2009 - 2010 2010 - 2011 Critérios gerais de avaliação Anos lectivos de 2009-2010 e 2010-2011 Introdução A avaliação constitui um processo regulador das aprendizagens, orientador do percurso escolar e certificador das diversas aquisições realizadas pelo aluno, ao longo dos diferentes ciclos de ensino: pré-escolar, básico e secundário. A escola deve assegurar a participação dos alunos e dos pais e encarregados de educação no processo de avaliação das aprendizagens, em condições a estabelecer no respectivo Regulamento Interno. Podem, ainda, ter intervenção no processo de avaliação das aprendizagens dos alunos, os serviços especializados de apoio educativo, os órgãos de administração e gestão da escola ou do agrupamento de escolas, bem como outras entidades, nomeadamente serviços centrais e regionais de administração da educação, de acordo com o disposto na lei e no Regulamento Interno da escola. (Texto com ligeiras adaptações dos pontos 1,2,3 e 4,do artigo 12º, do Decreto-Lei nº6/2001 e do artigo10º, do Decreto-Lei nº7/2001, ambos de 18 de Janeiro, e de acordo com o Despacho nº 5220/97 de 4 de Agosto.) Assim, conscientes de que a reorganização dos três grandes ciclos de escolaridade –pré-escolar, básico e secundário – teve como objectivo «potenciar a estabilidade, a sequencialidade e a progressividade dos trajectos escolares» (Linhas Orientadoras da Revisão Curricular, pág. 7) e considerando as características e condições concretas de cada ciclo de estudos, de cada turma e de cada aluno; os normativos em vigor; a realidade organizacional onde se realizam os actos de aprender e de ensinar; Os princípios gerais da avaliação; Considerando, ainda, que a avaliação é parte integrante do processo de ensino e aprendizagem; exige uma prévia e clara definição daquilo que se pretende avaliar e dos fins em exige a escolha de várias técnicas e instrumentos, em função dos objectivos e vista; finalidades; pede que se tire partido dos pontos fortes de cada instrumento de avaliação e se reduza ao mínimo o efeito dos seus pontos fracos. 1. Critérios gerais de avaliação para o Ensino Básico O Conselho Pedagógico definiu os seguintes critérios gerais de avaliação para a Educação préescolar, e para o ensino básico, distribuindo-os por três grandes áreas que se ramificam em linhas estruturantes da formação integral do aluno, pressupondo que, nestes graus de ensino, a avaliação tem como base os processos de aprendizagem, o contexto em que a mesma se desenvolve e as funções de estímulo, socialização e instrução próprias do ensino básico, a que se chama a tridimensionalidade da educação. 2. Pesos a atribuir na avaliação do ensino Básico Ensino Regular Saber/saber-agir: 65% Saber-ser: 35% Cursos de Educação e Formação (CEF) / PIEF Saber/saber-agir: 50% Saber-ser: 50% 3. Critérios de ponderação para transição ou progressão Áreas dos saberes Critérios Gerais de avaliação • Desenvolvimento das competências, através da articulação entre a avaliação Saber (teoria/ conteúdo) diagnóstica e a aquisição dos conteúdos leccionados em função de uma planificação prévia (evolução conseguida). • Domínio da língua portuguesa; Saber-agir • integração das dimensões teórica e prática; (mobilização articulação e contextualização de saberes) • utilização das tecnologias de informação e comunicação; • ... • Desenvolvimento progressivo da autonomia, do espírito de iniciativa, do Saber-ser (educação para a cidadania, atitudes e valores: construção e tomada de consciência da sua identidade pessoal e social) espírito crítico e de auto e hetero-avaliação; • sentido de responsabilidade – pontualidade; assiduidade; comportamento; respeito pelas regras estabelecidas; cumprimento dos deveres; exercício dos direitos; valorização da dimensão humana do trabalho; • participação activa no processo de aprendizagem – estudo individual; intervenção oportuna em situação de aula; curiosidade intelectual; criatividade; adopção adequada de estratégias de resolução de problemas e tomada de decisões; • interacção com os outros – cooperação com os colegas, professores e com todos os actores do universo escolar; respeito e valorização da diversidade dos indivíduos e dos grupos; respeito pela vida e pela dignidade humana; solidariedade; tolerância; • construção de uma consciência ecológica – valorização e preservação do património natural e cultural; interacção com o ambiente; • sentido de apreciação estética do mundo – observação e valorização da dimensão estética do mundo que nos rodeia e da criatividade humana; • Relação harmoniosa entre o corpo e o espaço (acções psicomotoras). 