ISSN 1808-2645 Stockxpert Ano 10 - Edição nº 62 - Mar/Abri/2009 - Publicação Bimestral - Conselho Regional de Psicologia do Paraná sumário contato expediente 04 contatoeditorial 06 acontecenoParaná 10 psicólogodasilva 11 contatoartigo A Atuação do Psicólogo no CRAS 14 15 cofinforma 16 contatocapa pordentro Reconstruindo a vida após um desastre 20 Inquietações Saúde mental e Direitos Humanos se encontram 21 contatoartigo 24 O Ano da Educação no Sistema Conselhos contatoentrevista ECA: 18 anos, mas ainda um longo caminho a ser trilhado.. 26 matériacontato XIII Encontro Paranaense de Psicologia: temática abrangente e troca de experiências 28 colunaética 29 contatoagenda 30 novosinscritos Diretoria - Presidente: João Baptista Fortes de Oliveira - Vice-Presidente: Rosangela Lopes de Camargo Cardoso - Secretária: Marilda Andreazza dos Anjos - Tesoureiro: Celso Durat Junior Conselheiros Adriana Tié Maejima, Anaides Pimentel S. Orth, Beatriz Dorigo, Celso Durat Junior, Denise Matoso, Dionice Uehara Cardoso, Eugenio Pereira Paula Junior, João Baptista Fortes de Oliveira, Maria Elizabeth Haro, Maria Sezineide Cavalcante de Mélo, Márcia Regina Walter, Mariana P. Bacellar, Marilda Andreazza dos Anjos, Marina Pires Machado, Rosangela Lopes de Camargo Cardoso, Rosângela Maria Martins e Rosemary Parras Menegatti. Subsedes - Londrina Avenida Paraná, 297- 8° andar - sala 801 e 802 - Ed. Itaipu - CEP 86010-390 Fone: (43) 3026-5766/ (43) 8806-4740 Conselheira: Denise Matoso Coordenador: José Antonio Baltazar e-mail: [email protected] - Maringá Avenida Mauá, 2109 - sala 08 - CEP 87050-020 Fone: (44) 3031-5766/ (44) 8808-8545 Conselheira: Rosemary Parras Menegatti e-mail: [email protected] - Umuarama Rua Rui Ferraz de Carvalho, 4212 - CEP 87501-250 Fone: (44) 3055-4119/ (44) 8808-8553 Conselheira: Adriana Tié Maejima e-mail: [email protected] - Cascavel Rua Paraná, 3033 - sala 41 - CEP 85810-010 Fone: (45) 3038-5766/ (45) 8808-5660 Coordenadora: Maria de Lourdes Ribeiro Oliveira e-mail: [email protected] Representações Setoriais - Campos Gerais Representante setorial efetivo: Marcos Aurélio Laidane - Fone: (42) 8802-0949 Representante suplente: Lúcia Wolf - Campo Mourão Conselheira: Maria Sezineide Cavalcanti de Mélo – Fone: (44) 8828-2290 Representante suplente: Patrícia Roehrig Domingues dos Santos - Guarapuava Representante efetiva: Egleide Montarroyos de Mélo - Fone: (42) 8801-8948 Representante suplente: Tânia Mansano - Foz do Iguaçu Representante efetiva: Mara Julci K. Baran - Fone: (45) 8809-7555 Representantes suplentes: Gláucia E. W. de Souza e Dayse Mara Bortoli - Sudoeste Representante efetiva: Maria Cecília M. L. Fantin - Fone: (46) 8822-6897 Representante suplente: Geni Célia Ribeiro - Norte Pioneiro Representante efetiva: Sônia Maria Barone Lopes Fone: (43) 8813-3614 Representante suplente: Nucinéia Aparecida de Oliveira - Litoral Representante efetiva: Karin Bruckheimer - Fone: (41) 8848-1308 - Paranavaí Representante efetiva: Carla Christiane Amaral Barros Alécio – Fone: (44) 8836-7726 Representante suplente: Cláudia Lucio Chaves - União da Vitória Representante: Elizabeth Ulrich - Fone: (42) 8836-7726 Representante suplente: Cynthia Ranckel Pogogelski Produção Contato: informativo bimestral do Conselho Regional de Psicologia 8 - Região. (ISSN - 1808-2645) Avenida São José, 699 - CEP 80050-350 - Cristo Rei - Curitiba - Paraná Fone: (41) 3013-5766. Fax: (41) 3013-4119 Site: www.crppr.org.br / e-mail: [email protected] Tiragem: 10.000 exemplares. Impressão: Maxigráfica e Editora Ltda. Jornalista Responsável: Kelly Ayres (6186/DRT-PR) / Licemar Vieira Melo (8942/DRT-RS) Projeto Gráfico: RDO Brasil - (41) 3338-7054 - www.rdobrasil.com.br Designer Responsável: Leandro Roth - Diagramação: Eduardo Rozende. Ilustração (Psicólogo da Silva): Ademir Paixão Preço da assinatura anual (6 edições): R$ 20,00 Os artigos são de responsabilidade de seus autores, não expressando, necessariamente, a opinião do CRP-08. contatoeditorial A 62ª edição da revista Contato quer proporcionar aos seus leitores um repensar sobre diversos aspectos que se relacionam com a área da Psicologia. Nossa matéria de capa, por exemplo, reflete a atuação dos profissionais de Psicologia em situações de emergência, utilizando, como pano de fundo, um acontecimento recente que sensibilizou a sociedade brasileira e causou comoção nacional: as enchentes em Santa Catarina. Essa reportagem, inclusive, conta com fotos produzidas por uma profissional de Psicologia, Maria Fernanda Mendes Petry (CRP-08/13720), que estava na região durante a tragédia. rios municípios do interior do Estado, para conhecer o trabalho dos psicólogos que atuam nas prefeituras, bem como favorecer a integração deles com o CRP-08, também é relatada. Informações sobre os eventos que devem reunir vários profissionais da área, nos próximos meses, como o II Encontro de Psicologia e Políticas Públicas, que acontece em abril e o XIII Encontro Paranaense de Psicologia, em junho, ambos em Curitiba, são aqui encontradas; além das iniciativas promovidas nas subsedes do CRP-08. Também se privilegia, por meio de uma entrevista, uma discussão sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, e a atuação do profissional de Psicologia frente às garantias previstas nessa legislação. Fique atento as datas dos eventos promovidos pelo CRP-08 para o desenvolvimento da categoria e da Psicologia, enquanto ciência e profissão.3 A iniciativa da Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) de visitar, durante o ano passado, vá- Boa leitura! X Plenário contatoCartas Recebi o material de divulgação preparado pelo CRP-08. Agradeço a atenção dispensada ao caso e a divulgação do que publicamos no livro, que certamente dará aos autores do mesmo a imensa satisfação do dever cumprido, já que é mais uma evidência da enorme aceitação da obra. O CRP está de parabéns, pela decisão política de preparar este material, pois bem sabemos das atuais pressões que sofrem os psicólogos em todo o país, no que tange ao seu exercício profissional. Temos pelo menos um Regional tomando as providências de divulgação que deveriam ser tomadas por todo o sistema Conselhos de Psicologia! Jairo Eduardo Borges-Andrade: autor do livro “Psicologia, Organizações e Trabalho do Brasil”, juntamente com Zanelli,J.C. e Bittencourt Bastos,A.V. obra utilizada pelo CRP-08 para elaboração do folder de Psicologia Organizacional e do Trabalho. Errata Após a publicação do artigo “Contribuições da Psicologia para as intervenções em Meio Ambiente”, na edição de Nov/Dez de 2008, nº. 60, a autora Isabella Bello Secco (CRP- 08/12813) constatou que não havia referenciado dois trabalhos que basearam o artigo. Os trabalhos foram desenvolvidos durante a graduação do curso de Psicologia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) pelas então alunas, agora psicólogas, mencionadas ao lado: 4 Projeto “Terra: Planeta Água” - Autoras: Daniele Barp, Fernanda Rosseto, Isabella Bello Secco e Janaína Azevedo Rêgo sob a supervisão da professora Maria Cristina N. de Carvalho (2006). 4 Relatório de Conclusão de Curso: Projetos “Agentes da Água” e “Super-Heróis da Natureza” - Autoras: Caroline Fernanda Rocha, Daniele Barp e Isabella Bello Secco sob a supervisão de Maria Cristina N. de Carvalho (2007). acontecenoParaná Calendário de plenárias 2009 foi alterado Falando Sobre em Maringá O CRP-08 informa que houve alterações de locais e datas de algumas Plenárias de 2009. O novo calendário é o seguinte: Em março volta a acontecer o Falando Sobre. O evento, promovido pela subsede de Maringá, aborda o envolvimento da Psicologia em diversas áreas. O Falando Sobre, acontece uma vez por mês, e tem sucesso de público; alguns encontros chegam a ter cerca de 100 participantes, entre psicólogos, estudantes e comunidade. As palestras são sempre às 20 horas, na Biblioteca Municipal de Maringá, localizada na Av. XV de Novembro, 514. O evento é gratuito e aberto a comunidade. Programação: Quartas-feiras no CRP Em março começam as “Quartas-feiras no CRP”. O evento é promovido pelo CRP-08, desde 1998, e debate, todo mês, um tema central, que é subdivido em assuntos pontuais para serem discutidos a cada semana. Os encontros são gratuitos e abertos ao público. Participantes com freqüência igual ou superior a 75% recebem certificado de participação. Os temas discutidos serão: 4 Março: Educação 4 Abril: Psicoterapia 4 Maio: Psicologia do Esporte 4 Junho: Psicologia Hospitalar 4 Julho: Avaliação Psicológica 4 Agosto: Ética 4 Setembro: Dependência Química 4 Outubro: Psicologia Organizacional 4 Novembro: Psicologia Ambiental/Trânsito 06 contato A Programação do evento, para 2009, contempla temas variados que destacam a relação da Psicologia com áreas como o esporte, a saúde pública e as práticas jurídicas. Vale a pena conferir! 4 11/03 - “Práticas Jurídicas: Sistema Prisional, Psicologia Forense e Projeto Pró-Egresso” Coordenação: Comissão de Clínica 4 08/04 - “Características Psicológicas de Talentos Esportivos” Palestrantes: Leonardo Pestillo de Oliveira (CRP-08/12613) Coordenação: Comissão Psicologia do Esporte 4 13/05 - “O Caminho da Obesidade: da infância a vida adulta” Coordenação: Comissão de Avaliação Psicológica 4 03/06 - “As Práticas na Psicologia da Saúde Pública” Coordenação: Comissão da Saúde 4 12/08 - “O Atendimento Psicológico nos Planos de Saúde” Palestrantes: Adriana Valente e Sidnei Barros Coordenação: Comissão de Psicologia Hospitalar 4 09/09 - “Psicologia do Esporte aplicada ao Esporte de Rendimento” Palestrantes: João Ricardo Nickenig Vissoci (CRP-08/12469) Coordenação: Comissão de Psicologia do Esporte 4 14/10 - “Sexualidade na Terceira Idade” Palestrantes: Eliany Regina Mariusse (CRP-08/04751) Coordenação: Comissão de Clínica 4 11/11 - “A influência dos programas televisivos na construção da subjetividade” Palestrantes: Glaucia Valéria Pinheiro de Brida (CRP-08/06824) Coordenação: Comissão de Clínica II Encontro de Psicologia e Políticas Públicas do Paraná Nos dias 3 e 4 de abril, o CRP-08, por intermédio do Núcleo de Articulação em Políticas Públicas (NAPP), realizará o II Encontro de Psicologia e Políticas Públicas. O evento acontecerá na Faculdade Dom Bosco, em Curitiba. As inscrições podem ser feitas pelo site do CRP – www.crppr.org.br – até o dia 22 de março. Podem se inscrever psicólogos e estudantes de Psicologia. O valor para participar é R$ 40,00 (profissionais) e R$ 20,00 (estudantes). Programação 4 Dia 03/04 13h às 13h30 - Credenciamento 13h30 às 17h30 - Oficinas – vagas limitadas Temas: - Metodologia de Educação Popular: Ana Inês Souza - socióloga, mestre em Educação e Trabalho, coordenadora pedagógica do Centro de Formação Urbano-Rural Irmã Araújo. - Conceito e processo de formação de redes de serviços e redes sociais: Carmen Ribeiro - socióloga, especialista em Organização de Sistemas de Saúde, técnica do CREPOP-CRP-08. - Sistema Único de Assistência Social - SUAS - marco legal, diretrizes e estrutura: Juciméri Isolda Silveira - assistente social, presidente do CRESS, mestre em sociologia, assessora técnica da SETP e professora da PUCPR. - Controle Social - concepção, legislação, competências, limites e potencialidades: Clarice Metzner - assistente social, especialista em Saúde Pública, trabalha no Ministério Público do Paraná. - Atenção primária à saúde e reforma psiquiátrica: Dione Maria Menz (CRP-08/05491) - psicóloga, enfermeira, especialista em Saúde Mental Comunitária, professora da UFPR e Faculdade Evangélica. *Interessados em participar das oficinas devem se inscrever pelo e-mail: [email protected]. ** Cada inscrito pode participar de apenas uma oficina. 19h30 - Abertura do encontro: - Abertura oficial – pronunciamento do Presidente do CRP João Baptista Fortes de Oliveira (CRP-08/00173) - Conferência: Políticas Públicas: assistencial x compensatória x redistributiva - Clair Castilhos Coelho - farmacêutica bioquímica, mestre em Saúde Pública, professor adjunto da UFSC. 4 Dia 04/04 8h30 às 10h - Mesa-redonda: A Psicologia e a Intersetorialidade e Transdisciplinaridade - Clair Castilhos Coelho e César Gustavo Ramos – Psicólogo, Mestre em Ciências Criminais, psicoterapeuta, psicólogo clínico e funcionário da Secretaria da Justiça e Desenvolvimento do Rio Grande do Sul, atuando na área de projetos técnicos em Direitos Humanos. 10h30 às 12h - Trabalho em Grupo: - A transdisciplinaridade e intersetorialidade no CRAS e CREAS: Marina Marsom Correa - assistente social, atuação na Prefeitura Municipal de Curitiba. - A transdisciplinaridade e intersetorialidade na Saúde Coletiva: Paulo de Oliveira Perna - enfermeiro, doutorando em educação, professor assistente da UFPR. - A transdisciplinaridade e intersetorialidade no atendimento à violência doméstica: Maria Tereza Gonçalves - assistente social e consultora do Imap – Curitiba. - A transdisciplinaridade e intersetorialidade no atendimento aos jovens em conflito com a lei: Aline Pedrosa Fioravante (CRP-08/10130) - advogada e psicóloga, pós-graduada em Psicologia Clínica da Criança e do Adolescente, atuação na SECJ- PR. 13h30 às 15h - Continuidade dos trabalhos em grupo. 15h30 às 17h30 - Apresentação das discussões dos grupos em plenária. 17h30 - Encerramento. Local: Faculdades Dom Bosco. End.: Avenida Presidente Wenceslau Braz, 1172. Vila Guaíra 81010-000. Curitiba-PR Mais informações pelo telefone: (041) 3013-5766. Agenda de Eventos para 2009 Psicólogo, programe-se para 2009. Abaixo uma lista com alguns eventos do CRP-08 em Curitiba já confirmados. 