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que caracterizou a decoração soteropolitana no nosso período de estudo: a Correia
Ribeiro e a Móveis Ralf.
Única a vender móveis modernos, a Loja Ralf, cujo nome se origina, segundo o
arquiteto Pasqualino Magnavita (2006, informação verbal) das iniciais dos seus donos,
René Pedro, Aloise, Levy (Smarcevsk) e Francis, iniciou suas atividades vendendo
móveis “pés - de - palito”, tidos como “muito frágeis” (Informação verbal, 2006).
Nas décadas seguintes a Ralf continuou trabalhando com móveis de desenho
inovador como os fabricados pela Forma - Knoll Internationale, Arredamento, L´Atelier,
Mobilínea (Figura 163), OCA e Probjeto, muito dos quais utilizados, segundo o arquiteto
Neilton Dórea (informação verbal, 2005) apenas em escritórios (Figura 165) ou em
residências muito modernas como, por exemplo, a cadeira Diamante de Henri Bertoia
(Figura 166).
A Correia Ribeiro ao contrário, trabalhava com móveis tradicionais, como
veremos mais adiante.
Apesar desse mercado florescente, até os anos 80, as lojas soteropolitanas
esperavam mais de um mês para receber do sul as encomendas de móveis e objetos
decorativos, conforme atesta depoimento da decoradora Sizininha Simões (17 fev.
2005, informação verbal): “Em Salvador não tinha nada. De prego sem cabeça, a
cúpulas de abajur, tudo vinha do Rio e São Paulo”.
Apesar do impulso inicial dado ao setor moveleiro nacional pela construção de
Brasília (MOVELEIRO, 1990, p. 46), a década de 60 foi de recessão em decorrência do
plano de combate a inflação do regime militar, voltando à economia a se reaquecer,
como vimos, apenas na década de 70, no ritmo do “Brasil Grande” e na trilha do
“Milagre Brasileiro”.
Amplia - se então em Salvador no nosso período de estudo o mercado de
Decoração com o surgimento das lojas Mobília e Interiores Ltda, Maison Móveis Ltda,
Quatro Paredes (Figuras 168 e 169) e A Norma54, e até lojas tradicionais como Correia
54
Surgida em Salvador na década de 70 A Norma tinha filiais por toda a cidade sendo as principais as da
Avenida Sete (A Norma Avenida, 1973) e do Shopping Iguatemi (A Norma Iguatemi, 1977) e segundo o
arquiteto Pasqualino Magnavita (Informação oral, 2006), reciclava móveis tradicionais inserindo
elementos inovadores como o aço escovado.
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Ribeiro e A Suprema Móveis, se rendem aos móveis de “design”, representando a
Probjeto e a Forma (Figura 164).
Assim como no Mappin, em São Paulo e na Mesbla, no Rio de Janeiro, em
Salvador, além das lojas já mencionadas, os móveis eram vendidos, juntamente com
objetos de decoração (lustres, tapetes, tecidos) e eletrodomésticos, em grandes
magazines como Ipê, Arapuã, (MOVELEIRO, 1990), Sadel, A Norma, Slooper e Casa
da Música (informação verbal, 2005), cujos grandes depósitos resolviam o problema de
estoque e transporte, viabilizando a pronta entrega.
Fig. 163 e 164. A Loja Ralf representava a Mobilínea e A Suprema Móveis a Forma. Brasil, 1967.
Figuras 165 e 166. Móveis de design revendidos pela Loja Ralf: cadeira de escritório de Jorgen
Rasmussen da Knoll Internationale e poltrona Diamante de Harry Bertoia, versão com banqueta e
revestimento em couro.
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Com o boom do móvel em série, espalham - se também pelo país as “franquias”
e em Salvador encontramos várias Lojas com representações de móveis do sul do país
como os da Mobília Contemporânea, Arredamento (figuras 167 a 169), Forma, Cavilha,
Anatom, Escriba e Mobilínea, o que comprometia o serviço mais artesanal desenvolvido
pelas pequenas marcenarias e pelo Liceu de Artes e Ofícios como podemos observar
desse depoimento do Mestre Geral, Sr. José Inácio dos Santos:
Os móveis hoje em dia são muito explorados, e o freguês não classifica o
trabalho. Apesar de lidarmos com o melhor material – cedro, ipê e jacarandá – só
trabalhamos internamente, não fazemos móveis em residências ou sem
encomenda anterior – e isto nos tem colocado em posição de desigualdade
perante as fábricas de móveis do comércio em geral. (JORNAL DA BAHIA, 1971,
p. 08).
Figuras 167 e 168. Fábricas de móveis com representação em Salvador, década de 70.
Fig. 169. Loja Quatro Paredes, representante da Arredamento, 1973.
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Apesar desse mercado de importação de móveis industrializados e mesmo
depois do surgimento de indústrias como Bérgamo, Dell´Ano e Todeschini, Salvador
continuará produzindo móveis artesanais tanto em madeireiras (Figura 170), quanto em
fábricas tradicionais como as da Ralf e da Correia Ribeiro Industrial, ambas surgidas,
como vimos, na década de 50. (Figura 171 e 172).
Fig. 170. Anúncio de jornal. Salvador, 1971.
Fig. 171. Cozinha Ralf, catálogo da década de 70.
(Observar ambientação com móveis em acrílico)
Fig. 172.Cozinha Correia Ribeiro, 1979.
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Assim, a Loja Ralf, com fábrica na Cidade Baixa e loja na Avenida Sete,
continuava na década de 70 a criar e revender móveis modernos, além de desenvolver
projetos de cozinhas e de decoração para residências, bancos e hotéis (Pasqualino
Magnavita, 2006, informação verbal), ao tempo que a Correia Ribeiro permanecia
fabricando cozinhas e a produzindo móveis “de estilo”, tanto nacional quanto
estrangeiro (Figuras 173 e 174), escolhidos, segundo a Sra Lúcia Oliveira (informação
oral, 2006) em catálogo, sendo os preferidos pela classe média soteropolitana, como
veremos mais adiante.
Figuras 173 e 174. Arca e cadeira “em estilo”, confeccionadas pela Correia Ribeiro.
Durante a década de 70 as lojas de móveis e decoração vão deixar a área
central de Salvador, deslocando - se primeiramente para a Barra e depois em direção a
Pituba, Iguatemi e Itaigara, acompanhando o deslocamento habitacional do seu público
alvo em direção ao norte.
Mas, além das lojas de móveis, que como vimos, em maior ou menor
proporções, comercializavam o que era tendência nacional, a decoração das
residências soteropolitanas foi também resultante da participação de alguns
profissionais, como passaremos a mencionar.
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4.3.2. PROFISSIONAIS ATUANTES
Como vimos no primeiro capítulo dessa dissertação, a Decoração jamais gozou
do prestígio da Arquitetura ou do Desenho Industrial, havendo sempre a tendência de
considerá - la como “pertencente um pouco ao mundo frívolo da moda e da costura”
(MASSEY, 1996, p. 124), o que pode explicar que se tenha deixado, desde a sua
origem, o exercício daquela atividade como campo livre para a atuação das mulheres.
Encontramos como pioneira na formação de decoradoras a Sociedade das Artes
Decorativas, criada em 1877 em Nova York, pela desenhista de tecidos Candance
Wheeler (1827-1927) (MASSEY, 1991, p. 124).
O desenvolvimento da sociedade americana nas décadas de 20 e 30 do século
XX e a maior rigidez das convenções e códigos de boas maneiras, transformaram um
papel doméstico em status social, começando a profissão a se organizar por todo o
mundo.
No Brasil, Regina Graz foi à pioneira no trabalho e ensino da Decoração,
participando em abril de 1930 da decoração da Casa Modernista de Warchavchik em
São Paulo (Figura 10) e ministrando, a um número reduzido de alunas, cursos para a
feitura de abajures, almofadas, colchas e tapetes (SEMANA DE 22, 1972).
Encontramos também referência à atuação no mesmo período do primeiro
decorador brasileiro, Henrique Liberal que, como veremos, terá grande influência no
estilo adotado pelo decorador baiano José Pedreira, e que, entre outras inovações,
contrariava o antigo preceito de não misturar estilos, conforme relato do antiquário
carioca Paulo Afonso:
Sem pertencer a nenhuma escola, de um talento enorme e espontâneo, Henrique
Liberal foi realmente o primeiro decorador brasileiro. Sua capacidade inventiva é
digna de menção e muitas de suas criações são ainda hoje válidas. Muito viajado
e tendo vivido na França durante anos, seu gosto é o que se pode chamar de
cosmopolita. Se primeiro usou entre nós o decapé, no mobiliário em estilo Luís
XVI, também trouxe para o Brasil o conceito de living - room americano, uma sala
de visitas para ser vivida e não para viver fechada, à espera de datas especiais.
Em seus trabalhos usou estofados em pelica, zuarte e também chintz,
programando até - cúmulo da ousadia - cortinas de lona. Os santos barrocos
foram por ele tirados dos oratórios, vindo a freqüentar as salas como adorno.
Fragmentos de talhas de retábulos e altares de igrejas demolidas foram aplicados
nas paredes, como decoração. O jacarandá, ‘lavado’ dos vernizes que o
escureciam, surge em forma de móveis tradicionais brasileiros: e a cor aparece
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nos interiores, antes sempre muito discretos. Contrariando o antigo preceito de
não misturar estilos, reúne ele, nas salas de jantar, mesa de uma origem,
complementada por cadeiras de outra época – realmente uma temeridade... A
iluminação usada tem inspiração Diretório e Império, com as luminárias
bouilottes em evidência. Foi com Liberal que se iniciou, no Rio e em São Paulo,
a moda de morar em apartamento e que se deu maior ênfase ao conforto. São
suas criações os abajures com base em abacaxi e frutas douradas, bem como a
adição de iluminação especial para lustres de cristal, com canaletas douradas.
(CASA & JADIM 25 ANOS, 1980, p.40 – 42) (grifo nosso).
Apesar desses pioneiros, a profissão de Decorador nas décadas de 50 e 60, não
estava estabelecida, sendo comum por parte da população brasileira, a escolha pessoal
da mobília, vendida pelas lojas, segundo a decoradora Sizininha Simões (Informação
oral, 2005), em “conjuntos” para quarto e “grupos” para sala de visitas (um sofá, duas
poltronas e mesa de centro), de acordo com a produção industrial a que já nos
referimos.
Como exceção, existiam algumas lojas de móveis e confecção de cortinas, que
contavam com consultores, responsáveis pela orientação da compra e arrumação dos
móveis na casa do cliente, e em menor número ainda, as que possuíam desenhistas,
especializados na cópia de “móveis de estilo”, tanto nacional quanto estrangeiro ou no
design de peças modernas, a exemplo das soteropolitanas, Correia Ribeiro e da Ralf,
às quais já nos referimos.
Dessa forma, a contratação do decorador era um luxo que denotava status
social, o que, ao lado da inexistência de muitos cursos profissionalizantes no país, fez
com que a atividade continuasse a ser exercida na década de 70 menos por
decoradores do que por pessoas de “bom gosto”, artistas plásticos e arquitetos, a
exemplo do que aconteceu em Salvador, como veremos.
4.3.2.1. OS PIONEIROS EM SALVADOR.
José de Souza Pedreira (Figura 175), ou simplesmente Pedreira, como ficou
conhecido, nasceu em Itaparica em 1923, vindo a falecer em 1981.
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Decorador desde a década de 50, Pedreira foi também antiquário, crítico de arte
e especialista em santos antigos e peças baianas, tendo intensa participação na vida
cultural soteropolitana, fatos referidos em periódico nacional da década de 70: “José
Pedreira é um dos nomes mais conhecidos na velha São Salvador. Seu gosto refinado
por peças antigas, seus conhecimentos artísticos e sua imagem cativante fazem dele
um personagem antes de um decorador“.(CASA & JARDIM, 1974, p. 47).
No bar Anjo Azul, reduto da intelectualidade baiana na década de 50 e do qual
foi proprietário (Figura 176), já podemos detectar o estilo de decoração que o
acompanharia em toda sua carreira: clássico, com utilização constante de móveis
antigos e de peças sacras, de coleções particulares dos seus clientes ou comprados
em antiquários.
Fig. 175. O decorador José Pedreira.
Fig.176. Interior do Anjo Azul, década de 50.
Além das residências dos mais abastados, José Pereira também decorou as de
classe média, através do seu trabalho nas Lojas Correia Ribeiro, onde “recriava” de
forma simplificada os móveis “de estilo” (Figuras 173 e 174) e Old Bahia, de
propriedade da depois decoradora Lucy Carvalho, onde atuava como consultor na
colocação de cortinas e disposição dos móveis adquiridos (Informação oral. 2005).
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Trabalhando também com decoração comercial e de serviços, Pedreira decorou
a Clínica Odontopediíátrica da Graça55 e em virtude da sua erudição e trânsito entre
vários setores culturais da cidade, assumiu na década de 70 a Direção do Museu de
Arte da Bahia, por indicação do então Governador Antônio Carlos Magalhães.
A decoração sóbria, ou “pouco colorida”, como definiu sua contemporânea,
Sizininha Simões (informação verbal, 2005) e o apego à tradição cultural baiana, era
encontrada não apenas nos seus projetos como também na própria residência. (Figuras
177 e 178).
Fig. 177. Quarto de José Pedreira.
Fig. 178. Sala estar da residência de José Pedreira.
Podemos citar ainda como exemplo da atuação do decorador José Pedreira em
Salvador na década de 70, aquelas intervenções realizadas em 1974 em um “casarão”
no centro da cidade (Figuras 179 e 180) e no “duplex de cobertura” no Corredor da
Vitória (Figura 181 e 182), na Casa de Solange Vianna no Centro da cidade (perto do
Museu de arte Sacra) em 1977(Figuras 183) e no Palácio Residencial de Ondina do
Governo da Bahia, então ocupado pelo casal Arlete e Antônio Carlos Magalhães, em
data não identificada. (Ilustrações 184 e 185)
55
Entrevista com Vanda Nascimento, em 05 abr. 2006.
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Fig. 179 e 180. Casarão “em pleno centro”. Salvador, 1974.
Fig. 181 e 182. Apartamento duplex de cobertura na Vitória, 1974. “Quarto de menino, com cama um
autêntico catre antigo e lustre é uma lanterna sueca. Banheiro com azulejos coloniais do Recife”.
Figura 183. Residência de Solange Viana, 1977. Sala com conjunto em couro, mesa de centro em
vinhático, chão em tábuas corridas e tapetes rústicos.
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Figuras 184 e 185. Residência do Governo da Bahia em Ondina, com objetos da coleção de arte sacra
do Governador Antônio Carlos Magalhães.
Ao lado de José Pedreira, encontramos atuando no nosso período de estudo a
pioneira da Decoração soteropolitana a Senhora Sizininha Simões, já referida em
algumas passagens acima.
Perfeita representante da relação entre o gênero feminino e a decoração a que já
nos referimos, Sizininha, mesmo oriunda de família tradicional baiana56, optou pelo
caminho da profissionalização, numa época em que isso não era muito comum.
Auto - didata, com cursos no Rio, São Paulo e Paris inicia, ainda na década de
50 e juntamente com o italiano Georgette, suas atividades como cortineira57, aprendida
em curso na Singer (Informação oral, 2005).
Seu primeiro trabalho como decoradora autônoma aconteceu em 1957 na
residência da Sra Graziela T. Bittencourt e a partir daí, nunca mais parou, trabalhando
na década de 70 para particulares e instituições como a ASPEB / Associação de
Poupança do Estado da Bahia, para a qual decorou apartamentos em Conjuntos
Habitacionais na Calçada, Cabula, Bonocô e Politema (Edifício “Minhocão”).
56
Nascida em 1929, é filha do dono da Firma Magalhães, construtora no final da década de 30 do
Edifício Oceania, localizado em frente ao Farol da Barra e marco da arquitetura soteropolitana.
57
Nos nossos estudos podemos constatar que aqui em Salvador a atividade de cortineiro (a) antecedia
ou era concomitante com a de decorador (a), tendo como exemplo dessa afirmação os seguintes
profissionais: Antenor, da Antenor Decorações, localizada na Avenida Sete de setembro, Ciro, que
trabalhava na Rua Carlos Gomes e Luci Carvalho, senhora da sociedade, casada com José Joaquim de
Carvalho e proprietária da Loja Old Bahia.
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Segundo suas próprias palavras, define o seu estilo de decoração na década de
70 como sendo “prático”: “Penso na decoração como um vestido chemise e depois
coloco os detalhes, botões, rendas [...] conforme a dona da casa, o dinheiro disponível
e a localização do imóvel”.
Em entrevista a nós concedida em 17 de fevereiro de 2005, a decoradora
ressalta ainda a importância da profissão e o respeito que se deve ter ao gosto pessoal
dos clientes - “Você tem que fazer a casa para a pessoa... mas podemos educar o
cliente” - que, segundo ela, aqui em Salvador, são muito apegados a “heranças de
família”.
Proprietária entre os anos 70 e 2000 da Loja de artigos de decoração As
Pandoras, teve ações inovadoras na área de Decoração, como a criação do projeto de
“out – door tridimensional” (Figura 186), que, instalado no segundo semestre de 1991
em via pública no bairro do Rio Vermelho, constituía -se em um espaço de 10,00 m. ²
onde eram feitas ambientações diferentes a cada semana e por distintos profissionais
baianos.
Esse projeto inovador é até hoje referência quando se discutem aspectos
relacionados à divulgação e valorização da profissão de Decorador, causa abraçada
desde sempre por Sizininha Simões.
Fig. 186. A Decoradora Sizininha Simões, em frente ao outdoor. Rio Vermelho, 1991.
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Além de Pedreira e Sizininha, podemos ainda citar Clara Melro e Alfred Brito58
como integrantes de uma minoria que se autodenominava ou era reconhecida como de
“decoradores”, dentro de um universo de atuação dominado na década de 70 por
artistas plásticos e arquitetos, como podemos constatar a seguir.
4.3.2.2. UMA ATUAÇÃO INTERDISCIPLINAR
Como vimos anteriormente, além da consultoria na escolha de móveis, objetos e
complementos, duas lojas de Salvador tinham em seus quadros profissionais
responsáveis pelo desenho de móveis, modernos, no caso da Ralf e tradicionais, no
caso da Correia Ribeiro.
