ANÁLISE COMPARATIVA DE FREQÜÊNCIA CARDIACA E PRESSÃO ARTERIAL
EM PACIENTES PORTADORES DE AVC EM TRATAMENTO EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA E TRATADA EM CLÍNICA
Gabriela Kaio Castro Watanabe Unisalesiano Lins-SP
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Juliana Eiro Unisalesiano Lins-SP
[email protected]
Mariane Rasquel Unisalesiano Lins-SP
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Aline Lopes Unisalesiano Lins-SP
[email protected]
Antonio Henrique Semençato Junior Unisalesiano Lins-SP
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RESUMO: O AVC é resultado de uma restrição sanguínea do cérebro que causa
seqüelas neurológicas, com déficits sensoriais e motores As técnicas executadas na
fisioterapia, nesses pacientes, podem ocasionar um aumento da freqüência cardíaca
e consequentemente do debito cardíaco, a pressão arterial e aórtica, também são
alteradas de acordo com o grau de esforço físico. Neste estudo foram comparadas
as variações de pressão arterial e freqüência cardíaca em pacientes em tratamento
na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa da Misericórdia de Lins com aqueles
que já estavam em processo de reabilitação no setor de neurologia do Centro de
Reabilitação Dom Bosco (CRDB). Foram estudados 15 pacientes em UTI onde
foram encontrados dados significativos. No C.R.D.B. foram analisados 10 pacientes
onde também foram encontrados dados significativos. Todos foram submetidos aos
mesmos critérios de avaliação.
Palavras-chave: AVC, PA, FC, Sistema Cardiovascular.
INTRODUÇÃO
Neste estudo ser levado em consideração o sistema cardiovascular, bem com o
acidente vascular cerebral, pois ambos são interligados.
O debito circulatório é a quantidade de sangue bombeado pelo coração para a
aorta a cada minuto. Indica a quantidade de sangue que fui através da circulação e é
responsável pelo transporte de substancias para os tecidos. O débito, talvez, o fator
mais importante na circulação.
O débito cardíaco varia de acordo com a atividade do organismo. Certos fatores
com metabolismo, corpo, pratica de esportes, idade, tamanho corporal e outros
fatores podem influenciar no débito cardíaco.
Em adultos jovens do sexo masculino, o débito cardíaco em repouso é em
média cerca de 5,6 l/min. Para mulheres esse valor é de 10 a 20 % menor>levando
em consideração a idade, pois a atividade corporal pode diminuir. Para o adulto o
débito cardíaco em numero redondo é quase 5 l/min.
“A produção de trabalho muscular faz aumentar o consumo e oxigênio, e este
por sua vez dilata os vasos sanguíneos musculares fazendo aumentar o RV e o DC.”
(GUYTON, 2002, p. 915).
O debito cardíaco aumenta durante atividade física em proporção direta a
taxa metabólica exigida para a realização da atividade.
Um fator importante que pode causar alterações do débito cardíaco é o
retorno venoso uma vez que no coração há um mecanismo intrínseco que lhe
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permite bombear quantidade de sangue que chega ao átrio direito, mecanismo este
denominado de lei de Frank, Starling.
A pressão arterial é à força de contração do ventrículo esquerdo que empurra
o sangue para circulação sistêmica.
É lançada certa quantidade de sangue na artéria aorta durante a sístole, mas
a cada contração a pressão chega a 120 mmHg que é denominada pressão
diastólica.Sendo assim a pressão arterial é denominada 120/80 mmHg.
Durante o exercício há o aumento do consumo de oxigênio pelo organismo,
sendo assim aumento a pressão arterial.
Esse aumento varia de 20 a 80 mmmHg que pode ser observado nos
primeiros minutos de atividade,que por fim assume um estado de equilíbrio.
O fluxo sanguíneo é a quantidade de sangue que passa por um ponto da
circulação em um determinado período de tempo.
Ele é expresso em mililitro ou por litro por minuto, ou pode ser expresso em
mililitros por segundo ou qualquer outra unidade de fluxo.
O fluxo sanguíneo pela circulação no adulto normal em repouso é de 5000
ml/min. Isso é chamado de débito cardíaco, por ser a quantidade de sangue
bombeado pelo coração em um determinado período de tempo.
A freqüência cardíaca é o numero de batimentos por minuto medida pelo
sistema nervoso simpático, pode sofrer alterações por influencia físicas e
emocionais.
Durante a atividade física o aumento da freqüência cardíaca acompanha de
maneira linear o aumento da carga de trabalho, portanto a medida cai aumentando a
intensidade de esforço observa-se um aumento progressivo do F.C.