3.1. São critérios de ponderação para a decisão de progressão (a progressão é, segundo o artigo 54º do DN (?) 1/2005, de 5 de Janeiro, uma «decisão pedagógica) 3.1.1 as competências demonstradas pelo aluno, que deverão indiciar que ele é capaz de desenvolver as competências essenciais definidas até ao final do respectivo ciclo, sendo capaz de colmatar as lacunas verificadas até ao momento da avaliação; 3.1.2 o sentido de responsabilidade do aluno revelado através da sua atitude e do modo como vai assumindo com mais segurança os seus deveres de estudante; 3.1.3 as condições sócio-afectivas que possam ter interferido no processo de ensino e aprendizagem do discente; 3.1.4 o desempenho nas áreas curriculares não disciplinares; 3.1.5 as situações de doença prolongada ou de transferência tardia; 3.1.6 as possibilidade de ingresso em percursos escolares alternativos ou cursos do tipo PIEF, CEF, PIEF/CEF ou percurso curricular alternativo; 3.1.7 a idade desajustada em relação ao percurso escolar; 3.1.8 desempenho nas aulas de apoio/recuperação. 3.2 São critérios de ponderação para a decisão de transição: 3.2.1 desempenho nas áreas curriculares não disciplinares; 3.2.2 desempenho nas aulas de recuperação e do Plano da Matemática; 3.2.3 possibilidade de obter uma média final que permita ao aluno economicamente carenciado candidatar-se a uma bolsa de mérito para a frequência do 10º ano de escolaridade; 3.2.4 condições de admissão aos exames de Português e Matemática. 4. Critérios de Avaliação das Áreas Curriculares Não Disciplinares Área de projecto Estudo Acompanhado Formação Cívica • Iniciativa; • Maturidade cívica; • Organização; • Criatividade; • Relacionamento • Atenção/concentração; interpessoal; • Empenhamento; Cooperação / Trabalho • Autonomia; grupal; • Iniciativa; • Espírito critica; • Autonomia; • • Responsabilidade; • Proactividade; • democrática na realidade • Cooperação; • Persistência; • Empenhamento; Intervenção cívica e circundante ; • Respeito pela diversidade cultural e diferenças • Planificação; individuais; • Pesquisa; • Autonomia; • Selecção e tratamento da • Iniciativa; • Proactividade • Assertividade na informação; • Concretização; • Organização; • Conteúdo; • Apresentação; expressão do EU • Capacidade de insight; • Responsabilidade; • Cooperação; • Estratégias de coping; • Métodos de estudo e de trabalho; • Auto e hetero-avaliação 4.1 Para os critérios de avaliação atrás mencionados aferiram-se os seguintes indicadores de avaliação: 4.1.1 Área de Projecto Menção Indicadores não cumpre os prazos de apresentação/ realização dos trabalhos; não participa na apresentação oral, escrita e estética dos trabalhos; não traz o material de trabalho necessário; não revela curiosidade/interesse/participação; não respeita a opinião dos outros; não cumpre as regras de trabalho de grupo; apresenta muitas dificuldades na expressão oral e escrita; não possui hábitos de investigação; não utiliza as TIC; não sistematiza ideias nem apresenta conclusões; não é criativo; não é autónomo. Não satisfaz • • • • • • • • • • • • Satisfaz • • • • • • • • • • • • cumpre normalmente os prazos de apresentação/ realização dos trabalhos; participa na apresentação oral, escrita e estética dos trabalhos; traz o material de trabalho necessário; revela alguma curiosidade/interesse/participação; respeita a opinião dos outros; cumpre as regras de trabalho de grupo; apresenta poucas dificuldades na expressão oral e escrita; possui alguns hábitos de investigação; utiliza as TIC; sistematiza ideias e apresenta conclusões; revela alguma criatividade; revela alguma autonomia. • • • • • • • • • • • • • cumpre os prazos de apresentação/ realização dos trabalhos; participa claramente na apresentação oral, escrita e estética dos trabalhos; traz o material de trabalho necessário; participa claramente na apresentação oral, escrita e estética dos trabalhos; revela curiosidade/interesse/participação; respeita a opinião dos outros; cumpre as regras de trabalho de grupo; exprime-se com facilidade, oralmente e por escrito; possui hábitos de