E se o decorador José Pedreira trabalhou para a Correia Ribeiro, a Loja Ralf
contou com a atuação de dois arquitetos: Lev Smarchevsky (1924 - 2004) e Pasqualino
Magnavita.
De origem russa, Lev Smarchevsky chegou na Bahia em 1942, tornando - se,
segundo o Arquiteto Roberto Cortizo (Informação oral, 2004) sócio da loja Ralf na
década seguinte.
Lev Smarchevsky possuía uma multiplicidade de dons, que variavam de
velejador a escritor, passando pelo pintor, desenhista de móveis e projetista de carros
(LEV..., 2004, p.04), realizando também muitas obras como arquiteto, entre as quais o
antigo prédio da Petrobrás na Jequitaia.
Pai do Arquiteto Ivan Smarcevski, que também atuou em Salvador no nosso
período de estudo, como veremos mais adiante, Lev Smarchevsky procurou durante
toda a vida preservar a memória dos saveiros, tendo deixado nessa área um importante
legado através do o livro Gramino: A alma do saveiro, publicado em 1996 e no qual
constam 200 desenhos de sua autoria detalhando todas as partes do barco. (LEV...,
2004, p.04).
58
Entrevista com Sizininha Simões em 07.02.2006
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Com igual diversidade de talentos, encontramos também outro arquiteto,
Pasqualino Romano Magnavita, que segundo entrevista a nós concedida em 22 de
julho de 2006, iniciou sua incursão na área de design de móveis com o trabalho de
meio turno na Loja Ralf entre 1959 e 1963, onde desenhava estantes, armários,
consoles, bancos, biombos e outros elementos decorativos.
É de sua autoria as divisórias batizadas de “optical palhinha” e “optical treliça”
(Figura 191), confeccionadas com palhinha ou com treliça de madeira, ambas com
espelhos ao fundo e instaladas respectivamente, em um consultório médico em
Salvador e no Cine Bahia59, em cuja ambientação também usou as cadeiras Barcelona.
Depois de um Doutorado na Itália retorna em 1965 a Salvador e implanta na
Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia a Disciplina Composição
Decorativa / Arquitetura de Interiores.
É desse período à decoração do Palácio de Ondina para o Governador Lomanto
Júnior, onde colocou outra peça de sua autoria, a mesa Gamela (Figura 192), que tem
como ponto de partida objeto da cultura popular, rodeada por quatro Poltronas Mole de
Sérgio Rodrigues (Figura 193), ícone do design moderno, proposta que bem
exemplifica a mistura de estilos que, como veremos mais adiante, foi muito utilizada na
decoração soteropolitana no período de estudo.
Fig. 191; Optical treliça.
59
Figura 192. Mesa Gamel.
Fig. 193. Poltrona Mole. 1957.
Segundo Geraldo leal (1977, p. 251), no Cine Bahia, inaugurado em 08 de março de 1968, a
“arquitetura interior” coube aos arquitetos Pasqualino Magnavita e Antônio Pithon.
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136
O próprio Arquiteto fez referência a essa opção ao mencionar em sua entrevista
que, quando realizava seus projetos arquitetônicos costumava indicar tanto elementos
tradicionais quanto modernos, podendo utilizar tanto objetos da cultura popular quanto
da erudita, peças coloniais adquiridas em antiquários ou cadeiras “de design”, nacional
e estrangeiro, a exemplo da Barcelona (1929), Diamante (década 50), Tulipa (1955) e
Modelo 670 (1956) (Figuras 187 a 190).
Figuras 187 a 190. Cadeiras do “Design Histórico”
Sua vinculação ao ensino universitário, sua ideologia e atuação política fez com
que
Pasqualino
Magnavita,
mesmo
continuando
a
desenvolver
projetos
60
arquitetônicos , se afastasse da decoração na década de 70, pois segundo suas
próprias palavras, “decoração era coisa de burguesia”. (Informação oral, 2006).
Só muito recentemente retomou sua atividade de designer de móveis, tendo
recebido em 1999, o Prêmio Liceu de Design na modalidade profissional, por sua
cadeira Oxossi (Figura 193).
Figura 194. Cadeira Oxossi, 1999.
60
Durante a elaboração dessa dissertação, no ano de 2005, foi demolida para dar lugar a um edifício de
apartamentos, uma bela casa moderna da década de 70, de sua autoria, e que abrigava o Clube de
Britsch no bairro da Graça.
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137
Além dos designers e decoradores, anteriormente mencionados, também
atuavam na área de Decoração em Salvador na década de 70, alguns artistas plásticos
como Genaro de Carvalho, Carlos Bastos e Juarez Paraíso.
De curta e profícua vida, (1926 – 1971) Genaro de Carvalho, ficou conhecido
nacional e internacionalmente como tapeceiro (Figura 195), sendo objeto de textos e
reportagens nos mais diversos meios de comunicação (Arte no Brasil, 1979, v. 2, p.
875; Revista 04 Rodas, 1969, p. 68) e até em Enciclopédias (Conhecer, Nº 164, vol 11,
1971, p. 680).
Fig. 195. Genaro de Carvalho e um dos seus trabalhos, 1969.
De “temperamento irrequieto e versátil”, percorreu vários caminhos no campo
estético, desenvolvendo além da tapeçaria, pinturas e murais como o do Hotel da Bahia
e a partir de 1952, dedicou - se também à “Decoração de Interiores”.(FOI O
CRIADOR... 1971, p.1).
Quanto ao seu estilo na decoração, não há unanimidade, tendo sido encontradas
tanto referências a desenhos de “móveis modernos em estilo “funcional’’, assim como
os realizados pelos arquitetos Lev Smarcevsky e Antônio Rebouças (ibid), quanto
àqueles outros “que eram cópias de móveis clássicos, europeus e coloniais brasileiros,
desenhados para O LAR (Loja da Correia Ribeiro) (ÚLTIMO ADEUS... 1971, p. 1).
Por ocasião da sua morte, num jornal local, o crítico de Arte Clarival do Prado
Valadares (ibid) assim referiu - se a aquele talentoso artista:
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Não se pode reconhecer em Genaro somente a condição de tapeceiro,
teríamos então que considerá - lo noutros méritos. Teríamos que mencioná - lo
como pintor e também como incentivador desse capítulo da decoração interior
no Brasil, pois antes dele tal interesse não havia.
Cabe esclarecer, entretanto, que esse “pioneirismo” e “incentivo à decoração
brasileira”, não pode ser confirmado nem negado no presente estudo, por não terem
sido encontradas outras informações a respeito, nem imagens de projetos de sua
autoria.
Integrante da segunda geração de artistas modernos da Bahia e também grande
incentivador das novas formas de expressão plásticas, Juarez Paraíso, entre suas
inúmeras atividades (desenhista, pintor, escultor, muralista, cenógrafo, escritor, ator),
também teve incursões na área de Decoração, através dos seus murais em residências
(Figuras 196 a 199) e clínicas 61.
Numa parceria com arquitetos como Pasqualino Magnavita, Antônio Pithon e
Katsuki, realizou belas intervenções, respectivamente no Cine Bahia, Cine Tupi (Figuras
06 e 07) e no Edifício Monsenhor Marques no largo da Vitória, trabalhando também,
como coordenador de uma equipe multidisciplinar, na confecção de decorações de
Carnaval em Salvador em 1965, 1977 (Figura 198), 1978 e 1985.
Fig. 196. Edifício Maria Alice, Barra, 1973.
61
Fig. 197. Residência Francisco Pithon, 1980.
Entrevista com Vanda Nascimento em 05 de abril de 2006.
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139
Fig. 198. Teto Residência Antônio Limoeiro, 1976.
Fig 199. Praça Municipal, Carnaval 1977.
Outro artista plástico que também atuou na área de decoração em Salvador foi
Carlos Bastos, mais especificamente em ambientações para lojas e festas62.
Assim como José Pedreira, usou seu talento de decorador na sua própria
residência, tendo sido a mesma, objeto de matéria em revista de decoração em dois
momentos, 1972 (Figura 200 e 201) e 1977 (Figura 202), além de ter uma ambientação
de sua autoria (um banheiro), publicada em dezembro de 1971 (Figura 203).
Sobre a profissão Carlos Bastos se pronunciou em 1977, tendo como referência
a sua casa na Pedra do Sal que ele mesmo decorou e que foi objeto de reportagem
nacional na Revista Casa & Decoração (1977, p. 10):
Sou mais cenarista do que decorador. [...] Nada é definitivo. Casa para mim é
muito importante. Mas ser decorador é muito difícil, por que casa é pessoal. E
acho que cada um deve decorara a sua. Acredito na eternidade do belo, daí a
mistura de estilos.
62
Entrevista com Sizininha Simões, 07 fevereiro 2005.
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140
Figuras 200 e 201. Quarto do Artista Plástico Carlos Bastos, 1972. “No quarto de Carlos Bastos,
pintor baiano, o esquema cromático é bem outro, com lilases e azuis se equilibrando à perfeição,
combinação das mais difíceis que só um artista talentoso consegue a bom termo. Com o lilás das
paredes como fundo, o azul surge nas cortinas e no estampado tipo caxemira da colcha da cama,
laqueada de branco. Uma composição de quadros substitui a clássica cabeceira e, na parede lateral, a
nota marcante de uma gravura”.
Figura 202. Sala de estar de Carlos Bastos. Setembro 1977. Piso em lajota, teto em telha - vã, mesa de
centro em mármore rosa, peças antigas e cadeiras de junco “feitas na Bahia mesmo”.
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141
Figura 203. Banheiro social, com papel de parede “devidamente protegido, nas áreas molhadas” e
bancada em mármore e laminado plástico no armário sobre a pia, Dezembro 1971.
Como já mencionamos, a Decoração Soteropolitana não tinha espaço nas
revistas especializadas na década de 70, e se Carlos Bastos obteve esse privilégio,
acreditamos ter sido mais pela sua fama nacional como artista plástico do que como
decorador e também pelo fato de estar se iniciando uma linha editorial que, com as
edições especiais da Revista Amiga em meados da década, passava a divulgar a
intimidade dos artistas, cantores e atores, através de suas casas. (NOVAES, 2005, p.
407).
Dentro desse mesmo espírito e sem crédito do responsável pela decoração,
foram também fotografadas as residências dos Artistas Plásticos Hansen Bahia (Figura
204) e Luiz Jasmim (Figuras 205 e 206) e do Escritor Jorge Amado (Figuras 224 e 225).
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142
Figura 204. Casa de Hansen Bahia, jan 1974. Projeto Gilberto Chaves. “O interior, amplo, é decorado
com simplicidade, peças rústicas, imagens do folclore baiano e peças da Europa e África”. Observar
revestimento de parede e piso em lajota e tijolinho aparente e ainda aparador em jacarandá e lustre com
cúpula de vidro tipo candeeiro.
Figura 205. - Sala de estar na casa / atelier de Luis Jasmim, em Piatã. Janeiro 1974. Observar poltronas
e cama tipo catre em jacarandá, utilizada como sofá.
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143
Figura 206. Sala de estar de Luís Jasmim. Setembro 1977. Observar a manutenção das duas cadeiras
antigas representadas na foto de 1974 e os anjos barrocos na parede.
Em virtude da inexistência de cursos específicos de formação e diante do espírito
modernista, a que já nos referimos e que ainda vigorava na arquitetura baiana,
acreditamos, mesmo diante da inexistência de documentação nesse sentido, que foram
os arquitetos os principais responsáveis pela decoração soteropolitana na década de
70, na medida em que a mesma era pensada como algo não dissociado da arquitetura.
Além de Pasqualino Magnavita e Levy Smarcevsky, a que já nos referimos,
podemos citar ainda Gilberbert Chaves, responsável pelo projeto das residências de
Jorge Amado (Figuras 228 e 229), de Hansen Bahia (Figura 204) e de Genaro de
Carvalho (Figura 207), Assis Reis (Figura 208) e Alberto Fiúza (e arquitetos
associados) (Figura 209), um dos mais atuantes no setor, até sua morte em 2000.
Muitos desses arquitetos trabalhavam em dupla, a exemplo de Fernando
Peixoto e Ivan Smarcevscki (Figuras 210 e 231), o primeiro dos quais ficaria
nacionalmente conhecido pelas intervenções na paisagem urbana da cidade através
das suas fachadas coloridas e de Luiz Humberto e Neilton Dórea que, em entrevista a
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144
nós concedida em maio de 2005, afirmou que quando começaram a atuar no final da
década de 70, foram os “primeiros a usarem móveis de escritório, tipo Bauhaus em
residências, pois até então os mesmos ficavam na seção de escritório das lojas em
Salvador” (informação verbal), escolha que pode ser atestada nas duas ilustrações
reproduzidas nessa dissertação (Figuras 211 e 112).
Assim como hoje, havia também profissionais de outros Estados que trabalharam
em Salvador, a exemplo do Escritório de Arquitetura carioca formado por Sílvio
Dodsworth e Gilles Jacquard, que em 1975 decorou o hotel Meridien da Bahia (CASA
E JARDIM, 1980, p. 176) e David Largman, que também carioca, fixou residência em
Salvador (Figura 213) atuando em decoração de interiores (Figuras 241 e 242).
Com base em alguns dos depoimentos, podemos ainda citar os arquitetos Itamar
Batista e Wilson Andrade como atuantes na área de decoração, apesar de tal afirmação
não ser corroborada por nenhum dos documentos por nós levantados.
Além dos profissionais aqui referidos, a decoração residencial soteropolitana na
década de 70 foi também realizada pelos próprios moradores, inclusive arquitetos como
Silvio Robatto (Figura 214) e Chico Mota (Figura 230), numa configuração que
representava um maior ou menos apego ao estilo tradicional, como poderemos
observar na próxima seção, após as ilustrações que se seguem.
Figura 207. Sala de estar de Genaro de Carvalho em Ipitanga. Projeto de Gilberto Chaves. Piso em lajota
e teto em telha - vã. Luminária e tapeçaria de autoria do artista. Dezembro 1969
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145
Figura 208. Casa no Farol de Itapoá, Projeto Assis Reis. 1974.
Figura. 209. Projeto de Alberto Fiúza, 1974.
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146
Figura 210. Fernando Peixoto. Piso de lajota encerada, tetos em tábua corrida. Dezembro, 1979.
Fig. 211. Ambientação de Neilton Dórea e Luiz Humberto. Mobília em aço, cristal e couro, piso e teto
em madeira. Dezembro 1979.
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147
Figura 212. Projeto Neilton Dórea. Cadeira Wassily, papel de parede branco, teto e porta em madeira
escura. Dezembro 1979.
Fig. 213. Residência de David Largmar, Salvador, dezembro 1969.
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148
Figura 214. Residência do Arq. Sílvio Robatto. Federação, 1974.
4.3.3. A DIFÍCIL MODERNIDADE ou “UM ANTIGO MAIS NOVO”
Como podemos observar do exposto até aqui, os interiores das residências
soteropolitanas tinham várias configurações na década de 70, mais ou menos
relacionadas com o que era proposto como tendência nas revistas de decoração.
Dessa forma, em que pese à força da publicidade numa sociedade capitalista e a
relação entre o poder de compra / consumo e status social, as inovações na área de
decoração foram mais ou menos assimilados na direta proporção do apego às
tradições.
O texto a seguir do arquiteto Sérgio Rodrigues (1969, p. 51) resume muito bem
como se expressava, na decoração da década de 70, o binômio, permanência - ruptura
de que nos fala a Nova História:
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149
Mesmo assim ainda encontramos quando percorremos os principais
estabelecimentos comerciais mais em voga, cópias ‘aperfeiçoadas’ dos grandes
‘designers’ e a maioria das lojas acompanha a moda com ‘criações coloniais’
muito a gosto do ‘café society’ e da classe média superior, que não admitem o
móvel atual senão na cozinha, varanda ou quarto dos garotos.
As duas ilustrações abaixo, das salas das pintoras modernistas Tarsila do
Amaral e Anita Malfatti (Figura 215 e 216), são emblemáticas, ilustrando bem o texto
anterior, ou seja, o difícil ingresso na “modernidade” enfrentado pelo Brasil no setor de
decoração residencial, principalmente se nos referirmos às classes média e alta, fato
que também ocorreu em Salvador nos anos 70, como poderemos observar.
Figuras 215 e 216. Salas das residências das pintoras modernistas Tarsila do Amaral
(na parede o Abapurú) e de Anita Malfatti, 1963.
Nas residências de classe alta, de grandes dimensões, a decoração em muito se
assemelhava com aquelas criadas por José Pedreira e as quais já nos referimos.
Sua principal característica era a sobriedade e a sofisticação, obtidas na
utilização de cores claras, “discretas”, madeira em pisos, janelas e mobiliário, cortinas e
tapetes volumosos, estofados em tecidos finos e móveis de linhas clássicas,
complementados com peças retiradas de antigas capelas, conventos e igrejas de
Salvador e comprados em antiquários no centro da cidade.
Com base na pequena amostragem de fotos familiares obtidas na nossa
pesquisa, podemos nos arriscar a concluir que nas residências de classe média de
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150
Salvador, constituída por médicos, odontólogas, funcionárias públicas, professoras e
donas - de - casa, adotavam - se também um estilo clássico, só que empregando
cópias, muitas vezes simplificadas, de móveis confeccionados, como vimos
anteriormente, pela Correia Ribeiro, num estilo que uma entrevistada, a Sra Lúcia
Oliveira bem definiu como “um antigo mais novo” ou “mais leve” (Informação oral,
2006).
Entre estes móveis, menores e mais baratos dos que os comercializados em
antiquários, podemos constatar através de fotografias, a presença em várias
residências de Salvador do conjunto de jantar “Estilo Império”, em madeira escura,
provavelmente jacarandá, com mesa redonda, com tampo de madeira ou mármore, e
cadeiras, de assento em palhinha e espaldar baixo, recortado em diferentes modelos
(Figuras 217 a 221).
.
Fig. 217 e 218. Cadeira estilo regência inglesa, séc. XIX. / Cópia estilizada da Correia Ribeiro.
Figura 219. Conjunto da Correia Ribeiro. Apt. na Graça, 2006.
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151
Figuras 220 e 221. Apt. na rua Rio de São Pedro, Graça, jul. 1976 / Apt. na Av. Centenário, dez. 1979.
