HORTO E CULTIVO
Horto Didático:
È aquele destinado à identificação e estudo das espécies medicinais. Nele se
cultiva uma grande variedade de espécies e em pequena quantidade, geralmente um ou
dois exemplares de cada.
Horto Produtivo/Comercial:
Este tipo de horto tem por objetivo produzir plantas medicinais em grande
escala, seja para venda de mudas ou produção de fitoterápicos. Ele também pode ser
usado para pesquisar práticas agrícolas utilizadas, bem como servir de unidade
demonstrativa para realização de cursos na área, assim como o didático. Geralmente se
produz poucas espécies, mas em maior quantidade.
Horto Caseiro/ Comunitário:
Pode ser pequeno ou grande e tem por objetivo produzir plantas medicinais
para suprir as necessidades da família e/ou da comunidade.
Fatores de Cultivo:
Na implantação de uma lavoura de plantas medicinais, aromáticas ou
condimentares devem ser considerados alguns fatores importantes para obtenção de
sucesso nesta atividade.
1) CLIMA: Os fatores climáticos influenciam de forma acentuada o desenvolvimento
das plantas medicinais, aromáticas e condimentares, bem como a produção dos
princípios ativos. Estes fatores podem influenciar isoladamente ou em conjunto.

Temperatura:
A temperatura interfere diretamente no desenvolvimento das plantas, normalmente
quanto maior a temperatura, maior será o crescimento. As espécies vegetais, assim
como outros organismos vivos, possuem temperatura mínima e máxima para sobreviver
e temperatura ótima, onde o desenvolvimento será máximo.
A temperatura interfere na formação da clorofila, determinado uma produção
menor ou maior e também uma coloração mais forte ou mais fraca. A diferença entre a
temperatura do dia e da noite é chamada de termoperíodo e também influencia no
desenvolvimento das plantas.
Alguns vegetais exigem temperaturas especiais para completarem o seu ciclo e por
isso não se adaptam (não florescem) quando são transferidas do seu habitat natural para
outros lugares. Exemplo: algumas flores trazidas da Europa não florescem em nosso
meio.

Luz:
A luminosidade tem papel fundamental na vida das plantas, interferindo na
fotossíntese e portanto no desenvolvimento de cada espécie.
Os vegetais possuem a capacidade de compensar a falta de luminosidade, sendo
que normalmente plantas sombreadas possuem folhas maiores comparadas àquelas que
estão bem expostas ao sol. Plantas bem ensolaradas tem maior produção de clorofila e
produção de princípios ativos.
Quanto à necessidade de luz os vegetais classificam-se em:
- Plantas de dias curtos: florescem quando recebem pouca iluminação;
- Plantas de dias longos: florescem quando recebem maior iluminação;
- Plantas indiferentes: a iluminação não interfere no florescimento.
No caso de algumas plantas, existe a necessidade de luz para ocorrer a germinação
das sementes, as quais são chamadas de fotoblásticas positivas, portanto elas não devem
ser enterradas. E existem também aquelas que são indiferentes com relação a
luminosidade, chamadas de fotoblásticas negativas.

Umidade:
A umidade interfere diretamente no desenvolvimento das plantas. No caso das
plantas medicinais, aromáticas e condimentares, o que ocorre com mais freqüência é
que quando tem água em abundância aumenta a massa verde e diminui o teor de
princípio ativo. Ex.: fumo, melissa.
Deve-se ter muito cuidado com a qualidade da água que é utilizada para irrigação,
principalmente com relação a contaminação e água tratada com cloro.
Com relação à umidade as plantas são classificadas em:
- hidrófilas: preferem solos com muita umidade. Ex.: chapéu-de-couro.
- mesófilas: preferem solos normais. Ex.: alecrim.
- xerófilas: preferem solos com pouca umidade. Ex.: cactos.
Em regiões muito áridas as plantas desenvolvem mecanismos de defesa, como ter
mais espinhos, mais resinas e serem mais tóxicas.

Altitude:
É a diferença de altura em relação ao nível do mar. A medida que aumenta a
altitude, diminui a temperatura (cada 180, diminui 1°C) e aumenta a quantidade de luz,
determinando assim o desenvolvimento da planta e a produção de princípio ativo.
