Universidade São Francisco AVALIAÇÃO DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA NOS PACIENTES COM DOENÇA DE ARTÉRIA CORONÁRIA SUBMETIDOS A ANGIOPLASTIA Bragança Paulista 2011 1 Daniel Eduardo da Cunha Leme RA 001200800548 – 8º semestre Rodrigo Jorge Lobo RA 001200601021– 8º semestre AVALIAÇÃO DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA NOS PACIENTES COM DOENÇA DE ARTÉRIA CORONÁRIA SUBMETIDOS A ANGIOPLASTIA Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso em Fisioterapia II, do curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, sob a orientação da Profª.Ms. Milena Pelosi Rizk Sperling, como exigência parcial para conclusão do curso de graduação. Bragança Paulista 2011 2 LEME, Daniel Eduardo da Cunha, LOBO, Rodrigo Jorge. Avaliação da variabilidade da frequência cardíaca nos pacientes com doença de artéria coronária submetidos a angioplastia.Monografia defendida e aprovada na Universidade São Francisco em 13 de dezembro de 2011 pela banca examinadora constituída por: _______________________________________________________________ Profª.Ms. Milena Pelosi Rizk Sperling USF – Orientadora _______________________________________________________________ Profª. Drª.Rosimeire Simprini Padula USF- Orientadora metodológica ________________________________________________________________ Dr. Luiz Felipe Wili USF- Banca examinadora 3 Dedicamos este estudo as nossas famílias, nossas namoradas e nossos amigos, pessoas extraordinárias que dedicam amor sincero. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por esta conquista e a todos que acreditaram neste trabalho, em especial: Aos meus pais e minha irmã, que serviram de alicerce para que mais um objetivo fosse alcançado. A minha namorada Karina, por estar ao meu lado em todos os momentos da minha vida, pelo amor, carinho e dedicação. Ao meu avô Luiz, pelo companheirismo e pelo exemplo de luta, assim tem me incentivado dia após dia. Ao meu amigo Fabiano, pela amizade, confiança e apoio durante estes anos. À professora Milena Pelosi Rizk Sperling, pela orientação e pelo empenho neste trabalho, assim como na minha formação. Agradeço também por proporcionar acesso ao material de pesquisa. À professora Audrey Borghi e Silva do curso de Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) pelo empréstimo do cardiofrequencímetro para que houvesse o trabalho. À professora Rosimeire Simprini Padula, orientadora metodológica, pelo comprometimento durante meus estudos. Ao amigo Rodrigo, pela parceria de trabalho, fornecendo auxílio para que esta etapa fosse cumprida. Aos pacientes que participaram dos nossos estudos, muito obrigado pela cooperação. Aos professores do curso que contribuíram para meu conhecimento, e aqueles amigos que não foram citados, mas que estiveram comigo ao longo desta jornada. Daniel Eduardo da Cunha Leme 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me guiar durante esta jornada, sei que ainda incompleta, mas tenho certeza que não será em vão. Em especial aos meus pais, Valter e Rosemary, pela educação que me deram, humildes e dignos, e sei que por muitas vezes passaram por dificuldades para sustentar a mim e meus irmãos, mas venceram, e vos digo, muito obrigado, obrigado por cada gota de suor, por cada noite mal dormida, por todo empenho e determinação, pela força, e confiança que depositaram em mim. Amo vocês. A minha namorada e companheira, Vanda, pela paciência, carinho, compreensão, por estar ao meu lado nos momentos difíceis, me desculpe pela ausência, ou mesmo quando não pude dar a atenção que você e o nosso filho querido mereciam. Meu filhão Henrique, você que é a minha maior felicidade, sei que não pude te acompanhar sempre, às vezes chegava tarde, e você já dormindo, e, mesmo assim, no dia seguinte, você vinha com aquele sorriso lindo e aquele abraço gostoso. Obrigado meu amor, por ser um filho tão maravilhoso. Aos meus irmãos, Rosi, Val e Van, que passaram pelas mesmas dificuldades que eu, e sempre me ajudaram da maneira que podiam. A todos os membros da minha família, minha querida “Vovó Mariquita”, que sempre me falou para seguir em frente com meus estudos, meus tios, dentre eles o “Morango” que por vezes aguentou a choradeira do sobrinho. À Polícia Militar do Estado de São Paulo, onde aprendi muito sobre a vida, sobre a verdadeira realidade das ruas, de grandes homens que deixam sua família em casa para defender a vida do próximo, mesmo que lhes custe a sua. Obrigado aos colegas que me ajudaram, me deram força, ao Capitão Velloso, pela amizade, pela confiança. Aos amigos de graduação do curso, a “nossa turma”, pelos quatro anos de convivência e amizade, companheirismo, apoio e estudos, certamente serão excelentes profissionais. Sentirei saudades dos bons momentos que vivemos, mas com certeza não serão os últimos. Ao amigo e parceiro de TCC Daniel, pela vontade, dedicação e competência com que atuou nos estudos, sem isso não teríamos conseguido concluir o trabalho. Parabéns. Aos professores pela dedicação que desempenharam durante suas aulas e supervisão de estágio. A orientadora Milena Pelosi Rizk Sperling, pela competência e profissionalismo. Agradeço pela excepcional orientação, mesmo as cobranças, exigências, ideais e confiança, muito obrigado. 6 A co-orientadora e orientadora metodológica Rosimeire Simprini Padula, muito obrigado pela ajuda e disponibilidade de tempo dedicada a nós e pelo conhecimento transmitido. Aos pacientes que participaram da pesquisa, pela paciência e colaboração. Enfim, gostaria de agradecer todas as pessoas que de algum modo fazem ou fizeram parte dessa etapa da minha vida. Muito obrigado. Rodrigo Jorge Lobo 7 Obstáculo é aquilo que você enxerga, quando tira os olhos do seu objetivo. (Henry Ford) 8 LEME, Daniel Eduardo da Cunha, LOBO, Rodrigo Jorge. Avaliação da variabilidade da frequência cardíaca nos pacientes com doença de artéria coronária submetidos a angioplastia. 2011. 51f. Monografia – Curso de Fisioterapia da Unidade Acadêmica da Área de Ciências da Saúde da Universidade São Francisco, Bragança Paulista. RESUMO Introdução: As doenças cardiovasculares se destacam como principal causa de mortalidade e incapacidade no Brasil e no Mundo. Tanto em regiões desenvolvidas quanto em desenvolvimento, a Doença de artéria coronária (DAC), secundária a aterosclerose assume a liderança entre as patologias que mais ocasionam mortes. Nos últimos anos, surgiu o interesse de avaliar a atividade autonômica com finalidade prognóstica nos pacientes com doenças cardiovasculares e/ou que se submeteram a intervenções cardíacas. A avaliação da VFC surge como método não- invasivo que mensura as flutuações constantes da frequência cardíaca descritas nos intervalos R-R do eletrocardiograma (ECG). A modulação autonômica da frequência cardíaca é alterada nas doenças cardiovasculares, deste modo os ajustes que ocorrem de forma rápida que determinam a compensação e ocasionam a homeostase devido à ação do SNA sobre o nó sinusal são prejudicados e identificados no exame. Objetivo: Verificar a Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) em indivíduos com DAC (doença de artéria coronária), nos tempos pré e pós-angioplastia, assim como o comportamento da VFC, para indivíduos com DAC nas posturas: supino e em pé e ainda comparar a VFC pré e pósangioplastia. Método: O estudo foi desenvolvido no Serviço de Hemodinâmica Van Gogh, do Hospital Universitário São Francisco- HUSF. Foram incluídos na pesquisa 10 pacientes, com idade média de 62,4 anos de ambos os sexos com DAC submetidos a angioplastia. Foram feitas análises lineares no domínio do tempo e não lineares da VFC nos tempos pré e pós angioplastia nas posturas, supino e em pé, como também avaliado o desempenho físico através do TC6 e o desempenho cardiorrespiratório pela manovacuometria e medida do Pico de Fluxo Expiratório. Resultados: A VFC investigada pelos índices não lineares ApEn e SampEn obteve aumento na angioplastia recente na postura supino, por outro lado o índice linear RMSSD diminuiu na angioplastia recente na postura em pé. O desempenho físico medido através do TC6 obteve aumento na média da distância percorrida durante a angioplastia tardia. Conclusão: Somente a angioplastia como tratamento não repercutiu positivamente nos índices da VFC nas posturas mais ativas. Palavras chave: DOENÇAS CARDIOVASCULARES, DAC, ANGIOPLASTIA, VFC 9 ABSTRACT LEME, Daniel Eduardo da Cunha, LOBO, Jorge Rodrigo. Evaluation of heart rate variability in patients with coronary artery disease undergoing angioplasty. 