19 MANDATO XI ATA Nº. 3/2014 SESSÃO ORDINÁRIA DE 10 DE JANEIRO DE 2014 Aos dez dias do mês de janeiro do ano de dois mil e catorze, nesta cidade de Braga, no Auditório da Empresa Parque de Exposições de Braga – E.M., pelas vinte e uma horas, reuniu, em sessão ordinária, a Assembleia Municipal de Braga, sob a Presidência da Senhora Hortense Lopes dos Santos, com a assistência do Senhor Serafim Figueiral Rebelo, como Primeiro Secretário e do Senhor João Manuel Tinoco Ribeiro da Silva, como Segundo Secretário. MAIORIA LEGAL - A SRª. PRESIDENTE DA MESA comunicou que havia quórum, tendo-se verificado a presença de setenta e cinco membros. ESTIVERAM PRESENTES OS SEGUINTES MEMBROS: João Alberto Granja dos Santos Silva, Filomena Maria Beirão Mortágua Freitas Bordalo, Maria do Pilar Araújo Teixeira, Américo dos Santos Afonso, Bento Duarte da Silva, Hugo Alexandre Lopes Soares, João Filipe Monteiro Marques, Rosa Maria Macedo da Cunha, Maria Ester da Silva Taveira, Alexandre Amoedo da Cruz Lourenço, Carlos Alberto Sousa Duarte Neves, Maria Isabel Magalhães Mexia Monteiro da Rocha, Gonçalo Nuno Lopes de Castro Pimenta de Castro, Daniel Fernandes Pinto, Manuel Maria Beninger Simões Correia, Sílvia Maria Rodrigues de Oliveira, Luís Garcia Braga da Cruz, Ilda de Fátima Gomes Esteves Carneiro, Pedro Miguel Pereira de Sousa, Ana Paula Enes Morais Pereira, Bento Ferraz Gomes de Faria, Cláudia Patrícia Serapicos Alves, Sebastião Marques Quarenta, Rui Alberto Alves de Sousa e Silva, Liliana Angélica Costa Matos Pereira, António Manuel Lobo Gonçalves, João Gilberto Dias Sousa, José António de Oliveira Rocha, Vítor Manuel de Sousa Leite Cibrão Coutinho, Marta Filipa Azevedo Ferreira, Carla Maria da Costa e Cruz, Raúl Alfredo Cardoso Peixoto da Silva, Bruno André Ferreira Gomes da Silva, Bárbara Seco de Barros, Manuel Carlos Ferreira da Silva, Paula Cristina Barata Monteiro da Costa Nogueira, Agostinho Fernando Monteiro Fernandes, José Manuel Ribeiro Afonso, Luís Filipe Paiva da Mota Pedroso, João José da Costa Pires, Manuel Jorge Costa Pires, Ricardo Jorge Pereira da Silva, José Oliveira da Silva, António Araújo Fonseca Veiga, Agostinho Joaquim Pereira Soares, Orlando Agostinho Marques Fernandes Gomes, Joaquim de Oliveira Rodrigues, José António Ferreira Bastos, Manuel António Veiga de Carvalho, João Manuel Faria da Costa, Marco Paulo Ferreira de Oliveira, João António Matos Nogueira, Augusto Vieira de Carvalho, João Martins Alves, Manuel da Silva Dias, Jorge Manuel da Costa Duarte, Ricardo José Pinto dos Anjos Ferreira, José Magalhães Soares Gomes, Manuel de Azevedo Martins, João Manuel de Almeida Marques Ferreira, João Lamego Moreira, José António Vieira Peixoto, Hilário Fernandes Lopes, Carlos Alberto Ferreira de Sá, Francisco Manuel Pereira da Silva, António Martins de Araújo, Mário José Reis Vieira, Emiliano Renato Araújo Noversa, Alexandre José de Sá Vieira, Manuel Pereira de Faria, Marcelino Moreira de Sá e José Manuel Gomes Martins. SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DE MANDATO: A Assembleia, em face dos pedidos apresentados, deliberou aceitar a suspensão de mandato dos seguintes membros: Paulo Alexandre Lopes de Carvalho Viana, Arlindo Henrique Lobo Borges, José Marcelino da Costa Pires, Nuno Álvaro de Freitas Barbosa de Alpoim e Paula Julieta Ramada Ferreira Caramelo. RENÚNCIA DE MANDATO: Renunciaram ao mandato: Olga Maria Esteves de Araújo Pereira, Humberto António Ferreira Carlos, António Carlos Vieira 20 Barroso, Fátima Cristina Gonçalves Pereira, António Macedo Barbosa, Rui Manuel Sá Morais, João Carlos Azevedo de Correia, Vítor Manuel Esperança Ribeiro e Maria Cristina Palhares Crispiniano Vieira Sousa Ferreira. A Srª PRESIDENTE DA MESA informou ter recebido do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga duas citações, interpostas por José Marcelino da Costa Pires e outros, relativas à sessão da Assembleia Municipal de vinte e dois de novembro do ano transato, que iriam ter resposta dos serviços jurídicos atempadamente. Passou-se depois ao PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA que teve início com a apresentação de uma Recomendação do P.S., pelo PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE CABREIROS E PASSOS SÃO JULIÃO, SR. JOSÉ OLIVEIRA DA SILVA, que referia que os tarifários dos serviços prestados pela AGERE, E.M. para o ano de dois mil e catorze trouxeram alguns ajustamentos, destacando-se a redução global de doze vírgula cinco por cento nos custos de todos os serviços para as Instituições Particulares de Solidariedade Social. Ainda que se tratasse de igual modo instituições com realidades bem distintas, quer no alcance social do seu trabalho, quer na respetiva situação financeira, o Partido Socialista concordava com a medida. Na verdade, o agravamento da miséria e das dificuldades do dia-a-dia da população, consequência das desastrosas políticas de empobrecimento promovidas pelo atual governo, tornavam cada vez mais determinantes os serviços prestados por muitas destas IPSS’s, no combate à pobreza, à fome, à solidão e ao isolamento. Havia que realçar também que, felizmente, outras entidades, públicas e privadas, tinham semelhantes preocupações e davam todos os dias o melhor de si no combate ao flagelo social que assolou o país. Neste particular, também as Juntas de Freguesia tinham desempenhado um papel fundamental nas suas comunidades, no combate à pobreza, à fome e às carências de muitos cidadãos. Diariamente, as Juntas de Freguesia lidavam com as mais variadas situações de necessidades de apoio: era no apoio e no acesso a mecanismos de proteção social públicos, era na doação de géneros alimentares e de vestuário, era no apoio à aquisição de medicamentos, era na instituição de lojas sociais, era nas escolas, com refeições quantas vezes cedidas a título gratuito, era no aconselhamento, era no combate ao isolamento e à solidão…Enfim, todos concordariam que era importante o papel social destas autarquias junto dos mais desprotegidos, quantas vezes o último refúgio do seu desespero diário. Além disso, as Juntas de Freguesia disponibilizavam à comunidade os seus equipamentos e estruturas, promovendo o associativismo, o lazer, o desporto e o convívio. Parecia-lhes, pois, justo que, à semelhança da solução encontrada para as IPSS’s, no que aos tarifários da AGERE, E.M. dizia respeito, fossem também as Juntas de Freguesia “desoneradas, dentro dos possíveis, pelo seu contributo no apoio aos cidadãos mais carenciados do concelho”, utilizando palavras do Sr. Presidente da Câmara Municipal, aquando do anúncio desse apoio às IPSS’s. Assim, reunida a dez de janeiro de dois mil e catorze, a Assembleia Municipal de Braga aprovou a seguinte Recomendação: Que a Câmara Municipal de Braga diligenciasse, junto do Conselho de Administração da AGERE, E.M., a criação de um tarifário mais reduzido para todos os serviços prestados por esta empresa às Juntas de Freguesia, numa dimensão igual à redução encontrada para as IPSS´s – doze e meio por cento. Aberta à discussão, usou da palavra o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA para dizer que ao ouvir o texto daquela recomendação não pode deixar de registar alguma estranheza e algum espanto pela bancada do P.S., subitamente, ter despertado a sua sensibilidade para uma matéria como aquela. Aliás, em trinta e sete anos de poder no Município, tiveram muita oportunidade de poder promover uma medida 21 como aquela que hoje apresentaram e num passado mais recente, em que o País estava, de facto, assolado pela recessão e que nem sequer havia indicadores da retoma, estava-se bem mais no fundo, o P.S. estava no poder e podiam ter implementado aquilo que hoje tão candidamente ali foram tentar recomendar. Era estranho. Era mesmo muito estranho, como em relação a outras medidas da Câmara que durante muitos anos ali estiveram a reivindicar e o P.S. manifestouse insensível à matéria, às IPSS’s, às famílias numerosas. E, muitas vezes, sem diálogo, sem contrapartida, sem discussão. O Sr. Presidente da Câmara dava um sinal e a maioria silenciava até sem debate ou sem réplica em relação ao mérito das questões que estavam em causa. Mas hoje, diria, que o P.S. teve quase que o desplante de ir com aquela proposta. Mas o tema que colocaram era sério. Merecia ser considerado. Era um aspeto que devia ser estudado e uma recomendação como aquela tinha um espírito positivo. Naturalmente que a medida em que poderia ser acolhida teria que ser determinada e enquadrada num diálogo que esperavam que a Câmara pudesse encetar junto da Agere no sentido de a sensibilizar para aquela matéria. E era precisamente atendendo a esse espírito e a esse caráter positivo da proposta, que a bancada do P.S.D. a iria votar favoravelmente. Posta à votação foi a presente proposta aprovada por unanimidade. A palavra foi depois dada ao Sr. Deputado do C.D.S.-P.P., DANIEL FERNANDES PINTO para apresentar outra Recomendação que começava por dizer que a nova ligação ferroviária entre Braga e Lisboa, com o serviço Intercidades, inaugurada no dia quinze de dezembro de dois mil e treze, vinha reforçar a resposta de mobilidade oferecida pela CP à nossa cidade. Com este serviço, Braga dispunha agora de um transporte com um custo reduzido em cerca de sete euros, comparativamente com o serviço de Alfa Pendular, BragaLisboa, onde o diferencial de horário era de apenas trinta minutos, sendo agora possível evitar um transbordo, em Porto-Campanha, que anteriormente se tornava inevitável de e para outras cidades. Esta era sem dúvida uma mais-valia para a cidade de Braga, dado que reforçava as opções de mobilidade ferroviária tendo em conta o forte polo universitário que Braga representava e a forte atividade económica de que éramos detentores, traduzindo claramente um ganho no setor turístico. Mas esta nova valência não se refletia apenas na esfera territorial Bracarense, mas também no posicionamento regional, nacional e europeu. Esta foi uma recomendação do grupo municipal do C.D.S.-P.P., no anterior mandato, congratulando-se agora por esta valência ser uma realidade nos dias de hoje. Contudo, com esta nova ligação, Braga afirmava-se assim como uma cidade importante no contexto nacional, mas a cidade era inevitavelmente um polo estratégico e de afirmação entre as regiões Norte de Portugal e Galiza, o que tornava imperativo que a CMB tomasse as diligências necessárias para que o comboio Celta, com ligação direta entre Porto e Vigo, efetuasse paragem em Nine, com ligação a Braga. Essa foi uma intenção que em outubro de dois mil e treze, pela mão do deputado Altino Bessa, questionou a tutela para a possibilidade de o Celta efetuar essas paragens, o que mostrava claramente o potencial transacional entre as duas regiões, em setores importantes da economia, como era o caso do turismo, do comércio, o cultural e cada vez mais o ramo empresarial, das quais Braga não podia ficar de fora. No entanto esta estratégia de mobilidade carecia desde logo de pequenas concretizações ao nível concelhio, onde a proximidade com Famalicão e Barcelos conduzia a um caminho de união entre os concelhos. Portanto a introdução do passe único entre a CP e os Transportes Urbanos de Braga, teriam que ser uma realidade nesse contexto económico, onde o uso dos transportes públicos se tornava fundamental para a redução de custos em detrimento do uso de transporte particular. Esta teria que 22 ser uma realidade concertada, que também o grupo municipal do C.D.S.-P.P. em recomendação à CMB, no anterior mandato, já apresentou naquela assembleia. Assim sendo a Assembleia Municipal de Braga, reunida a dez de janeiro de dois mil e catorze, por iniciativa do grupo municipal do C.D.S.-P.P., aprovou a seguinte recomendação à Câmara Municipal de Braga: Um - Que a Câmara Municipal de Braga tomasse as diligências necessárias para que o comboio Celta efetuasse paragem em Nine, com ligação a Braga. Dois - Que a Câmara Municipal de Braga fizesse esforços conjuntamente com os Transportes Urbanos de Braga, junto da C.P., para que o título único de transbordo entre o concelho de Braga, Famalicão e Barcelos se tornasse uma realidade, à semelhança do que existia com o título andante entre o Porto e a Trofa. Posta à votação foi a presente recomendação aprovada por unanimidade. Usou da palavra a Srª Deputada da C.D.U., CARLA MARIA DA COSTA E CRUZ para em Declaração de Voto esclarecer que a C.D.U. tinha votado favoravelmente a recomendação apresentada por considerar ser pertinente ela ter sido feita. Mas julgava existir um equívoco quanto à sede onde deveria ser apresentada, pois quem tomava as decisões sobre os trajetos, a paragem, não era a Câmara Municipal, mas sim o Governo. Ora o C.D.S.-P.P. era membro do Governo e nada tinha feito para que tal sucedesse. Portanto era lamentável, era hipócrita e era demagógica aquela recomendação. Contudo, consideravam, efetivamente, que era necessária, que era importante, que era fundamental, que as populações de todos os concelhos que o anterior Deputado ali tinha referido fossem servidas. Para era que mais uma vez houvesse uma duplicidade de critérios entre aquilo que era defendido pelos Deputados Municipais e aquilo que era defendido pelos Deputados na Assembleia da República. Interveio de seguida a Srª Deputada da C.E.M., PAULA CRISTINA BARATA MONTEIRO DA COSTA NOGUEIRA para apresentar uma outra Recomendação que referia que tendo em conta que o Acórdão do Tribunal Constitucional abriu caminho à possibilidade das autarquias negociarem diretamente com os sindicatos um “Acordo Coletivo de Entidade Empregadora Pública”, que pudesse consagrar as trinta e cinco horas de trabalho para os funcionários da Câmara Municipal de Braga; Tendo em conta que a imposição das quarenta horas de trabalho para os trabalhadores da Função Pública constituía uma dupla penalização, uma vez que a redução salarial afetou a grande maioria desses trabalhadores; Tendo em conta que esteve por provar que o aumento do horário de trabalho tenha efeitos benéficos na produtividade, tendo, seguramente, efeitos nefastos na conciliação entre a vida familiar e profissional, além de constituir um retrocesso civilizacional, face aos direitos conquistados; Tendo em conta que, numa reunião com o STAL, em abril do ano passado, o então candidato à Câmara Ricardo Rio, afirmou que, caso fosse eleito, queria ter todos os funcionários da Câmara “como aliados” e dar as condições “para exercerem a sua atividade o mais cabal possível”; Tendo em conta que, na mesma reunião e com o mesmo sindicato, o então candidato Ricardo Rio, defendeu que os contactos com as estruturas sindicais “devem ser feitos de forma contínua pelos autarcas”, mas, agora que foi eleito, decidiu aplicar as quarenta horas sem reunir com esses mesmos sindicatos. A Assembleia Municipal de Braga, reunida a dez de janeiro de dois mil e catorze, recomendava à Câmara Municipal que encetasse de imediato o diálogo com os sindicatos representativos dos trabalhadores da autarquia e das empresas municipais, com vista à assinatura de um acordo coletivo que voltasse a consagrar as trinta e cinco horas de trabalho semanal. Foi depois dada a palavra ao Sr. Deputado do P.S., JOSÉ ANTÓNIO DE OLIVEIRA ROCHA para proceder à apresentação de uma Moção que dizia: Primeiro - Tendo a maioria da Assembleia da República 23 aprovado a Lei sessenta e oito barra dois mil e treze que estabelecia o horário de trabalho para a função pública de quarenta horas semanais. Segundo - Tendo essa Lei sido apreciada pelo Tribunal Constitucional e sendo considerada constitucional com a ressalva de que “este período pode ser reduzido, quer por lei especial nova, quer por instrumento de regulamentação coletiva, posterior àquela Lei (quer ainda nos termos do número dois, do artigo sétimo do Decreto-Lei duzentos e cinquenta e nove barra noventa e oito”. Terceiro – E tendo várias câmaras municipais e outras instituições públicas estabelecido acordos coletivos de trabalhado que previam as trinta e cinco horas semanais. Quarto – Recomendava-se ao executivo municipal da Câmara de Braga que iniciasse de imediato negociações com os sindicatos de modo a repor o horário das trinta e cinco horas. Postas à discussão, usou da palavra o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA para realçar que era um tema conhecido da atualidade, objeto de discussão política a nível nacional. Objeto de discussão no Parlamento. Sabia-se quais eram as posições dos partidos. Eram, obviamente, todas respeitáveis. Naturalmente que coube à Câmara de Braga fazer o seu entendimento e a aplicabilidade da Lei. Entendeu que nesta altura da vida do Município e o entendimento que fez da necessidade que tinha de aplicar a norma ia no sentido de consagrar as quarenta horas. Naturalmente que sobre isso poderiam discutir e, eventualmente, até argumentar de forma diferenciada sobre as vantagens ou desvantagens dessa situação, mas essa foi uma interpretação respeitável que o executivo fez, que implementou e que o P.S.D. iria validar, votando contra aquelas duas propostas que foram apresentadas pela C.E.M. e pelo P.S.. Usou também da palavra a este propósito a Srª Deputada da C.D.U., CARLA MARIA DA COSTA E CRUZ para observar que aquela era uma matéria importante e que a C.D.U. sempre tinha defendido que o alargamento de horário de trabalho era indigno para os trabalhadores. Era uma forma de exploração. Era uma forma de embaratecimento do trabalho e, apesar do Tribunal Constitucional, que aceitavam a acatavam as suas decisões, consideravam, porque o próprio acórdão, como ali foi referido, dava essa possibilidade, era importante que a Câmara Municipal procedesse a esse processo de negociação. No entanto, gostaria de dizer que existia um aspeto crucial, a C.D.U. tomou aquela posição. O Vereador da C.D.U. na Câmara Municipal tomou aquela posição, tendo-o dito publicamente e, por isso, iriam votar favoravelmente, por considerarem que eram importantes e era uma forma de combater as políticas destruidoras de emprego, as políticas contra a função pública e contra os trabalhadores da função pública. Postas à votação foram ambas as recomendações rejeitadas com trinta e um votos a favor, com trinta e quatro votos contra e com cinco abstenções. Mais uma Recomendação foi apresentada, agora pela bancada da C.E.M., através da Srª Deputada PAULA CRISTINA BARATA MONTEIRO DA COSTA NOGUEIRA que começou por fazer uma observação referindo que, entre outras razões, o que se ia passando com as votações na Assembleia Municipal dizia bem do quão pouco apropriado era aquele espaço pela sua gigantesca dimensão para a realização de Assembleias Municipais e achava que era uma coisa que a reunião de líderes tinha que equacionar, porque ali não estavam bem de certeza e não prestavam um bom serviço ao nosso concelho com aquele dispersão, com aquela distração. Passando ao teor da recomendação disse que tendo em consideração que a última edição da Feira do Livro foi um verdadeiro fracasso, quando comparada com os anos áureos; Tendo em conta que a realização da última edição, tal como já tinha acontecido em anos anteriores, veio demonstrar que a data em que se realizava era inapropriada, por constituir uma forma de concorrência desleal para com os 24 livreiros da cidade; Tendo em conta que dezembro era um mês muito severo e que tal como ficou demonstrado na última edição, foi impossível aquecer a grande nave, o que levou a que houvesse eventos com apresentação de livros com a presença de meia dúzia de pessoas; Tendo em conta que a capacidade de atração da Feira era praticamente nula, como ficou demonstrado pela ausência de praticamente todas as editoras nacionais; Tendo em conta que não existiam razões de natureza racional para se insistir num modelo que há várias edições só vinha confirmando que estava mais do que esgotado. A Assembleia Municipal de Braga, reunida a dez de janeiro de dois mil e catorze, recomendava à Câmara Municipal: Um – Que realizasse a próxima edição da Feira do Livro numa das muitas praças da cidade e numa época do ano mais amena, como forma de devolver a esta iniciativa o prestígio e a adesão popular que já granjeou; Dois – Que a preparação da próxima edição da Feira do Livro fosse precedida da auscultação e da colaboração dos livreiros da cidade; Três – Que a preparação da próxima edição da Feira do Livro contasse com o envolvimento das associações culturais e com o comércio local, de modo a que a Feira pudesse voltar a ser um grande acontecimento cultural, uma grande festa e também um grande sucesso comercial para o comércio local. Para dar início à discussão da presente recomendação, usou da palavra o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA tendo para o efeito referido que a questão da Feira do Livro era uma questão que vinha sendo discutida quer na Assembleia, quer nas Comissões Especializadas, quer na imprensa local e, de facto, julgavam haver espaço para se dialogar, para se introduzirem alterações, para se construir um modelo com algumas diferenças e com envolvimento de entidades que pudessem valorizar e enriquecer aquela iniciativa. Não concordavam com o texto apresentado, por dizer que tinha sido um fracasso comparada com anos áureos. Quais anos áureos? Foi uma Feira realizada em circunstâncias especiais, porque esteve para não ser feita e depois foi feita também sob pressão. Mas mais importante do que isso era de facto criar um ambiente construtivo, onde algumas das sugestões pudessem ser consideradas. Não se reviam naqueles considerandos que estavam muito escritos em jeito do estilo que caracterizava o Bloco de Esquerda, mas aproveitavam a parte positiva. A Cidadania em Movimento, mas a Paula Nogueira era do Bloco de Esquerda e era difícil escamotear um estilo que lhe era próprio e que estimava, que era o dela. Era difícil diluir nas novas realidades uma marca matricial tão forte. Disse ainda irem beber daquela proposta daquilo que ela tinha de positivo e estavam certos que a Srª Vereadora iria ser sensível a algumas daquelas sugestões e dentro desse espírito construtivo e de valorização da iniciativa iriam, obviamente, votá-la favoravelmente. Posta à votação foi a presente recomendação aprovada com os votos favoráveis do P.S.D., do C.D.S.-P.P., do P.P.M., da C.D.U., da C.E.M. e dos Presidente de Junta Independentes e com a abstenção do P.S.. A palavra foi dada ao Sr. Deputado do P.S., PEDRO MIGUEL PEREIRA DE SOUSA para, em Declaração de Voto tornar explícito o sentido de voto do P.S. dando nota de que o mesmo não se revia nos contornos dos considerandos que davam forma à proposta e que, por esse motivo, o P.S. optou pelo sentido de voto da abstenção, deixando obviamente claro o seu espírito de contributo e de disponibilidade para contribuir para todo e qualquer projeto de afirmação municipal em qualquer área que carecesse de contributos e de sugestões afirmativas e construtivas. Mas dando nota do contexto dos considerandos e da forma como estavam construídos, o P.S. não poderia votar a favor, porque não se revia neles. A SRª PRESIDENTE DA MESA, em resposta à observação da Srª Deputada Paula Nogueira, concordou não ser aquele espaço o mais adequado 25 para a realização das sessões da Assembleia Municipal, mas já estava a pensar em espaços alternativos que iria depois propor. Interveio de seguida o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO FILIPE MONTEIRO MARQUES para proceder à apresentação de um Voto de Louvor que referia que poucas instituições bracarenses tinham projetado de forma tão notável o nome do concelho dentro e fora de portas como a Universidade do Minho. De entre o fértil universo de conquistas prestigiantes alcançadas contava-se não só aquelas relativas ao mundo académico em sentido estrito, mas também os repetidos sucessos desportivos que os seus estudantes vinham conseguindo em competições nacionais e internacionais. Num esforço conjunto de promoção de um estilo de vida saudável e de uma compreensão holística, global e integrada da vivência universitária, tributária, de resto, do célebre mote romano “mente sã em corpo são” Universidade do Minho e Associação Académica do Minho tinham sido parceiras incindíveis na aposta qualificada e ininterrupta na prática desportiva como fator de integração mas também de superação dos seus alunos e associados. Uma aposta que tinha produzido resultados extraordinários que orgulhavam ambas as instituições e mereciam o público reconhecimento do concelho que as acolhia. O último desses resultados foi justamente a recente consagração da Universidade do Minho/Associação Académica da Universidade do Minho como a “Melhor Universidade Europeia de Desporto Universitário”. Este feito, só por si de incomensurável valia, era exponenciado pelo facto de ter sido conquistado em competição direta com mais de quatrocentas universidades. Sustentado na obtenção dos melhores resultados desportivos no conjunto dos dezassete campeonatos europeus universitários organizados, em dois mil e treze, pela European University Sports Association, este título era a tradução cabal da excelência de todo o universo académico envolvido na preparação das competições e um prémio justo para o particular esforço de atletas e treinadores. Os cerca de dez mil estudantes que faziam da atividade desportiva regular uma prioridade pessoal, bem como a Universidade e Associação Académica que permitiam e garantiam que assim fosse, mereciam, pois, o público louvor daquela Assembleia, naquela que seria uma devida homenagem daquele órgão a um ato que certamente refletiria a vontade esmagadora do concelho. Assim, a Assembleia Municipal de Braga, reunida a dez de janeiro de dois mil e catorze, deliberou louvar a Universidade do Minho, a Associação Académica da Universidade do Minho e a secção de desporto dos Serviços de Ação Social daquela universidade pela distinção que a consagrou como “Melhor Universidade Europeia de Desporto Universitário”, louvando igualmente os seus alunos, atletas e respetivos treinadores pelo contributo decisivo que deram para aquele prestigiante título que muito honrava e distinguia o concelho de Braga. Posto à votação foi o presente voto de louvor aprovado por unanimidade. A palavra foi dada ao Sr. Deputado do P.S., PEDRO MIGUEL PEREIRA DE SOUSA para em Declaração de Voto dar nota, na esteira daquela que foi também uma proposta ali levada pelo P.S., ainda no anterior mandato autárquico, quando a Universidade do Minho e a Associação Académica, bem como o Departamento de Desporto e Cultura se sagraram campeões nacionais universitários, foram a universitária mais medalhada. O P.S. revia-se quer no espírito, quer no conteúdo da saudação ali apresentada e, por esse motivo, votou favoravelmente. De seguida interveio o Sr. Deputado da C.E.M., MANUEL CARLOS FERREIRA DA SILVA para inicialmente realçar que hoje, mais uma vez, uma Comissão de Inquérito, proposta pela C.D.U., foi chumbada no Parlamento, que queria levar ali uma Moção subordinada ao tema: “A construção naval é necessária ao país” e que dizia que hoje os Estaleiros Navais de Viana do Castelo conheceram a página 26 mais negra da sua história. O Presidente da Câmara Municipal daquela cidade deslocou-se à cerimónia de assinatura do contrato de subconcessão entre o Estado e a Martifer, dizendo que ia assistir à morte da construção naval em Portugal. Há quase setenta anos que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) eram um dos mais qualificados construtores navais do noroeste peninsular. Mais de duzentos navios de diversos tipos saíram do engenho e trabalho de muitos técnicos e operários. O despedimento de mais de seiscentos trabalhadores e a assinatura dessa subconcessão a privados, dos terrenos e instalações dos estaleiros até dois mil e trinta e um, tinham provocado uma onda de indignação e de justificada preocupação nos trabalhadores, na população da região e em todos aqueles que consideravam a construção e reparação naval como atividades estratégicas para um país como Portugal, com a maior fachada atlântica de toda a Europa. Também hoje mesmo, o Ministro da Justiça, Aguiar Branco, afirmou que o Estado não tinha de saber construir navios. Não admirava, vindo de quem achava que o Estado tinha, antes, de salvar bancos, atividade que, como se sabia, tinha produzido muita riqueza, sobretudo a alguns dos seus amigos. Ao invés do Ministro, o país e a região do Minho, cuja história se entrelaçava com a navegação, não era, nem podia ser indiferente à destruição anunciada dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Assim a Assembleia Municipal de Braga, reunida a dez de janeiro de dois mil e catorze deliberou: Um – Solidarizar-se com os trabalhadores dos Estaleiros Navais e com a população de Viana do Castelo; Dois – Apoiar a revogação no processo de subconcessão dos ENVC que previa o encerramento da empresa e o despedimento de centenas de trabalhadores; Três – Apoiar o lançamento dum programa de apoio ao setor da construção e reparação naval. Para dar início à discussão da moção, usou da palavra o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA para dizer que era uma questão delicada. Uma questão politicamente sensível, mas compreendiam quem tinha que governar um país e tinha que tomar decisões difíceis. Em determinados momentos tinha que ter a coragem de o fazer. E quando alguns diziam que aquele era o momento em que se condenava os estaleiros, o P.S.D. podia dizer que era o momento onde se podia aproveitar aquilo que dos estaleiros se podia introduzir num projeto de viabilidade. Porque era uma atitude politicamente irresponsável pedir a todos os cidadãos que suportassem cento e dez mil euros de prejuízos por dia, um prejuízo acumulado de mais de cem milhões de euros que era evidenciado e objetivado, como bem se sabia. Compreendiam a posição dos trabalhadores dos estaleiros e, por isso, pediam a votação em separado e votariam favoravelmente o primeiro ponto da proposta, por entenderem que os trabalhadores mereciam de facto a sua solidariedade. Mas era importante que se dissesse que mais de metade dos trabalhadores iria continuar na nova realidade e que o próprio Vice-Presidente da Câmara de Viana do Castelo, que era um trabalhador dos estaleiros, que fez discurso político contra aquela matéria, foi dos primeiros a aceitar a rescisão. A Srª Deputada Carla Cruz, que tinha o treino, o hábito, o estímulo e a postura da Assembleia da República, dizia há pouco para o C.D.S. que era matéria deles para a Assembleia da República. E aquela também era. Por isso percebia o seu entusiasmo, o seu calor e toda aquela energia no estilo que a caraterizava, mas aquilo não era bem para ali. No entanto, não queriam deixar de expressar a sua solidariedade, mas a sua posição, compatível com aqueles que governavam o país, era de responsabilidade, era de rigor, era de não pactuar com situações daquelas que iam ao bolso dos portugueses todos os dias e com realismo e objetividade encontrar um modelo, que podia não ser o melhor, mas era, pelo menos, uma tentativa séria de salvar a estrutura, de preservar alguma 27 empregabilidade e de fazer com que alguma coisa daqueles estaleiros pudesse ser preservada e andar em frente. Porque a caminhar como estavam a caminhar era