As plantas produtoras de alcalóides produzem mais princípios ativos em baixas
altitudes. Outras plantas que produzem carboidratos e glicosídeos tem a sua produção
aumentada em altas altitudes devido a grande luminosidade.

Latitude:
A latitude é a distância que determina a região que se encontra da linha do
Equador, podendo ser Norte ou Sul.
Normalmente as plantas cultivadas na mesma latitude, apenas mudando Norte ou
Sul, a produção de princípios ativos é igual. Deve-se observar a época de plantio quando
as plantas são levadas de um hemisfério para outro.
Pode ocorrer maior ou menor produção de princípios ativos em um hemisfério
devido a inclinação da Terra e a influência das correntes marítimas sobre a temperatura.
2) SOLO:
Na natureza, a formação dos solos se dá a partir da transformação das rochas.
Mediante a atuação do clima, dos organismos vivos e dos produtos e resíduos
resultantes de sua atividade biológica, durante um certo tempo, e conforme o relevo da
região, todos eles trabalhando sobre o material depositado, vão fragmentando-se cada
vez mais, até o tamanho de grão e pó, permitindo então que a água, o ar, os gases, os
ácidos e os óxidos reajam físico e quimicamente sobre o material. Para caracterizar mais
a complexidade desse processo, basta lembrar que uma espessura de 20 cm de solo
forma-se em um tempo que pode variar de 100 a 10.000 anos.
O solo formado compõe-se de uma parte mineral (45%), uma água (25%), uma
de ar (25%) e uma parte de matéria orgânica (5%).
Deve-se ter em mente que para ter plantas equilibradas o solo também deve ser
equilibrado.
PRÁTICAS AGRÍCOLAS IMPORTANTES NA INSTALAÇÃO DE UM HORTO
DE PLANTAS MEDICINAIS, AROMÁTICAS E CONDIMENTARES
A implantação de um horto deve começar pela escolha da área, onde são
observados o tipo de solo, declividade, presença de pedras, árvores, exposição solar,
presença de água, entre outros.
a) Principais Nutrientes do Solo:
Macronutrientes
Nitrogênio (N)
Fósforo (P)
Potássio (K)
Cálcio (Ca)
Magnésio (Mg)
Enxofre (S)
Micronutrientes
Boro (B)
Cloro (Cl)
Cobre (Cu)
Cobalto (Co)
Ferro (Fe)
Manganês (Mn)
Molibdênio (Mo)
Zinco (Zn)
Função na Planta
Crescimento da parte aérea.
Floração e frutificação.
Crescimento das raízes e resistência a doenças.
Crescimento das raízes e fecundação.
Composição da clorofila e ativador de enzimas.
Síntese da clorofila, absorção de gás carbônico.
Desenvolvimento de raízes, frutos e sementes.
Decomposição da água na fotossíntese.
Respiração, síntese da clorofila.
Absorção do nitrogênio na fixação simbiótica.
Respiração, síntese da clorofila, fixação do N.
Absorção do gás carbônico, fotossíntese.
Fixação do nitrogênio.
Produção e maturação de sementes
b) Preparo do Solo:
No cultivo de plantas medicinais, condimentares e aromáticas não se pode
pensar numa prática agrícola que não seja a orgânica. O preparo adequado do solo é o
primeiro e fundamental passo para obtenção de êxito no plantio de plantas medicinais.
A planta se alimenta principalmente pelas raízes, que são responsáveis também por sua
fixação. Quanto maior o volume de raízes, maior é a capacidade de absorver nutrientes e
em conseqüência se desenvolver e produzir, tantos frutos como princípios ativos.
c) Análise do Solo:
È uma das primeiras medidas a ser tomada para o cultivo de qualquer espécie.