“Durante o exercício, a demanda de oxigênio nos músculos ativos aumenta
acentualmente. Uma maior quantidade de nutrientes é utilizada” (WILMORE;
COSTIL, 2001, p.222).
Após o trabalho físico, a freqüência cardíaca cai bruscamente depois
lentamente ate atingir os valores iniciais, e isso irá ocorrer com maior eficácia
quando maior for a eficiência cardíaca.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é caracterizado por uma série de
sintomas neurológicos que são decorrentes de um distúrbio vascular cerebral. Os
sintomas variam de acordo com a área e a extensão da lesão, os quais determinam
a gravidade do quadro apresentado pelo paciente.
“O tamanho e extensão da lesão determinam a gravidade do déficit, os quais
em medicina de reabilitação são referidos como deficiências.” (DELISA, 1992,
p.1227).
Os danos causados tanto por lesões originariam de distúrbios
hemodinâmicos, quanto pelas causadas por alterações nas artérias e veias, e
podem incluir deficiências motoras, sensitivas, mentais, perceptuais e de linguagem.
O AVC é uma importante causa de incapacidade e morte que aumenta
dramaticamente com a idade, atingindo importantes proporções após 55 anos. Não
tem predominância em sexo, atingindo homens e mulheres quase que na mesma
proporção.
“A incidência relaciona-se com a idade, sendo incomum abaixo dos 50 anos,
mas duplica-se a cada década após as 55 anos.” (DELISA, 1992, p.1227)
“É a terceira maior causa de morte, após doença cardíaca e câncer.”
(DELISA, 1992, p. 1227).
Os fatores de risco são aqueles que podem predispor a ocorrência do AVC, e
variam desde doenças cardíacas, obesidade, tabagismo, diabetes, aterosclerose,
hipercolesterolemia, ate o principal deles que é a hipertensão arterial.
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“Como ocorre com o perfil de risco cardíaco, quanto maior o numero de
fatores de risco presente, ou quanto mais elevado o grau de anormalidade dos
fatores, maior será o risco de ocorrência de um AVC.” (O´SULLIVAN; SCHMITZ,
1993, p. 387)
“A presença de HAS eleva em cerca de quatro vezes o risco de se ter um
AVC.” (ANDRE, 1999, p. 7).
A terapia intensiva é um serviço de atendimento a pacientes que apresentam
potencial para recuperação, os quais poderão se beneficiar com uma observação e
tratamentos mais específicos. Essa pratica de cuidados intensivos e de atendimento
de alta dependência requer recursos humanos e financeiros.
O ambiente de tratamento que os pacientes foram tratados também foram
analisados e comparados entre si.
A fisioterapia motora na unidade moderna de terapia intensa, utiliza técnicas
que contribuem para minimização dos riscos relacionados à imobilização cuja função
fisiológica passa a ser prejudicada a restrição no leito, aplicação de anestésicos
sedativos e bloqueio neuromuscular além da deficiência neurológica, paralisia, e
depressão do sistema nervoso central.
No decorrer do tratamento, pós-hospitalização, o sistema cardiovascular
também sofre alterações dependendo do exercício que é aplicado durante a fase de
reabilitação.
A pesquisa foi feita com o objetivo de demonstrar na pratica as variações na
freqüência cardíaca e na pressão arterial portadores de AVEI e AVEH antes e após a
sessão de fisioterapia motora em Unidade de Terapia Intensiva em comparação
àqueles que já estão em tratamento de reabilitação, e observar se tais parâmetros
requerem maior desempenho do sistema cardiovascular durante o tratamento.
DESENVOLVIMENTO
Foram selecionados 15 pacientes portadores de AVEI e AVEH hospitalizados
na Unidade de Terapia Intensiva da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de
Lins, comparados com 10 pacientes portadores da mesma patologia em processo de
reabilitação no setor de neurologia de Centro de Reabilitação Dom Bosco, foram
mensuradas a FC e PA antes e após a fisioterapia motora.
Foi realizada em todos os pacientes, fisioterapia motora com duração de
aproximadamente 30 min. Verificando a freqüência cardíaca e pressão arterial antes
e depois do atendimento. Para verificar a FC foi solicitado ao paciente permanecer
relaxado e em posição confortável, a seguir era localizado o pulso periférico radial e
iniciada a contagem do mesmo por um período de 60 segundos (1 minuto), obtendose assim a FC em batimentos por minuto ( bpm).