o buraco total para a empresa e para a maioria e para a totalidade dos trabalhadores. A proposta apresentada foi votada da seguinte forma: Ponto um – Aprovado por unanimidade; Ponto dois – Rejeitado com vinte e seis votos a favor, com trinta e dois votos contra e sete abstenções; Ponto três – Rejeitado com vinte e sete votos a favor, com trinta e um votos contra e sete abstenções. A este propósito usou da palavra o Sr. Deputado do P.S., PEDRO MIGUEL PEREIRA DE SOUSA para informar que o P.S. se revia em absoluto na moção apresentada. Era uma matéria sensível, que não tinha uma solução fácil, mas aquilo que os unia no voto claro e esclarecido também a favor daquela moção, era o de entenderem que a solução que estava em cima da mesa, não era claramente solução nenhuma, algo que trouxesse a solução que os estaleiros navais de Viana do Castelo, património industrial do Minho, com mais de setenta anos, faziam hoje e continuavam a ser marca para o futuro. Depois dizer também, não tendo que assumir nenhum papel de advogado de defesa, mas dizer ao Sr. Deputado João Granja, nome do Grupo Municipal do P.S., que após a sua última intervenção naquela Assembleia com a forma truculenta, insultuosa quase, como se referiu a alguns Deputados e àquela Câmara, que não lhe reconheciam nenhum tipo de moralismo, nenhum tipo de superioridade, para fazer aquilo que fez em relação à Deputada Carla Cruz, quando disse que o estilo, energia, galhardia não cabiam naquela casa. Desde que com respeito, o que nem sempre aconteceu da parte do Deputado João Granja, no plano do debate, tudo cabia. Voltou a usar da palavra o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA para dizer que não era para defender a honra, pois a sua honra não se desonrava com tanta facilidade. Mas para dizer que votaram como votaram, com sentido de responsabilidade que a bancada naturalmente tinha que ter e tendo consciência que aquela matéria, em sede de discussão sobre a questão das construções e reparação naval, não era aquela a sede para discutir aquela matéria, da mesma forma que, em seu entender, percebiam o sentido político da discussão, mas a substância da matéria era delicada, porque se tivessem que aprofundar a matéria, talvez fosse também importante chamar à colação, que o “dossier” que o P.S. deixou no Ministério da Defesa sobre aquela matéria, previa também o mesmo caminho que foi implementado em relação aos estaleiros. E até, em alguns casos, com propostas mais radicais do que aquelas que estavam a ser implementadas. O que significava que também se poderia dizer que era uma atitude um pouco hipócrita irem hoje responsáveis do P.S., que se presumia terem bons contactos com o anterior governo, e tenham sabido daquela posição. Por isso, no fundo, o que achavam era que aquele não era o palco privilegiado para aquela discussão, da mesma maneira que hoje se discutia muito se aquilo que interessava era a construção naval ou a reparação naval, porque dava hoje bons resultados no país era a reparação naval, perto de Lisboa e não a construção naval. E não devia ser por acaso que muitos países por esse mundo fora, hoje optavam por uns modelos de reparação em detrimento dos modelos de construção. Mas aquele não era seguramente o sítio para discutirem tal matéria e daí a razão de ser de terem votado como votaram, não tendo, por isso, menos preocupação em relação a tais matérias. Em relação às palavras simpáticas do Sr. Deputado Pedro Sousa, percebiam o seu empenho e delicadeza, achavam que era só isso, pesasse embora, aquilo que se dizia, que de facto estava e, aliás, na última Assembleia deu já um cheirinho do estilo que queria imprimir, que estava em período de recruta para a Assembleia da República, percebia-se que estivesse já a apresentar serviço em relação à futura colega e daí que não se referisse a 28 isso mais do que a uma lógica simpática e delicada da sua parte, que obviamente também lhe merecia o elogio e uma palavra de simpatia. A palavra foi depois cedida ao Sr. Deputado da C.D.U., BRUNO ANDRÉ FERREIRA GOMES DA SILVA para apresentar uma Declaração Política que começava por realçar que era sabido que, depois que uma pessoa se aproximava daquela fase em que pensava que ia morrer, lhe sobrevinha o temor e preocupação por questões que antes não lhe vinham à mente. Com efeito, as histórias que se contavam relativamente ao Hades, de que se tinha de expiar lá as injustiças aqui cometidas, histórias essas de que até então troçava, abalavam agora a sua alma, com receio de que fossem verdadeiras. Todavia, aquele que não tinha consciência de ter cometido qualquer injustiça, tinha sempre junto de si uma doce esperança, bondosa ama da velhice”. Ora, era no respaldo dessa doce esperança que o Partido Socialista decidiu “começar de novo”, pesasse embora o alfa e o ómega da sua vetusta política permanecessem incólumes. Na apresentação do seu projeto político, o vereador Hugo Pires propôs-se “renovar o PS, criando valor acrescentado para a sociedade bracarense, envolvendo-a numa cidadania ativa”. Pois bem, era inegável que o vereador Hugo Pires tenha contribuído para acrescentar valor a um imbróglio que trouxe nefastas consequências para Braga. Assumindo a “missão de credibilizar a política, sobretudo num momento em que a sociedade se afastava da mesma”, o novel líder da concelhia socialista afirmou “que o partido tem a obrigação de ir ao encontro das pessoas e das suas necessidades”. Ora, foi precisamente no âmbito dessa demanda que a CDU se opôs, desde o início, à perpetuação do ciclo vicioso de interesses privados incrustados na res (coisa) pública. Não tendo percebido que se transformou numa mera agremiação de conveniências particulares, o PS bracarense tentava justificar, por todas as vias, uma negociata levada a cabo em véspera de eleições, naquela que foi, simultaneamente, uma ação de auto dinamitação e uma tentativa (mais uma) de entregar a gestão do espaço público a uma empresa privada, cujos pergaminhos de polícia-sinaleiro eram, até à data, desconhecidos. Confrontados com as metástases de um negócio leoninamente blindado, os bracarenses, exauridos por quase quatro décadas de factos consumados, rejeitaram o salvador que contribuiu com milhões de euros antecipados para a pré-campanha. Por sua vez, a CDU destacou-se nesta frente de batalha, assumindo a coerência de uma política que condenava veementemente a promiscuidade latente entre a coisa pública e o interesse privado. Em honra ao seu compromisso político, a CDU procedeu à entrega de uma petição que reuniu mais de quatro mil assinaturas, facto que demonstrava a unidade do povo bracarense, face à manigância que impôs um pesado ónus às atuais e futuras gerações. Dando corpo ao pacto assumido com os bracarenses, a CDU votou favoravelmente a revogação do alargamento da área concessionada, pondo cobro a uma “decisão imatura que onerava significativamente o município.” Aliás, estas palavras eram, certamente, bem conhecidas do vereador Vítor Sousa, pesasse embora as tivesse proferido num sentido oposto. Denotando um claro desapego pelo interesse coletivo, a concessionária vinha agora propalar, “urbi et orbi”, o direito à exploração preteritamente concedida e a profunda insatisfação perante o elevado número de avenças, as quais perigavam, alegadamente, o equilíbrio financeiro do contrato de concessão, facto que demonstrava o quão desastrosas eram as parcerias que garantiam rendas absolutas, em detrimento do benefício relativo para o serviço público. Quedava por saber se, segundo a perspetiva da concessionária lhe era indiferente que esta renda absoluta pudesse vir a ser saldada sob a forma de continuação da exploração ou sob a forma de uma choruda indemnização. Incapaz de apresentar um efetivo projeto integrado, tendo em vista o incremento 29 qualitativo da mobilidade, o anterior executivo escudou-se na premência desta concessão. À margem de quaisquer planos, indiferentes perante o atestado de incapacidade passado à Polícia Municipal, o ex presidente Mesquita Machado, o vereador Hugo Pires e o vereador Vítor Sousa penhoraram Braga e os bracarenses durante década e meia. Década e meia à qual se deviam acrescentar tantas outras, já que o legado que agora findou não cessava de surpreender. Mas enquanto as figuras de proa do passado não assumirem mea culpa, restar-lhes-á Antero Quental. “Se nada há que me aqueça esta frieza; Se estou cheio de fel e de tristeza…É de crer que só eu seja o culpado!”. Depois foi presente mais uma Declaração Política, agora do P.S. e que foi apresentada pela Srª Deputada LILIANA ANGÉLICA DA COSTA MATOS PEREIRA, que dizia que na passada quarta-feira, o Ministro da Educação e Ciência apresentou ao país a sua “sala de aula inteligente”. Distribuindo “tablets” sul-coreanos, Nuno Crato foi dizendo que o denominado programa Smart School, se inseria naquela que era a sua escola do futuro: uma escola com mais tecnologia! Sim, o mesmo ministro que há dois anos suspendeu o programa E-escolinhas e a distribuição do português Magalhães, afirmou ainda na apresentação da tal “sala de aula inteligente” que não havia nada que substituísse o papel do professor! Pois bem, este importante papel do professor foi totalmente desprezado no passado dia dezoito de dezembro, dia em que o país assistiu a uma humilhação dos professores contratados e a um caos nas escolas. Teimando em avançar com a realização da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades escondia o real objetivo de excluir professores do concurso nacional. A acrescentar a esta prova sem sentido, sem critério e sem justificação, o Governo impôs ainda o pagamento de uma taxa de inscrição de, pelo menos, vinte euros a cada docente. Esta obsessão com a Escola Pública era ainda mais clara no Orçamento de Estado para dois mil e catorze: o Ministério da Educação e Ciência sofria um corte de trezentos e setenta milhões de euros que, segundo o Governo, seria conseguido - e passava a citar - “através de melhorias significativas na gestão de recursos, com medidas como a formação de turmas com o número máximo de alunos previsto na lei e encurtando as Atividades Extra Curriculares para cinco horas semanais”. Medidas como estas inverteriam, com certeza, aqueles que tinham sido os resultados obtidos nos testes internacionais do Pisa, onde Portugal tinha evidenciado uma evolução significativa na última década ao nível da Matemática, das Ciências e da leitura. Era claro o desinvestimento na escola pública e o financiamento encapotado, através do cheque-ensino, dos privados e dos grandes grupos económicos. A isto se juntava ainda, o corte suplementar de trinta milhões no orçamento previsto para o Ensino Superior, nunca justificado nem comunicado aos interessados. Mas esta posição para com o Estado Social não fica por aqui! Na Saúde a transferência prevista no OE era, relativamente ao ano de dois mil e treze, de menos oitocentos e quarenta e oito milhões, redução esta muito à custa da despesa na fatura com medicamentos fundamentais para os doentes e com exames complementares de diagnóstico prestados por convencionados, pondo em causa a qualidade e o acesso a cuidados básicos de saúde (como infelizmente temos tido conhecimento pela comunicação social nos últimos dias). Em termos de Segurança Social, além do aumento da idade de reforma para os sessenta e seis anos, estava também prevista a poupança de seiscentos e setenta e dois milhões de euros, com a convergência do regime de pensões do setor público com o privado, reduzindo assim, o valor das pensões da administração pública. Esta medida, contou com o estranho aval do defensor dos pensionistas e reformados, antes defensor dos agricultores e agora Vice Primeiro-Ministro, mas foi unanimemente chumbada pelo Tribunal Constitucional (de notar que este era o 30 terceiro OE apresentado pela coligação e o terceiro considerado inconstitucional). Ora, eis que surge o plano B. O mesmo plano de sempre. Medidas como alargar a base de incidência da Contribuição Extraordinária de Solidariedade - penalizando quase quatrocentos e dois mil novos pensionistas – e aumentar para três e meio por cento a contribuição dos beneficiários da ADSE. A juntar a este aumento e ao aumento para quarenta horas de trabalho semanais, os funcionários públicos cujo salário estava acima dos seiscentos euros iriam sofrer ainda um corte entre três e meio por cento e dez por cento, no valor auferido mensalmente. Ao nível das autarquias o cenário não era melhor… Este OE, proposto e aprovado pelo PSD e CDS/PP, estabelecia o valor de transferências para as câmaras municipais mais baixo desde dois mil e cinco, sendo o corte em relação ao ano anterior de cinquenta vírgula nove milhões de euros. Evidente era que o equilíbrio financeiro dos municípios e a capacidade de investimento das autarquias saíam claramente prejudicados! Esta redução foi ainda altamente contestada pela Associação Nacional de Municípios que insistia que o Governo se comprometeu, aquando da alteração à Lei das Finanças Locais, a não reduzir o valor das transferências do estado. Ora, este não era o caminho… O PS Braga estava, como sempre, ao lado dos bracarenses na defesa dos seus direitos, interesses e necessidades. O PS Braga estava contra esta política adotada pela coligação que só prejudicava a economia e que teimava em tirar sempre aos mesmos! De seguida interveio a Srª Deputada da C.D.U., BÁRBARA SECO DE BARROS para, por seu turno, apresentar mais uma outra Declaração Política que realçava que a última campanha autárquica da coligação “Juntos por Braga” ficou marcada por um conjunto de promessas eleitorais – mais ou menos vagas –, por um programa curto e vazio, e – essencialmente – por fortes e pomposas proclamações de mudança e outros tantos compromissos éticos, de transparência e moralidade. Proclamou-se, entre outros, que o fim do “mesquitismo” traria consigo o fim dos velhos hábitos, a abolição do amiguismo, a extinção do compadrio e do favorecimento. Exclamava-se bem alto: “NO JOBS FOR THE BOYS!”. Os lugares de nomeação disponíveis – prometia-se – seriam criteriosamente preenchidos por nomes de idoneidade, competência e mérito reconhecidos, e sem qualquer influência do cartão partidário. Deste modo, PSD e CDS conseguiram mobilizar a população bracarense em torno da sua candidatura; e até mesmo convencer candidaturas adversárias a centrar o seu discurso exclusivamente na necessidade de derrubar o PS, logrando, assim, pela “esquerda”, adensar a mistificação salvífica da candidatura da direita. Era sabido que a CDU nunca alinhou nesse discurso. Antes, defendeu que o derrube do PS de nada valeria se não estivesse associado ao estabelecimento de uma distinta correlação de forças, capaz de alterar profundamente a política municipal, os seus objetivos, as suas prioridades e também, naturalmente, os seus métodos e a sua prática. Acontecia que, volvidos estes três meses de governação de direita, a CDU não podia deixar de reconhecer que profundas mudanças ocorreram num particular aspeto da gestão municipal. De facto, não mais se avistaram as cinzentas personagens que, ao longo dos anos nos fomos habituando a ver rodando lugares, tanto na gestão do município e das empresas municipais, como nas mais variadas listas eleitorais do Partido Socialista. À primeira vista, parecia que a coligação cumpriu a proclamação ética de resgatar o município das garras dos amigos de quem governava. O problema era que, como tantas vezes acontecia, essa aparência era apenas ilusória! Tal como a CDU previa, a mudança prometida foi mudança de fachada: em vez de mantermos o bando corde-rosa nas rédeas de tudo quanto fosse cadeira de nomeação, observávamos hoje um enxame laranja a tomar o seu lugar. Disso mesmo eram exemplo as escolhas 31 para as administrações das empresas municipais, bem como as nomeações para os órgãos da Associação de festas de S. João e do provedor do munícipe – tudo lugares ocupados, já depois das eleições, por portadores do cartão laranja, ou azul e amarelo, ou, no mínimo, por fiéis e devotos apoiantes. Como previram, os boys do PS e JS foram substituídos pelos boys do PSD e da JSD, do CDS e da JP. Pelo que a expressão, recalibrada em Braga como no país, era agora: “NO JOBS FOR THOSE BOYS” (os do PS, claro)! Para alguns – desde logo para os próprios – seria grande e imprescindível essa mudança. Mas para a CDU, não passava de uma triste confirmação: substituir PS por PSD (e CDS) não foi mais do que trocar seis por meia dúzia. Seria até motivo de regozijo – verificarem que a realidade aderiu às suas previsões eleitorais –, se não fosse verdadeiramente trágica a constatação de que a mudança na maioria não trouxe mais do que descrédito e desilusão aos milhares de bracarenses que confiaram na retórica desta direita. E de nada adiantavam os argumentos esgrimidos, de que os outros já lá estavam há muito, e que estes ainda agora chegaram, livres de vícios e corrupções. A máxima mantinha-se, porque BOYS WILL BE BOYS. Foi depois a vez do Sr. Deputado do C.D.S.-P.P., CARLOS ALBERTO SOUSA DUARTE NEVES apresentar outra Declaração Política, que dava resposta à Deputada da C.D.U., dizendo que, de facto, tinham orgulho no programa eleitoral que apresentaram a votos no dia vinte e nove de setembro. E mais do que ter orgulho nesse programa e sendo um programa singelo, mas mais importante que ter grandes programas era ter vontade de os concretizar e capacidade de os concretizar e ter, seguramente, o compromisso que assumiram em vinte e nove de setembro e a partir de vinte e um de outubro, quando tomaram posse na Câmara Municipal. E desse balanço queria dar uma nota rápida. Os Bracarenses quiseram um novo tempo para Braga e Braga já estava a ter um novo tempo. Prometeram e cumpriram. E esse tempo de mudança traduzia-se, por exemplo, na revogação do alargamento dos parcómetros, tornando o acesso ao coração de Braga mais acessível a todos os Bracarenses. A revogação do negócio ruinoso das Convertidas, que implicava quase três milhões de euros. A redução de impostos municipais. A racionalização na gestão de frota com algumas medidas, algumas delas simbólicas, até de despenda de motoristas para algumas atividades. A ordenação e a fiscalização na publicidade, terminando com a poluição visual. O trabalho permanente de proximidade junto das Junta de Freguesia e não tendo qualquer discriminação político-partidária, interrompendo uma política do anterior executivo que sistematicamente discriminava os Presidentes de Junta que não eram do P.S.. Visitas regulares às freguesias não só com o Presidente, mas também com a equipa da vereação, dando nota duma particular preocupação em ouvir os cidadãos e as suas preocupações e depois, ato contínuo e consequente, fazendo inscrever nos planos de atividades e orçamento essas mesmas preocupações. Por isso, era evidente que Ricardo Rio e toda a sua equipa de vereação tinham hoje capacidade e sobretudo vontade para implementar em Braga um novo tempo, um novo rumo. Como dizia o seu “slogan” de campanha “Braga merece o melhor” e não tinha dúvida nenhuma de que com aquela equipa à frente do executivo, Braga iria ter o melhor. Passou-se de seguida à apresentação da ORDEM DE TRABALHOS: PONTO NÚMERO UM – APROVAÇÃO DA ATA DO DÉCIMO MANDATO NÚMERO VINTE E TRÊS BARRA DOIS MIL E TREZE, DE CINCO DE JULHO E DAS ATAS DO DÉCIMO PRIMEIRO MANDATO NÚMERO UM BARRA DOIS MIL E TREZE, DE VINTE E UM DE OUTUBRO E NÚMERO DOIS BARRA DOIS MIL E TREZE, DE VINTE E DOIS DE NOVEMBRO. Submete-se à aprovação da Assembleia Municipal, a ata do décimo Mandato número vinte e três barra 32 dois mil e treze, referente à sessão de cinco de julho e as atas do décimo primeiro Mandato número um barra dois mil e treze, referente à sessão realizada em vinte e um de outubro e número dois barra dois mil e treze, referente à sessão extraordinária realizada em vinte e dois de novembro. Posta à votação foi a ata número vinte e três barra dois mil e treze, referente à sessão de cinco de julho aprovada com três abstenções; Posta à votação foi a ata do décimo primeiro Mandato número um barra dois mil e treze, referente à sessão realizada em vinte e um de outubro aprovada com uma abstenção. Neste ponto da ordem de trabalhos usou da palavra o Sr. Deputado do P.S., SEBASTIÃO MARQUES QUARENTA para informar que o P.S. pretendia apresentar um Requerimento à Mesa com o seguinte teor: “O Grupo Municipal do Partido Socialista apresenta um requerimento à Mesa relativo ao ponto número um da ordem de trabalhos na parte que respeita à apreciação e aprovação da ata de vinte e dois de novembro de dois mil e treze, considerando que na Assembleia Extraordinária decorrida naquela data a Mesa atentou contra os mais elementares direitos, liberdades e garantias regimental e constitucionalmente consagrados, demonstrando inequivocamente menosprezo pelos legítimos interesses dos Bracarenses, consubstanciados nas propostas apresentadas pelo Partido Socialista e Cidadania Em Movimento. Efetivamente a Senhora Presidente da Mesa, em sede da apresentação das duas propostas, das quais uma da iniciativa do Partido Socialista e outra da Cidadania Em Movimento referentes ao ponto número um da ordem de trabalhos – lançamento de uma derrama para o ano dois mil e catorze, rejeitou-as e mais informou que apenas colocaria à discussão e posterior votação a proposta apresentada pela Câmara Municipal. Inconformado com esta decisão, o Senhor Deputado José Marcelino Pires, em representação do Grupo Municipal do Partido Socialista, recorreu para o plenário nos termos do disposto no artigo vinte e nove do Regimento, tendo em vista a votação da admissibilidade das duas propostas. Na sequência do recurso e subsequente votação, a Senhora Presidente da Mesa admitiu-as designando-as respetivamente pelas letras A – Câmara Municipal; B – Partido Socialista e C – Cidadania Em Movimento. E de imediato submeteu à votação essas propostas, cujo escrutínio ficou assim apurado: a proposta A obteve trinta e quatro votos a favor; a B trinta votos a favor e a proposta C sete votos a favor, não aceitando a Senhora Presidente trinta votos do Partido Socialista a favor. A Senhora Presidente da Mesa não instou os Senhores Deputados sobre quem se abstinha ou votava contra em nenhuma das votações, descurando que a Assembleia Municipal é composta de setenta e cinco Deputados. Por não se conformar com a deliberação da Mesa, bem como da nãoaceitação da forma de contagem dos votos, o Senhor Deputado José Marcelino Pires, em nome do Partido Socialista, interpôs recurso da deliberação da Mesa para o plenário não aceite pela Senhora Presidente, apesar da legitimidade daquela pretensão. Atenta a persistência da recusa da Mesa na admissibilidade do recurso, apresentou o competente protesto ao abrigo do disposto no artigo trinta e dois do Regimento. O Senhor Primeiro Secretário da Mesa informou aquele Deputado Municipal que o ponto número um fora já posto à votação e como tal a Assembleia passaria para a discussão do ponto número dois da ordem de trabalhos. O Senhor Deputado José Marcelino Pires pretendeu apresentar protesto da deliberação ilegal, não-aceitação do recurso para o plenário, e mais instou a Mesa no sentido de fundamentar tal ato. A Mesa, através do Senhor Primeiro Secretário, informou que a votação se encontrava encerrada. Por não se conformar com esta deliberação, com fundamento num super esforço, foi interposto no Tribunal Administrativo de Braga procedimento cautelar no qual o Município é requerido e já se encontra notificado barra citado, sendo que é 33 peticionada a suspensão de eficácia dos atos administrativos que resultaram dessa Assembleia Municipal. Assim, não poderá a mesma, nesta fase, iniciar ou dar execução às deliberações da Assembleia Municipal de vinte e dois de novembro de dois mil e treze. Em conformidade, o Grupo Municipal do Partido Socialista bem como o Grupo Municipal da Cidadania Em Movimento, requerem a suspensão da apreciação e votação da ata número dois, relativa à Assembleia extraordinária que decorreu em vinte e dois de novembro de dois mil e treze até à decisão a proferir nos referidos autos”. Era aquele seguramente o requerimento que o P.S. interpôs e que pretendia fosse submetido à Assembleia, acrescentou o mesmo Deputado. A palavra foi depois dada ao Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA para dizer que a ata que ali foram chamados a votar traduzia, fielmente, aquilo que se passou na última Assembleia Municipal. E ia aproveitar aquela oportunidade, até para sublinhar e louvar o trabalho de excelência, de que ao longo destes anos a nossa equipa técnica, na Assembleia Municipal, tinha feito sobre aquela matéria. E fê-lo ao longo dos anos. Porque fez um trabalho notável, de quem ouvia, pacientemente, as gravações e depois passava para a ata, corrigia e apresentava normalmente uma versão final enxuta, que muito raramente merecia correções e retificações ao longo de todos aqueles anos de democracia. Era um trabalho de excelência. Era um trabalho notável, que merecia ser sublinhado. Naturalmente que a um bom profissional se pedia isso, mas face ao trabalho de outras Assembleias Municipais, ali era feito com zelo, qualidade, diligência e empenho que merecia ser sublinhado e elogiado. Ali ficava, por isso, uma palavra de justo reconhecimento pela excelência do trabalho. Mas se houvesse dúvidas, o P.S. requereu a gravação e de viva voz pode confrontar a conformidade daquilo que estava em ata, com aquilo que estava em gravação áudio. A Assembleia decorreu. A Assembleia deliberou aprovar em minuta tudo aquilo que ali se discutiu e se deliberou. O próprio P.S. encetou negociações e não chegou a acordo quanto à possibilidade de voltar a entrar na sala, mas no essencial não era aquele um aspeto relevante. Era importante que a anterior ata cumprisse, naturalmente, a sua função, porque não estava em causa a sua fiabilidade ou o rigor naquilo que traduzia do que se tinha passado na sala. Naturalmente o P.S. tinha um entendimento diferente, respeitável. Intentou procedimentos judiciais fora da Assembleia, que seguirão o seu normal curso. Aos Tribunais o que era dos Tribunais, à política o que era da política. Por isso, em seu entender, não fazia qualquer sentido reabrir aquela polémica e aquela questão sobre aquela forma, naquele momento, razão pela qual só lhes restava uma posição de chumbar aquele requerimento, para que a Assembleia pudesse funcionar cumprindo todo o seu normal curso e deixando que as decisões de mérito, em relação às pretensões do P.S. fossem os Tribunais a decidi-las, como era normal, óbvio, em ambiente de democracia. O Sr. Deputado da C.E.M., MANUEL CARLOS FERREIRA DA SILVA interveio para sublinhar que, como coautor da providência cautelar que foi introduzida, gostava sobretudo de sublinhar que tal como dizia o artigo cento e vinte e oito, “quando seja requerida a suspensão de eficácia de um ato administrativo, a autoridade administrativa não pode iniciar e prosseguir a execução, salvo se mediante resolução fundamentada, reconhecendo no prazo de quinze dias que o deferimento da execução seja gravemente prejudicial para o interesse público”. Não lhes parecia ser esse o caso e portanto só queriam subscrever também a não colocação à votação da ata de vinte e dois de novembro de dois mil e treze. Retomou do uso da palavra o Sr. Deputado do P.S., SEBASTIÃO MARQUES QUARENTA para dizer que subscrevia inteiramente as palavras do Sr. Deputado João Granja relativamente à excelência da 34 qualidade da transcrição das atas. Estavam inteiramente de acordo. Mas o problema era formal. Não tinha nada a ver com a transcrição. Aí, de resto, se alguém quisesse propor algum voto de louvor para quem transcrevia as atas, seguramente contaria, porque subscreveria em absoluto tudo aquilo que dissesse. Depois foi a vez do Sr. Deputado da C.D.U., RAÚL ALFREDO CARDOSO PEIXOTO DA SILVA se manifestar tendo, para o efeito, dito que o problema não era na correção da ata, daquilo que se passou na Assembleia. O problema era que a ata dava como válido algo que considerava claramente inválido. Ou seja, uma deliberação que foi tomada sobre a derrama. E considerava inválido, embora não subscrevendo todos os argumentos do P.S., mas havia uma questão fundamental que todos se recordavam dessa peregrina votação. Competia à Presidente da Mesa, e nem sequer era à Mesa, assegurar a regularidade das deliberações. Ora, como toda a gente se lembrava, quando se pôs à votação a proposta da C.E.M., o P.S. levantou o braço e votou favoravelmente essa proposta. A Mesa automaticamente se apercebeu, nesse momento, que havia dois critérios de votação. O critério do P.S. e o critério da própria Mesa. A obrigação da Mesa, em seu entender, era zelar pela uniformidade de critérios, para que todos soubessem com que regras, ou concordassem com as regras com que se estava a votar. Não o fez. Calou-se e resolveu pura e simplesmente aceitar o erro na interpretação das regras por parte do P.S. e excluiu a votação. Não lhe parecia que aquela fosse uma forma regular de votação. Não podia haver regularidade numa votação em que parte da Assembleia tinha um critério diferente daquele que tinha a Mesa e era obrigação da Mesa zelar pela uniformidade de critérios para que todos soubessem as regras com que contavam. O que se passou foi algo de muito feio e que nunca se viu ao longo de quarenta anos de atividade daquela Assembleia Municipal. Não era preciso ir a altos princípios, mas houve um princípio que ali foi claramente violado, que era o princípio da lealdade. Pelo menos esse foi violado. Para responder a uma interpelação, disse que não votou duas vezes. A Mesa declarou que era em alternativa. Ora bem, mas isso não dizia nada. Quando havia alternativas, havia diversas formas de votar. Para a Assembleia da República ou para a Câmara Municipal só se podia votar num, se se votasse em dois era nulo. Mas os candidatos à Universidade, perante as diversas alternativas que tinham, podiam votar em cinco, por opção. A alternativa não significava, só por si, esclarecimento da votação. Mas independentemente disso, o que a Mesa se apercebeu era que havia um critério errado. Havia um outro critério e então tinha que o esclarecer. Não era calar-se e depois no fim dar a punhalada nas costas. Isso não se fazia. E foi isso que foi feito. Isso era um princípio de lealdades que ali tinham que prezar nas relações entre os Deputados, não podendo haver dois critérios. Em direito era aquilo a que se chamava “erro sobre os elementos essenciais do negócio”. Ou seja, havia um negócio e uma das partes tem um comportamento errado, não importava saber se por bem, se por mal, fosse pelo que fosse. O que tinha era que se por as regras definidas no momento em que havia a perceção de que elas não estavam bem definidas. Interveio o SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL para esclarecer, e pegando nas palavras do Professor Carlos Silva, quando citava a petição que foi apresentada pelos Deputados do P.S. e da C.E.M., frisava que essas diligências judiciais tinham efeitos suspensivos, salvo se fosse apresentada resolução fundamentada por parte do Município. A verdade era que foi exarada resolução fundamentada e portanto os