Coleta-se amostras de solo em vários pontos da área a ser cultivada, numa profundidade
de 20cm (faz-se isso com pá de corte, retirando apenas a fatia central). Mistura-se toda
essa terra e enviam-se apenas 01 kg em saco plástico com ficha de identificação para
um laboratório de análise de solo. O resultado da análise deve ser interpretado por um
agrônomo ou técnico, os quais indicarão as quantidades de calcário e adubo necessário
para corrigir o solo, conforme a cultura a ser implantada.
d) Calagem ( Correção da acidez do solo)
A maioria das plantas medicinais preferem solos com pH entre 5,5 e 6,5,
portanto a calagem é uma prática importante para se obter êxito na produção. A partir da
análise de solo é calculando a quantidade de calcário a ser aplicado. Em cultivos
caseiros, onde geralmente se faz análise de solo, utiliza-se quantias médias de 200g/m².
Esta aplicação deve ser feita uniformemente, em toda área e após incorporar ao solo.
Além de corrigir o pH o calcário também fornece nutrientes como Ca e Mg.
e) Adubação:
Química: o uso de adubos químicos deve ser restrito a suprir deficiências de
nutrientes no solo. Podem ser formulados com um ou mais elementos. Ex: superfosfato
simples que contém somente fósforo, os adubos compostos contém NPK em diversas
proporções para atender as particularidades de cada solo e cultura.
Orgânica: Adubo orgânico é todo produto proveniente da decomposição de
resíduos de origem vegetal, animal, urbano ou industrial, que apresente elevados teores
de componentes orgânicos – compostos de carbono degradáveis - e que vai constituir a
parte orgânica do solo – o húmus.
O adubo orgânico proporciona ao solo, além da fertilidade, uma melhor
estruturação, aeração e retenção de água ainda, libera os nutrientes gradativamente
conforme a necessidade da planta.
Alguns tipos mais utilizados:
I)Esterco de Animais: são dejetos sólidos e líquidos de animais domésticos e que, após
serem curtidos, são utilizados como adubo. Os mais comuns são esterco de bovinos,
ovinos e aves, podendo também ser usados os de eqüinos, caprinos e coelhos. A
composição química destes estercos varia conforme o animal, o tipo de tratamento
recebido (alimentação com ração ou pasto, cama de serragem ou feno, etc) e o tempo
durante o qual o adubo foi curtido. Em geral o esterco de aves é mais rico em nutrientes.
Composição de alguns tipos mais usados:
ESPÉCIE
Bovinos
Aves
Suínos
N
0,55
1,50
0,50
P2O5
0,23
1,00
0,35
K2 O
0,60
0,40
0,40
A quantidade de esterco produzido também varia conforme o animal, alimentação
e manejo. O esterco, assim como outros adubos orgânicos, podem perder qualidade
quando manuseado de forma inadequada. Se estocado ao ar livre por muito tempo, pode
perder grande parte de seus nutrientes por volatilização ou lixiviação. A quantidade
média de esterco a ser aplicada em plantas medicinais é:
Aves: 1,5 a 3,0 Kg/m²
Bovinos, eqüinos e outros: 3 a 5 Kg/m²
II)Restos de Cultura:
Os restos de cultura do plantio anterior e que permanecem na área cultivada
podem ser incorporados ou mantida como cobertura morta. Fornecem matéria orgânica
ao solo, contribuindo para melhorar sua fertilidade. Restos de culturas de plantas
medicinais podem ser usadas para esta finalidade, como por exemplo a camomila,
porém com a ressalva de que esta prática deve ser melhor estudada tendo em vista o
efeito alelopático entre as espécies.
III)Húmus de Minhoca:
O húmus de minhoca ou vermi-composto é um adubo muito rico em
nutrientes, hoje sem dúvida o melhor e mais completo. Sua produção é fácil visto que
usa esterco de animais, restos de comida, de verduras, frutas e ervas medicinais, para
alimentar as minhocas e assim elas produzem adubo, que nada mais é do que o esterco
delas. Sua composição é de 1,5 a 3,0% de P 2O5 e 0,6 a 1,5% de K2O, podendo ser
aplicado de 1,5 a 3,0 Kg/m².
IV)Composto:
O composto é um adubo orgânico obtido a partir do lixo, restos de culturas
e dejetos de animais. O princípio básico da compostagem está na transformação de
restos orgânicos pelos microorganismos, dando como produto final a matéria orgânica
humificada. Isto nada mais é do que a aceleração de um processo que ocorre
naturalmente – a decomposição. O método de compostagem é aeróbico, isto é, realizase na presença do ar.