investigação; utiliza com facilidade as TIC; sistematiza ideias e apresenta conclusões; é criativo; é autónomo. Satisfaz Bem Nota: Para o/a aluno/a obter uma das menções referentes à Avaliação Qualitativa a que as Áreas Curriculares não Disciplinares estão sujeitas, terá que evidenciar a maioria dos indicadores correspondentes à Menção com a qual está a ser avaliado/a. 4.1.2 Estudo Acompanhado Menção Não satisfaz • • • • • • • • • Critérios / Indicadores não traz o material de trabalho necessário; não desenvolve métodos e técnicas de estudo; não apresenta capacidade de trabalho; não é autónomo; não é organizado; não possui capacidade de investigar; não utiliza as TIC; apresenta muitas dificuldades de expressão oral e escrita; não cumpre as regras de trabalho de grupo. Satisfaz • • • • • • • • • traz o material de trabalho necessário; desenvolve métodos e técnicas de estudo; revela alguma capacidade de trabalho; revela alguma capacidade de organização; revela alguma autonomia; possui alguma capacidade de investigar; utiliza as TIC; apresenta poucas dificuldades de expressão oral e escrita; cumpre as regras de trabalho de grupo; • • • • • • • • • traz o material de trabalho necessário; desenvolve com facilidade métodos e técnicas de estudo; revela capacidade de trabalho; é claramente autónomo; revela capacidade de organização; possui capacidade de investigação; utiliza com facilidade as TIC; exprime-se com facilidade, quer oralmente, quer por escrito; cumpre as regras de trabalho de grupo. Satisfaz Bem Nota: Para o/a aluno/a obter uma das menções referentes à Avaliação Qualitativa a que as Áreas Curriculares não Disciplinares estão sujeitas, terá que evidenciar a maioria dos indicadores correspondentes à Menção com a qual está a ser avaliado/a. 4.1.3 Formação Cívica Menção Não satisfaz Satisfaz Satisfaz Bem Critérios / Indicadores • não participa nas actividades escolares; • não é autónomo; • não estabelece relacionamento interpessoal; • não respeita a opinião dos outros; • não tem espírito crítico; • revela muitas dificuldades na expressão oral e escrita; • não utiliza as TIC. • participa na maioria das actividades escolares; • revela alguma autonomia; • estabelece relacionamento interpessoal; • respeita a opinião dos outros; • revela algum espírito crítico; • tem poucas dificuldades na expressão oral e escrita • utiliza as TIC. • • • • • • participa em todas as actividades escolares; é claramente autónomo; mantêm com facilidade relacionamento interpessoal; tem espírito crítico; exprime-se com facilidade a nível oral e escrito; utiliza com facilidade as TIC. Nota: Para o/a aluno/a obter uma das menções referentes à Avaliação Qualitativa a que as Áreas Curriculares não Disciplinares estão sujeitas, terá que evidenciar a maioria dos indicadores correspondentes à Menção com a qual está a ser avaliado/a. 6. Critérios gerais de avaliação do ensino secundário Decorrentes da análise da filosofia da reorganização curricular e considerando a articulação e progressividade entre o terceiro ciclo do ensino básico e o ensino secundário, os critérios gerais de avaliação do ensino secundário são amplos e abrangem todos os domínios do saber: saber, saber-agir e saber-ser. A sua operacionalização traduzir-se-á na definição de instrumentos de avaliação próprios de cada disciplina e em grelhas de observação que se tornarão, também elas, instrumentos de avaliação. Pressupõe-se que, no ensino secundário, a avaliação deve estimular o sucesso educativo dos alunos, melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem e certificar os conhecimentos, competências e capacidades Áreas dos saberes Saber Critérios Gerais de avaliação Aquisição de conhecimentos conducentes ao desenvolvimento de competências dos domínios cognitivo e metacognitivo. (teoria/ conteúdo) Saber-agir (aplicação dos conhecimentos adquiridos em situações novas) • Domínio da língua portuguesa; • integração das dimensões teórica e prática; • desenvolvimento das competências vocacionais; • mobilização de mecanismos transversais na procura, selecção, organização e utilização de informação; • utilização das tecnologias de informação e comunicação. • Autonomia; espírito de iniciativa; aptidão para pensar cientificamente os • Saber-ser (educação para a cidadania, atitudes e valores: construção e tomada de consciência da