidos dados de entrada para a obtenção de respostas específicas para estes, sendo que a busca por uma solução ótima para um determinado problema do sistema investigado requer um razoável esforço, mas é importante ressaltar que várias são as razões que levam à utilização dos modelos simulados, das quais podemos destacar: planejamento de um futuro sistema, em situações em que o sistema real ainda não existe; custo, em situações em que simulações projetam os benefícios através da aquisição de um novo equipamento ou dispositivo para o sistema real, entre outras (FREITAS, 2008). Segundo Freitas (2008), existem inúmeros ramos de atividades ou sistemas aptos à simulação, dos quais podemos destacar os seguintes: sistemas de produção, sistemas administrativos, controle de processos industriais, sistemas de transporte, entre outros. 1.4.6.3 Vantagens e Desvantagens da Simulação Apesar do processo de simulação constituir uma importante ferramenta de análise de sistemas ou processos reais, bem como a clareza das razões que levam à adoção destes modelos já citadas, é importante frisar as principais vantagens e desvantagens de sua utilização. 1.4.6.3.1 Vantagens Em Freitas (2008), estão descritas as seguintes vantagens, quanto à simulação computacional, conforme Quadro 11: Vantagens Após a identificação, o modelo de simulação pode ser utilizado quantas vezes forem necessário para analisar projetos e propostas; A simulação computacional é mais simples em sua aplicação quando comparada aos métodos analíticos de análise; Os modelos analíticos necessitam de um número muito grande de 42 Vantagens simplificações para torná-los matematicamente acessíveis, além disso, as análises estão restritas a um número limitado de medidas de desempenho. De modo contrário, as respostas geradas por modelos de simulação permitem o estudo e análise de qualquer medida concebível e não apresentam restrições quanto à necessidade de simplificações; Os modelos de simulação podem ser enriquecidos com o maior número possível de detalhes do sistema ou processo real, tornando-se possível a abrangência de novas políticas e procedimentos operacionais, fluxos de informações, etc. podendo ser avaliados sem a necessidade de perturbação do sistema real; Permitem a realização de análises para o estudo de hipóteses da natureza de certos fenômenos que acontecem no processo; A simulação permite o controle do tempo de análise, reproduzindo os fenômenos de forma lenta ou acelerada, de modo a obter um melhor estudo; A simulação possibilita a identificação das variáveis mais importantes, ou seja, aquelas que estão diretamente relacionadas à performance e como estas interagem entre si e com os outros elementos do sistema; A simulação determina como realmente um sistema opera, em contrariedade ao modo com que todos imaginam que ele opera; A simulação permite explorar situações em que se tenha pouco conhecimento e experiência, com a finalidade de adquirir um embasamento teórico e preparação diante de futuros eventos. Quadro 11: Vantagens em se Utilizar Simulação Computacional. Fonte: COELHO, Rodrigues e COELHO, Santos (2004), adaptado pelos autores. 1.4.6.3.2 Desvantagens Segundo Freitas (2008), embora existam diversas vantagens, a simulação computacional apresenta algumas desvantagens, veja a seguir no Quadro 12. 43 Desvantagens A identificação e construção de um modelo exigem treinamento especial. Trata-se de um treinamento a longo prazo, devido à necessidade de aquisição de experiência e aprendizado; O processo de modelagem consome muitos recursos, principalmente o tempo. Além disso, a tentativa de simplificação de uma modelagem de modo a estabelecer uma economia de recursos, gera resultados insatisfatórios; Os resultados de uma simulação podem ser de difícil interpretação. Trata-se de um problema comum, a dificuldade de identificar quando uma observação realizada durante uma execução se deve a alguma relação significante no sistema ou a processos aleatórios construídos e embutidos no modelo, uma vez que estes mesmos modelos buscam capturar a variabilidade do sistema. Quadro 12: Desvantagens em se Utilizar Simulação Computacional. Fonte: COELHO, Rodrigues e COELHO, Santos (2004), adaptado pelos autores. 1.5 Introdução a Controladores Segundo Ogata (2003), o regulador centrífugo idealizado por James Watt, com a finalidade de controlar a velocidade de máquinas a vapor no século XVIII, é considerado historicamente como o primeiro trabalho de importância relevante envolvendo o controle automático. Há registros de outros trabalhos importantes durante os estágios iniciais do desenvolvimento da teoria de controle. Destaca-se a contribuição de Minorsky, em 1922, com controladores automáticos para pilotagem de embarcações, além de determinar sua estabilidade através de equações diferenciais que descreviam o sistema. Já em 1932, Nyquist determinou a estabilidade de sistemas de malha fechada, baseada na resposta de malha aberta com entradas senoidais estacionárias. Já Hazem, em 1934, desenvolveu o chamado servomecanismo em sistemas de controle de posição. Durante a década de 40, utilizavam-se métodos de respostas em frequência baseados nos diagramas de Bode, viabilizando aos projetistas, o desenvolvimento de sistemas de controle linear com malha fechada, de modo a satisfazer o desempenho determinado. 44 No início da década de 50, Evans idealizou o método do lugar das raízes, sendo amplamente desenvolvido. A teoria clássica de controle compreende os métodos de resposta em frequência e lugar das raízes que constituem a base fundamental, responsável pelo desenvolvimento de sistemas estáveis, satisfazendo uma série de condições de desempenho impostas de forma arbitrária. Segue o autor, sistemas de controle modernos com muitas entradas e saídas são muito complexos e a sua descrição exige um grande número de equações. Com isso, a teoria clássica de controle (que descreve sistemas com apenas uma entrada e uma saída), torna-se insuficiente para aplicações em sistemas com múltiplas entradas e múltiplas saídas. Na década de 60, com o desenvolvimento e utilização dos computadores digitais, tornara-se possível a análise de complexos sistemas de controle no domínio do tempo, surgindo assim a teoria de controle moderno baseada na análise e na síntese de domínio de tempo com a aplicação de variáveis de estado de modo a satisfazer as rigorosas exigências e requisitos quanto ao desempenho, precisão, importância e custo destes sistemas aplicados em processos industriais. Atualmente, os computadores são aplicados como elementos integradores de sistemas de controle, devido aos avanços tecnológicos que permitem que estas máquinas tornem-se cada vez mais compactas e acessíveis comparadas ao custo. O desenvolvimento e estudo da teoria de controle moderno já englobam aplicações nas áreas biológicas, econômicas, sociais, entre outras (OGATA, 2003). 1.5.1 Terminologia Básica Faz-se necessária a definição de conceitos básicos que serão constantemente citados no texto e importantes para descrição de sistema de controle e compreensão do leitor. 45 1.5.1.1 Variável Controlada e Variável Manipulada A variável controlada é a grandeza ou a condição que é medida e controlada. Em contrapartida, a variável manipulada é a grandeza ou uma condição que é alterada pelo sistema controlador a fim de afetar intencionalmente o valor da variável controlada que geralmente é a saída do sistema. Controlar significa: Medir o valor da variável controlada do sistema e utilizar a variável manipulada ao sistema para corrigir ou limitar os desvios do valor medido a partir de um valor desejado (OGATA, 2003, p.2). 1.5.1.2 Plantas ou Sistemas a Controlar Para Ogata (2003), um sistema a ser controlado pode compreender parte de um equipamento ou um conjunto de componentes de um equipamento funcionando de forma integrada desempenhando uma determinada atividade ou operação. 1.5.1.3 Sistemas Trata-se de componentes agindo em conjunto com a finalidade de obter um determinado objetivo. A palavra sistema é aplicada também aos fenômenos abstratos dinâmicos, portanto não se aplica somente a algo físico ou concreto. Os sistemas podem ser biológicos, físicos, econômicos e entre tantos outros (OGATA, 2003). 1.5.1.4 Controle Realimentado (Malha Fechada) Em linhas gerais, todo sistema de controle que estabelece uma comparação entre os sinais de saída e entrada de referência e que, a partir da diferença obtida destes sinais é realizado o controle, denomina-se sistema de controle com realimentação, geralmente conhecido como sistema de controle de malha fechada, como pode ser observado na Figura 13. A característica predominante em tais sistemas é o fato do sinal de erro atuante (diferença entre o 46 sinal de entrada e o sinal de realimentação) realimentar o controlador a fim de reduzir o erro e ajustar o sinal de saída do sistema ao valor pretendido (OGATA, 2003). Figura 13: Exemplo de um Sistema a Malha Fechada. Fonte: Nise (2002), adaptada pelos autores. Esta diferença entre a entrada e a saída do sistema pode ser gerada a partir de distúrbios ou perturbações decorridas no sistema. 1.5.1.5 Distúrbios ou Perturbações Segundo Ogata (2003), consiste em um sinal que interfere de maneira a variar o valor da variável de saída de um determinado sistema. Quando este é gerado no interior de um sistema é classificado como distúrbio interno, em contrapartida, o distúrbio externo é oriundo de maneira externa ao sistema e comporta-se como um sinal de entrada ao sistema. 1.5.2 Sistemas de Controle de Malha Aberta Todo sistema em que não haja nenhuma intervenção no sentido de controlar o mesmo através do sinal de saída é denominado sistema de controle de malha aberta, conforme Figura 14. Pode-se afirmar que o sinal de saída não é medido e muito menos realimentado para uma posterior comparação com o sinal de entrada, portanto, a cada sinal de entrada de referência é gerada uma condição constante de operação. Neste caso, a precisão do desempenho do sistema está diretamente relacionada à calibração. Quando da ocorrência de perturbações que afetem um sistema de controle de malha aberta, a função desejada não será executada. Deste modo, para aplicações deste modelo, é 47 imprescindível o conhecimento da relação entre a entrada e a saída e, principalmente, a inexistência de qualquer tipo de distúrbio no sistema, seja ele interno ou externo (OGATA, 2003). Figura 14: Exemplo de um Sistema a Malha Aberta. Fonte: Nise (2002), adaptada pelos autores. 1.5.3 Comparativo entre Sistemas de Malha Aberta e Sistemas de Malha Fechada Segundo Ogata (2003), o sistema de malha fechada traz consigo a vantagem da utilização da realimentação de modo a obter um sinal de saída relativamente insensível a perturbações e mudanças internas quanto aos parâmetros do sistema. Desta forma, a utilização de componentes de menor custo, qualidade e até mesmo imprecisos, não afetará o controle preciso de um determinado sistema. Em controladores de malha aberta, tal procedimento é totalmente inviável. Quando comparados em relação ao parâmetro estabilidade, nota-se a facilidade de construção de um controlador de malha aberta, haja vista a estabilidade representar um problema de menor relevância. Em contrapartida, a estabilidade representa um problema de extrema relevância em sistemas de malha fechada, devido à ocorrência tendenciosa da correção dos erros além do necessário, o que leva a variações de amplitude constante ou variável (OGATA, 2003). Prossegue a fonte, sistemas de controle de malha fechada requerem maiores custos e maiores dimensões, devido à necessidade de um número maior de componentes utilizados quando comparados a sistemas de controle de malha aberta, sendo vantajosos somente quando da ocorrência de perturbações ou 48 distúrbios não previstos nos componentes que afetam todo o sistema. Entretanto, para sistemas em que as entradas são conhecidas e constatadas a ausência de distúrbios, é conveniente a aplicação de uma configuração de controle de malha aberta. 