2011. 51f. Monograph - Physical Therapy Course Unit Area Academic Health Sciences of the University San Francisco, from Bragança Paulista, Brazil. Introduction: The cardiovascular diseases stand out as the main cause of mortality and disability in Brazil and the world. Both in developed and in development of coronary artery disease (CAD), secondary to atherosclerosis takes the lead among the diseases that cause most deaths. In recent years, interest has arisen to assess autonomic activity with prognostic purposes in patients with cardiovascular disease and/or that underwent cardiac procedures. The assessment of the HRV appears to be non-invasive method that measures fluctuations in heart rate constants described in R-R interval of the electrocardiogram (ECG). The autonomic modulation of heart rate changes in cardiovascular disease, so the adjustments that occur quickly to determine the cause compensation and homeostasis due to the action of the SNA on the sinus node are harmed and identified in the examination. Objective: To assess the Heart Rate Variability (HRV) in patients with CAD (coronary artery disease), in times preand post-angioplasty, as well as the behavior of HRV for individuals with CAD in postures: supine and standing still and HRV comparing pre-and post-angioplasty. Method: The study was conducted at the Department of Hemodynamics Van Gogh, of the University Hospital San Francisco-HUSF. The study included 10 patients, mean age 62, 4 years old, men and women with CAD undergoing angioplasty. Analysis was made in the time domain linear and nonlinear of the HRV in times pre and post angioplasty postures, supine and standing, as well as physical performance evaluated using the TC6 cardiorespiratory performance and the manometer and measure the peak expiratory flow. Results: The HRV investigated by index nonlinear ApEn and SampEn obtained in angioplasty recent in the supine posture, on the other hand, the linear index RMSSD decreased in recent angioplasty in the standing posture. The physical performance measured by the TC6 had an increase in the average distance traveled during the late angioplasty. Conclusion: Only the angioplasty did not reflect positively in the index of the HRV in more active postures. Keywords: CASRDIOVASCULAR DISEASE, CAD, ANGIOPLASTY, HRV 10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..........................................................................12 2. OBJETIVOS ..............................................................................19 3. MÉTODO ..................................................................................20 3.1 Sujeitos ....................................................................................20 3.2 Aspectos éticos do estudo ........................................................20 3.3 Materiais...................................................................................20 3.4 Local de coleta..........................................................................21 3.5 Procedimentos...........................................................................21 3.6 Análise de dados.......................................................................23 3.7 Análise estatística.....................................................................24 4. RESULTADO............................................................................25 5. DISCUSSÃO..............................................................................29 6. CONCLUSÃO............................................................................33 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS........................................... ANEXOS........................................................................................ 11 Lista de ilustrações FIGURA 1 .................................................................................. 12 FIGURA 2 .................................................................................. 15 FIGURA 3 .................................................................................. 15 FIGURA 4 ................................................................................... 22 FIGURA 5 ................................................................................... 23 12 1. INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares se destacam como principal causa de mortalidade e incapacidade no Brasil e no Mundo, de maneira a gerar custos encarecidos para a economia. A perspectiva mundial para 2020 é de que o número de eventos cardíacos cresça aproximadamente cinco vezes mais do que nos últimos anos; desde então se torna uma questão de importância para a Saude Pública (GUS et al., 2002; GUIMARÃES, 2005). De acordo com um artigo publicado recentemente (Schmidt et al., 2011), a mortalidade atribuível às Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) diminuiu 20% entre 1996 e 2007, sobretudo devido a reduções em doenças cardiovasculares (31%) e respiratórias crônicas (38%) (figura 1). Apesar de sua diminuição as doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no Brasil. A redução das doenças cardiovasculares é maior para doenças cerebrovasculares (34%) e para a categoria de outras formas de doença cardíaca (44%), sendo que a mortalidade por doença isquêmica diminuiu 26%. As doenças cardiovasculares geram o maior custo referente às internações hospitalares no sistema de saude nacional, o SUS (Sistema Único de Saúde). Em 2007, 12,7% das hospitalizações não relacionadas a gestações e 27,4% das internações de indivíduos de 60 anos ou mais foram causadas por doenças cardiovasculares. É importante notar a importância da insuficiência cardíaca congestiva: em pessoas com mais de 60 anos é a causa mais comum de internação hospitalar; em pessoas acima de 80 anos, causa 27% das internações em mulheres e 33% em homens (IBGE, 2009). Figura 1: Tendências recentes da mortalidade por DCNT de 1996 a 2000 e 2007, no Brasil. (Fonte: Schmidt et al., 2011). 13 Em países desenvolvidos, a Doença Arterial Coronariana (DAC) secundária a aterosclerose, proporciona anualmente índices expressivos de casos e assume a liderança entre as patologias que mais ocasionam mortes. Deste modo, é a principal causa de mortalidade nestas regiões. Estudos mensuram semelhanças nos números de acometimentos cardíacos que ocorrem nos países economicamente estáveis com as regiões em desenvolvimento (OLIVEIRA et al., 2006; ALVES et al., 2009). A progressão de eventos cardiovasculares em regiões em desenvolvimento é resultado de fatores como o aumento da expectativa de vida e mudanças na rotina da população nos últimos anos, de maneira a contrariar hábitos saudáveis que resultariam em melhor qualidade na saude. Desta forma os adeptos a este estilo de vida estão sujeitos a desenvolverem doenças crônicas (ESCOSTEGUY et al., 2003; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2004; AVEZUM et al., 2005; CHAGAS et al., 2009). O diagnóstico tardio e o mau controle da hipertensão arterial, a maior intensificação do tabagismo em ambos os gêneros do que nos países desenvolvidos, o crescimento urbano de forma a contribuir para o sedentarismo, principalmente nas grandes cidades por consequência da rotina de trabalho, diminuição da atividade física e o consumo de alimentos com alto teor calórico por serem de fácil acessibilidade, são fortes aliados das doenças cardiovasculares (KAISER, 2004). Assim os fatores modificáveis predisponentes a DAC são: tabagismo, hiperlipidemia, diabetes mellitus, sedentarismo, hipertensão arterial e obesidade; os fatores não modificáveis: idade, gênero e história familiar de DAC precoce onde os membros familiares do sexo masculino obtiveram acometimentos arteriais com menos de 55 anos de idade e do sexo feminino com menos de 65 anos de idade, antecedentes pessoais de DAC e doenças cerebrovasculares (CANTOS et al., 2004; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2005; MIOT, 2006). A aterosclerose se desenvolve lentamente sendo de característica inflamatória crônica em resposta a agressão endotelial, principalmente na camada íntima das artérias pelo