O conjunto era completado por consoles e / ou bufês estilo arca, também em
madeira escura (Figuras 222 e 223) e os de maior poder aquisitivo compravam uma ou
outra peça em antiquários (Figuras 224 e 225), numa decoração que refletia o apego à
tradição colonial soteropolitana: “ambientes sofisticados, nobres, com fragmentos
barrocos, coloniais, adaptados para mesas e armários, peças antigas restauradas que
guardam ainda toda a autenticidade das influências bem brasileiras” (CASA E JARDIM,
1974, p. 49).
Fig.222. Console comprado em antiquário.
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152
Fig. 223. Arca em jacarandá. Barra, outubro 1970. / Fig. 224. Peças de antiquário, Canela, nov. 1975.
Fig. 225. Casa no bairro do Canela, novembro 1975.
Observar console, abajur e mesa de centro com seus bibelôs.
Na década de 70, a presença do passado colonial de Salvador era tão forte na
mentalidade das classes estudadas, que pode ser observada tanto nos projetos
anteriormente referidos, onde os móveis modernos eram usados ao lado daqueles
tradicionais, convivendo por vezes com outros estilos, releituras e com um maior ou
menor grau de despojamento e até nos lançamentos dos setores imobiliário (Figura
226) e moveleiro (Figura 227).
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153
Figura 226. “Um endereço que dá prestígio: Ed. Avelino Luis Fernandes /Na Avenida Princesa
Leopoldina, um senhor lançamento: edifício de alto luxo, em estilo colonial”. Salvador, 1971.
Fig 227. Publicidade da Cozinha Securit; “A beleza nobre do jacarandá...
na mais luxuosa das cozinhas de aço!”. Salvador, dezembro, 1967.
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O texto que acompanha as ilustrações (Figuras 228 e 229) da reportagem sobre
a casa do escritor baiano Jorge Amado - localizada no parque Cruz Aguiar, no Rio
vermelho, área residencial grandemente arborizada e ocupada por casas - é bem
elucidativo dessa relação entre o moderno e o tradicional na decoração soteropolitana:
O Escritor faz encontro de colonial com moderno: A herança colonial também
se conserva na casa de Jorge Amado, em Salvador. Na decoração de seus
interiores ela surge, mas adaptada às necessidades da
vida
moderna.
Ladrilhos, paredes rugosas e caiadas, linhas simples, nichos, a treliça nas
janelas e a preocupação com a paisagem são elementos vinculados às
soluções coloniais hoje aplicadas. Representando bem essa tendência está a
casa do escritor baiano. Seu quarto de hóspedes, ao lado, conserva uma
atmosfera tipicamente colonial, com a presença de ladrilhos azuis e brancos
que embora tenham desenhos recentes, conservam o mesmo fim da cerâmica
de alguns séculos atrás, isto é, manter
uma temperatura amena e uma
limpeza fácil. O guarda - roupa, com nichos na base de concreto e gavetas que
correm em trilhos, é protegido por uma cortina de lona. O living, abaixo, tem
parte da parede principal revestida em madeira e móveis atuais, com assentos
em couro de sola – outra herança colonial. Objetos de arte se espalham pela
casa inteira de Jorge amado. Uma porta original comunica o living com outras
peças da residência. Clara, prática, mas sem frieza, e colorida, mas sem
exagero, é a sua decoração, que procura se manter moderna em sua
funcionalidade e colonial em seu espírito. (grifo nosso)
Fig. 228 e 229. Quarto de Hóspedes e sala de estar da residência de Jorge Amado, final de 60. Observar
móveis em alvenaria.
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155
Um estilo mais despojado, considerado por muitos como moderno, era mais
encontrado, nas “casas de praia” ou “de veraneio”, construídas pelos mais abastados,
em Itaparica ou em direção ao vetor norte de Salvador, a partir de Itapoã - pois “o
pessoal que mora na cidade sente falta de uma vida calma nos fins de semana” (CASA
E JARDIM, 1974, p. 54), sendo lá que vamos encontrar os móveis de alvenaria, uso de
tijolos ou pedras aparentes nas paredes e cerâmica nos pisos. (Figuras 230 e 231)
Figura 230. Projeto de Chico Mota na praia de Buraquinho: móveis em alvenaria
com chapisco grosso e piso em ladrilho hidráulico. Salvador, 1974.
Fig. 231. Projeto de casa em Itapoã de autoria de Fernando Peixoto e Ivan Smarcevsky.
Móveis em alvenaria revestidos em tinta epóxi branca. 1974.
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156
Nos apartamentos urbanos, o revestimento de piso do living e quartos continuava
sendo o de taboa corrida e tacos de madeira, utilizando - se cerâmica (por vezes
mármore) geralmente em banheiros e cozinhas, exceção seja feita às casas, urbanas e
de praia, e a alguns apartamentos mais para do final da década de 70,
Por questões climáticas, também não era comum o uso de carpete na sala,
principalmente “subindo” móveis e paredes, sendo este, quando usado, reservados
para os quartos, o mesmo acontecendo com os pisos vinílicos, que como vimos teve
seu uso limitado às classes mais baixas da população.
Nas paredes das residências soteropolitanas, pintadas com tinta lavável em
cores claras e onde só no final da década podemos encontrar alguns exemplos de
papel de parede, era “moda” a colocação de pôsteres e reproduções de obras de arte63
com molduras metálicas já referidas (Figura 232), dentro do espírito “faça - você mesmo”.
Fig. 232. Molduras em alumínio, 1973.
63
O uso de posters, gravuras e reproduções, dadas como suplemeto em Revistas,comprometia um
63
Mercado de Arte. , que mal absorvia os artistas de renome, seja pela falta de cultura e poder aquisitivo
da classe média - que preferia gravuras de Revistas “numa moldura ricamente confeccionada” - Euler de
Pereira (Galeria Panorama) - seja pela falta de renovação do grupo de colecionadores, que eram os
mesmos de 1957, na opinião de Renot (tapeceiro, dono da Galeria Renot e da então extinta Galeria
Querino),.
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157
As Cores fortes, preconizadas nas revistas de decoração da década de 70,
estavam presentes nas residências de Salvador apenas nos azulejos e louças
sanitárias (Figuras 233 a 235), mesmo assim, em tons mais fechados.
Nas cozinhas encontrávamos mais o azulejo branco com 15X15 cm de dimensão
(Figura 236) e também aqueles com motivos florais, mas também em cores claras.
Fig. 233 a 235. Louças Sanitárias do Edifício Kalil Darzé, no Rio Vermelho, 1969.
Figura 236. Cozinha Edifício na Avenida Centenário, 1970.
Na decoração soteropolitana da década de 70, os móveis laqueados,
componíveis, quando utilizados, restringiam - se aos quartos dos mais jovens ou as
residências de pessoas menos tradicionais, que também podiam utilizar modernos
como aqueles produzidos em série e estofados em couro ou veludo (Figuras 237 a
240).
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Fig. 237. Poltrona em couro e madeira.
Fig. 238 a 240. Poltrona moderna, 1979
/
jan. 81 /
agosto 85.
Analisamos até aqui a moradia “tradicional” das classes média e alta, geralmente
em apartamentos, escolhidos segundo valores burgueses reforçados por anúncios
publicitários, e cuja decoração representava, em maior ou menor grau, a necessidade
de marcar diferenças e, dialeticamente, de apego a segurança de um passado comum,
como apreende - se dos textos a seguir:
‘Há na nossa época uma obsessão pelos objetos e uma veneração pelo
autêntico, pelo que é velho, pelo tradicional. Essa característica é uma
decorrência das mudanças bruscas que ocorrem em nossos dias, de movimento
e velocidade, das transformações técnico – científicas que distanciam do que
antes era o natural – que hoje é substituído pelo artificial. No afã de se produzir,
criam –se objetos na sua maioria inúteis. [...]. (ANDRADE, 1976).
Quando se fala em decoração, geralmente comentam –se as últimas novidades
desenhadas pelos estilistas modernos. Principalmente quando se trata de quartos
para jovens. A maior parte deles segue um estilo bem avançado. Formas
estranhas, cores berrantes e matérias metálicos. Talvez porque a maior parte dos
jovens goste de coisas modernas. [...] (À Tarde, 11.01.1975, pág 12).
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Apesar de não termos conseguido imagens dos quartos das residências de
Salvador,
mesmo
porque
as
fotografias
familiares
ou
mesmo
das
revistas
especializadas “resguardam” a intimidade presente nos mesmos, podemos tomar como
base para análise o que era proposto no resto do país.
Com já nos referimos anteriormente, com o maior acesso aos bens de consumo
e a redução dos espaços arquitetônicos, os quartos dos jovens se caracterizavam pelo
“múltiplo uso”, dormir, receber amigos, comer, ouvir som e estudar, possibilitado pelo
maior emprego de móveis modulados e componíveis.
A modernidade da decoração estava expressa no uso de muitas cores,
geralmente saturadas como o vermelho, amarelo ou verde, associadas ao branco ou
utilizadas em conjunto, e produtos artesanais, interferências em móveis clássicos,
almofadões no chão e pôsteres nas paredes(Figuras 241 a 244).
Figuras 241 e 242. Quarto de adolescente em Salvador, dez. 1969. Projeto David Largman. Vermelho
nas gavetas da mesinha e da estante e painel do fundo desta última, pôsteres e flores de papel.
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Figura 243. Quarto de Jovem. Projeto Janete Ferreira da Costa. Brasil, dez. 1971.
Fig. 244. Quarto de jovem. Observar interferência (pintura) em penteadeira e almofadões no chão.
Brasil, década de 70.
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161
Do exposto até aqui, podemos observar que a decoração soteropolitana das
classes média e alta na década de 70, se, por um lado, acompanhava tendências do
exterior e do sudeste do país, divulgados em revistas especializadas e comercializados
em lojas de decoração, por outro, em maior número, adotava uma decoração
tradicional, expresso no uso de referências do passado colonial brasileiro e do estilo
clássico europeu, mas em quantidade e dimensões mais adequadas aos novos
espaços habitacionais.
Como vimos, o maior despojamento era observado no quarto dos jovens e nas
casas de praia ou veraneio, que de certo modo assemelhavam - se na decoração, a um
“estilo de vida” que foi levado ao extremo por aqueles que optaram por uma moradia
alternativa, como veremos a seguir.
4.3.4. UMA ALTERNATIVA
Passaremos a tratar a partir daqui, das formas de morar “alternativas” na década
de 70, que materializavam na sua (não) decoração a reação ao status quo, aos valores
de uma sociedade soteropolitana tradicionalista que ainda ouvia os ecos da
contracultura, ao lado de forte repressão política.
4.3.4.1. A CONTRACULTURA
Partindo da definição de Laplantine (1991, p.19), de que Cultura diz respeito a
tudo que constitui uma sociedade – “seus modos de produção econômica, suas
técnicas, sua organização política e jurídica, seus sistemas de parentesco, seus
sistemas de conhecimento, suas crenças religiosas, sua língua, sua psicologia, suas
criações artísticas” – chegamos ao conceito de “contra – cultura” como sendo a reação
aos padrões e valores transmitidos coletivamente e característicos de uma dada
sociedade.
Dentro dessa visão abrangente, a “contra – cultura” estaria então, presente em
todas as sociedades e em todos os tempos, na dialética cultura ocidental / oriental,
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162
popular / erudita ou em tudo que implicasse na reação do “novo” ao tradicional, mas, no
nosso caso específico, o termo Contracultura define um fenômeno social que se situa,
temporal e geograficamente, nas décadas de 60 e 70 do século XX no Ocidente.
Essa utopia de transformação social foi gestada ainda em meados da década de
50 por jovens americanos de classe média (beatniks) leitores de Rimbaud, Blake,
Kafka, Nietzsche, dadas e surrealistas que, em meio a Guerra Fria com a URSS e da
caça aos comunistas,
“pretendiam mostrar seu desgosto com o status quo do
consumismo e da tecnocracia, contrapondo propostas alternativas de vida”.
Teve como expoentes o músico de jazz Charlie Parker, o pintor Jackson Pollock,
os escritores Jack Kerouac e William Borrughs e o poeta Allen Ginsberg.
A Beat Generation, através da crítica a sociedade de consumo americana e da
luta pelo direito à individualidade e à diversidade, irá influenciar a Arte pop e a Arte
Contemporânea das décadas subseqüentes, pavimentando o caminho do que se
convencionou denominar de Contracultura.
Sem expressão na economia (anticapitalismo) nem na política (luta de classes),
a Contracultura constituiu - se num movimento “informalmente organizado”, que
questionava os tabus culturais e morais, os costumes e padrões da nossa sociedade
judaico – cristã (a organização familiar, o casamento, as relações sexuais, a
propriedade), lutando contra preconceitos e a favor da igualdade de direito das
mulheres, dos negros, dos homossexuais, dos índios, das crianças e loucos.
Pregava o “amor livre”, o uso de drogas (para autoconhecimento e “expansão da
mente”), o desapego a coisas materiais, enfim, a liberdade de pensamento e de ação.
Teve como embasamentos teóricos a Revolução Sexual proposta pelo psiquiatra
Wilhelm Reich e a filosofia do alemão Hebert Marcuse da Escola de Frankfurt e como
expoentes os escritores Allen Ginsburg, Herman Hesse e Carlos Castañeda (Figura
245), o poeta Dylan Thomas e músicos como Jannis Joplin, Jim Morrison, Jimmy
Hendrix e Jonh Lennon, entre outros.
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163
Figura 245. Capas de edições americanas dos três livros de Carlos Catañeda, então ainda não
publicados no Brasil. 1973.
No Brasil, o nosso movimento contra - cultural se manifestou, entre outros
aspectos, no Tropicalismo de Oiticica e Caetano, na Aldeia Hippie de Arembepe e na
luta da Arte Contemporânea em impor - se diante da Arte Moderna:
[...] O primeiro grito foi dado em 1922 com a Semana de Arte Moderna, quando
irrompeu oficialmente no Brasil o Movimento Modernista. Nos anos 50 surgiu
entre poetas e artistas plásticos o Movimento Concretista ou Neoconcreto. Mas
foi nos anos 60 que as manifestações de arte e cultura ou antiarte e contracultura
foram mais loucas, eufóricas, utópicas e criativas. O grito foi contundente
atingindo todas as áreas. Era proibido proibir. Fosse o que fosse! (LIMA, 1996, p.
08).
Assim, a Contracultura em Salvador nas décadas de 60 e 70 esteve presente no
binômio, atitude e arte, na busca da consciência através da cultura, algo tão
contemporâneo como este texto de 1968:
Por volta de 1968 tôda a nossa complacência se esgotara e muitas de nossas
atitudes se tinham alterado. O país é sacudido pela dissensão, dominado pela
dúvida. Os estudantes se tornaram politicamente ativos; muitos desdenham as
famosas recompensas do sistema estabelecido. Mesmo os que se retiram da
sociedade para tornarem – se hippies pensam em si mesmos não como meros
dissidentes individuais, mas antes como a vanguarda de um novo e melhor
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sistema de vida, no qual a honestidade tomará o lugar da hipocrisia e o amor
substituirá a guerra. [...] Sem termos mais a certeza de que nossos problemas
podem ser resolvidos, somos agora movidos por um novo sentido de urgência da
ação individual em busca de soluções. Não existe mais aquela garantia de um
futuro risonho: este deve ser conquistado, da mesma forma que trabalhamos
para restaurar ideais esquecidos [...] (SESONSKE, 1968, apud TENDÊNCIAS
NOVAS, 1968, p. 16).
É importante ressaltar que tal atitude não era homogênea e que um indivíduo,
“em momentos e contextos específicos, podia apresentar comportamentos e atitudes,
classificáveis como novos ou modernos e, em outros, apresentar –se ligado a uma
visão do mundo dita tradicional” (VELHO, 1986, p.54) como no caso do trabalho e das
relações familiares, como veremos a seguir.
4.3.4.2. AS COMUNIDADES E A ALDEIA HIPPIE
O texto do psiquiatra americano, Jean ROSENBAUN sobre o que chamou de
“moradia anticonvencional” (1973, p 117), mesmo falando dos Estados Unidos em 1973
(ano da retirada das últimas tropas norte – americanas no Vietnã), pode ser facilmente
transposto para a nossa realidade naquela mesma época:
[...] Muitos pais sentem -se frustrados e repelidos pela indiferença que os jovens
demonstram pelo que era outrora considerado como moradia apropriada e
adequada. Como explica uma mãe: - Simplesmente não compreendo. Meus
filhos foram criados num ambiente decente, limpo, com todas as vantagens
e conveniências, e agora saíram de casa e vivem como animais! Meu filho está
nua comuna rural, sem água corrente, sem eletricidade e sem organização;
minha filha mora num apartamento de edifícios sem elevador, muito sujo, as
paredes cobertas com cartazes excêntricos, sem mobília decente e numa zona
tão pobre que espero o pior cada vez que vou visitá - la. Por que eles insistem
em viver dessa maneira? Era difícil discutir o assunto com ela, porque como
muitos pais aflitos, ela não queria enfrentar o fato de que seus filhos estavam
repudiando o lar, os pais e toda a cultura social em geral. Por ter o lar tal
significação emocional e psicológica, esses jovens acham que é importante
iniciar um aspecto do seu protesto contra a sociedade atacando o próprio lar. A
melhor maneira de fazer isso é morar de um jeito que provoque a antipatia dos
membros da sociedade sistemática que eles desprezam.Na cultura hippie a
moradia, bem como os móveis, foi reduzida ao mínimo possível, pois aí só se
deve ligar para o protesto, não para a conveniência ou limpeza. Embora a
importância atribuída à vida comunitária e à cooperação de grupo elogiável em
muitos aspectos, o efeito global é muito freqüentemente anulado pela sujeira e
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doença. É significativo que quando hippies falam de suas moradias chamando as de almofadas de proteção, palavras que são expressivas, mas de maneira
alguma afetuosas ou carinhosas. [...] (grifo nosso).
Com a mesma motivação, os jovens adotaram o estilo de vida nas chamadas
“comunidades”, um meio intermediário entre a habitação tradicional e o abandono total
da civilização, que aconteciam com a ocupação de arquiteturas tradicionais, em geral
casas arborizadas em áreas mais distante do centro.