4 Encontro sobre Qualificação em Psicologia Hospitalar - 6 de março 4 Café-da-manhã da Psicologia Hospitalar - 2 de abril 4 Jornada de Psicologia Ambiental – 8 e 9 de maio 4 XIII Encontro Paranaense de Psicologia – 10 a 13 de junho 4 II Seminário de Psicologia Jurídica e Direitos Humanos - 2 a 4 de outubro Mais informações no site: www.crppr.org.br. contato 07 Psicólogo, participe do CRP-08! Psicocine em Maringá O CRP-08 possui na sede e subsedes grupos de discussões, denominados Comissões, sobre diversas áreas da Psicologia, dentre elas: Exibir e promover debates sobre alguns filmes que trazem, no seu roteiro, discussões pertinentes à área da Psicologia. Com esse propósito a subsede de Maringá vai realizar, em 2009, o Psicocine. Essa iniciativa prevê quatro encontros na subsede que fica na Av. Mauá, 2109. Avaliação Psicológica, Ambiental, Jurídica, Clínica, Comunicação, Direitos Humanos, Educação, Esporte, Ética, Eventos, Hospitalar, Orientação e Fiscalização, Organizacional e do Trabalho, Saúde, Tanatologia, Trânsito e o Núcleo De Articulação em Políticas Públicas. Qualquer psicólogo, devidamente registrado no Conselho, pode participar das reuniões. As comissões estão definindo o calendário de reuniões para 2009. Para participar entre em contato com o Conselho - www.crppr.org.br. Encontros definidos Hospitalar em Curitiba – reunião mensal às 9h - 05/02, 04/03, 02/04, 07/05, 04/06, 02/07, 06/08, 03/09, 01/10, 05/11, 03/12. - Esporte em Curitiba - reunião semanal às 18h - terça-feira. - Saúde em Curitiba - reunião quinzenal às 18h30 - terça-feira. 10 contato Programação: 4 28/03 - 14h - Filme: “Aos treze” Debatedor: Alex Eduardo Galo (CRP-08/IS-131) Coordenação: Comissão de Clínica 4 30/05 - 14h - Filme: “Touro indomável” Debatedores: João Ricardo Nickenig Vissoci (CRP-08/12469), Profª e Drª Lenomar Forezi Vieira e Leonardo Pestillo de Oliveira (CRP-08/12613) Coordenação: Comissão de Psicologia do Esporte 4 29/08 - 14h - Filme: “O diabo veste prada” Debatedora: Geni Col Gomes (CRP-08/02208) Coordenação: Comissão de Psicologia Hospitalar 4 24/10 - 14h - Filme: “Alguém para dividir os sonhos” Debatedora: Cristina Di Benedeto (CRP-08/04609) Quintas-Psi em Umuarama A subsede de Umuarama começou a realizar em outubro de 2008 as “Quintas-Psi: Do Discurso à Ação”, com o objetivo de aproximar os psicólogos da região sobre as discussões referentes às várias áreas da Psicologia. Palestra da Coordenação da Educação Especial de Umuarama. O último evento de 2008 aconteceu no dia 11 de dezembro e versou sobre “Educação Especial e os atendimentos oferecidos em Umuarama e Região”. Para este ano, as ações continuarão. Os psicólogos da região devem ficar atentos e participar dos encontros. Palestra sobre Educação Inclusiva. O que acontece na Psicologia Seminário Nacional de Direitos Humanos III Congresso Latino-Americano de Psicologia Entre os dias 21 e 23 de junho ocorrerá, em Brasília, o Seminário Nacional de Direitos Humanos. A conferência de abertura será proferida pelo sociólogo francês Edgar Morin. Mais informações: www.pol.org.br. Entre 9 e 11 de setembro acontece, na Universidade Autônoma Metropolitana, na Cidade do México, o III Congresso de Psicologia Latino-Americano, realizado pela União LatinoAmericana de Entidades de Psicologia (ULAPSI). Seminário Nacional do Ano da Educação O Sistema Conselhos realiza nos dias 24, 25 e 26 de abril, em Brasília, o Seminário Nacional do Ano da Educação. O evento reunirá as discussões realizadas pelos regionais em cima dos quatro eixos propostos: “Psicologia, Políticas Públicas Intersetoriais e Educação Inclusiva”, Políticas Educacionais: legislação, formação profissional e participação democrática”, “Psicologia em Instituições Escolares e Educacionais” e “Psicologia no Ensino Médio”. 9º Congresso de Stress A International Stress Management Association (ISMABR) realiza entre os dias 23 e 25 de junho, em Porto Alegre (RS), o 9º Congresso de Stress. Na ocasião, os efeitos psicológicos do estresse serão tratados nas principais abordagens e discussões. Mais informações: http://www.ismabrasil.com.br/ Prática do Psicólogo nos Programas de DST e Aids No dia 08 de janeiro, o Centro de Referência Técnica em Políticas Públicas (CREPOP)/CFP lançou o documento “Referências Técnicas para a prática do(a) psicólogo(a) nos programas de DST e AIDS”. O texto contribuirá na atuação de psicólogos em políticas de saúde. Para ter acesso, entre no site do CREPOP: www.crepop.pol.org.br. O evento tem como objetivo dar continuidade ao trabalho realizado nos Congressos de São Paulo, em 2005, e de Havana, em 2007, como também fortalecer a organização. A idéia é impulsionar a organização da Psicologia na América Latina no contexto democrático, contribuir para uma nova identidade Latino-Americana pautada pelo compromisso social e democracia e, por último, projetar a Psicologia Latino-Americana no mundo. Para tal, baseará o evento em três eixos temáticos: A Psicologia Latino-Americana ante o Contexto Social e Político Atual; A problemática Epistemológica, Metodológica, Ética e Histórica na Construção da Psicologia Latino-Americana; Formação Prática Profissional e Compromisso Social na Psicologia LatinoAmericana. Podem participar psicólogos e profissionais de todas as áreas afins aos temas. As inscrições podem ser realizadas pelo site: http://congresso.ulapsi.org/portugues/inscricoes e custam US$50,00 e US$100,00 para estudantes e profissionais, respectivamente, até 30 de junho. Após essa data, o valor das inscrições vai para US$60,00 (estudantes) e US$120,00 (profissionais). A ULAPSI foi criada em 23 de novembro de 2002, na Cidade de Puebla, México, por nove países, com a finalidade de constituir um espaço de articulação entre diversas entidades de Psicologia em toda América Latina. 3 contato 09 psicólogodasilva Por Tonio Luma ( CRP-08/07258) Daniel Barenboim Assistindo uma master class de Daniel Barenboim para um jovem pianista, ouvi curiosamente a explicação sobre como o silêncio compõe uma música e como o tempo, Cronos e Kairos, constituem-na. Em certo momento, o Maestro diz ao aluno que teria que tomar cuidado para que sua intensidade não tornasse a liberdade uma anarquia. Também, em outro momento, o jovem escolhe mudar algo da música, simplesmente porque quis, sem qualquer explicação, fato este questionado por Barenboim. Você pode mudar a música - disse este - mas precisa saber para que faz isto. No decorrer da aula fui profundamente tocado pela fala e silêncio do Maestro. Fui encontrando algo que me faltava, sem que soubesse da falta. Algo da minha adolescência se aquietou. Após algum tempo de silêncio, voltei a assistir outras aulas musicais de Psicologia. 3 Dedicado a Marta que, em seu inocente silêncio, faz com que eu sinta algo do que me falta. 10 contato contatoartigo A Atuação do Psicólogo no CRAS Bianca Louise Lemes CRP08/12093 Paula Matoski Butture CRP 08/12879 “Caminante, no hay camino, se hace camino al andar...” Antonio Machado A presença do profissional de Psicologia dentro da Assistência Social surgiu diante da reformulação e reconfiguração da política pública de assistência social, na procura de fazer valer os direitos de todos os cidadãos, garantindo a todos condições dignas de vida. Tornou-se necessária a reformulação, não só da política, como das concepções adotadas pelos profissionais do setor: tanto do psicólogo, a quem se demanda a atuação em um cenário até então desconhecido, quanto dos demais profissionais da área, a quem se tornou imperativo rever as concepções de família, território e sociedade, além de permitir e acolher os novos profissionais nesta área onde até então predominava o serviço social. Ao Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) cabe pôr em prática, precisamente, os conceitos da centralidade na família e o da territorialidade, na medida em que deve instalar-se em áreas de vulnerabilidade social, exercer sobre eles a função de vigilância social, articular a sua rede socioassistencial e coordenar ali a prestação de serviços do sistema de proteção social básica. O CRAS é “uma unidade pública que concretiza o direito socioassistencial quanto à garantia de acessos a serviços de proteção social básica com matricialidade sociofamiliar e ênfase no território de referência” (BRASIL, 2006, p.11). Como pressuposto da consolidação do Sistema Único da Assistência Social (SUAS), o CRAS possui uma equipe de referência, regulamentada pela Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS (NOB RH/SUAS), conforme o número de famílias referenciadas. Em cidades de médio e grande porte e metrópoles, a equipe deve, obrigatoriamente, ser composta por quatro profissionais de nível médio e quatro profissionais de nível superior, sendo dois assistentes sociais, um psicólogo e um profissional que compõe o SUAS. Tendo o psicólogo seu cargo definido em lei dentro dos CRAS, torna-se premente, por parte do profissional, a apropriação da política e uma reflexão crítica sobre o papel que será por ele desempenhado. A atuação no CRAS é, acima de tudo, um posicionamento político – não há atuação neutra. Nas palavras da Secretária Nacional de Assistência Social, Ana Lígia Gomes, o profissional psicólogo pode ser considerado de papel fundamental dentro do CRAS, uma vez que o trabalho social de atenção integral às famílias é complexo, multidimensional e deve se desenvolver numa perspectiva interdisciplinar, o que exige uma qualificação e responsabilização das equipes profissionais dos CRAS pelo conjunto das necessidades detectadas, considerando, inclusive, as dimensões e aspectos subjetivos, individuais e coletivos (Disponível em HTTP:\\www.crepop.pol.org.br) Existe, portanto, uma demanda pelos serviços da Psicologia, tanto por parte daqueles que propuseram a política, quanto dos profissionais da área, que se deparam com demandas próprias da Psicologia, e dos próprios usuários da assistência. Nota-se que uma demanda concreta, como aquela por benefício, traz consigo outras variáveis que, num primeiro momento, não se evidenciam. Por trás de um simples pedido de cesta básica, o sujeito traz toda a dinâmica de sua história, relações familiares e necessidades subjetivas que culminam na contato 11 solicitação da assistência, ou seja, por trás da ausência de renda desvelam-se outras ausências, não evidentes à primeira vista. Dado este cenário, o trabalho interdisciplinar, entendido como a interação de duas especificidades em direção ao mesmo objetivo, é o fundamento da atuação no CRAS. Atuar de modo interdisciplinar significa ter acesso ao conhecimento do outro e complementar com a intervenção dentro do saber específico. Por meio deste trabalho exerce-se “a arte do aprofundamento com sentido de abrangência, para dar conta, ao mesmo tempo, da particularidade e da complexidade do real” (DEMO, 1998, p. 88-89), valorizando, desta forma, a criatividade e a diferença. A interdisciplinaridade, concebida como princípio mediador entre as disciplinas, não pode ser entendida como função reducionista destas a um denominador comum, mas como modo de transpor os limites da compartimentalização dos conhecimentos. Neste sentido, ressalta-se a importância de estar atento à delimitação de papéis, pois, por vezes, a denominação “equipe técnica” dá margem a uma homogeneização de papéis que pode recair numa perda na qualidade de atendimento. É importante ressaltar que a atuação do psicólogo estará pautada em sua formação pessoal e profissional e em seu compromisso ético-político. De acordo com Iolete Ribeiro da Silva (2008), o compromisso ético-político do psicólogo é o de propor, a partir das intervenções, atravessar o cotidiano de desigualdades e violências destas populações, visando o enfrentamento e superação das vulnerabilidades, investindo na apropriação, por todos, do lugar de protagonista na conquista e afirmação de direitos. Desta forma, existe um compromisso compartilhado por todos os profissionais do CRAS com a proposta da política, e para fazer valer tal proposta cada profissional contribui com sua especificidade e conhecimento. Segundo as orientações técnicas do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), as ações dos profissionais que atuam no CRAS devem “(...) provocar impactos na dimensão da subjetividade política dos usuários, tendo como diretriz central a construção do protagonismo e da autonomia, na garantia dos direitos com superação das condições de vulnerabilidade social e potencialidade de riscos” (BRASIL, 2006, p.13). Assim, o compromisso dos profissionais deve estar pautado na emancipação daqueles que, por um histórico de opressão, encontram-se numa posição de “exclusão”, caracterizado por aquilo que Castel (2001) chama de “indivíduos 12 contato por falta”; pessoas que têm poucos suportes objetivos, havendo uma diminuição das chances de desenvolverem “estratégias individuais e de terem, a partir deles próprios, margens de manobra”. Estes sujeitos, expostos a sentimentos forjados no confronto com injustiças, são vítimas do que Sawaia (2002) classifica como sofrimento ético-político, oriundo da dor das injustiças sociais. A condição de vulnerabilidade, alvo da atuação da assistência social, coloca o indivíduo numa situação de baixa capacidade simbólica e material para superar obstáculos na vida. Ampliar os recursos simbólicos dos indivíduos, a partir de uma demanda que é predominantemente material (por benefícios) pode ser o canal da atuação do psicólogo que possibilita a superação das desigualdades. Trabalhar com este público significa reconhecer sua história, respeitando os valores historicamente constituídos sem impor juízos de valor. Neste sentido, muito mais que oferecer respostas, o profissional deve provocar a reflexão do usuário, estimulando o autoconhecimento, a auto-referência e o posicionamento frente a sua realidade – protagonismo. Nas palavras de Sílvia Lane (2007) cabe ao psicólogo social “recuperar o indivíduo na interseção de sua história com a história de sua sociedade, pois é somente este conhecimento que permite compreender o homem como produtor de sua história”. O movimento para a autonomia deve surgir a partir dos próprios oprimidos, a partir de ações traçadas com ele e não para ele, enquanto homens ou povos. Vê-se que não é suficiente que o sujeito tenha consciência crítica da opressão, mas que se disponha a transformar essa realidade; trata-se de um trabalho de conscientização e politização. Neste sentido os vieses pedagógicos e políticos, marcarão a atuação do profissional dentro do CRAS. É preciso conscientizar a equipe como um todo para uma atuação em que haja alinhamento e sinergia, pois juntos farão parte do cotidiano das pessoas da comunidade, e como profissionais devem se comprometer eticamente com a proposta e a aposta da política da assistência social. O psicólogo trabalhará com os recursos subjetivos dos grupos e comunidades, prioritariamente, uma vez que a prática clínica não encontra lugar quando se trata de lidar com as relações dentro de um território e recursos da comunidade. Território, de acordo com Milton Santos, entendido aqui como o território usado, não o território em si. “O território usado é o chão mais a identidade. A identidade é o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O terri- tório é o fundamento do trabalho; o lugar da residência, das trocas materiais e espirituais e do exercício da vida”. É a partir das ações socioeducativas desenvolvidas com os grupos do território que se encontra lugar propício para a inserção do psicólogo. Desse espaço surge o reconhecimento do profissional e o vínculo com os usuários, que vão tomando como referência o profissional da Psicologia. O acompanhamento familiar decorre deste referenciamento. No entanto, não há receitas prontas: é tateando que se encontram as possibilidades de atuação, sempre diferentes na medida em que os territórios são distintos e peculiares. É imprescindível conhecer a comunidade com que se está lidando, compreender sua dinâmica, sua história e seus potenciais. É preciso estar por perto, mostrar-se acessível, aberto para aprendizagem – a Psicologia assimila novos conhecimentos, bem como a comunidade, que amplia suas perspectivas de mundo, culminando na mudança de comportamento essencial para a busca da autonomia e emancipação dos sujeitos, de modo que estes possam, paulatinamente, encontrar autonomia dos serviços, superando as vulnerabilidades em que se encontram. Acima de tudo, é preciso acreditar na possibilidade de transformação social, em direção a uma ética voltada para a emancipação humana. Faz-se necessário fomentar a participação e apropriação dos equipamentos sociais por parte dos usuários, numa práxis libertadora. O desafio posto é o da construção de metodologias que guiem o trabalho, bem como a delimitação de papéis profissionais e a avaliação dos resultados. É um caminho que se constrói ao andar. Enquanto isso, que se esteja de mãos dadas – é premente a necessidade de discussão e produção dentro desta área que está aos poucos sendo desbravada. 