acúmulo de placas de ateromas que contribui para restrição do fluxo sanguíneo por conta do estreitamento da luz do vaso que pode desencadear a obstrução, proporcionando desequilíbrio de oferta e consumo de oxigênio assim gera manifestações clínicas como angina e infarto do miocárdio (IGLÉZIAS et al., 2001; COELHO et al., 2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007). Como tratamento, a fim de aliviar a estenose do vaso, promover o restabelecimento do fluxo sanguíneo e refrear a isquemia miocárdica de modo a evitar os sintomas causados pela 14 obstrução, Andreas Gruentzig no ano de 1977, realizou pela primeira vez a Angioplastia Transluminal Coronária (ATC), que anos após alcança aceitação mundial por se tratar de um método simples (SOUSA et al., 1980; SOUSA et al., 1985; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 1995). A intervenção coronária percutânea é de escassa contra-indicação que permite preservação da micro circulação coronária com diminuição do risco de hemorragias graves. Antes de sua implementação, o tratamento das lesões coronarianas era limitado ao procedimento cirúrgico. Assim, o tratamento passou a ser através de cateter balão substituído por stents convencionais, e em 2001 os stents farmacológicos, diminuindo, assim, os casos de reestenose coronariana ainda sem obter anulação de possível reintervenção cirúrgica (MATTOS, 2010; PIEGAS, 2011). Nos últimos anos, surgiu o interesse de avaliar a atividade autonômica com finalidade prognóstica nos pacientes com doenças cardiovasculares e/ou que se submeteram às intervenções cardíacas. Desta forma, estudos têm comprovado a relação entre mortalidade e comportamento autonômico através da Variabilidade da frequência cardíaca (VFC) (TASK FORCE, 1996). A avaliação da VFC surge como método não-invasivo que mensura as flutuações constantes da frequência cardíaca descritas nos intervalos R-R do eletrocardiograma (ECG) devido à influência da atividade autonômica sobre o aparelho cardiovascular. Através do controle autonômico o coração tende a buscar homeostasia, assim podendo levar a mudanças incessantes nos batimentos cardíacos. Deste modo, o estudo da VFC proporciona enfatizar situações patológicas que tendem a alterar esse controle por diminuir essa adaptação frente a diferentes estímulos, mensurar riscos e mortalidade nas disfunções cardíacas (RIBEIRO et al., 2000; CASTELLO et al., 2007; KAWAGUCHI et al., 2007, PANTONI et al., 2007). Apesar da inervação intrínseca que o coração possui e ser capaz de regular seu ritmo, promover condução dos estímulos intracardíacos e possuir contratibilidade, é compreendido que o Sistema Nervoso Autonômico (SNA) também exerça modulação sobre estas funções por meio de ramos simpáticos e parassimpáticos que atuam sobre as células marcapasso presentes no nodo sinusal. Promove o aumento e a diminuição da frequência cardíaca, de maneira a adequar essas funções às necessidades metabólicas e teciduais. (PASCHOAL et al., 2006; LOPES et al., 2007). Em maior parte, os efeitos do SNA sobre o sistema cardiovascular são de responsabilidade da liberação dos neurotransmissores: acetilcolina e noradrenalina que influenciam no débito cardíaco e na frequência cardíaca, pois alteram o desempenho de 15 contração do músculo cardíaco. Porém, a liberação de outros neurotransmissores em terminações pós-ganglionares simpáticas e parassimpáticas pode interferir na ação da noradrenalina e da acetilcolina, podendo influenciar a sensibilidade do músculo cardíaco à estimulação simpática e parassimpática (ANGELIS et al., 2004). Oscilações no tônus autonômico determinadas pela ativação e/ou inibição simpática e parassimpática alteram a frequência cardíaca e são responsáveis pelo padrão dinâmico da atividade autonômica. O coração apresenta variações nos intervalos dos batimentos, a não similaridade na frequência cardíaca é um processo habitual, e reflete sobre a capacidade de adaptação cardíaca em responder diversos estímulos fisiológicos e ambientais de modo a contrabalançar desordens patológicas (ROCHA et al., 2005). – figuras 2 e 3. Figura 2: Traçado eletrocardiográfico com suas respectivas ondas representativas da atividade elétrica do coração. Figura 3: Traçado eletrocardiográfico para representação da Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC), a partir dos intervalos RR 16 Em 1965 Hon e Lee demonstraram a aplicação clínica da VFC na área de monitorização de sofrimento fetal. Logo em 1977, surgiram os primeiros estudos que associavam aumento do risco de mortalidade após infarto agudo do miocárdio com redução da VFC. Foram avaliados 176 pacientes internados em uma unidade coronariana. Destes, 73 apresentavam arritmias sinusais com predisposição a um novo infarto e menor VFC quando comparados aos que não apresentavam alterações (WOLF et al., 1978; CHOI et al., 2010). Em 1987 foram estudadas análises com fitas Holter, monitoramento cardíaco analógico, com 808 pacientes que sobreviveram ao infarto agudo do miocárdio. Em meio a todas as variáveis medidas, o risco de mortalidade foi aproximadamente cinco vezes maior no grupo com variabilidade inferior a 50 ms (menor VFC), do que o grupo que continha variabilidade de 100 ms, confirmando a relação entre menor VFC e predisposição a mortalidade pós infarto agudo do miocárdio (KLEIGER, 1987). A diminuição da VFC está associada aos possíveis episódios cardíacos em indivíduos de saude estável e de novos eventos nos cardiopatas. A modulação autonômica da frequência cardíaca é alterada nas doenças cardiovasculares. Deste modo, os ajustes que ocorrem de forma rápida que determinam a compensação e ocasionam a homeostase devido à ação do SNA sobre o nó sinusal são prejudicados e identificados no exame (REIS, 1998; ZUTTIN et al., 2008). Estudos demonstram a relação entre maior atividade simpática e reduzida VFC com aumento de mortalidade por doenças cardíacas. De maneira contrária, a maior VFC pelo aumento ou normalização do limiar parassimpático contribui de maneira a proteger o coração. Conferindo, consequentemente, um melhor prognóstico para estes indivíduos (PASCHOAL et al., 2006). Takahashi et al.(2005) menciona sobre a diminuição da VFC como marcador de risco para mortalidade, uma vez que sua alteração estaria relacionada a depressão da atividade vagal, que apresenta forte associação com a patogênese de arritmias ventriculares e morte súbita. A captação da VFC é realizada por instrumentos como eletrocardiógrafos, conversores analógicos digitais e cardiofrequencímetros a partir de sensores colocados no corpo do indivíduo. O ECG e os conversores analógicos digitais têm desvantagens em relação ao custo alto e a difícil aplicabilidade. Os cardiofrequencímetros mensuram a VFC de maneira acessível, através de uma cinta com eletrodos sobre o tórax do examinado. O impulso elétrico 17 cardíaco é captado e transmitido através de um campo eletromagnético para o monitor (VANDERLEI et al., 2009). A análise da VFC pode ser feita através de Métodos lineares e não-lineares. Os Métodos lineares subdividem-se em análises no domínio do tempo e da frequência. O exame linear no domínio do tempo é o mais utilizado onde em um registro contínuo de eletrocardiograma cada complexo QRS é detectado e determinado à dispersão da duração dos intervalos entre os batimentos, variação das diferenças entre intervalos R-R sucessivos, e os resultados destes registros são determinados em milissegundos (AUBERT et al., 2003). Ainda no domínio do tempo algumas das variáveis avaliadas com base nos métodos estáticos são representadas da seguinte forma: média dos intervalos R-R, que representa a média dos intervalos de acoplamento de todos os batimentos normais consecutivos; RMSSD, raiz quadrada da média dos quadrados das diferenças entre intervalos R-R normais sucessivos expresso em ms, fisiologicamente reflete principalmente em reposta parassimpática; SDNN, desvio-padrão da média dos intervalos de acoplamento de todos os batimentos normais consecutivos expresso em ms, reflete atividade simpática e parassimpática (TASK FORCE, 1996; KAWAGUCHI et al., 2007). Em relação aos métodos geométricos de análise temos como variáveis: RRtri e interpolação triangular de histograma de intervalos NN (TINN), que transformam intervalos RR em padrões geométricos e permitem analisar a VFC por meio das propriedades