Assim, pessoas com necessidades distintas geralmente ocupam espaços
diferenciados, mas uma mesma configuração espacial / arquitetura pode também
abrigar / representar pessoas com distintas visões de mundo, como apreende –se do
texto de Rappoport (1972:65, apud CAIUBY):
Dado um certo clima, a possibilidade de se encontrarem certos materiais, as
limitações e os meios de um certo nível técnico, o fator que, finalmente decide a
forma de uma habitação, modela os espaços e suas relações, é a visão que um
povo tem da vida ideal. O ambiente procurado traduz numerosas forças sócio culturais, que compreendem as crenças religiosas, a estrutura da família e do
clã, o modo de se ganhar a vida e as relações sociais entre os indivíduos. Eis
porque as soluções são muito mais variadas que as necessidades biológicas, os
meios técnicos e as condições climáticas.
Podemos citar como exemplo dessa forma de moradia em Salvador, duas
Comunidades localizadas em chácaras no bairro do Cabula, a “Graviola” e a
“Alternativo” (Figuras 246).
A última destas foi formada profissionais liberais, dentre os quais a arquiteta
Anete Araújo, e que encontraram naquele estilo de vida, uma alternativa para o seu
desencantamento com a situação política do país (ARAÚJO, ago., 2006).
A Arquiteta Anete Araújo (ibid) ainda enfatiza: “Não éramos hippies, pois todos
trabalhavam!”.
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166
Figura 246. Crianças da Comunidade Coletivo, 1975. Observar ambiência.
Pelo que podemos observar pelas fotografias a seguir, disponibilizadas pela
referida Arquiteta (Figura 247 a 252), a casa tinha seus espaços internos definidos
exclusivamente pelos móveis, ficando o quarto e a sala num mesmo espaço.
Figuras 247 e 248. Quarto casal, 1975. Observar cama sem cabeceira e elementos decorativos.
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A decoração adotada era moderna, com móveis modulados e componíveis em
linhas retas (Figuras 244 e 245), cuja frieza era quebrada pelo uso de muitas cores
como, azul, laranja e vermelho, objetos e complementos de decoração artesanais
(luminárias, quadros, panots) e de forte influência indiana.
Fig. 249. Quarto de criança, 1975.
Fig.250 “Canto” de estudo e brinquedos, 1975.
O oriente também estava presente nos almofadões e nas camas e mesas ao
nível do chão (Figuras 251 e 252).
Figura. 251. Espaço de música, 1975.
Figura 252. Mesa de jantar, 1975.
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168
Forma de vida mais radical de moradia foi aquela adotada pelos moradores da
Aldeia Hippie, localizada no Município de Camaçari, há aproximadamente 60 Km de
Salvador em direção Norte, seguindo a Estrada do Côco.
Ocupando uma faixa entre a estrada, a lagoa do Rio Capivara (Figura 253) e o
mar, a Aldeia foi construída sobre vasto areal, o acesso a ela se faz a pé (ou de buggie)
pelas dunas (Figura 254), partindo - se da Aldeia de Arembepe.
Figura 253. Vista do Rio Caratingui, 2004.
Figura 254. Chegada a Aldeia, 2004.
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Teve sua primeira ocupação nos idos dos anos 60, quando foi visitada por
artistas locais, como Caetano e Gil e internacionais como Janis Joplin e Mike Jaegger, e
apresenta características muito semelhantes às aldeias indígenas, tanto na adaptação
ao meio ambiente e forma de construir, com estrutura de pau - à - pique com cobertura
de palha de coqueiro (Figuras 255 e 256), quanto na apropriação e hierarquização do
espaço habitado.
Fig. 255 Habitação indígena.
Fig. 256. Cabana na Aldeia Hippie de Arembepe, 1989.
Muito provavelmente essa opção construtiva “a moda indígena” deveu - se à
escassez financeira dos seus ocupantes, aliada a tradição local dos pescadores de
Arembepe, ao que foi acrescentado o conhecimento técnico de arquitetos que lá
residiram como Beto Hoisel, chegando -se às soluções construtivas extremamente
elaboradas que lá encontramos, pois ao lado de simples cabanas térreas (Figura 257),
podemos encontrar outras de dois pavimentos e telhado em várias águas. (Figura 258).
Figuras 257 e 258. Cabanas térreas, 1989 e de dois pavimentos, 2004, na Aldeia Hippie.
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Do texto do Arquiteto Beto Hoisel (2004, p. 119), podemos ainda auferir que, na
Aldeia Hippie, a noção de “arruamento” é coletiva e a decoração individual:
Quando alguém está disposto a ficar na Aldeia, mas quer algo exclusivo e não
tem habilidade para construir a própria casinha, como fez o Barba, eles aceitam
encomendas personalizadas e fazem a obra no local escolhido, desde que
mantido o costumeiro espaçamento dos demais e os vizinhos concordem com a
localização proposta. Aí discute-se o projeto que é desenhado em escala real
na areia do próprio local escolhido, (...)Tobi aceitou o oferecimento do Eduardo
e o encarregou de fazer os reparos no piso da sala e abrir alguns buracos nos
locais que que marcou irregularmente na parede, obedecendo ao quadriculado
das varas na estrutura de taipa. O velho reboco da frente também teria que ser
quebrado, porque aí entraria o revestimento de conchas, cacos e seixos.[...].
Objeto de proposta de preservação em 1986 – através de convênio da Secretaria
de Turismo de Camaçari e FAUFBA, através do CEAB - e apesar de atualmente
encontrar -se no meio de um fluxo turístico forte, mantém poucos moradores fixos que
vivem de artesanato, conforme apreende - se das informações encontradas na Internet,
em sites sobre turismo na Bahia e em específicos sobre contracultura (figuras 259 a
261).
Figuras 259 a 261. Aspectos da Aldeia Hippie, 2005.
Esse paraíso hippie, assim como outros originários da década de 60 e 70, como
Trancoso (BA) e Visconde Mauá (RJ), que resistiram por mais de duas décadas64,
infelizmente tendem a desaparecer numa onda de “turistização” de luxo65, contrária a
64
O tema mereceu menção em reportagens no ano de 1991 (“O sonho continuou”, Veja, 06 março) e em
2001 (“O sonho pode ter acabado, mas o figurino e ideologia dos hippies continuam a atrair jovens e
marmanjos”, Isto É, n. 1644, 04 abril).
65
Mais informações nas reportagens “O charme do Inverno nos trópicos (Isto É, n. 1914, 28 março,
2006), “Do hippie ao chique” (Isto É, 06 dez. .2006, p. 52) e “Trancoso: da paz e amor ao poder da
grana”,(Próxima Viagem, novembro 2006, p. 106)..
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toda aquela forma de vida e até, por que não dizer, da onda “retrô” que tomou conta do
início do século XX 66:
“... e tudo é eclético no novo milênio. Volta a madeira do período colonial, volta o ferro
do século XIX, voltam as pinturas especiais, as “escaiolas” disfarçadas em
marmorizado, volta o tempo, volta a pátina. Voltam os modismos, ou o modismo é a
volta, o “retrô” (Yumara Pessôa, 1999).
66
Segundo Ivana Bentes (1991, p. 04) essa onda nostálgica dos anos 60 e 70 pode ser justificada pelos
conflitos da Geração 90 – “perplexa, inquieta e sem utopias” – que nos seus 20, 30 anos de idade era
livre, mas sem dinheiro ou, como quer Ivana Bentes (1991, p.04), que vivia “o paradoxo de debutar numa
democracia comprometida por uma ditadura econômica”, numa inversão do que vivemos em 70: “milagre
econômico” com ditadura militar
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5. “TRIBOS 70”: 03 Ambientações.
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5. “TRIBOS 70”: 03 Ambientações.
De formação em Arquitetura e atuação nessa área e na de Decoração, sentimos
necessidade de experienciar no espaço as pesquisas realizadas sobre a década de 70.
Assim, iniciamos um percurso que culminou com a criação de três ambientações
agrupadas sob a denominação de Tribos 70: lembrança e esquecimento, executadas
em áreas contíguas à Galeria Cañizares67 e abertas à visitação pública no período de
19 a 23 de setembro de 2006, dentro do Circuito Cultural do 15º Encontro da Anpap Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas.
Materializando plasticamente os conceitos vinculados a Decoração, Arte,
Arquitetura e Design, tratados no primeiro capítulo desta Dissertação, a concepção do
trabalho foi feita concomitantemente com a definição do espaço expositivo.
A opção pela Galeria Cañizares justifica - se, não só pelo fato da mesma
pertencer a Instituição onde trabalhamos, como principalmente, por ter desempenhado
importante papel na divulgação das artes visuais baianas, como vimos no segundo
capítulo deste trabalho.
A inexistência de pauta para exposição na área interna da Galeria no período
previsto nos levou a repensar o projeto inicial relacionado aos interiores residenciais, e
optar pelo trabalho em espaços alternativos - porão, pátio e corredor de acesso abarcando na proposta, outras questões relacionadas ao contexto da década de 70.
Vinculada a nossa própria biografia como adolescente soteropolitana no período
de estudo e tendo como parâmetros os índices de arte contemporânea, apropriação (de
imagens e objetos) e instalação, a proposta tomou forma em três espaços, intitulados
Cárcere, Fogueira e Virou Fumaça, que se referenciam a algumas das tribos de jovens
então existentes na cidade, quais sejam, os engajados politicamente, os hippies, os
surfistas e os freqüentadores de discoteca.
67
Galeria de Arte sob responsabilidade da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, a
Galeria Cañizares funciona desde 1970 em casarão vizinho ao da Escola, na Avenida Araújo Pinho, no
bairro do Canela, em Salvador.
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5.1. CONCEITOS TRABALHADOS.
Como vimos nessa dissertação, a década de 70 foi uma época de coexistência
de forças antagônicas e de grandes contrastes culturais que influenciaram os hábitos e
as habitações.
Em Salvador, como no resto do país, existiam vária tribos, “comunidades
simbólicas em torno de padrões de comportamento partilhados” (CAZÉ, 2001, p. 05),
que, com distintas ideologias, expressas em modos de vida, tradicionais ou alternativos
(burgueses e hippies), atitudes, roupas, esportes praticados (surfistas e skatistas) e tipo
de música preferida (punks, disco, black music, mpb), possuíam espaços específicos de
convivência, que buscamos referenciar no trabalho.
A linguagem artística utilizada foi a da ambientação, que, derivada da palavra
ambiência, pode ser definida como forma de intervenção que resulta num “espaço,
arquitetonicamente organizado e animado, que constitui um meio físico e, ao mesmo
tempo, meio estético, ou psicológico, especialmente preparado para o exercício de
atividades humanas” (Dicionário Aurélio, 1975). (grifo nosso)
De caráter temporário, subsistindo em registros fotográficos, filmográficos e
como memória experienciada pelo imaginário do expectador (BEARZI; GAYESKI,
2002), o trabalho possui grandes interfaces com a Arte, mais especificamente com a
cenografia e a instalação - “construção de uma verdade espacial em lugar e tempo
determinado” (PECCININI, 2007) - e também com a Arquitetura e a Decoração,
materializando assim conceitos trabalhados nesta Dissertação.
Outro ponto que fundamenta a proposta plástica é a ampliação da abordagem da
década de 70 no que diz respeito às relações entre o interior e o exterior, entre a casa e
rua:
[...] Quando então, digo que “casa e” rua “são categorias sociológicas para os
brasileiros estou afirmando que, entre nós, estas palavras não designam,
simplesmente espaços geográficos ou coisas físicas comensuráveis, mas,
acima de tudo entidades morais, esferas de ação social, províncias éticas
dotadas de positividade, domínios culturais institucionalizados e, por causa
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disso, capazes de despertar emoções, reações, leis, orações, músicas e
imagens esteticamente emolduradas e inspiradas. [...] (DAMATTA, 1985, p, 12).
(grifo nosso).
Assim, através da interação direta, foram apropriados e tratados como material
de expressão e incorporados ao conceito do trabalho (BEARZI; GAYESKI, 2002) os
espaços pré - existentes, quais sejam, o porão da Galeria Cañizares (Virou Fumaça), a
área aberta atrás desta (Fogueira) e o seu acesso (Cárcere), interferindo - se nos
mesmos com móveis, objetos, luzes e materiais industrializados (em outro contexto) e /
ou reciclados, como veremos a seguir.
5.2. A MATERIALIZAÇÃO DO TEXTO.
Como já nos referimos, o conceito de tribo implica não só em questões
ideológicas e comportamentais, como também em espaços específicos de convivência,
que buscamos recriar de maneira poética na nossa proposta.
Respeitando as pré - existências físicas e tendo como ponto de partida ícones da
década de 70, as três ambientações, mesmo que interligadas por um percurso físico
contínuo, receberam tratamento diferenciado, conforme se segue.
5.2.1. CÁRCERE
A ambientação Cárcere reverencia a tribo dos politicamente engajados e faz uma
homenagem a Vladimir Herzog, morto em 25 de outubro de 1975, nos “porões” da
Ditadura Militar.
A fotografia do jornalista morto (Figura 262), amplamente divulgada na mídia
impressa em reportagens relacionadas aquele trágico período da nossa história (Figura
263), serviu de ponto de partido para a ambientação.
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Fig. 262. Vladimir Herzog, 1975 / Fig. 263. Repressão milita, 1978 e assembléia estudantil, 1972.
A apropriação de um forno de cerâmica enferrujado encontrado no corredor de
acesso aos fundos da Galeria Cañizares (Figura 264) deu a tônica da intervenção, que
se valeu ainda de outras referências à repressão política, como a cadeira encimada por
luz pontual, que nos remete aos interrogatórios e sessões de tortura realizadas nas
prisões, aludidas no espaço através da grade, também desgastada pelo tempo. (Figura
265)
A forração da parede frontal com jornais de época reporta - se à censura a
Imprensa, assim como o teto pintado em cores e formas psicodélicas, a uma
“alternativa” a todo aquele sofrimento e “escuridão”, representados nas paredes negras
e na iluminação difusa obtida por velas, o que, ao lado das dimensões reduzidas do
espaço, criaram o clima desejado (Figura 265).
Com a colocação de velas no seu interior, o velho forno de cerâmica transformou
- se em altar, a receber preces pelos desaparecidos no embate político. (Figura 266 e
267)
Apesar de não prevista inicialmente, a participação do público na ambientação
Cárcere acabou acontecendo no dia da inauguração, denotando a dolorosa
“permanência” daquele momento histórico, materializada em depoimentos na cadeira
“de interrogatório” (Figura 268) e numa rara e emocionante participação de um dos
convidados, que acendeu uma vela e a depositou junto com as demais, numa
homenagem póstuma a uma tia, “jovem e linda”, morta no Araguaia.
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Figura 264. Acesso aos fundos da Galeria Cañizares, jul. 2006.No círculo, forno de cerâmica.
Fig. 265. Ambientação Cárcere, set. 2006.
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Fig. 266. Vista do forno de cerâmica. Ambientação Cárcere, set. 2006.
Fig. 267 e 268. Cárcere; detalhe interior do forno de cerâmica / interatividade (depoimento).
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5.2.2. FOGUEIRA
Na década de 70 existiam duas tribos que se assemelhavam na proposta de
contato com a natureza, mas divergiam no grau de ruptura com os valores
estabelecidos pela sociedade: os hippies e os surfistas.
A primeira delas representava “uma forma de ruptura cultural radical de uma
geração que perdeu o confronto no plano político” (BENTES, 1991, p. 05), tendo em
Salvador, na Aldeia Hippie de Arembepe, a materialização de suas ideologias.
De maneira mais superficial, os surfistas, na maioria jovens de classe média e
alta, também adotaram uma vida natural, expressas numa alimentação saudável e na
prática do esporte ao raiar do dia, apesar de permanecerem morando com seus pais e
freqüentando colégios particulares.
Contraditoriamente a essa proposta de vida saudável, as duas tribos consumiam
drogas, preferencialmente maconha, numa justificativa de “busca espiritual” e
“expansão da mente”, característica da contracultura dos anos 60, a que já nos
referimos.
Figura 269. Hippie na orla de Salvador, 1972 / Figuras 270 e 271. Campeão de surf Popó Avena e
surfista na praia do Pescador, Salvador 1976 e 1975.
A existência de um coqueiro nos fundos da galeria Cañizares (Figuras 272 e 275)
indicou o caminho da ambientação Fogueira, propiciando, através da natureza, o
diálogo entre as duas tribos referidas, sendo seu título inspirado nas fogueiras acesas
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na Aldeia Hippie (HOISEL, 2003, p. 16 - 17) e nos acampamentos e luaus68 realizados
pelos surfistas.
Aberta no chão coberto por areia de praia e em volta da qual foram colocados
toros de madeira (Figuras 273 e 274), a fogueira foi instalada aos pés do coqueiro pré existente,
que
ficava
em frente
ao
simulacro
de
cabana
hippie,
montada
cenograficamente, na parede externa do depósito de gessos da Escola de Belas Artes
(Figura 275), com cobertura em fibras de sisal, lampiões e varal com roupas indianas
(Figura 276).
Assim como em Cárcere, os convidados da noite de abertura também
interagiram com a ambientação Fogueira (Figura 274),
Fig. 272. Área externa ao fundo da Galeria Cañizares, jul. 2006. / Fig. 273. Ambientação Fogueira/
detalhe. Set. 2006.
Fig. 274. Interatividade na da Ambientação Fogueira. Set. 2006.
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Lual, festa à moda havaiana, na praia e à noite, onde os surfistas se reuniam.
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Fig. 275. Vista do Depósito dos Gessos da EBA, jul. 2006.
Fig 276. Composição cenográfica de cabana hippie na ambientação Fogueira, set, 2006.
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5.2.3. VIROU FUMAÇA
O filme Embalos de Sábado à Noite de 1977(Figura 278), surgido no rastro do
sucesso da Disco Music americana (Figura 277) marcou o final da década de 70,
inspirando novelas como Dancing Days na Rede Globo (Figura 264), ditando uma moda
com muito brilho e levando à construção de Discotecas por todo o país.
Fig. 277 a 279. Detalhe de capa de fita k - 7 Disco Music, 1977./ Capa de CD do Filme Os Embalos de
Sábado à Noite, 1977. / Foto de Divulgação da Novela Dancing Days, 1978.
Salvador no período de estudo contava, como já nos referimos, com muitas
boates, mas a única Discoteca que a cidade conheceu foi a Maria Phumaça.
Localizada na Avenida Oceânica no bairro da Barra, local de encontro de jovens
para ver o pôr -do - sol ou “paquerar” de carro, a discoteca soteropolitana foi construída,
especificamente para esse fim, possuindo dois andares, pista de dança, iluminação e
decoração requintadas.