A quantidade de composto a ser aplicado é de 3 a 5 Kg/m², 15 a 20 dias antes do
plantio, incorporado ao solo.
f) Cobertura Morta:
Consiste em cobrir os canteiros com restos vegetais como: palha de trigo, arroz,
grama, acácia moída, serragem ( a grama, a serragem e a casca de acácia devem estar
em estado de decomposição e nunca usar verdes).
Estes restos de vegetais devem cobrir todo o canteiro e as plantas se desenvolvem
entre os mesmos. Esta cobertura evita a erosão causada principalmente pelas fortes
chuvas, evita também o crescimento exagerado de ervas invasoras, mantém a umidade
do solo e ao decompor-se pode ser incorporada ao mesmo.
g) Adubação Verde:
Na adubação verde plantam-se vegetais com o objetivo de melhorar o solo. As
plantas são incorporadas ao solo usando-se normalmente espécies de leguminosas por
apresentarem um maior teor de nitrogênio, principalmente devido à simbiose destas
plantas com Rhizobium.
A incorporação do adubo verde deve ser feita, de preferência, quando a planta
estiver florida e antes da frutificação, ocasião em que a massa vegetal apresenta o
melhor potencial nutricional.
Benefícios da adubação verde:
- Ajuda na cobertura do solo, protegendo-o do impacto das chuvas nas entre safras;
- Diminui a incidência de luz solar direta no solo, reduzindo a variação de
temperatura do mesmo;
- Melhora as condições biológicas do solo;
- Melhora as propriedades físicas e químicas do solo, com o aumento de teor de
matéria orgânica.
As plantas que podem servir como adubo verde devem possuir características
desejáveis e não competir com a cultura principal, sendo plantadas nas entressafras.
Quanto a época de plantio podem ser divididas em 2 grupos:
- De Inverno: tremoço, aveia, azevém, ervilhaca e serradela.
- De Verão: mucunas, lab-lab, feijão de porco e feijão-guandu.
h) Consorciação de Culturas:
Consiste no cultivo de duas ou mais espécies diferentes no mesmo espaço de terra.
Como Consorciar:
a) Plantas de ciclo longo com plantas de ciclo curto.
Ex.: Alecrim (Rosmarinus officinalis) e melissa ( Melissa officinalis)
b) Plantas de porte grande com plantas de pequeno porte.
Ex.: Carqueja ( Baccharis trimera) e tansagem (Plantago sp.).
Obs.: Observar luminosidade.
c) Plantas com grande quantidade de raízes com plantas de poucas raízes.
Ex.: Alcachofra (Cynara scolmus) e violeta de jardim (Viola odorata).
-
Vantagens:
Maior aproveitamento do espaço cultivado;
Não há um desgaste do solo quanto a um nutriente específico, pois cada planta tem
suas exigências quanto aos nutrientes de que necessita;
Evitam a disseminação de pragas.
i) Plantas Companheiras e Antagônicas:
Como na consorciação de culturas cultivam-se duas ou mais culturas diferentes no
mesmo espaço de terra, e sabendo-se que as plantas trocam substâncias com o solo na
região das raízes, deve-se conhecer bem as características de cada planta, pois
dependendo de quais estão juntas, essas substâncias podem ajudar as plantas vizinhas ou
destruí-las.
As plantas têm preferências, presença de alguma, crescem com saúde, e na
presença de outras definham e ficam susceptíveis ao ataque de pragas e doenças. Este
efeito negativo entre as plantas denomina-se Alelopatia.
Plantas companheiras são aquelas que combinam e antagônicas as que não
combinam.
Exemplos:
- Alfavaca: seu cheiro repele moscas e mosquitos. Não deve se plantada perto da
arruda.
- Funcho: acompanha poucas plantas.
- Cravo de Defunto: protege as lavouras dos nematóides.
-
Hortelã: seu cheiro repele lepidóptero tipo a borboleta-da-couve, podendo ser
plantada como bordadura em lavouras.