geométricas ou gráficas, são calculadas a partir da construção de um histograma de densidade dos intervalos RR normais, qual mostra, no eixo horizontal (eixo x), o comprimento dos intervalos RR e, no eixo vertical (eixo y), a frequência com que cada um deles ocorreu. A união dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um triângulo e a largura da base deste triângulo expressa a variabilidade dos intervalos RR (VANDERLEI et al., 2010). O comportamento não-linear em razão da natureza dinâmica e complexa do ser humano, a qual não permite uma descrição adequada por métodos de linearidade, é o que predomina no organismo. As teorias não-lineares são aplicadas para prever o comportamento dos fenômenos biológicos (GODOY et al., 2005). Alguns índices não-lineares são descritos da seguinte forma: ApEn, Entropia Aproximada, que descreve a complexidade do comportamento do intervalo RR e a aleatoriedade dos sistemas do organismo (CORRÊA et al., 2010); SampEn, Entropia de Amostra, mediada da regularidade de uma série temporal, ou medida da desordem apresentada em uma série; D2, dimensão de correlação, representa a dispersão de um atrator 18 em um espaço de fase; Entropia de Shannon, para determinados autores é mais adequada para análise em termos de mecanismos fisiopatológicos neurais que ocorrem nos eventos cardíacos ( GUZZETTI et al., 2005). O Plot de Poincaré, análise não linear da VFC, representa uma série temporal dentro de um plano cartesiano no qual cada intervalo RR é correlacionado com o intervalo antecedente e definem um ponto no plot (VANDERLEI et al., 2009). Tal análise pode ser realizada visualmente por meio de uma figura formada pelo seu atrator, assim se obtém três índices: SD1, registro instantâneo da variabilidade batimento a batimento de predomínio parassimpático; SD2, dispersão dos pontos ao longo da linha de identidade e representa a VFC em registros de longa duração, equilíbrio simpato-vagal; SD1/SD2 razão entre as variações curta e longa dos intervalos RR, indicativo de predominância do SNA simpático (TASK FORCE, 1996; PERINI e VEICSTEINAS, 2003). Justificativa Para o fisioterapeuta é significativo o conhecimento das adaptações da modulação autonômica da frequência cardíaca, visto que faz parte do protocolo de treinamento como abordagem da Fisioterapia Cardiovascular (TAKAHASHI et al., 2005). Diante o conhecimento dos aspectos fundamentais do exame da atividade autonômica sobre o aparelho cardiovascular, o presente estudo toma rumos à melhor ciência do assunto de forma a abordar a avaliação da Variabilidade da Frequência Cardíaca nos pacientes com DAC submetidos a angioplastia e mediante a importância da análise da função autonômica sobre o coração no uso clínico para propiciar melhor elaboração de prognóstico para estes indivíduos. São notórios os benefícios do exercício físico para pacientes com eventos cardíacos. Nestes, ocorrem mudanças hemodinâmicas, metabólicas, miocárdicas, vasculares, alimentares e psicológicas (DIRETRIZ DE REABILITAÇÃO CARDÍACA, 2005). Na DAC, a reabilitação reduz as mortalidades (THOMPSON, 2005) e para Tsay et al., 2006, um programa de exercícios dentro da reabilitação cardiovascular interfere positivamente nos índices da VFC em pacientes submetidos a angioplastia, de forma protetora para o sistema cardiovascular. 19 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivos gerais Verificar a Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) em indivíduos com DAC (doença de artéria coronária), nos tempos pré e pós-angioplastia. 2.2 Objetivos específicos Verificar o comportamento da VFC, para indivíduos com DAC nas posturas: supino e em pé. Verificar e comparar a VFC pré e pós-angioplastia. 20 3. MÉTODO 3.1 Sujeitos Casuística: pacientes submetidos a angioplastia coronariana no período de junho a setembro de 2011, no Serviço de Hemodinâmica Van Gogh, do Hospital Universitário São Francisco-HUSF. Critérios de exclusão: pacientes com - distúrbios de condução cardíaca (i.e., bloqueios de ramo direito e esquerdo e bloqueios A-V); fibrilação atrial crônica; marcapasso; arritmias que impossibilitassem a análise dos dados; problemas de outros sistemas orgânicos que afetassem e/ou contra-indicassem a participação do indivíduo no estudo. Além disso, os fumantes, etilistas e usuários de drogas que causam dependência química; assim como aqueles que não autorizaram a utilização dos seus dados, também foram excluídos da amostra. 3.2 Aspectos éticos do estudo Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco – CEP-USF (CAAE: 0046.0.142.000-11), bem como autorizada sua execução pela Diretoria Clínica do Hospital Universitário São Francisco de Assis. Todos os voluntários foram informados sobre os procedimentos experimentais aos quais seriam submetidos, do caráter não-invasivo dos testes, bem como o fato destes não afetarem sua saúde. Foram também esclarecidos quanto ao sigilo das informações colhidas durante a realização do trabalho, resguardando suas identidades. Após concordar em participar da pesquisa, cada voluntário fez a leitura e assinou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO II), conforme a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. 3.3 Materiais Foram utilizadas Fichas I e II de coletas de dados-2011 (AnexoI), manovacuômetro (Ger-Ar®,MV-150/300), Peak Flow Meter, (Airmed® Mini-Wright. Cat. No. 310300), cardiofrequencímetro (Polar®S810i, Kempele, Finlândia), interface de transmissão dos dados (Polar Advantage), software (Polar Precision Performance SW® versão 4), software (Kubios HRV® MATLAB, Kuopio, Finlândia versão 2), microcomputador (CCE®, PVD10TV W5) e Notebook (Positivo®, Unique 68). 21 3.4 Local de coleta Durante os períodos pré-angioplastia e angioplastia recente as coletas foram realizadas na clínica médica e na enfermaria eletiva do HUSF nos respectivos leitos dos voluntários. Os ambientes eram arejados, de boa iluminação e com poucos leitos. Foram aproveitados os corredores externos a estes quartos, com formato retangular, superfície plana, ambiente fechado, com boa condição de temperatura, para a execução do Teste de Caminhada de 6 minutos onde os cuidados foram tomados para que houvesse um espaço de 15 metros livre de obstrução e circulação de pessoas (AMERICAN THORACIC SOCIETY, 2002; RONDELLI et al., 2009). No trigésimo dia pós-angioplastia as coletas foram realizadas no Ambulatório de Cardiologia do HUSF. Os pacientes permaneceram em uma das salas deste setor com ambiente ventilado, de boa iluminação e leitos próximos à janela. Em seguida um corredor que mantinha a mesma quantidade em metros e também os mesmos aspectos ambientais dos períodos pré e recente da angioplastia foi providenciado para o Teste de Caminhada de 6 minutos (AMERICAN THORACIC SOCIETY, 2002; RONDELLI et al., 2009). 3.5 Procedimentos Após a aprovação do CEP-USF, os voluntários foram instruídos sobre o objetivo do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (Anexo II). Então, foram orientados a manter-se em repouso, evitando conversar com os experimentadores. Os profissionais da saude foram orientados a manter silêncio, a não realizar coleta de exames sanguíneos, radiográficos, eletrocardiográficos ou outros, como também não andar no quarto durante a avaliação dos voluntários. Na preparação dos voluntários para a realização dos testes foi realizada a limpeza da pele (com álcool 70% e algodão) para a adequada colocação da cinta contendo eletrodos de registro posicionada no tórax do avaliado. Após estes procedimentos os pacientes permaneceram cerca de 15 minutos em repouso na posição supina para que as variáveis cardiovasculares, pressão arterial (PA) e FC se apresentassem como valores basais de repouso. As coletas dos dados foram constituídas de entrevista e posterior preenchimento da Ficha I de coletas de dados-2011 (Anexo I). Os dados colhidos foram: Anamnese, HMP, HMA, medicamentos, aferição dos sinais vitais como pressão arterial, frequência cardíaca e 22 frequência respiratória, avaliação cardiopulmonar (ausculta cardíaca, ausculta pulmonar, frequência respiratória e tosse), patologias associadas, vícios e hábitos, análise do prontuário, eletrocardiografia, cateterismo e demais exames complementares. Logo houve a aferição da Pressão Inspiratória Máxima (Pi Max.), Pressão Expiratória Máxima (Pe Max.), Pico de