efeitos não iriam ser suspensos, o que queria dizer que não fazia sentido absolutamente nenhum estar a suspender a votação da ata porque isso não tinha nada a ver com as diligências que neste momento estavam a ser tomadas em Tribunal. Caberá ao Juiz apreciar 35 a pretensão dos Senhores Deputados, mas os efeitos não iriam ser suspensos. As decisões, por via daquela resolução, iriam produzir efeitos de imediato. Posto à votação o requerimento apresentado pelo P.S. foi o mesmo rejeitado com vinte e um votos a favor; com trinta e cinco votos contra e oito abstenções. Posta à votação foi a ata do décimo primeiro Mandato número dois barra dois mil e treze, referente à sessão extraordinária realizada em vinte e dois de novembro, aprovada com trinta e nove votos a favor; vinte e cinco contra e cinco abstenções. Usou posteriormente da palavra o Sr. Deputado do P.S., SEBASTIÃO MARQUES QUARENTA para, em Declaração de Voto referindo que: “Do Ponto número um da Ordem e Trabalhos da Assembleia Municipal Extraordinária, decorrida em vinte e dois de novembro de dois mil e treze constava o denominado “Lançamento de uma derrama para o ano de dois mil e catorze”. É convicção do Grupo Municipal do Partido Socialista que a Mesa da Assembleia Municipal atentou contra os mais elementares direitos, liberdades e garantias, regimentar e constitucionalmente consagrados, demonstrando inequivocamente menosprezo pelos interesses dos Bracarenses, consubstanciados nas propostas apresentadas, com toda a legitimidade, pelo Partido Socialista (PS) e Cidadania Em Movimento (CEM), na medida em que não aceitou discutir e propor à votação tais propostas, bem como cometeu ilegalidades intoleráveis num Estado de Direito. Como tal foi interposto no Tribunal Administrativo de Braga o procedimento cautelar no âmbito do qual o Município é Requerido, já se encontra notificado, sendo que é peticionada a suspensão da eficácia dos atos administrativos, que resultaram dessa Assembleia Municipal. Assim, não pode a mesma, nesta fase, iniciar ou dar execução às deliberações da Assembleia Municipal de vinte e dois de novembro de dois mil e treze (artigo cento e vinte e oito CPTA). Em conformidade, o Grupo Municipal do Partido Socialista, vota contra a apreciação e aprovação da Ata de vinte e dois de novembro de dois mil e treze”. PONTO NÚMERO DOIS - APRECIAÇÃO E VOTAÇÃO DAS OPÇÕES DO PLANO E ORÇAMENTO DA CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA PARA O ANO DE DOIS MIL E CATORZE, BEM COMO O MAPA DE PESSOAL PREVISTO NO ARTIGO QUARTO DA LEI NÚMERO DOZE A BARRA DOIS MIL E OITO, DE VINTE E SETE DE FEVEREIRO. Submete-se à apreciação e votação da Assembleia Municipal, proposta do Executivo Municipal, aprovada em reunião de trinta de dezembro do ano em curso, relativa às Opções do Plano e Orçamento da Câmara Municipal para o ano de dois mil e catorze, bem como o mapa de pessoal previsto no artigo quarto da Lei número doze A barra dois mil e oito, de vinte e sete de fevereiro e que aqui se dá por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas. A palavra foi dada ao SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL para dizer que sobre as Opções do Plano e Orçamento gostaria de traçar uns breves comentários, independentemente da leitura que todos teriam feito das mesmas e da apreciação que já delas teriam. Em primeiro lugar, para dizer que elas corporizavam efetivamente aquilo que eram os objetivos estratégicos com que a sua candidatura, em termos eleitorais, se apresentou perante os Bracarenses. Um programa singelo, já o tinha ouvido ali dizer hoje. Mas, de facto, um projeto ambicioso, um projeto que representava, na sua ótica, uma rutura clara com práticas e com políticas do passado, que foram manifestamente apoiadas e claramente apoiadas pela esmagadora maioria dos Bracarenses. Essas opções estratégicas do seu programa sintetizavam-se em dez agendas temáticas que constavam da introdução daquelas Opções do Plano e que se permitia recordar: a criação de emprego; a capacitação das respostas sociais; a qualidade de vida e bem-estar; o planeamento, o ordenamento e a regeneração urbana; a 36 dinamização cultural e a valorização patrimonial; a cooperação institucional; a qualificação dos serviços municipais; a afirmação regional; a ética, a transparência na gestão pública; a inovação social e a promoção da cidadania. Sobre essas matérias tinha ouvido ao longo das últimas semanas, nomeadamente Vereadores da Oposição e outras forças políticas se tinham pronunciado em diversos contextos, dizer que aquelas opções estratégicas eram traduzidas em boas iniciativas e boas intenções, em sede de Plano de Atividades, mas que não tinham, de facto, a devida expressão financeira no Orçamento. Tendia a concordar com essa apreciação, porque a verdade era que o Plano de Atividades corporizava, em boa parte, aquelas que eram as suas iniciativas, aquelas que eram as suas políticas e aquelas que eram as ações que queriam concretizar. E dissesse-se em abono da verdade, mesmo algumas que eram verdadeiramente distintivas em relação a um passado recente, podiam constar desse Plano de Atividades, por não carecerem de recursos financeiros por parte da Autarquia. Quando, ainda recentemente e naquela Assembleia Municipal e será novamente sujeito à apreciação, se suspendeu o PDM, em sede das Sete Fontes, era também uma forma de salvaguardar o património, que não detinha um custo direto associado num primeiro momento. Quando, recentemente, se criou o Provedor do Munícipe, estava-se a estimular a cidadania e porque esse “job” que foi criado para um distintíssimo cidadão de Braga não era remunerado, não teve nenhum custo para a Autarquia. Quando, recentemente, se atribuiu essa redução das tarifas sociais, que hoje ali foi elogiada, para as instituições sociais do concelho, reduziram efetivamente as receitas da Agere, mas não tiveram, por essa via, nenhum encargo adicional para a Autarquia. E os exemplos a esse nível poderiam suceder-se quase interminavelmente em relação a todas as áreas de intervenção municipal. Mas a verdade era que para poderem concretizar muito mais do que aquilo que gostariam de ter naquele Plano, seriam precisos mais recursos. Mas poderia perguntar-se, que recursos? Aqueles que não lhes foram deixados pela anterior gestão socialista, que em vez de deixar muitos proveitos para receber, lhes deixou uma série de faturas para liquidar e uma série de encargos que todos os Bracarenses terão que pagar ao longo de mais de uma década ou duas décadas até ao longo dos próximos anos e com que rentabilidade? Muitos dos investimentos que foram concretizados, já hoje eram verdadeiramente enjeitados pelos próprios autarcas das freguesias, pelas populações das freguesias que não os utilizavam e, em contraponto, foram apontadas inúmeras prioridades em carências sociais, em medidas e equipamentos que efetivamente fariam a diferença em relação a muitas das necessidades desses mesmos territórios. A verdade porém era que se olhassem para aquele Plano do ponto de vista estritamente financeiro, ele tinha uma marca clara, era a marca da governação socialista ao longo dos últimos trinta e sete anos. E por isso disse, no final da última reunião do executivo que não se orgulhava daqueles documentos, porque não queria ter que pagar hoje seis milhões de euros por ano pelas parcerias público privadas. Não queria ter hoje ainda por pagar vários milhões de euros das obras que foram realizadas e que já estavam concluídas até em muitas das freguesias que foram expeditamente inauguradas, mas que infelizmente não foram ainda pagas e que tinham que constar daquele Plano, porque tinham uma gestão responsável da autarquia e assumiam os compromissos da Autarquia. Porque, apesar de tudo, tinham ainda ali, e foram até criticados, foram dos primeiros atos do seu mandato, uma visita que fizeram para tentar detetar as múltiplas falhas do projeto da ciclovia ou eco pista do rio Este, um equipamento interessante, apesar da ambiguidade do conceito, que estavam a aproveitar-se de uma obra do mandato anterior. Pois bem, era pena que a obra tivesse sido do mandato 37 anterior, mas um milhão setecentos e cinquenta mil euros que ficaram por pagar fossem do presente mandato. E a juntar a isso, não tinham naquele Plano, as muitas surpresas que iam encontrando todos os dias. Hoje mesmo o Vereador ou Vice-Presidente Firmino Marques, que tinha a responsabilidade das obras municipais, estava reunido com a empresa que estava a realizar esses mesmos trabalhos e que o informava que já desde o anterior mandato tinha um contrato de um adicional de trabalhos a mais em relação àquela mesma obra de mais de seiscentos mil euros que o anterior executivo sistematicamente recusou a agendar na reunião do executivo municipal para viabilizar o seu pagamento, apesar dos técnicos e os serviços municipais já terem reconhecido a legitimidade dessa pretensão. Foram essas as heranças que infelizmente encontraram todos os dias nas gavetas da Câmara Municipal. E era por isso que o Plano, sendo um Plano que, em termos estratégicos e em termos de iniciativas, tinha a sua marca, em termos financeiros, tinha, claramente, a marca da governação anterior. Mas mesmo assim, havia um elemento que queria afirmar como verdadeiramente distintivo e que se prendia também com os investimentos a realizar. Mesmo os investimentos novos previstos no Plano, muitos deles, lamentavelmente, decorriam de compromissos também anteriores, e não se entendesse o pôr em causa do interesse desses mesmos compromissos. Não eram políticas novas, propriamente ditas. O caso da carreira de tiro, um projeto que já devia estar há muito tempo concluído foi sucessivamente e incompreensivelmente protelado e que tinha um milhão duzentos e vinte e seis mil euros de investimentos inscrito no Plano. A obra no parque de estacionamento da Cangosta da Palha que por problemas de sustentabilidade e de funcionamento necessitava também de uma intervenção urgente, eram mais setecentos e cinquenta mil euros que estavam inscritos no Plano. E como aquelas, muitas outras iniciativas que vinham do mandato anterior e que não tinham sido ainda concretizadas. Mas havia uma coisa que este Plano não fazia e que tinha que deixar ali também de uma forma clara e taxativa. Achavam que terminou o tempo de enganar meninos. Os senhores Presidentes de Junta que ali estavam, não eram meninos que precisavam de ser enganados e portanto não faziam aquilo a que estavam habituados. Não inscreveram ali obras só para que pudessem dizer na freguesia que tinham uma obra no Plano e passarem, às vezes, mais do que meia dúzia de anos à espera que essa obra se concretizasse, devido à total inépcia do Executivo Municipal. Quando uma obra for inscrita no Plano, era para ser realizada, salvo, neste caso, como acontecia no mandato em curso, em função dos resultados que estariam brevemente disponíveis por via da auditoria financeira que estavam a realizar ao Município. Era um Plano que nas suas iniciativas e objetivos estratégicos consideravam ambicioso. Consideravam necessário. Que do ponto de vista financeiro era lamentável. Era o último legado daquilo que foi a gestão socialista ao longo dos últimos trinta e sete anos. Posto à discussão, usou da palavra o Sr. Deputado da C.E.M., MANUEL CARLOS FERREIRA DA SILVA para realçar que a C.E.M., tendo feito uma análise das Opções do Plano e Orçamento, considerava que no que se referia ao Plano de Atividades, algumas delas, aliás, decalcadas do programa da C.E.M., se tratava de um documento que, sendo farto na enunciação de atividades, de iniciativas, se revelava pobre em termos globais, não se inferindo da sua leitura uma estratégia que desse conteúdo às declaradas intenções. A essa falta de estratégia acrescia um outro problema, a não correspondência em termos orçamentais, ou seja, ausência de cabimentação financeira das propostas preconizadas no Plano. Em seu entender, essa pobreza de estratégia era mais manifesta em áreas que consideravam estratégicas, nomeadamente as áreas sociais. Mais ainda nos tempos de crise, as áreas sociais, culturais e educativas e 38 outras, como por exemplo, o ambiente, a energia e o desenvolvimento rural, foram tratadas de forma leviana. O primeiro setor da atividade económica, sendo base de sobrevivência de cidadãos e criador de riqueza e sustentabilidade ambiental, e lembrou a existência de munícipes no mundo rural, era tratado como um passatempo, à boa maneira urbanita, desfasado da origem e do mundo rural. A título de exemplo, poderiam enumerar: as soluções sociais a começar pela educação, conheceram uma tremenda redução, passando de trinta e dois milhões e meio, para catorze ponto um milhões de euros. A segurança e ação social, com a redução de menos cem por cento, passando de onze para zero por cento. A habitação e os serviços coletivos, passando de onze ponto um milhões para cinco ponto dois milhões. Os serviços culturais, recreativos e religiosos, passando de quatro ponto três milhões para dois ponto oito milhões. As funções sociais, nomeadamente as questões sociais, que hoje deveriam, perante a crise, ter uma atenção redobrada, são arrumadas para assuntos sociais e salvo algumas medidas, como a criação do cartão sénior, ou a tarifa social da água, do saneamento e transporte público, restavam promessas de intenção no quadro da rede social e elaboração de futuro plano de desenvolvimento social, promoção de habitação, banco solidário e banco local de voluntariado. Mas seriam aquelas declarações política pública municipal? No entanto, não ignoraram os compromissos e a pesada herança da anterior gestão camarária. As diminuições das comparticipações comunitárias e da própria administração pública a nível central, mais um presente, mais uma prenda deste Governo o que, evidentemente condicionava a margem de manobra da atual gestão camarária. A C.E.M. gostaria de ter dado o seu contributo para minimizar fragilidades daquele Orçamento. Para isso solicitaram uma reunião com o Sr. Presidente da Câmara, invocando, embora tal não devesse ser necessário, o estatuto do direito da oposição, não tendo sido dado o devido acolhimento, o que lamentavam. Restavalhes apresentar uma proposta que já foi distribuída, sob a forma de recomendação, precisamente na área do apoio social às famílias carenciadas. Tratava-se de uma proposta de isentar de pagamento de água até três metros cúbicos por pessoa e por mês os agregados com comprovada carência financeira. Tratando-se de uma medida que não tinha implicações financeiras consideráveis, o seu acolhimento poderia constituir um sinal quanto à vontade expressa pela maioria de traduzir em atos a sua anunciada postura de abertura, a qual seria ponderada pelo Grupo da C.E.M.. Posteriormente usou da palavra o Sr. Deputado do C.S.D.-P.P., CARLOS ALBERTO SOUSA DUARTE NEVES para inicialmente revelar que o Grupo Municipal do C.D.S. queria, de forma muito clara, congratular-se pelo inestimável exercício de planeamento que o Executivo desenvolveu para apresentar o Plano de Atividades para dois mil e catorze e o respetivo Orçamento. E do Plano de Atividades destacavam, essencialmente, três grandes dimensões um pouco na linha do que há pouco o Presidente Ricardo Rio falava do que foi o compromisso do programa eleitoral com as dez agendas. E essas três dimensões que agora gostariam de destacar tinham a ver com a dinamização económica, com as respostas sociais e com aquilo que entendiam que eram bons indicadores para a qualidade de vida dos Bracarenses no próximo ano, pelo menos a começar no ano de dois mil e catorze. E em particular na questão da dinamização da atividade económica, uma inequívoca afirmação de que a atividade económica, tanto na área do comércio, dos serviços, do turismo, mas agora também da indústria, era prioritária para a ação do Executivo. Não era possível pensarem em mais desenvolvimento e mais qualidade de vida das pessoas se não houver mais desenvolvimento socioeconómico da nossa população. Não era possível ter melhores respostas sociais se ela também não 39 advir de uma maior dinamização económica que tivesse no crescimento, no desenvolvimento mas fundamentalmente no emprego o seu principal pilar. Merecia-lhes destaque muitas das iniciativas que constavam do Plano de Atividades, em particular aquelas que se direcionavam para a captação de emprego e também para atração de investimento privado, investimento público, investimento nacional, investimento estrangeiro e muito importante também nessa linha algumas das parcerias estratégicas que o próprio Plano de Atividades referia, em particular aquelas que sinalizavam AICEP, que como se sabia era a agência nacional que tinha a responsabilidade de atrair investimento e ou fixar investimento relevante no nosso território e quando falava de investimento não falava só de investimento privado, mas também de bom e muito investimento público. Falava também daquilo que era sinalizado no Plano de Atividades no reforço da rede com as universidades, com o INL e fazer disso também uma forte articulação com a rede E mais E mais um naquilo que era considerado um novo ecossistema de empreendedorismo e inovação, onde Braga, em particular, ainda que a sua irradiação regional seja absolutamente decisiva na sua ligação ao Porto, na sua ligação a Guimarães, na sua ligação também a Barcelos e a Famalicão que tinha instituições do ensino superior e criando um ecossistema de empreendedorismo e inovação que era muito mais do que um ecossistema municipal era naturalmente regional a uma escala bem superior àquilo que era a dimensão do nosso Município. Realçou também um aspeto muito importante daquilo que era aquela dimensão económica que era o reaproveitamento e reutilização e refuncionalização dos centros comerciais de primeira geração, criando-os como espaços com enormes potencialidades para a incubação de novos empreendedores, de novos negócios, fossem eles da economia mais lucrativa, fossem eles daquilo que hoje se chamava a economia social ou até do terceiro setor, portanto muito ligado àquilo que era o apoio social e o apoio aos nossos cidadãos. Também era importante dizer que áreas de acolhimento empresarial e o próprio Mercado Municipal constavam como prioridades para a revitalização e o reforço, mais uma vez a aposta em equipamentos e infraestruturas que poderia, a jusante, ser indutoras de mais desenvolvimento económico. Realçou ainda uma promessa do próprio programa eleitoral, a criação do Conselho Económico e Social, à semelhança daquilo que existia a nível nacional, e que era um instrumento muito relevante para a regulação, mas também para a propositura de novas políticas tanto na dimensão económica, mas também na dimensão social. Um aspeto relevante também naquela política e naquela dimensão económica, o Balcão de Apoio ao Investimento que era essencialmente um balcão que procurava ser um agente facilitador para que nenhum investimento pudesse ter interesse e que pudesse ser sinalizado para Braga, se perdesse por questões burocráticas ou por questões de falta de agilidade administrativa. Realçou também um aspeto muito importante naquilo que há pouco o Ricardo Rio falava do que era uma dimensão de Braga muito para além dos seus limites, ou seja, aquilo que tinha a ver com o contexto euro regional, em particular na euro-região Galiza-Norte de Portugal, mas também no Quadrilátero Urbano, e também na afirmação de Braga numa perspetiva para além das suas fronteiras, fronteiras não só do território nacional e continental, mas muito em linha daquilo que era uma vocação nacional que tinha mais de quinhentos anos, que era a nossa vocação atlântica, a nossa vocação para os países que falavam português, fossem os países africanos, fossem todos os outros países, em particular, já agora, o Brasil, que como era sabido era o principal país com duzentos milhões de pessoas a falar português. Isso estava muito em linha com uma preocupação de afirmar Braga e, sobretudo, os produtos de Braga, 40 aquilo que no Plano era dito o “made in” Braga, como uma marca relevante para que quando lá fora virmos produtos feitos em Braga, tenhamos também orgulho em fazer parte desse ecossistema que produzia riqueza em Braga e que geria riqueza em Braga e que produzia e gerava emprego na nossa cidade. Um aspeto muito relevante para aquilo que iriam ser os próximos anos tinha a ver com os fundos disponíveis. Há pouco Ricardo Rio dizia e muito bem que a herança era pesada. O Plano de Atividades sinalizava, e muito bem, que havia um novo quadro a começar e que em bom rigor já começou no dia um de janeiro deste ano, que era o novo Quadro de Fundos Europeus Estruturais e de Investimentos, enquadrado pela estratégia Europa Vinte Vinte, que em Portugal se chamava o Programa Euro Portugal Vinte Vinte que teria também declinações regionais, que teria também programas operacionais do âmbito da cooperação territorial europeia. Havia instrumentos também ao nível dos programas europeus que a cidade de Braga e que o Município de Braga podia ter acesso. E portanto esse posicionamento, essa preocupação em encontrar fundos de natureza europeia para além daqueles que há pouco deu nota de atração de investimento direto estrangeiro, por exemplo, eram absolutamente fundamentais para que aquele processo de dinamização económica tivesse sucesso. Mas também a questão das respostas sociais, como foi dito, e muito bem, era uma preocupação que fazia parte da agenda e era um compromisso que estava já a ser cumprido. Há pouco foi dito, e bem, que a redução das tarifas sociais para a água e também para outras taxas; que a questão de incentivo ao transporte público; que o plano de desenvolvimento social, dois mil e catorze, dois mil e dezassete, a própria dinamização das redes sociais com o Conselho Local de Ação Social, o Banco Solidário, a preocupação com os mais idosos e com o seu respetivo envelhecimento ativo eram um conjunto de preocupações que lhes agradava registar no Plano de Atividade. Mas também, e numa terceira dimensão, a qualidade de vida, a dois níveis, na dimensão mais do ambiente e daquilo que era o ambiente urbano, preocupações muito relevantes com a poluição visual, com qualidade do ar, que era absolutamente fundamental que Portugal cumprisse os seus compromissos com a Europa vinte vinte. No caso da qualidade ambiental tinha uma meta, os chamados três vintes, vinte por cento de redução de emissão de gases de efeitos de estufa, vinte por cento na melhoria da eficiência energética e vinte por cento de produção de energia a partir de fontes renováveis. Esse era um compromisso nacional que tinha necessariamente que ser um compromisso municipal e, por isso o Município tinha um Pacto dos Autarcas para o clima na sua propositura de Plano de Atividades. Também tinha a preocupação com os espaços verdes e com os jardins, naturalmente com Sete Fontes à cabeça, como se iria ver hoje discutir num dos pontos da agenda de trabalhos. Mas com mais jardins, com mais articulação, por exemplo, num ativo ambiental fundamental que era a articulação entre o Monte Picoto e o Parque das Camélias e o Parque da Ponte, procurando que esse ativo, esse património ambiental tivesse uma melhor fruição e sobretudo uma fruição mais sustentável para os cidadãos. A preocupação com as hortas urbanas. Um aspeto muito importante também que tinha a ver com o cadastro ambiental, ou se, como tínhamos que inventariar, porque se não fossemos capazes de inventariar os nossos ativos ambientais, seguramente não seríamos capazes de os gerir. E uma outra dimensão também relevante da qualidade de vida, a dimensão cultural. Era indiscutível que tínhamos enormes ativos para valorizar, em particular, o Theatro Circo e a preocupação de aproximar esse espaço dos cidadãos, tornando-o mais democrático, com mais e melhores programas, mas também com programas mais acessíveis à população, era uma preocupação indispensável. Ao nível dos eventos, 41 que também estava bem sinalizado no Plano de Atividades e sobretudo dos grandes eventos, o Braga Romana, o São João, a Semana Santa, o Festival Mimarte, o Braga Barroco, enfim um conjunto de grandes eventos que podiam posicionar e sinalizar Braga a uma escala muito para além das suas fronteiras, a uma escala inclusive internacional que importava fundamentalmente atrair e com isso valorizando Braga, valorizando o património, atraindo mais riqueza, atraindo mais negócio para os cidadãos e com isso mais emprego. Falando agora um pouco e muito rapidamente da questão do Orçamento, o Presidente Ricardo Rio disse, e muito bem, que aquele não era o seu Orçamento. Aquele foi o Orçamento possível para fazer num curtíssimo espaço de tempo e com uma pesadíssima herança que trinta e sete anos de gestão socialista lhes deixaram como legado. Estava o futuro coletivo comprometido para as próximas gerações e falava daquilo que eram os encargos brutais que Braga tinha para pagar. Provavelmente à cabeça, aquele que era mais significativo, cerca de quarenta e oito milhões de euros para o estádio municipal. Agora era fácil dizer que havia uma pesadíssima herança para pagar, mas não se podia esquecer que estavam lá mais de quarenta e oito milhões de euros para pagar nos próximos anos. Mas também estavam, e isso talvez mais relevante ainda este ano, se nada fosse feito, seriam seis milhões ou poderia chegar a sete milhões e meio no caso das parcerias publico privadas, aquilo que ficou conhecido como os parques de jogos sintéticos que foram plantados nas freguesias nos últimos quatro anos, com uma utilização duvidosa, com uma sustentabilidade futura muito duvidosa. Mais importante do que o custo e que encontrar financiamento para o investimento inicial, era a sua exploração e, neste momento, a sua exploração, como há pouco foi dito, poderia correr o risco de ser ruinosa para quem tivesse que a gerir no seu dia-a-dia. Por isso, não podiam nunca esquecer a herança que tinham e com isso o condicionamento que o Orçamento tinha e lembrar também a famosa piscina olímpica, nas quais estavam enterrados oito milhões de euros, que esperava bem que elas não se transformassem nas novas ruínas do século vinte e um da cidade de Braga para competir com as ruínas que tinham mais de dois mil anos da Braga Romana. Porque oito milhões de euros já lá estavam, mas recuperar, como se sabia, custaria também muito mais. E muitos outros exemplos poderia ali dar, alguns dos esqueletos que foram, como há pouco o Presidente Ricardo Rio disse e bem, descobertos por este Executivo e não podia deixar de sinalizar um empréstimo escondido, empréstimo fantasma que hoje impactava em cerca de nove milhões de euros na dívida do concelho de Braga para os próximos anos. E esse era um compromisso que Braga continuava a ter ainda que só muito recentemente tivessem descoberto que ele existia. Aparentemente foi mantido em segredo, aparentemente era um empréstimo que, segundo palavras do próprio anterior Vice-Presidente da Câmara Municipal de Braga, na última reunião de Câmara pública, era apenas um empréstimo que só o Presidente da Câmara à época conhecia, um empréstimo que começou em mil novecentos e noventa e nove e foi renegociado muito recentemente, quando em dois mil e nove foi necessário encontrar e desenvolver um “project finance” para as tais parcerias publico privadas. E por todas essas razões entendiam que aquele Orçamento não era necessariamente o Orçamento que queriam. Não era o Orçamento que a Coligação “Juntos por Braga” queria. Era um Orçamento que ainda pesava no P.S. e também por isso e, sobretudo por isso, pela responsabilidade que tinha exortava o P.S. a votar favoravelmente aquele Orçamento, por que em boa verdade uma boa parte desse mesmo Orçamento decorria das más políticas que ao longo de trinta e sete anos foram desenvolvendo para Braga e, como tal, hoje estavam confrontados com essa herança, uma herança que pesaria sobre eles nos 42 próximos anos. Registou-se depois a intervenção da Srª Deputada da C.D.U., CARLA MARIA DA COSTA E CRUZ que, a propósito da discussão da presente matéria, disse que “a montanha pariu um rato!”