sua identidade pessoal e social) • • • • problemas e para fazer auto e hetero-avaliação; interiorização de uma cultura de participação e responsabilidade – pontualidade; assiduidade; comportamento; respeito pelas regras estabelecidas; cumprimento dos deveres; exercício dos direitos; valorização da dimensão humana do trabalho; plena consciência das opções que potenciam a liberdade e o desenvolvimento do aluno como indivíduo e cidadão; participação activa no processo de aprendizagem – estudo individual; intervenção oportuna em situação de aula; curiosidade intelectual; criatividade; adopção adequada de estratégias de resolução de problemas e tomada de decisões; interacção com os outros – cooperação com os colegas, professores e com todos os actores do universo escolar; respeito e valorização da diversidade dos indivíduos e dos grupos; respeito pela vida e pela dignidade humana; solidariedade; tolerância; manifestação de uma consciência ecológica – valorização e preservação do património natural e cultural e interacção com o ambiente; sentido de apreciação estética do mundo – observação e valorização da dimensão estética do mundo que nos rodeia e da criatividade humana. dos alunos, quer para efeitos de prosseguimento de estudos, quer para ingresso na vida activa. 7. Pesos a atribuir na avaliação quantitativa Ensino Regular / Formações geral e específica Saber/saber-agir: 80% Saber ser: 20% Curso Tecnológico (nocturno) Formação tecnológica Saber/saber-agir: 60% Saber ser: 40% Formações geral e específica Saber/saber-agir: 80% Saber ser: 20% Projecto Tecnológico Saber/saber-agir: 60 a 75% Saber ser: 40 a 25% Cursos Profissionais Saber/saber-agir: 70% Saber-ser: 30% 8. Instrumentos de avaliação O(s) instrumento(s) de avaliação deve(m) providenciar meios para a testagem efectiva do tipo de objectivos da avaliação que se pretende. Assim, instrumentos alternativos facilitam o registo e a avaliação das actividades em processo e traduzem, necessariamente, maior grau de fiabilidade e de aceitabilidade. Não se excluindo outros, os essenciais são os seguintes: • grelhas e mapas de registo de avaliação; • fichas de registo de auto-avaliação; • grelhas de observação da área do saber-ser; • entrevistas; • relatórios; • testes de avaliação sumativa (escritos ou orais); • registos de participação oral; • trabalhos de casa; • trabalhos de grupo; • portefólios; • Planos Individuais de Trabalho; • caderno diário; • diários de bordo ou de parede. 9. Meios organizativos de avaliação Os pais e encarregados de educação e, ainda, os alunos têm direito a saber a forma e os meios organizativos como os instrumentos de avaliação devem ser implementados e corrigidos. Assim: • todos os trabalhos têm de ser corrigidos pelo professor, ou com a sua orientação; • os testes de avaliação sumativa - têm de ser marcados com antecedência; - cada aluno não deve fazer mais do que um teste por dia, nem mais de três por semana; - só em casos excepcionais a norma anterior pode ser ultrapassada; - os testes deverão ser entregues, devidamente corrigidos e classificados, num prazo máximo de duas semanas; - nunca deverá dar-se um segundo teste sem que o anterior tenha sido entregue; - os testes do ensino secundário terão uma classificação quantitativa. • As menções da avaliação qualitativa do ensino básico são as seguintes: - não satisfaz – de 0% a 39%; - ainda não satisfaz – de 40% a 49%; - satisfaz – de 50% a 69%; - satisfaz bastante – de 70% a 89%; - excelente – de 90% a 100%. 10. Conclusão O presente documento tem como objectivos, em primeiro lugar, tornar transparente o processo de avaliação e, em segundo, tornar a actividade dos professores o mais célere, homogénea e objectiva possível. Claro que isto não significa que a subjectividade desapareça deste processo. Aliás, a subjectividade está sempre presente na avaliação das aprendizagens dos alunos. No entanto, estamos certos que a construção dos “Critérios Gerais de Avaliação” é uma tentativa de tentar reduzir, em grau, a margem de subjectividade e, ao mesmo tempo, evitar que a avaliação seja um processo de cada um para os seus alunos. O conhecimento dos critérios pelos alunos, professores e encarregados de educação constituí uma mais-valia, porque, sendo únicos, podem reflectir maior justiça na avaliação dos alunos dos vários anos de escolaridade.