In Foco Rio de Janeiro, 14 de outubro de 2011 Semanal n° 115 Alunos do IFRJ são medalhistas em olimpíada de Astronomia Da esq. para a dir.: Adelmo Farias de Oliveira Jr., Rodrigo Carvalho da Silva, Felipe da Silva Avena e Eduardo Seperuelo Duarte. Se virmos estrelas, eles contemplarão esferas de plasma, luminosas pela fusão de hidrogênio em seu núcleo. Apontamos planetas e eles observam corpos celestiais remanescentes de estrelas e com massa suficiente para que a força de sua própria gravidade domine as forças eletromagnéticas que unem a sua estrutura física. Enquanto olhamos o céu, eles miram o infinito. Eles são alunos do campus Nilópolis que participaram da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), organizada anualmente pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e com a Eletrobras Furnas. Oito alunos foram medalhistas nesta edição (três de ouro, um de prata e quatro de bronze) e dois deles participaram também de uma competição de lançamento de foguetes, atingindo marca para disputar a Jornada de Foguetes, que acontece entre 31 de outubro e 2 de novembro, em Passa Quatro (MG). Professor responsável pela OBA no campus, Eduardo Seperuelo Duarte acredita que a competência dos alunos faz com que o mérito pelas medalhas seja quase todo deles. “A curiosidade dos alunos pelo assunto, que tem pouco espaço no ensino regular, mostra que temos uma enorme demanda para as ciências exatas, área ainda carente de mão de obra no país”, acrescenta o professor, que dá aulas de Física no ensino médio e de Astronomia na graduação. O medalhista de ouro Felipe Avena é exemplo da hipótese do professor Eduardo. Aluno do 7º período do curso técnico em Controle Ambiental, Felipe, que pretende estudar Física ou Astronomia, conta que “era meio triste” conhecer poucas pessoas com os seus mesmos interesses. Selecionado em 2010 para participar da Escola de Astronomia (a escola que prepara os estudantes com as cem melhores notas na OBA para competições internacionais terá na próxima edição a presença do medalhista de bronze Gustavo Fonseca de Lima), ele teve a oportunidade de estar lado a lado com alunos de todo o país para quem supernovas ou nebulosas são palavras inteligíveis. “Você conhece pessoas de sotaques diferentes, com experiências diferentes, não é simplesmente uma experiência acadêmica, mas também pessoal. Quase uma evolução espiritual”, filosofa Felipe. Ele considera também o papel do ensino no IFRJ como fundamental para o sucesso nessas competições. “A escola nos capacita a compreender melhor os problemas a partir de um raciocínio mais claro, o que acaba sendo muito útil para a Olimpíada”. Essa capacidade de raciocinar sem fórmulas prontas é uma das habilidades que a OBA exige, diz o aluno do 7º período do curso técnico em Química Adelmo Farias de Oliveira Jr. Medalhista de prata nessa edição, ele já participava e era medalhista - de olimpíadas escolares no ensino fundamental. Foi medalhista de prata também na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). “Nenhuma questão é baseada no conhecimento que você já tem. É a partir do texto que você descobre novas coisas, que você formula um raciocínio capaz de resolver o problema”, ele observa. Adelmo nem pensa em parar de estudar química, mas não se esquiva de outras ciências. “Químico todos podemos ser, mas ser químico com conhecimento em outras áreas faz bastante diferença”. Rodrigo Carvalho, aluno do 7º período do curso técnico em Controle Ambiental, passeia entre a história de cinco séculos de um país e a de 14 bilhões de anos de um universo. Ele foi medalhista de bronze nesta edição da OBA depois de já ter conseguido medalha de prata na Olimpíada Nacional de História do Brasil, organizada pela Universidade de Campinas (Unicamp). Ele acredita que o sucesso nas olimpíadas serve como estímulo para que mais alunos participem de atividades acadêmicas extraclasse. “Vale a pena participar das olimpíadas. Não importa se a pessoa ganha ou não, o que vale é o aprendizado”, ele pontua. O medalhista dá a dica aos que querem participar das próximas competições: “Não querem saber a sua resposta, mas o seu pensamento”, diz Rodrigo. Rodrigo Carvalho e Felipe Avena participaram da equipe que montou o protótipo de foguete cujo alcance os levará a Passa Quatro (MG) para a Jornada de Foguetes, que reúne as 30 melhores marcas do país. Feito em estrutura de cano PVC, com funcionamento hidráulico e propulsão à base da reação entre bicarbonato e vinagre, o foguete alcançou a distância de 160 m e ficou em 13º lugar no ranking geral. Eles serão os únicos representantes do estado do Rio de Janeiro. Equipe da Olimpíada de Foguetes Medalhistas da OBA Alex Cavalcanti Monteiro Tavares Felipe da Silva Avena Robson Lopes Souza da Silva Rodrigo Carvalho da Silva Célio Miotto Filho Daniel Souza da Silva Felipe da Silva Avena Medalha d eO u ro Adelmo Farias de Oliveira Junior Medalha d eP rata Alex Cavalcanti Monteiro Tavares Diego Moura Gonçalves Gustavo Fonseca de Lima Medalha d eB ronze Rodrigo Carvalho da Silva Assessoria de Comunicação Tel.: (21) 2273-7091 Sugestão de pauta: [email protected]