AVALIAÇÃO DE PERFORMANCE DO PROGRAMA FÁBRICA DO AGRICULTOR EM FRANCISCO BELTRÃO, PR Zenaide da Silva Macagnan1 Christine Nascimento Grabaski2 Francieli do Rocio de Campos3 Giseli Souza4 Franciele Aní Caovilla Follador5 RESUMO As agroindústrias familiares são consideradas uma alternativa para a permanência do agricultor e sua família no campo, com melhor qualidade de vida. Gerar direta e indiretamente novos postos de trabalho, incluindo social e economicamente os agricultores pela agregação de valor aos produtos via transformação artesanal ou semiartesanal é um dos objetivos do programa. O trabalho em sistemas cooperativados possibilita integração, propiciando relações sociais e econômicas. O desenvolvimento econômico com aprimoramento das condições de trabalho, melhoria e especialização da produção, atende um mercado consumidor, em um segmento crescente da economia. O Programa Fábrica do Agricultor auxilia o processo agroindustrial familiar pelo aporte de recursos financeiros aos empreendimentos do estado do Paraná. Francisco Beltrão possui 29 unidades cujo apoio recebido ocorreu desde a instauração do Programa em 1999, com destaque para as associações familiares. PALAVRAS-CHAVES: Programa Fábrica do Agricultor. Agroindústria Familiar. Desenvolvimento Rural. 1 INTRODUÇÃO A agricultura familiar, no decorrer da história brasileira, passou por dificuldades tendo em vista as políticas econômicas voltadas para as grandes propriedades e linhas de produção para exportação. Com o desenrolar do processo de modernização agrícola, a situação tornouse excludente para os pequenos proprietários, uma vez que não possuíam condições de investimento em mecanismos que aumentassem sua produtividade. Conseqüentemente, a exclusão de setores do mercado ocorreu, empobrecendo-os e levando-os à inadimplência com agentes financeiros e ao êxodo rural. Em busca de reverter à situação, destacam-se no cenário de alternativas ao processo excludente, as agroindústrias de produção familiar, que através de associações de produtores e 1 Bacharel em Economia Doméstica. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão - PR. Economista Doméstico, Mestre em Geomática. Docente do Curso de Economia Doméstica. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão - PR. [email protected] 3 Bacharel em Economia Doméstica. Mestranda em Desenvolvimento Regional e Agronegócio. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Toledo - PR. 4 Acadêmica do Curso de Economia Doméstica. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão PR. [email protected] 5 Química. Doutoranda em Engenharia Agrícola. Docente do Curso de Economia Doméstica. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão - PR 2 1 cooperativas desenvolvem a produção de gêneros alimentícios artesanais como os embutidos, laticínios, ovos coloniais, abate de frangos, derivados de cana-de-açúcar, geléias e doces em pasta, sucos, mel, vinhos e licores. Conhecer aspectos da agroindústria familiar verificando sua participação como alternativa para o fortalecimento da agricultura familiar pelo Programa Fábrica do Agricultor do Estado do Paraná foi o eixo motivador deste trabalho. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Agroindustrialização familiar Nos municípios pequenos, o estímulo para a melhoria da economia está condicionado ao surgimento de iniciativas que favoreçam o aumento, a permanência e a aplicação da renda da agricultura no próprio município e arredores, característico da região Sudoeste do Paraná. Programas estaduais e federais viabilizam algumas iniciativas, pelo aporte de créditos subsidiados como o PRONAF e o Programa Fábrica do Agricultor (PFA). Segundo Grabaski (2008, p.36) a implantação do Fábrica do Agricultor ocorreu no período final do governo Jaime Lerner, em duas gestões consecutivas à frente do governo estadual (1996-2002). O programa paranaense possibilitou o financiamento para investimentos em agroindústrias com a contrapartida dos agricultores, permitindo aos indivíduos ou grupos organizados suprirem parcialmente os recursos necessários para a implantação das agroindústrias. Até o final do ano de 2000, o programa já havia chegado à implantação das 1000 unidades, sendo a de número mil (1.000) inaugurada em Francisco Beltrão na comunidade de Jacutinga, sob a forma de frigorífico coletivo para o processamento