Fluxo Expiratório (I CONSENSO BRASILEIRO SOBRE ESPIROMETRIA, 1996; SOUZA, 2002). Em seguida, foi realizada a captação da VFC nos momentos: supino (5 minutos) (figura 4), e em pé (5 minutos) (figura 5). O mesmo procedimento foi realizado em três momentos: antes da realização da angioplastia (pré angioplastia), no dia da alta hospitalar (angioplastia recente) e no retorno do paciente ao ambulatório de cardiologia-HUSF (angioplastia tardia). Previamente à realização dos protocolos experimentais, os voluntários foram submetidos a testes pilotos com o objetivo de familiarizá-los com equipamentos, protocolos e pesquisadores responsáveis pelos testes. Os testes foram realizados sempre nos mesmos períodos do dia (matutino ou vespertino) de modo a considerar as influências do ciclo circadiano. Figura 4: Posicionamento do paciente em supino durante a captação da VFC. 23 Figura 5: Posicionamento do paciente em pé durante a captação da VFC. 3.6 Análise de dados Análise da resposta da frequência cardíaca e de sua variabilidade na condição de repouso na posição supina, e em pé: antes da realização da angioplastia, na angioplastia recente e tardia (cerca de trinta dias após a intervenção cirúrgica). Inicialmente foi realizada a coleta dos iRR com o cardiofrenquêncímetro Polar® S810i, Kempele, Finlândia, os arquivos foram descarregados no Notebook Positivo®, Unique 68, e no microcomputador CCE®, PVD10TV W5, através da interface Advantage Polar, posteriormente a análise do sinal dos iRR foi obtida com o software Polar Precision 24 Performance, SW® versão 4, os arquivos foram abertos no software Kubios HRV® MATLAB, Kuopio, Finlândia versão 2, para a retirada dos ruídos,uma inspeção visual da distribuição dos iR-R (ms), obtidos 10 minutos de coleta nas condições previamente descritas para a seleção dos trechos com maior estabilidade do traçado dos iR-R do ECG. Por último obtevese a análise pronta dos índices nos períodos de 5 minutos de registro em supino e 5 minutos de registro na posição em pé, assim os dados foram transferidos para planilhas no software Microsoft Office Excel® 2007, e organizados no software Sigma Plot® para análise estatística. Nesse período selecionado foram calculadas as médias dos dados de FC e dos iR-R (ms), além do índice no domínio do tempo da análise linear: RMSSD dos iR-R em ms (raiz quadrada da somatória do quadrado das diferenças entre os iR-R no registro divididos pelo número de iR-R menos um), SDNN (desvio padrão de todos os intervalos RR normais gravados em um intervalo de tempo, expresso em ms, TINN (interpolação triangular de histograma de intervalos NN) e RMSM (desvio padrão de todos iR-R normais), segundo ANTILA et al. (1979). A análise não-linear da VFC através dos índices ApEn, SampEn, D2, SD1 e SD2, foi realizada nos dados coletados nas condições previamente descritas, nos mesmos trechos selecionados para a análise no domínio do tempo. 3.7 Análise Estatística Para a análise do índice de desempenho físico (DP no TC6) e análise da função respiratória (Pimáx, Pemáx, PFE abs e relativo) foi utilizado o Friedman Repeated Measures Analysis of Variance on Ranks com pós-teste Holm-Sidak). Os dados de VFC analisados foram expressos em média e desvio-padrão (quando passaram no teste de normalidade) ou simplesmente pela mediana (quando não passaram no teste de normalidade). Para as análises da VFC (tanto na posição supino, quanto na posição em pé), préangioplastia, angioplastia recente e angioplastia tardia, os valores foram expressos em mediana (não passaram no teste de normalidade) e utilizado Friedman Repeated Measures Analysis of Variance on Ranks (com pós teste de Tukey). Foi admitido p valor < 0,05 e todas as análises estatísticas foram rodadas pelo software Estatístico Sigma Plot 11.0. 25 4. Resultado A Tabela1 mostra as características basais dos voluntários avaliados, bem como a idade, o gênero, também as médias antropométricas, e as relações de todos os avaliados com fatores de risco para DAC e história de infarto agudo do miocárdio. Os valores dos exames de ecocardiograma (fração de ejeção ventricular esquerda) cineangiocoronariografia foram expressos, assim como a graduação na escala de avaliação funcional da New York Heart Association (NYHA), o tratamento farmacológico e a média do tempo de internação dos pacientes. Tabela 1: Características basais dos voluntários Características N=10 Idade (anos), média (DP) Gênero masculino feminino 62,4 (11,6) IMC, média (DP) Circunferência abdominal (cm), média (DP) 25,9 (3,2) 90,8 (7,6) Fatores risco para DAC (n, %) história tabagismo hipertensão arterial diabetes melittus dislipidemia obesidade 8 (80%) 7 (70%) 4 (40%) 1 (10%) 2(20%) História de Infarto Miocárdio 3 (30%) Função ventricular esquerda FE ≥ 50% FE 30 – 49% FE < 30% Classificação NYHA I II III IV Tratamento farmacológico(n, %) β-bloqueador antagonistas cálcio anti-arritmico antiagregante diurético hipolipemiante Inibidores ECA Dados Cateterismo/Angioplastia No. vasos afetados (n, %) 1 2 3 Tipo Angioplastia (n. %) balão stent Internação hospitalar, dias (DP) 7M 3F 3(30%) 6(60%) 1(10%) 1 (10%) 5 (50%) 4 (40%) 0 (0%) 6 (60%) 1 (10%) 1 (10%) 10 (100%) 8 (80%) 7 (70%) 5 (50%) 1 (10%) 5 (50%) 4 (40%) 10 (100%) 4.5(3,4) 26 Ainda na tabela 1, a margem de idade dos avaliados é superior a 60 anos, o gênero masculino é predominante e o índice de massa corpórea indica um grupo de sobrepeso. O tabagismo e a hipertensão arterial foram os fatores de risco mais encontrados para DAC. A função ventricular esquerda esteve predominantemente abaixo de 50%. Os medicamentos mais utilizados foram: antiagregantes, diuréticos e betabloqueadores. Em maior parte, os voluntários apresentaram em seus exames 2 a 3 vasos com lesões obstrutivas. Na tabela 2 as distâncias percorridas durante o Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6) apresentaram diferenças significativas entre os períodos pré e pós-angioplastia demonstrando aumento da capacidade de desempenho de atividade física. Na análise da função respiratória os valores em média não evidenciaram diferença significativa nas mesmas situações. Tabela 2: Valores de desempenho físico (DP no TC6) e análise da função respiratória (Pimáx, Pemáx, PFE absoluto e relativo). DP no TC6 (m) Pré-angio n=10 309,9 (76,2)* Angio recente n=10 329,9(60,9) + Angio tardia n=10 378 (69,9)* + Pimáx (cmH2O) 97 (19) 88,4(17,8) 89,2(25,6) Pemáx (cmH2O) 100,8(11,7) 91(23) 90,8(23,2) PFE abs (L/s) 323 (57,9) 317(52,3) 327(84,2) PFE % 68,8 (9,5) 67,8 (10,2) 68,9 (10,2) Valores de média e desvio-padrão. Definição de abreviações: DP= distância percorrida; TC6= teste de caminhada dos 6 minutos; Pimáx= pressão inspiratória máxima; Pemáx= pressão expiratória máxima; PFE abs= pico de fluxo expiratório – valor absoluto; PFE %= pico de fluxo expiratório – valor relativo. *Significativa diferença entre pré-angio e angio tardia; + Significativa diferença entre angio recente e angio tardia; † Significativa diferença entre os 3 grupos; P valor <0.05 (Friedman Repeated Measures Analysis of Variance on Ranks com pós-testeHolm-Sidak. Sigma Plot 11.0). 