3 Referências CASTEL, R. Metamorfoses da questão social: uma crônica do salário. Petrópolis: Vozes, 1987. DEMO, Pedro. Conhecimento moderno: sobre ética e intervenção do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 1997. LANE, Silvia T. In:Referências técnicas para atuação do psicólogo(a) no CRAS/SUAS POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNAS, aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social por intermédio da Resolução n° 145, de outubro de 2004, e publicada no Diário Oficial da União – DOU do dia 28 de outubro de 2004. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Brasília. (2006) Santos, Milton. O retorno do território. In: OSAL : Observatorio Social de América Latina. Año 6 no. 16 (jun.2005- ). Buenos Aires : CLACSO, 2005. SAWAIA, B. (Org.). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. Vozes. Petrópolis: Vozes, 2002. SILVA, Iolete Ribeiro. Apresentação de slides: atuação do psicólogo na assistência social. Disponível em: <http://www.cress-es. org.br/arquivos/Iolete.pdf> Acesso em 13 dez 2008 Entrevista com a Secretária Nacional de Assistência Social, Ana Lígia Gomes. CREPOP – Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas. Disponível em: <http://crepop.pol.org. br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from_info_index=31&i nfoid=420&sid=6&tpl=view_tpl02.htm> Acesso em 13 dez 2008 Classificados 4Aluguel de Salas - Locação de salas para psicoterapia: grupos de horário, meio-período e período integral, em clínica, com salão de cursos (80 metros quadrados), no bairro Ahú. Site:www.espacohummani.com.br. Endereço: Rua São Sebastião, 420 – Ahú. Fone: (41) 3019-9553. Curitiba-PR. 4Sublocam-se salas para profissionais de saúde em clínica com ótima localização e estrutura. Dispomos de sala para grupos, palestras e cursos. 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Perguntas mais frequentes para a COF Continua nesta edição da revista, as perguntas e respostas mais frequentes encaminhadas para a Comissão de Orientação e Fiscalização. O objetivo é esclarecer as dúvidas que muitas vezes permeiam a prática profissional. 1)Recebi uma cobrança do Sindicato, e agora? Preciso pagar, já que estou inscrito regularmente no Conselho Regional de Psicologia? Em primeiro lugar, precisamos estabelecer a diferença entre o Sindicato e os Conselhos Regionais de Psicologia. Os Conselhos existem para orientar, fiscalizar e disciplinar o exercício da profissão, a inscrição é obrigatória; sem a inscrição e o pagamento da taxa correspondente o psicólogo não poderá exercer a profissão. No caso do Sindicato, ele existe para organizar e defender os interesses da categoria nos assuntos trabalhistas, seja no setor público, privado ou entre os chamados “autônomos”. A filiação ao sindicato é facultativa. Nesse sentido, o imposto sindical previsto no Artigo 579 da CLT é compulsório a todos os trabalhadores, sejam eles sindicalizados ou não; e equivale, em média, a um dia de trabalho. Assim, podemos considerar que os sindicatos e os conselhos são aspectos complementares de uma mesma realidade, a da profissão de Psicólogo. 2)Quais são as técnicas alternativas permitidas para o trabalho do psicólogo? Quais as sanções que um psicólogo pode sofrer por utilizar uma técnica não permitida? O Conselho federal de Psicologia (CFP) não possui uma lista com ditas técnicas alternativas. Além disso, desde a Resolução CFP nº 10/97, chamamos essas 14 contato técnicas alternativas de práticas que não estejam de acordo com os critérios científicos estabelecidos no campo da Psicologia. Nesta Resolução, encontra-se que é permitido ao Psicólogo vincular, mediante publicidade, somente práticas já reconhecidas como próprias do profissional Psicólogo e que estejam de acordo com os critérios científicos. Essas “técnicas” ou práticas não reconhecidas, por não terem comprovação científica também não possuem legislação. O CFP emite Resoluções na medida em que são reconhecidas práticas que estejam de acordo com os critérios científicos. Nesse sentido, temos a Resolução CFP 005/2002 que dispõe sobre a prática cofinforma da Acupuntura pelo psicólogo e a Resolução CFP 13/2000 que dispõe sobre o uso da Hipnose como recurso auxiliar de trabalho do psicólogo. Ou seja, essas práticas não são o “carro chefe” do trabalho, mas se apresentam como auxílio no trabalho. Assim, de acordo com o Código de ética, o Psicólogo não pode vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios que não estejam regulamentados e reconhecidos pela profissão, neste caso, havendo denúncia, o psicólogo poderá sofrer processo ético. Na próxima edição mais perguntas e respostas. COF visita psicólogos pordentro das prefeituras do interior do Estado. Durante o ano passado, a Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) visitou vários municípios do interior do Estado. A atividade fez parte do Plano de Ação de 2008 da Comissão. Devido ao resultado positivo obtido, pretende-se dar continuidade à ação em 2009, pois, segundo a COF, além da boa receptividade por parte dos profissionais, tem-se verificado um impacto importante na relação dos mesmos com o Conselho. O objetivo da ação, realizada em 2008, foi conhecer o trabalho dos psicólogos que atuam em órgãos das prefeituras, bem como favorecer a integração deles com o CRP-08. De acordo com a COF, os profissionais de municípios distantes, muitas vezes desconhecem o trabalho do Conselho e, por vezes, ficam longe das discussões e ações desenvolvidas. “As visitas são uma forma de aproximar o CRP do profissional, abrindo um canal de comunicação, facilitando o conhecimento da realidade da categoria e as trocas necessárias entre os psicólogos e o Conselho”, declara a presidente da Comissão, Anaídes Pimentel da Silva Orth (CRP-08/01175). Foram visitados os seguintes municípios: Ponta Grossa, Campina Grande do Sul, Tijucas do Sul, Piraquara, Cerro Azul e Umuarama. Alguns municípios foram escolhidos pela própria Comissão, já outros surgiram a partir de demanda trazida pelos profissionais da região ou órgãos competentes. As visitas são agendadas com o gestor de cada prefeitura, sendo planejados três diferentes momentos. Primeiramente, é realizada uma reunião com os psicólogos da rede pública do município, para apresentação do trabalho e das políticas da região. É também neste momento que as orientadoras fiscais do CRP-08 podem esclarecer dúvidas quanto à legislação, ética e fun- cionamento do Conselho. Em seguida, os profissionais são solicitados a preencherem um questionário, com a finalidade de fornecer mais informações sobre a realidade de trabalho e dados para o Cadastro Nacional de Instituições e Psicólogos que atuam em Políticas Públicas (Psicoinfo) do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP). Em um terceiro momento, as orientadoras, junto com os profissionais, escolhem alguns locais para realização de vistoria, como postos de saúde, Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS), Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), entre outros. Durante as visitas, as orientadoras fiscais constataram que tem crescido a inserção do psicólogo nas Políticas Públicas, especialmente na área da Assistência Social. “Por exemplo, em Campina Grande do Sul, município com aproximadamente 45 mil ha- bitantes, havia seis profissionais atuando nas Políticas Públicas”, exemplificam. Contudo, alguns problemas também foram constatados, principalmente quanto ao espaço físico e a disponibilização de materiais para o trabalho. Com relação aos materiais, há dificuldade para a reposição dos mesmos, aquisição de brinquedos e/ou testes, ou mesmo disponibilização de armários adequados para a guarda de material sigiloso. No que se refere às instalações, elas contam que as dificuldades encontradas foram das salas serem muito pequenas ou pouco ventiladas e, mais importante, por vezes serem feitas com divisórias que não vedam bem a passagem de som, comprometendo a questão do sigilo. “Nestes casos, a Comissão tem requerido aos gestores a adequação das irregularidades, visando cumprir a legislação da profissão, especialmente no que diz respeito ao compromisso de sigilo”, informa a presidente da COF. 3 contatocapa Reconstruindo a vida após um desastre Fotos Tiradas pela Psicóloga Maria Fernandes Mendes Petry (CRP-08/13720, que estava em Santa Catarina no momento das fortes chuvas A atuação do Psicólogo em situações de emergência Em novembro e dezembro de 2008, Santa Catarina sofreu com fortes chuvas que assolaram a região e ocasionaram alagamentos e desabamentos. Segundo dados da Defesa Civil, foram 135 mortes, seis pessoas desaparecidas e mais de 70 mil atingidas.Dessas, cerca de 30 mil ainda estão desabrigadas. Algo parecido também ocorreu em Minas Gerais. Até a primeira quinzena de janeiro, de acordo com o balanço divulgado pela Defesa Civil Estadual, 66 municípios decretaram estado de emergência devido às chuvas que atingem o Estado desde agosto de 2008. Outros 36 comunicaram ocorrências por causa das chuvas. Desastres como estes, além de ocasionar muita perda material e para alguns até mesmo perda de entes queridos, também provocam grandes danos emocionais, que às vezes, são esquecidos. Conforme os psicólogos organizadores do livro Transtorno de Estresse pós-Traumático - Uma Neurose de Guerra em Tempos de Paz (Vetor, 2005), autores do livro “As relações traumatizantes e suas conseqüências no aparelho psíquico-Psicologia de Emergências” (no prelo – Editora Vetor, 2009), professores e supervisores do curso de Psicologia da FMU (SP) e do curso de especialização Intervenções Psicológicas em Emergências e Crises, Othon Vieira Neto (CRP-06/21297-4) e Cláudia Maria Sodré Vieira (CRP-06/19214-0), desastres são mais comuns que imaginamos. Um desastre é um fato objetivo, que oferece um perigo real de morte, ferimentos físicos ou perdas a alguém. “Dessa forma, um desastre pode ser uma inundação, uma situação de violência ou um acidente”, descrevem. Diante do desastre, muitos se preocupam com a reconstrução dos bens materiais, sendo que a atenção com o estado emocional das pessoas, por vezes, é deixado de lado. De acordo 16 contato com Vieira Neto e Cláudia, geralmente os desastres têm consequências emocionais que atingem, além daqueles diretamente afetados, muitos outros. “Calcula-se que para cada afetado por um desastre, há, no mínimo, quatro traumatizados psicologicamente. Essas pessoas vão necessitar de assistência profissional”, contabilizam os especialistas. Outro fator preocupante é a alteração da percepção do território, incidindo em situações de desamparo e medo, podendo surgir, a partir disso, situações de pânico e depressão. Também algumas das vítimas são obrigadas a irem para abrigos, onde convivem com pessoas desconhecidas, perdem a privacidade e mudam o dia-a-dia. Para a coordenadora da Comissão de Psicologia Ambiental do CRP-08, Maria Otávia d’Almeida (CRP-08/04191) - que presenciou o auxílio da Ciência Psicológica, em casos como: navio Prestige, que afundou e derramou petróleo nas áreas marisqueiras da costa da Galícia, na Espanha, em 2002; e as explosões de bombas nos trens matutinos da Estação Atocha – 11 M, em Madrid, Espanha, em 2004 -, a primeira vista parece haver um sentimento de igualdade contraditória nos abrigos, não sendo visível qualquer distinção de raça, credo religioso e condição socioeconomica. No entanto, “ao nos atermos mais à Psicologia dos grupos, percebemos com clareza os processos competitivos quase que da época de Nanderthal, de como obter a melhor doação, instalar-se no melhor espaço do abrigo, entre outros”, diz. Dessa forma, o trabalho da Psicologia torna-se essencial, pois da mesma forma que as pessoas têm que reconstruir casas ou outros bens, também tem que reconstruir a vida, tendo que aprender coisas como conviver em grupos e depender do auxílio de terceiros. Os professores na área esclarecem que em casos assim, o principal objetivo do psicólogo é evitar que a dor sofrida se cronifique na forma de psicopatologias, que vão prolongar a dor e irradiar o sofrimento para outras pessoas. “Nossa atuação é tão importante quanto a assistência médica e temos que ocupar nosso espaço. A atuação psicológica é fundamental diante de situações de perda e luto. Isso é campo da Psicologia, nenhum outro profissional pode dar conta, pois não é da ordem bioquímica, mas