de embutidos de carne suína, uma atividade já realizada de maneira artesanal. Anteriormente, as agroindústrias de produtos de origem animal contavam apenas com o Serviço de Inspeção Municipal, o qual não destina recursos para a implantação (GRABASKI, 2008, p.35-36). As ações em agroindústria partem dos segmentos da produção familiar que já possuem alguma atividade de transformação de alimentos. Inicialmente, a prioridade destes agricultores foi garantir a produção dos alimentos necessários para o consumo da família com a produção que excedia sendo comercializada ou trocada por produtos de primeira necessidade que não eram formulados endogenamente. Visando prolongar o aproveitamento dos alimentos mais perecíveis, a prática de elaborar e ou transformar artesanalmente os produtos excedentes passou a ser vendidos diretamente nos domicílios dos consumidores. Assim, as unidades de produção especializaram-se na industrialização de um determinado 2 produto, resultando nas agroindústrias familiares e na qualidade agregada garantida, fenômeno detectado em todo o país. O Programa Fábrica do Agricultor foi criado para diversificar a cadeia produtiva rural como forma de fortalecimento da agricultura familiar, fixação e permanência do agricultor na sua atividade, integrada ao sistema de produção. É uma ação levada a efeito pela Companhia Paranaense de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (CODAPAR), executado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB), implantado pela Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) em parceria com a Vigilância Sanitária dos municípios. Tem o intuito de desburocratizar o processo de legalização das agroindústrias familiares, colaborando para que os agricultores que transformam e comercializam produtos, saíam da clandestinidade (EMATER-PR, 2008). Os principais objetivos do programa são proporcionar ao pequeno produtor condições para processar produtos de origem animal e vegetal, em pequena escala e semiindustrialmente, aumentando o seu valor agregado, viabilizando assim o aumento da renda dos agricultores familiares. Baseia-se na implantação, modernização ou adequação de pequenas unidades existentes nas comunidades, melhorando o produto final em termos organolépticos e em segurança alimentar. Como estímulo à divulgação dos produtos, inserindo-os em uma escala profissional, buscando inserção ao mercado com competitividade, destaca as especificidades locais com a valorização dos produtos típicos de cada região. Marchi et all (2007) afirmam que “A matéria-prima, que antes era comercializada nem sempre a preços atraentes, agora está sendo processada dentro da propriedade pelos próprios produtores com a ajuda da mulher e dos filhos ou através de unidades comunitárias”. No Sudoeste do Paraná são produzidos mais de 3.000 produtos de diversas cadeias produtivas, disponibilizados em gôndolas instaladas em redes de supermercados, além de feiras especiais promovidas pelo governo de estado da agricultura e abastecimento. O sistema de vendas em gôndolas especiais em supermercados com os produtos da Fábrica do Agricultor teve início em Francisco Beltrão no ano de 2003. O "piloto" dessa comercialização contou com a participação inicial de quarenta famílias de agricultores. Atualmente, contam com mais de cinqüenta pontos de venda em supermercados de todo o Paraná, com uma estimativa de participação de mais de 1.300 famílias de agricultores (VIEIRA, 1998). Uma conquista importante para a região foi à criação e organização da Associação das Agroindústrias do Sudoeste com a marca "Sabores do Sudoeste", fator que contribuiu para o acesso à comercialização em espaços maiores e redes de comercialização (EMATER, 2007). Considerando as atividades de agroindústria familiar em Francisco Beltrão, as ações 3 de apoio a sustentabilidade socioeconômica e à redução das elevadas taxas da mortalidade dos pequenos empreendimentos enfatizam os seguintes aspectos, segundo relatório da EMATER (2008): Verificação junto às instituições públicas sobre as necessidades de melhorar o marketing dos produtos, assessoria econômica para controle de custos nos pequenos empreendimentos; apoio à capacitação gerencial visando remover os obstáculos de comercialização; melhoria da qualidade dos produtos e a elaboração de planos de negócios para ampliar o mercado; oferta