1.6 Controladores PID (Proporcional, Integral e Derivativo) A estrutura de um controlador PID é formada por três blocos básicos: o bloco proporcional, o bloco integral e o bloco derivativo (ALVES, Guedes, 1988). A Figura 15 apresenta a estrutura básica de um controlador PID. Figura 15: Estrutura Básica de um Controle PID. Fonte: Alves, Guedes (1988), adaptada pelos autores. Conforme Alves, Guedes (1988), a variável de controle é composta então por uma parte proporcional ao erro, outra proporcional à integral do erro e a terceira parte é proporcional à derivada do erro. Assim, conforme pode ser observado na Figura 16, a função de transferência de um controlador PID pode ser definida como: ( )= 1+ 1 + (2.14) 49 1.6.1 O Controlador PID Multivariável São controladores que possuem múltiplas entradas e múltiplas saídas. No presente trabalho, estas variáveis limitam-se em duas entradas e duas saídas, que serão apresentadas no próximo capítulo. A metodologia para o ajuste de controladores PID multivariáveis é muito semelhante ao método empregado para o caso de controladores monovariáveis, como o de Ziegler e Nichols, uma vez que estes métodos constituem a base utilizada por muitos estudiosos, no desenvolvimento de procedimentos de ajustes para controles que possuem mais de uma variável a ser controlada (ALVES, Guedes, 1988). Segundo Alves, Guedes (1988), os blocos de controle PID multivariável possuem a mesma estrutura dos blocos controladores monovariáveis, conforme Figura 16. A estrutura, dentro dos blocos PID1 e PID2, pode ser observada na Figura 15. Neste trabalho utilizou-se a metodologia de ajuste proposta por Alves, Guedes 1988, que utiliza o conceito de região de estabilidade, a ser vista na próxima seção. Figura 16: Controle PID com Duas Entradas e Duas Saídas. Fonte: Os Autores (2013). 50 1.6.1.1 A Região de Estabilidade Em Alves, Guedes (1988), a Região de Estabilidade é definida como um conjunto de pares ordenados (Kp1, Kp2) que são os ganhos proporcionais dos controladores, de modo a conferir estabilidade ao processo. Estes pares ordenados estão localizados em um plano cartesiano, em que os eixos ortogonais são compostos por (Kp1, Kp2). Segue a fonte que alguns fatores influenciam diretamente nesta região de estabilidade, aumentando-a ou diminuindo-a. Tais fatores podem ser exemplificados: a adição de uma ação integradora determina uma diminuição desta região, ao passo que a adição de uma ação diferenciadora num controle PI (proporcional-integral), aumenta esta região de estabilidade. A Figura 17 representa uma região de estabilidade genérica. Figura 17: Região de Estabilidade. Fonte: Alves, Guedes (1988), adaptada pelos autores. 1.7 Controlador no Espaço de Estados Nesta seção será apresentado o embasamento teórico referente aos controladores no espaço de estados. Este trabalho demonstrará o controle através da realimentação de estados com alocação de polos e também com ação integral. 51 Uma das principais vantagens da utilização dos métodos em Espaço de Estados consiste no suporte computacional, uma vez que há inúmeros softwares que permitem a utilização de álgebra com matrizes, muito utilizadas e necessárias aos procedimentos de projeto (NISE, 2002). 1.7.1 O Projeto do Controlador com Realimentação de Estados e Alocação de Polos Segundo Nise (2002), um sistema de controle de ordem com retroação apresenta uma Equação característica à malha fechada de ordem da seguinte forma: det( − )=0 Onde, 0 0 = … − + 1 0 … − 0 1 … − +⋯+ A Equação acima representa … 0 … 0 … … … − + =0 (2.15) coeficientes em que seus valores são as responsáveis pela determinação da localização de cada um dos polos a malha fechada. Desta forma, com a introdução no sistema o controlador de parâmetros ajustáveis e relacioná-los aos coeficientes da Equação (2.15), todos os polos do sistema a malha fechada, poderão ser alocados em posições desejadas (NISE, 2002). 1.7.2 Metodologia Para Alocação de Polos Considere um sistema a controlar genérico, descrito no espaço de estados pelas equações a seguir: 52 ̇= + (2.16) = (2.17) As Figuras 18 e 19 expressam de forma gráfica as equações (2.16), (2.17) e a retroação das variáveis de estado, com os ganhos . x u y x 1 s B . C Integrador . . .. A Figura 18: Representação no Espaço de Estados de um Processo a Controlar. Fonte: Nise (2002), adaptada pelos autores. . x r y x 1 s B C Integrador . . .. A . -K Figura 19: Processo a Controlar com Retroação de Estado. Fonte: Nise (2002), adaptada pelos autores. Segundo Nise (2002), as equações de estado do sistema a malha fechada são obtidas por inspeção a partir da Figura 19 e são descritas da seguinte maneira: ̇= + → = (− + ) (2.18) 53 − + =( − ) + (2.19) = (2.20) Segue a fonte que a consistência do projeto de retroação com as variáveis de estado, para a alocação de polos a malha fechada é obtida a partir da igualdade da Equação característica do sistema a malha fechada com a Equação característica desejada, determinando aos valores dos ganhos de retroação . Em Nise (2002), a técnica de alocação de polos de um sistema a controlar na forma de variáveis de fase é obtida a partir da metodologia descrita no Quadro 13: Representação do processo ou sistema a controlar na forma de variáveis de fase; Realizar a retroação de cada uma das variáveis de fase para a entrada do processo a controlar através de um ganho ki; Obtenção da equação característica do sistema a malha fechada; Determinar a posição de todos os polos desejados a malha fechada e a equação característica para estes polos; Igualar os coeficientes semelhantes das equações características definidas acima, e obter os valores dos ganhos . Quadro 13: Metodologia para Obter as Variáveis de Fase. Fonte: Nise (2002), adaptado pelos autores. Aplicando a metodologia encontrada em Nise (2002), a representação na forma controlável de um sistema de espaço de estados, está representada pela Equação 2.16 onde: 0 0 = … − 1 0 … − 0 1 … − … … … … 0 0 … − , (2.21) 54 0 0 = , … 1 = [ … ] Neste caso, a Equação característica do sistema é: + + ⋯+ + =0 (2.22) O sistema a malha fechada é obtido a partir da retroação de cada uma das variáveis de estado as quais são utilizadas para formar o vetor de controle u, onde: =− =[ (2.23) … ] (2.24) Utilizando a Equação (2.16) com as equações (2.21) e (2.24), obtêm-se a matriz − , conforme Equação (2.25) do sistema em malha fechada, representada genericamente por: − 0 0 = … −( + 1 0 … −( + ) 0 1 … −( + ) … … … ) … −( 0 0 … (2.25) + ) A Equação característica do sistema a malha fechada representado pela Equação (2.26) é definida por: det −( − ) = +( +( + + ) +( ) + +( + ) +⋯ (2.26) )=0 Concluindo a metodologia presente em Nise (2002), determinam-se os valores dos ganhos , sendo: 55 = + ; = 0, 1, 2, … , − 1 = Onde − (2.27) (2.28) são os coeficientes do polinômio característico desejado. Por fim, obtém-se o polinômio do numerador da função de transferência a partir dos coeficientes da matriz de acoplamento de saída . (NISE, 2002). 1.8 Realimentação de Estados com Ação Integral Tipicamente, em um sistema de controle, a saída é retroagida para junção somadora, porém este projeto prevê apenas a retroação de cada uma das variáveis de estado para o controle , através de um ganho de obter ganhos , com a finalidade que poderão ser ajustados para a produção dos valores desejados dos polos a malha fechada (NISE, 2002). De acordo com Alves, Guedes (2013), o controlador por realimentação de estados através da alocação de polos não garante por si só, devido à presença de perturbações típicas de controle, um erro nulo. Neste caso, deve-se acrescentar a ação integral ao controlador. Para resolver este problema podem-se acrescentar integradores nas saídas dos sistemas para as variáveis em que se deseja eliminar o erro no estado estacionário. (ALVES, Guedes apud GOODWIN, 2000) Prossegue a fonte que, para isso deve ser criado um vetor estendido ′, conforme as Equações a seguir: = ( ) ( ) ̇( ) = ( ) − ( ) Onde ( ) é o vetor das referências. (2.29) (2.30) 56 Para o sistema estendido tem-se: ̇( )= ( ) + ′( ) (2.31) ( )= () (2.32) = = Onde, = 0 ; 0 − Sendo ∗ 0 ; ∗ 0 0 … 1 1 ; (2.33) a matriz C excluindo-se as linhas relativas às saídas que serão integradas para eliminação de erro de estado estacionário. Na Figura 20 observam-se os blocos que irão compor a simulação deste sistema. Figura 20: Realimentação de Estados com Ação Integral. Fonte: Alves, Guedes (2013), adaptada pelos autores. Onde y*(t) é a referência do sistema e e(t), o erro gerado através da diferença entre a referência e a saída do sistema. A aplicação desta metodologia será vista no capítulo 4 deste Trabalho. 57 2 METODOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO Neste capítulo serão apresentadas todas as etapas necessárias para a identificação do sistema, desde a medição das variáveis até a simulação no software MATLAB. 3.1 Laminador de Encruamento da LZC#3 Essa seção abordará as características construtivas do Laminador, e também de seu controle. Na Figura 21 é possível ver o visualizar o LE#7. Figura 21: Região do Laminador. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. Também serão apresentadas as variáveis que serão utilizadas para realizar a identificação e modo como elas são medidas na LZC#3. Durante esta seção será citado, em diversos momentos, o termo “região do laminador”, que para este Trabalho de Conclusão de Curso, compreende a região onde a identificação por métodos de subespaço foi aplicada. Faz parte desta região analisada: os tensiômetros, o laminador de encruamento (LE#7) e o tensor central. O esquema gráfico simplificado desta região pode ser observado na Figura 22. 58 Figura 22: Esquema da Região do Laminador. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. No Quadro 14, a seguir, vê-se uma breve descrição de cada um dos equipamentos mostrados na Figura anterior. Equipamento Descrição Composto por 3 cilindros conforme a Figura 23, Tensiômetro acoplados a uma célula de carga. Este conjunto mede a força que será utilizada no cálculo da tensão mecânica. Promove o movimento dos cilindros de trabalho, Cilindros de Encosto bem como suporta os esforços mecânicos de laminação a que são submetidos os cilindros de trabalho. Cilindros de Trabalho São rolos que estão em contato direto com o material a ser laminado. É um conjunto formado por 3 rolos tensionadores, Tensor Central acionados por um único motor. O Tensor Central deve garantir a tensão mecânica na saída da cadeira de laminação. Quadro 14: Equipamentos Região de Laminação. Fonte: CSN (2013), adaptado pelos autores. 59 Figura 23: Medição da Força na Entrada e Saída do Laminador. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. Por intermédio de um acionamento hidráulico, o cilindro de encosto inferior se desloca, aproximando-se do cilindro de encosto superior. A força ( ⃗ ), aplicada à tira de aço, promove o alongamento da chapa, como pode ser observado na Figura 24. De maneira a conseguir o alongamento desejado é necessário que a tira de aço esteja tensionada na entrada e na saída da cadeira de laminação, ou seja, a chapa deve ficar totalmente esticada. Figura 24: Força de Laminação, representada por ⃗. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. 60 A Figura 25 ilustra a interface homem-máquina (IHM) que apresenta as medições do sistema controlador da força de laminação. Figura 25: Tela no Painel de Controle de Força do Laminador. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. O acionamento de cada cilindro de encosto e do tensor central é realizado por motores de corrente contínua, cujas características podem ser observadas nos Quadros 15 e 16. Os motores estão acoplados a caixas redutoras cujos esquemas podem ser observados na Figura 26. Estas caixas possuem uma relação de transmissão, que segundo Cunha (2005), é definida como a relação entre o número de rotações do eixo motor e do eixo movido (rolos), ou seja, altera a velocidade de rotação que será transferida aos rolos, neste caso, por se tratar de caixas redutoras, para cada determinado número de rotação efetuada pelo motor, uma quantidade de rotação menor será desenvolvida na saída da caixa. Ainda nos Quadros 15 e 16, observa-se a relação de transmissão de cada caixa associada a um motor. 61 Laminador Cilindro de Encosto Cilindro de Encosto Superior Inferior Potência Nominal 75 CV Rotação 1150 / 2000 RPM Excitação Shunt Estabilizado Tensão de Alimentação 500 V Tensão de Campo 240 / 120 V Corrente de Campo 4,95 / 2,30 A Resistência de Campo 35,2 Ω a 25 °C Corrente de Armadura 65 A Relação de Transmissão 18,356:1 (Rotação) Quadro 15: Características Motores dos Cilindros de Encosto do Laminador. Fonte: Manual Sumitomo (1998), adaptado pelos autores. Tensor Central Potência nominal 120 CV Rotação 1150 / 2000 RPM Excitação Shunt Tensão de Alimentação 500 V Tensão de Campo 240 / 120 V Corrente de Campo 9,4 / 4,4 A Resistência de campo 18 Ω a 25 °C Corrente de Armadura 201 A Relação de Transmissão 18,640:1 (Rotação) Quadro 16: Características Motor do Tensor Central. Fonte: Manual Sumitomo (1998), adaptado pelos autores. 62 Figura 26: Caixas Redutoras: à esquerda Cilindros de Encosto, à direita, Tensor Central. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. 3.2 Variáveis do Sistema Nesta seção serão apresentadas as variáveis que posteriormente serão utilizadas na identificação, o modo como elas são medidas e de que maneira elas são armazenadas em um banco de dados. O Quadro 17 apresenta estas variáveis, o equipamento com o qual elas estão relacionadas, o modo como são medidas, a unidade das grandezas e sua classificação no sistema de controle. Variável Equipamento Tensão Mecânica de Tensiômetro Entrada Velocidade do Cilindro de Cilindro Encosto Inferior Tensão Mecânica de Tensiômetro Saída Velocidade do Tensor Central Tensor Quadro 17: Variáveis do Projeto. Medidor Unidade Classificação Célula de Carga Kgf/mm² Saída Encoder mpm Entrada Célula de Carga Kgf/mm² Saída Encoder mpm Entrada Fonte: Os autores (2013). Para compreender a escolha destas variáveis, serão descritos mais alguns detalhes sobre o processo de laminação da LZC#3. 63 3.2.1 Tensão Mecânica Primeiramente, o operador, colaborador responsável por manter a linha produzindo, verifica que material deve ser processado, e então, no supervisório do laminador ele digita as características (espessura e largura) do material que será laminado. Observa-se na Figura 27, a tela onde o operador digita as informações da tira de aço. Essas informações são enviadas ao controlador lógico programável (CLP). Figura 27: Entrada das Características dos Materiais. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. A espessura e a largura do material ditam ao sistema, qual a referência de tensão mecânica que o sistema precisará desenvolver para que o material seja processado de forma a não ocorrer nenhum tipo de defeito, afrouxamento da chapa ou arrebentamento da mesma. De acordo com Ogata (2003), a entrada do sistema é dotada de um valor de referência, este valor será comparado com o sinal de saída, e então, de acordo com a diferença entre estes dois sinais o controlador atuará de modo a minimizar esta diferença. Na Figura 28, vê-se a 64 tabela de referências de tensão mecânica, na entrada e na saída da cadeira de laminação para cada tipo de material. Figura 28: Referências de Tensão Mecânica. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. De acordo com o Manual Sumitomo (1998), de operação do equipamento, a referência de tensão é enviada aos conversores dos motores. A informação de tensão mecânica de entrada é enviada ao controle motor do cilindro de encosto inferior, a partir daí este motor é que controlará, através da variação de sua velocidade, a tensão mecânica na entrada. De maneira semelhante, a informação da tensão mecânica de saída é enviada ao controle do motor do tensor central, e este, controlará a tensão na saída da cadeira de laminação. Ainda, de acordo com o Manual Sumitomo (1998), as células de carga, acopladas aos tensiômetros medirão a força com que a chapa desloca o tensiômetro, conforme Figura 29. De acordo com Thomazine e Albuquerque (2005), as células de carga são sensores de pressão que geram um sinal 65 analógico em sua saída proporcional a deformação sofrida pelo extensômetro, ou seja, quando aplicada uma força sobre sua área haverá uma variação em sua resistência ôhmica. Figura 29: Deslocamento da Célula de Carga. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. O valor de força medido pela célula de carga é enviado ao CLP, sendo este responsável pela ação de controle nos motores do laminador. No CLP estão armazenadas as características do material, espessura (gauge) e largura (width), Figura 30, e a força medida pelas células de carga na entrada (BBURTFB) e na saída (CBRTFB) da cadeira de laminação, respectivamente, Figuras 31 e 32. Então, a partir do valor destas duas grandezas, obtém-se o valor da tensão mecânica de resposta (feedback), através da Equação: = Onde, é a tensão mecânica calculada (kgf/mm²), nas células de carga (kgf) e (3.1) a força medida (no sistema do CLP:LEVAREA) é a área do material (mm²) que está passando sobre o cilindro do tensiômetros, conforme Figura 30, sendo: = ∗ (3.2) 66 Onde, (mm) a largura do material sobre o rolo e espessura do material. Figura 30: Área sobre os Cilindros. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. Figura 31: Cálculo da Área (LEVAREA). Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. (mm) a 67 Figura 32: Tensão de Entrada (SPET_FB) Calculada. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. Figura 33: Tensão de Entrada (SPXT_FB) Calculada. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. 3.2.2 Velocidade Conforme citado anteriormente, os controles do motor do cilindro de encosto inferior e do motor do tensor central recebem referência de tensão mecânica. Vale relembrar que o cilindro de encosto inferior é responsável por garantir a tensão na entrada da cadeira de laminação e, o tensor central, garantir a tensão mecânica na saída da cadeira de laminação. Nas Figuras 34 e 35 observa-se os bornes que recebem o sinal de feedback de tensão. Através das figuras a seguir, também é possível perceber que há uma conversão de sinais, o que é muito comum no controle de processos industriais, ou seja, as forças medidas pelas células de carga são convertidas para sinais de corrente. 68 Figura 34: Bornes do Conversor do Motor do Cilindro de Encosto Inferior. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. Figura 35: Bornes do Conversor do Motor do Tensor Central. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. O esquema apresentado a seguir, Figura 36, ajudará a compreender melhor o sistema apresentado. 69 Figura 36: Esquema Simplificado de Controle. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. Onde, a referência de tensão atribuída para cada tipo de material (1) e o feedback de força (2), são enviados ao CLP. Uma comparação entre estes valores é realizada e então o CLP envia estas informações para o controle do motor (3) que irá alterar sua velocidade de modo a garantir o valor atribuído na referência (4). E então, após a alteração de velocidade uma nova tensão mecânica será medida (5), iniciando-se novamente o ciclo apresentado (6). A velocidade do sistema é medida através de encoders acoplados ao eixo do motor, que segundo Thomazine e Albuquerque (2005), são sensores de posição que convertem deslocamento angular em informação digital (bytes), o pulso é gerado internamente a partir de um disco magnético. De acordo com Lakeshore (1997), empresa fabricante do sensor, o encoder, acoplado ao eixo do motor é composto por um disco magnético e um módulo sensor, que envia os sinais ao CLP, como pode ser observado na Figura 37. O anel magnético é impresso com alternância entre polos norte e sul. Entre o módulo sensor e o disco magnético não há quaisquer tipo de contato. Sendo que o módulo gera o sinal de acordo com a rotação do disco magnético (RPM, rotações por minuto) e envia este sinal ao CLP. O CLP efetua alguns cálculos, levando em consideração o diâmetro do rolo, transformando a unidade em mpm (metros por minuto). 70 Figura 37: Encoder. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. Na Figura 38, pode-se visualizar o encoder utilizado no sistema de medição de velocidade acoplado ao motor do tensor central. O mesmo sistema é utilizado para medição de velocidade do cilindro de encosto inferior. Figura 38: Encoder Acoplado ao Eixo do Motor. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. O controle de torque motor do cilindro de encosto superior é feito pelo conversor (CA/CC) do motor do cilindro de encosto inferior, de modo a garantir que o torque de ambos os motores sejam iguais. 71 3.3 Aquisição de Dados Na seção anterior apresentou-se o modo como as grandezas do modelo analisado são medidas, sendo elas velocidades e tensões mecânicas. Nesta seção, será abordada a maneira como os dados medidos pelos encoders e células de carga são armazenados pelo sistema. Assim que a grandezas são medidas, um software denominado IBA PDA (Aquisição de Dados do Processo), observado na Figura 39, armazena estas medições no disco rígido da estação de engenharia. Estes dados são medidos e armazenados a cada 0,01 segundo (10 ms). Na Figura 40, observa-se o esquema do sistema de aquisição de dados. Figura 39: Aquisição de Dados Através do IBA PDA. Fonte: CSN (2013). 72 Figura 40: Velocidade Tensor Central (CBRSFB). Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. Na LZC#3, também se utiliza o IBA Analyzer, Figuras 41 e 42. Esta ferramenta possibilita a análise dos sinais monitorados pelo CLP, seja para estudo dos equipamentos, ou também para análise de falhas. Para este Trabalho de Conclusão de Curso, o IBA Analyzer teve fundamental importância, pois a partir da sua opção de exportar os dados medidos, fez-se possível a obtenção das medições, em forma de documento de texto, para mais tarde ser utilizado no MATLAB para identificação do modelo matemático do sistema. Figura 41: IBA Analyzer. Fonte: CSN (2013). Na tela observada na Figura 41, tem-se: 73 Figura 42: Descrição da Tela do IBA Analyzer. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. O Quadro 18 apresenta os dados que foram exportados do IBA. Neste quadro, somente as informações destacadas em azul foram utilizadas na identificação, as demais, foram exportadas para possíveis análises comparações. Coluna no Documento de Texto 1 2 3 4 Nome da Variável Medida Tempo de Amostragem Força de Laminação Velocidade Tensor Central Velocidade Tensor 4 Set point (referência) tensão de 5 entrada Set point (referência) tensão de saída 6 Velocidade Cilindro de Encosto 7 Inferior Velocidade Cilindro de Encosto 8 Superior 9 Espessura do Material 10 Largura do Material Feedback tensão de entrada 11 Feedback tensão de saída 12 Quadro 18: Variáveis Exportadas Através do IBA. Fonte: Os autores (2013). e 74 Neste Trabalho de Conclusão de Curso, optou-se por utilizar uma amostragem de 2 minutos e 30 segundos, perfazendo aproximadamente 15 mil medições para cada uma das grandezas exportadas. Por se tratar de uma identificação no momento em que a tira de aço está sendo laminada, obrigatoriamente, as variáveis Força de Laminação, Velocidades e as tensões medidas devem ser diferentes de zero, conforme Figura 43. Figura 43: Região Utilizada na Identificação. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. É de suma importância, segundo Aguirre (2004), que os dados utilizados na identificação contemplem a região transitória (região ampliada da Figura 43). Esta região apresenta oscilações bruscas provenientes de perturbações, até que o controle consiga estabilizar o sistema (estado estacionário). 75 3.4 Identificação Como foi visto na seção anterior, os dados são exportados do IBA Analyzer em documento de texto e, para que possam ser interpretados pelo MATLAB, devem-se realizar algumas operações, que podem ser observadas no Quadro 19. Abrir os arquivos em “.txt” (documento de texto) no Excel; Excluir toda a parte textual; Dividir os dados medidos: metade para utilizar na identificação e a outra metade para simulação; Salvar as alterações com a extensão “.xlsx”. Adotou-se o seguinte padrão para nomenclatura dos arquivos: Identificação: EspessuraXLargura_tempodeamostragemID; Validação: EspessuraXLargura_tempodeamostragemVAL; Exemplo: 0,6x1193_001id.xlsx Quadro 19: Preparação dos Dados para o MATLAB. Fonte: Os autores (2013). Para diminuir a quantidade de caracteres a ser utilizado no MATLAB, abreviou-se o nome das variáveis, como pode ser observado no Quadro 20. Nome da Variável MATLAB Tempo de Amostragem t Força de Laminação FLam Velocidade Tensor Central Vc Velocidade Tensor 4 Vt4 Set point (referência) tensão de entrada Set point (referência) tensão de saída Velocidade Cilindro de Encosto Cilindro de Encosto Inferior Velocidade Superior setpoint_entrada setpoint_saida Vcei Vces 76 Espessura do Material esp Largura do Material lar Feedback tensão de entrada Te Feedback tensão de saída Ts Quadro 20: Nomenclatura das Variáveis no MATLAB. Fonte: Os autores (2013). E, de acordo com o sistema físico têm-se as seguintes entradas e saídas, observadas no Quadro 21, a seguir: Variável Vcei Vc Te Ts Classificação Entradas Saídas Quadro 21: Classificação em Entradas e Saídas. Fonte: Os autores (2013). Em seguida deve-se abrir o arquivo carregar_identificacao.m para que o script do Quadro 22 seja executado. %Script para Realizar a Identificação clear clc filename = Nome do arquivo conforme padrão ID.xlsx'; DADOS = importdata(filename); DADOS = xlsread(filename); t = [DADOS(:,1)]; FLam = [DADOS(:,2)]; Vc = [DADOS(:,3)]; Vt4 = [DADOS(:,4)]; setpoint_entrada = [DADOS(:,5)]; setpoint_saida = [DADOS(:,6)]; Vcei = [DADOS(:,7)]; Vces = [DADOS(:,8)]; esp = [DADOS(:,9)]; lar = [DADOS(:,10)]; Te = [DADOS(:,11)]; Ts = [DADOS(:,12)]; z = iddata([Te Ts],[Vcei Vc],0.01); m = n4sid (z,1:10,'InitialState','Estimate'); 77 %ou m = n4sid %(z,1:10,'InitialState','Estimate'); [A,B,C,D,K,X0] = idssdata (m); continuo = d2c(m); [A2,B2,C2,D2,K2,X02] = idssdata (continuo); Quadro 22: Script para Identificação Utilizando Métodos de Subespaço. Fonte: Os autores (2013). O script apresentado no quadro anterior carrega as colunas do arquivo da planilha do Excel para o workspace do MATLAB. No Quadro 23, a descrição deste procedimento. Descrição Script Limpa o workspace do MATLAB. clear Limpa a command window, janela clc principal do MATLAB. Atribui a filename o nome do arquivo filename = '0,6X1193_001id.xlsx'; que será importado. Reproduz no MATLAB a planilha do DADOS = xlsread(filename); Excel, com o nome DADOS. Separa cada coluna da planilha de dados em variáveis, atribuindo-se nomes as mesmas. Neste caso para primeira coluna, conforme visto no t = [DADOS(:,1)]; Quadro 22, era a coluna da variação do tempo de amostragem. Deve ser seguida a sequência apresentada no Quadro 22. Quadro 23: Descrição da Etapa de Importação de Dados para o workspace. Fonte: Os autores (2013). O comando iddata permite o MATLAB interpretar quais são as saídas, (Te e Ts) e entradas (Vcei e Vc) do sistema, bem como o seu tempo de amostragem (0,01). 78 Uma vez os dados importados para o MATLAB e as entradas e saídas reconhecidas pelo sistema, utiliza-se o comando n4sid que fará a identificação pelo método de subespaço. Duas variações do comando foram utilizadas no Trabalho, como podem ser observadas no Quadro 24. Esta variação diz respeito à quantidade de estados, ordem da matriz A, quantidade de polos e complexidade do sistema. N4SID Descrição O sistema vai gerar um m = n4sid (z,10,'InitialState','Estimate'); modelo de 10 estados. Possibilita o MATLAB estimar a quantidade de estados que melhor se m = n4sid (z,1:10,'InitialState','Estimate'); ajusta ao sistema, no intervalo entre 1 e 10, conforme Figura 44. Quadro 24: Variação no comando n4sid. Fonte: Os autores (2013). Figura 44: Exemplo da Ordem Estimada pelo MATLAB (Ordem 3). Fonte: Os Autores (2013) A configuração 'InitialState','Estimate', faz com que o MATLAB estime as condições inicias do sistema. Em m estarão armazenadas as 79 matrizes do modelo discreto. Então, através do comando idssdata (versão r2012b) ou ssdata (versões anteriores), é possível atribuir cada uma das matrizes em uma nova variável no workspace do MATLAB. Estas variáveis podem ser observadas no Quadro 25. Variáveis A Descrição Matriz do Sistema (Matriz de Estado) Dimensão Matriz quadrada. A dimensão desta matriz está relacionada à quantidade de estados escolhidos. Número de linhas igual à quantidade B Matriz de Entradas de estados do sistema e o número de colunas igual à quantidade de entradas. Número de linhas igual à quantidade C Matriz de Saídas de saídas do sistema e número de colunas igual à quantidade de estados. Número de linhas igual ao número de D Matriz de Realimentação saídas e o número de colunas igual ao número de entradas do sistema. K X0 Essa matriz é gerada pelo comando n4sid, porém não será utilizada neste Trabalho. Matriz das Condições Iniciais Estimadas Matriz coluna com a mesma quantidade de linha que a matriz A. Quadro 25: Variáveis que Contém as Matrizes do Modelo Discreto. Fonte:Nise (2002), adaptado pelos autores. A fim de se obter as matrizes que serão utilizadas na elaboração dos controladores, no próximo capítulo, utiliza-se um recurso do MATLAB denominado d2c, que converte as matrizes do modelo discreto em modelo contínuo. E então, da mesma forma que no modelo discreto, separa-se as matrizes, neste caso em A2, B2, C2, D2, K2, X02, através do comando idssdata (ou ssdata, para versões mais antigas do MATLAB). 80 Após a identificação do sistema e a separação das matrizes, carregamse os dados que serão utilizados na simulação, o script pode ser observado no Quadro 26. No MATLAB, executa-se o arquivo carregar_validacao.m. %Script para Realizar a Validação %clear clc filename = Nome do arquivo conforme padrão VAL.xlsx'; DADOS = importdata(filename); DADOS = xlsread(filename); t = [DADOS(:,1)]; FLam = [DADOS(:,2)]; Vc = [DADOS(:,3)]; Vt4 = [DADOS(:,4)]; setpoint_entrada = [DADOS(:,5)]; setpoint_saida = [DADOS(:,6)]; Vcei = [DADOS(:,7)]; Vces = [DADOS(:,8)]; esp = [DADOS(:,9)]; lar = [DADOS(:,10)]; Te = [DADOS(:,11)]; Ts = [DADOS(:,12)]; %z = iddata([Te Ts],[Vcei Vc],0.01); %m = n4sid (z,1:10,'InitialState','Estimate'); %[A,B,C,D,K,X0] = idssdata (m); %continuo = d2c(m); %[A2,B2,C2,D2,K2,X02] = idssdata (continuo); Quadro 26: Script para Carregar Dados de Validação. Fonte: Os autores (2013). Como pode ser observado trata-se do mesmo script, todavia, excluemse as linhas dos comandos de identificação, dessa forma, o processo substitui as variáveis importadas no script de identificação. Ao término desta etapa deve-se salvar o workspace do MATLAB, então, repete as etapas descritas anteriormente com a variação do comando n4sid e, novamente, o workspace deve ser salvo. Como padrão adotou-se a seguinte nomenclatura: EspessuraXLargura_ORDEM_val.mat. 81 A próxima etapa é verificar se a identificação realizada produziu bons resultados, onde os dados de entrada serão aqueles que foram carregados para o MATLAB pelo script de validação. Já as saídas, Tensão de Entrada e Tensão de Saída, serão o resultado da simulação, mais tarde elas serão comparadas com as Tensões medidas. A simulação deve ser feita no Simulink, ferramenta disponível no MATLAB. Para tanto, primeiramente devemos substituir a variável tempo por uma nova, como pode ser observada na Figura 45, para que todas as variáveis tenham a mesma quantidade de dados. O nome do arquivo a ser executado é vetor_tempo_r2007b. Figura 45: Variável de Tempo para Validação. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. No campo onde é ajustado o tempo de simulação deve ser inserida a seguinte instrução: length (Te)*0.01 Onde o comando length contará a quantidade de dados na variável Te e multiplicará o resultado pelo tempo de amostragem. Conforme citado anteriormente, são selecionados aproximadamente 15 mil dados amostrados. Destes 15 mil, metade é utilizada para identificação e a outra metade para validação. Sendo assim, como na simulação usamos os dados importados pelo script de validação, temos aproximadamente 7500 pontos para cada variável. Então, a instrução anterior gera um tempo de simulação de aproximadamente 75 82 segundos. Dessa forma, ao indicarmos o tempo de amostragem nos blocos do Simulink, como será apresentado a seguir, o software sempre irá gerar variáveis com a mesma quantidade de dados. Para se obter as saídas simuladas monta-se a estrutura, que pode ser vista na Figura 46. Figura 46: Modelo para Simulação. Fonte: CSN (2013), adaptada pelos autores. As configurações de cada bloco podem ser vistas no Quadro 27. Bloco Parametrização Descrição O bloco from workspace utiliza as variáveis selecionadas, que estão disponíveis no workspace. Em Data, devemos colocar Vcei e Vc, que devem estar associadas o vetor de tempo, com a mesma quantidade dados. É de necessário informar também o tempo de amostragem (sample time), que é o intervalo de 83 tempo em que cada medição é realizada. O bloco Discrete StateSpace utiliza as matrizes discretas da identificação para gerar as equações de estado. Neste caso, também deve-se informar o tempo de amostragem e as condições armazenadas iniciais, na matriz X0. O bloco to workspace envia ao workspace do MATLAB o resultado da simulação, onde Te2 e Ts2 serão nossas saídas medidas. Utiliza-se comando length o (t), para que seja gerada a mesma quantidade de dados, na variável medida e na variável simulada. Quadro 27: Configuração dos Blocos da Simulação. Fonte: Os autores (2013). Uma vez obtidas as saídas simuladas, Te2 (Tensão de Entrada Simulada) e Ts2 (Tensão de Saída Simulada), faz-se a análise gráfica do comportamento das saídas simuladas em relação às saídas medidas, e também, calcula-se o índice de desempenho do sistema. 