dos significados e interações”, explanam. A comissão de Psicologia Ambiental do CRP-08, formada pela coordenadora e pelos integrantes Luana Cristina Beal (CRP-08/11019), Fernanda Rossetto (CRP-08/12857), Daniele Barp (CRP-08/12814), Isabella Bello Secco (CRP-08/12813), Miriam Moreira e Noazir Ferraro Júnior (CRP-08/13953), ratifica a idéia que trabalhar a relação de perda com o estado emocional do indivíduo é um dos objetivos da atuação da Ciência Psicológica, em seus diversos campos de exercício profissional. Com a necessidade da Psicologia estar tão envolvida em processos emergenciais, foi criada uma área específica dentro do campo profissional, nomeada Psicologia das Emergências e dos Desastres, apesar de já existir e ter uma atuação, a área foi realmente consolidada em agosto de 2005, com a devastação da cidade de Nova Orleans ocasionada pelo furacão Katrina. Para a comissão de Psicologia Ambiental, a Psicologia do Desastre faz parte das diversas áreas de atuação do campo profissional do Psicólogo Ambiental. Apesar de ainda não se constituir em uma especialidade acadêmica reconhecida. Trata-se de um campo de trabalho de natureza multidisciplinar que lida com as situações de acidentes ambientais, em que o comportamento humano interfere ou recebe influência direta e/ou indireta na produção dessas situações, tendo co-participação nas conseqüências dessas intervenções. “São exemplos: os acontecimentos geofísicos que desalojam a população do seu habitat; os acidentes marítimos que provocam desastres ecológicos; os atos de terrorismo; entre outros”, exemplificam os integrantes. Eles explicam que cabe ao psicólogo ambiental contextualizar sentimentos individuais e coletivos e desenvolver um programa de intervenção multidisciplinar nos mais diversos enfoques e recursos, exercendo atividades com crianças e adultos, individual e coletivamente, no sentido de reconstrução da identidade. A Psicologia das Emergências e dos Desastres é um campo que deve aglutinar diversos profissionais que já atendem uma demanda específica: assaltos, violência de forma geral, sobreviventes de acidentes de qualquer tipo. A área mostra a importância dos envolvidos (vítimas, familiares, comunidades e profissionais) terem uma assistência psicológica para manter o equilíbrio. Além disso, deve ser aplicada não somente no momento das tragédias e na reconstrução, mas também na prevenção, alertando para que todos percebam os riscos a que estão expostos. Os psicólogos Vieira Neto e Cláudia apontam que todos os anos acontecem emergências que não aparecem para o público. Para eles, em Santa Catarina o que se destacou foi o número de pessoas atingidas, mais de 75 mil, e em casos assim a procura por profissionais de várias áreas, dentre elas da Psicologia, aumenta, evidenciando o despreparo profissional. “Temos percebido que poucos profissionais de Psicologia têm preparo técnico para atender essa população. No primeiro Congresso Internacional de Trauma Psíquico que participamos, em 2003, vimos o quanto profissionais de outros países já haviam articulado redes de assistência em desastres, com acúmulo de conhecimento e troca de experiências”, elucidam. Eles ainda comentam que desde a época do congresso têm trabalhado com a perspectiva de formar uma rede de referência de profissionais treinados e capacitados para prestar assistência em crises e emergências. A Atuação do Psicólogo As formas de ajudar as vítimas são diversas, o psicólogo deve analisar cada situação para escolher o melhor meio de agir. Vieira Neto e Cláudia ilustram que quando um desastre tem conseqüências psicológicas é porque ele se tornou um trauma, que requer um tratamento específico. “Quando começamos a trabalhar com pacientes traumatizados (principalmente por violência), percebemos que tinha que ser um trabalho diferente do que fazíamos com os outros pacientes. Quando pesquisamos teoricamente essa diferença, constatamos que há técnicas específicas para lidar com esses pacientes, em diversas abordagens, inclusive as que utilizamos em Santa Catarina, que proporcionam um grande alívio com uma única intervenção”, explanam. Como uma minoria da população afetada por desastres procura o profissional em seu consultório, para eles, a participação do psicólogo deve ser, em primeiro lugar, pró ativa, pois no Brasil falta uma cultura de assistência às pessoas atingidas por desastres. “Devemos ir até eles, até porque há uma legitimação social dos sintomas. As pessoas próximas aos afetados por desastres costumam dizer a eles coisas do tipo ‘isso é normal, com o tempo passa’ ou ‘você precisa tirar isso da cabeça’, mas ninguém ensina como. Com isso, essas pessoas não se reconhecem como doentes e não procuram auxílio profissional”, dizem. No âmbito da Psicologia Ambiental, o psicólogo deve receber uma formação específica para lidar com aspectos preventivos, curativos e pós-traumáticos do comportamento humano que está envolvido direta e/ou indiretamente com as situações de emergência. “Para isso, deve-se ter clareza qual é a emergência e quem vai estar envolvido nela”, diz a Comissão de Psicologia Ambiental. contato 17 A atuação do psicólogo compete em: executar as atividades de apoio operacional indicadas pelas lideranças grupais locais, com a finalidade de compartilhar aprendizado e intercâmbios socioculturais; ajudar profissionalmente o grupo de trabalho, passando evidentemente pelas situações específicas de traumas e pós-traumas dos vitimados. “Pode-se pensar na atividade clínica com alguma relação com a psicoterapia breve de perspectiva cognitiva. No entanto, psicólogo clínico necessita se sistematizar de acordo com cada situação”, contextualiza Maria Otávia. Em Santa Catarina, grande parte do que aconteceu se deve à interferência do homem no meio ambiente. Por isso, também está entre as funções da Psicologia, estimular a criação e integração de um grupo multidisciplinar em programas públicos que executem ações preventivas nas áreas e situações de risco, previamente estabelecidos. “Se a prevenção ainda parece utópica no nosso sistema governamental, nesse âmbito de desastres, e na sociedade como um todo, a Ciência Psicológica não pode se eximir da participação na formação de um corpo especializado, que execute essas políticas de assistência comunitária”, explica a Comissão. A Psicologia Ambiental auxilia as pessoas a repensarem essa relação de interferência do homem no seu meio ambiente e as conseqüências. Isso pode ser feito por meio de algumas ações, como de palestras educativas, nas diversas entidades da comunidade e aberta à população, e de grupos de apoio aos órgãos de defesa local, procurando estimular o caráter preventivo. negados, principalmente se não der respostas de amparo imediatas”, comentam. Eles exemplificam falando de dois casos mundiais: na tsunami, em que o auxilio humanitário foi imediato e, apesar da maior destruição provocada, não ocorreram os atos primitivos que aconteceram no Furacão Katrina, em que o Estado demorou a intervir. “No caso de Santa Catarina, em que as pessoas foram sendo atingidas em momentos e dias diferentes, encontramos as duas reações. A de identificação com as pessoas mais atingidas, que trazia a solidariedade, e de revolta, que produzia os saques”, elucidam. Experiência em Santa Catarina A Comissão de Psicologia Ambiental esteve presente em Santa Catarina, representada pela psicóloga Isabella Secco, que fez um treinamento com os psicólogos Vieira Neto e Cláudia, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Segundo eles, as pessoas estavam sob efeito de dois grandes fatores patogênicos: trauma e luto. A maioria dos sobreviventes viveu situação de perigo, próprio ou de pessoas próximas, e todos estavam lidando com grandes perdas, de familiares, amigos ou mesmo perdas materiais Eles relataram que vários psicólogos estavam trabalhando de forma voluntária nos abrigos e nas ruas. “As pessoas que atendemos ficaram muito gratas, e indicavam outras pessoas para atendermos”, contam. As famílias aceitavam receber os profissionais em suas casas e até mesmo pediam o auxílio. Reações da Sociedade As reações da sociedade em momentos de crise são diferentes para cada pessoa. Por exemplo, em Santa Catarina, viram-se pessoas ajudando aos outros, como também saqueando lojas e casas. De acordo com Maria Otávia, essa é uma das situações explicadas pela Psicologia Social como um fenômeno de colapso da sociedade, que enfatiza a natureza dual do ser humano. “Somos eminentemente ambíguos na exposição da nossa personalidade, e o que é pior, desconhecedores de nós mesmos, especialmente diante de situações de catástrofes e emergências”, descreve. Para os autores, Vieira Neto e Cláudia, uma das reações comuns a um trauma psíquico é o sentimento de revolta. Geralmente a revolta é dirigida ao agressor, mas quando ele não é identificado, a revolta se dirige ao Estado. “Vemos esse fenômeno em programas policiais quando as pessoas culpam a polícia ou o governo pelos crimes que sofreram. Em desastres naturais esse processo é mais intenso, pois não há um ‘culpado’ identificável, e o Estado (e suas leis) passam a ser 18 contato Para os psicólogos, esse atendimento rápido às vítimas é imprescindível. “O que a prática e a literatura internacional têm demonstrado é que quanto mais precoce for a intervenção, melhores são os resultados. Os desenhos das crianças demonstravam como a experiência vivida trouxe uma sensação de pequenez. Ver o mundo se dissolver ou ‘derreter como um sorvete’, conforme as falas, evoca o mesmo sentimento. Se o indivíduo, com sua história pessoal e única não tiver espaço, a dessubjetivização característica do trauma permanece intocada e, futuramente, intocável”, esclarecem. Outros integrantes da Comissão do CRP-08 (Luana Beal, Daniela Barp, Fernanda Rossetto e Miriam Moreira) cadastraram-se no banco de dados criado para ajuda humanitária e também prestaram serviços on-line junto à Defesa Civil do Estado. “Também foi feito um contato com o CRP-12 e com o Mestrado em Psicologia Ambiental da UFSC, cujo encaminhamento prevê a estruturação de um Plano Contingencial a ser estruturado pela Comissão e submetido à apreciação do CRP-08”, comenta Maria Otávia. problema de polícia. É um problema de saúde mental, uma vez que, conforme pesquisas internacionais (no Brasil ainda não temos pesquisas epidemiológicas sobre o tema), 30% da população atingida desenvolve sintomas de Transtorno de Estresse pós-Traumático. Foi uma surpresa para nós, quando publicamos nosso livro, saber que era a primeira publicação sobre o tema editada em língua portuguesa, e isso foi em 2005”, finalizam. 3 A diferença entre Psicologia Ambiental e Social A diferença das duas áreas da Psicologia - Social e Ambiental - é uma questão emergente em reuniões científicas e acadêmicas. As discussões giram em torno, principalmente, da limitação do campo de atuação. A Psicologia Social antecedeu à Psicologia Ambiental, enquanto estudo dos fenômenos sociais (movimentos de grupos, contextualização do indivíduo na sociedade, entre outros), em um sentido explicativo da forma como se dá essa relação. Já a Psicologia Ambiental tem uma natureza essencialmente sistêmica e prática, e, com isso, faz parceria com atuações multidisciplinares dentro e fora da Ciência Psicológica. Ela foi impulsionada na década de 80 na Europa, depois veio para o Brasil, devido à identificação de pesquisadores e estudos nacionais precursores de vários estados, como Distrito Federal, Santa Catarina, Ceará, Bahia, entre outros. Para a coordenadora da Comissão de Psicologia Ambiental, existe um desconhecimento ainda generalizado sobre a área. “Muitos a associam somente com as questões de ecologia e meio ambiente”, fala. Mas, além deste campo de atuação, a área foca na intervenção do comportamento humano com o ambiente ao seu redor, podendo desenvolver atividades relacionadas ao zoneamento urbano, aos movimentos sócio-políticos, ao trato do grafitismo enquanto linguagem de um coletivo, à violência de gênero, às questões de educação ambiental enquanto mudança de comportamento, ao estudo do trânsito enquanto comportamento de um coletivo, ao processo de aculturação de situações de migração interna, à territorialidade no ambiente laboral, entre outros. contato 19 Foto. Stockxpert Assim, os desastres e as emergências mostram-se uma área de atuação importante não só para o psicólogo, mas para a sociedade de maneira geral, que precisa de um acompanhamento em casos críticos. Porém, para os autores mencionados, especialistas em Psicologia das Emergências e dos Desastres, a Psicologia brasileira ainda está engatinhando em um tema tão importante, pois eles consideram a violência como a grande catástrofe nacional. “Temos mais de oito mil crimes violentos por dia, no Brasil, e uma autocrítica que nós, profissionais de saúde temos que fazer, é que sempre viramos as costas para esse fato, como se fosse apenas um Inquietações Maria Olivia das Chagas e Silva Psicóloga (CRP 08/02540) e Jornalista A matéria “Sem hospícios, morrem mais doentes mentais”, recebeu menção honrosa no Prêmio Vladimir Herzog, o que desencadeou, entre os jornalistas, alguns protestos contra os critérios do júri. Penso que o título pode ter ocasionado o mal entendido, pois o texto não defende a volta dos manicômios, mas um exame de vários aspectos da Reforma Psiquiátrica que não caminham como gostaríamos. Trazer a público as falhas do Estado, encarregado de atender essas pessoas em sofrimento, é, sim, defender os Direitos Humanos. O Prêmio Vladimir Herzog é uma homenagem ao jornalista, que foi torturado e assassinado durante a ditadura militar, e se destina a premiar matérias jornalísticas que defendem os Direitos Humanos. Além de valorizar o trabalho do autor, ele também é importante por dar visibilidade maior às matérias premiadas. Foi o que aconteceu com essa. Fiquei sabendo dela através dos protestos que desencadeou, assinados por jornalistas irritados, que não entendiam os critérios do júri, formado por jornalistas ligados à luta pelos Direitos Humanos. Isso despertou minha curiosidade e quis conhecer a matéria, foco das críticas. Foi fácil encontrá-la, com a ajuda do Google, e constatar: Fora a estatística que dá o título à matéria, que eu desconhecia, posso atestar que todas as demais são