. Julgava não haver melhor descrição para o tamanho do logro representado pelos documentos em apreciação. Os ventos da mudança não passaram pois de uma ligeira brisa que apenas veio refrescar a imagem e a comunicação de uma Câmara Municipal desgastada pela acumulação de erros em quase quatro décadas. Chegada a hora da verdade – a apresentação das opções políticas e respetivo cabimento orçamental para dois mil e catorze – eis que os brindaram com a mesma dose de outros anos. Essa mesmo que outrora aqueles que hoje estavam no poder classificavam de gestão caduca, gasta e sem ideias. Para espanto, ou talvez não, era o próprio presidente da Câmara que falava de um orçamento de que não se orgulhava. Falava ainda de um plano condicionado pelas opções do passado da maioria dita socialista. Por sua vez, vinha o CDS – parceiro inconfidente da coligação – exigir do PS um voto favorável destes documentos quase que lhe imputando a paternidade dos mesmos. Era caso, por essa ordem de ideias, para exigirem à coligação PSD/CDS o voto contra aquele plano e orçamento. Estavam pois, perante um orçamento e um plano que, na verdade, seguia a linha política do passado. Um orçamento e um plano que optavam pela continuidade e não pela rutura prometida. Um orçamento e um plano que tinham tudo aquilo que motivava o voto contra da coligação PSD/CDS no passado. E não adiantava à maioria no executivo desculpar-se com o pouco tempo ou com as condicionantes impostas pela gestão anterior, pois disso mesmo sabiam antes de chegarem ao poder. Sabiam que teriam pouco tempo, como previam que a situação financeira do município era delicada, no entanto, não se inibiram de inscrever no seu programa eleitoral “um conjunto de compromissos” – diziam – “que balizarão de imediato as Opções do Plano da Autarquia para dois mil e catorze e o Plano Plurianual de Investimentos dois mil e catorze-dois mil e dezassete”. Onde estavam então esses compromissos? Onde estava esse tempo novo anunciado? A análise deste deitava por terra toda a retórica e propaganda com que a maioria PSD/CDS no executivo municipal tinha brindado os bracarenses. Nas várias entrevistas publicadas o Presidente da Câmara tinha dito que queria “marcar a diferença em relação ao seu antecessor”. Começava muito mal no que respeitava à definição das políticas municipais para o próximo ano. Este orçamento era uma réplica dos orçamentos apresentados pela anterior maioria do PS, com a agravante de o município estar agora ainda mais limitado nos seus recursos financeiros, fruto, por um lado, do novo corte nas transferências do Estado, à custa do vosso governo de coligação, mas também pela expectável indisponibilidade de fundos comunitários do próximo quadro de apoio. Dessa forma, tinham mais do mesmo. Cortes na educação, na cultura, no ordenamento do território, na proteção civil. Redução brutal do investimento público. Corte também nas transferências para as freguesias do concelho. Quando olhavam mais detalhadamente para o orçamento constatavam que em comparação com dois mil e treze a Educação tinha (menos cinquenta e nove vírgula sessenta e dois por cento); a Habitação e serviços coletivos tinham (menos cinquenta e três vírgula sessenta e dois por cento), muito contribuindo para este decréscimo o corte no ordenamento do território (menos setenta e quatro vírgula sessenta e três por cento). Os Serviços culturais, recreativos e religiosos tinham (menos trinta e quatro vírgula setenta por cento) sendo que a cultura tinha um corte de mais de cinquenta por cento e o desporto, lazer tinha um decréscimo de mais de trinta e três por cento. Mas, os cortes não ficavam por aqui e atingiam também as funções económicas, nomeadamente, a rubrica comércio e turismo que não era 43 contemplada com qualquer verba. Se os cortes eram enormes e contrariavam toda a demagogia e o programa eleitoral com que se apresentou aos bracarenses, escandaloso era o corte no investimento em dois mil e catorze e para os anos subsequentes. A análise do PPI – Plano Plurianual de Investimento - era confrangedora. O nível de investimento era residual, nunca como hoje se investiu tão pouco em Braga. Quando as famílias passavam enormes dificuldades por força das medidas aplicadas pelo Governo PSD-CDS/PP devido ao corte nos rendimentos por causa dos cortes nos salários, nas pensões, do desemprego, quando as empresas do concelho passavam por dificuldades, o que era expectável era que a nova gestão municipal fizesse uma aposta no investimento e o que constatavam era exatamente o contrário. Bem podia o Sr. Presidente tentar desculpar-se com a existência de investimentos já assumidos pelo anterior executivo. Desculpas que lhes faziam recordar outros discursos, de outros tempos, de outros protagonistas e que apontavam para as mesmas inevitabilidades. Era importante ali dizê-lo o executivo tinha outras opções, havia outro caminho, mas o executivo não quis, optou por não desbravar esse caminho e continuar a mesma política, com o mesmo rumo que foi seguido durante trinta e sete anos. Dizia-se também que o orçamento estava condicionado com as quebras das verbas transferidas da administração central (lesse-se governo) através do orçamento do estado para dois mil e catorze, por via da diminuição de transferência de vários fundo (FEF, FSM e IRS), estando escrito nos documentos que “em dois mil e treze já tinham sofrido um corte de zero vírgula zero quatro por cento diminuem mais dois vírgula setenta e cinco por cento em dois mil e catorze, decorrendo daí um corte acumulado de sete vírgula seis por cento nos últimos três exercícios.” Era espantoso verem este tipo de argumentação! Não foi o Governo (PSD-CDS/PP) e a maioria parlamentar que o suportava, da qual aliás fazia parte e ajudou a aprovar estas medidas um atual vereador da câmara municipal, que aprovaram e a puseram em prática? Mas, não era só confrangedor o PPI, quando tentavam fazer a correspondência entre o Orçamento apresentado e as Opções de Plano a perplexidade era total. Não havia qualquer correspondência entre um e outro documento, como os exemplos abaixo ilustravam: Turismo- “ Para dois mil e catorze propõe-se a incorporação de políticas e estratégias de preservação e valorização do património cultural e natural no processo de planificação cultural e turística, prestando atenção ao património imaterial e que permitam a criação, desenvolvimento e implementação de novos produtos, serviços e atividades turísticas.” E, como já ali foi dito, o montante afeto era zero para essa área. Cultura- “ A cultura é uma área de primordial relevo para a afirmação regional e internacional do município de Braga. Conscientes da importância das atividades de índole cultural, promoveremos um inevitável reforço do plano de atividades bem como da disponibilidade de meios para o incremento da oferta cultural do município de Braga.” E, para conseguir tais intentos, o que o Executivo fez? Cortava nas verbas da cultura! Proteção Civil, tantas vezes ali reclamado, e bem, pelos deputados Municipais do PSD e CDS-PP o investimento por parte do anterior executivo nos bombeiros e na proteção civil e o que constatavam era que o investimento era residual. Facto aliás que levou o Presidente da Câmara a afirmar, numa entrevista recente, que seriam feitos “alguns investimentos nos meios”, mas o “foco de preocupação passa pelo nível da organização e motivação”. Estavam de acordo que a organização e a motivação dos profissionais eram cruciais, mas sem um real investimento, sem a melhoria dos meios técnicos e dos equipamentos não conseguiam prestar um bom serviço nessa área. Era preciso não descurar nenhuma das vertentes- humana e técnica, assim como era imperioso dotar os bombeiros municipais de instalações condignas à 44 função e ao cumprimento da missão a que estavam incumbidos. Mesmo nas áreas em que o executivo dizia que eram prioritárias – as funções sociais- constatavamse cortes. Não podiam aceitar como desculpa para aquele mau orçamento o que tinha sido veiculado por eles. Não aceitavam, e era importante que ficasse claro ali para os membros da Assembleia e sobretudo para os bracarenses, que nenhum orçamento retificativo que viesse a ser apresentado iria mudar a essência do que iam votar hoje, pois a génese de qualquer orçamento que viesse a ser apresentado por este executivo enfermava de princípios que eram contrários ao investimento público promotor do desenvolvimento, do progresso e da promoção do bem-estar das populações. Era por tudo isso que o Grupo Municipal da CDU votaria contra as Opções do Plano e Orçamento. Depois foi a vez do Sr. Deputado do P.S., PEDRO MIGUEL PEREIRA DE SOUSA se pronunciar sobre a matéria em discussão tendo, para o efeito, dito que a proposta do Plano de Atividades e Orçamento do atual Executivo P.S.D./C.D.S. para o ano de dois mil e catorze, documento que não podia obviamente ser analisado de forma desligada da proposta de Orçamento e do PPI era, dissesse-se, uma proposta razoável. Estranhariam, provavelmente, os Senhores Deputados e os Senhores Presidentes de Junta presentes o facto de iniciar daquela forma a sua intervenção, tendo em conta que o P.S. votou em sede de Executivo Municipal, contra a proposta do Orçamento e Plano de Atividades para dois mil e catorze. Mas nada havia a estranhar, dado que o Plano de Atividades apresentado assentava em grande medida, e quando dizia em grande medida falava de mais de oitenta por cento nos projetos, propostas, intenções e atividades nele inscritas no Plano apresentado no ano anterior e nos anos anteriores. Ouviam muitas vezes o C.D.S. e o P.S.D., naquela mesma Câmara, a acusar o P.S., quando no ano a seguir fazia “copy paste” dos seus programas. Mas interessante era ver uma nova maioria, eleita num espírito de grande mudança fazer “copy paste” também do programa do P.S., ainda para mais, uma cópia de pouca qualidade. Mas era tão estranho, quando uma maioria que nos últimos dez anos, em que foi oposição, desferiu constantemente ferozes ataques à Câmara Municipal, à sua intervenção, ter hoje um Plano de Atividades, como disse, muito parecido com aquilo que ali muitas vezes o P.S. levou. Dado o tom elevado, às vezes exaltado, com que o agora poder municipal foi e esteve na oposição, criticando tudo, tudo, tudo, seria de esperar que o Plano de Atividades para dois mil e catorze, afirmasse uma linha vincada de mudança, uma linha vincada de alternativa, uma linha de rutura, que sempre defenderam pretender ser, mas que claramente tal não se encontrava plasmado no documento apresentado. Tal facto colocava-os perante três conclusões óbvias, a primeira, a de que o agora poder municipal não foi, como sempre afirmou, uma oposição construtiva e de alternativa. Foi exatamente o seu contrário. Uma oposição negativa, feita de crítica pela crítica e aquele documento comprovava-o de forma cabal. A segunda era a confirmação da primeira, ou seja, se o atual Executivo aproveitava oitenta por cento do Plano de Atividades anterior, era sinal que ele não poderia ser tão mau como diziam. Parecia-lhe evidente. A terceira e última, era que ter um Plano tão parecido e tão inspirado no do ano anterior, era para alguém que apresentou todo um mundo de mudanças durante o período da construção da campanha que levou às eleições de vinte e nove de setembro último sintomático de uma incapacidade que se ia revelando de fazer melhor e diferente do que aquilo que o P.S. fez e que guindou a afirmação de Braga à terceira cidade do País. Importava agora olhar para o Plano de Atividades para dois mil e catorze e quais os motivos que, sendo em grande medida, uma cópia do anterior, o tornavam um documento apenas razoável. Porque se o anterior entendiam que era bom, tinha que haver razões para considerarem aquele apenas razoável e 45 entenderem que estavam num momento de regressão e de que não estavam no contexto de afirmação do progresso que Braga conheceu ao longo dos últimos trinta e sete anos. E razoável por o considerarem pior do que o do ano transato. Podiam dizer, até, que se tratava de um mau documento, estariam a ir, talvez, de encontro àquilo que dizia o Sr. Presidente da Câmara, ele próprio dizia que gostaria de votar contra aquele documento e, se calhar, era isso mesmo que deveria fazer. Claro que embrulhado naquele discurso natural, tantas vezes aplicado nos contextos de alternância democrática, quando saía o P.S.D. do poder numa Câmara Municipal e entra o P.S., ou quando saía o P.S. e entrava o P.S.D., as críticas para aquilo que não se conseguia fazer estavam, normalmente, alavancadas nas heranças que ficaram do passado. Mas tinham, com todos os defeitos e com todas as virtudes no “deve” e do “haver” daquilo que era a história do P.S., muito orgulho daquilo que era a marca da sua governação e naquilo que era a marca da cidade que construíram. Razoável porque aproveitava muitas das coisas que existiam no passado, que eram manifestamente boas realizações, boas ações e intervenções. Mas também razoável e, deixando ali uma nota, enquanto oposição, crítica, mas não destrutiva, antes sim propositiva e também responsável, dizer que tinha e introduzia algumas medidas inovadoras que achavam ser interessantes e em relação às quais, enquanto oposição séria e construtiva que seriam, reconheciam o devido mérito. Ainda assim, os documentos apresentados eram mais fracos do que o ano anterior por vários motivos que passava a enunciar. No plano da dinamização económica, área da maior importância e que estava, inclusive, sob a alçada do Senhor Presidente da Câmara Municipal, foi apresentado um conjunto interessante de novas intenções, que mereciam o seu apoio e a sua concordância, esperando ver concretizadas, como era caso da criação do “dossier” de investimento em Braga, como era o caso da planificação de ações de cooperação com a AICEP, como era o caso do balcão de apoio ao investimento, proposta que, aliás, constava também do programa eleitoral do P.S.. Acontecia que “não há bela sem senão” e no que tocava à melhoria do espaço físico do P.E.B., uma intervenção física, uma obra para que pudesse assumir-se como a maioria defendia, numa verdadeira agência de captação de investimento, opção estratégica de primeira importância tantas vezes repetida, encontraram pela primeira vez um dos problemas maiores daquele Plano e Orçamento para dois mil e catorze, situação que se repetiria relativamente a muitas outras propostas. Se bem que fosse verdade aquilo que o Senhor Presidente dizia há pouco, quando falava de que havia propostas e pequenas realizações que se podiam fazer sem dotação financeira, de cariz mais imaterial, gostaria de compreender, no quadro da transparência administrativa que a nova gestão tanto defendia, como era possível fazer uma intervenção no espaço público do P.E.B., no espaço físico do P.E.B., uma obra, uma intervenção e aquela realização, aquela proposta do Plano de Atividades não ter qualquer tipo de corespetividade no Orçamento para dois mil e catorze. E esse problema repetia-se vezes sem conta. Não existia correspondência entre o Plano de Atividades e o Orçamento, ou seja, a Câmara Municipal dizia querer fazer em dois mil e catorze um conjunto de coisas, coisas que todas elas tinham custos e que não tinham aprovisionamento como deveriam ter. E quando falavam, e ainda bem que falavam da transparência na gestão pública, parecia-lhe que a apresentação de documentos tão importantes como eram o Orçamento e o Plano de Atividades, a questão das atividades constantes do Plano terem tradução no Orçamento era, naturalmente, também ela uma questão de transparência política e administrativa que se exigia e que devia ser cumprida pela Câmara Municipal. A não que se estivesse apenas, ao contrário do que dizia o Senhor Presidente da 46 Câmara, de que não estava lá para enganar meninos, perante meras declarações de intenções, já o depois de não terem a devida dotação orçamental, acabassem por correr o risco de nunca chegarem a sair do papel. Enfim, forma estranha aquela de organizar e estruturar documentos tão importantes. Mas ainda no que dizia respeito à dinamização económica, encontraram outra promessa que ameaçava não se cumprir. Ricardo Rio e a coligação que liderava falaram vezes sem fim da necessidade imperiosa da Câmara Municipal de Braga ter uma fiscalidade mais amiga dos cidadãos e das empresas, fator sem dúvida importante para atrair novos “players” comerciais e industriais, mas também para obviar as enormes dificuldades porque passavam muitas das famílias bracarenses. Mas, em pouco tempo, o Executivo Municipal perdeu já duas belíssimas oportunidades de fazer “bater a bota com a perdigota”, quando numa Assembleia Municipal de má memória rejeitou as propostas apresentadas pela C.E.M e pelo P.S. relativamente à derrama e à devolução da componente do IRS, respetivamente, com propostas que eram manifestamente mais benéficas para os cidadãos. Propostas que ao contrário das que entendeu aprovar eram, de facto, um sinal diferente, um sinal positivo de uma fiscalidade mais amiga das empresas e das pessoas que tantas vezes, repetidamente, o ouviram defender. Mas mais, também hoje, na aprovação da Tabela de Taxas ali a ser proposta, o Município não dava nota da fiscalidade mais amiga das pessoas, fazendo um aumento bem maior na Tabela de Taxas, propondo um aumento bem maior do que aquele que era a inflação prevista para o ano em causa, o que de alguma forma contrariava também o discurso de uma fiscalidade mais amiga das pessoas. No que na área social dizia respeito, interessava também perceber, que param além de haver muito poucas novidades, havia um enorme desinvestimento, o que causava grande apreensão, tendo em conta o período de enorme carestia económico-social que atravessávamos. Em dois mil e treze estavam afetos ao plano social nas suas diferentes dimensões mais de trinta milhões de euros, ao passo que para dois mil e catorze esse valor caía para catorze milhões de euros. Por isso, estavam perante uma quebra de mais de cinquenta por cento, que lhes suscitava grande preocupação, dado que o setor social suportava uma existência condigna a milhares de Bracarenses que passavam, infelizmente, por um período de enormes dificuldades. No que à cultura dizia respeito, importava referir que a proposta de Plano de Atividades para dois mil e catorze revelava três coisas: a primeira, uma grande falta de inovação e novidade, em relação a uma área cuja maioria sempre foi, enquanto oposição, muito crítica, dando continuidade à maioria dos projetos que já existiam e que até vinte e nove de setembro tantas vezes os ouviram criticar. Dar nota ainda que não havia uma referência que fosse ao Museu do Traje Dr. Gonçalo Sampaio, ao projeto do teatro de Arentim, às atividades das associações instaladas no antigo edifício da estação, bem como sobre o aumento do número de salas de ensaio no estádio primeiro de maio, reivindicação antiga e que para ser correspondida bastava que fossem feitas as divisões, uma vez que o espaço já foi preparado para o efeito. Em segundo lugar, falar da falta de ambição no que dizia respeito ao Theatro Circo, e que se tinha ouvido há pouco, através do Deputado do C.D.S., dizer que seria uma grande bandeira e onde se voltava a encontrar um corte no investimento e que certamente seria com desinvestimento, seria com menos recursos que teriam melhores políticas e melhor cultura também em Braga. As metas estabelecidas ao nível do número de espetáculos, por falar em falta de ambição e para que se registasse de forma muito particular, e de espetadores e formação de públicos, eram, pasmassem-se, todas elas inferiores aos objetivos que já foram cumpridos em dois mil e doze. As metas que se propunham cumprir para dois mil e catorze eram inferiores àquilo que já vinha 47 sendo cumprido, quer em termos de público, quer em termos de espetáculo, quer em termos de formações de público e não tinham duvidas nenhumas que certamente a maioria conseguiria cumprir os objetivos, porque com objetivos tão pequeninos, tão fraquinhos, naturalmente que seria fácil ultrapassar e ir ali dizer, dentro de pouco tempo, cumpriram para o Theatro Circo todos os objetivos a que se propunham. Ainda no plano da cultura, da criação e da inovação, falar de um espaço onde por excelência se inseria a intervenção do Generation e, obviamente, não podiam deixar de estranhar que sobre o Generation houvesse apenas uma referência muito pequena, quase residual, totalmente insipiente, que deixava para perceber a sério, a fundo, como deveria acontecer, qual a ambição e qual o horizonte de intervenção para aquele espaço no próximo ano. Dar ainda especial nota no que relativamente aos grandes eventos anunciados dizia respeito. Em relação aos grandes eventos da cidade era paradigmático sobre a forma como se posicionavam em relação a essa grande prioridade que era a cultura, hoje, daquele novo Executivo, quando aqueles que eram os três maiores eventos culturais, etnográficos e de juventude da cidade e do concelho de Braga, sendo que todos eles tinham matriz cultural e representavam, sem sombra de dúvida, dos maiores ativos no que a animação comercial e turística da cidade, não haver no plano dos grandes eventos qualquer referência à Semana Santa, ao São João e à Noite Branca. Eram da cidade e o responsável pela gestão da cidade era a Câmara Municipal. Deixar uma pergunta ao Senhor Presidente, a esse respeito, sobre o que pretendia fazer em relação à Noite Branca, um evento que em dois anos se afirmou como um evento maior, como uma marca de um Município que queria criar marcas e que se queria valorizar no plano turístico nacional e internacional e que criou em apenas dois anos uma marca que por duas vezes trouxe, durante um dia, mais de cem mil pessoas à cidade, não estava plasmada nos grandes eventos, ou seja, não era considerada um grande evento, mas gostariam, pelo menos, de saber se seria para fazer, ou não, porque até agora todos elogiavam a Noite Branca, que era para fazer e para fazer melhor, mas subitamente, qual ato de magia, desapareceu do Plano de Atividades. Ao nível do ambiente, a situação repetia-se, trazendo uma “nuance” pequena, mas que não era se somenos e que atentava também contra o rigor e a credibilidade daqueles documentos e da gestão municipal. No capítulo relativo ao ambiente, foram várias as vezes em que foi referido que se iria iniciar o projeto” ou a intervenção “y”, quando na verdade e em variados casos, estavam perante projetos que já foram feitos, ou que já estavam feitos, ou que já haviam sido iniciados. Era bom que também àquele respeito houvesse o tal rigor qua tantas vezes apregoavam. Ainda no plano do ambiente, era incontornável falar das Sete Fontes. Ali não queria deixar de saudar a decisão de suspensão do PDM para a zona das Sete Fontes, decisão que, obviamente, mereceu também a concordância do P.S. em sede de Executivo Municipal. Já não podiam deixar de estranhar que as Sete Fontes não tivessem no Plano Plurianual de Investimentos a importância que a coligação para ela sempre reclamou. Tal facto era facilmente percetível, quando no Plano Plurianual de Investimentos se via que, para dois mil e catorze, estava previsto um investimento de sessenta mil euros nas Sete Fontes. Mas, para os anos seguintes, e pasmassem-se aqueles que eram os grandes defensores das Sete Fontes, para dois mil e quinze, dois mil e dezasseis o PPI consagrava verba zero para esse mesmo projeto. Mais uma vez, infelizmente, parecia estar-se numa lógica que começava a ser quase a assinatura daquele Plano de Atividades de ter intenções do que aquilo que efetivamente teria de realizações. No que ao desporto e à educação dizia respeito, havia também pouco de novo. Algo que não era de estranhar, dado o facto de já existirem muitas e boas iniciativas e realizações nos 48 mandatos anteriores. Ainda assim, destacar algumas novidades no plano de ação desportiva, na qual se reviam. Aí, não podiam deixar de perguntar ao Senhor Presidente da Câmara onde estava a proposta ou a concretização da proposta da gratuitidade dos manuais escolares para o primeiro ciclo? Tantas vezes ouviram aquela discussão. Tantas vezes ouviram aquela prioridade. Mais uma promessa não cumprida sob o argumento sempre repetido, aquando da alternância democrática nas Câmaras Municipais, de que não havia dinheiro. E há pouco ouviu-se o Deputado do C.D.S. falar dos encargos, mas os encargos também eram património e o património de desenvolvimento, nomeadamente desportivo de um concelho ímpar em muitas coisas, com defeitos ainda, mas em muitas coisas, era incontornavelmente uma referência. E há pouco ele falava dos encargos relativamente ao estádio, se calhar esquecia-se que a questão do estádio municipal e os empréstimos para a construção do estádio foram votados também favoravelmente pelo P.S.D.. Falta de memória. Falta de coerência. Sobre a reabilitação urbana, em relação à qual ouviram todos e tantas vezes, tantas críticas no passado, tinham agora no Plano para dois mil e catorze, a informação de que seriam seguidas, sem alterações, a linha do atual P.R.U.. Em relação à coerência, também ficavam esclarecidos. Muito mais haveria para dizer, mas queria terminar referindo-se ao P.P.I. para as freguesias, pois era nas freguesias que se percebia a marca de água e a assinatura do Plano de Atividades para dois mil e catorze. Antes de mais, dizer que aquela forma de apresentar o P.P.I. das freguesias, sem a correspondência do custo de cada intervenção, era absolutamente fora de sentido e revelador de pouca preparação para a elaboração de documentos tão importantes. Sobre o P.P.I. das freguesias havia pouco a dizer. Infelizmente eram muitas as obras e intervenções planeadas, projetadas e previstas que foram colocadas na prateleira. A marca da coesão social e territorial que sempre foi apanágio e do modelo de desenvolvimento da Câmara de Braga, começava agora a ser posta em causa, quando os verbos que melhor se aplicavam naquele Plano de Atividades eram suspender, abrandar e parar e em todas as áreas que ali foram referidas, com cortes orçamentais profundos na cultura, na educação, no desporto e lazer, no comércio e turismo, nas funções sociais, na proteção civil e poderia seguir por ali fora. A fechar acrescentou que aquele Plano enfermava de vários problemas. Razoável por aproveitar algumas coisas boas que havia no passado e isso era um ato de responsabilidade, mas não um Plano que pudesse merecer o voto favorável do P.S., por lhe faltar ambição, horizonte e um contexto de maior empenho na afirmação de um concelho que se afirmou tanto nos últimos trinta e sete anos que não podia, de todo, parar. Aquele Plano não tinha a devida correspondência orçamental. Era um Plano que travava o desenvolvimento e que revelava pouca ambição e nenhum horizonte estratégico. Durante a campanha, lembrava-se da coligação, agora no poder, salvo o erro, acompanhada da Juventude SocialDemocrata e da Juventude Popular, promover um fórum que se chamava “Braga dois mil e vinte e cinco”, sob o espetro da necessidade de um olhar prospetivo e estratégico sobre o futuro. Uma iniciativa interessante, mas muito mais interessante seria se o Orçamento para dois mil e catorze e o Plano Plurianual de Investimentos, nomeadamente enquanto instrumento estratégico e prospetivo para os próximos anos, fossem capazes de confirmar essa ambição mas, pelo contrário, encontraram grande pobreza e ausência de dimensão estratégica e planificadora no Plano Plurianual de Investimentos. Uma última nota que lhe parecia sintomática da forma como se iriam gerindo hoje os destinos do Município. Não poderia terminar a sua intervenção sem aquela nota. No preâmbulo das Grandes Opções do Plano surgiam expressões como “Juntos por Braga”, porque “Juntos 49 somos mais fortes” e porque “Braga merece o melhor”. Todas as expressões utilizadas pela Coligação durante a última campanha eleitoral. Nunca tinha visto, e tinha ao hábito de ler os Orçamentos de Estado, fazerem referência, uma que fosse, a qualquer palavra ou a qualquer “slogan” duma campanha eleitoral. Aquele era um Orçamento e era um Plano do Executivo Municipal, para os Bracarenses, para todos, sem exceção, independente da sua cor política e independente da sua tendência, independente da sua inclinação e era indigno, institucionalmente, constar num documento da Câmara Municipal aquele tipo de referência panfletária, partidária e eleitoralista. Era indigno e desrespeitoso. A campanha já tinha sido e era tempo de, como dizia o povo, deixarem a pirotecnia mediática ou deixarem a pirotecnia em que eram tão bons e deitarem mãos à obra. Interveio de seguida o Sr. Deputado do P.S.D., HUGO ALEXANDRE LOPES SOARES que começou por revelar que pretendia numa primeira nota dizer que de facto, quer na postura, quer nas ideias, quer na políticas, havia já uma marca bem distintiva. Era evidente que não queriam, não teriam nunca essa audácia, de que todos concordassem com aquilo que o Executivo Municipal fazia, com aquilo que o Executivo Municipal decidia, mas tinha a ambição que a esmagadora maioria dos Bracarenses se revisse naquilo que eram as opções daquele Executivo. E se dizia que existiam marcas distintivas, uma delas tinha ficado hoje bem patente naquela Assembleia Municipal, e dirigindo-se ao Senhor Presidente da Câmara Municipal, disse que como timoneiro daquela nau, tinha dado ali hoje uma bela lição. A lição de quem não se escondia atrás das bancadas que o suportavam. A lição de quem tinha a coragem de ali ir e apresentar os documentos levados à Assembleia Municipal e que tinha a coragem de, olhos nos olhos, sem esperar pelas intervenções, para no minuto final já sem réplica, ir ali dizer aquilo que tinha a dizer aos Deputados Municipais que representavam os Bracarenses que os elegeram. Numa palavra, muitos parabéns, não pela intervenção, essa cada um julgaria dos seus méritos, mas pela forma diferente como tinha habituado a fazer política e Braga e que bem precisados estavam. Assistiu também ali hoje a várias intervenções sobre os dois documentos em apreciação. Eram normais. Faziam parte. Confessou que esperava um pouco mais de comedimento da C.E.M.. Confessou que esperava que o P.C.P. fosse ali defender que esta Câmara Municipal devia apostar no investimento. Era ali e em todo o lado a pergunta de sempre, era a de com que dinheiro? Mas esperava, com toda a franqueza, uma outra postura do P.S., porque governou nos últimos trinta e sete anos. Porque tinha que ter a responsabilidade e a maturidade democrática de saber perder e, desta vez, até perderam por muitos. Deviam ter a responsabilidade de quem estudou os “dossiers” para ir ali dizer aos Senhores Deputados Municipais as coisas como elas eram, não como eles gostavam que elas fossem. E o Sr. Deputado Pedro Sousa fez ali um grande exercício, de um malabarismo digno de um grande artista. Se não soubesse que o “circo soleil” estava em Lisboa, achava que o Sr. Deputado Pedro Sousa tinha sido agora um dos seus grandes protagonistas. E dirigindo-se ao mesmo Deputado do P.S., disse, ser muito difícil dizerem que aquele Plano tinha coisas inovadoras e dizer que era mais pobre, face ao anterior. Dizer que aquele Plano tinha grandes méritos relativamente às Sete Fontes, porque suspendeu o P.D.M. relativo às Sete Fontes? Mas estiveram lá tantos e tantos anos e decidiram sempre ao contrário do interesse das Sete Fontes. Bem sabia que a política de espaços verdes do P.S., nos últimos anos de governação, foi fazer parques sintéticos, mas a relva era sintética e aquilo que os Bracarenses queriam de facto era outra política ambiental. Foi ali, com grande audácia dizer que como era possível que aquele Plano não tivesse uma referência à Noite Branca. Iria responder com toda a franqueza. Era que a 50 tendência para fazer opa sobre as instituições da cidade era do P.S., não era do P.S.D.. A Noite Branca era uma organização da Fundação, não era da Câmara Municipal. O P.S. teve sempre essa tendência tutelar perante as instituições. Diferenciavam-se, tinham uma tendência de catalisar, de aglutinar sinergias para que as instituições pudessem, por elas, trabalhar. Mas o Deputado do P.S. fez um exercício ainda mais difícil, foi ali numa postura que considerava, por todo o respeito que tivesse pelo Deputado Pedro Sousa, no mínimo demagógica, dizer com todo o desplante, “os senhores prometeram durante anos oferecer os manuais escolares, mas os senhores não cumpriram a palavra, não provisionaram a cabimentar, os senhores nem sequer escreveram essa nota no Plano de Atividades”. Ou o Senhor Deputado do P.S. fez uma intervenção que alguém preparou sem ler o Plano, ou não leu o Plano. E, por isso, recomendava-lhe a leitura da página sessenta e nove do Plano, onde expressamente traduzia que a Câmara Municipal previa oferecer os manuais escolares a todas as crianças que frequentavam o ensino e havia uma verba de duzentos e cinquenta mil euros, cabimentada no Orçamento, para que isso pudesse acontecer. A leviandade com que o P.S. tratava aquelas matérias para, provavelmente, continuar a encantar alguns, essa leviandade, como gostava de dizer o Senhor Deputado Marcelino Pires, foi julgada nas eleições e queriam mesmo do P.S., uma outra postura, uma postura que ajudasse, que fosse construtiva e essa postura do P.S., porque provavelmente ainda não conseguiu tirar a leitura exata dos últimos resultados eleitorais, que os Bracarenses quiseram expressar, ainda não os levou a que tivessem uma outra postura naquela Assembleia Municipal. Confessava que durante muitos anos fez parte do seu imaginário poder subir àquela tribuna para apresentar e defender um Plano e um Orçamento que fossem apresentados por um Executivo liderado pelo Dr. Ricardo Rio. De facto, confessava que sempre o ambicionou. Confessava que fez parte do seu imaginário. Confessava, até, que era um dos seus mais profundos desejos. Mas queria confessar também a parte da sua desilusão. Esperou que quando o fizesse, iria lá dizer que Ricardo Rio apresentava um grande Orçamento para o ano que aí vinha e apresentava também um Plano de Atividades que fossem verdadeiramente ao encontro dos anseios da nossa cidade e de todos os Bracarenses. A verdade era que sentia hoje um misto de sentimentos. Se como o Senhor Presidente da Câmara teve a oportunidade de dizer que este Plano de Atividades