UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE MEDICINA SAI IV Farmacologia relacionada ao sistema reprodutor Anticoncepção hormonal Contraceptivos orais Existem 2 tipos de contraceptivos orais: 1. Associação de um estrógeno com uma progestina (forma sintética de progesterona) (pílula combinada) 2. Somente progestina (pílula apenas com progestina) - minipílula Contraceptivos orais O resultado de ambos os tipos de contraceptivos orais é um fluxo menstrual um pouco mais suave que o normal. O fluxo é o sangramento por abstinência decorrente da interrupção dos hormônios. Contraceptivos orais A pílula combinada Cada dose contém estrógeno e progestina. Subdivididos em preparações mono, di e trifásicas. Preparações monofásicas: dose constante de ambos os componentes durante o ciclo (em todos os comprimidos da cartela). - Uso: Primeira cartela → 1º dia da menstruação Sempre no mesmo horário 21 cpr → pausa 7 dias → início 8º dia • 24 cpr → pausa 4 dias → início 5º dia • 28 cpr → sem pausa → 7 cpr de placebo → evitar esquecimento • Diclin Artemidis Elani ciclo: 3,0 mg de drospirenona e 0,03 mg de etinilestradiol – 21 comprimidos revestidos Yasmin: 3,0 mg de drospirenona e 0,03 mg de etinilestradiol – 21 comprimidos revestidos Yas: 3,0 mg de drospirenona e 0,02 mg de etinilestradiol 24 comprimidos revestidos Siblima: gestodeno 0,060 mg e etinilestradiol 0,015 mg – 24 comprimidos revestidos Diminut: gestodeno 0,075 mg e etinilestradiol 0,020 mg – 21 comprimidos revestidos Tamisa 20 ou 30: gestodeno 0,075 mg e etinilestradiol 0,020 ou 0,030 mg - 21 drágeas Alestra 20 ou 30: gestodeno 0,075 mg e etinilestradiol 0,020 ou 0,030 mg - 21 drágeas Contraceptivos orais A pílula combinada Preparações bifásicas: - Duas concentrações hormonais nos comprimidos da cartela - Uso: Primeira cartela → 1º dia da menstruação Sempre no mesmo horário 22 cpr → pausa 6 dias → início 7º dia → Gracial® • 28 cpr → sem pausa → Mercilon Conti® → 21cpr (etinilestradiol - EE + desogestrel) + 5 cpr (EE) + 2 placebo • Contraceptivos orais A pílula combinada Preparações trifásicas: três concentrações hormonais nos comprimidos da cartela Dose da progestina varia em concentração em 3 períodos da administração e o estrógeno tem a dose aumentada apenas uma vez no decorrer do ciclo. - Ex: 21 cpr → 6 marrons (1º ao 6º dia), 5 brancos (7º ao 11º dia) e 10 ocres (12º ao 21º dia) Marrom: levonorgestrel 50µg, etinilestradiol 30µg (= 0,03 mg) Branco: levonorgestrel 75µg, etinilestradiol 40µg Ocre: levonorgestrel 125µg, etinilestradiol 30µg Contraceptivos orais A pílula combinada Extremamente eficaz, pelo menos na ausência de doença intercorrente e de tratamento com fármacos com os quais, potencialmente, possa interagir. 1ª geração (anos de 1970): mais de 50 µg (0,050 mg) de estrógeno – risco aumentado de trombose venosa profunda e de embolismo pulmonar. Contraceptivos orais A pílula combinada O estrógeno que, na maioria das vezes, é combinado nessas preparações (pílulas de 2ª geração) é o etinilestradiol, apesar de algumas poucas preparações conterem o mestranol. A progestina pode ser noretisterona, levonorgestrel, etinodiol, ou – em pílulas de 3ª geração – desogestrel ou gestodeno, que são mais potentes, possuem menos ação androgênica e causam poucas mudanças no metabolismo de lipoproteínas, mas que, provavelmente, possuem risco maior de tromboembolia que as preparações de 2ª geração. Contraceptivos orais A pílula combinada O conteúdo de estrógeno é, geralmente, 20-50 µg de etinilestradiol ou seu equivalente, e a preparação é escolhida com conteúdos baixíssimos de estrógenos e progestina, que são bem tolerados e oferecem bom controle do ciclo em determinadas mulheres. A maioria é tomada por 21 dias consecutivos, seguidos de 7 dias sem pílula, o que causa sangramento. Contraceptivos orais A pílula combinada Podem também interferir nas contrações coordenadas do colo, útero e tubas uterinas que facilitam a fertilização e a implantação. Mecanismo de ação Estrógeno: inibe a secreção de FSH (retroalimentação negativa na adenohipófise) → suprime o desenvolvimento do folículo (ciclo ovariano) a