De curta duração, pouco mais de um ano, o espaço, ironicamente, “virou fumaça”
num incêndio (BRUSSEL, 2005), fato que inspirou o nome da nossa ambientação.
Ocupando o porão da Galeria Cañizares, espaço até então reservado para
exposições didáticas (Figura 280), a ambientação Virou Fumaça foi a que requereu
maiores intervenções.
O espaço de 13,00 m² de área, com pé - direito de 2,55 m e um pilar central, foi
dividido, através da confecção de um balcão em MDF e colocação de uma cortina de
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miçangas (Figura 281), em outros dois: uma pista de dança e uma área reservada ao
bar.
Fig. 280. Porão da Galeria Cañizares, 24.07. 2006 (Exposição de alunos da EBA)
Fig. 281. Ambientação, vendo - se o pilar central, o balcão do bar e a cortina de miçangas. Set. 2006.
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Na área do bar foi ainda criado um espaço de estar, que referencia as
residências do período estudado, através da colocação de uma cortina preta, de um
pufe e pôster do artista plástico Juarez Paraíso, de 1971(Figura 282) e um outro que
reconstruiu cenograficamente, através de recortes de revistas de época, a área das
bebidas (Figura 283).
Figura 282. Vista do setor de estar da ambientação. Setembro 2006.
Fig 283.Detalhe da prateleira de bebidas do bar na Ambientação Virou Fumaça, set. 2006.
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Sem preocupações com fidelidade no uso de revestimentos da década de 70 e
sim com a recriação da ambiência, além da música, reproduzida em computador e dos
globos de luz e de espelhos - ícone das Discotecas - nos valemos de materiais
alternativos, como capas de LPS (Figura 281) e forros de fogão em alumínio (Figura
284) no balcão do bar, sobre o qual colocamos objetos em acrílico (Figura 286), e na
esquadria existente na área da pista de dança, bolas de isopor com glíter, que refletiam
a iluminação sem bloquear a passagem do ar (Figura 285).
Fig 284. Revestimento do bar em alumínio / Fig. 285. Bolas de isopor e glíter na esquadria. Set. 2006
Fig. 286. Virou Fumaça: detalhe balcão do bar, set. 2006.
Na nossa intervenção foram vedadas com mdf duas janelas e três portas, que
passaram a funcionar como espaços expositivos, ao mesmo tempo independentes
(delimitados como numa moldura) e relacionados entre si e com o todo.
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Nesses nichos, a exemplo da estante de bebidas a que já nos referimos,
utilizamos alguns dos símbolos da década de 70, como a sandália e meia de lurex
sobre papel nacarado na pista de dança (Figura 287 e 288) e as três garrafas plásticas
de coca-cola sobre pedestal (Figura 289), que se reportam à obra Inserções em
Circuitos Ideológicos – Projeto Coca – cola de Cildo Meireles, um dos grandes
representantes das artes visuais brasileiras no período.
Figuras 287 e 288. Capa do Livro Almanaque 70 de Ana Maria Bahiana, 2006 / Virou Fumaça: detalhe de
intervenção, set. 2006.
Figura 289. Vista de nicho na sala de esta, set. 2006.
Fig. 290.Obra de Cildo Meireles, 1970.
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A ambientação Virou Fumaça teve o piso pintado com tinta preta e o teto
revestido com tecido de malha na mesma cor, sendo a iluminação obtida pelos globos
de luz da pista de dança, uma luminária com luz negra na área do bar e por iluminação
pontual nos objetos colocados nos nichos.
Além do espaço como um todo, fomos diretamente responsáveis pela confecção
da cortina de miçangas e pela realização do objeto “70”, confeccionada em MDF
(Figuras 291 a 293) e revestido, numa técnica denominada de découpage, com
imagens de revista, coloridas e em preto e branco, selecionadas, respectivamente, de
acordo com sua representação de bons e maus momentos da década de 70.
Instalado em nicho na área da pista de dança (Figura 294), o objeto interagiu
com o espaço através do espelho, fixado por trás do símbolo “paz e amor” (círculo) e de
luzes pisca - pisca coloridas colocados em seu entorno.
Cabe ressaltar que das três ambientações realizadas esta foi a que contou com
maior interatividade do público, fato, ao contrário das demais, previsto desde a sua
concepção.
Fig. 291 Confecção do objeto “70”. Jul. 2006.
Fig. 292. Estudos para o objeto “70”, jul. 2006.
Fig. 293. Trabalho de découpage. Ago. 2006.
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Fig. 294. Objeto “70”, instalado na Ambientação Virou Fumaça. Set. 2006.
Pelo exposto, podemos observar que o projeto Tribos 70: lembrança e
esquecimento, não só materializou plasticamente elementos levantados nesta
Dissertação, como também ampliou a nossa abordagem, que da casa foi para a rua, do
privado foi para o público, do particular para o coletivo, num percurso [imaginário] de
aproximações e digressões, entre o hoje e o ontem, entre o passado e o que não
passou:
Num percurso imaginário, voltamos à década de 70 pela escuridão da ditadura militar.
E entre a penumbra do úmido cárcere e a luz feérica da discoteca...
o calor da ancestral fogueira.
Em volta do fogo ou do globo.
Em volta do próprio corpo.
Dolorido, sereno ou dançante corpo.
Luz e escuridão.
Muita gente ou solidão.
Memória.
Fora e dentro.
Lembrança e esquecimento.
(Yumara Pessôa)
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REFLEXÕES FINAIS
A Decoração é um tema que costuma suscitar controvérsias entre os
profissionais envolvidos com sua prática – decoradores, arquitetos, artistas plásticos,
designers ou pessoas de “bom gosto” – e para além dessas disputas corporativas,
existe ainda, como vimos, muito preconceito e confusões terminológicas, numa intenção
de inferiorizá - la enquanto prática específica.
Tal fato tem raízes históricas, encontrando justificativa em quatro pontos: o
modernismo, que na arquitetura aboliu os ornamentos e acrescentou às funções
primeiras do arquiteto, aquelas outras de decorador e designer de móveis; a arte
contemporânea que com suas instalações se apropria do espaço, protagonista da
arquitetura e da decoração; a estratégia capitalista de obsolescência estilística que
agregou à decoração o conceito de “descartável” e por fim, a questão de gênero
feminino, associado ao exercício profissional no que ele tem (pejorativamente) de
supérfluo, emocional e subjetivo.
Dessa forma, a substituição na Academia de “Decoração” por “Design de
Interiores” vai ao encontro desse percurso de inferiorização, associando esta última
denominação não só ao gênero masculino, na sua racionalidade e eficiência, como
também a uma revolução, não mais industrial / moderna, mas tecnológica / pós moderna.
Mas independente do nome que se queira adotar, a configuração plástica (”cores
e formas”) das residências, materializa (“representa”) valores culturais dos seus
moradores, tal como aconteceu em Salvador na década de 70.
O acesso a bens de consumo dentre os quais a última tendência da decoração
apresentada nos periódicos e lojas especializadas traz no cerne a busca de status e de
marcação de diferenças.
As classes média e alta soteropolitanas, público alvo do mercado imobiliário,
moveleiro e editorial, assemelhavam - se nas suas representações externas no que diz
respeito à decoração.
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Fosse através de móveis “de família” ou comprados em antiquários, fosse em
cópias simplificadas da Correia Ribeiro ou laminados “imitando” jacarandá, ambas
buscavam na “tradição“ a segurança diante da “modernidade” em tempos de grandes
transformações físicas e sociais, alavancadas pelo “milagre brasileiro”.
Mas no nosso período de estudo não havia uma única forma de morar e de
decorar e, ao lado das referências ao passado colonial presentes em maior número nas
salas de estar e jantar, também podiam ser encontradas inovações nas cozinhas e
quartos dos mais jovens, expressas tanto em equipamentos e objetos decorativos em
plástico e acrílico, quanto em móveis de linhas retas, modulados e revestidos de branco
ou cores fortes.
Década de 70, época de fortes contrastes e de convivência de forças
antagônicas: de um lado a repressão da Ditadura Militar, que pregava o progresso e
negava o novo, apoiando a “tradição, família e propriedade”, materializada como vimos,
na decoração conservadora dos lares das classes média e alta; de outro a vida
“alternativa”, a decoração de almofadas, redes e de portas “fechadas” por cortinas de
contas, levada ao extremo na Aldeia Hippie de Arembepe.
Entre esses extremos os jovens e “modernos” que expressavam sua rebeldia
“controlada” através de decorações ousadas ou despojadas, do uso de novos produtos e
tecnologias, de roupas e atitudes, identificadoras das tribos que integravam.
Assim, à tradição se opunham as forças desagregadoras das rápidas mudanças,
físicas, sociais e tecnológicas, aos tempos “rápidos” e “intermediários” da política e da
economia, expressos no progresso material ocorrido em Salvador na década de 70, se
opunha o tempo lento (“longa duração”) das estruturas simbólicas da sociedade.
E
a
decoração
como
manifestação
cultural,
materializou
as
distintas
“mentalidades”, num contexto histórico onde a coexistência de “permanências” e
“rupturas”, denotava o “entrelaçamento de tempos” de que nos fala a Nova História e
que bem justifica o fato da década de 70 ter “voltado”, sob diversos aspectos, no novo
milênio.
Cabe por fim ressaltar, que diante da complexidade e abrangência do objeto de
estudo na sua relação com as limitações quantitativas das fontes pesquisadas e do
tempo disponível para realização desta dissertação, existem ainda muitas lacunas a
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serem preenchidas, assim como, algumas conclusões enunciadas ao longo do texto
são passíveis de revisão.
Em virtude de ser tema pouco explorado, acreditamos que tais considerações
não desmerecem o presente trabalho, ao contrário, o reverte do mérito de estimular
futuros e necessários estudos sobre essa importante área de atuação profissional que é
a Decoração.
“O esforço é grande (...) e a obra é imperfeita”.
(Fernando Pessoa)
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de 1971.
Epígrafe – Yumara Pessôa, [sem título], 2005. Tamanho A4, reprodução em
transparência de colagem.
Separata Capítulo 1 – Juarez Machado, [sem título], 1970. Desenho. Casa & Jardim
Folha avulsa. Acervo particular.
Figura 01 – Waltércio Caldas. Água, Cálice, Espelhos, 1975. 50X40X15, (Coleção
Gilberto Chateaubriand). Arte Hoje, ano 1, n. 8, fev. 1978, p. 08. (COUTINHO, a,
1978).
Figura 02 - Roy Liechtenstein, Escultura de cerâmica. Revista Arte Hoje, Ano 2, Nº 25,
julho, 1979, p. 53. (FERNANDES, 1979).
Figura 03 - Anna Bella Geiger, Sobre a Arte, 1976. Arte hoje. Rio de Janeiro: Rio
Gráfica Ed., ano I, n. 8, fev. 1978, p. 08. (COUTINHO, 1978).
Figura 04 - Hélio Oiticica, Ninhos, 1970, na Information, MOMA, Nova York. In:
FAVARETTO, 2000, p. 193.
Figura 05 - Cildo Meireles. “Eureka/ Blindhotland, 1971/75”, MAM – RJ, 1975. Arte
Hoje, Ano 2, Nº 13, julho de 1978, p. 20 “200 bolas de borracha, pretas, tamanhos e
pesos diferentes, mais cruz e barras de madeira com mesmo peso, 8 flashes em jornais
diferentes, além de fitas sonoras”.
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215
Figura 06 - Juarez Paraíso. Hall do Cine Tupy, 1968. In: FALCÃO, 2006, p. 48.
Figura 07 - ibid, p.41.
Figura 08 - Hélio Oiticica. Núcleo NC6, pintura s/ madeira recortada, 1960/63.
FAVARETTO, 2000, p. 83.
Figura 09 - Hélio Oiticica. Tropicália, O Grande Penetrável, de abril de 1967. Veja, 05
fev.1986, p. 92 (COUTINHO, 1986).
Figura 10 - Casa Modernista, de Gregori Warschavsk, São Paulo, 1930. In: BARDI,
1978, p.89.
Figura 11 - Residência do Arquiteto Rino Levi, São Paulo 1964. In: ANELLI; GUERRA,
2001, p. 249.
Figura 12 - Publicidade da Geladeira Cônsul (com ator Francisco Cuoco). Manchete, n.
1209, 21 jun.1975, p. 10.
Figura 13 - Publicidade dos Tapetes Bandeirante. Casa & Jardim 25 Anos, Nº 300, jan.
1980, p. 108.
Separata Capítulo 2 - Juarez Machado, [sem título], 1970. Desenho. Casa & Jardim
Folha avulsa. Acervo particular.
Figura 14 - Publicidade de Estante RTS da Prodis S.A., Industrial de móveis,
Instalações e Empreendimentos (fragmento). Desfile Casaviva, n.3, dez. 1976, p. 07.
Figura 15 - A “mulher de roxo”. A Tarde, 07 jun. 1992. Lazer & Informação, p. 06.
Figura 16 - Mágico Mrs Brack ou Mrs Christopher. A Tarde, 17 ago. 2004, Caderno 2, p.
04.
Figura 17 - Casamento, 1961. Acervo particular da família Nogueira.
Figura 18 -. Casamento, 1971, ibid.
Figura 19 - Publicidade do Clube AAB. Manchete, 25 anos, 1977, p. 270.
Figura 20 - Carnaval em Salvador. Manchete, 1972, p. 70 (Reportagem “Bahia Paz e
Amor”).
Figura 21 - Filme “de Arte” no Cine Capri. Jornal da Bahia, outubro de 1971. Acervo
particular
Figura 22 - Programação de Cinemas em Salvador, Ibid.
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Figura 23 - Capa do Programa da peça, Gracias a la vida, Teatro Vila Velha, maio a
julho de 1978. Espetáculo do Teatro Livre da Bahia – 10 anos. Atores: Bemvindo
Sequeira e Harildo Deda. Baseada no texto La revolucion de Isaac Chocron, Direção
João Augusto. Acervo particular.
Figura 24 - Peça Trate - me Leão, 1977, do Grupo carioca Asdrúbal Trouxe o
Trombone, formado por Regina Casé, Luis Fernando Guimarães (na foto), Evandro
Mesquita, Patrícia Travassos e Perfeito Fortuna. Isto É Gente, n. 239, 03 mar. 2004, p.
74.
Figura 25 - Capa do Programa do Espetáculo de Dança Sina, abril 1979. Teatro Castro
Alves. Grupo Experimental de Dança do Departamento de Artes Cênicas da EMAC –
UFBA e Grupo “Ars Livre”. Direção e Coreografia de Lia Robatto. Direção Musical e
concepção: Lindemberg Cardoso. Acervo particular.
Figura 26 - Capa do Programa do Show Novos Horizontes de Diana Pequeno,
novembro 1978. Acervo particular.
Figura 27 - Artur Barrio, “Orhhhh” 1969. Objeto apresentado no MAM, Rio de Janeiro.
Arte Brasileira, 1976, p. 60.
Figura 28 - Cildo Meireles, Blindhotland nº 3. Múltiplo, Nova York, 1971. ibid
Figura 29 - Emanoel Araújo, Centro Administrativo da Bahia, CAB /BA. Escultura em
concreto. Visão da Terra, Arte Hoje, 1977, p. 42.
Figura 30 - Juarez Paraíso, mural na Secretaria de Agricultura, CAB / BA, 1974. In:
FALCÃO, 2006, p. 58.
Figura 31 - ETSEDRON Bienal de São Paulo, 1975. Manchete, 1975, p. 38
(Reportagem “São Paulo. Bienal – Uma visão clássica da arte moderna”). Folhas
avulsas, acervo particular.
Figura 32 - Zivé Giudice, Prospecção I, Pastel, lápis. 45X57. In: FESTIVAL de arte da
Bahia 79: artes plásticas universitárias hoje. Salvador: Gráfica Universitária [EDUFBA],
jul. 1979, p. 13.
Figura 33 - Guache, Substrato I, Técnica mista, 75X51. ibid, p. 10.
Figura 34 - José Araripe.[s/ título], Xilogravura, 73X52. ibid, p. 17.
Figura 35 - Florival Oliveira. A face do D, Técnica mista. 49X34. Ibid, 19.
Figura 36 - Decaconde Bananas. Desenho, 54X42. Ibid, p. 22.
Figura 37 - Mazo. [s/ título], de. Óleo sobre tela, 100X70. Ibid, p.11.
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Figura 38 - Murilo, Espantalho I, Óleo sobre tela, 100X50. Ibid, p. 14.
Figura 39 - Bel Borba. Pássaros I (detalhe). Spray sobre papel, 220X120. Ibid.
Figura 40 - Ângela Cunha. Gaivota, gravura e acrílico, 35X50.Ibid, p. 15.
Figura 41 - Maria Adair. (desenho da série) Organismo. Bico de pena, 63,5 X 46,0.
Capa de Catálogo de Exposição, 1977. Acervo particular
Figura 42 - Edsoleda Santos. [s/título]. Contra - capa de convite de exposição no MAM/
Ba, dez. 1974. Acervo particular
Figura 43 - Graça Ramos. Capa de convite (detalhe) de lançamento de Livro de
Germano de Carvalho – Editora Contemp, out. de 1978. Acervo particular.
Figura 44 - Yedamaria, pintura - colagem. Capa de convite. Exposição individual na
Galeria Cañizares, 11 ago. 1972. Acervo particular
Figura 45 - Almandrade. Objeto sem título, madeira e tubos de papelão, 1978.
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Figura 46 - Juarez Paraíso, História em Quadrinhos, 1971. In: PORTUGAL, 2001, p.
119.
Figura 47 - Juarez Paraíso, Figa, 1978. Ibid, p.100.
Figura 48 - Renato da Silveira, Tracoati. Serigrafia, 1973, 0,96 X 0,66. In: SILVEIRA,
1976, p. 20.
Figura 49 - Mapa Turístico da Cidade do Salvador, 1968. PMS / Superintendência de
Turismo (Ilustrações André Sá e Francisco Motta). Acervo particular.
Figura 50 - Vista de Salvador (Centro Histórico). 1971. Conhecer, Vol. 11, Nº 157, p.
2671.
Figura 51 - Salvador, 1974. Folheto de divulgação de Obras do centro administrativo da
Bahia. Acervo particular.
