Direitos Humanos Declaração Universal dos Direitos Humanos “Art. 1° - Todos os seres Humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade” Constituição Federal Brasileira “Art. 5°- Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à prosperidade.” Direitos Humanos são os direitos que todas as pessoas têm em virtude de sua condição de seres humanos dotados de razão e consciência. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, dotada pela assembléia Geral das Nações Unidas em 1948, tem uma importância fundamental para humanidade porque, sem negar o valor das concepções especificas, estabelece um ideal comum a ser promovido e protegido por todos os povos e todas as nações com relação aos direitos humanos. O artigo 1° da Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece os princípios fundamentais que dão conteúdo a esse ideal comum: a liberdade, a igualdade, em dignidade e direitos e a fraternidade de todas as pessoas. Destes princípios derivam todos os direitos expressos na própria Declaração, no pacto dos Direitos Civis, no Protocolo Facultativo ao pacto dos Direitos Civis e Político e no pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, documentos que constituem a Carta Internacional dos Direitos Humanos. Mas para que serve essa declaração de princípios? Como esse princípios são implementados? Que diferença Faz a implementação desses princípios? Os princípios contidos na Declaração foram estabelecidos logo após a Segunda Guerra Mundial, O genocídio cometido pelos nazistas e a explosão da bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki pelos Estados Unidos. Foram estabelecidos, portanto, com o objetivo de definir um ideal capaz de contrapor à realidade e de motivar as pessoas, os povos e as nações a modificarem uma realidade indesejável, mascada pela falta de liberdade, de igualdade e de fraternidade. Todos os todos os estados que fazem parte da Organização das Nações Unidas assinaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos se comprometeram a desenvolver esforços para modificar essa realidade, promovendo e protegendo os princípios da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Desde a promulgação da Declaração em 1948, a liberdade, a igualdade e a fraternidade se tornam objetivos fundamentais das organizações internacionais, organizações governamentais e organizações não governamentais comprometidas com os direitos humanos. Independentemente dos seus objetivos específicos, os esforços de proteção e promoção dos direitos humanos passaram crescentemente a ter como objetivo a realização dos princípios da liberdade, da igualdade e da fraternidade. È importante distinguir os governos democráticos e autoritários em função do seu compromisso com a implementação dos princípios da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Governos democráticos não apenas assinam a declarações e tratados internacionais de direitos humanos, mas também valorizam e estabelecem mecanismos formais e informais para garantir a implementação dos princípios inscritos nessas declarações e tratados. Regimes autoritários, podem até assinar declarações e tratados internacionais de direitos humanos, mas não valorizam e não estabelecem mecanismos para garantir a implementação desses princípios. Essa diferença na forma governo e de regime político tem importância fundamental aos princípios da liberdade, da igualdade, e da fraternidade, na medida em que condiciona o comportamento de organizações governamentais, organizações não governamentais e centro de pesquisa que atuam na área de direitos humanos, como o Núcleo de Estudos da Violência. Quanto mais democrático for o regime político, maior a possibilidade de cooperação entre organizações governamentais, organizações não governamentais e centro de pesquisa e maior a possibilidade de sucesso na implementação desses princípios. Quanto mais autoritário for o regime político, menor a possibilidade de cooperação e menor a possibilidade de sucesso na implementação desses princípios. Ao mesmo tempo, a implementação dos princípios da liberdade, da igualdade e da fraternidade tem um papel importante no enfraquecimento do autoritarismo, na transição para democracia e no fortalecimento da democracia e das entidades que atuam na proteção e promoção dos direitos humanos. No Brasil, como outros países, a luta pela democracia e contra o autoritarismo esta intimamente associada à luta pelos direitos humanos. A diferença é que, desde a transição para a democracia, a proteção e a promoção desses princípios fundamentais são responsabilidade assumidas não apenas pelas organizações não-governamentais e centro de pesquisas mas também pelas organizações governamentais. Texto elaborado pelo núcleo de estudos da violência da USP. A PALAVRA DE ADÉLIA PRADO Escritora Toda e qualquer lei só contribui efetivamente para a melhora da humanidade quando esta escrita no coração. Apenas saber que todos nascemos livres e iguais, como ensina o primeiro artigo da bela Declaração dês Direitos Humanos, ainda é pouco. É preciso viver essa igualdade dia apor dia, começando de nossos relacionamentos familiares e domésticos. E é muito difícil conceder a igualdade ao diferente de nós em raça, classe social, inteligência, temperamento, gostos e crenças. É muito difícil conceder a alguém um julgamento justo quando já o julgamos em nossos íntimos, acreditar que o meu empregado e o meu filho têm os mesmos sonhos, desejos a mesma sensibilidade, medos e aspirações. Que analfabeto e letrado, pobre e rico necessitam de amor, teto, comida, saúde e atenção. Reconhecer direitos iguais entre pessoas e nações é fazer a minha parte para que a paz e a alegria aconteçam no mundo. Nascemos iguais, vivamos como iguais, para a única vitória que interessa, a vitória do amor entre os homens. REPENSANDO O DIA-A-DIA O nascimento de cada ser humano é uma experiência cercada de encantamento, gratidão, surpresa, esperança, sentimento de milagre da vida. Vindo à luz como nenhum ser humano antes e, ao mesmo tempo, chegando em meio a comunidade humana como todos, o momento do nascimento é afirmação de liberdade e de igualdade. Liberdade, porque único. Igualdade, porque como todos. É também nosso primeiro encontro com a dependência que temos, e teremos para sempre, da comunidade na qual e com a qual vivemos. A pura dependência de um corpo indefeso de um bebe crescerá, junto com esse corpo, em direção à oportunidade de cooperar com essa comunidade, de oferecer a ela uma contribuição, que reafirmará ávida de cada um como única e singular. Tudo se transforma, seres humanos vão e vem, a comunidade humana deve acolher com fraternidade cada ser humano que chega e despedir-se dignamente de cada que se vai. Construir a igualdade é a primeira tarefa que se coloca a todos, a cada dia, que abre a oportunidade de construirmos, igualmente, nossa liberdade. Apenas essa construção cotidiana – cheia de sentimentos e valores, como destaca Adélia Prado - é que revela, confirma e aprimora nossa dignidade, nossa razão e nossa consciência. Podemos dizer que por causa do outro ser humano – e, para ele por causa de Mim – existe a oportunidade de construir um Nós, por onde se revela nossa humanidade.