ovulação não acontece. Progestina: inibe a secreção de LH → previne a ovulação; estimula a produção de muco cervical menos suscetível à passagem do esperma (impenetrável ao espermatozoide). Estrógeno e progestina agem combinadamente para alterar o endométrio de tal forma a evitar a implantação. Contraceptivos orais A pílula combinada Efeitos adversos Ganho de peso, retenção de fluido (edema) Náuseas, cefaleia, rubor, tontura, depressão, irritabilidade Cãibras nas pernas, sensibilidade nas mamas Em geral, esses sintomas diminuem depois de 3 a 4 meses. Mudanças na pele (p. ex., acne e/ou aumento na pigmentação) Pode ocorrer amenorreia de duração variável na cessação da ingestão da pílula, podendo levar a certa confusão em relação à gravidez. Contraceptivos orais A pílula combinada Efeitos adversos Náusea, sensibilidade das mamas, sangramento inesperado e edema estão relacionados à quantidade de estrógeno existente na preparação. Com frequência, esses efeitos podem ser aliviados através da mudança para uma preparação contendo menores quantidades de estrógeno ou agentes que contenham progestinas com mais efeitos androgênicos. Contraceptivos orais A pílula combinada As anomalias fetais não parecem ser uma preocupação, e a função normal do trato reprodutivo e a fertilidade são restauradas depois da interrupção do uso do contraceptivo oral. Entretanto, muitos profissionais de saúde recomendam que as mulheres usem um método contraceptivo de barreira por 1 a 2 meses depois de interromper a pílula antes de ficar grávidas, de modo que a data exata do último período menstrual esteja disponível para prever a gravidez. Contraceptivos orais A pílula combinada Questões que precisam ser consideradas Existe risco aumentado de doença CV (doença tromboembólica venosa, infarto do miocárdio e AVE)? Com pílulas de 2ª geração (estrógeno < 50 µg), o risco de tromboembolismo é pequeno (15 por 100.000 usuárias por ano, em comparação com 5 em 100.000 não usuárias por ano, ou 60 episódios de tromboembolismo por 100.000 grávidas). O risco é muito maior em subgrupos com fatores adicionais, tais como fumantes, o uso continuado da pílula, especialmente em mulheres acima de 35 anos de idade, mulheres com histórico familiar de tais problemas e com defeitos genéticos que afetam a produção ou função dos fatores de coagulação. Contraceptivos orais A pílula combinada Existe risco aumentado de doença CV (doença tromboembólica venosa, infarto do miocárdio e AVE)? Para preparações contendo progestina de 3ª geração a incidência de tromboembolia é de cerca de 25 por 100.000 usuárias por ano, o que é ainda um risco pouco elevado, comparado com o risco de tromboembolismo na gravidez indesejada. Em geral, mesmo com fatores de risco externos (p. ex., tabagismo, hipertensão e obesidade) os contraceptivos orais combinado têm se mostrado seguros para a maioria das mulheres na maior parte da sua vida reprodutiva. Contraceptivos orais A pílula combinada Existe risco aumentado de doença CV (doença tromboembólica venosa, infarto do miocárdio e AVE)? O maior risco de tromboembolismo resulta do efeito do componente estrogênico dos contraceptivos hormonais combinados sobre a síntese hepática dos fatores de coagulação do sangue. O risco de tromboembolismo gerado pelo uso de contraceptivos hormonais combinados é geralmente menor que o imposto pela gravidez. Contraceptivos orais A pílula combinada O risco de câncer é afetado? O risco de câncer ovariano e endometrial é reduzido. Evidências sugerem que o risco de câncer de mama durante toda a vida em mulheres usuárias ou que já usaram contraceptivos hormonais não é afetado pelo uso de anticoncepcional oral, mas o câncer de mama pode surgir mais cedo do que nas mulheres que nunca utilizaram anticoncepcional oral. Contraceptivos orais A pílula combinada A pressão sanguínea aumenta? Aumento acentuado na PA ocorre em pequena % de mulheres, logo após o início do tratamento. Está associado ao aumento no angiotensinogênio circulante e desaparece quando o tratamento é suspenso. Monitorar a PA no início do tratamento. Um contraceptivo alternativo o substituirá se