era aquilo que almejavam, o Orçamento não o era. Mas com respaldo no contrato político que assinaram com os Bracarenses nas últimas eleições autárquicas, e que valeu uma vitória esmagadora para a Coligação “Juntos por Braga”, o P.S.D. desejava muito que aquele Orçamento fosse já capaz de catapultar Braga no panorama nacional, que fosse ao encontro das verdadeiras preocupações dos Bracarenses, mas sobretudo fosse catalisador da melhoria da qualidade de vida de todos nós. Mas se era um Plano de Atividades que procurava dentro dos constrangimentos e estribos que conheciam apontar novos caminhos e novas preocupações, o Orçamento não era manifestamente deles. Não tinha a sua matriz. Não tinha a sua génese. Tratava-se de um documento que representava o instrutor do poder socialista em Braga e que por isso em três palavras o poderia definir. Era condicionado. Era hipotecado. Mas era o último. Era condicionado por se tratar de um documento onde todas as heranças assumidas condicionavam as opções. Se houvesse na política a figura do repúdio, estava certo que esta Câmara Municipal repudiava tal herança. Hipotecado porque os Bracarenses sabiam agora que agora e no futuro pagariam os desmandos da maioria do P.S.. Os desmandos que, por exemplo, numa boa moda que o P.S ali e na governação nacional bem utilizou, os desmandos das P.P.P.. Eram seis milhões de euros no próximo ano. Se não se pagassem seis 51 milhões de euros em P.P.P., se não tivessem gasto oito milhões de euros numa piscina que ainda lá estava e que de piscina não tinha nada, tanto e tanto que poderia estar naquele Orçamento, como sabia que o Senhor Deputado do P.S. gostaria, só foi pena que nessa altura, de forma absolutamente pavloviana, se levantassem todos a aplaudir e a votar as opções na bancada da maioria de então do P.S.. E era o último Orçamento, porque doravante a maioria do P.S.D. e do C.D.S. teria a possibilidade de estabilizar as contas auditadas e de escolher as prioridades e fazer daquele o último Orçamento em Braga com o cunho do P.S.. Não era, como dizia, um Orçamento do qual tivessem orgulho. Não era um Orçamento no qual se revissem totalmente, mas era um Orçamento que assumiam, com a responsabilidade de quem o ia executar, com a responsabilidade de quem tinha contas para pagar, com a responsabilidade de quem via as suas posições e opções por ele condicionadas. Por tudo o que ficou dito e havendo coerência, estava absolutamente certo que quando passassem à votação, obteriam o acolhimento naquele Orçamento, da bancada do P.S.. Bem sabia que o P.S. tinha uma especial afeição por ajeitar os resultados das suas governações. Lá como cá, mas estavam cá para assumir as responsabilidades do P.S., aquelas que assumiram perante ao seus fornecedores e credores, os credores do Município que iriam ser pagos com os impostos de todos os Bracarenses. Se aquele era um Orçamento para dois mil e catorze que ainda traduzia muito do que vinha de trás, a marca e a génese de uma nova gestão, de uma gestão moderna e virada para a qualidade de vida das pessoas, já se começou a fazer sentir. Com imaginação, gestão cuidada, espírito de iniciativa, coragem e muita determinação, transparência e proximidade, Ricardo Rio e o seu Executivo tinham traduzido em sucesso o início do seu mandato. Parecia que alguns continuavam a andar distraídos. No relacionamento com as Juntas de Freguesia, muitos dos Presidentes de Junta de Freguesia nunca tiveram o prazer de apertar a mão ao Senhor Presidente da Câmara Municipal, conhecer o gabinete do Senhor Presidente da Câmara Municipal. Mais, ser recebido pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal. Vergonha devia ter a Senhora Deputada, quando foi Vereadora das Freguesias e que nunca teve a coragem de dizer ao Senhor Presidente da Câmara Municipal que devia tratar todos por igual e não como faziam no tempo dela que descriminavam uns em função da cor por que eram eleitos. Isso sim, era motivo de ter vergonha. Tinha muito orgulho na postura deste Executivo. No relacionamento com as instituições e com os munícipes, a proximidade era a palavra-chave. No caso escandaloso das Convertidas e no alargamento da zona do estacionamento pago, a transparência, a coragem e a determinação já fizeram a diferença. Fosse qual fosse os resultados das ações judiciais a coragem e a determinação e a transparência que colocou em cada um desses processos, pedia messas a todos aqueles que governaram a cidade nos últimos anos. Na escolha dos gestores para as empresas municipais, ouviu ali hoje uma intervenção do P.C.P., falando dos gestores das empresas municipais, não se recordava, nos últimos anos, de conhecer um gestor de uma empresa municipal que não fosse militante do P.S.. Não tinha mal nenhum. O que tinha mal era ser ou não competente. Se geria bem ou não. Mas uma maioria que escolhia gestores que vinham da universidade. Que escolhia gestores que não tinham conotação nem filiação partidária. Que na Associação de Festas de São João colocou um cidadão independente, quando foi sempre liderada por um membro do Executivo do P.S.. Como se poderia ir ali, com todo o desplante, fazer o discurso do costume, que parecia sempre colar bem na política, mas que o P.C.P. utilizava sempre, mas sempre, independentemente daquilo que era a realidade dos factos. Ou até na abertura, coisa singela, do parque de 52 estacionamento da autarquia aos cidadãos durante o fim de semana, ao sábado de manhã. Vinha da imaginação de quem se preocupava com a economia local e quem se preocupava com o bem-estar dos nossos munícipes. Tão singelo, mas que bom exemplo era de que com dinheiro e sem dinheiro, se podia fazer política com medidas que eram a favor dos cidadãos. Ficava ainda um registo fundamental de proteção das pessoas na diminuição dos impostos municipais. A preocupação social era património daqueles que a praticavam, não era património daqueles que a apregoavam. Tantas vezes ouviu agora o Sr. Vereador Hugo Pires, porque os apartes eram regimentais, dizer que era caridadezinha. Se calhar já se tinha arrependido de o ter dito. O Sr. Vereador Hugo Pires acabou de dizer que a baixa dos impostos, que a redução das taxas para as IPSS’s, que tudo aquilo que estava a ser feito sob o ponto de vista do património social por esta Autarquia, era caridadezinha. Fosse dizer isso às pessoas que precisavam dessa caridade, com o mesmo desplante com que fez o aparte na Assembleia Municipal. Gostava de o ver fazer essa observação, quando no dia-a-dia, quando lá fora fazia o discurso contra a austeridade, contra a baixa dos impostos. Para quem pretendia, como era o caso, voar e ambicionar outros destinos tinha que ter mais cuidado na forma como geria os seus apartes nas assembleias a que pertencia. Com pouco se podia fazer muito. Em pouco tempo já se fez muito. Esse tinha sido o timbre e a marca deste Executivo. Mas voltando ao Plano de Atividades, que demonstrava bem a capacidade política de uma Câmara que conhecia e que sabia quais eram as verdadeiras ambições de um concelho. Era um Plano ambicioso nas concretizações e que promovia a ética e a transparência na gestão pública, como princípios inalienáveis. Uma chamada de atenção que lhe parecia relevante. Do muito que ali não foi reconhecido pelo P.S., folgava em notar, em sublinhar que o Sr. Deputado Pedro Sousa, na sua intervenção, que cumprimentava, fez questão de dizer que a ética e a transparência eram várias vezes repetidas naquele Plano de Atividades. Achava que era de salientar a intervenção daquele Deputado. Era de salientar a intervenção do Executivo e tinha a certeza absoluta que os Bracarenses também o registavam. Permitia-se destacar, para não se alongar, até porque a noite já ia longa, algumas das principais iniciativas em áreas de intervenção bastante diversas, mas prioritárias que reservavam e preservavam a Braga do futuro. O alargamento da via ciclável do rio Este até ao Complexo Desportivo da Rodovia; a oferta de manuais escolares a todas as crianças do ensino básico independentemente de estratificação por escalões sociais; a promoção dos descontos no acesso a equipamentos de cultura e lazer; a redução das taxas da Agere para famílias numerosas e o desconto de doze e meio para as IPSS’s do concelho; a criação do cartão sénior; a institucionalização da bolsa Braga solidária; a edição da Carta Desportiva; a promoção de um programa de acesso à saúde oral; a modernização e a expansão da oferta no Centro Histórico da cidade; o acesso à internet via “wi-fi” gratuito aos cidadãos e a criação do Conselho Económico Social. Havia naquele Plano de Atividades uma panóplia de diferenças relativamente àquilo que vinha do passado. Hoje votavam efetivamente um tempo novo para Braga. Era o tempo de uma nova maioria. Uma maioria que deu hoje ali um grande exemplo que gostava que o P.S., quando voltasse a governar os destinos da cidade, porque havia de voltar, porque era a festa da democracia e conviviam bem com ela, tomasse como exemplo. Era Deputado naquela Assembleia Municipal há dez anos, nunca viu, não se recordava, de ver a maioria que sustentava o poder socialista, votar favoravelmente recomendações, moções, que vinham ao arrepio daquilo que era a intenção da Câmara Municipal. Hoje aprovaram recomendações da C.E.M. de forma absolutamente democrática. Quando as propostas eram colocadas em cima da mesa, era o mérito delas que 53 deveria ser avaliado e não a sua proveniência. O P.S. optou sempre por exercício de uma maioria musculada. O P.S.D. ali seria sempre fiscalizador do Executivo, mas saberiam sempre também acolher aquilo que eram as propostas de cada um dos Grupos Municipais ali sentados. Tivessem elas mérito para a Câmara Municipal e para os munícipes. Para terminar, disse votarem hoje um tempo novo. Era o tempo de iniciar um novo ciclo. Que todos soubessem viver com ele que, estava certo, assim também os Bracarenses viveriam bem melhor. Registouse depois a intervenção do Sr. Deputado do P.S., SEBASTIÃO MARQUES QUARENTA que começou por revelar se neófito naquela coisa da Assembleia Municipal, mas dizia que não gostava muito, confessava, porque daquela espécie de figuras de estilo estavam todos fartos, porque a final falavam muito, mas não diziam nada. Mas, passando para o Orçamento, queria manifestar aquilo que achava que era aquele documento, que era aquilo que os unia, aquilo que os levava àquela mesma reunião. Começaria, disse, por referir que receberam uma prenda do Sr. Presidente da Câmara da qual não gostou, mas presenteou os Bracarenses com esse mesmo Orçamento. Também não se revia nele, mas pretendia impô-lo aos Bracarenses. E foi o que fez. Mas também achavam que o Sr. Presidente tinha razão. Também não gostavam do Orçamento. E como não gostavam dele, passava então a enumerar aquilo que não lhes agradava e gostariam que o Sr. Presidente lhes respondesse relativamente àquela matéria. Por exemplo, no lado das receitas correntes, o Orçamento apresentava na rúbrica denominada “rendimentos de propriedade” uma quantia que ascendia a cinco vírgula sete milhões de euros, que correspondia ao aumento de dois por cento. Por sua vez no lado de receitas de capital, o Orçamento representou o aumento de dois vírgula três por cento, correspondente a cerca de oito milhões de euros referentes à venda de bens de investimento. Como tal, gostaria que o Sr. Presidente fundamentasse e justificasse tais aumentos e montantes, informando também quais seriam os rendimentos da propriedade ou vendas dos bens de investimento para angariar tais receitas. Requeria que o Sr. Presidente os pudesse ajudar quanto àquela questão. E não acreditavam, obviamente, e não estava a ser irónico, que houvesse ali uma espécie de engenharia financeira para ter depois em linha de conta o resultado do exercício. No lado das despesas correntes aferiram também um aumento correspondente a cerca de três por cento do valor global daquele mesmo Orçamento. Mas ainda naquele âmbito, foram confrontados com o aumento de uma verba de cento e cinquenta mil euros, alegadamente a despender com remunerações dos titulares dos órgãos de soberania e membros autárquicos. Assim, requeriam que pudesse informar o destino dessas verbas que ali constavam e que estavam plasmadas naquele mesmo Orçamento. Perguntava ainda se estavam aí propaladas, nas despesas correntes, verbas destinadas aos meios de comunicação social e, já agora, de resto tinham sido difundidas pela Câmara Municipal, e se tinham um caráter reiterado mensal relativamente a esses órgãos de comunicação social. Tinha-se falado ali muito das parcerias publico privadas, confessava que da sua análise, e queria na sua modesta opinião dizer que sabia que havia membros do P.S. que tinham defendido isso, da sua análise, entendia não existirem parcerias publico privadas. E dizia porquê. Dirigindo-se a um Deputado não identificado, disse que o mesmo não integrava a Mesa daquela Assembleia Municipal e que os apartes do mesmo Deputado se tinham manifestado durante a noite toda e pedia que o ouvissem porque também esteve atento ao seu discurso. Disse depois que da quantia resultante das tais parcerias publico privadas, havia um montante que transitava de ano para ano, e realçou não ter nenhuma ligação ao Engenheiro Mesquita Machado, não mantendo com ele nenhuma relação, mas queria ser esclarecido 54 relativamente àquela quantia. Porquê? E foi-lhe dito que, existia já há muitos anos, e recordava-se disso, uma instituição que se chamava Fundo de Fomento à Habitação. Com a extinção desse Fundo, aquela verba passou, por cedência, para a Caixa Geral de Depósitos. A Caixa Geral de Depósitos declarou vencida essa dívida e, naturalmente que a executou. E daí resultou o pagamento dessa verba que estava a ser cumprida. E era evidente que essa verba se tinha destinado à construção de habitação social, sendo essa a informação que possuía. Pretendia também saber qual era a dívida de médio longo prazo, e nessa mesma dívida, se de facto existia alguma que estivesse ligada ao Euro dois mil e quatro, nomeadamente aquele que efetivamente foi despendida no estádio municipal. No Relatório de dois mil e doze que foi aprovado na reunião de Câmara de março de dois mil e treze de facto constava lá essa verba. Ela tinha transitado por se tratar de um dívida de médio e longo prazo. Não haveria tantos coelhos na cartola, aparentemente, como aqueles que, obviamente, pretendiam fazer crer. Ainda quanto às propaladas parcerias publico privadas, era do conhecimento que a Câmara era sócia de uma empresa privada e era por isso que da sua modesta análise jurídica, e em boa verdade, nem sequer no espírito da lei estaria preenchido o conceito de parceria publico privada. Existia aquela empresa que serviu para construir equipamentos desportivos, centros cívicos, campo sintéticos. E falando com alguns Presidentes de Junta estes lhe disseram que se tivessem mais horas disponíveis, os campos estariam todos ocupados. Gostaria também de ver esclarecido, para não subsistissem dúvidas, onde seriam despendidas as verbas constantes da rubrica denominada “outras despesas correntes”, uma vez que o montante aí aposto que ascendia a dois vírgula quatro milhões de euros, representava um aumento correspondente a cerca de um e meio por cento do Orçamento. E tinha extraordinária importância tendo em conta a transparência das contas apresentadas. De resto, subscrevia inteiramente aquilo que o Sr. Presidente pretenderia para o Município. Por último e referindo-se às funções sociais, sobejamente já referidas, na verdade havia uma redução para cerca de cinquenta por cento das despesas afetas à habitação, ao ordenamento do território, à proteção do meio ambiente, à cultura, ao desporto e lazer. Havia assim um claro e evidente desinvestimento naquela área que abrangia uma enormíssima parte da população portuguesa, que obviamente merecia ser ajudada, uma vez que era fortemente fustigada com a austeridade imposta pelo Governo central. Em suma, a Câmara não estava obviamente a ajudar os mais necessitados deste mesmo concelho. Aquele Orçamento era uma espécie de filho enjeitado ao qual seriam imputadas responsabilidades de terceiros que não tiveram qualquer colaboração na sua elaboração. O de mais já tinha ali sido referido pelos Senhores Deputados. Para prestar os esclarecimentos solicitados, usou da palavra o SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL que começou pelos pedidos de esclarecimento do último orador, porque de facto o discutir contas com um jurista tinha aquele risco, era que se navegava entre despesas de capital e despesas correntes sem se perceber muito bem a que se referia e esperava não escamotear nenhuma das questões que lhe colocou. Em todo o caso, pegando nas questões colocadas, elas dar-lhe-iam também oportunidade de referir alguns aspetos que eram bastante relevantes. Começou por perguntar porque aumentavam os rendimentos de propriedade, ora de facto a Câmara Municipal tinha uma participação de cinquenta e um por cento da Agere, auferia cinquenta e um por cento dos lucros da Agere, tinha direito a cinquenta e um por cento dos dividendos da Agere e se este ano não houve liquidação de dividendos uma vez que não se concretizou o contrato programa com a Agere porque não teve ainda visto do Tribunal de Contas, obviamente que a distribuição de 55 dividendos da Agere relativa a dois mil e treze transitava para dois mil e catorze e daí o agravamento do volume de receita em termos de rendimentos de propriedade. Por outro lado, em relação ao Fundo Municipal de Urbanização havia um acréscimo significativo face ao passado era de cerca de três vírgula qualquer coisa milhões de euros, correspondente ao valor da alienação das Convertidas que eram ainda neste momento propriedade do Município e que assim o Tribunal consumasse a decisão tomada pelo Executivo Municipal, traduziria um devolver ao Município de meios financeiros que foram indevidamente utilizados, na sua ótica, para tentar financiar as carenciadas famílias de alguns membros do anterior Executivo Municipal. Por outro lado, perguntou-se também sobre o Fundo de Fomento de Habitação, era uma das situações com que se tinham confrontado ao longo destas semanas, a busca incessante pela informação no seio dos próprios serviços municipais havia informações que apareciam e que eram contraditórias e tinham que depois tentar cavar mais fundo para perceber donde as verbas apareciam. A verdade era que ao arrepio dos mapas de empréstimos que tinham sido distribuídos ao Executivo Municipal, foram confrontados com um mapa de empréstimos, onde aparecia uma dívida à Caixa Geral de Depósitos, atualmente de cerca de nove milhões de euros. Questionaram o que se passava e vieram a ser informados posteriormente até pelo Vereador Vítor Sousa, sob informação do anterior Presidente de Câmara, que essa era uma verba que tinha constado já nas contas anteriores, mas não no mapa de empréstimos e apenas no mapa das dívidas a terceiros de médio-longo prazo, onde não aparecia totalmente descriminada, embora no relatório citado aparecia uma referência a uma dívida anterior. E portanto a dúvida surgiu pelo facto de nos mapas a que tiveram acesso, ela ser classificada como empréstimo de médio-longo prazo. Mas percebia por que houve essa alteração, de facto essa foi uma dúvida, como se disse e muito bem, que resultou do Fundo de Fomento e Habitação, que foi adquirida depois pela Caixa Geral de Depósitos a quem a Câmara começou, desde cerca de dois mil novecentos e noventa e nove, a liquidar periodicamente a amortização de capital a um juro simbólico e indexado a um determinado indexante. Todavia, sem que nada o pudesse justificar, aquando da negociação do financiamento à SGEB, a tal sociedade em que eram participantes, mas cujo financiamento, nos termos contratuais, aquando da sua constituição era da exclusiva responsabilidade do parceiro privado, dizia que para viabilizar o financiamento que foi concedido à SGEB, um anterior Vereador, um anterior membro do Executivo, veio assinar um acordo com a Caixa Geral de Depósitos, a partir do qual, a Câmara Municipal passou a ser onerada com um agravamento de dois vírgula cinco por cento dos juros incidentes sobre essa dívida. E, portanto, aquilo que não era um empréstimo de médio-longo prazo, em certos documentos, começou a aparecer como um empréstimo de médio-longo prazo. A única diferença não era a dívida em si, que ela existia e estava a ser liquidada. A diferença eram esses juros surpreendentes, inesperados, inaceitáveis até face às circunstâncias que os geraram, que foram suportados e estavam a ser suportados e seriam suportados ao longo das muitas prestações que ainda tinham para liquidar essa dívida por parte da Câmara Municipal, nada mais, nada menos que duzentos e cinquenta mil euros. Dois vírgula cinco por cento sobre esses dez milhões de euros de dívida existente, neste momento. E essa dívida foi acordada pela mão do atual Vereador Vítor Sousa que, curiosamente, na reunião do Executivo Municipal não se lembrava donde aparecia essa mesma dívida, mas foi ele que assinou a carta a que hoje finalmente tiveram acesso, onde a Câmara Municipal assumia um encargo adicional anual de duzentos e cinquenta mil euros para liquidar à Caixa Geral de Depósitos no âmbito desse empréstimo ou dessa 56 dívida ao Fundo de Fomento e Habitação. Duzentos e cinquenta mil euros era aquilo que iriam gastar este ano com a oferta dos manuais escolares. Quanto às parcerias público privadas era uma opinião que iriam ter que respeitar, mas que tinham que divergir. O Sr. Deputado do P.S. tinha dito que não era sequer uma parceria público privada e aí concordava plenamente com o mesmo Deputado, porque desde a primeira hora e muitas vezes naquela Assembleia Municipal, foram os Deputados Municipais fiéis tradutores das opiniões por si veiculadas no Executivo Municipal de que aquela não era uma parceria público privada. Era uma verdadeira fraude aos Bracarenses, em que para não onerar a capacidade de endividamento que um antecessor daquele Deputado na discussão da componente orçamental tantas vezes evidenciava, e saudoso e felizmente ainda vivo Dr. Armando Leite, porque sempre tinha uma componente um pouco mais pragmática na apreciação das contas, dizia-se que na altura para não sobre onerar essa capacidade de endividamento, a Câmara Municipal arranjou quem lhe financiasse um investimento de cerca, na altura, de sessenta milhões de euros. Não chegaram a ser sessenta milhões de euros, mas cerca de quarenta milhões de euros, mas a verdade era que esse financiamento estava a ser pago agora em suaves prestações mensais por parte de todos os Bracarenses e por parte de todos os Senhores Presidentes de Junta, que todos os meses tinham que pagar uma fatura, neste momento, de meio milhão de euros. Se se fizesse as contas aos vinte e cinco anos de contrato e da parceria, era mais de cento e cinquenta milhões de euros que iriam pagar pelos respetivos campos sintéticos. Se se fizesse as contas também de outra maneira, os seis milhões de euros que pagavam por ano, davam cerca de meio milhão de euros por mês, ou seja, poderiam criar e pagar, a pronto, um campo sintético por mês para pagar as rendas da parceria. Achava que dava até para ter uma cidade muito mais qualificada do ponto de vista desportivo, porque realmente em vinte e cinco anos a um campo sintético por mês, em cada rua teríamos um campo sintético e aqueles que não conseguiam neste momento satisfazer a oferta existente por parte das freguesias atuais, seguramente conseguiriam realizar os seus anseios nesses novos campos sintéticos que não estavam a criar. Todavia, a verdade era que essas parcerias tinham equipamentos que eram relevantes. Havia muitas colectividades que estavam em atividade. Havia equipamentos, como um que visitou esta semana, extremamente notável, o edifício multiusos de Sequeira, que era de facto um equipamento que merecia, mas como tantos outros, por via da inércia da Câmara Municipal, estavam absolutamente desqualificados em relação àquilo que estava projetado. Estavam muitos deles, já ainda praticamente inaugurados, cheios de problemas em termos de edificações e a verdade era que a Câmara não assumiu as suas responsabilidades nesse processo. Não exigiu por parte dos parceiros dessa SGEB a qualificação desses equipamentos e os Senhores Presidentes de Junta eram as primeiras testemunhas dessas realidade e, apesar de tudo, sabiam que neste momento estava a pagar-se renda sobre grande parte desses equipamentos. E quando há pouco se dizia que os Senhores Presidentes de Junta estavam até muito felizes com esses equipamentos, durante o percurso que fizeram durante estas semanas para lhes dar conta dos investimentos que iriam realizar, foi dado pelo Gabinete de Apoio às Freguesias informação a cada um deles sobre o montante que a Câmara estava a despender em cada uma das freguesias com os equipamentos associados à SGEB. E, curiosamente, não houve um que dissesse que esse valor era perfeitamente justo e que ainda bem que se estava a gastar cento e tal mil euros por ano para financiar um campo sintético, porque dali a oito anos já estaria absolutamente inutilizado e que continuariam, depois desses oito anos, a pagar por mais dezassete até que essa divida estivesse saldada. Era 57 algo que esperava que o Sr. Deputado Municipal tivesse conseguido encontrar algum Presidente de Junta que lhe tivesse dito que aquela foi uma forma de financiar aquele investimento absolutamente notável. Por outro lado, focou alguns aspectos particulares relativamente às remunerações da administração autárquica, seguramente que o que constava lá era o que decorria da lei face aos membros existentes. Não criaram nenhum lugar adicional àquele que decorria da lei até tendo, neste momento, menos um do que aquele que decorria da lei. No seu Gabinete só tinha três membros e tinha direito a quatro, portanto só ai estava a fazer uma poupança de mais de vinte e cinco mil euros por ano, pelo menos enquanto não o nomeasse, o que queria dizer que até daria para financiar investimentos em comunicação social. E sobre isso, não sabia quem informou o Deputado do P.S. sobre as contas anteriores, e lhe disse que a Câmara Municipal tinha parcerias com um órgão de comunicação social, mas só com alguns para realizar ações publicitárias ou, às vezes até, para não realizar ações publicitárias e que despendia, nesses investimentos, mais de cem mil euros por ano, através da Câmara, através das Empresas Municipais. O P.S.D que tinha uma prioridade absoluta em relação à política de comunicação da Câmara, iriam investir em publicidade, nos órgãos de comunicação social e, se possível, negociar avenças com esses órgãos de comunicação social. Com os locais, com os nacionais, com todos eles. Achavam que isso também contribuía para a projeção de Braga e para a informação sobre as atividades do Município e para permitir que os Munícipes soubessem aquilo a que tinham direito, através do Município. Por exemplo, os tais benefícios das famílias numerosas da Agere. Por exemplo, as reduções fiscais que ali foram tão desvalorizadas, por parte dos Senhores Deputados do P.S.. Por exemplo, aquilo que seria o programa de acesso à saúde oral, que também no próximo ano iriam realizar e que também importaria em mais de duzentos e cinquenta mil euros e que por acaso até estava nas outras despesas correntes que há pouco se questionou. Esperava ter esclarecido todas as questões colocadas pelo Sr. Deputado do P.S.. Relativamente às demais intervenções, gostaria de referir que os Senhores jornalistas e os cidadãos Bracarenses ali presentes não iriam levar naquela noite a notícia de que em dois mil e catorze não haveria São João, nem Semana Santa, nem Noite Branca em Braga. Iria haver, seguramente e iria ter, como sempre aconteceu, uma participação ativa, por parte da Câmara Municipal, tal como teriam muitas das políticas que desde a primeira hora tinham vindo a assumir e que iriam implementar a partir deste ano no Município. E sobre essa matéria gostaria de terminar dizendo o seguinte: tinha ouvido muitas vezes ao longo das últimas semanas dizer que era preciso começar de novo. Achava que começar de novo podia começar-se, se calhar, por sair à rua. E tal como os políticos falavam das heranças do passado, também se sabia que naqueles períodos de transição entre governações havia um estado de graça. Ora, achava que em Braga, neste momento, se vivia um estado de graça reforçado. E se esse estado de graça se vivia, quando trabalhavam com cem por cento do Orçamento P.S., se em dois mil e catorze tiverem vinte por cento do P.S.D. e se ainda por cima, esses vinte por cento tinham tantas iniciativas meritórias como foram ditas pelo Deputado Pedro Sousa, seguramente que o estado de graça se iria prolongar muitos e bons anos. A SRª PRESIDENTE DA MESA informou que foi entregue uma Recomendação da C.E.M., relativa à isenção de pagamento de água e que a mesma deveria ter sido entregue no período de antes da ordem de trabalhos. A este propósito registou-se a intervenção da Srª Deputada da C.E.M., PAULA CRISTINA BARATA MONTEIRO DA COSTA NOGUEIRA para informar que apresentaram uma recomendação que foi citada na intervenção do Deputado Municipal Manuel Carlos Silva e entendiam que deveria ser votada naquele ponto 58 por ser uma recomendação que dizia respeito ao Plano de Atividades e Orçamento. Por isso, entendiam que era ali que encaixava e gostariam que fosse votada naquele ponto. O SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL usou da palavra para prestar um esclarecimento relativamente àquela proposta, tendo referido que estariam disponíveis para refletir sobre uma proposta desse sentido, mas realmente julgavam que ela não tinha cabimento naquele ponto e não era por uma questão formal, era porque efetivamente a definição dos tarifários da Agere, que no fundo era sobre isso que incidia a proposta apresentada pela C.E.M., não era algo que constasse do Plano e Orçamento, salvo se desejasse que essa redução vertida na referida proposta fosse suportada pelo Município junto da Agere. Ora, se fosse isso que se desejava, necessariamente que para a poderem ali aprovar tinham que lhe dizer quanto ela iria representar do ponto de vista financeiro e teriam para que o Orçamento e o Plano estivessem devidamente equilibrados, retirar uma verba do Orçamento da Despesa ou agravar uma verba do Orçamento da Receita, para comportar essa mesma redução. Usou ainda da palavra o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA para dizer que não era normal, quanto a si, em termos metodológicos, não fazia qualquer sentido estarem a discutir recomendações no âmbito daquele ponto e com as características que ele tinha. Seria até um grave precedente estarem a votar recomendações com aquelas características, em termos metodológicos, entendesse-se, quando tinham um documento com aquelas características para ser votado, ainda por cima quando aquilo se dirigia essencialmente à Agere, e não poderia ser formalizado naqueles termos, como o Sr. Presidente da Câmara muito bem explicou. Achava que podia ficar apenso à ata e à sessão, como um contributo da C.E.M sobre a matéria, expressando a