verdadeiras. Ao contrário dos que procuram não ver os dados que gostariam que fossem diferentes, considero importante saber o que ainda é preciso fazer para que tenhamos uma verdadeira assistência a todas as pessoas que sofrem por não conseguir resolver sozinhas seus problemas emocionais. Em 1984 participei do grupo que fez a reforma de um hospital psiquiátrico, em Curitiba, onde implantamos um programa de tratamento muito semelhante ao adotado hoje nos CAPS. Nossa ação foi muito depois das experiências de Nise da Silveira e de Marcelo Blaya, entre outros pioneiros, mas bem antes dos gru20 contato Saúde mental e Direitos Humanos se encontram pos de Santos e de São Paulo, que se consideram os primeiros a tratar os pacientes psiquiátricos como gente. Acho que uma pesquisa bem feita, em todo o Brasil, vai encontrar outros pioneiros, que não tinham o apoio de um partido político nem a possibilidade de comunicação que existe hoje. Participo do Conselho Municipal de Saúde de Curitiba e da Comissão de Saúde Mental desse Conselho, no segmento dos trabalhadores da saúde, representando o Conselho Regional de Psicologia. Participo da luta pelos direitos dos portadores de transtornos mentais e recebo, normalmente, as informações sobre a Luta Antimanicomial, por meio do Conselho Federal de Psicologia. Baseada nessa experiência, posso afirmar que o trabalho realizado por equipes interdisciplinares, proposto pela Reforma Psiquiátrica, é capaz de ajudar as pessoas que um dia foram chamadas de loucas a se reinserirem na sociedade ou a tratar seu problema sem perder essa inserção, apenas com um breve internamento e a manutenção em tratamento ambulatorial. Mas, para que isso aconteça, é necessário preparar esses profissionais. Isso ainda não está acontecendo na medida das necessidades, apesar de algumas iniciativas com esse fim (participo de uma delas). A Reforma Psiquiátrica propõe a substituição dos hospitais psiquiátricos por enfermarias de psiquiatria nos hospitais gerais, mas os profissionais desses hospitais, principalmente médicos e psicólogos, são visceralmente contra a medida. O que está sendo feito para combater o preconceito desses grupos? É verdade que os CAPS são um excelente recurso para a interiorização do atendimento aos problemas psiquiátricos, mas também é verdade que eles facilitaram a vida dos que recorrem ao INSS para conseguir uma renda extra, através do auxílio-doença. Muitos profissionais de classe média apóiam essa ”esperteza” e até se tornam cúmplices, em nome da justiça social. A esses, é necessário explicar que tal fato atrapalha o tratamento dos que realmente precisam, patrocina mau uso de recursos públicos bem maiores do que os usados no pagamento ao falso doente, além do encorajamento a comportamentos criminosos, o lado ético da questão. É verdade que muitos “asilos de fachada exploram doentes”, como diz a reportagem. Como o SUS não pode ter leitos em regime de internamento, mesmo que de curta permanência, para tratamento de dependência química, as “comunidades terapêuticas” proliferaram como cogumelos. Algumas, as mais caras, oferecem ajuda profissional, tratamento de qualidade, mas a maioria oferece apenas ajuda religiosa ou nem isso. Cuidar de quem a família não dá conta é o seu trabalho. Como seu “tratamento” não é resolutivo, os doentes se tornam moradores, nos casos de sucesso, isto é, quando não voltam para as drogas, ao fim do dinheiro que sustentava o internamento. Concordo com a crítica à psiquiatrização da vida cotidiana, que oferece um diagnóstico e uma bolinha mágica para resolver todos os nossos problemas. Essa crença está na base do uso abusivo de drogas e dos males por elas gerados. Aí, sim, temos uma questão ideológica. Continuemos na luta para mudar o pensamento mágico e a ideologia desses consumistas crônicos! Defendemos o fechamento dos hospitais, mesmo que bons serviços tenham sido confundidos com os manicômios, pois isso criou um fato social, fez com que a sociedade visse um problema que estava escondido. Nesse sentido, vejo a reportagem da jornalista Soraya Aggege como uma ajuda a mais, apontando as falhas do processo. Parabéns à Soraya, mas parabéns ainda mais enfáticos aos jurados do Prêmio Vladimir Herzog. É muito importante colocar o dedo na ferida, se quisermos realmente resolver os problemas de direitos de cidadania neste país. contatoartigo O Ano da Educação no Sistema Conselhos Maria Elizabeth Nickel Haro CRP-08/00211 Coordenadora da Comissão de Psicologia Escolar/ Educacional do CRP-08 ções sociais humanas, para a geração de trabalho e renda e para o desenvolvimento científico e tecnológico. Estamos vivendo o momento no qual nosso comprometimento com a educação deixa de ser uma opção para passar a ser um dever, uma responsabilidade social. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) estabeleceu 2008 como o Ano da Educação, a partir de definição pela Assembléia das Políticas, Administração e Finanças (APAF) em dezembro de 2007. A proposta do CFP é de que todo o Sistema Conselhos se mobilize em torno de discussões na área da educação. Todos sabemos da relevância do papel da educação em qualquer sociedade. As desigualdades de que tanto falamos e que tanto combatemos têm sua origem marcada não só pelas evidentes diferenças econômicas, mas principalmente pela maior ou menor relevância que cada sociedade atribui à educação, e, portanto, à forma como ela é tratada e conduzida em cada país, em cada cultura, em cada lar. Na era do conhecimento e da tecnologia, as ferramentas para uma sobrevivência digna são cada vez mais complexas. Considerando que o domínio da técnica e do conhecimento devem estar atrelados à ética e à humanização, o conceito de educação se amplia e se aprofunda ainda mais. A Psicologia tem o dever de participar ativamente na educação, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A educação é o alicerce para a melhoria das condi- A Psicologia, que tanto lutou para superar a imagem de ser uma área nebulosa para ser considerada uma ciência, é portadora hoje de conhecimentos que podem contribuir para o enfrentamento de inúmeros desafios do processo ensino-aprendizagem. E é esta a expectativa da sociedade, que se coloca frente ao psicólogo com uma demanda urgente de propostas para uma realidade educacional intrincada e, muitas vezes, em situação de desamparo. Apesar de todos os avanços, nossa classe profissional ainda caminha com oscilações em alguns aspectos. A realidade é que, nós psicólogos, ainda temos um longo percurso na busca de estratégias e propostas de alcance mais amplo do que aquele com que tradicionalmente temos nos envolvido. Conseguimos vencer barreiras e preconceitos quanto ao trabalho com o indivíduo e sua subjetividade, estabelecendo a credibilidade que respalda a competência do psicólogo como profissional; ampliamos nosso saber e nosso fazer para grupos e sistemas maiores, organizações, empresas e instituições, e somos reconhecidos por isto. Nosso desafio atual é o preparo e a qualificação para demandas socialmente ainda mais amplas. A atuação em Políticas Públicas, nossa mais recente conquista, requer o contato e o envolvimento com questões culturais, sociais, antropológicas, além de pensamento estratégico. Pensamento este que somos instados a desenvolver e a utilizar ao mesmo tempo, deixando pouco espaço para hesitações ou falta de objetividade. É o desafio/ oportunidade com que nos defrontamos atualmente, e que necessita foco de ação e intensos esforços de nossa classe profissional. contato 21 Ao definir o ano de 2008 como o Ano da Educação, o CFP abriu a oportunidade para que a Psicologia Escolar/ Educacional dê passos firmes na direção da consolidação de algumas propostas. O aprofundamento das discussões sobre a política educacional brasileira visa qualificar o psicólogo, técnica e politicamente, para melhor compreender a complexidade do sistema educacional atual, tendo em vista o aperfeiçoamento da atuação profissional na área da educação. A inserção dos psicólogos em diferentes espaços educacionais, a sua participação na construção das Políticas Públicas de Educação e de outras políticas intersetoriais, bem como a organização da categoria para atuar em movimentos de controle social, deve estar contemplada pelos princípios do compromisso social, dos direitos humanos e do respeito à diversidade enquanto fundamento para uma efetiva inclusão social. Quatro eixos de discussão estão colocados em pauta pelo CFP: 1) Psicologia, Políticas Públicas Intersetoriais e Educação Inclusiva; 2) Políticas Educacionais: legislação, formação profissional e participação democrática; 3) Psicologia e Instituições Escolares e Educacionais e 4) Psicologia no Ensino Médio. Para fundamentar o debate sobre cada um destes eixos, o CFP oferece uma cartilha com textos geradores, escritos por profissionais reconhecidos em suas áreas de atuação. No eixo temático 1 - Psicologia, Políticas Públicas Intersetoriais e Educação Inclusiva, serão debatidos temas desenvolvidos por psicólogos, em escolas ou em outras instituições de educação, que abordem a temática da educação inclusiva e sua interface com Políticas Públicas, em especial as de educação, saúde e assistência social. Por educação Inclusiva, entendemos como práticas que fortaleçam a luta por uma educação que cumpra o seu caráter público, universal e de qualidade para 22 contato todos, que tenha como referências aqueles que têm sido excluídos dos sistemas de ensino, negros, meninas, homossexuais, pessoas com deficiência, índios, populações em situação de rua, adolescentes autores de ato infracional, crianças e jovens com dificuldades no processo de escolarização vinculados ou não a causas orgânicas, superdotados (CFP/2008). O texto gerador, do eixo 1, da autoria de Cristina Maria Carvalho Delou, conclui da seguinte forma: Psicólogos e Psicólogas, é hora de construirmos e divulgarmos referências técnicas e políticas para a nossa atuação no campo escolar/ educacional. Nosso aperfeiçoamento profissional depende de compreendermos a complexidade do sistema educacional brasileiro para atuarmos em prol da inclusão social de todos. O eixo temático 2 - Políticas Educacionais: legislação, formação profissional e participação democrática , trata de temas relacionados à inserções e às participações de psicólogos no âmbito das Políticas Públicas em espaços consultivos e deliberativos, tais como fóruns, redes sociais e conselhos, além do Legislativo, acompanhando e propondo ações junto a deputados e vereadores, visando, também por meios de projetos de lei, contribuir para uma democracia participativa na educação. A presença do psicólogo nesse campo deve resguardar a dimensão do compromisso social e da qualificação técnica e política para o exercício profissional. As autoras do texto gerador do eixo 2, Marilene Proença Rebello de Souza e Marisa Lopes da Rocha, apontam algumas dificuldades quanto à implantação de Políticas Públicas em educação, tais como: a) a manutenção de formas hierarquizadas e pouco democráticas de implementação das políticas educacionais; b) a desconsideração da história profissional e política daqueles que fazem o dia-a-dia da escola; c) a implantação de políticas educacionais sem a necessária articulação com a devida infra-estrutura para sua real efetivação; d) a manutenção de concepções a respeito dos alunos e de suas famílias, oriundos das classes populares, que desqualificam parcela importante da população para a qual estas políticas são dirigidas; e) o desconhecimento das reais finalidades das políticas educacionais implementadas pelos próprios educadores; f) o aprofundamento da alienação do trabalho pedagógico e a busca quase desumana de significado e de sentido pessoal (SOUZA, 2006). Concluem afirmando que, para que o psicólogo atue no campo da educação, é fundamental conhecer como as políticas são implantadas, as questões postas pelos educadores com relação às concepções e perspectivas e as condições de trabalho para sua implementação. O eixo temático 3 - Psicologia e Instituições Escolares e Educacionais, inclui temas oriundos de práticas desenvolvidas por psicólogos em instituições escolares e educacionais, nos seus diversos contextos formais ou informais. Envolve a atuação do psicólogo junto aos alunos, suas famílias, educadores e demais profissionais ligados à educação que recorreram à Psicologia como forma de contribuir para que a escola ou instituição educacional seja um espaço democrático de acesso ao saber culturalmente instituído e da produção de novos saberes. A autora do texto gerador, Raquel Guzzo, afirma que a formação cada vez maior de psicólogos no país, ainda preponderantemente para a atuação clínica, dificulta a inserção efetiva do profissional nestes espaços e acaba por impedir que a relação – teoria e prática – deixe de produzir avanços para a realidade de uma maioria de crianças e adolescentes que vivem sua escolaridade na rede pública. Raquel aponta que tem sido muito difícil programar qualquer intervenção com os problemas gerados nos contextos educativos quando se avalia a situação sem estar participando do cotidiano destes espaços. O papel de diagnosticar e encaminhar ou tratar, caso a caso, em um modelo de atuação que prioriza o indivíduo isolado de seu contexto de desenvolvimento, traz conseqüências desastrosas na satisfação das necessidades da população em relação a este serviço, sejam professores, equipe de direção da escola pais ou estudantes. O eixo 4 - Psicologia no Ensino Médio, refere-se às experiênci6as de professores de Psicologia cuja atuação profissional focalize novas propostas curriculares, projetos ou ações institucionais comprometidos com a democratização das relações escolares e do Ensino. Defende que urge ratificar a importância do ensino da Psicologia no Ensino Médio ao oferecer para os estudantes fundamentos que lhe permitam compreender as diferentes dimensões da subjetividade, os processos de constituição do sujeito em uma sociedade, ampliando e consolidando assim, uma educação humanizada e com compromisso social. O objetivo último do ensino da Psicologia no Ensino Médio é contribuir para a formação crítica, autônoma e ética da juventude brasileira. A Psicologia se insere hoje no enfrentamento de grandes dilemas nacionais, como a questão da maioridade