Figura 52 - Mapa Turístico de Salvador [2004?]. In: BAHIATURSA
Figura 53 - Avenida ACM. Publicidade da ERITEC – Engenharia e Representações
Técnicas Industriais LTDA. Tribuna da Bahia, 23 abr. 1970. Caderno Especial II, p. 03.
Figura 54 - Avenida Paralela. Publicidade das Indústrias Reunidas ‘Star’ S.A. Tribuna
da Bahia, 23 abr.1970. Caderno Especial I, p. 06.
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Figura 55 - Bairro de Ondina, ibid, p. 05.
Figura 56 - Viaduto dos Engenheiros. Publicidade da Empresa de Engenharia Machado
Costa S.A. Tribuna da Bahia, 23 abr. 1970. Caderno Especial II, p. 04.
Figura 57 - Stiep. Tribuna da Bahia, 23 abr.1970. Caderno Especial I, p. 04.
Figura 58 - Avenida Centenário. Realidade, maio 1972, p. 18.
Figura 59 - Avenida Garibaldi. Ibid, p. 19.
Figura 60 - Centro Histórico de Salvador. Ibid, p. 18.
Figura 61 - Rodoviária de Salvador. Manchete 25 Anos, 1977, p. 264.
Figura 62 - Centro Administrativo da Bahia, Ibid.
Figura 63 - Vista aérea do bairro da Vitória, Manchete: Brasil Futuro, 1974, p. 221.
Figura 64 - Vista aérea de bairro do Itaigara. Manchete 25 Anos, 1977, p. 268.
Figura 65 - Vista aérea do bairro do Rio Vermelho. Ibid, p. 262.
Separata Capítulo 3 - Separata Capítulo 1 – Juarez Machado, [sem título], 1970.
Desenho. Casa & Jardim Folha avulsa. Acervo particular.
Figura 66 - Vista aérea da Avenida Centenário. Bahia 1822 – 1972: Os CAMINHOS da
Independência (II). Suplemento da Revista Manchete, n. 1.055, p. 09.
Figura 67 - Vista aérea do Bairro da Barra. Manchete 25 Anos, 1977, p. 260.
Figura 68 - Edifício Presidente, Avenida Euclides da Cunha, Graça. A Tarde
Imobiliária, 28 jan. 1971, p. 15.
Figura 69 - Edifício em Ondina, ibid, p. 13.
Figura 70 - Apartamento Solar do Canela, Rua Marechal Floriano, Canela. Ibid, p. 12.
Figura 71 - Edifício Planície Serena, no Itaigara. A Tarde, 06 dez. 1978, Caderno 3, p.
03.
Figura 72 - Edifício Sobrado Real, Itaigara. Ibid.
Figura 73 - Edifício Villa Blanca, na Pituba. Ibid, p. 04.
Figura 74 - Apartamento Jardim de Versailles, Pituba. A Tarde, 20 dez. 1979, Caderno
2, p. 06.
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Figura 75 - Publicidade dos Móveis da Interlubke. Ma Maison, nov. 1970.
Figura 76 - Artigo de correspondente estrangeiro. Tribuna da Bahia, 18 mar.1973, p.
04.
Figura 77 - Ana Maria e Oscar Niemeyer, Easy Chair, 1977. Poltrona e banqueta alta,
em couro e madeira compensada, produzida por Tendo Brasileira Ind. e Com. de
Móveis Ltda. O Moveleiro, Volume 2, 1991, p. 35.
Figura 78 - Michel Arnoult, Poltrona Desmontável, 1976, produzida por Senta Móveis
Estofados Ltda. Ibid, p. 31.
Figura 79 - Sérgio Rodrigues, Poltrona Leve “Kilin”, 1975. madeira e couro. Ibid, p. 45.
Figura 80 - Jorge Zalszupim e Arnolt Wolfer, Cadeira Comanander, 1972. Ibid, p. 09.
Figura 81 - Sandro Magnelli, Cadeira Eurit, 1979. Ibid, p. 75.
Figura 82 - Catálogo da Loja Móveis Ralf. Salvador, [década de 70?]. Acervo particular.
Figura 83 - Móveis da Indústria Cavilha. GAM / 21, dez. 1969, p. 27.
Figura 84 - ibid, p. 26.
Figura 85 - ibid, p. 28.
Figura 86 - Cozinha da Cooking. Cláudia Decoração, n. 111-A, dez. 1970, p. 108.
Figura 87- Cozinha Ralf. (desenho de Martinez Flores). Ibid, p. 111.
Figura 88 - Cozinha Kitchens. Ibid, p. 108.
Figura 89 - Estante Divisória, ibid, p. 99.
Figura 90 - Publicidade da Duraplac / Duratex, 1969.
Figura 91 - Estante L´Átelier. Decoração Cláudia, n.111 - A, dez. 1970, p. 31.
Figura 92 - Utensílios de Cozinha em plástico. Fatos e Fotos, n. 47, 15 out.1966.
Figura 93 - Frutas de plástico. Ibid.
Figura 94 - Brinquedos e complementos de decoração em plástico. Enciclopédia
Bloch, jul. 1972, p. 88.
Figura 95 - Publicidade de Piso vinílico Decorflex. Projeto, maio 1983.
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Figura 96 - Cadeira de Acrílico. Petrobrás, n. 262, jul. / ago. 1973, p. 36.
Figura 97 - Móveis e Objetos em Acrílico. Casa & Jardim, ago. 2002, p. 86.
Figura 98 - Objeto de arte em acrílico. Petrobrás, mai. / jun. 1973, p. 34.
Figura 99 - Publicidade Brasneon S.A. com representação em Salvador, rua Joana
Angélica, 60. Casa & jardim J Arquitetura, ago. / set. / out. 1973, p. 89.
Figura 100 - Publicidade Duraplac da Duratex S.A. Casa & Jardim. Edição do Ano,
dez. 1969.
Figura 101 - Ambientação Contemporânea. ViverBem, fev. 2006, p. 50.
Figura 102 - Coleção Gavina da Forma / Knoll International. Design de Matta. GAM –
21, dezembro 1969, p. 37.
Figura 103 - Puff Sacco. La Décoration intérieure au XXéme siècle, 1996, p. 180.
Figura 104 - Sala de Jantar. Maison Française, n. 236, 1970, p.04.
Figura 105 - Sala de estar. Ma Maison, 1970, p. 117.
Figura 106 - Ambientação em Vitória (Es), da Jahel Projetos e Decoração. Casa &
Jardim, n. 228, jan 1974, p. 13.
Figura 107 - Sala de Estar. Viverbem Decoração, Ano 5, Edição 140, maio 2005, p. 83.
Figura 108 - Apartamento no bairro da Vitória, Salvador / BA. Casa & Jardim, Ano 49,
n. 569, junho 2002, p. 54.
Figura 109 - Móvel da Casaredo. Veja, 1983, p. 78.
Figura 110 - Capa da Revista Quatro Rodas, Edição Especial de Turismo, dez. 1969.
Figura 111 - Capa da Revista Casa & Jardim, n. 228, jan. 1974.
Figura 112 - Suplemento Jornal de Utilidades. A Tarde, 11 jan., p.12.
Figura 113 - Suplemento Mulher. A Tarde, 28 jan.1979, p. 05. (Artigo da
correspondente estrangeira Paola Berti).
Figura 114 - Ambientação 70. Art & Décoration – Special 100 ans, 1977, p. 199.
Figura 115 - Estante e papel de parede. Boa Idéia. 1976, p. 70.
Figura 116 - Publicidade da Eucaplac. Manchete, n. 1065, de 16 set. 1972.
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Figura 117 - Quarto. Arte & Décoration – Special 100 ans, 1997, p. 197.
Figura 118 - Publicidade Cerâmica Incepa. Casa & Jardim Arquitetura, n. 228, nov. /
dez 1073 / jan 1974, p. 20.
Figura 119 - Publicidade da Brilho Cerâmica. Casa Cláudia Decoração, n. 111 - A, dez.
1970, p. 27.
Figura 120 - Publicidade Cerâmica keralux. Casa & Jardim – Edição do Ano, n. 219 A, dez.1972, p. 02.
Figura 121 - Publicidade Forro Duraplac. Cláudia Decoração n. 111 - A, dez. 1970, p.
63.
Figura. 122 - Forro de teto, em fibras naturais. Casa & Decoração, Ano VI, n. 28, abr.
1977, p. 16.
Figura 123 - Bi - cama laqueada. Casa Cláudia Decoração, n. 111 - A, dezembro 1970,
p. 27.
Figura 124 - Publicidade Móveis Cimo (Detalhe). Casa & Jardim – Edição do Ano, n.
219 - A, dezembro 1972, p. 09.
Figura 125 - Publicidade Piso Parquet Mosaico da Bettega. Casa & Jardim
Arquitetura, Ano III, n. 12, 1976. Contracapa.
Figura 126 - Publicidade Marcopiso Segáto da Marcovan. Casa & Jardim Arquitetura,
Ano III, n. 9, 1975, p.25.
Figura 127 - Publicidade Cerâmica Porto Ferreira / Detalhe. Casa & Jardim.
Arquitetura n. 3, nov / dez, 1973/ jan. 1974, p. 112.
Figura 128 -Quarto de Jack Lenor Larsan, Nova York. Ma Maison, nov. 1970, p. 112.
Figura 129 - Publicidade Móveis Cimo. Manchete, n. 1306, 30 abril 1977, p. 108.
Figura 130 - Cama acarpetada. Casaviva Desfile, n. 3, dezembro 1976, p. 107.
Figura 131 - Sala com móveis modulados. Ma Maison, nov. 1970, p. 123.
Figura 132 - Publicidade dos Móveis Aruá. Casa & Decoração, Ano III, Nº 12, junho
1974, p. 83.
Figura 133 - Apartamento de Jack Larsen em Nova York. Ma Maison, nov. 1970, p 113.
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Figura 135 - Publicidade Lâmpadas Phillips / Detalhe. Casa & Jardim Arquitetura, Ano
1, n. 5, maio / jun. / jul. 1973, p. 37.
Figura 136 - Sala de Estar. Ma Maison, nov. 1970, p. 110.
Figura 137 - Publicidade metal sanitário Teorema. L´architetura cronache e storia,
Ano XVII, n. 3, jul. 1971.
Figura 138 - Publicidade metal sanitário Celite. Manchete, n. 1209, 21 jun. 1975.
Figura 139 - Publicidade de Metais Deca, LInha Moen. Casa & Jardim Arquitetura,
Ano III, n. 12, 1976.
Figura 140 - Publicidade Revestimentos Eliane. Casa & Jardim - Projetos e Fachadas,
Nº 270, julho 1977, capa de fundo.
Figura 141 - Ar condicionado. Manchete, n. 1025, 11 dez. 1971.
Figura 142 - Publicidade TV Colorado. Manchete, 1065, 16 set. 1972.
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Figura 144 - Cortina de bambu. Casa Cláudia, Ano XV, ago. / set., 1973, p. 92.
Figura 145 - Publicidade Tapetes Tabacow. Manchete 25 Anos, 1977, p. 89.
Figura 146 - Publicidade Persianas PanAmericana S.A. Casa Cláudia, dez. 1979, p. 71.
Figura 147 - “Ilha” com móveis modulados. Desfile Decoração, 1973, p. 24 – 25.
Figura 148 - “Ilha” definida com desníveis. Ambientação Giles Jacquard.
Jardim, dez. 1971, p. 54 - 55.
Casa &
Figura 149 - Capa da Revista. Maison Française n. 236, abr. 1970.
Figura 150 - Publicidade dos Colchões Permaflex. Ibid (página de fundo).
Figura 151 - Capa de Revista Casa & Jardim, dez. 1969.
Figura 152. Copa de Revista. GAM/21, dez. 1969.
Figura 153 - Capa da Revista. Casa Cláudia, Ano XV, n. 179 – A, ago. 1973.
Figura 154 - ibid (capa de fundo).
Figura 155 - Tendências em móveis e objetos. Cláudia Decoração, n 83-A, ago 1968.
Reportagem “Esta é a Decoração de Cláudia”, p. 48.
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223
Figura 156 - ibid, p. 49.
Figura 157 - ibid, 46.
Figura 158 - ibid, p. 45.
Figura 159 - ibid, p. 47.
Figura 160 - Cozinha “colonial”. Cláudia Decoração n. 111 - A, dez. 1970, p. 101.
Figura 161 - Quarto “colonial”. Casaviva Desfile, n. 3, dez. 1976, p. 109.
Figura 162 - Divisória “colonial”. Cláudia Decoração n. 111 - A, dez. 1970, p. 96.
Figura 163 - Publicidade Mobilínea. Cláudia Decoração, dez. 1967, p. 23.
Figura 164 - Publicidade Forma S.A. ibid, p. 29.
Figura 165 - Cadeira de escritório da Knoll. Propriedade do Arquiteto Pasqualino
Magnavita. Fotografia Yumara Pessôa em 22 jul. 2006.
Figura 166 - Poltrona Diamante de Harry Bertoia. Ibid.
Figura 167 - Publicidade Mobília Contemporânea.[S. I: s.n.] [197_?].
Figura 168 - Folheto Promocional da loja Quatro Paredes. Salvador, [1973?]. Acervo
Particular.
Figura 169 - Publicidade da Loja Quatro Paredes. Desfile Decoração, 1973, p. 11.
Figura 170 - Anúncio Madeireira Antônio Costa. À Tarde, 28 jan.1971. Caderno A Tarde
Imobiliária, p. 10.
Figura 171. Catálogo de Cozinhas Ralf S. A. [197_ ?]. Acervo particular.
Figura 172 - Anúncio Loja Correia Ribeiro Industrial. A Tarde, 04 jan. 1979, p. 10.
Figura 173 - Arca em jacarandá da Correia Ribeiro. Apartamento 804, Mansão Forest
Hill, Graça. Forest Hill, Graça. Jul. 2006. Fotografia Yumara Pessôa.
Figura 174 - Cadeira em jacarandá e palhinha da Correia Ribeiro. Ibid.
Figura 175 - José Pedreira. A PRESENÇA José Pedreira [1981?], p. 09.
Figura 176 - Interior do Bar Anjo Azul. À Tarde, 18 mar. 2004, Caderno dois, p. 04.
Figura 177 - Quarto de Pedreira. A Presença de José Pedreira [após 1981?], p. 41.
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224
Figura 178 - Sala de estar de Pedreira. ibid, p. 11.
Figura 179 - Sala de estar de casarão em Salvador. Casa & Jardim, n. 228, jan 1974,
p.40.
Figura 180 - Sala de jantar de casarão em Salvador. Ibid, p. 44.
Figura 181 - Apartamento no Corredor da Vitória em Salvador. Ibid, p. 48.
Figura 182 - Banheiro de apartamento no corredor da Vitória em Salvador. Ibid, p. 49.
Figura 183 - Casa de Solange Vianna, Casa & Decoração, Ano VII, n. 31, set. 1977, p.
12.
Figura 184 - Sala de estar do Palácio do Governo da Bahia em Ondina. A PRESENÇA
de José Pedreira [1981?], p. 38.
Figura 185 - Sala de jantar do Palácio do Governo da Bahia em Ondina. Ibid, p. 39.
Figura 186 - Decoradora Sizininha Simões. Veja Bahia, 1998.
Figura 187. Cadeira Barcelona (Mies van der Rôhe). Casa Cláudia Edição Especial:
Curso de Decoração Casa Cláudia, p. 46.
Figura 188 - Cadeira Diamante (Harry Bertoia). Ibid, p. 47.
Figura 189 - Cadeira Tulipa (Eero Saarinem). Ibid, p. 46.
Figura 190 - Poltrona Modelo 670 (Charles e Ray Eames) ibid.
Figura 191 - Optical treliça. Criação e propriedade do Arquiteto Pasqualino Romano
Magnavita, década de 60. Fotografia Yumara Pessôa em 22 jul. 2006
Figura 192 - Mesa Gamela. Ibid.
Figura 193 - Cadeira Mole de Sérgio Rodrigues. Casa Cláudia Edição Especial – Curso
de Decoração Casa Cláudia, p. 45.
Figura 194 - Cadeira Oxossi. Criação e Propriedade do Arquiteto Pasqualino Romano
Magnavita, 1999. Fotografia Yumara Pessôa em 22 jul. 2006
Figura 195 - Genaro de Carvalho. Revista Quatro Rodas, Ano X, n. 112 – A, dez. 1969,
p. 68.
Figura 196 - Halll de Entrada do Edifício Maria Alice, Rua Marquês de Caravelas, Barra,
1973. In: FALCÃO, 2006, p. 54.
Figura 197 - Residência do Sr. Francisco Pithon, 1980. Ibid, p. 83.
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225
Figura 198 - Residência do Sr. Antônio Limoeiro. Entalhe e pintura / vista parcial.
1976, ibid, p. 71.
Figura 199 - Peça de solo na Praça Municipal. Carnaval 1977. Ibid, p. 235.
Figura 200 - Quarto de Carlos Bastos. Casa & Jardim n. 207 – A, dez. 1971, p. 112 113.
Figura 201 - ibid.
Figura 202 - Casa de Luis Jasmim. Casa & Decoração n. 31, set. 1977, p. 12.
Figura 203 - Banheiro, projeto Carlos Bastos. Casa & Jardim n. 207 – A, dez. 1971, p.
129.
Figura 204 - Casa de Hansen Bahia.Casa & Jardim, Nº 228, jan 1974, p.53.
Figura 205 - Casa de Luis Jasmim. Ibid, p. 50.
Figura 206 - Casa de Luís Jasmim. Casa & Decoração Ano VII, n. 31, set. 1977, p. 08.
Figura 207 - Casa de Genaro de Carvalho. Projeto Gilberto Chaves. Casa & Jardim.
Edição do Ano, dez. 1969. P. 48.
Figura 208 -Casa em Itapoã, Projeto Assis Reis. Casa & Jardim, n. 228, jan.1974, p.57.
Figura 209 - Casa em Salvador, Projeto Alberto Fiúza. Ibid, p. 65.
Figura 210 - Apartamento em Salvador, Projeto Fernando Peixoto. Casa Cláudia n. 219
– A, dez. 1979, p. 09.
Figura 211 - Sala de estar, Projeto Luiz Humberto e Neilton Dórea. Ibid, p. 46.
Figura 212 - Quarto. Projeto Neilton Dórea. Ibid, p. 28.