Na mensuração da PA, os pacientes foram posicionados confortavelmente,
com o braço em extensão e elevado ao nível do coração. Posicionando o
estetoscópio na fossa anticubital e o esfignomanômetro na região distal do braço;
insuflando o manguito até o registro no manômetro com valores acima da pressão
sistólica normal (120mmHg).
Terminada a insuflação, libera-se a saída de ar, até se auscultar os sons de
korotkoff, dos quais o primeiro indicava a pressão sistólica e o último a pressão
diastólica.
Após os procedimentos práticos serem realizados, foram analisados os dados
coletados em cada setor e comparados estatisticamente entre si. Foram
encontrados os resultados abaixo.
A média da idade foi de 56,8 anos nos pacientes em tratamento na UTI,
enquanto a média de idade nos pacientes do Centro de Reabilitação foi de 65,3
anos.
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A média geral da pressão arterial sistólica antes e depois da fisioterapia foram
respectivamente 128.7 mmHg e 134.2 mmHg nos pacientes em tratamento na UTI,
enquanto essas médias foram de 120.3 mmHg e 121.6 mmHg nos pacientes do
C.R.D.B.
A média geral da pressão arterial diastólica antes e depois da fisioterapia foram
respectivamente 80.7 mmHg e 84.7 mmHg nos pacientes em tratamento na UTI,
enquanto essas médias foram de 73.6 mmHg e 77.6 mmHg nos pacientes do
C.R.D.B.
A média da freqüência cardíaca antes e depois dos atendimentos
fisioterapêuticos na UTI foram respectivamente 80.5 bpm e 85.8 bpm, enquanto
essa média foi de 80.0 e 82.1 nos pacientes do C.R.D.B.
CONCLUSÃO
Pode - se observar alterações estatisticamente significativas na FC e PA antes
a após a sessão da fisioterapia motora executada em pacientes acometidos por AVC
nos dois setores avaliados.
Foi demonstrado que o sistema cardiovascular sofre alterações, devendo o
fisioterapeuta observar atentamente essas variações, pois diferenças substanciais
podem gerar malefícios a evolução clinica.
De acordo com O´Sullivan; Schmitz (2004) os sinais clínicos presentes neste
tipo de paciente podem der pressão intracraniana aumentada,aumento da pressão
de pulso, elevação da freqüência cardíaca, respiração irregular entre outros.também
os mecanismo de auto-regulação.
Pryor;Webber (2002) no início do movimento quando cresce a ação de
bombeamento dos músculos atuantes observa-se um acréscimo correspondente do
retorno venoso e algum aumento do debito cardíaco sistólica, a freqüência cardíaca ,
o volume e o consumo de oxigênio variam linearmente com a intensidade da
atividade.
A pesquisa mostrou a grande importância da mensuração inerente a FC e PA
de pacientes em tratamento intensivo portadores de AVE, revelando um instrumento
propedêutico de grande valor ao fisioterapeuta. Permitindo a ele um abordagem
mais sistêmica do processo reabilitativo.
A realização da pesquisa contribui para o enriquecimento sobre o assunto,
aprofundando o tema abordado, bem como a constante verificação destes
parâmetros, como instrumento presente no processo propedêutico fisioterapêutico. A
mesma é de fácil aplicação pelo fisioterapeuta, proporcionando respostas referentes
a tais alterações inerentes à FC e à PA.
REFERÊNCIAS
ANDRE, C. Manual de AVC. Rio de Janeiro: Revinter, 1999.
CAVINA, D.; BRITO, N.C. V. Análise das alterações da pressão arterial e da
freqüência cardíaca em portadores de AVCI durante o tratamento
fisioterapêutico. 2004 monografia (graduação em fisioterapia). Faculdade de
Educação Física de Lins, Lins.
DELISA, V. A. Medicina de Reabilitação, princípios e praticas. 2 ed. São Paulo:
Manole, 1992.
GUYTON, A. C; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 10 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002.
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AQUINO, L. B.; Serrano M. A. Analise da freqüência cardíaca e pressão arterail
antes de após fisioterapia motora em pacientes portadores de AVE
hospitalizados em unidade de terapia intensiva. 2005 monografia (graduação em
fisioterapia). Centro Universitário Salesiano Auxilium, Lins.
O’SULLVAN, S. B.; SCHMITZ, T. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 2 ed. São
Paulo: Manole, 1993.
PRYOR, J. A.; WEBBER, B. A. Fisioterapia para problemas respiratórios e
cardíacos. Rio de Janeiro: Guanabara, 2002.
WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do exercício. Tradução
Marcos Ikeda. São Paulo: Manole, 2001.
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