- Alecrim: mantém afastadas a borboleta-da-couve e a mosca-da-cenoura. È planta
companheira da sálvia.
- Catinga de Mulata: seu aroma forte mantém afastados os insetos voadores.
- Tomilho: seu aroma mantém afastada a borboleta-da-couve.
- Losna: como bordadura, mantém os animais fora da lavoura, mas sua vizinhança não
faz bem para nenhuma planta.
- Mil Folhas: planta-se como bordadura perto das ervas aromáticas, pois aumenta a
produção de óleos essenciais.
- Cavalinha: estimula o crescimento das hortaliças.
- Sabugueiro: plantado ao redor das hortas e pomares protege afastando pragas.
j) Plantas Repelentes:
Podem ser intercaladas com as culturas principais para atuarem como repelentes
de pragas: salsa, cravo de defunto, cebola, alho, coentro, alho-poró, salsão, louro,
hortelã, arruda, camomila, manjericão, orégano, catinga de mulata, calêndula, mastruço.
k) Plantas Atrativas:
São aquelas que plantadas nas proximidades das hortas tem a capacidade de
atrair insetos pragas e em conseqüência disto, também tem a capacidade de manter
populações de insetos predadores das pragas, contribuindo para o equilíbrio ecológico
das hortas. Ex.: Caruru, beldroega, erva-moura, girassol, milho, taiuiá, beijos, sálvia,
azedinha, abobrinha
l) Plantas Recicladoras:
São plantas que indicam as condições do solo e trabalham para a recuperação do
mesmo.
ESPÉCIE
Leiteiro
Barba de bode
Caraguatá
Carqueja
Guanxuma
Nabo
Maria-Mole
Beldroega
Dente de Leão
Língua de Vaca
INDICAÇÃO
Desequilíbrio entre N e micronutrientes
Uso de fogo e pobreza em P, Ca e K
Pastagem com húmus ácido
Solos compactos e pobres em matéria orgânica
Solo e subsolo compactos e ou superficial lavado
Indisponibilidade de Boro e Manganês
Compactação em camadas profundas e falta de Potássio
Solo fértil, não prejudica as culturas
Indica presença de B, terra boa
Solos compactos e úmidos, excesso de N na forma amoniacal.
Ocorre em áreas mecanizadas e com pisoteio
Picão Preto
Solos de média fertilidade e freqüentemente remexidos
Samambaia
Solos ácidos e altos teores de alumínio
Caruru
Nitrogênio livre
Cabelo de Porco
Compactação e pouco cálcio
Papuã
Decadência, solos constantemente arados e gradeados, com
deficiência de zinco
Capim Carrapicho Lavoura empobrecida e muito dura, pobre em cálcio
Picão Branco
Solo com excesso de N e deficiente em micronutriente
Tansagem
Solos com pouco ar, compactado.
Tiririca
Solo ácido, adensado, com carência de Magnésio.
Urtiga
Exess Excesso de nitrogênio (matéria orgânica), carência em cobre
m) Manejo e Conservação:
O horto, assim como o jardim e a horta, necessita de cuidados constantes como:
- Readubação do solo;
- Regas;
- Controle de plantas invasoras;
- Controle de pragas;
- Coleta de sementes;
- Proteção no inverno;
- Colheita das partes aéreas antes do inverno;
- Podas, algumas precisam ser podadas para aumentas a produção de folhas e flores:
boldo, manjericão, sálvia da gripe, jurubeba....
- Transplante: algumas plantas medicinais precisam anualmente ou bianualmente ser
transplantadas ou feitas novas mudas com os novos brotos emitidos.
Ex: Losna, catinga de mulata, sálvia, violeta de jardim, pulmonária, etc
Devem ser observados ainda a rotação de culturas, época de plantio e o espaçamento
adequado.