vontade política desse Grupo Municipal, com o sentido precisamente que constava do documento. Não podiam ir muito além disso, por não fazer sentido, em termos metodológicos, estar a votar recomendações que ainda por cima não diziam diretamente à Câmara. Era esse o seu entendimento, ficando apenas politicamente consagrado o sentido da recomendação, no fundo o caráter de expressão de posição política proveniente da C.E.M.. Voltou a usar da palavra a Srª Deputada da C.E.M., PAULA CRISTINA BARATA MONTEIRO DA COSTA NOGUEIRA que agradeceu os esclarecimentos do Sr. Presidente da Câmara, mas devia dizer-lhe que se tivesse respeitado o Estatuto do Direito da Oposição e os tivesse recebido, talvez tivessem podido conversar mais atempadamente sobre aquele tipo de propostas, assim como no Plano de Atividades estava consagrada a alteração e a redução das tarifas, que seguramente iriam ser objeto de uma compensação da Agere dessa redução de tarifas ou a redução das tarifas quer às instituições, quer às famílias numerosas, não dissesse que do ponto de vista da engenharia financeira, aquela proposta ou aquela recomendação não tinha cabimento. A questão que entendia que a Assembleia devia tirar da posição do Sr. Presidente da Câmara era se existia ou não vontade política de terem em conta, no âmbito do Plano de Atividades, a proposta da C.E.M.. Era isso que estava ali em causa, porque do ponto de vista da engenharia financeira, obviamente que os serviços poderiam trabalhar nisso. O que estavam ali a discutir era se havia uma vontade política de incluir no Plano de Atividades e Orçamento uma medida tão importante numa altura de crise, como a isenção do pagamento de água, num valor por habitante, que era recomendada pela Organização Mundial de Saúde, que era o mínimo que cada cidadão necessitava. Não podiam ter apenas ali uma retórica de âmbito metodológico de estar preocupados se iam ou não abrir precedentes, o que tinha era de decidir se aquela Assembleia queria aprovar uma recomendação de que a Câmara ficasse comprometida com ela e a integrasse no seu Plano de Atividades 59 e Orçamento. Mais uma vez lamentava que não tivesse sido possível ter conversado e que o Estatuto do Direito da Oposição que a C.E.M. invocou para solicitar uma reunião com o Sr. Presidente para lhe apresentar nomeadamente aquela proposta, não tivesse acontecido. Provavelmente hoje não estariam a discutir questões metodológicas e as coisas tinham sido apresentadas no seu tempo. Uma vez que não foram, entendia que aquela recomendação deveria ser votada e solicitava à Srª Presidente que a colocasse à votação. A palavra foi dada ao Sr. Deputado do P.S., BENTO FERRAZ GOMES DE FARIA para informar que a pretensão tinha cobertura legal, porque o artigo vigésimo quinto, número três, da Lei setenta e cinco, de dois mil e treze, no mesmo ponto que dizia que não podiam ser alteradas na Assembleia Municipal as propostas apresentadas pela Câmara Municipal referentes ao Orçamento, dizia que “sem prejuízo desta poder vir a acolher em nova proposta as recomendações ou sugestões feitas pela Assembleia Municipal”. Em seu entender, a Assembleia devia pronunciar-se sobre a recomendação que foi feita, não devendo apenas ser anexado como uma sugestão de alguma força política. Interveio novamente o SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL para realçar que o que o Sr. Deputado acabou de ler era que a Câmara podia acatar alterações de propostas, se assim elas fossem formuladas e fosse ali aprovada uma nova proposta. Não podiam incutir no Orçamento e no Plano que queriam implementar e que tinha que entrar em vigor o mais depressa possível e já estava dez dias atrasado, um valor abstrato que estava inerente à recomendação. A recomendação não podia ser aplicada naquele Plano porque ele tinha um valor financeiro associado. Tinha lançado um desafio à Srª Deputada se o Sr. Deputado se quisesse associar a ela e formatarem em conjunto uma redução da despesa, ou um agravamento da receita que compensasse aquela recomendação, mas para começar achava ser um bom ponto de partida saberem quanto isso custava. Quanto a Câmara estava a cobrar às famílias carenciadas ou a Agere? A Srª Deputada sabia dizer? Esse seria um primeiro passo. E relativamente ao Estatuto do Direito da Oposição, tinham-no cumprido, e não havia em lado nenhum desse Estatuto, a obrigatoriedade do Executivo Municipal ou do Sr. Presidente receber fisicamente os Deputados Municipais ou os Vereadores da Oposição. Foram consultados para formularem as suas propostas. Foi-lhes remetido atempadamente e nos termos da lei o documento. Se não remeteram nenhuma proposta de entre as muitas interações que teve, nomeadamente com a sua Chefe de Gabinete, não sabia porque foi ali dizer que não respeitaram o Estatuto do Direito da Oposição. A palavra foi dada à Srª Deputada da C.E.M., PAULA CRISTINA BARATA MONTEIRO DA COSTA NOGUEIRA para dizer que lamentava, mas não estava à espera que em tão pouco tempo já demonstrasse ali alguns tiques de arrogância, por achar que foi isso que aconteceu. Evidentemente que alguém que tivesse uma abertura e demonstrasse ter uma abertura democrática tinha que ter outra postura. Continuava a dizer que o problema era de vontade política. Não fosse embrulhar o discurso enquanto aquilo custava ou não custava. O Sr. Presidente não ia fazer um Orçamento retificativo? Então poderiam depois estudar a proposta. Sabia exatamente quanto custava os dez por cento de redução para as instituições? Sabia quanto ia custar a redução para as famílias numerosas? Aonde estava isso? Achava que aquela Assembleia ficava esclarecida sobre a falta de vontade política, ao contrário daquilo que o Sr. Presidente tinha dito. A SRª PRESIDENTE DA MESA pôs à votação a aceitação da recomendação da C.E.M., foi a mesma rejeitada com vinte e quatro votos a favor, trinta e nove contra e oito abstenções. Interveio o Sr. Deputado da C.E.M., MANUEL CARLOS FERREIRA DA SILVA para, em Declaração de Voto, dizer que se 60 tinha assistido, mais uma vez, à incapacidade da própria Mesa tomar uma decisão por si própria e estar a fazer o “frete” à posição tomada pelo Presidente da Câmara. E nesse sentido apresentavam a sua declaração de protesto. Posta à votação foi a presente proposta aprovada com quarenta e quatro votos a favor, vinte e um contra e sete abstenções. A palavra foi dada ao PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE GUALTAR, SR. JOÃO ANTÓNIO DE MATOS NOGUEIRA para, em Declaração de Voto, dizer que a freguesia de Gualtar votou contra aquele Plano de Atividades e Orçamento pela simples razão de que viu retiradas do Plano de dois mil e catorze algumas obras, nomeadamente uma que lhe parecia de grande importância que era a requalificação da Escola do Primeiro Ciclo de Gualtar. Devia dizer que apesar dos apelos feitos, não foi mantida aquela obra que era de vital importância. A Escola do Primeiro Ciclo de Gualtar tinha cerca de duzentos e alguns alunos. Era o P três mais antigo do concelho e tinha um projeto educativo que tinha atraído muita gente até fora da freguesia. Precisava urgentemente ser requalificada e transformada em CEI e lamentava que sendo a Srª Presidente da Assembleia Municipal, Diretora Interina do Agrupamento de Escolas Carlos Amarante da qual a Escola do Primeiro Ciclo de Gualtar era a maior Escola, que efetivamente o entendimento que teve no passado com a Srª Vereadora da Educação, não se tivesse manifestado agora de forma positiva e no interesse do próprio Agrupamento. Daquela vez o telefone laranja não funcionou como quando foi para a escolha dos membros para o Conselho Geral. Para dizer também por ultimo à Srª Vereadora, lamentando aquilo que ia dizer, se a obra de requalificação da Escola do Primeiro Ciclo era cara, gostava de lhe perguntar quanto custava a ignorância? PONTO NÚMERO TRÊS - PROPOSTA DE ALTERAÇÃO À TABELA DE TAXAS E LICENÇAS PARA DOIS MIL E CATORZE. Submete-se à apreciação e votação da Assembleia Municipal, proposta do Executivo Municipal, aprovada em reunião de trinta de dezembro do ano em curso, referente à alteração da Tabela de Taxas e Licenças para o ano de dois mil e catorze, que aqui se dá por reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas. Usou da palavra o SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL para esclarecer duas questões. A primeira tinha a ver com os dados da Tabela propriamente ditos. Teria sido distribuída a todos os Grupos Parlamentares uma Tabela distinta daquela que constava da minuta e isso prendia-se com o facto de terem sido hoje alertados pelos serviços que no cálculo que fizeram da aplicação de um dos fatores de utilização que constava na proposta base, não terem utilizado o valor correto, portanto em vez de usarem os dois por cento que constava da proposta, tinham utilizado zero vírgula dois por cento, estando os valores incorretos e agora estavam ali os valores reais da atualização. Como era referido na proposta foram feitas reduções nalguns casos substanciais de algumas taxas. Manteve-se o critério que decorria do Regulamento de Taxas que dizia no seu artigo vigésimo quinto relativamente à atualização que “as taxas e outras receitas municipais previstas na tabela anexa serão atualizadas ordinária e anualmente em função dos índices de inflação publicados pelo Instituto Nacional de Estatística acumulados durante doze meses, contados de outubro a setembro do ano seguinte”. Ora, fazendo esse cálculo, nos termos do Regulamento, para o período em apreço, decorreu daí aquela taxa de dois por cento que constava da proposta de atualização. Para considerarem qualquer outra taxa de atualização que não aquela, teriam que começar por alterar o Regulamento da Tabela de Taxas e Licenças. Posta à votação foi a presente proposta aprovada com quarenta e três votos a favor, três votos contra e restantes abstenções. Para apresentar uma Declaração de Voto, usou da palavra o Sr. Deputado da C.D.U., RAÚL 61 ALFREDO CARDOSO PEIXOTO DA SILVA que disse pretenderem votar em separado porque iriam votar contra o primeiro e a favor o segundo ponto. E votavam contra o primeiro, como sempre votaram contra o primeiro apresentado pelo P.S. nas anteriores vereações, por o critério ser exatamente o mesmo, ou seja, de aplicar uma taxa de inflação, sendo certo que como sempre disse nas anteriores votações, a taxa de inflação não tinha nada a ver com os critérios de cálculo de valor dos preços dos serviços prestados pela Câmara Municipal, na medida em que grande parte desses preços se reviam do trabalho das pessoas e como toda a gente sabia o custo de trabalho não só não aumentou, como diminuiu. Aquilo era irrealista e como irrealista era até ilegal a aplicação. Votaram contra as anteriores taxas. Votaram contra esta taxa pelos mesmos motivos. Tinha em consideração que o Sr. Presidente prometeu alterar as taxas, fazer uma revisão das taxas. E ali era preciso dizer-se que era urgente rever as taxas municipais, porque as populações não estavam a pagar os serviços que as Câmaras prestavam. E não era naquela. Era em todas. Estavam através das taxas a financiar os custos que a Câmara Municipal queria arrecadar através dessas taxas. Era incrível, se fizessem um termo comparado das taxas aplicadas nas diversas Câmaras na disparidade dos custos existentes, quando era certo que praticamente os mesmos custos eram equivalentes de Câmara para Câmara. No entanto, os custos com a população paga pelas taxas era uma coisa completamente disparatada. Era urgente fazer-se uma revisão não só do Regulamento, onde se devia aplicar um dos tais cálculos matemáticos que não fazia a mínima ideia como eram, mas que existiam, para verificar o preço do custo dos serviços a prestar e efetivamente pôr, de uma vez para sempre, os munícipes a pagar aquilo que deviam e não aquilo que era necessário às Câmaras Municipais. Uma das questões era exatamente até a do segundo ponto, a redução que a Câmara fazia em relação à inspeção dos elevadores. Se comparassem os preços pagos nas diversas Câmaras por aquilo, era de uma pessoa ficar envergonhada. Agora, aqui em Braga, aquele preço não estava correspondente a um serviço pago pela Câmara. A EPEL ganhou um concurso e recebia da Câmara Municipal xis pela inspeção dos elevadores. A população não podia pagar mais do que isso. E supunha que o que estavam ali a ver era mais de cem por cento acima disso. PONTO NÚMERO QUATRO - TAXA MUNICIPAL DE DIREITOS DE PASSAGEM. Submete-se à apreciação e votação da Assembleia Municipal, proposta do Executivo Municipal, aprovada em reunião de nove de dezembro em curso, referente à Taxa Municipal de Direitos de Passagem, em que propõe a fixação, nos termos da alínea b), número dois do artigo centésimo sexto da Lei número cinco barra dois mil e quatro, de dez de fevereiro, em zero vírgula vinte e cinco por cento. Posta à discussão usou da palavra a Srª Deputada da C.D.U., BÁRBARA SECO DE BARROS para dizer que a Lei número cinco de dois mil e quatro, aprovada por PS, PSD e CDS, veio criar, genericamente, a taxa municipal de direitos de passagem e estabeleceu a possibilidade de os municípios a criarem em concreto para ter aplicação nos seus territórios. De acordo com a referida lei, a taxa municipal de direitos de passagem era determinada com base na aplicação de um percentual sobre cada fatura emitida pelas empresas que fornecessem redes e serviços de comunicações eletrónicas acessíveis ao público, em local fixo, sendo incluído nessa fatura o valor da taxa a pagar pelo consumidor. Apesar de ter como objetivo a fixação de contrapartidas pelo uso do domínio público municipal (o uso do solo ou subsolo), com as quais estavam claramente de acordo, a taxa em questão acabava por fazer recair o ónus do seu pagamento no cidadão consumidor dos serviços de comunicações, sendo o seu valor determinado pela aplicação de critérios que nada tinham que ver com 62 aquela utilização. Tratava-se de uma prestação tributária cobrada ao sujeito errado. A utilização do domínio público era levada a cabo pelos operadores que exploravam as infraestruturas físicas de comunicações e que eram os beneficiários diretos dessa atividade económica. Teriam de ser eles, por isso, os responsáveis pelo pagamento da taxa municipal de direitos de passagem. Por estes motivos, o grupo municipal da CDU votaria contra esta proposta, sublinhando a sua posição de fundo relativamente à aplicação desta taxa, que recaía sobre os consumidores, penalizados já quanto bastava pelos outros impostos a seu cargo e os seus consecutivos aumentos, em vez de serem responsabilidade, como deveriam ser, das empresas de telecomunicações. Posta à votação foi a presente proposta aprovada com os votos contra da C.D.U. e da C.E.M.. PONTO NÚMERO CINCO - PROPOSTA DE ISENÇÃO DE TAXAS MUNICIPAIS A TODAS AS FREGUESIAS E ASSOCIAÇÕES DE FREGUESIAS DO CONCELHO DE BRAGA. Submete-se à apreciação e votação da Assembleia Municipal, proposta do Executivo Municipal, aprovada em reunião de vinte e cinco de novembro último, referente à isenção de liquidação de taxas municipais a todas as freguesias e associações de freguesias do concelho de Braga, nos termos do disposto no artigo oitavo do regulamento da tabela de Taxas e Licenças. Posta à votação foi a presente proposta aprovada por unanimidade. PONTO NÚMERO SEIS - PROPOSTA DO EXECUTIVO MUNICIPAL COM VISTA À AUTORIZAÇÃO PARA A PRÁTICA PELA CÂMARA MUNICIPAL DE ATOS DA COMPETÊNCIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL. Submete-se à apreciação e votação da Assembleia Municipal, proposta do Executivo Municipal, aprovada em reunião de vinte e dois de novembro do ano em curso, com vista à autorização para a prática pela Câmara Municipal de atos da competência da Assembleia Municipal. Neste ponto da ordem de trabalhos usou em primeiro lugar da palavra o Sr. Deputado da C.E.M., MANUEL CARLOS FERREIRA DA SILVA para realçar que perante aquele pedido de autorização para a prática pela Câmara Municipal de atos da competência da Assembleia Municipal, consideravam que de todos os pontos, apenas um, o ponto seis, empréstimos a curto prazo, votariam favoravelmente. Entendiam que não deveria ser autorizada essa prática, por acharem que deveria ser valorizado papel da Assembleia Municipal como órgão deliberativo máximo na Autarquia e, sobretudo, por aquela proposta ao solicitar a delegação de competências importantes, relevantes, nos outros pontos, lhes parecer não dever ter a aprovação da sua parte. Por isso sugeriam a votação separadamente. Depois interveio o Sr. Deputado da C.D.U., RAÚL ALFREDO CARDOSO PEIXOTO DA SILVA para também solicitar a votação em separado aqueles pontos porque, como era costume, votavam sempre favoravelmente o ponto número seis, empréstimo a curto prazo. Até hoje tinham votado também favoravelmente a delegação de competências da Câmara Municipal para a Junta de Freguesia, só que a presente Lei veio alterar radicalmente todo aquele processo e aí incluía-se as delegações de competências para a Câmara Municipal do Estado; entre a Câmara Municipal e as entidades intermunicipais e das Câmaras Municipais para as Juntas de Freguesia, a delegação de poderes e os contratos de execução em relação às delegações legais para as Juntas de Freguesia. E porquê? Porque o que agora tinham que analisar não era uma simples delegação de competências da Câmara numa Freguesia com as verbas correspondentes que poderiam ser negociadas com a Câmara e com a Freguesia que seriam aceites ou não, era algo de procedimento normal. Agora tudo aquilo envolvia, e estava a falar dos contratos em geral, a existência de um contrato para celebrar essas delegações de competências. E esses contratos tinham que ser 63 precedidos de estudos feitos para justificar os contratos. E quer os contratos, quer a revogação dos próprios contratos, tinha sempre que ser invocado o interesse público para se poderem executar. Ora, era matéria de mais para que a Assembleia Municipal se pudesse eximir dessa responsabilidade. Era evidente que a Assembleia Municipal tinha obrigação e competência de fiscalização desses atos. A Assembleia Municipal não podia delegar esses atos em quem quer que fosse, muito menos na Câmara Municipal, que era a entidade fiscalizada. Portanto se iriam dar uma autorização genérica para que a Câmara cumprisse, sem vistoria prévia da Assembleia Municipal, esses atos, o que estavam pura e simplesmente a dizer que renunciavam à obrigação que tinham de fiscalizar todos esses contratos e todos esses serviços. E perguntava como era que uma Assembleia Municipal podia recusar cumprir as suas obrigações? Não podia de maneira nenhuma. Pelo que, para além de politicamente incorreto, parecia-lhe legalmente extremamente duvidoso. O mesmo se passava em relação à venda de imóveis, que sempre votaram contra. E, o ano passado, deram-lhes razão. O Sr. Deputado há bocado, foi referir o escândalo da compra dos prédios adjacentes às Convertidas. Mas o problema desses prédios, pelo valor que levantavam, que a compra quer a venda, eram extremamente importantes para a política da cidade. E outra coisa muito concreta, quer fosse a compra quer fosse a venda, eram matérias extremamente melindrosas que não podiam ser resolvidos nas quatro paredes de um gabinete. Tinham que ter uma discussão pública. A cidade tinha o direito de ter acesso à discussão e de ter o conhecimento aprofundado dessa discussão. Mas mais, a Câmara Municipal podia alienar bens nesse valor contando que eles estivessem no Plano da Câmara Municipal e tivessem sido votados na Assembleia por dois terços dos Deputados. Então como era que por uma maioria simples iam dar muitos mais poderes à Câmara Municipal, quando a Lei nem sequer previa esses poderes? Se ela punha um limite para a alienação e não dizia nada para a aquisição, como era que com uma maioria simples iriam atribuir esse direito à Câmara Municipal? Agora, o problema concreto era político. Essas compras e essas vendas, pela importância que tinham, não poderiam ser resolvidas no segredo dum gabinete presidencial ou num gabinete das Câmaras Municipais. Tinha que ser um ato público e não podiam de maneira nenhuma renunciar a essa obrigação de fiscalização dos atos, pelo que também ali lhe parecia, mais uma vez ilegal, que a Câmara pudesse dar sem averiguar, contrato a contrato, condição a condição, requisitos essenciais, nomeadamente o interesse público, se efetivamente a Câmara pudesse fazer o que queria sobre aquelas matérias. Mais uma vez pedia a votação em separado. Outra intervenção foi registada, agora pelo Sr. Deputado do P.S., BENTO FERRAZ GOMES DE FARIA para referir que o P.S. também pedia a votação em separado, conforme as duas intervenções anteriores, por entenderem que apenas o ponto seis poderia ser votado favoravelmente, por razões de legalidade. Embora a proposta enunciasse que a Câmara Municipal solicitava à Assembleia autorização genérica para a prática dos atos, nos termos da respetiva legislação habilitante, não encontraram na legislação e nomeadamente agora com a Lei setenta e cinco de dois mil e treze, cabimento legal para a delegação ou autorização genérica. Concordavam totalmente com o que disse o Sr. Dr. Raúl Peixoto na sua anterior intervenção, que isso significaria demitirem-se das suas responsabilidades e portanto estarem a cometer uma ilegalidade, porque a partir daí poderia também dizer-se que relativamente ao Orçamento e ao Plano de Atividades poderia a Câmara sozinha aprovar porque não havia qualquer distinção. Relativamente ao ponto seis sim, a própria Lei dizia que a autorização podia ser anual. Por isso, votariam contra com a exceção do ponto seis. Para se pronunciar sobre o mesmo 64 ponto da ordem de trabalhos, usou da palavra o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA, que disse que sobre a proposta e análise aquilo que queriam dizer era que aquelas matérias já foram discutidas no passado e nem sempre alguns desses aspetos foram pacíficos. No entanto queria dizer duas coisas, em primeiro lugar, ao votarem favoravelmente a proposta faziam-no na convicção de que era um instrumento importante para a operacionalização da atividade do Município. Em segundo lugar, partindo do princípio que os serviços jurídicos do Município validaram a legalidade daquilo que ali estava apresentado. Naturalmente que tais matérias poderiam justificar intervenções divergentes, ainda mais sabendo quão ricas eram as intervenções jurídicas que se poderiam fazer acerca daqueles documentos. Em qualquer dos casos davam o seu voto de confiança em relação ao Executivo e relembrava ali não ao Sr. Deputado que o antecedeu em termos de intervenção, mas muitas daquelas matérias, mesmo em formulações similares e que não contendiam com as alterações introduzidas pela nova Lei, já foram também defendidas e votadas pelo próprio P.S., sem que as alterações verificadas pelas alterações legislativas viessem pôr em causa aspetos habilitantes em relação àquela mesma matéria. Em qualquer dos casos compreendia que o Sr. Deputado do P.S. que muito respeitava e admirava como grande jurista da praça que era compreendia a sua posição e respeitava-a, mas tinham uma opinião diferente e divergente que iriam sustentar através de uma votação favorável. Posta à votação foi a referida proposta votada da seguinte forma: “Alínea A) – Contratos de delegação de competências e acordos de execução: Um - Celebração de contratos de delegação de competências entre a Câmara Municipal e o Estado, e entre a Câmara Municipal e a Entidade Intermunicipal, bem como a respetiva resolução e revogação, nos termos das alíneas k) e l) do número um do artigo vinte e cinco da Lei número setenta e cinco barra dois mil e treze, de doze de Setembro; Dois - Celebração e denúncia de contratos de delegação de competências entre a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia, bem como a respetiva resolução e revogação, nos termos das alíneas k) e l) do número um do artigo vinte e cinco da Lei número setenta e cinco barra dois mil e treze, de doze de Setembro; Três - Celebração de acordos de execução entre a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia, bem como a respetiva resolução, nos termos das alíneas k) e l) do número um do Artigo vinte e cinco da Lei número setenta e cinco barra dois mil e treze, de doze de Setembro. Aprovada com quarenta e nove votos a favor, vinte e um votos contra e três abstenções; Alínea B) – Encargos orçamentais e compromissos plurianuais: Quatro - Abertura de procedimentos relativos a despesas que deem lugar a encargo orçamental em mais de um ano económico ou em ano que não seja o da sua realização, designadamente com a aquisição de bens e serviços, contratos de empreitada, locação financeira ou compra e prestações com encargos, nos termos do número um e número seis do artigo vinte e dois do Decreto-Lei número cento e noventa e sete barra noventa e nove, de oito de Junho; Cinco - Assunção de compromissos plurianuais, independentemente da sua forma jurídica, incluindo novos projetos de investimento ou a sua reprogramação, contratos de locação, acordos de cooperação técnica e financeira com municípios e parcerias públicoprivadas, desde que respeitadas as regras, procedimentos e requisitos legais de execução de despesas, nos termos da alínea c) do número um do artigo sexto da Lei número oito barra dois mil e doze, de vinte e um de fevereiro. Aprovada com quarenta e quatro votos a favor, com vinte e um votos contra e com nove abstenções; Alínea C) – Empréstimos a curto prazo: Seis - Contração de empréstimos de curto prazo, durante o período de vigência do orçamento, para ocorrer a eventuais dificuldades de tesouraria, nos termos do número um e 65 número dois do artigo cinquenta da Lei número setenta e três barra dois mil e treze, de três de setembro. Aprovada por unanimidade; Alínea D) – Aquisição de bens imóveis: Sete - Aquisição de bens imóveis de valor superior mil vezes a RMMG, e fixação das respetivas condições gerais, desde que seja precedida de relatório devidamente fundamentado e se mostre necessária à prossecução de finalidades municipais, nos termos da alínea i) do número um do artigo vinte e cinco da Lei número setenta e cinco barra dois mil e treze, de doze de setembro. Aprovada com quarenta e cinco votos a favor, vinte e um votos contra e oito abstenções. PONTO NÚMERO SETE - PROPOSTA DE SUSPENSÃO PARCIAL DO PDM DE BRAGA E CONSEQUENTES MEDIDAS PREVENTIVAS PARA PROTEÇÃO E SALVAGUARDA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUAS DAS SETE FONTES. Submete-se à apreciação e votação da Assembleia Municipal, proposta do Executivo Municipal, aprovada em reunião de nove de dezembro em curso, referente à suspensão parcial do PDM de Braga e consequentes medidas preventivas para proteção e salvaguarda do Sistema de Abastecimento de Águas das Sete Fontes, do século dezoito, classificado como Monumento Nacional. Neste ponto da ordem de trabalhos o Sr. Deputado do P.S., BENTO FERRAZ GOMES DE FARIA ausentou-se do Auditório por conflito de interesses. A palavra foi então dada à Srª Deputada da C.E.M., PAULA CRISTINA BARATA MONTEIRO DA COSTA NOGUEIRA para dizer que saudava vivamente aquela decisão da suspensão do PDM no que dizia respeito às Sete Fontes, por entenderem que dessa forma se dava realmente um passo em frente para o início da defesa de um público com a perenidade de Sete Fontes e que se podia estruturar uma preservação que estava seguramente muita para lá daquilo que era a própria ZEP. E, sobretudo também, porque estavam em crer que essa suspensão iria definitivamente livrar-nos não só da construção de edificado que poria em causa todo esse património, mas também da malfadada variante à Estrada Nacional cento e três que certamente teria outras alternativas após a divulgação dos vários estudos que estavam a decorrer e que mostrariam a amplitude total do seu património também geológico e hidrográfico e, a partir daí, poderem estruturar uma preservação do monumento em toda a sua amplitude. Obviamente, como não podia deixar de ser o seu voto seria favorável. Passou a intervir o SR. PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE GUALTAR, JOÃO ANTÓNIO DE MATOS NOGUEIRA para dizer que o P.S. iria votar favoravelmente aquele ponto, não podendo deixar de o fazer depois de já no anterior mandato ser aprovado quer em reunião de Câmara quer em Assembleia Municipal os termos de referência. Termos de referência que definiram não só a área de intervenção, mas que também preparou alguns estudos que já estiveram e estariam no terreno, nomeadamente no levantamento arqueológico e até no levantamento hidrológico. E lembrar ainda que no anterior mandato já o Vereador responsável por essa área efetivamente tomou caminho relativamente a essa suspensão. Deu conta de um despacho favorável no sentido de se suspender o PDM para a referida zona que era efetivamente para os socialistas uma zona sensível e uma zona que o P.S. desde há muitas dezenas de anos tinha vindo também a cuidar através da Agere. Disse ainda que na apresentação feita do PDM numa reunião em que estava presente o Sr. Presidente da Câmara e que foi liderada pelo Vereador Miguel Bandeira, tiveram o cuidado de também transmitir ao Sr. Presidente da Câmara que as freguesias que entre si dividiam o território das Sete Fontes, de forma informal, reuniram para efetivamente dar uma colaboração mais estreita e fazer sentir aquilo que podia ser uma real defesa dos interesses não só em termos da natureza, em termos do sistema hidrológico, mas também das cabeceiras, também dos acessos e também 66 da habitação ali existente. E, por isso, pedia ao Sr. Presidente e ao Sr. Vereador Miguel Bandeira que autorizassem que essas três freguesias, e pedia liberdade para falar em nome delas, que se constituíssem como uma espécie de grupo, que assistisse mais de perto a toda a elaboração desse plano. O trabalho de casa foi feito por essas freguesias. O P.S. também entendeu e não era de agora que efetivamente a suspensão seria o melhor caminho para que a defesa desse monumento e do seu enquadramento tivesse efetivamente efeito e fosse no interesse das populações. Só se conseguiria defender os interesses desses sistemas eco ambientais se as populações também estivessem de acordo e vissem que essa defesa passava também pela defesa dos seus interesses. Foi por isso entenderam que aquela suspensão foi positiva, saudavam-na e iriam votar favoravelmente. Sobre a mesma matéria pronunciou-se ainda o Sr. Deputado do C.D.S.