penal, dos direitos da infância e da juventude, da superação dos preconceitos, tanto no campo educação, como na dimensão do trabalho e da vida social em geral. É nesta perspectiva que as entidades representativas da Psicologia de todo o país lutam pela inclusão da Psicologia no currículo do Ensino Médio. As autoras do texto gerador deste eixo, Ângela Fátima Soligo e Roberta Gurgel Azzi, defendem que “a volta da Psicologia Ensino Médio, juntamente com as demais ciências humanas, pode representar uma importante mudança de paradigma de formação dos adolescentes e jovens brasileiros, na perspectiva de superação do ensino tecnicista que marca essa etapa da escolaridade, e de formação humana que mire à autonomia, à criatividade, à diferença compreendida e vivida para além do preconceito, das rotulações, da hostilidade. Marca, assim, um espaço significativo e relevante da Psicologia no cenário educativo”. Finalizando, como afirma Raquel Guzzo, pensar politicamente o sentido e o papel do psicólogo em contextos educacionais é uma tarefa de imensa importância que não somente deve afetar a posição dos profissionais nos postos de trabalho, mas, prioritariamente, contribuir para o avanço da construção de uma ciência e uma profissão comprometida com as massas. Dados oficiais que retratam o perfil do psicólogo brasileiro mostram ainda o conservadorismo da profissão, seu posicionamento apolítico e a quase total inoperância diante dos problemas sociais vividos pela população brasileira. O consultório particular, o atendimento individualizado, e a idéia de que o problema é centrado no indivíduo e não focado nos seus contextos imediatos e mediados de relações, ainda são a marca da profissão e da área do conhecimento. Com estas dificuldades, nossos limites se acentuam. Não estamos nas redes públicas de educação, a não ser em raríssimas exceções e de forma ainda bastante precarizada. Não conhecemos a fundo as políticas educacionais – é preciso conhecê-las. Não participamos dos fóruns políticos em que a comunidade de educadores em esforço vigilante, porém com desgastes enormes, empreendem para a tentativa de melhorar a dinâmica destes espaços – é preciso participar de fóruns políticos. Não participamos – ou pouco participamos - , enfim da vida que pulsa dentro dos espaços educativos. Isto tem uma conseqüência – mantemos o ciclo de formação e profissionalização dos psicólogos fora destes espaços de trabalho! É preciso buscar fundamentos críticos para a construção de um conhecimento psicológico comprometido com a realidade da escola brasileira, avaliar dimensões psicossociais de comunidades e indivíduos situados historicamente, compreender as redes de apoio, suportes e equipamentos públicos e privados que sustentam as ações comunitárias e a dinâmica dos movimentos sociais presentes em determinados espaços geográficos – quem são e como vivem estudantes, professores, pais e gestores das ins- tituições de ensino e sua comunidade. Sem um conhecimento profundo e fundado na realidade, corremos o risco de que as intervenções resultem na manutenção do estado das coisas e revelem um antagonismo sobre a presença do psicólogo nas escolas. É dentro destas perspectivas que todos nós, psicólogos, somos instados a participar destes debates. É a hora de unirmos nossas forças e dizermos a que viemos. Este é o momento de abraçarmos essa causa e nos comprometermos com a educação de qualidade para todos. É preciso que nos posicionemos como profissionais fundamentados, competentes e capazes de intervir significativamente na realidade que se apresenta. Fica feito o convite a todos os psicólogos para a participação na discussão dos eixos temáticos propostos. 3 Referencias Cartilha do Ano da Educação - CFP - 2008 contatoentrevista ECA: 18 anos, mas ainda um longo caminho a ser trilhado. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 18 anos em 2008. Apesar da conquista de sua maioridade, muito ainda não é cumprido da Lei 8.069 de 1990 e inúmeros profissionais, de várias áreas, dentre elas da Psicologia, não sabem o que consta no ECA. Para falar sobre a responsabilidade do psicólogo, principalmente o que trabalha com crianças e adolescentes, em saber sobre o Estatuto, a revista Contato entrevistou a psicóloga Anaides Pimentel da Silva Orth*. Ela já trabalhou com adolescentes infratores, entre 1982 e 1990, e conta sobre a importância do ECA para a sociedade de uma forma geral, e a necessidade do psicólogo estar a par da lei para poder respaldar o seu trabalho. Revista Contato: O que é o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)? Anaídes Pimentel da Silva Orth: O estatuto (Lei 8069/1990) regulamentou as conquistas em favor da criança e do adolescente, expressas no artigo 227 da Constituição Federal de 1988, adotando a chamada Doutrina da Proteção Integral, cuja premissa básica afirma que a criança e o adolescente devem ser vistos como pessoas em desenvolvimento, sujeitos de direitos e destinatários de proteção integral. Além disso, reforça a prioridade absoluta que deve ser dada a esta população, conforme já disposto na Constituição. O Estatuto também traduziu as diretrizes do artigo 204 da Constituição, que define a descentralização político-administrativa e a participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle 24 contato das ações em todos os níveis – Federal, Estadual e Municipal - para as ações na área da assistência social, ou seja, o Estatuto garante em seus artigos os direitos e deveres de cidadania às crianças e aos adolescentes, determinando ainda a responsabilidade dessa garantia aos setores que compõem a sociedade, sejam estes a família, o Estado ou a comunidade. Ao longo de seus artigos e capítulos, o ECA discorre sobre as políticas referentes à saúde, educação, cultura, esporte, entre outros, além de regulamentar as questões relacionadas à adoção e tutela. Outras questões importantes explicitadas no Estatuto referem-se às entidades que prestam atendimento infanto-juvenil, aos crimes contra a criança e o adolescente, bem como aos adolescentes autores de atos infracionais. Em relação a este último - o adolescente em conflito com a lei - o ECA remete, entre outras coisas, ao desenvolvimento da noção de responsabilidade social nos jovens e a análise do vínculo estabelecido com a infração, como forma de criar condições para sua reinserção social. Diferentemente do Código de Menores, o Estatuto não prevê apenas as medidas socioeducativas para o adolescente que cometeu infração, mas prevê também medidas de proteção para aqueles que tiveram seus direitos violados ou ameaçados. Por fim, não se pode deixar de mencionar a previsão da criação dos Conselhos Tutelares em todos os municípios, com a atribuição de zelar pelo cumprimento dos direitos definidos na lei. Contato: Após 18 anos de sua criação, ele ainda não é cumprido integralmente. Por quê? Anaides Pimentel da Silva Orth* Anaídes: O Estatuto é considerado por muitos Juristas como a lei mais bela e completa do mundo, e mesmo sendo referência mundial em termos de legislação destinada à infância e adolescência, ele ainda precisa ser compreendido por todos os seguimentos da sociedade de maneira legítima (muitos educadores, profissionais e familiares se queixam de que o Estatuto só deu direitos e não deveres). Retomo a época em que eu trabalhava com adolescentes infratores, entre 1982 e 1990, quando participei de um grupo de trabalho sobre o “menor em situação irregular”, juntamente com outros profissionais de outras instâncias, como Ministério Público, Tribunal da Justiça, Secretaria da Segurança Pública e Profissionais do Governo Estadual e Federal. Já naquela época, o Estado do Paraná saiu na frente construindo um serviço de triagem integrado com todos os setores responsáveis pelo atendimento da criança e do adolescente. Muito já mudou, mas o caminho deve continuar sendo trilhado pela sociedade civil (no qual se inclui os psicólogos) e pelo Estado, a fim de que os fundamentos sejam vivenciados e cumpridos cotidianamente. O não cumprimento Integral do ECA se justifica por várias razões. É uma mudança muito grande. Antes do ECA, as políticas não eram dirigidas ao conjunto da população infanto-juvenil, mas apenas aos “menores em situação irregular” (crianças abrigadas, menores infratores). Com a promulgação do ECA, houve uma verdadeira transformação paradigmática no plano jurídico-legal e assistencial, que passou a se basear, especificamente, na definição das medidas socioeducativas e nas medidas de proteção, tendo a doutrina da proteção integral como princípio. Muitos passos foram dados na busca da efetivação do ECA, mas ainda resta um longo caminho a ser percorrido. A maior preocupação do Estado com as políticas sociais básicas e o desengessamento da mentalidade dos agentes envolvidos na dinâmica do Estatuto, podem auxiliar na eficácia plena dele, bem como a integração das Políticas Públicas. Cabe a nós profissionais de todas as áreas ajudar no cumprimento do atendimento integral à criança como pessoa de direito, para isso, precisamos ser partícipes das discussões e elaborações para dar cumprimento às Políticas Públicas. Contato: Na plenária de novembro de 2008, surgiu uma discussão a respeito do desconhecimento do ECA pelos psicólogos, principalmente pelos profissionais que atendem crianças e adolescentes. É verídico esse desconhecimento? Anaídes: Olha, penso ser injusto dizer que todos os psicólogos desconhecem o ECA, pois existem muitos colegas que trabalham na área da criança e do adolescente e lutam pelo seu cumprimento. Agora, precisamos dizer que o Estatuto traz em seus artigos a integralidade no atendimento da criança e do adolescente, e sabemos que nem todas as instituições públicas ou mesmo serviços privados que atendem esta clientela, os atendem em sua integralidade. Por isso é importante a equipe interdisciplinar, com profissionais das áreas de Psicologia, Medicina, Assistência Social, Pedagogia, entre outras. Porém, muitas vezes o fato do serviço estar vinculado à produção de laudos, pode gerar um distanciamento da criança/adolescente com a equipe, já que estes laudos são produzidos para o Juiz, contribuindo no andamento do processo. Penso que nós psicólogos temos que estar muito atentos a esta situação, pois temos o nosso código de ética a cumprir e também precisamos conhecer o ECA, já que uma avaliação psicológica da criança e do adolescente precisa respeitar tanto a ética profissional quanto a legislação nacional. Contato: Que medidas precisariam ser tomadas para que os psicólogos tenham conhecimento sobre o ECA? Anaídes: Penso numa medida bem simples. Que as Instituições de Ensino (Graduação, pós- graduação e formação de curso da área) coloquem em seus currículos disciplinas e módulos sobre as Políticas Públicas e que os Conselhos das Categorias criem ou mantenham Comissões e Grupos de Estudos sobre elas. Um grande campo de trabalho para o Psicólogo está nas instituições governamentais e não-govermanentais que trabalham com as Políticas Públicas. Contato: Os psicólogos de que área precisam ter conhecimento sobre o ECA? Anaídes: Todas as áreas precisam. Na clínica é super importante porque você atende a criança, o adolescente e a família. O Estatuto estabelece o atendimento integral da criança e do adolescente e a inclusão em programas comunitários ou oficiais de auxílio à família. Ainda há muitos profissionais que pelo fato de atuarem em consultório privado entendem que não estão submetidos ao ECA, o que é um engano. Na organizacional é preciso saber a legislação sobre o direito à profissionalização, os programas do trabalho aprendiz e outros aspectos deste tema expresso na Lei. Por fim, na escolar, é imprescindível que o psicólogo que trabalha nesta área conheça muito bem o Estatuto. A criança e o adolescente estão bem amparados em seus direitos na educação. Assim, vemos que praticamente em todas as áreas de atuação, em algum momento, será importante o psicólogo conhecer o Estatuto. Contato: Existem pontos-chave do Eca de conhecimento imprescindível para os psicólogos? Anaídes: O ECA é uma lei completa e integrada, é preciso conhecê-la no geral e sempre pesquisar os aspectos – artigos - daquele tema que o profissional está estudando e atuando. Penso que uma Lei precisa ser sempre consultada. É importante saber que a Lei existe e que é um instrumento legal do nosso trabalho. Hoje existem muitos artigos acadêmicos e livros sobre o ECA, é importante buscá-los e estudá-los. Penso que todos psicólogos precisam conhecer o ECA, especialmente os que atendem esta clientela. Em todos os espaços: bibliotecas, Secretarias da Criança e do Adolescente, fóruns, outras secretarias, internet, universidades, dentre outros, encontramos materiais sobre o ECA. Os psicólogos devem buscar se informar, fazer parte desse movimento pela transformação do tratamento dado à criança e ao adolescente. Passando de um tratamento de opressão, com desrespeito aos seus direitos, para o de cidadão de direitos exigíveis em lei. Direito à vida e à saúde, direito à liberdade, ao respeito e à dignidade, direito à convivência familiar e comunitária, direito à educação, à cultura e ao lazer e direito à profissionalização e proteção no trabalho. *Anaides Pimentel Da Silva Orth - (CRP-08/1175) – Psicóloga, Mestre em Psicologia, especialista clínica e hospitalar, formação em Psicodrama terapêutico, Especialista em Terapia Familiar ,Dependência Química e Eduacação Especial, Formação em Terapia Cognitiva-Comportamental, professora de curso de pós-graduação, supervisora clínica e institucional, psicóloga do Centro Psiquiátrico Metropolitano (C.P.M) da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (SESA) e atualmente Conselheira presidente da Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) do CRP-08. 3 matériacontato XIII Encontro Paranaense de Psicologia: temática abrangente e troca de experiências Promover troca de experiências e a discussão de diversos temas da área da Psicologia. Com esses objetivos o CRP-08 promove, de 10 a 13 de junho, em Curitiba, o XIII Encontro Paranaense de Psicologia. O evento vai acontecer no Hotel Pestana e reunir estudantes, profissionais de Psicologia e de outras áreas. São esperados cerca de 500 participantes provenientes de várias regiões do Paraná. 