CONTROLE ECOLÓGICO DE PRAGAS E DOENÇAS
Princípios e Práticas:
No controle ecológico de pragas e doenças não se combate o parasita, se trabalha
no sentido de diminuir seu número e no fortalecimento da planta. Observa-se as
culturas, seus problemas minerais e sua adaptação as condições locais. Trabalha-se
principalmente, no sentido de melhorar as condições do solo, porque as plantas ficam
susceptíveis ao ataque das pragas e doenças quando não estão nutridas de forma
equilibrada. O controle de insetos, fungos, ácaros, bactérias e viroses devem ser feitos
com medidas preventivas como:
- Plantio em época correta e com variedades adaptadas ao clima e ao solo da região;
- Fazer uso da adubação orgânica;
- Cobertura morta e plantio direto;
- Consorciação de culturas e manejo seletivo do mato;
- Evitar erosão do solo;
- Fazer uso de adubação mineral de baixa solubilidade;
- Uso de quebra ventos ou faixas protetoras;
- Reflorestamento da área para regular temperatura, umidade do ar, o que ajuda a
controlar a quantidade de chuvas;
- Enriquecimento das sementes com micronutrientes dando origem a plantas mais
fortes;
- Nutrição equilibrada das plantas com macro e micronutrientes;
PREPAROS ECOLÓGICOS
 Calda Biofertilizante Fortificante:
Colocar em uma bombona de plástico:
- 04Kg de cinza;
- 40 litros de esterco;
- 140 litros de água;
Para fermentar acrescentar melaço – 2%; mais leite – 2% e mexer.
Pode ser acrescentada farinha de ossos. Ao acrescentar cinza, coloca-la em partes, de 03
em 03 horas. Em 11 dias fermenta, com clima quente.
 Hormônio de enraizamento:
Macerado de tiririca ( Cyperus rotundus)
Enraizador de mudas por estaca.
Bater em pilão ou em liquidificador um bom maço de tiririca ( planta inteira, com
raízes), com ¹/² litro de água.
Colocar as mudas (estacas) nesta solução e deixar por 3 dias. Passar as
mudas para o viveiro. Depois de enraizadas, período que pode ser de 1 a 2 meses,
podemos transplantar as mudas para local definitivo.
 Defensivos Naturais:
Farelo de Pão Caseiro
O que faz: Combate formigas
Ingredientes: Pão caseiro e vinagre.
Como fazer: largar o farelo de pão caseiro embebido em vinagre próximo as tocas
ninhos de formigas, carreiros e locais onde estão cortando.
O produto introduzido na alimentação das formigas começa a criar mofo preto e
fermenta. Isso é tóxico e mata a formiga.
Observação: A folha de umbu também seve para controlar formigas.
Composto de Cavalinha
A cavalinha repele os fungos na forma de chá. Usa-se 2 colheres de cavalinha
picada para cada litro de água que deverá ficar de molho pelo menos 2 horas. A seguir
faz-se a decocção (cozimento) por 15 min. Aplicar na planta inteira por 3 dias
consecutivos.
Ácaros, pulgões, cochoninhas, Besouros:
 Calda de Fumo ( 150g fumo em rolo picado, 1 tablete sabão de côco. Ferver em 5L
água por 30 min., esfriar e dissolver na proporção de 1 de calda de fumo para 10 de
água).
 Cinza de Fogão à lenha (direto na planta).
 Infuso de urtiga.
 Macerado de Erva de Santa Maria: Deixar de molho por 24h
Formigas
 Decocto de catinga de mulata (Tanacetum vulgaris);
 Suco de gengibre ( diretamente no formigueiro);
 Decocto de pimenta vermelha (molhar o pano e colocar em torno da planta);
 Extrato de mamona (formiga cortadeira);
 Mandioca (1 kg casca, que contém ácido cianídrico, mexer por 8h, diluir em 20litros
de água e pulverizar.
Nematóides
 Infuso de capuchinha;
 Decocto de cravo de defunto;
Lagartas
 Infuso de Artemísia e losna (300g de ervas para 1 litro de água, diluir na proporção
de 1 para 10);
 Extrato de Poejo;
 Infusão de trombeteira (Datura stramonium);
Lesmas e Caracóis
 Couve com cerveja;
 Cinza com serragem ao redor dos canteiros;
 Expor os esconderijos;
Ratos
 Artemísia com losna (150g de cada erva para 1 litro de água, diluir na proporção de
1 para 10;
 Hortelã de cozinha espalhada no ambiente;
PROPAGAÇÃO
Conceito:
Ação de multiplicar ou dar continuidade a uma forma de vida, permitindo o
cultivo e a preservação das espécies.