necessário. Contraceptivos orais A pílula combinada Riscos Raro em mulheres saudáveis Efeitos colaterais incômodos (p. ex., sangramento inesperado, mama sensível ou dolorida) Náuseas, ganho de peso, alterações de humor Pequeno risco aumentado de desenvolver coágulos sanguíneos, AVE ou infarto do miocárdio, relacionados mais com o tabagismo que com o uso isolado do contraceptivo oral Possível incidência aumentada de tumores hepáticos benignos e problemas de vesícula biliar Nenhuma proteção contra as DSTs (possível risco aumentado com o sexo inseguro). Contraceptivos orais A pílula combinada Efeitos benéficos Menor risco de cisto ovariano, cânceres ovariano e endometrial, doença benigna da mama e inflamações pélvicas. Menor incidência de gravidez ectópica, anemia por deficiência de ferro e artrite reumatoide. Os sintomas pré-menstruais, a dismenorreia, a endometriose, a acne e o hirsutismo podem melhorar. Contraceptivos orais A pílula combinada Outros usos clínicos Evitar a deficiência de estrogênio em mulheres jovens com hipogonadismo primário após seu crescimento. Tratar acne, hirsutismo, dismenorreia e endometriose. Contraceptivos orais A pílula combinada Contraindicações Contraindicações absolutas Distúrbio tromboembólico atual ou pregresso, doença vascular encefálica ou doença arterial; câncer de mama suspeito ou conhecido; neoplasia estrogênio-dependente atual ou pregressa, conhecida ou suspeita; gravidez; tumor hepático benigno ou maligno atual ou pregresso; função hepática prejudicada; hiperlipidemia congênita; sangramento vaginal anormal não-diagnosticado. Contraceptivos orais A pílula combinada Contraindicações Contraindicações relativas Hipertensão, fase aguda da mononucleos, doença falciforme. Mulheres com mais de 35 anos, tabagistas, estão em risco de problemas cardíacos e não devem utilizar contraceptivos orais. Ocasionalmente, as complicações neuro-oculares originam-se, mas não foi estabelecida uma relação causaefeito. Se ocorrerem distúrbios visuais, os contraceptivos orais devem ser interrompidos. Contraceptivos orais A pílula combinada Contraindicações Alguns ginecologistas permitem que as pacientes com cefaleias migranosas tomem contraceptivos orais, caso as cefaleias não se agravem. Uma mulher jovem que apresenta turvação visual com enxaqueca provavelmente será desencorajada de tomar os contraceptivos orais. Contraceptivos orais A pílula combinada Contraindicações Diabetes melito também é problemático, embora alguns especialistas permitam que suas pacientes utilizem os contraceptivos orais com a cuidadosa monitorização da glicose. Os leiomiomas (tumores fibroides) do útero podem aumentar com o uso do contraceptivo oral. As pacientes com essa condição são aconselhadas e monitoradas com cautela; se os fibroides aumentam, elas são aconselhadas a interromper os contraceptivos orais e escolher outro método contraceptivo. Contraceptivos orais Pílula só com progestina Noretisterona, levonorgestrel, etinodiol. Tomada sem interrupção. Dados de segurança por longos períodos são menos confiáveis que com a pílula combinada (poucas mulheres utilizam). Contraceptivos orais Pílula só com progestina Mecanismo de ação Ocorre primariamente sobre o muco cervical, que se torna inviável para o esperma. A progestina, provavelmente, também impede a implantação através de seu efeito sobre o endométrio e sobre a motilidade e as secreções das tubas uterinas. Nem sempre inibe a ovulação (somente de 60% a 80% dos ciclos) → maior índice de falha do que as combinações orais. Contraceptivos orais Pílula só com progestina Efeitos benéficos A progestina isolada é útil para mulheres que tiveram efeitos colaterais relacionados com o estrógeno nas pílulas combinadas (p. ex., cefaleia, hipertensão, dor nas pernas, alteração na coloração da pele, ganho de peso ou náuseas). As preparações apenas com progestina são úteis para as mulheres em lactação que precisam de um método contraceptivo hormonal. Contraceptivos orais Pílula só com progestina Efeitos benéficos Alternativa para a pílula combinada em algumas mulheres nas quais o estrógeno está contraindicado. São viáveis