4Organização A presidenta do XIII EPP, a psicóloga Maria Joana Mäder (CRP-0801899), que é referência nacional na área de Neuropsicologia, destaca que a comissão organizadora do evento está procurando “acolher as sugestões de vários profissionais e membros do CRP de modo a construir um temário abrangente e ao mesmo tempo integrado. temos por objetivos: promover ‘o encontro’ de psicólogos de diferentes áreas e discutir temas atuais”. 4Conferências Vários conferencistas, que são referências em diversas áreas da Psicologia, já estão confirmados para o evento. Entre eles: 26 contato 4Fernando Luis González Rey, psicólogo graduado pela Universidad de La Habana - Cuba, Pós-doutor em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Academia de Ciências de Moscou. Premio Interamericano de Psicologia (1991), professor titular do Centro Universitário de Brasilia (UNICEUB). Tema: Produção do conhecimento na Psicologia. 4Leôncio Camino, professor titular da Universidade Federal da Paraíba nos Programas de Pós-graduação em Direitos Humanos e em Psicologia Social, que vai abordar o tema: “Direitos Humanos”. 4Márcia de Alencar Araújo Matos, Psicóloga, coordenadora do Programa de Fomento às Penas Alternativas, do DEPEN Nacional – Ministério da Justiça. Tema: Desafios da Psicologia na Justiça. 4 Nélio Pereira da Silva, Psicólogo (CRP-08/00016), doutorando em Ciências Psicológicas da Universitè de Liège – Bélgica, é psicoterapeuta, trabalhando, principalmente, nos seguintes temas: arquétipo, individuação, psicologia analítica, mitologia e self. Falará sobre Psicoterapia. 4Mini-cursos Alguns dos temas dos mini-cursos são os seguintes: Psicologia Hospitalar, História da Criança, Diagnóstico, Coaching, Esporte, Gestão da Intuição, Políticas Públicas – SUS e SUAS, Oficina de Memória, Pesquisa Qualitativa e Perícia. 4Apresentação de trabalhos Interessados em apresentar trabalhos no evento deverão inscrevê-lo até o dia 10/04, seguindo as normas que estão disponíveis no site: www.crppr.org.br. 4Expectativa Segundo a presidenta do XIII EPP, a expectativa da comissão organizadora é de que os profissionais paranaenses “não só compareçam ao encontro com o objetivo de saber mais sobre a sua área de atuação, mas, também, entrem em contato com outras áreas da Psicologia que estão evoluindo atualmente. O XIII EPP quer se consolidar como um espaço de discussões e troca de informações entre os Psicólogos do Paraná. Estão todos convidados”. Outras informações sobre o evento estão disponíveis no site do CRP-PR. 4Inscrições As inscrições podem ser feitas no site do CRP (www.crppr.org.br). Os valores das inscrições serão os seguintes: 4Para as efetuadas até o dia 31/03: R$ 180,00 para Psicólogos; R$ 142,00 para estudantes e R$ 228,00 para outros profissionais; 4Para as efetuadas de 1º a 30/04: R$ 190,00 para Psicólogos, R$ 150,00 para estudantes e R$ 240,00 para outros profissionais. 4Para as efetuadas de 1º/05 até a data do evento: R$ 200,00 para Psicólogos, R$ 157,00 para estudantes e R$ 252,00 para outros profissionais 4Histórico O primeiro Encontro Paranaense de Psicologia, promovido pelo CRP-08, aconteceu em agosto de 1987, em Foz do Iguaçu. Desde então, os encontros vêm acontecendo periodicamente em várias cidades do Estado. Apenas houve um intervalo de cinco anos entre o IX EPP, em 1997, e o X EPP, em 2002. Isso se deve à realização do Encontro Sul-Brasileiro de Psicologia, promovido em agosto de 2000, em Curitiba. Este evento reuniu os CRPs do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Como não houve mais a mobilização conjunta dos Estados, o CRP-08 retornou com o Encontro Paranaense. 3 4I EPP - Foz do Iguaçu em 1987 4II EPP - Foz do Iguaçu em 1988 4III EPP - Curitiba em 1989 4IV EPP - Londrina em 1990 4V EPP - Maringá em 1991 4VI EPP - Curitiba em 1992 4VII EPP - Foz do Iguaçu em 1994 4VIII EPP - Paranaguá em 1995 4IX EPP - Foz do Iguaçu em 1997 4X EPP - Curitiba em 2002 4XI EPP - Londrina em 2004 4XII EPP - Maringá em 2006 4XIII EPP - Curitiba em 2009 contato 27 Você que é Psicólogo, o que acha? Fotos: edmondo dantes O Psicólogo nas relações sociais está sempre servindo como referência ou modelo de atitudes e comportamentos. Em muitas ocasiões, nas relações informais ouvimos o seguinte comentário: - “Você que é psicólogo, o que acha? Sendo que o interlocutor espera sempre uma resposta coerente e de acordo com os padrões de boa convivência da sociedade, assim como em outras profissões, por exemplo: medicina - em que a sociedade cobra da classe médica estar em boas condições de saúde, ou do professor de educação física, que deve ter um corpo perfeito para ser considerado bom profissional, também na Psicologia se fazem as mesmas cobranças. Essas cobranças são adequadas se dizem respeito ao dia-a-dia profissional. O psicólogo deve ser a pessoa mais equilibrada numa equipe multidisciplinar para auxiliá-la a perceber as dificuldades existentes. Também deve em suas relações, principalmente com o paciente, considerar alguns procedimentos éticos relevantes, como não fazer confidências sobre sua vida pessoal, não propor programas particulares ou atender outras pessoas do mesmo círculo de relações do paciente (amigos, parentes, entre outros). Como exemplo destas atitudes, vamos analisar um dos itens do Código de Ética Profissional do Psicólogo, sobre as Responsabilidades dos Psicólogos, art. 1º, “b) Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente”. O que acontece, às vezes, é uma confusão no papel do psicólogo em relação ao seu paciente, apesar do psicólogo na sua vida pessoal ter conhecimento e fazer parte de grupos religiosos, por exemplo, a religião não faz parte das técnicas que o psicólogo utiliza no seu trabalho profissional, ela deve ser considerada no histórico do seu paciente, mas não deve ser considerada a técnica de tratamento. O psicólogo ao oferecer seus serviços aliados à religião, pode confundir os pacientes sobre a natureza específica de sua atividade profissional. E ao mesmo tempo, quando convida essas pessoas para iniciar processo terapêutico a partir desse clima e ambiente, caracteriza a religião como pertencente às tarefas e atividades do psicólogo, o que não procede. É importante estar claro ao exercício Colunaética profissional as técnicas, recursos e procedimentos utilizados da Psicologia, e não outros temas, como religião, que não fazem parte da atividade profissional. Alguns podem questionar: - “O psicólogo então não pode ter religião ou crença?” - É claro que pode e deve, faz parte da formação de sua personalidade, porém não deve confundir seu paciente utilizando a religião no procedimento terapêutico ou tentar convertê-lo a sua religião. Somos, além de profissionais, humanos e sujeitos a erros, aliás como diz o ditado “ninguém é perfeito”, porém na realização de nossas tarefas cotidianas de trabalho, devemos nos empenhar em ter bom senso e discernimento ético em benefício do ser humano que depositou a confiança em nossas mãos. 3 Márcia Regina Walter (CRP-08/02054) Presidente da Comissão de Ética do CRP-08 Caso tenha alguma dúvida em relação à conduta ética profissional, escreva para a coluna Ética Profissional, que a Comissão Permanente de Ética responderá suas dúvidas. conselhoética Edital de Censura Pública O Conselho Regional de Psicologia - 8a Região, em obediência ao disposto na Lei no 5.766/71, Decreto no 79.822/77 e Código de Processamento Disciplinar, pelo presente Edital, torna pública a decisão deste Conselho Regional de Psicologia 8ª Região juntamente com Conselho Federal de Psicologia, no Processo Ético Disciplinar no 005/2006, em aplicar a pena de CENSURA PÚBLICA a Psicóloga ROSANGELA LUPATINI ABOU FARES CRP-08/06891 por infração ao seguinte artigo do Código de Ética Profissional dos Psicólogos: Artigo 2º - Ao psicólogo é vedado: alínea h “Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas”. Curitiba, 15 de dezembro de 2008. Psic. João Baptista Fortes de Oliveira CRP-08/00173/Conselheiro Presidente do CRP-08 28 contato contato agenda INTERCEF PROMOVE CURSOS PARA 2009: Curso de Terapia Individual e Familiar Sistêmica Destinado a psicólogos. Início: 28 de março (um sábado por mês) Curso de Terapia de Casal Destinado a psicólogos. Início: 21 de março (um sábado por mês) O GRUPO PSICOSAÚDE OFERECE: Curso de Psicologia Hospitalar e Curso de Psicologia Hospitalar com Ênfase em UTI – módulo II - Hospitais: Vita Curitiba e Vita Batel Início: Março /2009 -Informações: (41) 9971-4408 e-mail: [email protected] site: www.psicosaude.com.br QUALITÀ - AVALIAÇÕES PSICOLÓGICAS E TREINAMENTO LTDA. Agenda de Cursos: 02 e 03.03.09 – Teste Palográfico/ 13.03.09 – Curso de Av. Psicológica em Joinville/ 21.03.09 – Curso de Formação em Av. Psicológica – Curitiba/ 26 e 27.03.09 – Av. de Personalidade Infantil – Testes das Fábulas/ 28.03.09 – Avaliação Infantil – Teste Gestáltico Viso-Motor de Bender/ 04.04.09 – Av. Psicológica no Contexto da Segurança Privada Diretora - Profª Adriane Picchetto Machado (CRP-08/2571) Endereço: R. Constantino Marochi, 438 – Loja 02 – Curitiba - PR Fone: (41) 3353-2871/ E-mail – [email protected]/ www.qualitapsi.com.br A FTSA está com as inscrições abertas para os cursos de Pós-Graduação - Especialização: Aconselhamento Familiar, Formação em Terapia de Casal e Família, Aconselhamento Hospitalar e Domiciliar, Psicoterapia Comportamental Infantil, bem como o curso de Atualização em Dinâmica de Grupos, Leitura Corporal Sistêmica. Para 2009, na área teológica e religiosa, serão lançados os cursos de Especialização: Psicologia Pastoral e Ensino Religioso. Mais informações: (43) 3371-0200. [email protected]. www.ftsa.edu.br/ifamilia CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM TERAPIA RELACIONAL SISTÊMICA Coordenação: Ednara Neves Flores - CRP 08/06965-6 Data de Início: 28 Fevereiro Horário: das 9:00h às 12:00h Inscrições Abertas. Vagas Limitadas. Informações e Inscrições: (45)3223.4065/ 9125.5940 E-mail: [email protected] Local: Rua Minas Gerais nº2061, Ed. Day Saúde - 6º andar, sala 602. Cascavel - PR. I SIMPÓSIO SUL-BRASILEIRO DE PSICOLOGIA JURÍDICA Realização: PROJECTO Data: 17 a 18 de abril de 2009 Informações: www.projecto-psi.com.br / (51) 3330-4000 / (51) 3019-1120 e-mail: [email protected] Local: Hotel Continental Cidade: Porto Alegre - RS CURSOS EM AVALIAÇÕES PSICOLÓGICAS/ 2009 - Coordenação Paulo Vaz-CRP-08/03118 Cursos de testes psicológicos: ZULLIGER dias 8, 15, 22 e 29 de março; PMK dias 14 e 28 de março de 2008; PLG dias 11 e 12 de abril; PFISTER - dias 25 e 26 de abril. - Informações: Rua Nunes Machado, 472- sala 702 - Centro Curitiba-PR. - Fone: (41) 33235344- celular:(941) 91128187e-mail: [email protected]. CURSO DE FORMAÇÃO EM GESTALT-TERAPIA Módulos Avançados - Datas: a partir de Março/2009 Duração total da formação: Três anos - 240 horas Direcionado a Psicólogos e estudantes a partir do 3º ano. Coordenadoras - Guisela Schmidt (CRP-08/2586) e Sonia Maria da Nova Cruz (CRP-08/1758) - Informações: (41) 3244-5384 com Guisela ou (41) 3026-4384 com Ana. - Local: Av. Sete de setembro, 5.388, 8º andar - cj 804 - Batel - Curitiba - PR. PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICANÁLISE O Somay Instituto de Ensino, de Londrina, vai promover, a partir de março, o curso de Pós-graduação em Psicanálise. Início: 20/03/2009 Carga-horária: 360 h Aulas: sextas-feiras à noite e sábado manhã e tarde Outras Informações: www.somay.com.br ou pelo telefone: (043) 3324-2235. CURSO DE FORMAÇÃO EM LUDOTERAPIA Psic. Eliana Paciornik Galbinsky - CRP-08/00070 Início: Março de 2009/ Duração 2 anos Informações (41) 3222-2514 à tarde/ (41) 9951-0468 Site: www.cursodeludoterapia.com.Br Local: Rua Voluntários da Pátria, nº 475 - 12ºandar – conj. 1212 Centro - Curitiba-PR XIV ENCONTRO PARANAENSE E IX CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS Data: de 01 a 03/05/2009 Local: Hotel Pestana- Curitiba Inscrições: pelo site: www.reichiano.com.br Responsáveis: Psic. José Henrique Volpi - CRP-08/3685 e Sandra Mara Volpi - CRP-08-5348 - Informações: Centro Reichiano - (41) 3263-4895 ou www.centroreichiano.com.br -Cidade: Curitiba/PR INSTITUTO PARANAENSE DE GESTALT CLAUDETE CARBONI CURSO DE FORMAÇÃO EM GESTALT-TERAPIA Duração : 2 anos/ Carga Horária : 360 h, com encontros quinzenais de 8 h, aos sábados -Início: Março de 2009 - Público-alvo : Psicólogos e estudantes de Psicologia (a partir do quarto ano) Investimento: 24 parcelas fixas de R$ 250,00 Informações : (41) 3244-9993, com Valquiria Pereira (CRP-08/02057) www.gestaltpr.com.br Local : sede do IPG - Rua Padre Anchieta, 2690, sala 05 – Curitiba-PR Para anúnciar na Agenda da Revista entre em contato com a comunicação do CRP-08 PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO A Faculdades Integradas San Martin – FISAN – de Curitiba, está com inscrições abertas para o curso de Pós-graduação em Psicologia Organizacional e do Trabalho. - Início das aulas: 30/03/2009 Carga-horária: 360 horas (aulas terças e quintas-feiras das 19 às 22 h) Outras informações: 41-3079-6181 ou pelo site www.sanmartinbr.com [email protected] contato 29 inscritos novos inscritos de dezembro e janeiro Yascara C. Viriato Botelho - CRP-08/13986 Livia dos Santos Paula - CRP-08/13987 Idalina Modesto Pedrosa - CRP-08/13988 Aline V. Casarolli Pinto - CRP-08/13989 Maria A. de A. Misurelli - CRP-08/13996 Isis Schnabel de Freitas - CRP-08/13997 Rafaella M. C. Wotecoski - CRP-08/13998 Cristiane L. Moraes e Silva - CRP-08/13999 Tatiane Mesquita - CRP-08/14000 Luciene Rocha V. da Silva - CRP-08/14001 Mariana A. de Paula Xavier - CRP-08/14002 Nathalia Rech dos Santos - CRP-08/14003 Patricia Daniele R. Ribeiro - CRP-08/14004 Karla Hilgenstieler - CRP-08/14005 Tatiana C. K. Rodrigues - CRP-08/14006 Karen de A. Barros Morão - CRP-08/14007 Fernanda Rissatto Saad - CRP-08/14008 Maria da Gloria de Paula - CRP-08/14009 Juliene Cordeiro Couto - CRP-08/14010 Everli Moreira Feustel - CRP-08/14011 Felipe Correa Guandalini - CRP-08/14012 Bianca Cristine Ruppel - CRP-08/14013 Marlon Reikdal - CRP-08/14014 Nereu Souza Novais Filho - CRP-08/14015 Michel Alexandre Fillus - CRP-08/14016 Naira A. do Nascimento - CRP-08/14017 Jussânia Cristina Schuster - CRP-08/14018 Herica Rebello - CRP-08/14019 Cintya Figueiredo Fontana - CRP-08/14020 Ariana Mamcarz - CRP-08/14021 Rosana Deconto - CRP-08/14022 