de cursos de capacitação com vistas à obtenção de valor aos produtos; excursões de produtores às exposições relacionadas ao agronegócio familiar; otimização de espaços para venda direta ao consumidor pelas organizações dos próprios agricultores. Segundo dados da Secretaria Municipal da Agricultura de Francisco Beltrão (2008) existem vinte e nove (29) agroindústrias do tipo familiar, sendo unidades de produção que têm na atividade de elaboração e/ou transformação artesanal de alimentos, estratégias para integrar-se ao mercado e garantir a reprodução da unidade familiar, localizadas na área urbana ou rural, enquadradas dentro do Programa Fábrica do Agricultor. 3. METODOLOGIA O artigo científico elaborado pode ser definido como um trabalho de compilação de dados através de pesquisa bibliográfica e documental, consulta a documentos (EMATER/PR, Prefeitura Municipal), seguido de pesquisa em trabalhos científicos sobre o assunto. Entrevistas com os envolvidos nas agroindústrias (agricultores e técnicos) foram efetuadas para complementar e apurar as informações. O artigo foi estruturado com revisão bibliográfica conceituando agroindústrias familiares e o Programa Fábrica do Agricultor, seguido pela coleta de dados municipais, entrevistas com técnicos e assessores do programa. Concluiu com a análise da pesquisa efetuada. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Segundo Grabaski (2008), em Francisco Beltrão no ano de 2008, as agroindústrias que manipulam produtos de origem animal, possuidoras de Serviço de Inspeção Municipal (SIM) perfaziam vinte unidades, recebendo acompanhamento de técnicos da Secretaria Municipal da Agricultura e EMATER-PR, conforme Quadro 01: 4 Tipo de agroindústria Pasteurização e envase de leite Fabricação de queijo Abatedouro de suíno-bovinos e fabricação de embutidos Pasteurização e envase de mel Abatedouro de frango Classificação e embalagens de ovos Filetagem de pescados Numero de unidades 04 unidades 07 unidades 04 unidades 02 unidades 02 unidades 01 unidade 01 unidade QUADRO 01: Tipos de Agroindústrias Familiares com SIM em Francisco Beltrão FONTE: GRABASKI, 2008. As unidades de produtos de origem vegetal enquadradas no Programa Fábrica são as seguintes: Panificação: duas (02) unidades; Derivados de cana de açúcar e doces: três (03) unidades; Produção de vinhos e aguardente: quatro (04) unidades. Produtos de origem vegetal não necessitam de uma regulação e fiscalização contínua, não existindo um serviço especial para acompanhamento das unidades, haja vista que os produtos de origem animal são mais perecíveis, recebendo maiores cuidados por parte da Saúde Pública. A amostra trabalhada pela EMATER-PR abrange 15 unidades, não demonstrando a integralidade da amostra repassada pela Secretaria Municipal de Agricultura (2008) que perfazia 29 unidades. Quanto ao número de integrantes das famílias envolvidos diretamente nas atividades da agroindústria, observou-se o baixo número de filhos/sucessores nas atividades, diminuindo o número de integrantes. Constata-se que 60 % das agroindústrias são formadas por 02 a 04 membros, necessitando contratar mão-de-obra, conforme Quadro 02. Número membros 01 a 02 02 a 04 04 a 06 06 a 08 08 a 10 Total Unidades 01 09 03 00 02 15 % 6,0 60,0 21,0 0 13,0 100 QUADRO 02: Integrantes das famílias proprietárias das agroindústrias familiares. Fonte: EMATER, 2007. Quanto à idade dos integrantes das agroindústrias familiares, (18) dezoito são jovens de 10 a 20 anos, filhos de agricultores. Encontram-se fora das atividades, pessoas com mais de 60 anos, aposentados e crianças, conforme Quadro 3. 5 Idade 01 a 10 anos 10 a 20 anos 20 a 30 anos 30 a 40 anos 40 a 50 anos 50 a 60 anos 60 anos acima Total Quantidade 03 18 05 06 14 08 04 58 % 5 31 9 10 24 14 7 100 QUADRO 03: Idade dos integrantes das famílias proprietárias agroindústrias familiares com SIM em Francisco Beltrão Fonte: EMATER, 2007. Quanto ao nível de estudo dos envolvidos nas atividades, 30% das pessoas possuem o 2º grau completo, o que representa uma melhoria possível no processo de qualificação dos processos agroindustriais, como também, o retorno para o campo dos filhos dos agricultores que concluíram os cursos técnicos, assim como superior em área urbana, detectado nas entrevistas. Essa verificação é tida como benéfica pelas famílias das agroindústrias, que