para mulheres cuja pressão sanguínea aumenta de forma exagerada durante o tratamento com estrógeno. Úteis para pacientes com hepatopatia, hipertensão, psicose ou retardo mental, ou tromboembolia anterior. Contraceptivos orais Pílula só com progestina Efeitos adversos Seus efeitos contraceptivos são menos confiáveis e, perdendo-se uma dose, pode ocorrer a concepção. Alterações na menstruação (especialmente sangramento irregular) são comuns. Cefaleia, tontura, ganho ponderal de 1-2 kg, redução reversível da tolerância à glicose. As preparações com progestinas antigas e mais androgênicas podem provocar ganho de peso, acne e hirsutismo. Contraceptivos orais Farmacocinética dos anticoncepcionais orais: interações farmacológicas Os contraceptivos orais só com progestina e combinados são metabolizados pelas enzimas citocromo P450 hepáticas. Fármacos que induzem enzimas: rifampicina, rifabutina, carbamazepina, fenitoína e outros (↑ catabolismo hepático dos estrógenos ou das progestinas) Dado que a dose efetiva mínima de estrógeno é usada, qualquer aumento de sua depuração pode resultar em falha do contraceptivo. Contraceptivos orais Farmacocinética dos anticoncepcionais orais: interações farmacológicas Como a flora gastrintestinal normal aumenta o ciclo êntero-hepático (e a biodisponibilidade) dos estrógenos, os fármacos antimicrobianos que interferem nesses microorganismos (antibióticos de amplo espectro, p.ex., amoxicilina) podem reduzir a eficácia dos anticoncepcionais orais combinados. Isso não ocorre com pílulas só com progestina. Contraceptivos injetáveis Depo-Provera® Injeção (IM) de 150 mg de acetato de medroxiprogesterona na forma de depósito (AMP) a cada 3 meses. Depois de uma dose de 150 mg, a ovulação é inibida durante pelo menos 14 semanas. Confiável e conveniente. - Pode ser usado por mulheres nutrizes e por aquelas com hipertensão, doença hepática, cefaleias migranosas, cardiopatia e hemoglobinopatias. Uso: Primeiros 5 dias do ciclo menstrual Contraceptivos injetáveis Depo-Provera® As desvantagens potenciais incluem sangramento menstrual irregular, distensão abdominal, cefaleias, estímulo sexual diminuído e perda ou ganho de peso. Quase todas as usuárias apresentam episódios de perda de sangue e sangramento imprevisíveis (1º ano); diminuem com o decorrer do tempo → comum amenorreia. Contraceptivos injetáveis Depo-Provera® A supressão da ovulação pode persistir por um período de até 18 meses após a última injeção (mas a ovulação costuma retornar dentro de um período mais curto). Outros métodos contraceptivos podem ser mais apropriados para a mulher que deseja conceber dentro de um ano da interrupção da contracepção. A supressão da secreção endógena de estrogênio pode estar associada a uma redução reversível da densidade óssea, e as alterações dos lipídios plasmáticos estão associadas a um risco aumentado de aterosclerose. Contraceptivos injetáveis Depo-Provera® As vantagens incluem a redução da menorragia, dismenorreia e anemia. Esse contraceptivo pode reduzir o risco de infecção pélvica e foi associado à melhoria no estado hematológico nas mulheres com anemia devido ao sangramento menstrual intenso e nas mulheres com doença falciforme; também foi associado a uma frequência reduzida de convulsões em mulheres com distúrbios convulsivos, além de reduzir os risco de câncer de endométrio. Contraceptivos injetáveis Depo-Provera® Contraindicado em mulheres que estão grávidas e naquelas que apresentam sangramento vaginal anormal de etiologia desconhecida, câncer de mama ou pélvico, ou sensibilidade à progestina sintética. Os efeitos a longo prazo sobre o lactente de mãe nutriz são desconhecidos, porém acredita-se que sejam desprezíveis. Não protege contra as DSTs. Contraceptivos injetáveis Lunelle® Combinação de medroxiprogesterona (progestina) e estradiol (estrógeno). Mostrou-se muito efetivo na prevenção da gravidez em estudos clínicos. Uma injeção intramuscular é administrada a cada 28 a 30 dias. Propicia eficácia imediata quando administrado dentro dos 5 primeiros dias após o início de um período menstrual normal. Contraceptivos injetáveis