Graceliz Maria Plocharski - CRP-08/14023 Cintia Homrich Motta - CRP-08/14024 Fernanda Graciele de Lara - CRP-08/14025 Pedro G. Basso Machado - CRP-08/14026 Gabriela Schroeder - CRP-08/14027 Jaqueline G. Borkowski - CRP-08/14028 Aldemar Balbino da Costa - CRP-08/14029 Ligia Pestana de Gouveia - CRP-08/14030 Leticia Girata Graczkowski - CRP-08/14031 Ana Carolina K. Bittencourt - CRP-08/14032 Jocimara Teixeira Nogueira - CRP-08/14033 Michelli Duje - CRP-08/14034 Luciana Cassarino Perez - CRP-08/14035 Cristiane C. Dias Turkot - CRP-08/14036 Maria Cristina Kloster - CRP-08/14037 Clarice Ebert - CRP-08/14038 Mariana Moro Ramires - CRP-08/14039 Karina Cervi Santos - CRP-08/14040 Walter D. Vieira Prestes - CRP-08/14041 Alessandra Batista - CRP-08/14042 Rosa Maria Vieira Hupfer - CRP-08/14043 Claudia Carvalho - CRP-08/14044 Alessandra Franco Bressam - CRP-08/14045 Pamela A. C. de Campos - CRP-08/14046 Jaqueline da Silva Kruger - CRP-08/14047 Luciana I. de Almeida Trad - CRP-08/14048 Maria Geny Ribas Batista - CRP-08/14049 Daniel M. do Nascimento - CRP-08/14050 Daniel J. Ribeiro de Souza - CRP-08/14051 Erica Meleiro Talarico - CRP-08/14052 Andre Davi Eberle - CRP-08/14053 Thatiane Pontes de Oliveira - CRP-08/14054 Michelle Glaser Jakobi - CRP-08/14055 Faustina Borsato - CRP-08/14056 Tania Beatriz Voss - CRP-08/14057 Sonia Regina Santos Gusso - CRP-08/14058 Anna C. Moreschi Valente - CRP-08/14059 Jaqueline de Faria Almeida - CRP-08/14060 Ivanete L. da Silva Camara - CRP-08/14061 Leandro Sonda - CRP-08/14062 Moacir Lense - CRP-08/14063 Fabiano Lucio Potier - CRP-08/14064 30 contato Maria Rita da Silva Drula - CRP-08/14065 Mariana F. B. Monteiro - CRP-08/14066 Silvana Luzia Kern - CRP-08/14067 Rafaela Mayer de Moraes - CRP-08/14068 Octacilio Alves Meirelles - CRP-08/14069 Marelize Drosda da Silva - CRP-08/14070 Flora Allain Carrasqueira - CRP-08/14071 Edson Luiz Charneski - CRP-08/14072 André Luiz Vendel - CRP-08/14073 Fabiana F. Y Freitas Ferreira - CRP-08/14074 Miriam Tomy Tabuo - CRP-08/14075 Daiana Patricia Frasson - CRP-08/14076 Cecilia Mitie Nakagawa - CRP-08/14077 Fatima Aparecida Sincos - CRP-08/14078 Gisele Asperti Coy - CRP-08/14079 Danielle Tiberio Wosiack - CRP-08/14080 Georgea Magalhães More - CRP-08/14081 Ivalci Salete Girardi Moraes - CRP-08/14082 Maria José Moreira - CRP-08/14083 Maria F. Cabral Guimarães - CRP-08/14084 Keila Regina Gonçalves - CRP-08/14085 Leilah Sant’Ana Sabião - CRP-08/14086 Tayana Fleury Orlandini - CRP-08/14087 Ana C. de Oliveira Carvalho - CRP-08/14088 Isabella Balarotti Reis - CRP-08/14089 Mônica Maria Silva - CRP-08/14090 Bruna T. da Silva Dalmina - CRP-08/14091 Alexandra F. Godinho - CRP-08/14092 Maria Daniele Urias - CRP-08/14093 Adriana C. A. Ponciano - CRP-08/14094 Vivian Senegalia Morete - CRP-08/14095 Cleide de Oliveira Cabrera - CRP-08/14096 Jaqueline Milani - CRP-08/14097 Ligia Albiero Spagnuolo - CRP-08/14098 Edinei Hideki Suzuki - CRP-08/14099 Vanessa Lucila Garcia - CRP-08/14100 Isabela Breschiliare Piffer - CRP-08/14101 Flávia A. Gomes Castro - CRP-08/14102 Camila de Assis - CRP-08/14103 Tiago Parra Correia - CRP-08/14104 Luciana Melo Dias - CRP-08/14105 Angela Zenco Del Grossi - CRP-08/14106 Rafaela Mattos da Silva - CRP-08/14107 Mariellem Cristiane Alves - CRP-08/14108 Isabela Caroline Marchesini - CRP-08/14109 Eliana Aparecida Peixoto - CRP-08/14110 Luciana Fonseca Vollrath - CRP-08/14111 Alexandre Israel Pinto - CRP-08/14112 Jaqueline de Lima - CRP-08/14113 Rosane Cutolo Ferreira - CRP-08/14114 Alexandre G. da Silva - CRP-08/14115 Ana M. Neves de Mattos - CRP-08/14116 Claudia C. Macceo Sato - CRP-08/14117 Renata Rosolem - CRP-08/14118 Mariana Harumi Kanbara - CRP-08/14119 Dorli T. de Mello Rosa - CRP-08/14120 Thalita de Oliveira Soares - CRP-08/14121 Aline G. Tivirolli Schiavon - CRP-08/14122 Ana Cristina da Silva Araujo- CRP-08/14123 Maurício Mendonça Junior - CRP-08/14124 Cathiane C. de O. Ramos - CRP-08/14125 Mirian Kelly Martins - CRP-08/14126 Cleide Marchiotti Favaretto - CRP-08/14127 Mariângela Gamba Maestri - CRP-08/14128 Tatiane Precoraro - CRP-08/14129 Precila Krohling Salvatti - CRP-08/14130 Gabriela Silvestrini - CRP-08/14131 Daiana Aparecida Marques - CRP-08/14132 Rafaella F. de M. Louzada - CRP-08/14133 Marta Elena Ormaechea - CRP-08/14134 Egna Roberta Ferreira - CRP-08/14135 Joice Fernanda Possamai - CRP-08/14136 Francieli Pauletto de Souza – CRP-08/14137 novos Robson Zazula - CRP-08/14138 Gabrielle Muller Sarocci - CRP-08/14139 Iraci Oldoni - CRP-08/14140 Zailde S. Melo Grigoletto - CRP-08/14141 Danieli Durante - CRP-08/14142 Luciana C. Domenes Silva CRP-08/14143 Tyffanne Serra P. Rodrigues CRP-08/14144 Monica Neckel Diniz CRP-08/14145 Denis Mantovani CRP-08/14146 Tatiani Solis PeresCRP-08/14151 Eliane Mion Chollet CRP-08/14152 Raquel Sbabo Fabris CRP-08/14153 Daniela Groxiatti Tudini CRP-08/14154 Isaura Cristina P. de Miranda CRP-08/14155 Kelly Gutervil CRP-08/14156 Gyovana do N. G. Morilha CRP-08/14157 Maria G. de A. P. Gouvea CRP-08/14158 Evelise Galvão de Carvalho CRP-08/14159 Melissa Bizoni Furtado CRP-08/14160 Jardel Pelissari Machado CRP-08/14161 Adriano Luis A. Watanabe CRP-08/14162 Mônica V. G. Vieira Santos CRP-08/14163 Cintia S.y Gonçalves Roda CRP-08/14164 Daniel Patitucci CRP-08/14165 Ana Paula Dilger CRP-08/14166 Mariana Gonçalves Neves CRP-08/14167 Carla Fabiane Gefuni CRP-08/14168 Inoili Moretto Fortunati CRP-08/14169 Natalia Belen Fantini CRP-08/14175 Izabel do Rocio da Silva CRP-08/14176 Anna Paula Zanoni CRP-08/14177 Manoel A. P. dos Santos CRP-08/14178 Rafaela Camile da Veiga CRP-08/14179 Francelize Fabianowicz CRP-08/14180 Renata Veber das Neves CRP-08/14181 Carlos Aznar Blefari CRP-08/14182 Kricia Frogeri Fernandes CRP-08/14183 Rubiene Jani Schmitz CRP-08/14184 Ana Carolina Horst CRP-08/14185 Janaina G. B. Anzolin CRP-08/14186 Debora C. Passos Martins CRP-08/14187 Flavia Caje Baldan CRP-08/14188 Filipe de Veer CRP-08/14189 Clarissa Henriete Ogliari CRP-08/14190 Sandra R. da Silva Ferreira CRP-08/14191 Kelim Kristina Toaldo CRP-08/14192 Katia Regina Goebel Nichele CRP-08/14193 Juliana Germano Canavese CRP-08/14194 Ana Paula Moletta CRP-08/14195 Danielle Lotowski Aliaga CRP-08/14196 Danielle Cadan CRP-08/14197 Ingrid Junckes CRP-08/14198 Dejanira K. Gomes Ferrante CRP-08/14199 Maria E. P. Ferreira Tschoke CRP-08/14200 Jussara Brustolim CRP-08/14201 Marcia Joselene de Andrade CRP-08/14202 Silvana M. de Oliveira Lima CRP-08/14203 Theo Dias Kummer CRP-08/14204 Raul Lucena Caixeta CRP-08/14205 Fabiola Macedo de Campos CRP-08/14206 Fernanda Filipkowski Rocha CRP-08/14207 Carla Fustinoni CRP-08/14208 Anna Paula Pinto Caron CRP-08/14209 Marilda Alves da Costa CRP-08/14210 Driellen Amelia Cardoso CRP-08/14211 Fernanda Kristina Dianin CRP-08/14212 Gisele dos Santos Maroneze CRP-08/14213 Antonio Carlos Marques CRP-08/14214 Nivea Gisele Panizza Tuller CRP-08/14215 Bruna Marconi CRP-08/14216 Camila Mangolim Berlino CRP-08/14217 Tatielle Ruiz Leme Batista CRP-08/14218 Melina Chiquetti CRP-08/14219 Melina Cristiane Martins CRP-08/14220 Sueli Teresinha de Andrade CRP-08/14221 Erica Queiroz Froes CRP-08/14222 Alyne Harumi Nakamura CRP-08/14223 Simone Cristina Gomes CRP-08/14224 Mariana Akemi Suzuki CRP-08/14225 Rebecca G. dos Santos CRP-08/14226 Juliana Gatti Carraro CRP-08/14227 Andressa Felcar de Souza CRP-08/14228 Leila Maria R. de Oliveira CRP-08/14229 Daniele dos Santos Alencar CRP-08/14230 Kariliny Teixeira Faria CRP-08/14231 João Francisco Beltrame CRP-08/14232 Erica Cristina Brancalhão CRP-08/14233 Vanessa Viana de Gois CRP-08/14234 Camila Meneguetti de Carlos CRP-08/14235 Cristiane Oliveira Defendi CRP-08/14236 Elizete Maria Nogara CRP-08/14237 Terezinha Moretti Greco CRP-08/14238 Natalia Hernandes Carvalho CRP-08/14239 Juliana de O. Coelho Silva CRP-08/14240 Alyne Nogueira Teixeira CRP-08/14241 Marcelle Thays G. da Silva CRP-08/14242 Juliana Carniello Arruda CRP-08/14243 Andrinea Cordova da Rosa CRP-08/14244 Monique Casacchi Mariussi CRP-08/14245 Rafaela Batista Santarosa CRP-08/14246 Milton Morais Vissovatz CRP-08/14247 Renata Ortiz da Silva CRP-08/14248 Layla Tormena Januario CRP-08/14249 Francielly Caroline Manzani CRP-08/14250 Liliane Lopes Rodrigues CRP-08/14251 Angela Rockenbach CRP-08/14252 Catia Inês Werner Fischer CRP-08/14253 Elaine Brambilla CRP-08/14254 Adriana Haus Rocha CRP-08/14255 Ketlyn Pamela Monteiro CRP-08/14256 Nadia Emanuelle Hild CRP-08/14257 Lucelia Gabriel de Oliveira CRP-08/14258 Franceli de F. F. Tonassevski CRP-08/14259 Rúdie Mari da Silva CRP-08/14260 Alessandra G. K. Candido CRP-08/14261 Marielli Ramos Pinheiro CRP-08/14262 Felipe Rosa CRP-08/14263 Luana Cavicion Gomes CRP-08/14264 Camila Grande da Silva CRP-08/14265 Viviane Woiski Gotlieb CRP-08/14266 Marina Harmatiuk CRP-08/14267 Andressa Furquim de Souza CRP-08/14268 Alice Dotto Salvador CRP-08/14269 Bruno Alexandre Castagnaro CRP-08/14270 Karine G. Corazza Altran CRP-08/14271 Mariá G. Camargo Stein CRP-08/14272 Suzane Fontana CRP-08/14273 Michéli Liporini Meira CRP-08/14274 José Carlos Kulicheski CRP-08/14279 Mirian Josiane Braun CRP-08/14280 Vilma Marcondes CRP-08/14281 Edson Fernando Tavares CRP-08/14282 Tatiane Cristina Ferreira CRP-08/14283 Celine Paula Moy CRP-08/14284 Allan Paulo Naumann CRP-08/14285 Jocimara de A. Moucha CRP-08/14286 Sibeli Canani CRP-08/14287 Natalie de Castro Almeida CRP-08/14288 Arnaldo Fermiano Coelho CRP-08/14289 Giovana Dissenha Bohn CRP-08/14290 Giuliano Metelski CRP-08/14291 Rejane Mari Crema Carvalho CRP-08/14292 Priscila Makiak Diduch CRP-08/14293 Neusa Maria Batista CRP-08/14294 Débora Brandes CRP-08/14295 Cristiane Pinto M. Fujiwara CRP-08/14296 Tatiane Rogal CRP-08/14297 Edilaine Baccarin CRP-08/14298 Eloá Mateus Vojciechovski CRP-08/14299 Juliana Tramontini Marcatto CRP-08/14300 Sandro Massaru Ueki CRP-08/14301 Carolina Ilkiu Coelho CRP-08/14302 Ricardo T. de Lorenzo CRP-08/14303 Renata G. de A. Moraes CRP-08/14304 Roberta Lucas Cesario CRP-08/14305 Larissa Cristina Silva CRP-08/14306 Elaine Lima de Souza CRP-08/14307 Natalia Del Padre CRP-08/14308 Blandina Vanzella Canesin CRP-08/14309 Joyce Oguido CRP-08/14310 Ana Paula Pedroso CRP-08/14311 Fabio Eiji Sato CRP-08/14312 Lucas M. dos Santos Campos CRP-08/14313 Juliana P. Gabriel Peixoto CRP-08/14314 Janaina Rizia de Souza CRP-08/14315 Fernanda R. da Gama Leme CRP-08/14316 Thais M. Bruschi de Menezes CRP-08/14317 Silvia Candido Leite Lima CRP-08/14318 Analice Arali CRP-08/14319 Rebeca Fernandes Cicero CRP-08/14320 Luiz E. de Azevedo Rossini CRP-08/14321 Mario Lucio Rosa Pereira CRP-08/14322 Luiz R. de Moraes Sartori CRP-08/14323 Frederico A. do P. Nogueira CRP-08/14324 Evelyn Saori Otsuka CRP-08/14325 Juliana Souza Righetti CRP-08/14326 Alessandra M. dos S. Vieira CRP-08/14327 Rosiane Martins de Souza CRP-08/14328 Pedro Cesar Fagotti CRP-08/14329 Camila Sacchelli Tomasetti CRP-08/14330 Lucilene Alves T. Moraes CRP-08/14331 Natalia M. Ferrer da Rosa CRP-08/14332 Samuel Antoszczyszen CRP-08/14170 Angelica de F. Ricofica Silva CRP-08/14171 Mariza Yoshiko Kadowaki CRP-08/14172 Shirley Pasini CRP-08/14173 Isabelle Aparecida Borges CRP-08/14174 inscrição por transferência Lucilene Sander - CRP-08/13994 Viviane Teresinha Fuchs - CRP-08/13995 Hellen Pereira dos Santos - CRP-08/14147 Rebeca Iraê Moreira Coletto - CRP-08/14148 Luis Henrique Poletine - CRP-08/14149 Flavia Wesselouicz - CRP-08/14150 Patricia Schwertner Cinti CRP-08/14275 Rafael Paulo Tartas CRP-08/14276 Herica Withoeft CRP-08/14277 Ana Magnes L. Perondi Ropelato CRP-08/14278 Franciele de Almeida CRP-08/12702 Camila de Araujo Antonio CRP-08/09498 Ednéia A. Peres Hayashi CRP-08/07231 Luciane Danzmann - CRP-08/10868 Grasiela Milani Basso Santos - CRP-08/11103 Manuela Alves Lobato - CRP-08/11197 Kleber Oliveira Muller - CRP-08/11349 Delma de Paula Souza - CRP-08/11817 Janine Plaça Araujo - CRP-08/11895 Paulo Ildefonso da Silva Junior CRP-08/05328 Angela B. de Oliveira Garanteski CRP-08/09253 Melissa Cristina Borim CRP-08/10935 Thais Helena Sant’Anna Lima CRP-08/09630 Shana Nakoneczny Pimenta CRP-08/10757 Marcia Walter CRP-08/09551 Renata Cristina Marques Bolonheis CRP-08/10869 Izabel Tiepo Campano CRP-08/11125 Caroline de Almeida Leite CRP-08/11769 Mariele Rosa dos Santos CRP-08/11833 Cibele Maria Dobrowolski Inácio CRP-08/9944 Luiz Fernando Gomes Corazza CRP-08/11101 Fabiana Fernandes CRP-08/07777 Michelle Cristine Munchen Rodrigues CRP-08/11169 Vinicius Anciães Darriba - CRP-08/IS-159 Luciana Nilma Valdez Esteves - CRP-08/IS-160 reativação por transferência Tatiane Izabele J. Sa Riechi - CRP-08/04418 Danusia Priscila Gatto - CRP-08/11707 reativação Elaine Duarte Mendes Amaral - CRP-08/08044 Bianca Marcos - CRP-08/09590 Eliane Valerio Pereira - CRP-08/10418 Kharinna Carreira Rocha - CRP-08/10634 Renata P. Sudan Barreto Braga - CRP-08/10671 Mara Rosani de Oliveira - CRP-08/01649 Meire Seguchi Goes - CRP-08/05448 Karolina Reis dos Santos - CRP-08/08250 Solange Pereira Masques Rossato - CRP-08/09129 Patrycia Regina dos Santos - CRP-08/09799 inscrição secundária Renata El Rafihi Ferreira - CRP-08/IS-157 Luciana Bacellar Leal Ferreira - CRP-08/IS-158 pessoa jurídica (Cadastro) pessoa jurídica (registro) - M.M. Machado Psicologia Ltda - CRP-08/PJ-00414 - Centro de Avaliação de Condutores Beltrão S/S Ltda CRP-08/PJ-00415 - CESTRESS Centro de Estudos Sobre Ansiedade e Estress - CRP-08/PJ-00416 - AHIMSA Assessoria Empresarial e Desenvolvimento Humano S/S Ltda CRP-08/PJ-00417 Cancelados ex-oficio pela não entrega do diploma: Andrea Consuelo Ehrat - CRP-08/11321 Antonio Roberto Garcia Junior - CRP-08/10269 Debora Ramalho de Oliveira - CRP-08/11929 Flavia Fernanda de Freitas Ferreira - CRP-08/11058 Francieli Aparecida Teixeira - CRP-08/11630 Luciana Camuri de Souza - CRP-08/12048 - D.M. Corpo e Arte Medicina Ltda – ME - CRP-08/PJ-00413 - Clínica Griebeler Ltda - ME - CRP-08/PJ-00418 - Clinaudio Serviço de Saúde Ltda - CRP-08/PJ-00419 - Rodrigo Jose das Chagas Lima CRP-08/PJ-0420 - Universidade Estadual de Maringá Núcleo de Psicologia Aplicada CRP-08/PJ-0421 - Clinica Médica Espaço Saúde Sociedade Simples CRP-08/PJ-0422 Nota de Falecimento É com pesar, que o CRP-08 informa o falecimento dos psicólogos abaixo: - Roseli Terezinha Schelbauer - CRP-08/03342 - Sergio Chaves Silveira da Mota Filho - CRP-08/07464 contato 31 [email protected]