-P.P., GONÇALO NUNO LOPES DE CASTRO PIMENTA DE CASTRO tendo na circunstância referido que a presente declaração do Grupo Municipal do CDS-PP vem no sentido de se congratular e felicitar o executivo da Câmara Municipal de Braga, na pessoa do seu Presidente o Dr. Ricardo Rio, pela suspensão do Plano Diretor Municipal de Braga na área do Complexo das Sete Fontes, lembrando que anteriormente era considerada urbanizável. Gostariam de lembrar e agradecer àqueles que, ao longo dos anos, nunca deixaram de lutar pela preservação deste magnífico lugar, nas pessoas do Professor Miguel Bandeira da ASPA – Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação do Património Cultural e Natural; Dr. Firmino Marques como Presidente da Junta de Freguesia de S. Victor; Dr. Ricardo Silva da Jovemcoop – Jovem Cooperante / Cultura; Dr. Ricardo Rio, como Vereador e, atualmente, Presidente da Câmara, que nunca se esqueceu de manter o assunto da preservação do Complexo das Sete Fontes visível, cumprindo com esta decisão (mais uma vez) uma das suas promessas da campanha eleitoral. Gostaria, também, de deixar ali um apontamento para uma homenagem a promover pela Câmara Municipal de Braga, a Jacinta Ferreira, promotora e primeira subscritora da Petição pela Salvaguarda das Sete Fontes, que infelizmente faleceu a quinze de dezembro de dois mil e doze, não podendo assistir ao momento que agora estavam a congratular e que por ele combateu. Evidentemente não poderia de deixar passar aquela que foi, também, a luta do CDS-PP de Braga pela proteção e preservação desse complexo histórico/arqueológico e do seu respetivo aquífero, bem como de toda a zona da sua envolvência ao longo dos anos. Relembrava todas as intervenções em sede de Assembleia Municipal realizadas pelos seus membros; os artigos publicados em vários órgãos da comunicação social durante anos; as ações específicas de sensibilização e chamada de atenção, como foi o caso da “Caminhada pelas Sete Fontes” em que participaram e cuja organização pertenceu à ASPA, Junta de Freguesia de S. Victor e Jovemcoop; as visitas ao local do Dr. Telmo Correia e do Dr. Nuno Melo; o pedido de esclarecimento do Deputado Nuno Melo ao Ministério da Cultura, através do IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico) e à Direção Regional de Cultura, sobre os trabalhos de preparação dos terrenos para o futuro hospital de Braga e a alegada falta de salvaguarda dos bens arqueológicos existentes naquele local. Mas, tinha que sublinhar, uma vez que tinham a honra e o benefício de o ter no seu atual executivo camarário, o papel do Eng.º Altino Bessa que por sua iniciativa parlamentar enquanto Deputado eleito por Braga, apresentou em vinte e oito de setembro de dois mil e dez na Assembleia da República, o Projeto de Resolução número duzentos e setenta barra onze barra segunda, em que “Recomenda ao Governo a conclusão do processo de classificação do complexo monumental das Sete Fontes”, que foi aprovado por unanimidade em sete de outubro de dois mil e 67 dez na Assembleia da República Portuguesa. Por força desta proposta, em vinte e cinco de maio de dois mil e onze, foi publicado, finalmente, o Decreto número dezasseis barra dois mil e onze, que classificou como monumento nacional, entre outros, o sistema de abastecimento de águas à Cidade de Braga do século dezoito, designado por “Sete Fontes”. Dissesse-se em nome da história que o Bloco de Esquerda apresentou uma proposta no mesmo sentido da do CDS-PP a seis de outubro de dois mil e dez. O mesmo Altino Bessa, em novembro de dois mil e doze (já o local das Sete Fontes estava classificado como monumento nacional), apresentou um requerimento ao Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território, para que este solicita-se junto da Câmara Municipal de Braga e da GNR (Guarda Nacional Republicana), através do SEPNA (Serviço de Proteção do Ambiente e Natureza), a identificação dos autores das descargas de lixo efetuadas entre os Bairros da Alegria e das Sete Fontes; assim como, que informasse o Ministério das diligências que a Câmara Municipal de Braga realizasse ou pensasse realizar. Essas ações em cima descritas, desenvolvidas pelos intervenientes identificados e por muitos outros, contrapunham-se às ações promovidas pelo anterior executivo do Partido Socialista e pelo seu Presidente, de abandono e desinteresse, pelas omissões sobre aqueles atos que eventualmente eram lá praticados e também sobre a forma como muitas vezes se criticavam quem, com “unhas e dentes”, defendia esse local com todas as suas forças e empenho. Responsabilidades para o futuro? Eram muitas, mas compreendia a falta de recursos financeiros que o nosso Município tinha, fruto da gestão desastrosa do anterior executivo socialista, bem espelhada no orçamento que ali votaram, o que limitava em muito qualquer ação direta neste momento. Mas tinham de ser imaginativos e abertos à sociedade em geral, propondo, por exemplo, um concurso de ideias para aquele local, procurando fontes de financiamento externas, privadas, comunitárias ou públicas. Braga e os bracarenses mereciam o parque eco monumental das Sete Fontes. Por essas razões o Grupo Municipal do CDS-PP iria votar favoravelmente a proposta. Interveio de seguida o SR. PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE SÃO VÍTOR, RICARDO JORGE PEREIRA DA SILVA. Era com particular regozijo que hoje se dirigia àquela Assembleia para abordar o tema da suspensão parcial do Plano Diretor Municipal (PDM) e consequentes medidas preventivas para a proteção e salvaguarda do Sistema de Abastecimento de Águas das Sete Fontes, do século dezoito, classificado como Monumento Nacional em dois mil e onze. A obra construída no século dezoito era uma amálgama de ações produzidas em séculos anteriores, como confirmavam “Os vestígios agora encontrados de uma ocupação de época romana tardia e suevo-visigótica relacionados com a exploração agrária na zona das Sete Fontes que vêm, assim, confirmar a existência de um povoamento rural contemporâneo da Bracara Augusta romana e da Bracara suevo-visigótica, relevando o facto de, pela primeira vez para esses períodos, se reconhecerem vestígios materiais da armação das encostas em socalcos, de sistemas de rega e de uma provável construção do tipo edificável. Por sua vez, a análise da estratigrafia construtiva proporcionada pelos levantamentos das estruturas hidráulicas designadas Gémea dois, Respiro dois e respetivas galerias, bem como da chamada Mina da Preta, permitiu identificar várias fases de construção, ampliação e melhoramento do sistema de captação de água das Sete Fontes, relevando uma fase monumental atribuível aos finais da Idade Média, muito provavelmente da iniciativa do arcebispo Dom Fernando da Guerra (mil quatrocentos e vinte e oito-mil quatrocentos e trinta e três).” Conclusões do levantamento promovido ao abrigo do projeto Loteamento das Sete Fontes, Braga. Os sucessivos escorrimentos de 68 água, a construção do Novo Hospital, a estrada de acesso ao equipamento hospitalar, a edificação de vários equipamentos habitacionais, escolares e comerciais provaram, pelo volume de terras e desordenada construção, a importância do local, que a cada ação fazia perder um pouco da sua história, dado que nada se fez para proteger o património, lembrando a derrocada de respiros e as padieiras fraturadas que podiam provocar o desabamento das galerias. Foi pedido, por todos os movimentos de defesa das Sete Fontes, por várias vezes, que se procedesse à intervenção nos rebocos e argamassas das estruturas, pedido que nunca foi atendido. Mas se o património edificado marcava a paisagem, este ganhava importância precisamente pela zona onde se situava. O Vale das Sete Fontes, outrora mais verde, ainda hoje tinha no seu coração uma mancha de árvores e de espécies vegetais que importava proteger. Este coração esteve prestes a ser subtraído, num ataque vil e ambientalmente inconsequente, que cobardemente promoveu o indiscriminado abate de árvores na Zona Especial de Proteção das Sete Fontes, em setembro de dois mil e onze. Um primeiro ataque foi parado pelas forças policiais, esperando-se que a Câmara Municipal de Braga cumprisse a Portaria quinhentos e setenta e seis de dois mil e onze que instituiu a ZEP e declarava: " garantir a proteção do Monumento Nacional designado "Sistema de Abastecimento de Águas à Cidade de Braga no século dezoito (Sete Fontes de S. Victor) " e do espaço envolvente, com destaque para a proteção do vale em que se localiza o sistema e as suas colinas com relação paisagística direta." Dado que a Câmara Municipal de Braga não atuou em tempo útil…quinze dias depois, a vinte de setembro, o proprietário deu instruções à empresa madeireira para continuar a deitar as árvores abaixo. E só depois de nova denúncia da Junta de Freguesia de São Victor junto da Direção Regional de Cultura do Norte que obrigou a Câmara Municipal de Braga a embargar o abate de árvores, foi possível estancar a delapidação do património vegetal das Sete Fontes. Não menos importante, e porque era pela presença da água que as Sete Fontes, enquanto estrutura de captação e distribuição, foram construídas, importava lembrar o mau trato a que aquele recurso foi votado. As sucessivas construções que invadiram os terrenos das Sete Fontes punham em causa a abundância e a qualidade dos mananciais de água. Água que era, tão só, sinónimo de vida, já que no corpo humano a água era o principal constituinte (entre setenta por cento a setenta e cinco por cento), e a água cobria cerca de setenta e um por cento da superfície do planeta Terra. A defesa da água nunca foi promovida, consubstanciada pela recusa da AGERE em efetuar as análises à qualidade da água da Bica Pública das Sete Fontes; Podiam lembrar, ainda, o caso da construção de um prédio que destruiu uma mina ou as conclusões do estudo hidrogeológico, que a Câmara Municipal de Braga foi pressionada a promover, que detetou remoções de terras em “locais estratégicos” das Sete Fontes, o que podia, a qualquer altura, provocar aluimentos naquele monumento nacional setecentista. Por isso, analisando a proposta de suspensão parcial do PDM, importava dizer: “ATÉ QUE ENFIM”, até porque os movimentos de defesa das Sete Fontes pediram essa ação ao anterior executivo, pediram que se realizasse um Plano de Pormenor e Salvaguarda, previsto na lei, para o Monumento e nunca obtiveram resposta. Era sinal de confiança e de trabalho sério um executivo que, em três meses, tomou a medida que outrora, outro executivo se recusou a cumprir. A área de suspensão incidia, sensivelmente sobre sessenta e dois hectares, que balizava a Zona Especial de Proteção. Era coerente, finalmente, admitir que os índices construtivos para ali previstos não eram compatíveis com a proteção das Sete Fontes, nem tão pouco compagináveis com o atual crescimento demográfico ou necessidades construtivas. A adoção das 69 medidas preconizadas pelo atual executivo visavam salvaguardar as condições físicas existentes e não comprometendo as opções de enquadramento urbanístico, paisagístico e de salvaguarda do Monumento Nacional. A presente suspensão parcial do PDM visava promover a proteção, valorização e salvaguarda do referido sistema de abastecimento de água, bem como acautelar o ordenamento urbanístico dessa área. Esperava-se que a revisão do PDM pudesse prever regras mais restritivas, bem como estabelecer um índice de utilização mais baixo do que previsto. Era louvável que essas medidas preventivas abrangessem mais de sessenta e dois hectares, vincando a força da ZEP, reforçando pontos mais sensíveis e onde ainda era possível agir de forma coerente e estruturada. A suspensão de operações de loteamento, o terminar das simples comunicações de obras de construção civil à Câmara Municipal de Braga, bem como não permitir as remoções de terras, plantação e destruição dos solos era algo para louvarem, porque essa era a forma correta de planear, proteger e ordenar uma zona sensível. Esperava-se que essa forma vigorasse, não deixando esse procedimento cair pelas pressões ou pelo facilitismo processual. Congratulava a coragem da medida implementada, porque revelava mais do que sensatez, um elevado sentido de responsabilidade para com as pessoas, para com os compromissos assumidos pelo atual executivo, que reforçava, assim, a vontade de cuidar das pessoas e dos valores da cidade. Lembrava que havia horizontes a não perder de vista. Exigiase que aquela suspensão desse origem a um bom plano de pormenor e salvaguarda e que permitisse a constituição do tão esperado Parque Verde da Cidade, lembrando a necessidade de dar continuidade aos trabalhos arqueológicos, ao estudo e ordenamento das espécies vegetais e valorizar o património classificado, a partir de intervenções físicas, tais como rebocar as paredes das galerias, consolidar as padieiras, e outras ações preventivas. Porque as Sete Fontes eram sinónimo de vida e de participação cívica, continuariam a reivindicar medidas que valorizassem Braga. A palavra foi dada à Srª Deputada da C.D.U., CARLA MARIA DA COSTA E CRUZ que começou por revelar que a C.D.U. se congratulava por ver chegar àquela Assembleia uma proposta de suspensão do PDM de Braga e a implementação de medidas preventivas na área relativa ao Plano de Pormenor das Sete Fontes. Lembravam que não fazia sequer um ano que viram naquele mesmo órgão reprovar uma proposta de recomendação, com origem no grupo municipal da CDU, com o objetivo de compelir a Câmara Municipal de Braga a tomar a iniciativa que tinham agora de sufragar. Consideravam que a atual proposta era não só oportuna, como premente. Era oportuna não porque existia uma nova correlação de forças na Câmara Municipal de Braga e na Assembleia Municipal de Braga, onde aqueles que votaram favoravelmente a sua proposta em trinta de abril de dois mil e treze se encontravam agora em condições de a aprovar, aliás porque o PS que na altura votou contra aparecia agora, na Câmara Municipal de Braga, a aprovar essa iniciativa. Era oportuna, como o era em abril de dois mil e treze, por ser a única forma de impedir que ocorressem operações urbanísticas, a sua autorização ou simplesmente a informação prévia relativa a parâmetros de edificabilidade para os vários terrenos. Era oportuna e premente por ser a única ferramenta, ao dispor da Câmara Municipal de Braga, que podia impedir situações de facto que alterassem o uso e ocupação do solo naquele território, como podia impedir operações especulativas com o objetivo único de elevar o preço do solo, onerando qualquer solução de reabilitação do monumento e sua fruição pela população da cidade. Lembravam também que todas as ações cuja proibição estava prevista no regulamento eram lícitas à luz do PDM em vigor, que previa para aquela área os mais elevados índices de construção do município. Lembravam também que o 70 governo, na altura do PS, que fixou a Zona Especial de Proteção através de uma portaria vazia que apenas afirmava a existência da ZEP e os seus limites, escusando-se a definir e especificar zonas “non aedificandi” ou outras previstas na lei. Era claro que com isso o governo procurou não assumir quaisquer encargos com expropriações ou indemnizações a pagar e passou para a Câmara Municipal de Braga, entidade responsável pela conservação, pelo restauro e uso do monumento, esse mesmo ónus. A CDU votaria, obviamente, a favor a proposta, mas entendia que ela não encerrava a já longa luta pela salvaguarda das Sete Fontes. Aquela era uma medida temporária e apenas se podia prolongar até um horizonte muito limitado. Importava que o Plano de Pormenor das Sete Fontes fosse de facto realizado e que incorporasse o previsto para os planos de pormenor de salvaguarda. Importava que a revisão do PDM de Braga reclassificasse o essencial, os solos daquela área, para classes não edificáveis. E, importava que de imediato se promovesse a consolidação e a segurança do monumento. Posta à votação foi a presente proposta aprovada por unanimidade e aclamação. Usou da palavra o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO ALBERTO GRANJA DOS SANTOS SILVA para registar, em Declaração de Voto, aquele momento histórico em que se conseguiu naquela Câmara uma unanimidade naquele que não era, como alguém disse, um momento de chegada, mas um momento de partida para se fazer algo que julgava ser consensual na sociedade Bracarense. Mas até há bem pouco tempo, isso não foi possível. E não foi possível pela vontade que obstaculizou a que aquilo fosse feito do P.S.. E se naquele momento saudavam a cambalhota do P.S., que era positiva, não podiam deixar de apagar a memória e as responsabilidades em relação a essa matéria. O Ricardo Silva identificou bem muitos dos prejuízos que já não iam a tempo de conseguir evitar, porque só ao fim de trinta e seta anos foi que perceberam que aquele era o caminho a tomar de facto. E se um dos grandes problemas que tiveram, que tinham e iriam ter que continuar a gerir que era a capacidade de edificação máxima que tinha valor, que tinha dificuldade de gerir, essa responsabilidade política devia-se, deveu-se e continuaria a dever-se a uma responsabilidade política do P.S.. Ainda bem que mudaram de posição. Mudaram bem. Mas a história não se apagava e os Socialistas ficariam amarrados, para sempre, às responsabilidades, às atrocidades e à falta de responsabilidade com que geriram esse “dossier”. PONTO NÚMERO OITO - CONTRATAÇÃO POR TEMPO DETERMINADO, NA MODALIDADE DE CONTRATO DE TRABALHO A TERMO CERTO, A TEMPO PARCIAL, DE TÉCNICOS ESPECILAMENTE HABILITADOS PARA AS ATIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR. Submete-se à consideração da Assembleia Municipal, para aprovação, a proposta de abertura do procedimento concursal comum, destinado à contratação de quarenta técnicos das atividades de enriquecimento curricular. Posta à votação foi a presente proposta aprovada por unanimidade. Interveio a Srª Deputada da C.D.U., CARLA MARIA DA COSTA E CRUZ para, em Declaração de Voto, dizer que a sua bancada votou favoravelmente a proposta por considerar ser necessário que fossem colocados os professores nas AEC’s para que fossem providenciadas as atividades, porque hoje se estava já no segundo período letivo e havia ainda muitas crianças que não tinham o inglês e tinha que ser agilizado esse concurso. Mas também não podiam deixar ali de alertar para dois aspetos que já tinham observado aquando da anterior sessão da Assembleia Municipal. Aquele Executivo, à semelhando do que tinha também acontecido com o Executivo anterior, optava por uma modalidade de contratação que era precária, pela precarização das relações laborais. Não era possível porque a uma necessidade permanente, eram necessidades permanentes, não 71 fossem dotados vínculos permanentes. Portanto o Executivo Camarário enfermava dos mesmos erros e evidentemente porque estava em linha com a política nacional, desse problema. E era, mais uma vez, a confirmação daquilo que disseram aquando da análise do Orçamento para dois mil e catorze e das Opções do Plano, uma política de continuidade. Era importante. E o novo rumo seria também providenciar essa alteração. Era verdade também que aquele problema, e não podiam de deixar ali de o dizer, decorria de uma Lei que foi aprovada, mas foi aprovada pelos partidos que os suportavam. Era uma Lei da República que pôs dificuldades na realização daquelas atividades. Mas, mais uma vez, PSD e CDS-PP foram os causadores desses problemas. Mas o que importava, naquele momento, e por estarem no segundo período, era que fosse resolvido o problema, porque as crianças precisavam, todos os alunos precisavam das atividades curriculares. PONTO NÚMERO NOVE - AUDITORIA AO MUNICÍPIO DE BRAGA RELATÓRIO DA I.G.F. – INSPEÇÃO-GERAL DE FINANÇAS. Para conhecimento da Assembleia Municipal é presente o Relatório da I.G.F. – Inspeção-Geral de Finanças relativo a uma Auditoria ao Município de Braga. PONTO NÙMERO DEZ – CONTRATOS-PROGRAMA RELATIVOS ÀS INDEMNIZAÇÕES COMPENSATÓRIAS DAS EMPRESAS MUNICIPAIS PARA DOIS MIL E CATORZE. Submete-se à apreciação e aprovação da Assembleia Municipal, nos termos do número cinco, artigo quadragésimo sétimo da Lei número cinquenta barra dois mil e doze, de trinta de dezembro em curso, os contratos-programa relativos às indemnizações compensatórias das seguintes empresas municipais: PEB – Empresa Parque de Exposições de Braga – EM BRAGAHABIT – Empresa Municipal de Habitação de Braga – EM e Sociedade Theatro Circo de Braga, E.M, S.A. para dois mil e catorze. Usou da palavra o SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL para dar nota de aspetos relacionados com os contratos-programa, tendo o primeiro a ver com uma alteração à proposta que estava em apreciação relativa ao contrato-programa com a Invest Braga, isso porque na reunião do Executivo Municipal foi votado em simultâneo com o contrato-programa uma alteração dos estatutos da empresa que alterava a sua designação e que viabilizaria que o contrato-programa fosse já celebrado com a empresa na sua nova formulação que aparecia de InvestBraga – IB Agência para a dinamização económica E.M.. A verdade era que essa proposta de alteração dos estatutos estava sujeita à apreciação da Assembleia Municipal não foi incluída na agenda daquela sessão e portanto solicitavam que a proposta de contrato-programa sofresse essa alteração, obviamente que não fosse com a IB, mas com o PEB-EM tal qual vigorava nos estatutos atuais. Relativamente aos contratos-programa em si, gostaria só de esclarecer os Senhores Deputados que eles refletiam duas coisas, por um lado, a assunção de novas responsabilidades, nomeadamente por parte da Empresa IB, ou futura IB, atual PEB, que era a da componente da dinamização económica e daí que estivesse este ano dotada com uma verba substancialmente superior à dos anos anteriores e que ainda seria acrescida com uma nova formulação de contratualização que iriam ter com as empresas municipais que visava clarificar os procedimentos contabilísticos inerentes à relação entre a Câmara e essas organizações. Assim, aos duzentos e cinquenta mil euros que ali estavam contemplados, seria depois acrescida uma verba também em termos de contratos de prestação de serviços. O mesmo sucedia, por exemplo, em relação ao Theatro Circo de Braga, em que estava apenas inscrita no contrato-programa uma verba de seiscentos e sessenta mil euros, mas como já sabiam os Senhores Vereadores do Executivo Municipal, seriam sufragados na próxima reunião do Executivo dois contratos de prestação de serviços inerentes a atividades que eram desenvolvidas pelo Theatro Circo em 72 substituição da Câmara Municipal e onde reforçaram a verba inscrita em sede de contrato-programa para valores muito semelhantes àqueles que eram inscritos nos contratos-programa dos anos anteriores. Finalmente e relativamente à Bragahabit que também foi contemplada com um contrato-programa dissesse-se que esse contrato-programa foi inclusivamente preparado e aprovado pela administração cessante e versava exatamente a mesma dinâmica em termos de atividade que a Bragahabit teve até hoje, não incorporando ainda aquilo que pretendiam vir a concretizar durante o ano de dois mil e catorze, que era o Fundo para a Reabilitação Urbana, que suscitaria dotações adicionais por parte da Câmara Municipal, mas que não fazia sentido contemplar, enquanto o próprio regulamento do Fundo estava a ser preparado pela administração não estivesse devidamente concluído. Passou a intervir o SR. PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE GUALTAR, JOÃO ANTÓNIO DE MATOS NOGUEIRA para preambularmente dizer que o Município de Braga tinha sido pioneiro na criação de empresas públicas municipais e ela foram, nos últimos catorze anos, efetivamente um grande motor parar o progresso e desenvolvimento do concelho de Braga. E eram empresas municipais devidamente sustentadas e necessárias ao desenvolvimento do Município. E desenvolveram um trabalho que era hoje reconhecido por todos os munícipes, quer nas suas mais diversas vertentes, pesasse o facto de algumas pudessem, ao longo dos tempos, o que era natural, vir a alterar o seu objeto social e corporizar dessa forma aquilo que eram as necessidades e espectativas dos munícipes de Braga. Elas estavam preparadas nomeadamente para enfrentar os desafios que a Lei cinquenta dois mil e doze assim o exigia. Contrariamente àquilo que era tão propalado no país, que as empresas públicas eram as grandes causadoras do endividamento nacional, no concelho de Braga, felizmente, todas as empresas municipais ou participadas eram empresas saudáveis, capazes de resistir àquilo que era e foi uma lei muito exigente. Uma lei que exigia um equilíbrio financeiro e esse equilíbrio financeiro soube ser feito pelos administradores dos anteriores mandatos e hoje essas empresas, de uma forma geral, estavam preparadas, estavam fortes para poder continuar a executar aquilo que era o seu objeto social. Portanto iriam ter votações diferentes, o P.S. iria tomar votação diferente relativamente àquela matéria sendo eu elas nasceram para agilizar aquilo que era a intervenção do Município. Uma intervenção que estava cada vez mais quartada por leis que inibiam e condicionavam aquilo que devia ser o exercício municipal. Saia dali também um alerta para que efetivamente todas as leis que acabavam por enredar a ação do Município pudessem ser mais flexíveis e que não fosse o próprio Estado a desconfiar do Estado. Dessa forma iriam votar favoravelmente o contratoprograma que sustentava financeiramente a ação da Bragahabit para o ano de dois mil e catorze, porque perseguia objetos sociais de grande importância sobretudo quando as populações eram confrontadas com a grave carestia que hoje atravessava o país de norte a sul. Era na habitação onde efetivamente as famílias podiam alavancar e preparar-se para enfrentar desafios. Havia outras políticas subjacentes, políticas que eram complementares às questões da habitação e era óbvio e justo que o Município quisesse a partir daquela empresa fazer também outras intervenções, nomeadamente naquilo que era a sua área de intervenção favorita. Iriam votar a favor do contrato-programa da Bragahabit. Relativamente ao PEB, agora chamado InvestBraga, também iriam votar favoravelmente porque esse contrato-programa suportava financeiramente aquilo que também eram apostas do P.S. do passado e aquilo que eram apostas do P.S. previstas no seu programa eleitoral e portanto entenderam que o PEB ou Invest Braga poderia ser um pólo de atratividade empresarial, de desenvolvimento e de 73 intervenção no tecido económico quer do Município de Braga, quer até da região do Minho e quer até a nível nacional. E portanto também iriam votar favoravelmente. O mesmo não podia dizer relativamente ao Theatro Circo. E porquê? Porque para já não existia uma linha de grande coerência relativamente àquilo que deveria ser a política cultural onde o Theatro Circo tinha que ter um papel primordial, o papel mais importante naquilo que deveria ser a política cultural do Município. Percebia que a engenharia que estava subjacente naquele contrato-programa era de equilibrar aquilo que eram as receitas autónomas que o próprio Theatro Circo podia gerar com aquilo que era a receita do próprio contrato-programa e por isso aparecia uma verba de cerca de quatrocentos mil euros que seria feita através da prestação de serviços, só que aí iriam ter que pagar os vinte e três por cento de IVA que iriam acrescer a essa prestação de serviços. E percebia essa engenharia financeira, mas a verdade era que o Theatro Circo não viu aumentada aquilo que era a sua base de financiamento para poder prosseguir aquela linha que o Município pretendia e que o P.S.D. e o C.D.S., na altura do programa eleitoral, assim o prometeram aos Bracarenses. As coisas não condiziam, ou seja, não viram aumentada a capacidade financeira do Theatro Circo e viram também, como ali já foi demonstrado, não haver arrojo relativamente às atividades, nem relativamente àquilo que deveria ser a intervenção cultural, que no Theatro Circo se podia sedear. Por isso, o P.S. iria votar contra esse contrato-programa, porque ele não ia de encontro àquilo que era o anseio e a espectativa dos Bracarenses, que pelo contrário via reduzido aquilo que podia ser a sua intervenção cultural. Posteriormente usou da palavra o Sr. Deputado do P.S.D., JOÃO FILIPE MONTEIRO MARQUES para dizer que os contratos-programa que foram hoje chamados a aprovar refletiam o compromisso da autarquia com o sucesso da missão daquelas três Empresas Municipais. As transferências, a título de subsídio à exploração, que ali votavam destinavam-se a garantir o serviço público que lhes estava acometido e a prover pelas necessidades de financiamento que as atividades que prosseguiam exigiam. Bragahabit, Invest Braga ou PEB e Theatro Circo desempenhavam, cada uma à sua medida um papel da maior relevância no cumprimento das atribuições que a Câmara Municipal lhes delegou. Num tempo que era de consabidas dificuldades, o que se pedia à nova gestão das empresas era tarefa de enorme exigência, mas só assim se podia conceber uma nova visão da gestão autárquica. Isso porque o que estava em causa com a aprovação desses contratos-programa, não era a mera manutenção do estado de coisas. O que hoje se pedia aos novos administradores dessas empresas era justamente o novo tempo que foi prometido nas últimas eleições autárquicas. O que se pedia não era o arrastamento da letargia em que estavam mergulhadas as administrações dessas empresas. O que se pedia era dinamismo e o que se rejeitava era o imobilismo. O que se pedia era ação e o que se rejeitava era a reação. O que se exigia era a eficácia e não desculpas. E era justamente esse traço marcante e distintivo que se começava a vislumbrar em diversas iniciativas de maior ou menor dimensão. Já tinham assistido a essa viragem de rumo na AGERE e nos TUB. Na primeira com a ponderação de descontos dirigidos a famílias numerosas e a IPSS’s e na segunda, com o recente alargamento do horário de utilização dos passes para os cidadãos idosos. Um alargamento que, como parecia óbvio ao comum dos cidadãos, devia caminhar para a total inexistência de restrições ao uso do transporte público, como, de resto, já foi afirmado pela nova administração. Foram esses sinais importantes que se juntavam agora às novidades que essas três empresas municipais anunciavam para o ano de dois mil e catorze. Por parte da Empresa Municipal de Habitação de Braga, devia sublinhar-se a vontade de inovar e 74 ultrapassar os limites que no passado lhe foram impostos em termos de atuação política. Atuação política, entendesse-se, não significava atuação partidária, nem tampouco proveito pessoal. Atuação política significava definição de prioridades, criatividade na gestão e compreensão plena das potencialidades existentes. Atuação política significava, assim, ser capaz de executar os objetivos sectoriais da empresa, no apoio ao arrendamento urbano a famílias de parcos recursos. Mas significava também olhar para além das fronteiras do óbvio e apostar na inovação, nos objetivos e nas metas. No Theatro Circo, era conhecido o panorama. Num equipamento de luxo, unanimemente aclamado pelo seu potencial, perdeu-se já demasiado tempo com a inação e a inabilidade de quem nunca viu naquele espaço uma oportunidade de cultura, mas antes um monumento ao investimento público. Mais do que as suas fundações ou a beleza da sua arquitetura, o verdadeiro potencial do Theatro Circo residia na abertura das suas portas a uma política cultural inclusiva e agregadora. A união de propósito que podia e devia ser conseguida entre os agentes culturais do concelho, tinha de ultrapassar a lógica do mero amiguismo, da conveniência e da porta entreaberta. O Theatro Circo era de todos os bracarenses e devia ser para todos os bracarenses. Por isso importava prover pela qualidade da programação, pelo