84 A análise gráfica pode ser obtida através do script plot_tensao.m, Quadro 28, no qual é exibido o gráfico das tensões medidas e simuladas e também, o setpoint de tensão. close all clc figure(1) %Tensão de Entrada %%%Tensão de Entrada Medida p= plot (t, Te); set(p,'Color','blue'); hold all %%%Tensão de Entrada Simulada p1 = plot (t, Te2); set(p1,'Color','red'); hold all %%%setpoint_entrada p3= plot (t, setpoint_entrada); set(p3,'Color','black'); X = length(t)*0.01; Y = mean(setpoint_entrada); %%%nome legend ('Medida', 'Simulada','Setpoint'); xlabel 'Tempo(s)'; ylabel 'Tensão (kgf/mm²)' title 'Tensão de Entrada'; %%%Escala Gráficos axis ([0,X,Y-0.3,Y+0.3]); hold all set(gcf,'units','normalized','outerposition',[0 0 0.4 0.5]) if length (A)==10 saveas(gcf,'TE_ordem10.bmp') else saveas(gcf,'TE_ordem~=.bmp') end figure(2) %Tensão de Saída %%%Tensão de Saída Medida p4= plot (t, Ts); set(p4,'Color','blue'); hold all %%%Tensão de Saída Simulada p5 = plot (t, Ts2); set(p5,'Color','red'); hold all %%%setpoint_saída p6= plot (t, setpoint_saida); set(p6,'Color','black'); X = length(t)*0.01; Y = mean(setpoint_saída); %%%nome 85 legend ('Medida', 'Simulada','Setpoint'); xlabel 'Tempo(s)'; ylabel 'Tensão (kgf/mm²)' title 'Tensão de Saída'; %%%Escala Gráficos axis ([0,X,Y-0.3,Y+0.3]); hold all set(gcf,'units','normalized','outerposition',[0 0 0.4 0.5]) if length (A)==10 saveas(gcf,'TE_ordem10.bmp') else saveas(gcf,'TE_ordem~=.bmp') end Quadro 28: Script para Gerar Gráficos das Tensões. Fonte: Os autores (2013).·. O script apresentado no quadro anterior, além de exibir a comparação gráfica entre as tensões, salva automaticamente através do comando saveas os gráficos gerados, levando em consideração a ordem (quantidade de estados) do sistema. Uma análise mais crítica é realizada quando, medimos o erro entre a saída simulada e a saída medida. De acordo com Machado, Hemerly, Alves e Barcelos (2012), verificar a qualidade das identificações, pode-se utilizar a inspeção visual através dos gráficos ou ainda um índice de desempenho de erro médio quadrático, o MRSE (Mean Relative Squared Error), apresentado abaixo: (%) = Onde, 1 ∑ ( ( ) − ( )) ∑ ( ) (3.3) ( ) são os valores das saídas medidos pelo software de aquisição de dados, ( ), representa o número de saídas e , a quantidade de dados utilizados. O resultado 0 indica um modelo perfeito. Resultados até 10% indicam uma identificação satisfatória (MACHADO, HEMERLY, ALVES E BARCELOS, 2012). 86 0≤ (%) ≤ 10% (3.4) O script no Quadro 29 calcula o índice de desempenho para cada uma das saídas e o índice geral apresentado na Equação (3.3). O mesmo script indica se o resultado da identificação foi satisfatório ou não, exibe os autovalores do sistema discreto e verifica se o sistema é controlável e observável. É necessário que o arquivo calculo_indice.m seja executado no MATLAB. clc %Cálculo do Índice de desempenho %Je= 1/l * ? [sqrt ( (?((medido-simulado)^2)) / (?(medido^2)))] %....(8)..(7)..(6)....(2).......(1)..........(5).(4).(3)........ %A linha acima é uma legenda para cada parte do cálculo %Informações sobre o arquivo ordem = length(A); ordem1 = ['Ordem do Sistema: ',num2str(ordem)]; disp (ordem1) % info1 = ['Nome do Arquivo: ',num2str(filename)]; disp (info1); %Calculando o índice para a Tensão de Entrada diferenca1 = (Te - Te2).^2; %(1) somatorio1 = sum (diferenca1); %(2) diferenca2= ((Te).^2); %(3) somatorio2 = sum (diferenca2); %(4) divisao = somatorio1/somatorio2; %(5) raiz1 = (sqrt (divisao)); %(6) Je1= raiz1*100; valor1 = ['O índice de desempenho da Tensão de Entrada (em %) é: ',num2str(Je1)]; disp (valor1); %Calculando o índice para a Tensão de Saída diferenca3 = (Ts - Ts2).^2; %(1) somatorio3 = sum (diferenca3); %(2) diferenca4= ((Ts).^2); %(3) somatorio4 = sum (diferenca4); %(4) divisao = somatorio3/somatorio4; %(5) raiz2 = (sqrt (divisao)); %(6) Je2= raiz2*100; valor2 = ['O índice de desempenho da Tensão de Saída (em %) é: ',num2str(Je2)]; disp (valor2); %Calculando o Índice para as duas saídas raiz3 = raiz1+raiz2; %(7) result = (1/2)*(raiz3); %(8) Je3 = (result)*100; 87 valor3 = ['O índice de desempenho para as saídas do sistema (em %) é: ',num2str(Je3)]; disp (valor3); %%%%%%%%%%%%%%%%%Verificação dos Resultados%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% if Je3 <=10 disp(' ') disp ('O índice de desempenho satisfatório') else disp(' ') disp ('O índice de desempenho não foi satisfatório') end %%%%%%% Auto Valores, Controlabilidade e observabilidade%%%%%%%%%%%%%% %Autovalores Autovalores = eig (A) %Matriz de Controlabilidade CO = rank(ctrb (A, B)); if length (A) == CO disp ('Totalmente Controlável') else disp ('Não é Controlável') end %Matriz de Observabilidade OB =rank(obsv (A, C)); if length (A) == OB disp ('Totalmente Observável') else disp ('Não é Observável') end Quadro 29: Script para Calcular o Índice de Desempenho. Fonte: Os autores (2013). Onde o comando rank irá verificar, no caso da matriz de controlabilidade e observabilidade, o número de linhas ou colunas linearmente independentes. Se a matriz atribuída a CO, possuir um número e linhas ou colunas linearmente independentes igual ao número de estados da matriz A, ou sistema será controlável. De maneira semelhante, se OB possuir um número de linhas ou colunas linearmente independentes igual a ordem da matriz A, logo, o sistema é totalmente observável. 88 Uma vez calculados os índices de desempenho, é sugerido pelos autores, salvar o workspace do MATLAB, seguindo o padrão para nomeação dos arquivos, conforme já foi citado. A Figura 47 apresenta, de maneira geral, o que foi abordado nesta seção. Figura 47: Síntese da Metodologia de Identificação. Fonte: Os autores (2013). 3.5 Resultados das Identificações Nesta seção serão mostrados os resultados obtidos nas identificações. 89 Vale ressaltar que foram escolhidos 18 materiais diferentes. A seguir, na Tabela 1, a data e horário das medições dos dados colhidos e a característica, espessura e largura, de cada material. Tabela 1: Materiais Identificados. Data Horário Material 04/10/13 09h43 0,6x863 04/10/13 10h37 0,65x855 04/10/13 12h36 0,35x1000 05/10/13 11h30 0,9x1200 05/10/13 13h39 0,55x1012 05/10/13 21h08 0,8x750 05/10/13 22h10 0,5x877 06/10/13 07h46 0,43x1000 06/10/13 16h33 0,43x1260 12/10/13 02h53 0,6x800 13/10/13 07h13 0,43x700 15/10/13 08h37 0,5x900 20/10/13 03h27 0,8x1200 20/10/13 08h28 0,43x1172 22/10/13 09h25 0,5x770 24/10/13 14h28 0,31x990 28/10/13 19h54 0,5x1270 28/10/13 21h59 0,6x1193 Fonte: Os Autores Após a identificação do modelo matemático para os dados medidos a partir das amostras acima, foram obtidos os gráficos e calculou-se o índice de desempenho do sistema identificado ( ) e também para cada uma das saídas individuais, onde Entrada e representa a o índice de desempenho para Tensão de o índice para Tensão de Saída. A seguir, Figura 48, observa-se os índices calculados para o sistema quando identificados com 10 estados. 90 Figura 48: índice de Desempenho para as Identificações Ordem 10. Fonte: Os autores (2013). Conforme, citado anteriormente, fez-se uso da variação do comando n4sid para que o MATLAB estimasse a ordem que melhor se adaptaria ao sistema, os índices para estas identificações e a ordem sugerida pelo MATLAB, podem ser vistos na Figura 49. 91 Figura 49: índice de Desempenho para as Identificações com Ordem Sugerida. Fonte: Os autores (2013). No próximo capítulo, como serão abordados alguns métodos de controle, fez-se a escolha de somente um material cujo modelo foi identificado, para tanto, este material deve possuir um bom índice de desempenho e ainda uma boa resposta gráfica, quando comparadas as saídas (Tensão de Entrada e Tensão de Saída). As Figuras a seguir apresentam alguns gráficos das identificações cujo índice ( (%)) apresenta erro próximo a zero. Assim, observam-se no Quadro 30, os materiais que serão analisados. Além disso, é possível perceber que para o material 0,6x1193, o índice apresentou uma melhora quando utilizada a ordem sugerida pelo MATLAB. Ordem 10 3 Material 0,35x1000 0,80% 0,6x1193 0,88% 0,35x1000 0,87% 0,6x1193 0,84% Quadro 30: Materiais que Apresentaram Melhores Índices. Fonte: Os autores (2013). ( %) 92 Através da Figura 50, material 0,35x1000, pode-se perceber que apesar da Tensão de Entrada simulada, obtida na simulação, utilizando ordem10, segue a variação logo no início, conforme Tensão de Entrada medida. É visto que a partir de 30 segundos, aproximadamente, o sistema não responde da forma esperada, onde a Tensão de Entrada simulada apresentou amplitude menor do que a Tensão de Entrada medida. Observa-se o mesmo comportamento para tensão de saída, Figura 51. Tensão de Entrada 8.8 Medida Simulada Setpoint 8.7 Variação Inicial Tensão (kgf/mm²) 8.6 8.5 8.4 8.3 8.2 0 10 20 30 40 50 60 70 Tempo(s) Figura 50: Tensão de Entrada, material: 0,35x1000, Ordem 10. Fonte: Os autores (2013). Tensão de Saída 8.8 Medida Simulada Setpoint 8.7 Variação Inicial Tensão (kgf/mm²) 8.6 8.5 8.4 8.3 8.2 0 10 20 30 40 50 60 70 Tempo(s) Figura 51: Tensão de Saída, material: 0,35x1000, Ordem 10. Fonte: Os autores (2013). 93 Para Ordem 3, observada na Figura 52 percebe-se que entre 60 e 70 segundos a amplitude da Tensão de Entrada simulada está menor em relação à Tensão de Entrada medida. Já a Tensão de Saída, Figura 53, durante todo o período simulado, apresentou uma boa resposta, comportando-se de maneira semelhante à Tensão de Saída medida. Tensão de Entrada 8.8 8.7 8.6 Tensão (kgf/mm²) Medida Simulada Setpoint Não se adequou ao sistema 8.5 8.4 8.3 8.2 0 10 20 30 40 Tempo(s) 50 60 70 Figura 52: Tensão de Entrada, material: 0,35x1000, Ordem 3. Fonte: Os autores (2013). Tensão de Saída 8.8 Medida Simulada Setpoint 8.7 Tensão (kgf/mm²) 8.6 8.5 8.4 8.3 8.2 0 10 20 30 40 Tempo(s) 50 60 70 Figura 53: Tensão de Saída, material: 0,35x1000, Ordem 3. Fonte: Os autores (2013). 94 Os gráficos do material 0,6x1193, Figuras 54 e 55, apresentaram ótimos resultados. Pode-se observar que as tensões simuladas, tanto entrada como saída, foram muito semelhantes às tensões medidas. Ambas as saídas responderam a variação do sistema entre 50 e 70 segundos. Tensão de Entrada Medida Simulada Setpoint 5.7 Tensão (kgf/mm²) 5.6 5.5 5.4 5.3 5.2 0 10 20 30 40 Tempo(s) 50 60 70 80 Figura 54: Tensão de Entrada, material: 0,6x1193, Ordem 10. Fonte: Os autores (2013). Tensão de Saída 5.8 Medida Simulada Setpoint 5.7 Tensão (kgf/mm²) 5.6 5.5 5.4 5.3 5.2 0 10 20 30 40 Tempo(s) 50 60 70 80 Figura 55: Tensão de Saída, material: 0,6x1193, Ordem 10. Fonte: Os autores (2013). 95 Para ordem 3 do material 0,6x1193 o material apresentou mesmo comportamento, como pode ser observado nas Figuras 56 e 57. Tensão de Entrada Medida Simulada Setpoint 5.7 Tensão (kgf/mm²) 5.6 5.5 5.4 5.3 5.2 0 10 20 30 40 Tempo(s) 50 60 70 80 Figura 56: Tensão de Entrada, material: 0,6x1193, Ordem 3. Fonte: Os autores (2013). Tensão de Saída Medida Simulada Setpoint 5.7 Tensão (kgf/mm²) 5.6 5.5 5.4 5.3 5.2 0 10 20 30 40 Tempo(s) 50 60 70 80 Figura 57: Tensão de Saída, material: 0,6x1193, Ordem 3. Fonte: Os autores (2013). Conclui-se então que o material com características 0,6x1193 foi o que apresentou a melhor identificação, independente da ordem. Portanto, no próximo capítulo, serão utilizadas as dados deste material para desenvolver os controladores. 