Figura 213 - Residência em Salvador de decorador carioca David Largman. Casa &
Jardim, Edição do Ano, dez. 1969, p. 52.
Figura 214 - Residência de Silvio Robatto na Federação. Casa & Jardim, n. 228, jan
1974, p.58.
Figura 215 - Sala de Jantar de Tarsila do Amaral. Casa & Jardim, n. 104, set. 1963,
p.79.
Figura 216 - Sala de estar de Anita Malfatti. Ibid.
Figura 217 - Cadeira “brasileira regência inglesa em mogno e palhinha, século XIX. A
Tarde, 29 set. 199, Caderno 2, p. 6.
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226
Figura 218 - Cadeira em jacarandá e palhinha da Correia Ribeiro. Apartamento 804,
mansão Forest Hill, Graça. Forest Hill, Graça. Julho 2006. Fotografia por Yumara
Pessôa
Figura 219 - Conjunto de jantar em jacarandá e palhinha da Correia Ribeiro. Ibid.
Figura 220 - Conjunto de jantar em jacarandá e palhinha da Correia Ribeiro.
Apartamento 504, Edifício Elizabete, Edifício Rua Rio de São Pedro, Graça, jul. 1976.
Acervo de família Nascimento
Figura 221 - Conjunto de jantar em jacarandá e palhinha da Correia Ribeiro.
Apartamento 501 – A, Edifício Anápolis, Avenida Centenário, dez. 1979. Acervo
Particular.
Figura 222 - Console em jacarandá de Antiquário. Apartamento 804, mansão Forest
Hill, Graça. Forest Hill, Graça. Julho 2006. Fotografia por Yumara Pessôa.
Figura 223 - Arca em jacarandá da Correia Ribeiro, Barra, out. 1970. Acervo da família
Nogueira.
Figura 224 - Peças de Antiquário. Residência Rua Cônego José de Loreto, Canela, nov.
1975. Acervo familiar da Família Maltez.
Figura 225 - Peças de Antiquário. Residência Rua Cônego José de Loreto, Canela, nov.
1975. Acervo familiar da Família Maltez.
Figura 226 - Anúncio Imobiliário. A Tarde. A Tarde Imobiliária, 28 jan. 1971, p. 13.
Figura 227 - Publicidade Cozinha Securit. Casa & Decoração, dez. 1967, p. 33.
Figura 228 - Quarto de Hóspedes da casa de Jorge Amado. Rio Vermelho, [final década
de 60?]. Folhas avulsas. Acervo Particular.
Figura 229 - Sala de Estar da Casa de Jorge Amado. Ibid.
Figura 230 - Casa em Buraquinho, Projeto Chico Mota. Casa & Jardim, n. 228, jan
1974, p.66.
Figura 231 - Casa de praia em Itapoã, Projeto Ivan Smarcevscki e Fernando Peixoto.
Ibid, p. 55.
Figura 232 - Publicidade da Rex Moldur de Alunínio. Casa & Jardim Prática, 1973.
Capa de fundo.
Figura 233 - Louças Sanitárias de 1969. Suíte do Apartamento 01, Edifício Kalil Darzé,
Rua Macaúbas, Rio Vermelho. Fotografada em 14 jun. 2006.
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227
Figura 234 - Louças Sanitárias de 1969. Sanitário Social. Ibid.
Figura 235 - ibid.
Figura 236 - Cozinha. Apartamento 501-A, Edifício Anápolis, Avenida Centenário, dez.
1970. Acervo Particular.
Figura 237 - Poltrona Moderna da década de 70. Jardim de Inverno do palácio da
Reitoria da UFBA, fotografado em 1999 por Yumara Pessôa.
Figura 238 - Poltrona Moderna da década de 70. Apartamento 501 – A, Edifício
Anápolis, Avenida Centenário, dez. 1979. Acervo Particular.
Figura 239 - ibid, janeiro 1981.
Figura 240 - ibid, agosto 1985.
Figura 241 - Quarto Adolescente. Projeto David Largman. Casa & Jardim. Edição do
Ano, dez. 1969, p. 146.
Figura 242 - Quarto Adolescente. Projeto David Largman. Ibid, p. 147.
Figura 243 - Quarto de Jovem. Casa & Jardim, n. 207 – A, dez. 1971, p. 118.
Figura 244 - Quarto de Jovem. Manchete [1971?], Folha Avulsa.
Figura 245 - Capas de Livros de Carlos Castañeda. Realidade, n. 89, ago. 1973.
Figura 246 - Área Externa da Comunidade Coletivo, Salvador, Cabula, 1975. Acervo
Particular Anete Araújo.
Figura 247 -. Quarto de casal na Comunidade Coletivo. ibid
Figura 248 - ibid.
Figura 249 - Quarto de Criança na Comunidade Coletivo. Ibid.
Figura 250 - “Canto” de Estudo e Brinquedos na Comunidade Coletivo. Ibid
Figura 251 - Espaço de Música na Comunidade Coletivo. Ibid.
Figura 252 - Sala de jantar na Comunidade Coletivo. Ibid.
Figura
253
Rio
Caratingui,
Aldeia
Hippie
de
Arembepe.
In:
http://www.viagensmaneiras.com/viagens/arembepe.htm, p. 1 de 4. Acesso: 09 dez.
2004.
Figura 254 - Acesso a Aldeia Hippie, ibid, p. 3 de 4.
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228
Figura 255 - Cabana Indígena.CAYUBE, Sílvia. Habitações Indígenas, 1983, p. 06.
Figura 256 - Técnica construtiva de habitações na Aldeia Hippie, 1989. Fotografia
Yumara Pessôa
Figura 257 - Cabana térrea na Aldeia Hippie.Ibid.
Figura 258 - Cabana de dois pavimentos na Aldeia Hippie.
http://www.aquinapraia.com.br/arembepe/aldeia.asp. Acesso: 09 dez. 2004.
In:
Figura 260. Ibid.
Figura 261. Ibid.
Separata Capítulo 4 – Juarez Machado, [sem título], 1970. Desenho. Casa &
Jardim Folha avulsa. Acervo particular.
Figura 262. Jornalista Vladimir Herzog morto em 25 out. 1975. Veja 25 Anos, p. 54.
Figura 263. Repressão da Ditadura Militar: Soldado, jun. 1978 / Assembléia de
Estudantes, ago. 1972. A Tarde, 14. nov. 2004, Caderno 2, p. 05.
Figura 264. Acesso aos fundos da Galeria Cañizares, jul. 2006. Fotografia Yumara
Pessôa.
Figura 265. Ambientação Cárcere, set. 2006. Fotografia Yumara Pessôa.
Figura 266. Ambientação Cárcere, set. 2006. Fotografia Yumara Pessôa.
Figura 267. Cárcere; detalhe interior do forno de cerâmica, set. 2006. Fotografia
Yumara Pessôa.
Figura 268. Cárcere: interatividade (depoimento). Fotografia Yumara Pessôa.
Figura 269. Hippies na orla de Salvador, em novembro de 1969. Ibid, p. 04.
Figura 270. Campeão de Surf Popó Avena. http://www.fbsurf.com.br/ historia.htm.
Acesso em: 10 dez. 2005.
Figura 271. Surfista em ação na praia do Pescador, 1975. Ibid.
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229
Figura 272. Área externa ao fundo da Galeria Cañizares, jul. 2006. Fotografia Yumara
Pessôa.
Figura 273. Ambientação Fogueira: detalhe. Set. 2006. Fotografia Yumara Pessôa.
Figura 274. Interatividade na Ambientação Fogueira. Set. 2006.
Fotografia
Yumara
Pessôa.
Figura 275. Vista de Depósito dos Gessos da Escola de Belas Artes. Área externa ao
fundo da Galeria Cañizares. Fotografia de Yumara Pessôa, 24 julho 2006.
Figura 276. Ambientação Fogueira / Referência a Aldeia Hippie de Arembepe.
Fotografia Yumara Pessôa.
Figura 277. Detalhe de Capa de fita k – 7 Disco Music, Vol. 2. Gravadora CBS, 1977.
Figura 278. Capa de CD do Filme Os Embalos de Sábado à Noite, 1977. Direção John
Badham com Jonh Travolta.Paramount Collection, 2002.
Figura 279. Foto de Divulgação da Novela Dancing Days, 1979/ 1979. Rede Globo de
Televisão, Direção Daniel Filho e Marcos Paulo, com Sônia Braga. Revista Época, 20
ago 2001, Seção Cultura, p. 108.
Figura 280. Porão da Galeria Cañizares, jul. 2006. Fotografia de Yumara Pessôa, 24
julho 2006. Fotografia Yumara Pessôa.
Figura 281. Ambientação Virou Fumaça – Discoteca. Set. 2006.
Yumara Pessôa, 24 julho 2006. Fotografia Yumara Pessôa.
Fotografia
de
Figura 282. Vista do setor de estar da ambientação Virou Fumaça. Set. 2006. Fotografia
de Yumara Pessôa, 24 julho 2006.
Figura 283. Detalhe do bar na Ambientação Virou Fumaça, set. 2006.
Yumara Pessôa, 24 julho 2006.
Fotografia de
Figura 284. Revestimento do bar na ambientação Virou Fumaça, set. 2006. Fotografia
de Yumara Pessôa, 24 julho 2006.
Figura 285. Esquadria na ambientação Virou Fumaça. Set. 2006. Fotografia
Yumara Pessôa, 24 julho 2006.
de
Figura 286. Virou Fumaça: detalhe balcão do bar, set. 2006. Fotografia de Yumara
Pessôa, 24 julho 2006.
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230
Figura 287. Capa do Livro Almanaque 70 de Ana Maria Bahiana, 2006. Fotografia de
Yumara Pessôa, 24 julho 2006.
Figura 288. Virou Fumaça: detalhe de intervenção, set. 2006. Fotografia de Yumara
Pessôa, 24 julho 2006.
Figura 289. Vista da sala de estar na ambientação Virou Fumaça. Fotografia
Yumara Pessôa, 24 julho 2006.
de
Figura 290. Cildo Meireles, Inserções em Circuitos Ideológicos – Projeto Coca – cola,
1970. Arte Hoje, n. 13, jul. 78, p. 21.
Figura 291. Confecção de objeto “70” em MDF. Movelaria Locca Móveis, Itinga,
Município de Lauro de Freitas, jul. 2006 Fotografia Yumara Pessôa.
Figura 292. Estudos para o objeto “70”, Jul. 2006.
julho 2006.
Fotografia de Yumara Pessôa, 24
Figura 293. Estudos para o objeto “70”. Ago. 2006.
julho 2006.
Fotografia de Yumara Pessôa, 24
Figura 294. Objeto “70”, instalado na Ambientação Virou Fumaça. Fotografia
Yumara Pessôa, 24 julho 2006.
de
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231
ANEXOS
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232
ANEXO I – MODELOS DE QUESTIONÁRIOS PARA ENTREVISTAS
MODELO 1 (P/ PROFISSIONAIS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE BELAS ARTES
MESTRADO EM ARTES VISUAIS
MESTRANDA: Yumara Souza Pessôa
ORIENTADOR: Prof. Dr. Eugênio de Ávila Lins
CO - ORIENTADORA: Profª. Dra Viga Gordilho
DISSERTAÇÃO: Decoração Soteropolitana na Década de 70: cores, formas e representações.
1. ENTREVISTADO:
NOME: ________________________________________________________________________
IDADE: ________________________________________________________________________
PROFISSÃO: ___________________________________________________________________
FORMAÇÃO: ___________________________________________________________________
ATUAÇÃO: ____________________________________________________________________
2. ATUAÇÃO NA DÉCADA DE 70:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
3. CLIENTELA:
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233
4. LOCALIZAÇÃO DOS IMÓVEIS:
_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
5. CARACTERIZAÇÃO DOS IMÓVEIS:
DISPOSIÇÃO ESPACIAL:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
________________________________________________________________
PISOS:
____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
PAREDES:
____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
TETOS:
____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
VALORES AGREGADOS:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
6. ESTILO ADOTADO NA DECORAÇÃO:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________
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234
7. LOJAS E FORNECEDORES:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_______________________________________
8. PROFISSIONAIS ATUANTES NA DÉCADA DE 70:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________
9. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES (sobre a DÉCADA DE 70):
POLÍTICA:
(posicionamento
diante
da
estrutura
política
vigente
em
70)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
________________________________________________________________
ECONOMIA: (composição da elite baiana (cacau, gado, petroquímica) / contribuição do turismo
para a atuação profissional).
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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235
SOCIAL: (conhecimento de outros modos de vida / elite, “comunidade”, aldeia hippie).
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________
PROFISSIONAL: (qual a sua visão da atuação profissional / conceito de decoração na relação com
o da moradia / “bom gosto” X formação acadêmica)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_______________________________________
10. COMENTÁRIOS ADICIONAIS:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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236
MODELO 2 (P/ MEMBROS DAS CLASSES SOCIAIS ESTUDADAS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA / ESCOLA DE BELAS ARTES
MESTRADO EM ARTES VISUAIS
MESTRANDA: Yumara Souza Pessôa
ORIENTADOR: Prof. Dr. Eugênio de Ávila Lins
CO - ORIENTADOR: Prof. Dra. Vigagordilho.
DISSERTAÇÃO: Decoração Soteropolitana na Década de 70: cores, formas e representações.
1. ENTREVISTADO (A):
DATA _________________________________________________________________________
NOME_________________________________________________________________________
IDADE______________PROFISSÃO________________________________________________
ESTADO CIVIL _________________ FILHOS _________________________________________
2. COMO ERA VOCÊ NA DÉCADA DE 70?
IDADE______________PROFISSÃO________________________________________________
ESTADO CIVIL _________________ FILHOS ________________________________________
OBSERVAÇÕES
(sobre
você)
VIVENDO
NA
DÉCADA
DE
70:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________
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237
3. ONDE MORAVA?
CASA ___ APARTAMENTO ___ OUTROS ___________________________________________
PRÓPRIA ____ FINANCIADA_____ ALUGADA____ OUTROS ___________________________
ENDEREÇO_____________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
4. POR QUE ESCOLHEU essa moradia?
a) BAIRRO NOBRE (boa vizinhança) ________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
b) PROXIMIDADE DE SERVIÇOS (Escola, Comércio, praia) _____________________________.
_______________________________________________________________________________
c) PREÇO ______________________________________________________________________
d)OUTROS______________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
______________________________________________________
5. CARACTERIZAÇÃO DO IMÓVEL:
NASCENTE _______ POENTE _____________________________________________________
DISPOSIÇÃO ESPACIAL (número e tipos de cômodos):
____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________
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238
PISOS:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
PAREDES:
____________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
TETOS:
____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________
LOUÇAS (Sanitária e de Cozinha): _________________________________________________
_______________________________________________________________________________
ESQUADRIAS:
____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________
VALORES
AGREGADOS
(garagem
privativa,
elevador,
playground,
salão
de
festas):
____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
6. ESTILO ADOTADO NA DECORAÇÃO:
MODERNO ______ TRADICIONAL ________ HÍBRIDO_________________________________
MÓVEIS:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
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239
CORTINAS:
____________________________________________________________________________________
________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
TAPETES:
____________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
LUSTRES / LUMINÁRIAS: _________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
OBJETOS:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________
ELETRODOMÉSTICOS:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_________________________________________________
7. LOJAS E FORNECEDORES (onde comprava móveis e objetos de decoração?):
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_______________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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240
8. PROFISSIONAIS ATUANTES NA DÉCADA DE 70 (conhecia e / ou contratou algum Decorador ou
Arquiteto?):
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_______________________________________
9. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES (sobre a DÉCADA DE 70):
POLÍTICA:
(posicionamento
diante
da
estrutura
política
vigente
em
70)
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
______________________________________________________
_______________________________________________________________________________
ECONOMIA: (elite baiana: cacau, gado, petroquímica / turismo/ custo de vida).
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241
SOCIAL: (conhecimento de outros modos de vida / elite, “comunidade”, aldeia hippie) / o que fazia
para se divertir?
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
PROFISSIONAL: (qual a sua visão da importância de um profissional na decoração de sua casa?).
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
10.O QUE É A “CASA” PARA VOCÊ?
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_______________________________________
11. COMENTÁRIOS ADICIONAIS:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
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242
ANEXO II: BREVE INVENTÁRIO DAS ARTES VISUAIS EM SALVADOR
(1970 – 1979)
1. ARTISTAS VISUAIS UNIVERSITÁRIOS
Participaram da Exposição “Artes Plásticas Universitária Hoje”, durante o Festival
de Arte “Bahia 79”, ocorrido entre 08 a 30 de julho de 1979, no Foyer do Teatro Castro
Alves, 41 artistas:
Alberto da Silva Rocha - bico de pena (2)
Alberto José de Araújo - xilogravura
Ângela Cunha – gravura e acrílico
Antônio Ferreira Neto – fotografia (3)
Antônio Figueiredo – técnica mista (2)
Antônio L. M. Andrade – desenho (2) e “objeto” (1)
Bel Borba – spray sobre papel (2)
Carlos Lauria – óleo s/ tela
Cal – “proposta, areia / vidro / brita”.
Decaconde – desenho (2)
Deraldo Tourinho – látex s/ tela (2)
Dil de Assis - colagem
Dudu Martinez - xilogravura
Emílio A. Beramendi Pardavé – óleo s/tela.
Filomena Modesto – lápis cera (2)
Florival Oliveira – técnica mista
Gabriela Joua – ecoline (3)
Guache – técnica mista 92.
Hernani Gusmão - xilogravura
Iza Assumpção Guimarães – joalheria (3)
Joelino Ferreira – fotografia (3)
José Araripe – xilogravura (2)
José Augusto Senna Moreira – técnica mista
José Renato dos Santos – lápis colorido
Luiz Mário Costa Freire - pastel
Lú Requião – técnica mista
Luis Tourinho – laca nitrocelulose e óleo s/ tela (3)
Moacyr Lopes D’ Ávila – monotipia mista (2)
Maso – óleo s/ tela
Maria Eunice S. Fernandes – bico de pena
Milton Menezes – “objeto c/ pintura a óleo”
Murilo – óleo s/ tela (3)
Pedro Jorge Mattos Sampaio – óleo s/ tela
Pitanga e Edizio Patriota – “Conseqüências, proposta”.