Lunelle® O retorno da ovulação ocorre com maior rapidez que com o Depo-Provera®, comumente dentro de 2 a 4 meses. As contraindicações e advertências são idênticas àquelas para os contraceptivos orais. A eficácia depende da adesão da mulher ao regime. Ocorre sangramento leve e regular mensalmente. Contraceptivos injetáveis Enantato de noretisterona + valerato de estradiol Mesigyna®: cada ml contém 50 mg de enantato de noretisterona e 5 mg de valerato de estradiol em solução oleosa. Combinação contraceptiva injetável para uso mensal. Uso: Mensal → 1º dia do ciclo menstrual Depois a cada 30 +/- 3 dias Uma ou 2 semanas após a primeira injeção → pode ocorrer sangramento de escape Sangramento cíclico mais regular e menos períodos de sangramento prolongado (comparado ao contraceptivo unicamente progestogênico). Lista de anticoncepcionais disponíveis para venda em Farmácias e Drogarias credenciadas no Programa Farmácia Popular. Levonorgestrel + etinilestradiol Lista de anticoncepcionais disponíveis para venda em Farmácias e Drogarias credenciadas no Programa Farmácia Popular. Lista de anticoncepcionais disponíveis para venda em Farmácias e Drogarias credenciadas no Programa Farmácia Popular. Lista de anticoncepcionais disponíveis para venda em Farmácias e Drogarias credenciadas no Programa Farmácia Popular. Contraceptivo de implante Implante subcutâneo Libera doses diárias de hormônios Ex: Implanon® O implante libera uma progestina (etonogestrel) durante 5 anos, inibindo a ovulação. Também causa alterações no muco cervical que impedem a passagem de espermatozoides. Anestesia local para inserção. Quando inserir? Seguir instruções da bula, de acordo com método contraceptivo já utilizado ou não. Removido após 3 anos de uso Contraceptivo de implante Durante o uso poderá não ocorrer sangramento (amenorreia) ou ocorrer sangramento irregular, variando de sangramento leve ou com maior volume. Poderá ocorrer ganho de peso, acne e crescimento ou perda de pelos, cefaleia, labilidade emocional, diminuição da libido, dor ou infecção no local do implante, mastalgia, tonturas. Contraceptivo de implante Contraindicações Gravidez ou suspeita de gravidez; distúrbio tromboembólico venoso ativo; presença ou história de doença hepática grave enquanto os valores de função hepática não tenham retornado ao normal; tumores progestogênio-dependentes; sangramento vaginal não diagnosticado. Caso ocorra qualquer dessas situações pela primeira vez durante o uso do implante, esse deve ser imediatamente retirado. Adesivo transdérmico - Liberação transdérmica contínua - Não ocorrem oscilações significativas nos níveis sanguíneos - Não tem metabolização de primeira passagem hepática - Dose diária: norelgestromina 150µg e etinilestradiol (EE) 20µg - Uso: 1 adesivo por semana → 3 semanas → interromper o uso durante 1 semana Adesivo transdérmico A eficácia é comparável àquela dos contraceptivos orais. Seus riscos são similares àqueles dos contraceptivos orais e incluem um risco aumentado de coágulos sanguíneos. - - - Locais de aplicação: Antebraço, dorso, abdômen, região glútea. Não deve ser aplicado nas mamas Locais que não tenha contato com roupas apertadas Obs: pele limpa, seca, sem hidratante/óleo Ex: Evra® Anel vaginal - Anel flexível e macio de silicone - Uso: Colocado pela usuária → entre 1º e 5º dia do ciclo (instruções na bula, de acordo com método contraceptivo anterior ou não) Usar por 3 semanas consecutivas → realizar pausa de 7 dias (ocorrerá o sangramento) Ex: Nuvaring® Etinilestradiol e etonogestrel. Ele é tão eficaz quanto os contraceptivos orais e apresenta os mesmos riscos. É flexível, não requer regulagem nem adaptação e é efetivo quando colocado em qualquer local da vagina. Inserir na forma de “8” Dispositivo intra-uterino (DIU) Pequeno dispositivo, comumente em formato de T, que é inserido na cavidade uterina para evitar a gravidez. Um cordão preso ao DIU é visível e palpável no óstio cervical. Dispositivo intra-uterino (DIU) O Paraguard®, um DIU com estrutura de cobre, é efetivo por 10 anos. O cobre possui um efeito antiespermático. O Levonorgestrel Intrauterine System (LNG-IUS; Mirena®) é um DIU de plástico que libera levonorgestrel, uma progestina sintética utilizada nos contraceptivos orais, que demonstrou reduzir o sangramento intenso. DIU medicado (mais eficaz). Dispositivo intra-uterino (DIU) Acredita-se que o principal mecanismo de ação do DIU é a transformação do ambiente uterino em um ambiente hostil aos espermatozoides, evitando a sua chegada até as trompas ou tendo efeito espermaticida. Os DIUs que liberam progestágenos, além da ação tipo corpo estranho no endométrio, tornam o endométrio mais fino. Tornam o muco cervical espesso (barreira para os espermatozoides). Dispositivo intra-uterino (DIU) Estudos limitados mostram que os DIUs podem evitar a necessidade de histerectomia, em algumas mulheres, reduzindo o sangramento; podem ser um adjunto na terapia de reposição hormonal (TRH), proteger as mulheres contra o câncer endometrial e evitar o câncer cervical. Dispositivo intra-uterino (DIU) O método DIU é efetivo por longo tempo, parece não ter efeito sistêmico e reduz a possibilidade de erro da paciente. Esse método reversível de controle do nascimento é tão efetivo quanto os contraceptivos orais e mais efetivo que métodos de barreira. Dispositivo intra-uterino (DIU) Suas desvantagens incluem o possível sangramento excessivo, cólicas e dores nas costas e ligeiro risco de gravidez tubária, infecção pélvica, deslocamento do dispositivo e, raramente, a perfuração do colo e do útero. Maiores com DIU não medicado. Se uma gravidez ocorre com o DIU em posição, o dispositivo é removido imediatamente. O aborto espontâneo pode acontecer na remoção. Dispositivo intra-uterino (DIU) As mulheres com múltiplos parceiros, com períodos menstruais intensos ou com cólicas, ou aquelas com história de gravidez ectópica ou infecção pélvica são encorajadas a usar outros métodos. Alguns médicos testam para a Chlamydia e a gonorreia antes da inserção para evitar a DIP. Contracepção de emergência Uma dose adequada e corretamente regulada no tempo de estrógeno, progestina ou de estrógeno e uma progestina, depois da relação sexual sem um método de controle de natalidade, ou quando um método falhou, pode evitar a gravidez. Esse método não interrompe uma gravidez estabelecida. Contracepção de emergência Esse método não é adequado para a contracepção a longo prazo por não ser tão efetivo quanto os contraceptivos orais diários ou outros métodos confiáveis usados regularmente. Esse método deve ser usado não mais que 72 horas depois da relação sexual. Contracepção de emergência Mecanismo de ação Não está bem compreendido. Quando administrados antes da onda de LH, inibem a ovulação. Também afetam o muco cervical, a função da trompa e o revestimento endometrial. A contracepção de emergência está relacionada com a disfunção da fase lútea, produzindo um endométrio que está fora da fase. Exemplos Comprimidos de 0,75 mg de levonorgestrel em embalagem c/ 2 unidades: Postinor 2, Pilem, Diad, Poslov, Minipil 2 post. Pozato uni: comprimido revestido contendo 1,5 mg de levonorgestrel (1 comp.) A administração oral de levonorgestrel, sozinho ou combinado com estrógeno, é efetiva se realizada dentro de 72 h do intercurso não protegido, e repetida 12 h mais tarde. Estudos recentes sugerem que não é necessário administrar doses de 0,75 mg de levonorgestrel por comprimido, com intervalo de 12 horas, uma vez que a dose única de 1,5 mg tem eficácia semelhante, sem aumento significante de efeitos adversos. Contracepção de emergência Efeitos adversos Náusea e vômito são comuns (as pílulas podem ser perdidas; pílulas de reposição podem ser tomadas com algum antiemético, tal como a domperidona). Cefaleia, tontura, hipersensibilidade das mamas, cólicas abdominais, cãibras nas pernas, sangramento irregular. Contracepção de emergência Quando a mulher está amamentando, prescreve-se uma formulação apenas de progestina. Para evitar expor o lactente aos hormônios sintéticos através do leite materno, ela pode ordenhar o leite e oferecê-lo por 24 horas depois do tratamento. Contracepção de emergência O próximo período menstrual da mulher pode começar alguns dias