-
Importância:
Estabelecimento dos cultivos e hortos;
Garantia da identidade das espécies e cultivares;
Qualidade dos produtos a serem colhidos;
Domesticação das espécies selvagens.
-
Obtenção dos materiais de plantio:
Compra de sementes e mudas;
Coleta nos locais de ocorrência natural;
Coleta em hortos demonstrativos regionais;
Aproveitamento de materiais de consumo.
Métodos de Propagação
a) Propagação por sementes (Sexuada)
-
 Vantagens
Manutenção da variabilidade genética;
Facilidade de obtenção de grande quantidade de propágulos;
Possibilidade de armazenamento de material de propagação.
-
 Desvantagens
Desuniformidade entre plantas de mesma espécie;
Prolongamento do ciclo produtivo;
Presença de dormência em algumas espécies;
Baixa qualidade dos propágulos;
Cuidados com a Semente
1)
2)
3)
4)
5)
Identificar a planta semeada e a data;
Irrigar com regador de furos pequenos;
Retirar inços;
Fazer desbaste de plantas se necessário;
Usar coberturas quando necessário;
Observação: as coberturas podem ser de palha, capim, bambu, sombrite, ripado e
elevadas a 45 cm do chão.
1)
2)
3)
4)
5)
6)
7)
Cuidados no Transplante
Transplantar a muda no tamanho certo;
Prática para dias nublados ou à tardinha;
Regar a sementeira no dia anterior;
Cuidar para o sol não ressecar as raízes;
Fazer o solo ficar bem em contato com as raízes;
Irrigar as mudas logo após o transplante;
Usar cobertura morta e sombreamento.
O que é importante nas sementes?
1) A qualidade das sementes:
- Sementes quebradas, doentes ou velhas possuem baixo poder germinativo;
2) Armazenamento:
- Ambiente seco, fresco e escuro;
- Vidros fechados com sílica gel ou cloreto de cálcio.
3) Quantidade de sementes:
- Comprar 1,5 a 4 vezes o número de plantas desejadas.
Tipos de Semeadura
1) Semeadura em canteiros sem transplante;
2) Semeadura em sementeiras, com transplante.
Modos de Fazer Semeadura
1) A lanço: inconveniente é a desuniformidade e gasto de sementes.
2) Em linhas: sulcos de 0,5 a 1 cm de profundidade de 10 a 20cm entre linhas;
3) Em covas: pequenos buracos de profundidade variável conforme o tamanho da
semente;
Observação: A profundidade de semeadura deve ser, no máximo, 03 vezes o tamanho
da semente.
Porque Fazer Sementeiras
1)
2)
3)
4)
Aumenta o sistema radicular;
Uso mais racional da área de cultivo;
Economia de sementes;
Facilita o manuseio de sementes pequenas;
Como Fazer uma Sementeira
1)
2)
3)
4)
5)
Pequenos canteiros, com solo bem preparado;
Caixotes;
Copinhos de jornal ou plástico;
Saquinhos plásticos;
Bandejas multicelulares;
O Que é Substrato?
Mistura de diferentes materiais como:
- Solo mineral, casca de arroz carbonizada, composto orgânico, húmus de minhoca,
vermiculita, areia.
- A quantidade de solo na mistura nunca deve ultrapassar ¹/³ do volume;
- Sempre deve-se usar um condicionador, que deixe a mistura mais leve;
- A mistura deve ser homogênea;
b) Propagação Vegetativa ( Assexuada)

-
Vantagens
Descendentes idênticos à planta mãe;
Ciclo do plantio à colheita mais rápida;
Multiplicação das espécies com dificuldade de obtenção de sementes.

-
Desvantagens
Dificuldade de obtenção de grande quantidade de material de propagação;
Diminuição da variabilidade genética;
Queda paulatina da produção e vigor das plantas;
Necessidade de maior espaço físico para viveiro;
Material para Propagação Vegetativa
1)
2)
3)
4)
Estacas herbáceas ou lenhosas;
Folhas;
Rebentos;
Raízes e rizomas.