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243
Roberto Oliver – pintura acrilex
Roberto Cordeiro – Quadrinhos / cartoom (2)
Ronaldo Neves Ferreira - batik
Teones Bastos de Oliveira – bico de pena (3)
Walmir Lemos Cirne - aquarela
Wilson Besnosik – xilogravura (3)
Zivé – pastel / lápis (3)
2. OUTROS ARTISTAS ATUANTES EM SALVADOR
- Adauto Baiano
- Adilson Santos
- Almandrade
- Anna Georgina
- Antônio Cassiano
- Bety King
- Calazans Neto
- Caribe
- Carlos Bastos
- Chico Diabo
- Edízio Coelho
- Edsoleda Santos
- Graça Ramos
- Jamson Pedra
- Juarez Paraíso
- Luiz Jasmim
- Maria Adair
- Mário Cravo
- Renato da Silveira
- Sante Scaldaferri
- Sílvio Robato
- Yêdamaria
3. GRUPOS
Muitos Grupos de artistas se formaram na década de 70, reunidos para um único
trabalho ou de forma mais duradoura:
1969 – ETSEDRON: Matilde Matos, Edison da Luz, Joel Estácio Barbosa, Palmiro Cruz,
Chico Diabo, Luís Tourinho, Vera Lima, José Cunha e Gilson Matos.
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244
1973 - Grupo dos feirenses: Juraci Dórea, Antônio Brasileiro, Pedro Roberto e Ruy
Brasileiro.
1977 - GRUPO LAMA: Márcia Magno e José Carlos Lauria;
- “Geração 70” (nomeação posterior): Zivé Giudice, Guache, Florisvaldo,
Decaconde, Araripe e Joelino / Murilo, Fred Schaeppi, Almandrade, Maso, Hans Peter e
Bel Borba.
- GRUPO DOS TRÊS SETE: Celuque, Else M. Fátima, Socorro Chaves, L.
Camardelli, Tê A. Lima e Bel Salles.
Fig. 285. Grupo dos Três Sete.
(Capa do catálogo de exposição, no Salvador Praia Hotel, 1977. Foto de Sílvio Robato).
1978 - GRUPO POSIÇÃO: Sônia Rangel, Zélia Maria, Eckenberger, Juraci Dórea,
Chico Diabo e Carlos Petrovich.
- GRUPO ARVOREDO: Lívia Serafim, Murilo Ribeiro, Luís Tourinho, Roberto
Castro Maguary e Carlos Alberto dos Santos.
- GRUPO “DOS 8”: Bel Borba, Clara O. Souza, Else M., Ernani Gusmão, Ione
Passo, Socorro D’ el Rey, Terezinha Lima e Waldelice Pinkus.
(?) - “GRUPO DOS 7”: Juarez Paraíso, Maria Célia Du Pin e Almeida, Henrique e
Jacyra Oswald, Bety King, Hélio Bastos e Floriano Teixeira.
4. EXPOSIÇÕES 70
- Exposição de Pintura de Yêdamaria – CANIZARES – 11/08/72
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245
- Exposição de Pintura de Réscala – CANIZARES - 01 A 14/09/1972
- Exposição de Gravura Norte Americana – CANIZARES - 06 a 14/10/1972
- Exposição de gravuras de FAYGA OSTROWER – CANIZARES - 04 a 17/05/1973
- Exposição de Pinturas de Edsoleda Santos – Solar do Unhão / MAMBA –
dezembro 1974
- Exposição de Aderbal Rodrigues e Raimundo Pallas – CANIZARES, 17/01/1975.
- Exposição do “Grupo dos três sete” (em homenagem ao centenário da EBA /
UFBA) – Salvador Praia Hotel - 29/11/ 1977
- Exposição do Centenário de fundação da Escola de Belas Artes da Universidade
Federal da Bahia – Solar do Unhão / MAMBA – 1977
- Exposição de Maria Adair – Solar do Unhão / MAMBA – 03 a 31/03/1978
- Exposição Manoel Jerônimo (pinturas) – Teresa Galeria de Arte – 09/06/1978
- Exposição de Elder carvalho e Bruno Visco - Galeria O Cavalete – 27/10/1978
- Exposição Coletiva “DOS 8” – CANIZARES – 08/06/1978
- I Salão Universitário Baiano de Artes Visuais – Foyer do Teatro Castro Alves – 10 a
30/07/1978
- Exposição Sérgio Martinolli, “Enigmas” – Kattya galeria de Arte.- 01 a 12/12/1978
- Exposição de Gravuras de Márcia Magno – CANIZARES - 20/12/1978 a 05/01/1979
- Exposição do Acervo do Museu de Arte da Bahia – Solar do Unhão, MAMBA – 01
a 28/02/1979.
- Exposição do Pablo Bobbio – Capela do Solar do Unhão, MAMBA – 01 a
28/02/1979.
- Exposição de Durval Queiroz, “Orixás da Bahia” – Foyer do TCA, 03/02/79.
- Exposição de Sérgio Rabinowitz – Galpão Solar do Unhão, 16 a 28/02/79.
- Mostra fotográfica de Januário (especialista da FUNARTE) “O comum do
Singular” – Capela do Solar do Unhão, 16 a 28/02/79.
- Exposição de Jessé Accioly; “Os caminhos da abstração” – Teresa Galeria de
Arte – 17/05/1979.
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246
- Artes Plásticas Universitária Hoje - Foyer do Teatro Castro Alves – 08 a 30/07/1979
Fig. 286,287 e 288
5. ESPAÇOS EXPOSITIVOS
Décor Galeria de Ate e Decoração: Campo Grande, 06, Loja 2.
Galeria Caizares: Avenida Araújo Pinho, 15, Canela.
Galeria Círculo:
Galeria O Cavalete: Rua Bartolomeu Gusmão, 86, Rio Vermelho.
Galeria Renot: Hotel Oxumaré, Avenida Sete, São Bento e Grande Hotel da Barra.
Kattya Galeria de Arte: Avenida Presidente Vargas, 2338, Salvador Praia Hotel, loja 5,
Ondina.
Sue Galeria de Arte: Avenida Sete de setembro, Edf. Basbaum
Le Dome: Rua Santa Clara do Desterro, Nazaré.
Panorama Galeria de Arte
ACBEU
Teresa Galeria de Arte: Rua João Gomes, 39, Rio Vermelho.
Museu de Arte Moderna da Bahia: Solar do Unhão
Museu de Arte da Bahia: Avenida Joana Angélica, Nazaré.
FONTES: Catálogos de Exposições, Jornais e Revistas de Arte (acervo particular).
COELHO, Ceres Pisani Santos. Artes Plásticas: Movimento Moderno na Bahia. Tese para
Concurso de Professor Assistente do Departamento I da Escola de Belas Artes da Universidade Federal
da Bahia. Salvador. Bahia. 1973. 223 páginas (il)
MATSUDA, Malie Kung. Artes Plásticas em Salvador (1968 – 1986). Dissertação
apresentada ao Mestrado de Artes Visuais da Universidade Federal da Bahia. Salvador. Bahia. 1986
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247
ANEXO III: MERCADO SOTEROPOLITANO NA DÉCADA DE 70:
Construtoras e Incorporadoras / fabricantes de Móveis
1. CONSTRUTORAS e INCORPORADORAS
- 1971: Gatto, Ciplan S.A., Cohabita, ENCIL, METROPOLE, Luiz Pereira de Araújo
Ltda; Construtora Civil e Industrial da Bahia Ltda.
- 1975: José Lessa Ribeiro; Itajubá Construtora Ltda.
- 1976: ENCIL
- 1979: ESTRUTURA, Gomes de Almeida Fernandes, NORCON, MRM, Pinheiro Ltda.
2. FÁBRICANTES DE MÓVEIS
- Fábrica de Móveis de Lev Smarcevsk
- Corrêa Ribeiro Industrial: Funcionou entre 1969 e 1979.
: Fabricava móveis em jacarandá e Cozinhas Kitchens
(1969/79), “fabricadas em compensado naval exclusivamente pela Corrêa Ribeiro
Industrial” (anúncio no Jornal A Tarde, 04/01/1979, p. 10).
- Madeireira Antônio Costa Comércio e Indústria de Móveis Ltda: Vila Barleta, 01,
Dois Leões.
FONTES: Jornais e Revistas da década de 70
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248
ANEXO IV. LOJAS E REPRESENTAÇÔES DE PRODUTOS DE DECORAÇÃO EM
SALVADOR NA DÉCADA DE 70
DÉCADA
1ª
décadas
do XX
40
40
ANO
NOME
-
Casa Sloper
-
50
50
-
50
50
50
-
60
1963
60
1968/69
“Móveis Ralf
Ltda”
“Mobília e
Interiores
Ltda”
60
1968/69
“A Suprema
Móveis S/A”
60
1968
60
60
1969
1969
60
1969
60
1969
-
-
“A Imperial”
“LAR”
Correia
Ribeiro
Mesbla
1968/69
1968
Rua Chile
“A Suprema
Móveis”
“Tapeçaria
Globo”
“A Suprema
Móveis”
“Loja Ralf”
60
60
ENDEREÇO
Av.
249
Sete,
R. Senador
Costa Pinto,
51
Av. Sete, 58,
São Bento
Av.
Correa Ribeiro Frederico
S/A
Pontes, 103,
Comércio.
Maison
Av.
Sete,
Móveis Ltda
221
Jóia Tecidos Av. Sete, 91
Pandora
Av.
Sete,
Enxovais Ltda 297
Magazine
R.
Júlio
Londres
Adolfo, 06
Souto Maia
R.
Álvaro
Irmãos & Cia Cabral, 15
PRODUTOS
Artigos para casa
como, louças,
cristais
-
OBS.
-
Fazia cortinas
-
-
-
Móveis pés – de palito
Móveis tradicionais
Móveis tradicionais
Móveis Tradicionais
-
Tintas MSA
Arredamento,
Mobilínia, Oca e
Probjeto.
Dominici
Iluminação
Moderna
Ltda,
Mobília
Contemporânea e
Probjeto
Forma e Probjeto
-
-
-
-
-
Probjeto
-
Probjeto
-
Colchas Velour
colchas
-
colchas
-
colchas
-
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249
DÉCADA
70
ANO
-
NOME
Casa da
Música
70
Renascença
70
-
70
-
70
-
70
-
70
-
70
-
70
70
70
-
70
1970
(dez)
70
1970
Jacarandá
Móveis
Casa Maia
-
sofás
-
Estofados de couro
e jacarandá
Tapeçaria
Globo
Correia
Ribeiro
Antenor
Decorações
Dominici
Box –
Arquitetura de
Banheiros
Ltda
SADEL
Arapuã
-
cortinas
“A Suprema
Móveis”
“Mobília e
Interiores
Ltda”
70
1970
“Móveis Ralf”
70
1970
(dez)
Representação
L’ATELIER
Rekint
Decorações
70
1971
70
1971
ENDEREÇO
MÓVEIS
Louças e objetos de
prata e jarros de
cristal
Móveis de
acabamento
artesanal
Surgida em
São Paulo
em 1922
Móveis de
linha mais
moderna
-
-
Cortinas e estofados
-
-
Iluminação
-
Box e objetos de
banheiro
-
-
Av. Sete, 58
Sofás Forma e
Mobília
contemporânea
R. Senador
Costa Pinto, Hobjeto e Mobília
51
Contemporânea
Av.
249
OBS.
O Dono era
Sr. Filemon
Sete, Mobilínia e
Cozinhas Kitchens
Av.
Sete,
160
R. Visc. S.
Lourenço, 3,
C.Grande
Madereira
Vila Barleta,
Antônio
Costa. 01
(Dois
Com e Ind. de
Leões)
Móveis Ltda
-
“Cozinhas
Ralf”
em
São Paulo
na Avenida
dos
Emissários,
680(dez. 70)
L’Atelier
Objetos de
decoração e artigos
para presente
Armários embutidos, Financiava
cozinhas,
móveis em até 24
meses
resid. e comerciais.
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250
DÉCADA
ANO
NOME
ENDEREÇO
MÓVEIS
70
1972
Casa
Fernandez
-
Móveis Lafer
70
1972
-
Móveis Lafer
70
1972
A Suprema
Móveis
Mesbla
-
Móveis Lafer
70
70
1973
1973
70
1973
70
1973
70
1973
70
1973
Ipê
Dominici
A LAMPADA –
C. Bastos e
Cia Ltda.
Movecil Mov.
Equip. Com.
Ind. Ltda.
Moveluz Deco.
Com. Rep.
Ltda.
Lumens Artef.
De Metais Ltda
Mercês,
S.
Pedro,
S.
Bento, Chile,
Rosário, Baixa
dos
Sap.
Liberdade,
Calçada,Comé
rcio
Av.
Sete,
223
Rua
Conselheiro
Dantas, 01
Rua
Conselheiro
Dantas, s/n
70
1973
Kitchens
Rua
Rui
Barbosa, 02
Av.
Sete,
78
Al. Marques
de Leão, 50.
70
1973
Grimaldi
-
70
1973
70
1973
70
1973
70
1973
70
1973
70
70
1974
1974
.
Luminárias
Revendedor das
Luminárias Philips
-
Revendedor das
Luminárias Philips
-
Revendedor das
Luminárias Philips
Revendedor das
Luminárias Philips
Cozinhas Kitchens
Móveis Guelman
(modulados)
Representação Av. Joana Acrílico Brasneon
Brasneon S.A Angélica, 60
Correia
Ribeiro
?
Porto Barra, Novo Rumo
531
?
Rua Cons. Mobilínia
Dantas, 03
A Norma Av. Av. 7,, 162
Hobjeto
Celina
Forma e Mobília
Decorações
Av. Sete, 58 Contemporânea
Old Bahia
Deco. Ltda
OBS.
Móveis em
formas
orgânicas,
em madeira
e couro
Av.
Sete, Humberto Tecidos,
491 – Loja 8 Tecidos Rosaly
Em dez. 70,
Kitchens em
S.P. e R.J.
Mesmo end.
da
“Suprema”
-
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251
DÉCADA
ANO
70
1976/78
70
1977
70
1977
70
70
70
1977
1977
1979
70
1979
70
1979
70
1979
70
1979
70
1979
70
1979
70
1979
70
70
1979
1979
70
1979
70
1979
70
1979
70
1979
NOME
Romelsa
A NORMA
AVENIDA
A NORMA
IGUATEMI
SADISA
MESBLA
Correia
Ribeiro
Industrial
ENDEREÇO
-
MÓVEIS
geladeira
Hobjeto
-
Hobjeto
Arredamento,
R. Marquês Cozinhas Kitchens
“Quatro
de Leão, 50 (fabricadas
com
Paredes”
(351) - Barra exclusividade pela
Corrêa
Ribeiro
Industrial)
Representação R.Boulevard Duratex
Duratex
América, 15
Mercantil
Azulejos decorados
garboginni
da Keralux
Ltda
Repil –
Pç. General Piso Decorflex, e
Revestimentos Justo,
Paviflex,
da
Pisos Ltda
Ribeira.
Fademac.
FLOMAD Rua Direita Revestimento
Floresta
do Uruguai
acrílico Vulcatex
Madereira Ltda
R.Guindaste Revestimento
CIMEX
dos Padres, acrílico Vulcatex
Comércio
Marques de Revestimento
Papelart
Caravelas,
acrílico Vulcatex
195
Jóia Tecidos Av Sete, 91 colchas Velour
Pandora
Av
Sete, colchas Velour e
Enxovais Ltda 297
artigos p/ presentes
Magazine
Rua
Júlio colchas Velour
Londres
Adolfo, 06
Souto Maia
Rua Alvarez colchas Velour
irmãos e Cia
Cabral, 15
Tapeçaria
Revenda de piso
Globo Ltda
Decorflex
FLOMAD R. Direita do Revestimento
Floresta
Uruguai,
Vulcatex
Madereira Ltda 53/59
OBS.
-
Segundo a
Decoradora
Sizininha
Abreu,
a
Loja “durou
pouco, uns
03 anos”.
-
-
-
-
-
-
-
-
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252
* “Av. Sete” corresponde a Avenida Sete de Setembro, no trecho que vai da Praça
Castro Alves ao Forte de São Pedro. Em trechos específicos pode ser denominada
também como São Bento, São Pedro, Piedade e Rosário.
* Segundo a Revista Moveleiro 2 (1991, p. 48 e 49), foram pioneiras do design
brasileiro de móvel, na década de 60, dentre outras, as seguintes lojas, que
possuíram Representantes em Salvador na década de 70:
- Ambiente: “fundada em 1950 com a proposta de uma modificação radical no campo
da arquitetura de interiores e do desenho industrial, especializada em móveis
de escritório.”
- Arredamento Móveis: “fundada em 1960, inicialmente dedicada ao comércio de
móveis, contratou mais tarde o arquiteto argentino Ricardo Marcelino Arrastia
para criar sua própria linha residencial.”
- Dominia Iluminação Moderna: “Originária da Itália, transferiu-se para São Paulo em
1947, iniciando em 1950 sua fabricação brasileira. Furio Dominici, seu
fundador, sempre procurou apresentar produtos com desenhos próprios e de
colaboradores” (depois passou a ter o nome de Dominici)
- Forma: “surgiu de uma união em 1953, de Martin Eisler e Ernesto Wolf com a
Indústria Móveis Artesanal, cujos co – proprietários eram Carlo e Ernesto
Hauner”, nos primeiros anos os únicos desenhistas da empresa.
- Hobjeto Indústria e Comércio de Móveis: criada em 1965 com a fusão de duas
marcenarias e um desenhista, Geraldo de Barros.
- L’Atelier Móveis e Decorações: Fundada em 1958 por Leopoldo Zalzupin e pelo
arquiteto Jorge Zalzupin , responsável por toda a linha da empresa.
- Móveis Lafer: fundada por Benjamim Lafer, permaneceu como empresa varegista até
1961, quando passou a criar móveis como a poltrona MP – 1 e o sofá – cama
MP – 7;
- Probjeto S.A. Produtos e Objetos Projetados: “Foi criada em 1964, com a finalidade
de produzir móveis em escala industrial dentro da filosofia do “industrial
design”. Seu diretor, Leo Seincman, foi sócio fundador da ambiente”;
- Mobínea: fundadda em 1960, por Ernesto hauner, depois conhecida por Mobilinea.
FONTES: Jornais e Revistas da década de 70 e Entrevistas.
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a Correia Ribeiro e a Móveis Ralf. Única a vend