27 Na tabela 3 pode-se notar que há diferença dos índices da análise não-linear da VFC: ApEn e SampEn da pré-angioplastia para a angioplastia recente. A análise não-linear foi mais sensível para demonstrar as variações de VFC na posição supino. Tabela 3: VFC na posição supino, nos 3 diferentes tempos de angioplastia pré-angioplastia Supino 65 FC média Análise linear: Domínio do tempo 923 Média iRR 30 DP iRR 29,8 RMSSD 5,1 RR tri índex TINN 167,5 Análise não-linear 21,2 SD1 38,9 SD2 3,5 Shannon 0,0000917* ApEn 1,158* SampEn 0,0000586 D2 angioplastia recente Supino angioplastia tardia Supino 66 66 910 18 20,1 4,4 906 19 19,8 5,0 92,5 147,5 14,3 34 3,4 1,055* 1,441* 0,0000360 14,1 36,5 3,7 1,019 1,363 0,0000352 Valores expressos em mediana. FC=freqüência cardíaca (bpm); iRR=intervalo RR (ms); DP=desvio padão;RMSSD= raiz quadrada da média dos quadrados das diferenças entre intervalos R-R normais sucessivos expresso em ms; RRtri índex=índice triangular dos intervalos RR; TINN=interpolação triangular dos intervalos RR; SD1=standard deviation 1 e SD2 =standard deviation 2 do Plot de Poincaré; Shannon =entropia de Shannon; ApEn=entropia aproxima; SampEn = entropia da amostra; D2= correlação de dimensão. *P valor < 0,05 (Pós teste de Tukey) 28 A tabela 4 demonstra que somente o índice linear no domínio do tempo, RMSSD, mostrando a diferença significativa entre a pré-angioplastia e a angioplastia recente. A análise linear mostrou maior sensibilidade na identificação de diferenças da VFC na posição em pé. Tabela 4: VFC na posição em pé, nos 3 diferentes tempos de angioplastia pré-angioplastia em pé 75 FC média Análise linear: Domínio do tempo 797 Média iRR 19,3 DP iRR 21,5* RMSSD 3,7 RR tri índex 120 TINN Análise não-linear 15,5 SD1 42,6 SD2 3,8 Shannon 0,0000837 ApEn 0,0000933 SampEn 0,0000408 D2 angioplastia recente em pé angioplastia tardia em pé 77 73 778 12,6 13,4* 2,9 829 19,6 20,7 3,7 90 130 9,6 29,3 4 0,0000938 1,088 0,0000290 16,9 42 3,5 0,0000881 0,605 0,0000384 Valores expressos em mediana. FC=freqüência cardíaca (bpm); iRR=intervalo RR (ms); DP=desvio padrão;RMSSD= raiz quadrada da média dos quadrados das diferenças entre intervalos R-R normais sucessivos expresso em ms; RRtri índex=índice triangular dos intervalos RR; TINN=interpolação triangular dos intervalos RR; SD1 SD1=standard deviation 1 e SD2 =standard deviation 2 do Plot de Poincaré; Shannon =entropia de Shannon; ApEn=entropia aproxima; SampEn= entropia da amostra; D2= correlação de dimensão. *P valor < 0,05 (Pós teste de Tukey) . 29 5. Discussão Este estudo avaliou a VFC de pacientes com DAC, os quais foram submetidos ao procedimento de angioplastia, nos seguintes momentos: pré-angioplastia, angioplastia recente e angioplastia tardia (cerca de 30 dias após), nas posturas supino e em pé. A VFC investigada através dos índices não-lineares ApEn e SampEn indicou aumento em ambos, na angioplastia recente durante a postura supino. Por outro lado, o índice linear RMSSD apresentou diminuição na angioplastia recente durante a postura em pé. O desempenho físico, medido através do TC6 também foi levado em consideração, pode-se notar aumento da média da distância percorrida no período de angioplastia tardia, quando comparado com o período pré-angioplastia. De método simples, portanto, fácil de ministrar, a VFC permite investigar a modulação autonômica sobre o coração, e nas últimas décadas sua aplicação vem mostrando respostas significativas nas doenças cardiovasculares, onde pesquisas comprovam a associação entre redução da VFC e disfunção autonômica (TASK FORCE, 1996). A diminuição da VFC é um elemento prognóstico de importância clínica tanto para indivíduos sadios quanto para cardiopatas, do contrário, o aumento é um efeito protetor cardíaco (REIS et al., 1998). Como sabemos, a análise da VFC pode ser feita através de métodos lineares e nãolineares, contendo índices que mensuram e quantificam o comportamento autonômico. Assim, vários estudos ao longo dos anos investigaram a VFC em situações variadas, durante o repouso, em diferentes posturas (Paschoal et al., 2006), como também nas doenças cardíacas e intervenções cirúrgicas (LAROSA et al., 2008). A dinâmica não-linear vem sendo usada em diversas pesquisas como indicador de perda de funções no organismo, onde a diminuição da VFC reflete à redução do comportamento caótico ou disfunção homeostática, situação presente em cardiopatas e idosos (CORRÊA et al., 2010). Godoy et al. (2009) evidenciaram que a redução do comportamento caótico estava associada à mortalidade em indivíduos com doença arterial coronariana (DAC) submetidos a intervenção cirúrgica de revascularização miocárdica, sendo que maiores valores dos índices não-lineares consiste em maior complexidade ou irregularidade nos dados, refletindo-se num bom prognóstico para esses indivíduos (PINCUS et al.,1991). 30 Podemos notar no presente estudo, que na investigação dos índices não-lineares, ApEn e SampEn apresentaram aumento no tempo recente da angioplastia (quando comparado com o momento pré-angioplastia) durante a postura supino, indicando caos, ou alta VFC. O fator angioplastia repercutiu positivamente na modulação autonômica cardíaca representada pelos índices não-lineares, é compreendido que o alívio da isquemia miocárdica seja o motivo de tal situação. Não foram encontrados na literatura trabalhos que referissem aumentos dos respectivos índices não lineares na condição descrita anteriormente. Os índices lineares no DT são os mais utilizados para quantificar a resposta autonômica cardíaca. Mede-se os iRR normais, ou batimentos sinusais, num determinado tempo e assim através de métodos estatísticos e geométricos as flutuações RR são calculadas. Vários estudos têm utilizado este método em diferentes posturas, como também nas variações posturais e doenças cardiovasculares (TASK FORCE, 1996). O RMSSD, raiz quadrada da média dos quadrados das diferenças entre intervalos R-R normais sucessivos expresso em ms, é um índice linear estatístico (TASK FORCE, 1996; KAWAGUCHI et al., 2007) e representa a atividade vagal sobre o coração (ZUTTIN et al. 2008). Na angioplastia recente, durante a postura em pé, o valor do índice RMSSD reduziu, quando comparado ao período pré-intervenção. Pesquisas utilizando métodos lineares como análise tem justificado a diminuição destes índices tanto em supino quanto em pé após a angioplastia coronária (NIEMELA et al., 1990; TSENG et al., 1996; TSAY et al., 2006). O feito vagal sobre o sistema cardiovascular é protetor (VANOLI et al,. 1991), e a hipoatividade parassimpática está diretamente correlacionada as arritmias letais. Para Niemela et al. (1990) em um estudo contendo 28 pacientes com doenças cardiovasculares, verificou-se que na postura em pé sob respiração profunda, as respostas da frequência cardíaca que já eram baixas no período pré-intervenção, não obtiveram diferença significativa em quatro semanas após angioplastia, e concluiu que o alívio da obstrução coronária não surtiu efeito benéfico no controle vagal cardíaco. Na literatura valores de RMSSD menores que 30 ms estão associados aos riscos cardiovasculares, havendo indicação para o uso de betabloqueadores (Zutin et al., 2008). Nossos valores se encontram abaixo do esperado, e observando que 60 % dos indivíduos usavam betabloqueadores no mínimo de um a dois meses antes da angioplastia. Em pacientes que apresentaram infarto do miocárdio o uso do betabloqueador resultou na inibição do efeito adrenérgico cardíaco, demonstrando a redução de mortalidade (REIS et 31 al., 1998). Lampert et al. (2003) em um estudo sobre o efeito do betabloqueador em um grupo de pacientes infartados, em análises de 24 horas, relatou que houve melhora do tônus parassimpático e diminuição da atividade simpática cardíaca, o que não foi concordante com os nossos resultados, lembrando que em nossa pesquisa a avaliação da VFC foi em curto período, em supino e em pé, porém os registros dos índices lineares podem ser obtidos tanto em curtos períodos (2,5 e 15 minutos), como também em 24 horas (VANDERLEI, et al., 2009), estas duas medidas são apropriadas para a medição da VFC (TASK FORCE, 1996). Nossos avaliados somente utilizaram como recurso o tratamento medicamentoso a fim de melhora pós-angioplastia, não tendo sido submetidos a um Programa de Reabilitação Cardiovascular (que enfatizasse o exercício físico) no tempo pós-intervenção. Visto que autores referem à importância da atividade física, e que seus efeitos estão relacionados à melhora hemodinâmica, como também na modulação autonômica cardíaca, de forma a aumentar a atividade parassimpática sobre o coração (SHEPHARD et al., 1999). O exercício físico proporciona melhora da função endotelial e vasodilatação coronariana, melhora da demanda miocárdica de oxigênio, desenvolvimento de circulações colaterais, melhora no perfil lipídico e interfere nos marcadores inflamatórios, além dos fatores de coagulação, assim como melhora da VFC (MALFATTO et al., 1998; RICARDO e ARAÚJO, 2006). Devemos atentar que durante o período tardio de intervenção as variáveis nãolineares e lineares não obtiveram respostas significativas tanto em supino como em pé, e assim o comportamento autonômico seguiu a mesma tendência desde a realização da angioplastia, não havendo recuperação tanto das variáveis complexas (ApEn e SampEn), quanto das lineares (RMSSD), ou seja, o comportamento caótico não se alterou, e o índice vagal continuou decrescido. TSAY et al. ( 2006) evidenciaram a diminuição da atividade parassimpática cardíaca em um estudo de 84 