ecletismo nas propostas de entretenimento e pelo envolvimento da população. Num modelo gestionário que desde sempre consideraram errado, porque limitado, importava produzir os remendos possíveis para alavancar resultados sofríveis. Também ali se adivinhavam novidades que ultrapassavam as fronteiras desse contrato-programa e que certamente contribuiriam para que finalmente conseguissem consagrar em Braga um espaço de cultura que era, ao mesmo tempo, a face visível das prioridades culturais da cidade. A esse propósito manifestou a sua surpresa pela forma como o P.S. já declarou rejeitar ou votar contra aquele contrato-programa. Por um lado dizia compreender a necessidade de viabilizar economicamente a empresa que geria o Theatro Circo, por outro, incompreensivelmente, dizia que assim, não. Mas não explicava como seria de outra maneira. Guardou, propositadamente, o melhor para o fim. Permitissem-lhe destacar a satisfação que a bancada do PSD sentiu quando soube da concretização de mais uma das promessas eleitorais da Coligação Juntos por Braga. Durante anos demais assistimos ao declínio do Parque de Exposições de Braga. Durante tempo demais fomos confrontados com um desinvestimento gritante na infraestrutura e com o total desacerto na visão política para o conceito que ali residia. Independentemente do esforço inglório, de maior ou menor valor de anteriores administrações, o anterior executivo demonstrou um completo desprezo para com o futuro do PEB. A prometida alteração da denominação social para “InvestBraga – Agência para a Dinamização Económica” era o espelho de uma mudança de fundo na relação institucional existente entre a autarquia e a administração daquele espaço. O espaço virou conceito e o conceito prometia mudar a cidade. A competência e saber da nova administração, aliada à vontade, partilhada com o município, de fazer nascer ali um ponto privilegiado de captação de investimento e dinamização da economia, traduziam bem o tempo novo que aí vinha. Impulsionar a dinamização e afirmação de Braga no panorama nacional e internacional era tarefa da maior relevância num tempo e num mundo onde a concorrência era constante e onde sobressaía quem melhor demonstrava promover as valias e potencialidades próprias. Importava sublinhar que Braga não tinha tempo a perder. Deviam vincar que não podiam ficar pelas intenções e que a população esperava deles ações concretas e resultados palpáveis. A desilusão do imobilismo socialista e as baixas expectativas que os bracarenses se acostumaram a cultivar relativamente 75 ao poder político terminaram. Acabou o tempo do betão, mas também já não havia paciência para a ilusão. Daquela gestão autárquica e daquelas administrações esperava-se o rigor reforçado da dificuldade que os tempos atuais nos reservaram e que os erros do passado nos legaram. Deles esperavam intransigência contra velhos hábitos de desperdício e intolerância para o mínimo indício de favorecimentos pessoais. Era tempo de também ali os ideais republicanos saírem da garganta do poder que tanto os vociferava e tão pouco os praticava e caminharem livres pelas ruas do concelho, sem as amarras do favor e sem qualquer vergonha de enfrentar a desfaçatez que ainda mascarava a cara de muitos. Era caso para dizer que, agora sim, acabaram os almoços grátis, mas Braga podia finalmente sentir-se de barriga cheia. Por tudo isso o Grupo do P.S.D. votaria favoravelmente as três propostas. Posta à votação fora as propostas: PEB – Empresa Parque de Exposições de Braga – EM – aprovada com os votos a favor do P.S.D., do C.D.S., do P.P.M., do P.S., da C.D.U. e Presidentes de Junta Independentes e com duas abstenções da C.E.M.; BRAGAHABIT – Empresa Municipal de Habitação de Braga – EM – aprovada com os votos a favor do P.S.D., do C.D.S., do P.P.M., do P.S., da C.E.M. e dos Presidentes de Junta Independentes e com quatro abstenções da C.D.U.; e Sociedade Theatro Circo de Braga, E.M, S.A – aprovada com quarenta e cinco votos a favor, dezanove votos contra e cinco abstenções. Foi presente uma Declaração de Voto apresentada pela Srª Deputada da C.D.U., BÁRBARA SECO DE BARROS que referia que o Grupo Municipal da C.D.U. votou favoravelmente o contrato-programa do PEB por não ter nada a opor, já o contrato-programa da Bragahabit mereceu a sua abstenção, embora não lhes causasse nenhuma dúvida quanto à necessidade de a Câmara apoiar financeiramente essa empresa, pecava pela lei do menor esforço. Pecava por ser igual ao aprovado no ano passado, tanto nos montantes como ao nível das atividades a desenvolver, parecendo perfeitamente alheia às complexas alterações sociais e económicas do concelho, mantendo-se o mesmo número de famílias e o mesmo número de habitações, ignorando por completo o aumento da pobreza e das dificuldades financeiras de cada vez mais famílias, diminuindo, assim, a capacidade de resposta social que a Câmara Municipal, através dessa empresa, deveria assegurar. Por fim, a redução da comparticipação no contrato-programa com o Theatro Circo levantava-lhes sérias dúvidas quanto à capacidade da empresa para fazer frente às suas despesas, que se previam iguais às do ano passado. A decisão de complementar o valor desse apoio com os subsídios previstos com, nomeadamente, o aluguer de espaços no Theatro Circo, deixava a descoberto a hipocrisia dos que, no Governo, decidiam uma coisa e, no plano local, faziam um jogo de cintura – reconhecendo a injustiça da lei por eles mesmos aprovada – para decidir outra. PONTO NÙMERO ONZE – ADESÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA À ASSOCIAÇÃO DE TURISMO DO PORTO E NORTE (ATP). Submete-se à apreciação e aprovação da Assembleia Municipal, proposta relativa à adesão da Câmara Municipal à Associação de Turismo do Porto e Norte. O SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL usou da palavra para esclarecer que relativamente àquela Associação de Turismo Porto e Norte que muitos, por ventura, desconheceriam era essa a entidade que, neste momento, dispunha da contratualização com o turismo de Portugal e com as demais instâncias nacionais públicas para financiar a promoção externa do nosso país, o que queria dizer que se Braga quisesse ser promovida fora da Galiza e de parte de Espanha teria que obviamente entrar nos mecanismos de promoção que estavam institucionalizados e que passavam, no caso da região norte, pela adesão àquela Associação. Seria impensável que essa Associação promovesse Braga sem 76 que Braga fizesse parte da Associação e, por outro lado, só se se mantivesse na Entidade de Turismo Porto e Norte de Portugal se poderia usufruir da promoção da região da Galiza. A inscrição naquela Associação importava num valor anual de vinte e cinco mil euros, mas como era fácil de fazer as contas, se se atendesse aquilo que era a despesa média de um turista da nossa cidade, não seria necessário mil turistas sequer de acréscimo face à realidade atual para mais que recuperarem aquele investimento que a Câmara estava a fazer naquele momento. E entendiam que o turismo era um dos eixos centrais do desenvolvimento do nosso concelho. Seria, seguramente, no futuro, um dos mecanismos mais viáveis para responder ao objetivo de criação de emprego e para o fazerem, para o conseguirem tinham que estar com todos os meios ao seu alcance junto dos mercados alvo que queriam captar. Tinham que estar no Brasil. Tinham que estar nos Estados Unidos. Tinham que estar no resto da Europa e obviamente que não era através da presença na Entidade Regional de Turismo que o conseguiriam fazer. De seguida interveio o Sr. Deputado da C.E.M., MANUEL CARLOS FERREIRA DA SILVA para informar que considerando que a Associação de Turismo Porto e Norte de Portugal (ATP), era uma associação privada, cujo artigo primeiro assumia a denominação de Turismo do Porto e, a nível internacional, adotava a denominação Porto Convention & Visitors Bureau e, como tal ignorava ou passava para segundo plano a identidade bracarense e minhota com toda a singularidade da sua identidade arquitetural e cultural, a sua gastronomia e paisagem; considerando haver uma entidade similar pública denominada Turismo do Norte de Portugal não se justificava a adesão à Associação de Turismo do Porto (ATP). A C.E.M. considerava que a Câmara de Braga não devia pagar a quota mensal de dois mil e oitenta e cinco euros por ser associada da ATP, um encargo a que não correspondiam benefícios significativos. Nesse sentido iriam votar contra. A palavra foi depois dada ao Sr. Deputado do P.S., PEDRO MIGUEL PEREIRA DE SOUSA para colocar algumas questões ao Sr. Presidente da Câmara tendo, para o efeito, referido que a Lei número trinta e três de dois mil e treze, reguladora das áreas das regiões turísticas e as entidades regionais de turismo, tinha no seu artigo quarenta e dois, um artigo que falava da promoção regional externa e no qual estava plasmado de forma muito clara que essas associações regionais de turismo, como era o caso da ATP, terminaram o seu período de intervenção no passado trinta e um de dezembro de dois mil e treze e passava a ler a norma: “artigo quarenta e dois - norma transitória aplicável à contratação da promoção regional externa - a contratualização estabelecida para a promoção regional externa com as agências regionais de promoção turística, é válido nos termos contratados até trinta e um de dezembro de dois mil e treze”. Ao que julgavam saber, estava para sair um novo modelo de contratualização do qual ainda não tinham conhecimento e não sabiam se a Câmara Municipal já tinha algum acesso oficial ao novo modelo de contratualização que prolongasse a vida daquelas organizações. Sendo o seu período de vida apenas estabelecido por lei, até o dia trinta e um de dezembro de dois mil e treze, ou seja, passado, havia até um conflito legal na adesão da Câmara Municipal a essa Associação Regional de Turismo. Compreendendo a reflexão política que lhe estava adstrita, porque efetivamente uma cidade de Braga que se queria afirmar no plano internacional, devia ter uma estratégia de planeamento, de afirmação e de divulgação em mais mercados para além daqueles que se esgotavam no mercado nacional e transfronteiriço. Agora, tinham dúvidas legais, que lhes pareciam legítimas, tendo em conta o enquadramento normativo do qual dispunham e, sobre isso, pediam esclarecimentos ao Sr. Presidente. Interveio de seguida o Sr. Deputado da C.D.U., BRUNO ANDRÉ 77 FERREIRA GOMES DA SILVA para começar por revelar que após trinta e sete anos de um obscurantismo que relegou Braga para as calendas do provincianismo ignoto, seria expectável que o messianismo provindo de Avalon trouxesse à luz do dia um admirável mundo novo, capaz de potenciar a identidade brácara perante o país e o mundo. Contudo, eis que vários anos de programas e promessas eleitorais redundaram na perpetuação da subjugação da identidade minhota aos interesses geoestratégicos do Porto, os quais reduziam o norte a um mero apêndice panfletário. Não obstante a catalogação redutora do cariz multifacetado de uma região tão profícua em tradições, monumentalidade, riqueza paisagística, gastronomia e encanto popular, o executivo bracarense sujeitar-se-ia, inclusive, ao pagamento de uma singela dízima (na casa dos vinte e cinco mil euros) que lhe permitiria prestar vassalagem ao grande Porto, qual pajem que caminhava estoicamente atrás do seu suserano. Do alto da sua habitual ligeireza política, o líder do executivo ressalvou o cariz voluntário dessa adesão, alegando que, em qualquer momento, seria possível pedir a escusa desse projeto. Entretanto, ficava pelo caminho a mensagem do rigor orçamental, tantas vezes propalado pela coligação de direita, já que, à boleia desses (e de outros) experimentalismos, o erário público verteria a favor de uma entidade privada. Longe iam os tempos em que o líder da coligação de direita considerava essencial que “Braga deveria desenvolver competências próprias e distintivas relativamente aos outros locais”. Longínquo ia o tempo em que o atual presidente propalava que “qualquer território pode criar uma mais-valia turística e assim saiba promover bem o seu produto”. O “seu produto”…Quedava, pois então, por saber como se conjugava a diferenciação das mais-valias turísticas, num contexto de miscigenação onde o destaque ficava reservado para o cicerone-mor. A inclusão de Braga, no âmbito da Associação de Turismo do Porto (e norte de Portugal), não se coadunava com a preocupação suscitada pelo líder do município, no que concernia à erosão natural que advinha (e passava a citar) “da menor prioridade e atenção que lhes será seguramente dedicada pela nova Região Porto/Norte de Portugal.” Aliás, desconheciam se essa adesão estava alicerçada em algum plano estratégico, ou se apenas se resumia a uma mera medida avulsa. Em boa verdade, Braga tinha motivos para se preocupar com a erosão da sua visibilidade, no país e no mundo. Ora vissem: Tendo sido criada em setembro de dois mil e oito, a Região de Turismo Porto e Norte de Portugal substituiu as antigas entidades de turismo regionais. Desde então, a nova Região de Turismo tinha promovido a marca "Porto e Norte”, com resultados nada abonatórios para o Minho, em geral, e para Braga, em particular. Recorrendo aos dados do INE, datados de dois mil e onze, constatava-se que a região minhota (no total das NUTS III Ave, Cávado e Minho-Lima) perdeu cerca de cento e quarenta e sete mil quatrocentas e sessenta e seis dormidas, face a dois mil e sete. Tratava-se de um decréscimo de treze por cento, relativamente ao período em análise, sendo a NUTS III Minho-Lima a principal prejudicada, com menos noventa e oito mil quinhentos e oitenta e três dormidas (um decréscimo de vinte e sete por cento, comparativamente a dois mil e sete). Por sua vez, as dormidas no município do Porto e no Grande Porto subiram vinte e dois por cento (trezentos e vinte e três mil trezentos e sessenta e nove) e dezassete por cento (trezentos e noventa e cinco mil trezentos e trinta), respetivamente. Com efeito, facilmente se concluía que a fatia correspondente ao “Norte” perdeu setenta e sete mil duzentos e oitenta e quatro (menos quatro por cento), pesasse embora a marca “Porto” tivesse crescido exponencialmente. Perante esse cenário, era inegável que o Minho foi a região mais afetada, facto que estava intrinsecamente relacionado com o esboroamento da sua marca identitária. Através de uma breve 78 análise às regiões e aos pontos de extraordinário relevo turístico que se encontravam na sua esfera de influência, constatava-se que Braga competia num contexto em que o grande Porto, Guimarães, Coimbra e a região do Alto Douro Vinhateiro se destacavam pela coroação internacional, fomentada pelo galardão da UNESCO. No que concernia à captação de turistas estrangeiros, Braga registava vinte e sete por cento de dormidas, dados que ficavam aquém dos (quase) quarenta e oito por cento de dormidas em Coimbra e dos trinta e cinco por cento em Guimarães. Por seu turno, o Porto apresentava dados avassaladores, já que em dois mil e onze, a título de exemplo, registou uma taxa de ocupação na casa dos quarenta e quatro por cento, sendo que sessenta e um por cento das dormidas corresponderam a cidadãos de outras nacionalidades. Por sua vez, as regiões do Algarve e do Alentejo afirmavam-se pelo aprimoramento das respetivas marcas, à margem de colagens redutoras. Ou seja, estavam perante regiões que, por si só, assumiram o potencial das suas identidades. Quedava por saber onde se encontrava esse Minho de encanto e tradição que, por entre as brumas de uma manhã cinzenta, permanecia desconhecido além-fronteiras. Assumindo uma política baseada num plano estratégico sistematizado, a CDU defendia que Braga devia posicionar-se como figura de proa, no âmbito de uma vasta região que abarcava condições favoráveis aos vários tipos de demanda turística. De modo a alicerçar esse intento, a autarquia deveria, em conjugação de esforços com todos os agentes, redefinir uma marca distintiva, afirmando-a no seu próprio contexto multifacetado. Seria no âmbito de um plano integrado que Braga poderia capitalizar a sua economia, colhendo os frutos que daí brotariam. Essa afirmação nacional e internacional não deveria ir a reboque da promoção de marcas alheias, as quais pretendiam, em última instância, potenciar a respetiva projeção. Urgia referir, uma vez mais, que essa preocupação era secundada pelos dados oficiais anteriormente apresentados, os quais perpassavam a ideia de que Braga não era mais do que um mero apeadeiro de um roteiro portuense. “A contrario”, a subjugação da marca distintiva de Braga implicaria, necessariamente, o seu desvanecimento, não só no contexto turístico, mas sobretudo no plano do desenvolvimento económico. Caso não fosse capaz de inverter esse cenário, Braga perderia um comboio que representaria quinze por cento do PIB nacional, até dois mil e quinze. O desaproveitamento desse desígnio acarretaria a perda de uma extraordinária fonte de riqueza e a perpetuação do afastamento de Braga das principais montras turísticas. Em honra ao projeto político que assumiu perante os cidadãos, a CDU propalava que Braga se assumisse, definitivamente, não só como a terceira urbe do país, mas sobretudo como um polo catalisador de uma região mais abrangente, dona e senhora de um singular posicionamento estratégico, quer ao nível do seu legado histórico, quer ao nível do carácter multifacetado da sua riqueza paisagística. “Haja vontade! Haja ousadia! Haja estratégia!”, rematou o mesmo Deputado. Passou depois a usar da palavra o Sr. Deputado do C.D.S.P.P., CARLOS ALBERTO SOUSA DUARTE NEVES para dizer que sobre aquele tema importava referir e talvez ali esclarecer algumas questões que nas intervenções anteriores geraram e indiciaram alguma confusão. Estava definido pelo Governo, gostasse-se ou não, era essa a política que existia em Portugal, que ao nível da promoção externa, toda aquela que era feita fora de Portugal, era da responsabilidade do Turismo de Portugal que, no caso concreto, contratualizou com a Associação de Turismo de Lisboa e com a Associação de Turismo de Porto e Norte, sendo que, a partir daí, definiam os seus mercados emissores de turistas para os territórios sobre os quais faziam a contratualização. No caso concreto da Entidade Regional de Turismo Porto e Norte era responsável pela promoção 79 interna, a promoção do território da NUTS dois Norte, no território nacional e também em Espanha e, no caso que nos diz respeito, na Galiza. Se todos eram unanimes em reconhecer que o turismo era um dos principais instrumentos para a dinamização económica da cidade e do Município de Braga desta Região que tinha Braga como polo agregador e que podia a partir de Braga irradiar para uma sub-região fosse ela do Quadrilátero, fosse da CIM que estava hoje circunscrita à CIM do Cávado. O certo era que se não estivéssemos na Associação de Turismo Porto e Norte na ATP, não tínhamos direito à promoção e aos investimentos e aos fundos que essa Associação mobilizava para a promoção do nosso território Braga. Recentemente, no final do ano passado foi aprovado o Plano Estratégico Nacional de Turismo, o PENT, no qual consta o turismo cultural e religioso como uma das prioridades. Ora, era precisamente no turismo cultural e religioso que Braga tinha uma das suas melhores oportunidades de promoção turística. Concordava em absoluto com o Deputado André Silva quando ali explanou muitos dos indicadores que, já agora aproveitava para mencionar. Dados de dois mil e dez, em termos da NUTS dois, tinha acesso a essa informação que também era pública, mais que não fosse naquilo que a Comissão de Coordenação publicitava, o turismo em número de dormidas tinha a seguinte distribuição: sessenta e cinco por cento na região do grande Porto; vinte e cinco por cento no Minho; cinco por cento em Trás-os-Montes e cinco por cento no Douro, ou seja, territórios de enormíssimo potencial, como era o caso do Minho e como era caso do Alto Douro vinhateiro, ainda para mais património mundial da humanidade, tinha percentagens de dormidas muito pouco significativas. Braga em concreto não chegava a ter em média mais que dois dias de dormidas por habitante. Tinham que ter em atenção que o turismo não se promovia cá dentro e era perfeitamente justificável porque era que de dois mil e sete para cá a região do Minho e em particular algumas regiões do Alto Minho perderam turistas, porque basicamente tinham o seu perfil assente na procura nacional. Ora, como se sabia, a procura nacional, devido à perda do poder de compra, ficou muito debilitada e, como tal, não se conseguiu aumentar o número de turistas. Em contraponto, o Porto aumentou e continuaria a aumentar de forma crescente, muito pelo efeito do aeroporto Sá Carneiro, pois era o aeroporto no Nordeste Peninsular com maior número de passageiros, seis ponto dois milhões, fechou o ano de dois mil e treze. O Porto continuava a aumentar a taxas de cinco por cento ao ano o seu número de turistas. E porquê? Porque tinha uma Associação que promovia o Porto nos mercados emissores. A promoção do turismo, a promoção de um território não se fazia perto do próprio território, fazia-se sobretudo nos mercados emissores. Como há pouco o Sr. Presidente disse, fazia-se no Brasil, nos Estados unidos, na Ásia, na Oceânia, em África, no Norte da Europa e era aí que a ATP atuava, era aí que a ATP iria promover a cidade de Braga. Portanto aquela adesão à ATP era inevitável. Ou queríamos ter turismo e queríamos promover Braga no exterior, ou então ficávamos fora do jogo. Aquele esclarecimento era importante, porque algumas das coisas que ali foram ditas, admitia que o tivessem sido por algum desconhecimento de causa. Interveio depois o SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL para, em primeiro lugar, esclarecer o Sr. Deputado Pedro Sousa, não deixando de manifestar a sua estranheza face ao seu desconhecimento, tendo em conta até a relação de grande proximidade com um alto responsável da Entidade Regional de Turismo Porto e Norte de Portugal, que apesar daquela Lei ter sido promulgada em abril e ter de facto produzidos esses efeitos, em outubro último foi celebrado um protocolo de cooperação entre o Turismo de Portugal, a Confederação de Turismo Portuguesa, a Secretaria Regional da Cultura da Madeira, dos Açores, do Turismo Porto e 80 Norte e Centro, Região de Lisboa, Alentejo e Algarve e as diversas Agências Regionais em que, mais uma vez, foi reiterada a responsabilidade da promoção externa nas agências de promoção turística regionais nomeadamente, no caso do norte, na ATP que ali estavam a sufragar a adesão. Durante o ano de dois mil e catorze só através da Associação de Turismo Porto e Norte, que agora se estava a pretender aderir, era que se poderia ter acesso a recursos financeiros por parte do Turismo de Portugal, por parte dos fundos comunitários para financiar ações de promoção turística externa. Iriam fazê-lo através de recursos próprios, mas para qualquer iniciativa que se pretendesse desenvolver despenderiam, seguramente, muito mais do que aqueles vinte e cinco mil euros que lhes custaria a adesão à Associação. Sobre essa matéria gostaria de facto agradecer, era reconfortante verificar que opiniões que veiculou publicamente e não apenas naquele órgão em diversas circunstâncias eram lidas e acatadas com tanto interesse pelos Senhores Deputados Municipais e reiterava que tinha uma posição frontalmente contrária a essa organização da promoção turística, mas a verdade era que não determinavam as regras, jogando com as regras que lhes eram ditadas e as regras com que estavam confrontados eram aquelas. E independentemente de estarem associados a produtos mais abrangentes e a contextos regionais mais abrangentes e a entidades que cobriam contextos regionais mais abrangentes, nem assim perdiam a oportunidade de afirmar aquilo que os distinguia e aquilo que os podia promover e de se assumirem nesse contexto regional mais abrangente, como um destino preferencial para os públicos que quisessem aquilo que tinham para oferecer. E aquilo que tinham para oferecer não era apenas aquilo que ali foi referido pelo Deputado Municipal Carlos Neves e que constava do Plano para o Turismo Nacional, o PENT, mas era tudo aquilo que, em articulação com os agentes locais, conseguissem construir. Por exemplo, no passado recente, o Executivo Municipal anterior tentou desenvolver, embora sem grande sucesso, um produto no âmbito das feiras e congressos. Sabiam que a possibilidade de interligação, por exemplo, com aqueles que procuravam o Gerês era claramente de fazer essa interligação através de Braga, através dos agentes locais. A questão do turismo religioso, do turismo cultural, do turismo patrimonial para que também estavam a contribuir através da ação municipal, podia ser substancialmente reforçada em articulação também com essas entidades. Ainda recentemente esteve reunido quer com o responsável máximo da CCDRN, o Professor Emídio Gomes, quer com o Presidente da Junta da Galiza, no sentido de investir fortemente nesta região na valorização dos caminhos de Santiago e isso não era obviamente para captar pessoas da Galiza nem de Espanha, mas para captar turistas a nível internacional. Eram formas que corporizavam a estratégia que efetivamente procurava e que, se assim o desejasse, poderia explicar detalhadamente, embora não querendo descriminar negativamente a Senhora Deputada Paula Nogueira também em todas as circunstâncias estava disponível, quando tinha agenda para isso para prestar esclarecimentos adicionais face àquilo que ali era prestado. Voltou a usar da palavra o Sr. Deputado do P.S., PEDRO MIGUEL PEREIRA DE SOUSA para dar nota ao Sr. Presidente da Câmara que provavelmente por falta de bom entendimento da sua parte, não viu e o Grupo Municipal do P.S. não viu a sua questão convenientemente esclarecida. A questão que colocavam era uma questão de caráter legal. Havia um contexto legal que determinava o fim da validade da intervenção daquelas agências para o dia trinta e um de dezembro. O Sr. Presidente falou de um conjunto de compromissos lavrados e de forma a poder o P.S. construir o seu sentido de voto de forma mais esclarecida, pedia então que os serviços disponibilizassem o documento. Posta à votação foi a presente 81 proposta aprovada com os votos contra da C.D.U., da C.E.M. e de um Presidente de Junta de Freguesia. PONTO NÙMERO DOZE – ELEIÇÃO DO REPRESENTANTE DAS FREGUESIAS DO CONCELHO NO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Submete-se à Assembleia Municipal o ofício do Sr. Presidente da Câmara Municipal, informando que com vista à constituição do Conselho Municipal de Educação, conforme preceituado no Decreto-Lei número sete barra dois mil e três, alterado pela Lei número quarenta e um barra dois mil e três e retificado pela Declaração treze barra dois mil e três, se torna necessário que este órgão municipal proceda à eleição de um Presidente de Junta de Freguesia em representação das freguesias do concelho. A SRª PRESIDENTE DA MESA informou da existência de duas listas candidatas, sendo a lista A correspondente à proposta apresentada pelo P.S.D., C.D.S.-P.P.,P.P.M. e pelo Grupo dos Independentes, que indicou o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Palmeira, José António Vieira Peixoto; lista B correspondente à proposta apresentada pelo P.S., que indicou o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Real, Dume e Semelhe, Francisco Manuel Pereira Silva. A lista A obteve trinta e sete votos e lista B trinta e um votos e três votos brancos. Foi eleito o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Palmeira, José António Vieira Peixoto. PONTO NÙMERO TREZE – INFORMAÇÃO DO SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL ACERCA DA ATIVIDADE DO MUNICÍPIO. Submete-se à apreciação da Assembleia Municipal, informação do Sr. Presidente da Câmara, acerca da atividade do Município, por escrito e que aqui se dá como reproduzida e transcrita e vai ser arquivada em pasta anexa ao livro de atas. Passou a usar da palavra o SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL para numa base de transparência com a Assembleia Municipal dar nota de três aspetos relativos à atividade do Município e que se prendiam dois deles com informações que indiretamente estavam referenciadas na documentação distribuída. Em primeiro lugar, como era sabido, o início de mandato estava particularmente marcado pela ligação entre as decisões políticas e as esferas judiciais e sobre essa matéria queria comunicar que foi hoje notificada a Câmara Municipal de que estava no Tribunal da Relação o recurso dos proprietários originais das Convertidas relativamente à revogação da expropriação. Era um processo que continuaria a decorrer. A Câmara Municipal não poderia reaver desde já, como pretendia, os três milhões de euros ou pouco mais do que isso inerentes à expropriação e iria decorrer agora o processo em sede de Tribunal da Relação. Relativamente ao estacionamento pago à superfície, como se sabia foi interposta uma ação relativamente à revogação do alargamento, que estavam absolutamente confiantes que era legítima, tal como a primeira, que referiu há pouco das Convertidas, mas foram também contactados pelo concessionário no sentido de vir a ser ressarcido pela perda decorrente do desequilíbrio financeiro inerente ao sistema de avenças neste momento em vigor. Na última reunião do Executivo desafiou quer os representantes do P.S., quer o Vereador Carlos Almeida para estarem presentes numa reunião com o concessionário. Gostaria também de informar a Assembleia Municipal que a base de negociação que ele apresentou, completamente à margem da questão do alargamento, apenas por via do sistema de avenças, era que em relação a dois mil e treze, gostaria de ver ressarcido em quase um milhão de euros. Era algo que teriam que acompanhar com bastante atenção. Finalmente dizer que como tinha sido ontem tornado público, depois de ter sido aprovado na reunião do Executivo do passado dia trinta, estava já em funções o Provedor do Munícipe, que teria um horário de atendimento fixo e canais de comunicação e como ele também expressou iria contactar quer a Srª Presidente, quer as várias bancadas da Assembleia 82 Municipal para não só apresentar os seus objetivos em termos de intervenção, mas também para recolher contributos para o Estatuto do Provedor que pretendia apresentar ao Executivo Municipal no prazo de sessenta dias. PERÍODO DE INTERVENÇÃO ABERTO AO PÚBLICO. Neste período não se verificou qualquer intervenção. APROVAÇÃO DA ATA EM MINUTA: A Assembleia Municipal deliberou aprovar a ata em minuta, para produzir efeitos imediatos, na parte respeitante aos pontos um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze e doze da ordem de trabalhos, de conformidade com o disposto no número três, do artigo quinquagésimo sétimo, da Lei número setenta e cinco barra dois mil e treze, de doze de setembro. ENCERRAMENTO: Às três horas e quinze minutos, a Srª Presidente da Mesa deu por encerrados os trabalhos desta sessão de dez de fevereiro, de que para constar se lavrou a presente ata que vai ser assinada pelos membros da Mesa.