96 4 METODOLOGIA DE CONTROLE Neste capítulo serão apresentadas duas formas de controle: Controlador PID e Realimentação de Estados. Diferente das etapas de identificação, o modelo no Espaço de Estados, para o desenvolvimento dos controladores, deve ser aquele convertido para contínuo, através do script de identificação, apresentado no capítulo 2, Quadro 22, devido ao fato de que os processos reais são contínuos. 4.1 Ajuste de Controladores PID a Duas Entradas e Duas Saídas Conforme a metodologia desenvolvida por Alves, Guedes (1988) existem duas formas de ajuste para os controladores aplicados neste trabalho: o ajuste grosso que é um ajuste preliminar resultado de muitos estudos e experimentações de vários métodos encontrados na literatura relativos ao ajuste de controladores PID e o ajuste fino que é que um ajuste criterioso, aplicado logo após o ajuste grosso, quando há a necessidade de melhoria da resposta do sistema, mediante ao atendimento de uma determinada especificação da saída controlada. O controlador PID de duas entradas e duas saídas, aplicados neste trabalho, encontra-se esquematicamente representado pela Figura 58, a seguir. A Figura 59 apresenta o conteúdo dos blocos PIDs. Onde os blocos de velocidade fornecerão degraus unitários para efetuar a simulação. 97 Figura 58: Estrutura do Controlador Fonte: Os autores (2013). Figura 59: PID do Controlador. Fonte: Alves, Guedes (1988), adaptada pelos autores. Em Alves, Guedes (1988), foi proposto um procedimento empírico para o ajuste de controladores PID a duas entradas e duas saídas que também fora empregado e simulado no presente trabalho. Os procedimentos de ajustes serão apresentados na próxima seção. 4.2 Determinação dos Pontos A, B, C e D da Região de Estabilidade Inicialmente efetua-se a determinação dos pontos A, B, C e D. Estes pontos delimitam a fronteira da Região de Estabilidade, como pode ser observado na Figura 60. 98 Figura 60: Pontos A,B,C e D. Fonte: Alves, Guedes (1988), adaptada pelos autores. No MATLAB, carregou-se o workspace do material 0,6x1193, que possui modelo identidficado com 10 estados (nome do arquivo: 0,6x1193_10_val.mat). No Simulink é necessário que se abra o arquivo controlador_PID_r2012b.mdl (ou controlador_PID_r2007b.mdl para versões antigas do MATLAB). Além disso, o bloco Matrizes do Espaço de Estados deve receber as matrizes do modelo contínuo, ou seja, A2, B2, C2 e D2. Como o controle está proporcional, faz-se gradualmente o valor de = 0 e aumenta-se até atingir o limite de estabilidade (situação em que o sistema oscila com amplitude constante), observando o período destas oscilações, aqui denominado . De maneira geral, o período de oscilação é definido pelo início e pelo término do ciclo da onda. Desta forma, obtém-se o ponto A. O Quadro 31 apresenta algumas das tentativas utilizadas para se obter a oscilação constante. 99 Saída 1 7 0 9,2066 10 Quadro 31: Determinação de á . Fonte: Os autores (2013). Então, atinge o limite de estabilidade, quando seu valor é igual a 9,2066. O período de oscilação observado ( ), neste caso foi de 0,7 segundos. Em seguida é necessário realizar o procedimento inverso, fazendo = 0 e aumentando-se gradualmente o valor de , para que se atinja o limite 100 de estabilidade a fim de obter o ponto B. O Quadro 32, apresenta algumas das tentativas utilizadas para se obter a oscilação constante. Saída 1 3 0 4,5740 10 Quadro 32: Determinação de á . Fonte: Os autores (2013). Observou-se então que, atingiu o limite de estabilidade, com valor igual a 4,5740. O período de oscilação observado ( segundos. ), neste caso foi de 0,8 101 Para determinar o Ponto C, inserimos um valor correspondente a á (Ponto A) em metade de e, em seguida, varia-se gradualmente até que uma nova oscilação com amplitude constante seja encontrada. Então, = = á (4.1) 2 9,2066 = 4,6033 2 A oscilação constante da Figura 61 é obtida quando = 5,2633. Resposta ao Degrau Unitário 2 Tensão Entrada (kgf/mm²) 1.5 1 0.5 0 -0.5 -1 -1.5 0 5 10 15 Tempo Figura 61: Oscilação Constante para Ponto C. Fonte: Os autores (2013). Para determinar o Ponto D, inserimos um valor correspondente a metade de á (Ponto B) em e, em seguida, varia-se gradualmente até que uma nova oscilação com amplitude constante seja encontrada. Então, = = á 2 4,5740 = 2,2870 2 (4.2) 102 A oscilação constante da Figura 62 é obtida quando = 8,5510. Resposta ao Degrau Unitário 1.5 Tensão Saída (kgf/mm²) 1 0.5 0 -0.5 -1 0 5 10 15 Tempo Figura 62: Oscilação Constante para Ponto D. Fonte: Os autores (2013). Obtém-se então um par ordenado (Kp1, Kp2) para o Ponto C e outro par ordenado para o Ponto D. A Tabela 2, apresentará os pontos obtidos. 4.3 Ajuste Grosso do Controlador Tipo P Uma vez definidos os pontos que delimitam a fronteira da Região de Estabilidade, faz-se necessário determinar os pontos 1, 3 e o ponto 2 que é o ponto médio do segmento de reta definido pelos pontos 1 e 3. Um exemplo da localização destes pontos pode ser observado na Figura 63. 103 Figura 63: Pontos 1, 2 e 3. Fonte: Os autores (2013). Para determinar o Ponto 1, utiliza-se o par ordenado do Ponto C ( = 0.6 ∗ , =1 2 ): (4.3) = 0.6 ∗ 4,6033 = 2,76198 = 0.6 ∗ 5,2633 = 3,15798 Para determinar o Ponto 3, utiliza-se o par ordenado do Ponto D ( ): = 0.6 ∗ , =1 2 (4.4) = 0.6 ∗ 8,5510 = 5,1306 = 0.6 ∗ 2,2870 = 1,3722 Conforme mencionado anteriormente, o ponto 2 é determinado a partir do ponto médio de um segmento de reta que é formado pelos próprios pontos 1 e 3. O cálculo do ponto médio pode ser observado no Quadro 33. Ponto 1 2,76198 3,15798 3 5,1306 1,3722 2 2,76198 + 5,1306 2 3,15798 + 1,3722 2 = 3,94629 = 2,26509 Quadro 33: Determinação do Ponto 2. Fonte: Os autores (2013). 104 Então, os resultados obtidos, até o momento serão apresentados na Tabela 2: Tabela 2: Pontos da Região de Estabilidade. Limites de Estabilidade A 9,2066 0 B 0 4,5740 C 4,6033 5,2633 D 8,5510 2,2870 1 2,76198 3,15798 2 3,94629 2,26509 3 5,1306 1,3722 Fonte: Os Autores Na Figura 64, visualiza-se a região de estabilidade, e os pontos 1,2 e 3, obtidos com os cálculos. O ponto de partida para a simulação e o início dos ajustes dos controladores é concebido a partir da escolha de um destes pontos. Figura 64: Oscilação Constante para Ponto D. Fonte: Os autores (2013). Em Alves, Guedes (1988), assim como no presente trabalho, utilizou-se o critério do para a escolha de um destes pontos. Para este 105 critério, são atribuídos pesos aos índices relacionados às saídas 1 e 2, para que o índice global seja calculado da seguinte maneira (ALVES, Guedes, 1988): = Onde, ( 1) + ( 1+ 1 é o 2) 2 2 relacionado à saída 1 e, (4.5) é o relacionado a saída 2. = =| ∗ ê (4.6) − | (4.7) Onde = 1 e 2. Para este trabalho foram considerados pesos unitários para ambas saídas dos controladores, uma vez que ambas as saídas possuem o mesmo grau de importância para o sistema analisado, de modo a obter uma média geral. Para obter os resultados dos cálculos realizados do para os pontos 1, 2 e 3, utiliza-se o script calculo_ITAE.m, apresentado no Quadro 34, que implementa computacionalmente as Equações (4.5), (4.6) e (4.7). Os resultados obtidos podem ser vistos no Quadro 35. Para isso nos blocos e do controlador devem ser atribuídos os valores do Ponto 1, e executar o script calculo_ITAE.m, anotar os valor calculado, então refazer o procedimento para os Pontos 2 e 3. O tempo de simulação adotado para o cálculo de foi de 15 segundos, a variável tout foi obtida a partir do bloco Clock observado na Figura 58. 106 clc %tout gerado pelo clock do Simulink PID% e1 = abs(1-Ye); ITAE1 = trapz(tout,e1); e2 = abs(1-Ys); ITAE2 = trapz(tout,e2); ITAEpond = (ITAE1+ITAE2)/2 Quadro 34: Script para obtenção do . Fonte: Os autores (2013). Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 12,9098 % 13,4157 % 13,9484% Quadro 35: Resultados de . Fonte: Os autores (2013). Desta forma, como o Ponto 1 apresentou um menor , este ponto foi o escolhido como o ponto básico para o ajuste. As Figuras 65 e 66 apresentam as respostas do sistema para os valores de e do Ponto 1. Resposta ao Degrau Unitário 0.4 0.3 Tensão Entrada (kgf/mm²) 0.2 0.1 0 -0.1 -0.2 -0.3 -0.4 -0.5 -0.6 0 5 10 Tempo Figura 65: Saída 1 (Tensão de Entrada), para Ponto 1. Fonte: Os autores (2013). 15 107 Resposta ao Degrau Unitário 0.4 0.3 Tensão Saída (kgf/mm²) 0.2 0.1 0 -0.1 -0.2 -0.3 -0.4 -0.5 -0.6 0 5 10 15 Tempo Figura 66: Saída 2 (Tensão de Saída), para Ponto 1. Fonte: Os autores (2013). O ponto básico de ajuste ainda pode apresentar problemas na simulação como: lentidão na resposta ou oscilações indesejadas (ALVES, Guedes, 1988). Segue a fonte que caso a resposta seja oscilatória, deve-se levar o ponto para uma localização mais próxima da origem (Ponto O), ao passo que caso ocorra uma lentidão na saída, deve-se alocar o ponto de ajuste para uma localização mais próxima da fronteira da região de estabilidade. As Tabelas 3 e 4 serão utilizadas como base para os ajustes finos, que serão apresentados no decorrer do texto. E a Figura 67 ilustra o percurso dos ganhos, no caso de ajuste fino. 108 Tabela 3: Legenda para Representação das Saídas. Respostas das Saídas Saída Oscilatória 1 Saída Lenta 0 Saída Boa Ok Fonte: ALVES, Guedes (1988). Tabela 4: Identificação do Percurso a ser Adotado. Saída 1 Saída 2 Sentido de Percurso 1 1 1 1 Ok 2 Ok 1 3 1 0 4 0 1 5 Ok Ok 6 Ok 0 7 0 Ok 8 0 0 9 Fonte: ALVES, Guedes (1988). O Figura 67: Sentidos de Percurso para Ajuste Fino. Fonte: ALVES, Guedes (1988), adaptada pelos autores. 4.4 Ajuste Fino Controlador Tipo P 109 Os ganhos utilizados no controlador tipo P produziram saídas oscilatórias, como observado nas Figuras 65 e 66. Conforme a Tabela 3, este tipo de saída é representada por “1”, então, através da Tabela 4, conclui-se que devese adotar o percurso “1”. Na Figura 67, este percurso indica que os ganhos devem ser reduzidos. ALVES, Guedes (1988) informa que esta variação pode ser 50% para mais ou menos. Neste caso, para menos. ( ) = 2,76198 ∗ 0,5 = 1,38099 ( ) = 3,15798 ∗ 0,5 = 1,57899 As Figuras 68 e 69 apresentam o resultado do ajuste fino do controlador tipo P. Resposta ao Degrau Unitário 0.15 0.1 Tensão Entrada (kgf/mm²) 0.05 0 -0.05 -0.1 -0.15 -0.2 -0.25 0 5 10 Tempo Figura 68: Ajuste Fino Saída 1 (Tensão de Entrada). Fonte: Os autores (2013). 15 110 Resposta ao Degrau Unitário 0.15 0.1 Tensão Saída (kgf/mm²) 0.05 0 -0.05 -0.1 -0.15 -0.2 -0.25 0 5 10 15 Tempo Figura 69: Ajuste Fino Saída 2 (Tensão de Saída). Fonte: Os autores (2013). Pode-se observar que após o ajuste fino, ambas as saídas se tornaram menos oscilatórias. 4.5 Ajuste Grosso Tipo PI Segundo Alves, Guedes (1988), a ação integradora reduz a região de estabilidade, sendo então necessária uma alteração no ganho do controlador proporcional ajustado. A opção sugestiva é: ( ) = 0.9 ∗ ( ) = 0.85 ∗ ( ) (4.8) (4.9) Aplica-se o cálculo para ambas as saídas, representadas por . Após os cálculos, foram obtidos os seguintes resultados, apresentados no Quadro 36: 111 ( 1 ( ( 2 ( ) = 0.9 ∗ 1,38099 ( ) = 0.85 0,7 ) = 1,242891 ( ) = 0,5950 ) = 0.9 ∗ 1,57899 ( ) = 0.85 0,8 ) = 1,421091 ( ) = 0,680 Quadro 36: Ajuste Grosso PI. Fonte: Os autores (2013). Na Figura 70, têm-se os blocos que precisam receber os valores calculados no Quadro 36. Este ajuste deve ser feito para ambos os controladores e então observar os resultados, que podem ser vistos nas Figuras 71 e 72. Para esta análise, utilizou-se tempo de simulação igual a 100 segundos. Figura 70: Blocos Cujos Parâmetros Devem Ser Modificados. Fonte: Alves, Guedes (1988), adaptada pelos autores. 