pacientes submetidos à angioplastia no período pós-intervenção e sugeriram tratamento ao longo do tempo com exercício físico. Assim, a melhora da atividade autonômica foi evidente em oito semanas, e ainda especificamente houve aumento do tônus parassimpático destes, comprovado através dos índices lineares no domínio da frequência que foram sensíveis à resposta parassimpática e simpato-vagal da VFC. Outro fator importante é que o exercício físico, tanto de resistência (MALFATTO et al., 1996), quanto os dinâmicos predominantemente aeróbicos (STAHLE et al., 1999), realizados em intensidade moderada e em períodos prolongados, podem proporcionar 32 benefícios sobre a atividade parassimpática, e ainda a ocorrência da diminuição simpática sobre o sistema cardiovascular ao longo do tempo (KAWAGUCHI et al., 2007). Nas posturas mais ativas, ou na mudança postural de supino para em pé, ocorre tendência natural na diminuição dos valores correspondentes a atividade parassimpática (Paschoal et al., 2006), o que foi evidenciado em nosso estudo quando os avaliados saíram do repouso e permaneciam em pé. Porém, houve decréscimo parassimpático brusco na respectiva postura (em pé). Além disso, os outros índices da VFC que também estão envolvidos na dinâmica cardiovascular e fornecem informações das respostas simpato-vagais cardíacas, não se alteraram nos três momentos da intervenção, ou seja, somente o tratamento através de medicamentos e intervenções cirúrgicas não influenciaram em maior parte as respostas lineares da VFC. Já na posição supino, os índices não-lineares aumentaram e a angioplastia conjunta ao tratamento medicamentoso obteve resposta somente para supino, com caos. Como os resultados não-lineares estão aumentados somente nesta posição (supino) e no momento de angioplastia recente, sugere-se que por motivos da isquemia miocárdica decorrente da aterosclerose a VFC já estava baixa antes da realização da angioplastia, e a análise não-linear foi sensível em mostrar essa mudança (aumento) da VFC. A condição ou o mecanismo que leva a redução da VFC nas doenças cardíacas isquêmicas ainda não é esclarecido (HUIKURI e MAKIKALLIO, 2001), porém estudos mostram que nesta situação ocorre diminuição do tônus vagal (VARDAS et al., 1996). Seria fundamental que para estes indivíduos, não somente na posição supino, os índices da VFC estivessem interagindo durante as atividades de demandas diárias, como nas mudanças de posições do corpo, evidenciando a habilidade do sistema cardiovascular em adaptar-se a diferentes ambientes e condições (VANDERLEI et al., 2009), assim descrito anteriormente. O aumento da capacidade de desempenho de atividade física, verificado pela distância percorrida (DP) no TC6, foi evidenciado significativamente quando comparamos os momentos de pré-angioplastia com angioplastia tardia, não havendo diferença significativa entre a DP entre os momentos pré-angioplastia e angioplastia recente. Os pacientes apresentaram receio de caminhar, após a angioplastia, por se tratar de um procedimento recente, e com isso houve dificuldade durante o teste (TC6) neste período, apesar do procedimento em maioria ter sido realizado através de acesso em membro superior, não havendo relação com a deambulação. 33 6. Conclusão Houve aumento da VFC após a realização da angioplastia em pacientes com DAC, na posição supino. Podendo sugerir melhora da modulação autonômica cardíaca após o procedimento de angioplastia, na postura de supino em repouso, a qual não exige grande sobrecarga do miocárdio. Houve redução da VFC após a realização da angioplastia em pacientes com DAC, na posição em pé. Podendo sugerir que apenas a angioplastia não foi suficiente para melhorar a modulação autonômica cardíaca em posturas mais ativas, durante o período avaliado. 34 7. Considerações finais O desenvolvimento de um programa de Fisioterapia Cardiorrespiratória (que enfatizasse o exercício físico) realizado no ambiente hospitalar, que fosse voltado para os pacientes submetidos ao procedimento de angioplastia, poderia contribuir para o incremento dos índices de Variabilidade de Frequência Cardíaca, melhorando a modulação do Sistema Nervoso Autonômico em pacientes com DAC. 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACHARYA, Rajendra; KANNATHAL, N.; SING, O.W.; PING, L.Y.; CHUA, T.; Heart rate analysis in normal subjects of various age groups. Biomed. Eng. Online 3, 2004. http://www.biomedcentral.com/content/pdf/1475-925x-3-24.pdf (acesso em 25/10/2011). ALVES, Alessa; MARQUES, Isaac. Fatores relacionados ao risco de doença arterial coronariana entre estudantes de enfermagem. Rev. bras. enferm. v.62, n.6, 2009. ANGELIS, Kátia de; SANTOS, Maria do Socorro B.; IRIGOYEN, Maria Cláudia. Sistema nervoso autônomo e doença cardiovascular. Rev. Soc. 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Anamnese 1.1. Possui convênio médico? ( )não ( )sim Qual?_________________________________ 1.2. Hábitos de vida: a) ( b) É fumante atualmente? )não ( )sim Cigarros/dia:___________Háqtotempo?_______Anos/maço:______ Já fumou antes (se a resposta anterior for não)? 42 ( c) ( )não ( )sim Cigarros por dia?_______Porqto tempo?________Qdo parou?______ Ingere bebida alcoólica atualmente? )não ( )sim Que tipo? ( )destilados ( )fermentados ( )ambos Quantidade:_________Frequência/sem:_________Háqto tempo:________________ d) ( Já ingeriu bebida alcoólicaantes (se a resposta anterior for não)? )não ( )sim Que tipo? ( )destilados ( )fermentados ( )ambos Quantidade:_________Frequência/sem:_________Porqto tempo?________________ Qdo parou?____________________________ e) Pratica alguma atividade física? ( )não Nivel:( ( )sim )leve Qual?___________________Tem orientação?_____________ ( )moderada ( ) intensa ( )muito intensa Frequência semanal:_______________ f) Já praticou alguma atividade física (se a resposta anterior for não)? ( )não ( )sim Qual?___________________Porqto tempo?_____________ Frequência semanal:_______________Qdo parou?______________________________ g) Faz algum tipo de dieta ou restrição alimentar? ( h) )não ( )sim Qual?____________________Háqto tempo?______________ Qual o nível de estresse da profissão? ( ) trabalho normal em ambiente tranquilo ( ) trabalho com estresse e preocupações moderadas ( ) trabalho estafante em ambiente estressante 43 i) Nível de estresse apresentado pelo estilo de vida e tipo de personalidade ( )vida normal sem queixas ( )problemas conjugais e/ou familiares ( )comportamento do tipo “A” ( )sono normal/fisiológico ( )sono perturbado com menos de 8hs /noite 1.3. Dados clínicos a) Qual DCV diagnosticada?____________________________________________________ Há qto tempo?_________________ QP:______________________________________________________________________ Resumo da história clínica ou cirúrgica: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ________________________________________________ b) É hipertenso? ( c) )não ( )sim Qual a medida usual da PA?_______________ Apresenta outras doenças? Tipo Tireóide Diabetes Dislipidemia Obesidade Renal Pulmonar háqto tempo? Tratamento 44 d)Medicamentos em uso Medicamento Dosagem Horários Tempo que toma antiagregante (AAS) Inibidor ECA Digital anti-arritmico Betabloqueadores antagonistas canais Ca bloqueadores canais Ca Diuréticos Hipoglicêmicos Hipolipemiantes d) Já foi submetido a tratamento cirúrgico prévio? ( )não ( )sim Qual?______________________________Data:____________ Qual?