antes ou depois que o esperado, e ela precisa ser informada disso. A paciente deve retornar para um teste de gravidez quando ela não apresentou um período menstrual em 3 semanas, devendo ser realizada uma outra consulta para fornecer um método regular de contracepção caso ela não tenha um atualmente. Qualquer paciente que empregue esse método deve ser aconselhada sobre a taxa de insucesso, de 1,6%, e sobre outros métodos contraceptivos. Disfunção erétil Disfunção erétil INIBIDORES DA FOSFODIESTERASE TIPO V A sildenafila (primeiro) foi descoberta acidentalmente como influenciador da função erétil (criada para tratar angina). A tadalafila (age por mais tempo) e a vardenafila também estão licenciados para tratar a disfunção erétil. Em contraste com os vasodilatadores cavernosos (injetados diretamente no corpo cavernoso), os inibidores de fosfodiesterase tipo V não causam a ereção independente do desejo sexual, mas aumentam a resposta erétil pelo estímulo sexual. Disfunção erétil Mecanismo de ação Os nervos nitrérgicos liberam óxido nítrico que se difunde nas células musculares lisas, onde ativa a guanilil ciclase. ↑ GMPc: medeia a vasodilatação via ativação da proteína quinase G. A inibição da fosfodiesterase V (isoforma que inativa o GMPc) potencializa o efeito sobre o músculo liso vascular peniano. Outros leitos vasculares são também afetados sugerindo outros usos possíveis, notavelmente na hipertensão pulmonar. Disfunção erétil Aspectos farmacocinéticos As concentrações plasmáticas máximas da sildenafila ocorrem aproximadamente 30-120 min após doses orais e são retardadas pela ingestão de alimentos, por isso é ingerida 1 h ou mais antes da atividade sexual. A tadalafila tem meia-vida mais longa; pode ser tomada muito antes da atividade sexual. Disfunção erétil Interações farmacológicas Metabolizadas pela CYP3A4 Carbamazepina, rifampicina, barbitúricos: induzem a CYP3A4 Cimetidina, antibióticos macrolídeos, imidazolinas antifúngicas, alguns agentes antivirais (como o ritonavir), suco de toranja (pomelo, grapefruit): inibem a CYP3A4. Disfunção erétil Interação farmacodinâmica clinicamente importante, ocorre com todos os nitratos orgânicos, que causam aumento de GMPc efeitos são marcadamente potencializados (vasodilatação generalizada e hipotensão) O uso concomitante é contraindicado. trinitrato de glicerila Disfunção erétil Efeitos adversos e contraindicações Hipotensão, rubor, cefaleia Alterações visuais. A sildenafila tem alguma ação na fosfodiesterase VI, que está presente na retina e é importante na visão. A sildenafila não deve ser usada em pacientes com doenças degenerativas hereditárias da retina (risco de agravamento da doença). A vardenafila é mais seletiva para a isoenzima tipo V, mas é também contraindicada em pacientes com doenças hereditárias na retina. O útero O útero FÁRMACOS QUE ESTIMULAM O ÚTERO Ocitocina Induz a ejeção do leite nas mulheres em fase de lactação. Pode contribuir para iniciar o trabalho de parto. Contrai o útero. O estrógeno induz a síntese dos receptores de ocitocina → útero altamente sensível a esse hormônio. Administrada em infusões IV baixas para induzir o trabalho de parto, causa contrações coordenadas regulares que migram do fundo para a cérvix. O útero Ocitocina Tanto a amplitude quanto a frequência dessas contrações estão relacionadas com a dose; o útero relaxa completamente entre as contrações, com a infusão de doses baixas. As doses maiores, administradas posteriormente, aumentam a frequência das contrações, e há relaxamento incompleto entre elas. As doses mais elevadas ainda causam contrações sustentáveis, que interferem no baixo fluxo sanguíneo através da placenta e causam sofrimento fetal e morte. O útero Ocitocina Usos clínicos Usada principalmente por infusões IV (também injeções IV ou IM). Estimular o trabalho de parto e aumentar o trabalho de parto disfuncional em: condições que necessitem de parto vaginal precoce, inércia uterina, aborto incompleto. Pode ser usada para tratar a hemorragia pós-parto. Disponível como spray nasal para induzir a lactação após o parto. O útero Ocitocina Efeitos adversos