112 Resposta ao Degrau Unitário 1 Tensão Entrada (kgf/mm²) 0.8 0.6 0.4 0.2 0 -0.2 -0.4 0 10 20 30 40 50 Tempo 60 70 80 90 100 Figura 71: Ajuste Grosso PI – Saída 1 (Tensão de Entrada). Fonte: Os autores (2013). Resposta ao Degrau Unitário 1.2 1 Tensão Saída (kgf/mm²) 0.8 0.6 0.4 0.2 0 -0.2 -0.4 0 10 20 30 40 50 Tempo 60 70 80 90 100 Figura 72: Ajuste Grosso PI – Saída 2 (Tensão de Saída). Fonte: Os autores (2013). Observa-se nas Figuras 71 e 72 a ausência de um período oscilatório longo, todavia, nota-se uma lentidão na estabilização de ambas as saídas. A saída 2 (Tensão de Saída) estabiliza num valor bem próximo ao degrau unitário, enquanto a saída 1 (Tensão de Entrada) excede este valor. Os procedimentos a seguir, poderão eliminar este erro. 113 4.6 Ajuste Fino Controlador Tipo PI As saídas obtidas, que podem ser observadas nas Figuras 71 e 72, mostraram-se lentas, desta forma, de acordo com a Tabela 4, devemos adotar o sentido de percurso no qual devem ser aumentados ambos os ganhos. Esse aumento deve ser de 50% conforme citado anteriormente. Os resultados são apresentados pela Figura 73 e 74. ( ) = 1,242891 ∗ 1,5 = 1,8793365 ( ) = 1,421091 ∗ 1,5 = 2,1316365 Resposta ao Degrau Unitário Tensão Entrada (kgf/mm²) 1 0.5 0 -0.5 0 10 20 30 40 50 Tempo 60 70 80 90 100 Figura 73: Ajuste Fino PI – Saída 1 (Tensão de Entrada). Fonte: Os autores (2013). 114 Resposta ao Degrau Unitário 1.2 1 Tensão Saída (kgf/mm²) 0.8 0.6 0.4 0.2 0 -0.2 -0.4 0 10 20 30 40 50 Tempo 60 70 80 90 100 Figura 74: Ajuste Fino PI – Saída 2 (Tensão de Saída). Fonte: Os autores (2013). Como ambas as saídas continuaram apresentando lentidão faz-se necessário o ajuste do , que segundo Alves, Guedes (1988) deve-se anular o último ajuste fino realizado em e, para este caso, dobrar o valor da constante referente ao tempo de integração. Sendo assim: 1 1 ( ) = 1,242891 ( ) = 1,421091 ( )= 1 = 0,840336134 0,595 ∗ 2 (4.10) ( )= 1 = 0,735294117 0,68 ∗ 2 (4.11) Os resultados obtidos em (4.8) e (4.9), devem ser substituídos no valor do bloco 1/Ti da Figura 59. Observa-se nas Figuras 75 e 76 os resultados deste ajuste. 115 Resposta ao Degrau Unitário 1 Tensão Entrada (kgf/mm²) 0.8 0.6 0.4 0.2 0 -0.2 -0.4 0 10 20 30 40 50 Tempo 60 70 80 90 100 Figura 75: Ajuste Fino TI – Saída 1 (Tensão de Entrada). Fonte: Os autores (2013). Resposta ao Degrau Unitário 1 Tensão Saída (kgf/mm²) 0.8 0.6 0.4 0.2 0 -0.2 -0.4 0 10 20 30 40 50 Tempo 60 70 80 90 100 Figura 76: Ajuste Fino TI – Saída 2 (Tensão de Saída). Fonte: Os autores (2013). Observa-se que ambas as saídas estabilizaram-se. Desta forma podese inserir a ação derivativa. 116 4.7 Ajuste Grosso do Controlador PID Segundo Alves, Guedes (1988), a ação derivativa aumenta a região de estabilidade, permitindo assim um aumento da ação proporcional, sem a ocorrência de riscos de instabilidade. A opção utilizada no presente Trabalho para o ajuste grosso dos controladores PID segue a sugestão de Alves (1988), em que: ( 1 ) = 1,2 ∗ ( ) (4.12) ( ) = 0,6 ∗ ( ) (4.13) ( ) = 0,25 ∗ ) ( ) (4.14) ( ) ( ) = 1,2 ∗ 1,242891 = 0.6 ∗ 1,19 = 0,25 ∗ 1,19 = 1,4914692 = 0,714 = 0,2975 ( 2 ( ) ( ) ( ) = 1,2 ∗ 1,421091 = 0.6 ∗ 1,36 = 0,25 ∗ 1,36 = 1,7053092 = 0,816 = 0,340 Quadro 37: Ajuste Grosso PID. Fonte: Os autores (2013). Em que = 1 e 2, são relativos aos controladores da saída 1 e saída 2, = tempo de integração e = tempo de derivação. Segue a fonte que estes valores demonstraram ser adequados e que conferem uma maior segurança quanto à situação do ponto de ajuste. Após os cálculos das equações sugestivas Ao efetuar a simulação para este controle os valores tenderam a infinito, indicando a não aceitação do PID para simular a situação, conforme pode ser observado nas Figuras 77 e 78. 117 Resposta ao Degrau Unitário 1 0.8 Tensão Entrada (kgf/mm²) 0.6 0.4 0.2 0 -0.2 -0.4 -0.6 -0.8 -1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 Tempo 0.6 0.7 0.8 0.9 1 Figura 77: Ajuste Grosso PID – Saída 2 (Tensão de Saída). Fonte: Os autores (2013). Resposta ao Degrau Unitário 1 0.8 Tensão Saída (kgf/mm²) 0.6 0.4 0.2 0 -0.2 -0.4 -0.6 -0.8 -1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 Tempo 0.6 0.7 0.8 0.9 1 Figura 78: Ajuste Grosso PID– Saída 2 (Tensão de Saída). Fonte: Os autores (2013). . Dessa forma, podemos concluir que o sistema não se adequou ao controlador tipo PID. 118 4.8 Resultado Final Após a aplicação do método chegou-se a conclusão de que pode-se utilizar o controlador PI para ambas as saídas. Onde os valores podem ser observados na Tabela 5. Tabela 5: Parâmetros de Ajuste PID. Saída 1 Saída 2 1,242891 1,421091 0,840336134 0,735294117 0 0 Fonte: ALVES, Guedes (1988). Desta forma, obtêm-se os gráficos presentes nas Figuras 79 e 80, onde percebe-se que o valor da resposta está bem próximo do valor do degrau unitário. Figura 79: Resposta Controlador PI – Saída 1 (Tensão de Entrada). Fonte: Os autores (2013). 119 Figura 80: Resposta Controlador PI – Saída 2 (Tensão de Saída). Fonte: Os autores (2013). 4.9 Alocação de Polos A abordagem moderna de sistemas de controle utilizando-se o espaço de estados também foi aplicada no presente trabalho, a partir da implementação de um projeto de um controlador com retroação de estado, utilizando-se a alocação de pólos de modo a atender especificações desejadas nas saídas (NISE, 2002). A Figura 81 ilustra a representação esquemática deste tipo de controle que fora utilizado para a simulação no software Simulink, onde u é o vetor de controle, y é o vetor de saída e x é o vetor de estado. Esta simulação foi desenvolvida em um sistema com realimentação de estados (malha fechada) e sem a realimentação de estados (malha aberta). 120 Figura 81: Esquema de Simulação: Malha Aberta e Malha Fechada. Fonte: Os autores (2013). Pode ser observado na figura acima, que o controle a malha fechada é caracterizado pelo sinal de retroação dos estados e que são submetidos a um ganho , de modo a garantir a alocação dos pólos para as posições desejadas. A Figura 82 representa o processo a controlar com retroação de estados através do vetor de ganhos, que se encontra inserida no bloco de simulação malha fechada como um subsistema, delimitado pela linha tracejada na Figura 81. Figura 82: Esquema de Simulação: Malha Fechada. Fonte: Os autores (2013). 121 Observa-se na Figura 81, que há um display na saída do bloco Malha Aberta que pode ser observado também na Figura 83, com o nome Estados Malha Aberta. A função do display, também exibido na Figura 83, é verificar os estados na saída do sistema em malha aberta. Caso as saídas (tensão de entrada e tensão de saída) sejam satisfatórias, os estados serão utilizados como referência no sistema em malha fechada, na Figura 81. Figura 83: Esquema de Simulação: Malha Aberta. Fonte: Os autores (2013). Para efetuar a simulação, deve-se primeiramente abrir o arquivo do workspace do material identificado com 3 estados (0,6x1193_3_val.mat), em seguida, abrir o arquivo alocacao_ma_mf_r2007b.mdl alocacao_ma_mf_r2012b.mdl para versões antigas do MATLAB). (ou A configuração dos blocos, apresentados nas Figuras 81, 82 e 83 pode ser vista no Quadro 38. 122 Subsistema Bloco Parametrização Step Time: 1 Inicial Value: 0 Final Value: Estados da Saída do bloco Malha Aberta. Particularidade apresentada na página seguinte. Step Time: 1 Inicial Value: 0 Final Value: mean (Vcei) Step Time: 1 Inicial Value: 0 Final Value: mean (Vc) Gain: B2 Multiplication: Matrix (K*u) Gain: A2 Multiplication: Matrix (K*u) Gain: C2 Multiplication: Matrix (K*u) Nos blocos to workspace alterou-se o save format para array e Variable Name para o nome que deseja colocar no workspace. As demais configurações foram mantidas. Gain: Será atribuído neste bloco o valor que será calculado no Quadro 38. Multiplication: Matrix (K*u) Quadro 38: Configuração dos Blocos do Modelo Simulado. Fonte: Os autores (2013). 123 Para os demais blocos foram mantidas suas configurações padrões. Uma vez realizas as configurações, deve-se escolher a localização dos pólos. Para tanto, utilizou-se o script de alocação de pólos denominado polos.m, que pode ser observado no Quadro 39. AUT = input ('Insira os Polos do Sistema: '); disp 'Os polos escolhidos foram: ' AUT %Calcula a matriz K onde os polos serão alocados MK = place (A2,B2,AUT) Quadro 39: Script para Determinação da Matriz K. Fonte: Os autores (2013). Quando o script do Quadro 39 for executado, deve-se digitar a localização desejada para os polos, neste trabalho, utilizou-se o parâmetro: 3∗ ( 2) (4.15) Onde o conjunto de polos desejados que define o cálculo da matriz MK, encontra-se 3 vezes mais afastado do eixo imaginário que os polos do sistema em malha aberta. O comando place encontra os valores de ,o da Equação (2.24), apresentada no capítulo 2 deste Trabalho. Então, feita as configurações, estabelecidos os novos pólos do sistema e obtida a Matriz dos ganhos, , realiza-se a simulação, com tempo estabelecido em 10 segundos. Num primeiro instante utiliza-se no bloco Referência um valor qualquer para representar a entrada do sistema em malha fechada. Realiza-se a simulação. Uma vez realizada a simulação, verifica se os valores das Tensões em malha aberta foram satisfatórios, ou seja, tenham se aproximado da referência real do sistema. Se as saídas apresentaram bons resultados utiliza-se os estados 124 bloco Malha Aberta como referência para a entrada do sistema em malha fechada. Feito isso, realiza-se a simulação novamente. Os resultados obtidos podem ser observados no Quadro 40 e nas Figuras 84 e 85. Saída Tensão de Entrada (kgf/mm²) Tensão de Saída (kgf/mm²) Malha Aberta Malha Fechada 5,508 4,177 5,501 4,25 Quadro 40: Resultados obtidos com Alocação de Polos. Fonte: Os autores (2013). Figura 84: Tensões de Entrada: Malha Aberta (linha vermelha) e Malha Fechada (linha azul). Fonte: Os autores (2013). 125 Figura 85: Tensões de Saída: Malha Aberta (linha vermelha) e Malha Fechada (linha azul). Fonte: Os autores (2013). Percebe-se através das Figuras 84 e 85, que o sistema em malha fechada estabilizou-se mais rápido. Podemos observar no Quadro 40, que o sistema em malha fechada apresentou um pequeno erro que será tratado na próxima seção. Na Figura 86, observa-se a medição das tensões para o material utilizado e verifica-se que o sistema levou cerca de 20 segundos para entrar em regime estacionário, onde as variações são muito pequenas. Devido a esta medição adotou-se para este trabalho o valor de 20 segundos como tempo de estabilização típico aceitável. 126 Figura 86: Tempo de Estabilização. Fonte: Os autores (2013). Para o cálculo do tempo de assentamento (Tss) utilizou-se a seguinte equação: = 0,95 ∗ (4.16) Onde, Yss é o valor da saída qual no sistema se estabilizará. Uma vez encontrado este valor, através do gráfico obtém-se o tempo de estabilização ou assentamento, conforme Figura 87. Figura 87: Representação do Tempo de Assentamento. Fonte: Os autores (2013). 127 O valor da saída pode ser observado no Quadro 41 e o tempo onde valor ocorre no Quadro 42. Saída Malha Aberta Malha Fechada = 95% ∗ 5,508 Tensão de Entrada = 5,23 / = 95% ∗ 4.177 ² = 95% ∗ 5,501 Tensão de Saída = 5,22 / = 3,97 / ² = 95% ∗ 4.25 ² = 4,04 / ² Quadro 41: Valores Onde o Tempo de Estabilização Será Observado. Fonte: Os autores (2013). Saída Tensão de Entrada (em segundos) Tensão de Saída (em segundos) Malha Aberta Malha Fechada 2,3575 s 1,66 s 1,9775 s 1,66 s Quadro 42: Tempo de Estabilização ( ). Fonte: Os autores (2013). Percebe-se que a malha fechada, apesar do erro apresenta considerável melhora no tempo de estabilização. 