______________________________Data:____________ 1.4 Antecedentes familiares a) Idade do pai:_________________idade da mãe:________________ b) Apresenta antecedentes das seguintes doenças? Doenças DCV Alteraçõestireóide Diabetes Dislipidemia Obesidade Grau parentesco Tipo ou tempo 45 Renal Pulmonar 2.EXAME FÍSICO Horário:____________T◦C:_____________URA:____% Refeição há:___________(min/h) 2.1 Sinais vitais FR:______FC:_______PAsup:_________PAsent:___________PApé:__________SpO2:_______ Tipo respiratório: ( Tosse: ( )ausente )apical ( ( )costal )presente ( ( )seca )diafragmático ( ( )paradoxal )produtiva Ausculta cardíaca:______________________________________________________________ Ausculta pulmonar:_____________________________________________________________ 2.2 Exame antropométrico Massa (Kg):_______Estatura(m):________IMC(Kg/m2):_______Circ.abdominal(cm):________ 2.3 Exames laboratoriais (datas): __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 2.4 Exames de imagem (datas): __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 46 2.5 Ecocardiograma – data (fração de ejeção): __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 2.6 Teste Ergométrico (data): __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 2.7 Escala de avaliação Funcional: Classe 1 Pacientes com cardiopatia mas sem limitações resultantes da atividade física. A atividade física comum não causa fadiga anormal, palpitações ou dor anginosa. Classe 2 Pacientes com cardiopatia levando a leve limitação da atividade física. Assintomáticos em repouso. A atividade física comum resulta em fadiga,palpitação, dispnéia ou dor anginosa. Classe 3 Pacientes com cardiopatia resultando em marcada limitação de atividade física. Assintomáticos em repouso. Mínimo esforço físico, menos que a atividade física comum, causa fadiga, palpitação, dispnéia ou dor anginosa. Classe 4 Pacientes com cardiopatia incapazes de executar qualquer atividade física sem desconforto. Os sintomas de Insuficiência Cardíaca ou de Síndrome Anginosa podem estar presentes mesmo em repouso. A qualquer esforço físico empreendido o desconforto aumenta. NYHA:_____________________________ 2.8 Indicações cirúrgicas ( )Insuficiência coronária crônica ( )angina instável ( )reoperações ( ) após trombólise ( ) infarto em evolução ( )pós-angioplastia 2.9 Radiografia tórax (Classificação de acordo com escore de 5 pontos): ( 0 )campos pulmonares limpos ( 1 )discreta infiltração ( 2 )atelectasia parcial ( 3 )atelectasia lobar ( 4 )atelectasia lobar bilateral II.Dados da cirurgia Tipo de cirurgia/incisão: _______________________________________________________ Quantas e quais pontes?________________________________________________________ CEC? Quanto tempo(min)?_____________________________________________________ Tempo total de cirurgia: _______________________________________________________ Pinçamentoaorta(min):_________________________________________________________ Despinçamento: ( )ritmo sinusal ( )outra Fio de marcapasso colocado em:________________ Drenos: ( )mediastino ( )pleural unilateral ( )pleural bilateral Quantos dias c/ dreno:_____________ 47 III.Dados pós-cirurgia VMI (quanto tempo – horas?):___________________________________________________ Nome do ventilador:___________________________________________________________ Dias internação UTI:__________________________________________________________ Dias internação hospitalar:___________ Fez fisioterapia: ( )não ( )sim Quantas vezes/dia:_________________ Procedimentos da Fisioterapia: ( )MHB ( )aspiração ( )MRP ( )cinesioterapia motora passiva ( ) cinesioterapia motora ativa ( )sentar poltrona ( )deambulação Obs.:_______________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Complicações pós-operatórias: ( )sem complicações ( )arritmia ventricular ( )arritmia cupraventricular ( )baixo DC ( )choque hipovolêmic ( )fibrilção atrial ( )hipotensão ( )reoperação por sangramento ( )reop precoce ( )mediastinite ( )ICC ( )IAM ( )TEP ( )BAV 2 e 3 grau ( )neurológicas ( )infecciosas ( )pulmonares ( )outras 48 FICHA II DE COLETA DE DADOS - 2011 TCC – variabilidade da frequência cardíaca Orientação: Milena Sperling Aluno responsável:_____________________________________________________________ Paciente:___________________________________________________________________ __ Registro internação:_______________________Local/Leito:___________________________ AVALIAÇÕES E REAVALIAÇÕES data: VFC repouso supino (5´) em pé (5´) sentado (5´) ASR (4´) TC6min pré-intervenção / / dia da alta / / retorno aos 30 dias / / inicial/final / / / / / inicial/final / / / / / inicial/final / / / / / Manovacuometria Pimáx Pemáx / / / / / / / / / / / / PeakFlow / / / / / / Efetividade tosse Sinais vitais FC FR PA T◦C Dor Dor (escala) ( 1 )ausência de dor ( 2 )alguma dor ( 3 )dor considerável ( 4 )dor intensa 1. Pré-intervenção (data:________________) 49 Medicações em uso:________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Sinais e sintomas: PA:_________FC:__________T:___________FR:__________SpO2:__________Dor:_____ ____Ausculta pulmonar:_______________________________________________________ Tosse:______________________________________________________________________ Condição geral do paciente:___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Radiografia tórax (Classificação de acordo com escore de 5 pontos): ( 0 )campos pulmonares limpos ( 1 )discreta infiltração ( 2 )atelectasia parcial ( 3 )atelectasia lobar ( 4 )atelectasia lobar bilateral Obs.:_______________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 2. Dia da alta hospitalar(data:________________) Medicações em uso:________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Sinais e sintomas: PA:_________FC:__________T:___________FR:__________SpO2:__________Dor:____ Auscultapulmonar:____________________________________________________________ Tosse:______________________________________________________________________ Condição geral do paciente:___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Radiografia tórax (Classificação de acordo com escore de 5 pontos): ( 0 )campos pulmonares limpos ( 1 )discreta infiltração ( 2 )atelectasia parcial 50 ( 3 )atelectasia lobar ( 4 )atelectasia lobar bilateral Obs.:_______________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3. Retorno após 30 dias(data:________________) Medicações em uso: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Sinais e sintomas: PA:_________FC:__________T:___________FR:__________SpO2:__________Dor:_____ Ausculta pulmonar: ___________________________________________________________ Tosse:______________________________________________________________________ Condição geral do paciente:___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Radiografia tórax (Classificação de acordo com escore de 5 pontos): ( 0 )campos pulmonares limpos ( 1 )discreta infiltração ( 2 )atelectasia parcial ( 3 )atelectasia lobar ( 4 )atelectasia lobar bilateral Obs.:_______________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 51 ANEXO II - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO AVALIAÇÃO DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA NOS PACIENTES COM DAC SUBMETIDOS À ANGIOPLASTIA Eu ________________________________________,RG ______________, abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do projeto de pesquisa supra-citado, sob a responsabilidade dos pesquisadores Milena PelosiRizkSperling, Daniel Eduardo da Cunha Leme e Rodrigo Jorge Lobo do Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco. Assinando este Termo de Consentimento estou ciente de que: 1 – O objetivo da pesquisa é verificar a variabilidade da freqüência cardíaca em indivíduos pré e pós angioplastia; 2 – Durante o estudo será realizada uma avaliação prévia e verificada a variabilidade da freqüência cardíaca com o uso de um cardiofrequencímetro com cinta de transmissão por 15 minutos durante todo o período de internação e após no retorno ambulatorial do paciente no serviço de cardiologia do Ambulatório de Especialidades Médicas do HUSF; 3 – Obtive todas as informações necessárias para decidir conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa; 4 – A resposta a este instrumento/procedimento não causam riscos conhecidos a minha saúde física e mental, não sendo provável, também, que causem desconforto emocional. 5 – Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa, o que não me causará nenhum prejuízo; 6 – Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos na pesquisa serão utilizados apenas para alcançar objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura cientifica especializada; 7 – Poderei contatar o Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade São Francisco para apresentar recursos ou reclamações em relação a pesquisa pelo telefone: 11-24548981; 8 – Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Milena PelosiRizkSperling, sempre que julgar necessário pelo telefone 16-91052801 / 16-34155322; 9 – Este Termo de Consentimento e feito em duas vias, sendo que uma permanece em meu poder e outra com o pesquisador responsável. Bragança Paulista, ____________________ Assinatura:__________________________________________ 52