percebem o retorno dos filhos "formados", uma sucessão das atividades familiares. As agroindústrias familiares estudadas surgiram após anos de trabalho em produtos agrícolas convencionais. A necessidade de alternativas de renda direcionou-os ao aperfeiçoamento da linha de produção, integrando-os profissionalmente nas agroindústrias. Na amostra pesquisada, 47% vivem a mais de 30 anos no meio rural, 13% há mais de 10 anos e 20% da amostra não são considerados agricultores, por desenvolver atividades contratadas (trabalhos temporários). Quanto às dimensões das propriedades com agroindústrias, a média é de um hectare a sessenta e cinco hectares, sendo que 20% destas propriedades têm áreas de 5 a 10 hectares, conforme Quadro 04. Tamanho 01 a 02 hectares 02 a 05 hectares 05 a 10 hectares 10 a 15 hectares 15 a 20 hectares 20 a 25 hectares 25 a 35 hectares 35 a 65 hectares Total Quantidade 04 03 05 04 03 03 04 03 29 % 13 13 20 13 07 00 20 13 100 QUADRO 04: Tamanho das propriedades das agroindústrias familiares Fonte: EMATER, 2007. Quanto às condições do produtor em relação à propriedade na qual está a agroindústria, 86% são donos da propriedade, não sendo esta uma exigência do Programa. 6 O Quadro 05 apresenta a quantidade da produção mensal das agroindústrias registrada no SIM/POA, no município de Francisco Beltrão. Tipos de produção Agroindústria Pasteurização de Leite Agroindústria de Fabricação Queijos Agroindústria Fabricação Embutidos Agroindústria Abate de Aves Quantidade 60.000 litros / mês 2.500 quilos / mês 300 suínos / mês 1.500 aves / mês Média/ dia 3.529 l 227 kg 037 kg 750 aves QUADRO 05: Produção média mensal de agroindústria sob SIM/POA Fonte: Prefeitura Municipal de Francisco Beltrão, 2007. O Quadro 06 demonstra o destino da produção. Com destino certo para a comercialização 50% possui contratos junto a supermercados e restaurantes, e 22% fazem entrega direta em residências. Destino Mercado / Lanchonete Restaurante Residências Feira do Produtor Total Quantidade agroindústria 15 02 06 04 27 % 50 10 22 18 100 QUADRO 06: Destino da produção e forma de comercialização Fonte: EMATER, 2007. O Quadro 07 apresenta o número de pessoas que trabalham nas agroindústrias, mãode-obra familiar e os tipos de contratado de trabalho (temporários ou fixos). Número pessoas 01 A 04 pessoas 04 a 08 pessoas 08 a 12 pessoas Família 10 03 01 Contratados 02 01 01 QUADRO 07: Número de Pessoas que Trabalham na Agroindústria Fonte: EMATER, 2007. As famílias produziam algum tipo de alimento industrializado artesanalmente nas propriedades para seu consumo ou de parentes. O aperfeiçoamento da produção em escala ampliada foi obtido. Em campo, verificou-se que 60% já comercializavam seus produtos informalmente e com as novas leis e exigências da Vigilância Sanitária Municipal ficaram impossibilitadas de continuar com as suas atividades. O Quadro 08 apresenta a motivação principal que impulsionou a formalização dos investimentos. 7 Origem Tradição Familiar Apoio Prefeitura Municipal Exigência Vigilância Sanitária Possuíam Mercado Negócio Próprio Total Quantidade 04 04 09 02 07 26 % 14 14 35 07 30 100 QUADRO 08: Motivo para implantação da agroindústria Fonte: EMATER, 2007. As dificuldades encontradas para a implantação e posterior manutenção podem ser observadas em 43% dos agricultores apontando dificuldades no setor financeiro e com as leis para a abertura da agroindústria. A falta de assistência, treinamento e acompanhamento são a maior entrave para a implantação de novas e melhores estruturas nesse meio, para 43% dos analisados. Quanto à fonte de recursos para a implantação, 60% utilizaram recursos próprios revelando a confiança em seu produto e na rentabilidade dos empreendimentos. As agroindústrias que necessitaram de financiamento como o PRONAF e PROGER somam 33%, e os demais contaram com a ajuda, principalmente da Prefeitura Municipal de Francisco Beltrão (terraplanagem, calçamento, nivelamento de solo). A forma de gestão individual é usada em 93% das unidades, sendo uma agroindústria coletiva (7%). Das agroindústrias, catorze tem estruturas próprias e apenas uma atua em regime de posse / utilização conjunta. Importante destacar que em todas as unidades, existe a geração de trabalho. Segundo Grabaski (2008), nas unidades de processamento de carne suína em Francisco Beltrão, o número de empregos