Hipotensão dose-dependente, devido à vasodilatação, com taquicardia reflexa associada. Seu efeito semelhante ao do ADH na eliminação de água pelos rins causa retenção de água e, a menos que a ingestão da mesma seja diminuída, hiponatremia. Contraindicações: sofrimento fetal, prematuridade, apresentação anormal do feto, desproporção cefaopélvica e outras predisposições à ruptura uterina. O útero Ergometrina Extraída do esporão do centeio ou ergot (Claviceps purpurea). Contrai o útero. Essa ação depende em parte do estado contrátil do órgão. No útero contraído (estado normal após a expulsão do feto), tem relativamente pouco efeito. Se o útero está relaxado inapropriadamente, a ergometrina inicia forte contração, reduzindo o sangramento pelo leito placentário. Também tem ação vasoconstritora moderada. O útero Ergometrina Não se conhece o mecanismo de ação sobre o músculo liso. É possível que ela atue parcialmente nos receptores alfa-adrenérgicos e, parcialmente, nos receptores de 5-HT. Usos clínicos Tratar a hemorragia pós-parto. A carboprosta (prostaglandina) pode ser usada se a paciente não responde à ergometrina. O útero Ergometrina VO, IM ou IV Início de ação muito rápido; efeito dura de 3-6 h. Efeitos adversos Vômito, vasoconstrição, com aumento na pressão sanguínea associada a náusea, visão turva e cefaleia. Vasoespasmo de artérias coronárias, resultando em angina. O útero Prostaglandinas As séries de prostaglandinas E e F promovem contrações coordenadas no corpo do útero gravídico, enquanto produzem relaxamento da cérvix. As prostaglandinas E e F causam o aborto nas fases inicial e intermediária da gravidez, ao contrário da ocitocina, que, geralmente, não causa expulsão dos conteúdos uterinos nesses estágios. O útero Prostaglandinas usadas na obstetrícia: Dinoprostona (PGE2): via intravaginal, em gel, ou em comprimidos, ou por via extra-amniótica, em solução. Por via extra-amniótica é usada tardiamente (2º trimestre) para o aborto terapêutico; como gel vaginal é usada para amadurecimento cervical e indução do trabalho de parto. Carboprosta (15-metil PGF2α): injeção IM profunda Gemeprosta, misoprostol (análogos da PGE1): via intravaginal. Efeitos adversos Dor uterina, náusea e vômito (50% dos pacientes, quando são usados como abortivos). O útero FÁRMACOS QUE INIBEM A CONTRAÇÃO UTERINA Os agonistas seletivos de receptores beta2-adrenérgicos, tais como a ritodrina ou o salbutamol, inibem as contrações espontâneas ou as induzidas pela ocitocina no útero gravídico. Esses relaxantes uterinos são usados em pacientes selecionados para prevenir o trabalho de parto prematuro que ocorre entre 22 e 33 semanas de gestação em forma de gravidez não complicada. O útero Podem retardar o parto em 48 h, tempo que pode ser usado para administrar glicocorticoides para a mãe, tanto quanto para maturar os pulmões do bebê, reduzindo o desconforto respiratório neonatal. Tem sido difícil demonstrar que qualquer um dos fármacos usados para retardar o trabalho de parto melhora o resultado final para o bebê. Os riscos para a mãe, especialmente edema pulmonar, aumentam após 48 h, e a resposta miometrial é reduzida; por isso, o tratamento prolongado é evitado. O útero Um antagonista do receptor de ocitocina, a atosibana, promove alternativa para um agonista dos receptores beta2-adrenérgicos. Também retarda o trabalho de parto pré-termo. Administrada em bolus IV, seguida de infusão IV, por não mais do que 48 h. Efeitos adversos: vasodilatação, náusea, vômito, hiperglicemia. O útero Os inibidores de ciclo-oxigenase (p. ex., indometacina) inibem o trabalho de parto, mas seu uso pode causar problemas no bebê disfunção renal e retardo do fechamento do ducto arterioso, ambos influenciados pelas prostaglandinas endógenas. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Formulário terapêutico nacional. Rename. Série B. textos básicos de saúde, 2. ed. Brasília, 2010. KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. PANUS, Peter C. Farmacologia para fisioterapeutas. Porto Alegre: AMGH, 2011. RANG, H. P (Et al.). Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 3 v.