COLHEITA, SECAGEM E ARMAZENAGEM
De todas as operações que precisamos executar para fazer uma farmácia viva ou um
cultivo comercial, a colheita, secagem e armazenagem são as mais importantes, porque
o mínimo descuido numa destas operações pode significar ima drástica redução ou até
mesmo perda total dos princípios ativos das plantas. Deve-se planejar o plantio e
consequentemente a colheita para não se ter acúmulo de espécies a serem colhidas no
mesmo período, também pela estrutura de secagem, pois não se deve colocar plantas
com aroma muito forte junto com as demais.
O valor comercial das plantas medicinais é determinado por sua qualidade, e esta
depende de: colheita no estágio de maior concentração de princípios ativos, correto
manuseio durante e após colheita, beneficiamento adequado e armazenagem apropriada.
Colheita
Regras Básicas
- Identificação correta das plantas;
- Escolher sempre plantas viçosas, sadias;
- Colheita limpa, sem mistura com outros materiais como capim, terra, pedra, etc.;
- Colher uma espécie de cada vez;
- Colher em dias secos, logo após a evaporação do orvalho;
- Proteger do sol imediatamente do sol tudo o que foi colhido.
PARTE DA PLANTA
ÉPOCA DE COLHEITA
Raiz e caule ( madeira e casca) Outono e inverno – processos vegetativos em fase
estacionária – maio teor de princípio ativo.
Folha
Antes da florada
Flor
Em botões florais: alfazema e cravo-da-índia; Em plena
florada: marcela, calêndula e camomila.
Fruto
Antes da maturação: anis-estrelado, abacate, maçã.
Semente
Madura e antes da deiscência do fruto
Secagem
É um método de conservação que tem por finalidade reduzir o teor de água no
material colhido e assim impedir a deterioração da planta pela ação das enzimas. Poucos
minutos após a colheita, as enzimas começam a destruir os princípios ativos contidos no
vegetal, mas a medida que a planta vai sendo secada e o teor de água vai diminuindo, as
enzimas vão perdendo sua ação, daí porque se exige rapidez na secagem.
Regras Básicas
- Não secar as plantas diretamente ao sol;
- Evitar secar ao ar livre por causa dos insetos;
- Separar as plantas que tem princípios ativos diferentes.
As plantas podem ser secas naturalmente em feixes dependurados ou em
bandejas em local sombreado e ventilado. Outro método de secar plantas é articialmente
através de uma estufa com temperatura controlada:
- Plantas com óleo essencial: até 35°C.
- Plantas com alcalóides, gomas, mucilagens ou resinas: até 60°C.
A secagem sob temperatura elevada, com a finalidade de se ganhar tempo, acarreta
endurecimento na camada superficial das células e consequentemente retenção de água
nas mesmas. Ao final da secagem as folhas, flores e sumidades floridas devem ter 5 a
10% da área cultivada, de acordo com o tipo de secagem que for utilizada.
Armazenagem
O local de armazenagem deve ser sempre seco, limpo, escuro, ventilado, livre de
poeira, insetos e outros animais.
Embalar as plantas secas em sacos de papel pardo, ou em sacos plásticos especiais
protegidos com papel Kraft ou em pacotes de polietileno. As plantas devem ser cortadas
em tamanho padrão ou moídas conforme o caso. Em casa pode-se guardar em vidros
escuros (vidros de café enrolados em papel) ou em armários. Nunca esquecer de
etiquetar colocando o máximo de dados: data, parte da planta, nome científico, popular,
usos terapêutico.
A sala de armazenagem deve manter uma temperatura entre 5 e 15°C, onde os
pacotes não devem ser colocados diretamente no chão, mas sim sobre estrados. Deve-se
fazer uma fiscalização e desinfecção periódica. Não misturar plantas aromáticas fortes
com as demais.
O tempo de armazenagem máximo das plantas secas é de 1 ano, exceto a cáscara
sagrada que só pode ser consumida após um ano de armazenagem, segundo indicações
farmacopéicas.
Fonte: Emater-RS/Ascar
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