XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
INOCULAÇÃO DE FUNGOS MICORRÍZICOS E
DESENVOLVIMENTO DA ESPÉCIE Apuleia leiocarpa (Vogel)
J.F.Macbr
Joel Quintino de Oliveira Júnior(1); Ariovaldo Machado Fonseca Júnior(2); Rodrigo Camara de Souza(3);
Ederson da Conceição Jesus(4); Marcos Gervasio Pereira(5)
email: [email protected]
¹UFRRJ, Aluno de Doutorado do Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais e Florestais (PPGCAF) [email protected]
2UFRRJ. Bolsista de iniciação científica, Laboratório de Indicadores Edafo-Ambientais, curso de Engenharia
Florestal
3UFRRJ, Pós-Doutorando do PPGCAF, Laboratório de Indicadores Edafo Ambientais.
4Embrapa Agrobiologia, Pesquisador ; Rodovia Br 465 km 7, Seropedica, RJ. CEP 23890000
5UFRRJ. Professor Associado IV, Departamento de Solos, Bolsista do CNPq e Cientista do Nosso Estado da
FAPERJ.
INTRODUÇÃO
Os FMAs (filo Glomeromycota) são fungos abundantes em solos e ocorrem de forma quase que generalizada na
maioria dos ecossistemas vegetais terrestres. A interação das plantas com estes fungos apresenta grandes benefícios
através do aumento da superfície de absorção radicular, do volume de solo explorado, propiciando um maior efeito
sobre a nutrição das plantas, com destaque para o fósforo (P) que no solo apresenta uma menor mobilidade. A
formação dessa simbiose tem seu funcionamento ligado a diversos fatores externos. Entre estes destacam-se a
disponibilidade P, o pH e a fertilidade do solo e as suas condições de umidade e aeração, devido a caráter aeróbico
dos fungos (Siqueira & Saggin, 2001; Moreira & Siqueira, 2006).
Os principais objetivos da obtenção de uma simbiose micorrízica eficiente são: aumentar o estabelecimento de
plantas em solos degradados reduzindo assim o uso de insumos químicos. Desta maneira, podendo praticar uma
agricultura e plantios florestais com uma identidade mais sustentável e menos dependente de insumos
manufaturados.
OBJETIVO
Avaliar a influência dos diferentes fungos micorrízicos no desenvolvimento inicial da espécie Apuleia leiocarpa
(Vogel) J.F.Macbr
METODOLOGIA
O experimento foi conduzido na casa de vegetação do Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de
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Janeiro, Seropédica, em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5 x 5, com 6 repetições. Em
recipientes com capacidade de 1 kg, foi adicionado material do horizonte B de um Cambissolo Háplico e um dos
seguintes tratamentos: (RC) aplicação de inóculos de Rhizophagus clarum Becker & Gerdemann; (GM) Gigaspora
margarita Becker & Hall; (DH) Dentiscutata heterogama (Nicol & Gerd) Walker & Sanders; (GMRCDH) uma
mistura dos três fungos; testemunha absoluta (TA), totalizando 150 vasos. Os inóculos foram obtidos por meio da
aplicação de 1grama de solo com aproximadamente 50 esporos, respeitando essa média de esporos no tratamento
de mistura. A cada um dos tratamentos adicionou-se doses distintas de fósforo (0, 24, 71, 213 e 650 mg kg-1 de
solo). Para a correção da fertilidade do solo, foi aplicada uma solução nutritiva. Com o objetivo de padronizar os
tratamentos quanto aos demais componentes da microbiota do solo, foi adicionado 1 mL de um filtrado isento de
propágulos de FMA, formulado utilizando o solo da área como fonte, em todos os recipientes. As sementes de A.
leiocarpa foram tratadas para a quebra de dormência (ácido sulfúrico 98%, por 15 minutos) e posteriormente foram
submetidas à um tratamento de desinfestação superficial, para reduzir a incidência de contaminantes (peróxido de
hidrogênio 30%, por 2 minutos). Após essa etapa, as sementes foram germinadas em placas de petri com papel
filtro e algodão durante quatro dias, em uma temperatura média de 28°C, em câmara germinadora sob luz
constante. Variáveis estimadas: crescimento em altura (H, cm), acompanhado com régua graduada a partir do
coleto até o meristema apical da parte aérea durante o desenvolvimento do experimento, sendo avaliadas a cada 21
dias; a massa seca de parte aérea (MSPA, g), foi avaliada no final do experimento e obtidas através da secagem do
material a 65°C em estufa com circulação forçada a ar. O experimento foi coletado com 92 dias após o plantio. Os
tratamentos apresentaram diferença estatística pelo teste Scott Knott a 5% de probabilidade, utilizando o programa
SISVAR (Ferreira, 2003).
RESULTADOS
Os tratamentos que contribuíram para os maiores incrementos em altura foram: GM + 650 mg de P, com 27,5 cm,
DH + 650 e DH + 213 mg de P, com 23,6 e 21,8 cm, respectivamente, e RC + 650 mg de P, com 21,7 cm. Todos
esses proporcionaram incrementos em altura superiores a TA. Os tratamentos que proporcionaram o maior ganho
de massa seca da parte aérea foram: DH + 650, GMRCDH + 71, 213 e 650. Com estes tratamentos, os maiores
ganhos de massa seca da parte aérea variaram entre 5 a 6 vezes o observado para a TA, com 0,207 g.
DISCUSSÃO
Os resultados encontrados demonstraram que os efeitos da inoculação individualizada dos fungos proporcionam
efeitos distintos daqueles obtidos com a sua mistura. Isto corroborou dados em literatura verificados para o
crescimento das plantas em altura (POUYÚ-ROJAS & SIQUEIRA, 2000). Todos os tratamentos proporcionaram
maior crescimento em altura, em comparação com a testemunha absoluta. Porém, a inoculação da mistura de
fungos possibilitou os maiores incrementos de massa seca de parte aérea, tendo um efeito sinérgico com a dose de
P, em relação à inoculação individualizada. Esse padrão deve-se a mistura com as três espécies de fungos
micorrízicos que proporcionou os maiores valores de massa seca da parte aérea, nas menores doses de P, em
comparação ao padrão observado para as espécies inoculadas individualmente. As espécies de fungos individuais
somente apresentaram maiores resultados de massa seca nas maiores doses aplicadas de P.
CONCLUSÃO
A inoculação com a mistura dos três fungos foi mais eficiente para o desenvolvimento da espécie florestal
estudada, em comparação aos fungos aplicados individualmente.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MOREIRA, F. M. S.; SIQUEIRA, J. O. Microbiologia e Bioquímica do Solo. Lavras: Editora UFLA, 2 ed, 2006.
SIQUEIRA, J.O.; SAGGIN JÚNIOR, O.J. Dependency on arbuscular mycorrhizal fungi and responsiveness of
some Brazilian native woody species. Mycorrhiza, v.11, p.245-255, 2001.
FERREIRA, D. F. Análises estatísticas por meio do SISVAR para Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUAL
DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45, 2000, São Carlos, SP. Programas e resumos...São
Carlos: UFSCar. p. 235. 2000.
POUYÚ-ROJAS, E.; SIQUEIRA, J. O.; SANTOS, J. G. D. Micorriza arbuscular e fertilização do solo no
desenvolvimento pós-transplante de mudas de sete espécies florestais. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.35, n.1,
p.103-114, jan. 2000
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