endógenos gerados se equipara ao número de postos de trabalho para outros trabalhadores. No caso estudado pela autora (2008), de seis postos familiares outros seis foram gerados para trabalhadores contratados, importante do ponto de vista econômico e social. Segundo dados da EMATER (2007), foi na ordem de R$ 420.000, aplicados na construção e aquisição de equipamentos para as unidades, gerando assim cerca de 50 novos postos de trabalho. O Fábrica do Agricultor é um programa que auxilia aos agricultores familiares viabilizando iniciativas geradoras de trabalho endógeno e renda nas propriedades. Seus empréstimos são na ordem de R$ 2.500,00 até R$ 15.000,00 para apoio as atividades de desenvolvimento dos produtos, modernização dos equipamentos, rotulagem e comercialização. Na área urbana, panificação e conservas de frutas e hortaliças podem ser 8 atendidos (MARCHI, 2007, p.02). O Quadro 09 apresenta o gasto na construção da agroindústria e na aquisição dos equipamentos, denotando um alto custo para a implantação, considerando o perfil do agricultor abrangido pelo PFA. Valor (R$) 10.000 a 15.000 15.000 a 20.000 20.000 a 30.000 30.000 a 50.000 50.000 a 100.000 100.000 a 200.000 Quantidade 03 02 02 01 05 01 Nº postos trabalho 3 a 4 pessoas 3 a 4 pessoas 3 a 4 pessoas 4 a 6 pessoas 7 a 12 pessoas 12 a 16 pessoas QUADRO 09: Recursos usados na construção e Aquisição Equipamentos (Custo em R$). Fonte: EMATER, 2007. O que é considerado pelo PFA, é a possibilidade de geração de trabalho e melhoria de renda, o que foi detectado nas unidades trabalhadas, conforme apresentado no Quadro anterior. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A falta de conhecimento ampliado sobre mercado, deficiência em informações sobre padrões de qualidade solicitados nos diferentes mercados e por diferentes legislação e normas vigentes, limitam a performance das agroindústrias familiares. Para superar as limitações para a implantação das agroindústrias, contar com apoio logístico e capacitação empresarial é uma medida que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) possibilita, através de treinamentos e uma análise orientada sobre agronegócios familiares. Outras instituições públicas como EMATER e UNIOESTE (em projetos de extensão) contribuem de modo intermitente, dado seu pequeno efetivo técnico e acadêmico para os municípios. Para o fortalecimento das iniciativas, é necessário que o agricultor perceba a necessidade de mudança, quer através da realização de um trabalho de orientação, buscando apropriação do processo desde a sua instalação até a comercialização final (cadeia produtiva), como em estratégias de marketing, formação de caixa de reserva e manutenção de um padrão de qualidade. O sentimento de confiança em sua agroindústria é fundamental para que ele se estabeleça e cresça como gestor da atividade, com capacidade gerencial e financeira. 9 REFERÊNCIAS Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural. Relatório de Atividades 2007. Mimeo. 2008. FETRAF-SUL/CUT-FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA FAMILIAR DA REGIÃO SUL DO BRASIL – CENTRAL UNICA DOS TRABALHADORES. Consolidando a agricultura familiar: a ousadia na luta e organização construindo um novo desenvolvimento. In: II Congresso da FETRAF-SUL/CUT. Francisco Beltrão, 2007. GRABASKI, C.N. Emprego de Geotecnologias no diagnóstico de produção e espacialização das agroindústrias familiares no município de Francisco Beltrão.2008. 89f. Dissertação (Mestrado em Geomática) – UFSM-Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria-RS, 2008. MARCHI, J. F; LAVORATTI, N; SOARES, J. A. Z; GODOY, W. I. Desenvolvimento socioeconômico das agroindústrias rurais do Sudoeste do Paraná. In: Seminário de Sistemas de Produção Agropecuária EXPO UT 2007. Universidade Federal Tecnológica do Paraná: Dois Vizinhos. 2007. Prefeitura Municipal de Francisco Beltrão. História do município, agricultura e meio ambiente. Disponível em: <www.franciscobeltrao.pr.gov.br> Acesso em: 25 abril 2008. ______.História e Geografia de Francisco Beltrão: educando com o coração. Francisco Beltrão: Secretaria Municipal de Educação Cultura e Esporte, 2002. ______.Secretaria Municipal da Agricultura e Abastecimento. Relação de Agroindústrias Municipais. Relatório. 2007. VIEIRA, H. F. 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