4.10 Realimentação de Estados com Ação Integral Conforme citado na seção anterior, agora, faz-se o projeto de alocação de pólos de modo a zerar o erro do sistema em malha fechada. A Figura 88 representa o modelo a ser simulado. O arquivo a ser executado no Simulink é denominado alocacao_erro0_r2012b.mdl. ou final _r2007b, para versões antigas do software. 128 Figura 88: Simulação Alocação de Polos, com Ação Integral. Fonte: Os autores (2013). Os blocos Velocidades e Malha Fechada, continuam com as mesmas configurações, apresentadas no Quadro 38. Adiciona-se na saída um bloco de comparação. Este bloco é responsável por gerar o erro do sistema, uma vez que é colocado na entrada deste bloco valor de referência de tensão mecânica. Dentro do subsistema, denominado Integradores Paralelos têm os blocos apresentados na Figura 88. Figura 89: Integradores Paralelos. Fonte: Os autores (2013). 129 Onde nenhuma alteração na configuração dos blocos fez-se necessária. O Bloco GANHO 2 fornecerá a matriz de ganhos, que levará o sistema a minimizar o erro. Será necessário acrescentar mais dois pólos, pois segundo Dorf (2001), neste controle o sistema tem uma expansão de ordem já que a eliminação do erro será feita nas suas duas saídas. O comando place, para o cálculo do ganho de realimentação, neste caso deverá conter as matrizes apresentadas no capítulo 2, Equação (2.33). Então primeiramente verificam-se quais são os pólos da matriz A2 (matriz A no modelo contínuo). Para isso digita-se na Command Window do MATLAB o seguinte comando: eig (A2) Que resultará nos seguintes pólos: = -9,7134 = -7,1365 = -2,7397 Então aloca-se todos os pólos a uma distância 10 vezes da região onde eles estão para gerar os outros dois polos. ’ = 10 ’ = 10 ’ = 10 ’ = Onde, ’ = 6 ∗ é o pólo mais distante do eixo imaginário para = 1,2,3. 130 Que pode ser observado no script, Quadro 43, que irá gerar a nova matriz de ganhos. O arquivo a ser executado no MATLAB é denominado polos_ordem3.m. clc %Detminando as matrizes A' e B' % %Matriz A' % Mzeros1 = zeros (length (A2),min(size(C2))); Mzeros2 = zeros (min(size(C2)),min(size(C2))); AL= [A2 ([Mzeros1]);-C ([Mzeros2])]; % %Matriz B' % BL = [B2;([Mzeros2])]; %Indica onde os pólos do sistema se encontrarão %AUTn = input ('Insira os Polos do Sistema: '); 10*eig(A2) % disp 'Os polos escolhidos foram: ' AUTn = [(-9.7134*10)*5;(-9.7134*10)*6 ;-9.7134*10 ;-7.1365*10;2.7397*10] % %Calcula a matriz K onde os polos serão alocados NGANHO = place (AL,BL,AUTn) Quadro 43: Script para Obtenção da Matriz de Ganhos. Fonte: Os autores (2013). As matrizes geradas por este script conforme a seção 2.8 deste trabalho e que serão utilizadas para obter os ganhos do sistema são: −1.1973 −0,2804 9,1620 ⎡−0.0064 −3,4252 −3,4252 ⎢ 1,9405 ′ = ⎢−3,5793 1,9405 ⎢−5,3891 −0,7811 −0,7811 ⎣−4,0276 2,7189 2,7189 −0,1525 −0,3535 ⎡−0,0813 0,3393 ⎤ ⎢ ⎥ ′ = ⎢ 0,2805 0,6321 ⎥ ⎢ ⎥ 0 0 ⎣ ⎦ 0 0 0 0 0 0 0 0 0⎤ ⎥ 0⎥ 0⎥ 0⎦ 131 A matriz NGANHO obtida através do script apresentado no Quadro anterior deve ser colocada no bloco GANHO 2. Os resultados podem ser observados através das Figuras 90, 91, 92 e 93. Figura 90: Resultado Ação Integral – Tensão de Entrada. Fonte: Os autores (2013). Na Figura 90, pode-se observar que a Tensão de Entrada estabilizouse rapidamente. Através da Figura 91, consta-se que o erro do controlador é praticamente 0, uma vez que as variações no estado estacionário são pequenas. Figura 91: Resultado Ação Integral – Tensão de Entrada (zoom no gráfico). Fonte: Os autores (2013). 132 O mesmo ocorre para Tensão de Saída, que pode ser observada pelas Figuras 92 e 93. Figura 92: Resultado Ação Integral – Tensão de Saída. Fonte: Os autores (2013). Figura 93: Resultado Ação Integral – Tensão de Saída (zoom no gráfico). Fonte: Os autores (2013). Observa-se nas Figuras 90 e 92, uma queda no valor da tensão logo no início do período simulado. Como esta situação não corresponde à situação real, adiciona-se um bloco de saturação, como pode ser observado na Figura 94, a fim de se eliminar esta queda. No Simulink deve-se abrir o arquivo 133 alocacao_erro0_medidores_sat_r2012b.mdl (ou, para as versões mais antigas do MATLAB, alocacao_erro0_medidores_sat_r2007b). Figura 94: Alocação de Polos com Ação Integral e Saturação. Fonte: Os autores (2013). Com os blocos configurados com seu Upper Limit em inf (infinito) e Lower Limit em 0, obtêm-se os seguintes resultados, Figura 95 e 96. Figura 95: Alocação de Polos com Ação Integral e Saturação – Tensão de Entrada. Fonte: Os autores (2013). 134 Figura 96: Alocação de Polos com Ação Integral e Saturação – Tensão de Entrada. Fonte: Os autores (2013). Por fim, para que a simulação esteja mais fiel a situação real, acrescentou-se uma perturbação no sistema, conforme Figura 97, para simular o ruído de medição das saídas. alocacao_erro0_ordem3_r2012b.mdl. Figura 97: Simulação com Perturbação. Fonte: Os autores (2013). No MATLAB, 135 A configuração dos blocos referente às perturbações pode ser observada na Figura 98. Figura 98: Configuração dos Blocos de Pertubação. Fonte: Os autores (2013). Os resultados podem ser observados nas Figuras 99 e 100, onde ambas as saídas apresentaram oscilações provocadas pela perturbação, porém o comportamento se manteve. Figura 99: Resultado: Simulação com Perturbação, Entrada. Fonte: Os autores (2013). 136 Figura 100: Resultado: Simulação com Perturbação, Saída. Fonte: Os autores (2013). Observa-se os seguintes resultados de respostas, apresentados no Quadro 44. Saída Malha Fechada Tensão de Entrada 5,479 Tensão de Saída 5,471 Quadro 44: Resultados obtidos com Alocação de Polos e Ação Integral. Fonte: Os autores (2013). Também se calculou o para os resultados obtidos no Quadro anterior. Os valores podem ser observados no Quadro 45. Saída Malha Fechada = 95% ∗ 5,479 Tensão de Entrada = 5,20505 / ² = 95% ∗ 5,471 Tensão de Saída = 5,19745 / Quadro 45: Obtenção do Tempo de Estabilização, com Ação Integral. Fonte: Os autores (2013). ² 137 Assim, ao realizar a inspeção gráfica, observa-se a Tensão de Entrada atinge 5,20505 kgf/mm² em aproximadamente 1,66 segundos e a Tensão de Saída atinge 5,19745 kgf/mm² em aproximadamente 1,66 segundos. Conclui-se então, que o controlador estudado nesta seção, além de corrigir o erro, Quadro 46, faz com que o sistema se estabilize em um menor tempo, como pode ser observado no Quadro 47. Saída Tensão de Entrada (kgf/mm²) Tensão de Saída (kgf/mm²) Referência Alocação de Polos Ação Integral 5,5 4,177 5.479 5,5 4,25 5,471 Quadro 46: Comparação Entre as Saídas. Fonte: Os autores (2013). Melhora no Saída Alocação de Polos Ação Integral tempo de Estabilização Tensão de Entrada Tensão de Saída 1,66 s 1,03325 s 37,75% 1,66 s 1,0346 s 37,67% Quadro 47: Melhora no Tempo de Estabilização. Fonte: Os autores (2013). Valendo-se da explicação dada na seção 3.2.1 deste Trabalho, decidiuse aprimorar o sistema apresentado na Figura 97. Desta forma, basta digitar as informações referentes ao material, sendo elas, espessura e largura, do mesmo modo que o operador faria se estivesse digitando as mesmas informações no supervisório, como fora representado na Figura 27, para então o sistema receber uma nova informação de referência. A Figura 101 apresenta este novo sistema, onde substituiu-se o bloco das referências fixas, por um bloco que satisfará as condições apresentadas na 138 Figura 28. No MATLAB deve ser executado o arquivo alocação_autom_r2012b.mdl (ou alocação_autom_r2007b.mdl). Figura 101: Melhoria no Sistema. Fonte: Os autores (2013). O subsistema denominado Condições é composto por mais dois subsistemas, como pode ser observado na Figura 102. Figura 102: Melhoria no Sistema. Fonte: Os autores (2013). 139 Conforme a Figura 28, há duas faixas de largura que o sistema deve verificar. Essa condição é dada pelo bloco If, da Figura 102, onde caso a largura seja maior que 900 mm o bloco a ser utilizado pelo sistema é Largura >900, se a largura for menor ou igual a 900 mm o bloco a ser utilizado pelo sistema é o bloco Largura <=900. A Figura 103 representa o subsistema utilizado para Largura >900. O bloco Condições de Espessura, Figura 104, contém as condições para espessura, assim quando o material possuir a largura contemplada por este subsistema será estabelecida a referência determinada. A letra & indica a faixa de espessura que estabelece determinada referência. No final de cada um dos subsistemas utiliza-se um bloco somador, uma vez que somente uma condição de espessura e uma condição de largura poderão ser satisfeitas por vez, sendo que todas as outras quando não forem utilizadas irão enviar 0 para o somador. Tomando como exemplo o material estudado, 0,6x1193, que possui as seguintes características, largura maior que 900 mm e espessura na faixa de 0,501 a 0,6 mm, como foi apresentado na Figura 28, a referência enviada ao bloco somador e posteriormente para a entrada de referência do sistema será de 5,5 kgf/mm². 140 Figura 103: Largura >900. Fonte: Os autores (2013). Figura 104: Condições de Espessura. Fonte: Os autores (2013). 141 O subsistema Largura <=900 possui estrutura semelhante ao bloco representado pela Figura 103, contudo as informações de referência seguem os valores apresentados na Figura 28. 142 5 CONCLUSÕES Neste trabalho foi utilizado um método de identificação através do comando N4SID presente no software MATLAB. Pela inspeção dos resultados com o cálculo de índices de desempenho foi possível perceber que o comando produziu boas identificações, o que permitiu avançar na proposta de métodos de controle para o processo. Os métodos de controle basearam-se em métodos difundidos na literatura, o PID (Proporcional, Integral e Derivativo), o controle por realimentação de estados e o controle com ação integral. Não foi possível aplicar todas as ações do controlador PID, onde para o modelo identificado com 10 estados, o controlador só aceitou as ações proporcional e derivativa, sendo que estas duas por si só produziram bons resultados. Apesar de atingir o valor de referência o tempo de estabilização ainda mostrou-se um pouco lento. Outro método de controle utilizado foi o de realimentação de estados por alocação de polos e controlador por realimentação de estados com ação integral. Justifica-se o uso do controlador com ação integral, uma vez que, fazendo uso da alocação de polos, o sistema apresentou um erro significativo nas saídas do sistema em malha fechada. Após a aplicação da ação integral neste tipo de controlador percebeu-se uma drástica diminuição do erro, tornando o resultado satisfatório. Desta forma o trabalho possibilitou o contato com o ambiente industrial, o conhecimento de um processo, e o aprendizado de técnicas de identificação e controle, e ainda, um aprofundamento no uso de softwares como o MATLAB e os encontrados na indústria, como o IBA Analyzer. 143 O trabalho realizado permitiu-se a colocação em prática de diversos conceitos adquiridos no Curso de Engenharia Elétrica, nas áreas de Simulação, Modelagem, Análise e Controle de Processos. Sugere-se para estudos futuros a tentativa de controle para os demais materiais identificados, com ordem 3 e ordem 10, e também, enriquecer o modelo com outras variáveis do processo. 144 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIRRE, Luis Antônio. Introdução à Identificação de Sistemas – Técnicas Lineares e Não-Lineares Aplicadas a Sistemas Reais. 2ªed. Minas Gerais. Editora UFMG, 2004. ALVES, Pericles Guedes. Controle PID Multivariável: Simulações e Procedimentos de Ajuste. Rio de Janeiro: UFRJ:1988.143p. 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