FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE CURSO: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ASSUNTO: DERIVADAS E INTEGRAIS DAS FUNÇÕES, TRIGONOMÉTRICAS E HIPÉRBOLICAS INVERSAS PROFESSOR: MARCOS AGUIAR CÁLCULO I 1. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS 1.1 A função inversa do seno, denotada por arcsen ou sen1 x , define-se como y  arcsenx se e somente se x  seny para 1  x  1 e  Exemplo: Se y  arcsen 1 1 , então seny  e 2 2   2 1  1 Se y  arcsen    , então seny   e 2  2  y   2  2  2  y , logo y   y  2   2 6 , logo y    6 1.2 Propriedades de arcsenx . (i) sen  arcsenx   x se  1  x  1 (ii) arcsen  senx   x se   2  y  2       Exemplo: arcsen  sen   pois    4 4 2 4 4  1 1 1  sen  arcsen   se  1   1 2 2 2   3   2   arcsen  sen =   arcsen  3    2  3 1.3 A função inversa do co-seno, denotada por arccos ou cos1 x , define-se como y  arccos x se e somente se x  cos y para 1  x  1 e 0  y   1 1  , então cos y  e 0  y   , logo y  2 2 3 1   1 Se y  arccos    , então cos y   e 0  y   , logo y  2 3  2 Exemplo: Se y  arccos 1 1.4 Propriedades de arccos x . (i) cos  arccos x   x se  1  x  1 (ii) arccos  cos x   x se 0  y   2  Exemplo: arccos  cos 3  2  2 pois 0    3  3  1 1  1  cos  arccos       se  1    1 2 2  2    2      arccos  cos      arccos  =  4    2  4 1.5 Identidades para funções trigonométricas inversas. sen1 x  cos 1 x    sen  cos x   tg  sen x    2 1 cos sen x  1  x 2 1 1   1  x2 1 1  x2 sec tg 1 x  1  x 2   sen sec1 x  1  x2 x cos1 x 1 x 1 sen x 1 sen1 x 1  x2 x x x2 1 x sec1 x 1 tg x 1  x2 1 1 1.6 Derivadas das funções trigonométricas inversas do seno, co-seno, tangente e secante. 1.6.1 Derivadas das funções inversas 2 1 Teorema. (i) Dx arcsen  u   1 u2 (ii) Dx arccos  u    Dxu 1 1 u2 Dxu 1 Dxu 1 u2 (iii) Dx arc tg  u   (iv) Dx arcsec  u   1 u u2 1 Dxu Se uma função diferenciável f admite uma função inversa g  f 1 se f '  g  c    0 , então g é diferenciável em c e g '  c   1 f '  g c  Fazendo: y  arcsenx (i) e seny  x são equivalentes se 1  x  1 e  Diferenciando seny  x implicitamente temos: cos y  2  y 2 . dy 1 dx Dx arcsen  x   1 como cos y  1  sen2 y cos y e sen2 y  x 2 então cos y  1  x 2 , assim Dx arcsen  u   (ii)  1 1 u2 , para x  1 . A função inversa não é diferenciável em 1 Demonstração análoga para Dx arccos  u    (iii) Veremos agora a demonstração do 1 1 u2 Dx arc tg  u   Dxu 1 Dxu 1 u2 Fazendo: y  arctgx e tgy  x para   2  y implicitamente, temos: 3  2 , Diferenciando tgy  x 1 , como sec2 y  1  tg 2 y e tg 2 y  x 2 2 sec y 1 assim Dx arc tg  u   1  x2 sec2 yDx y  1 conseqüentemente Dx arc tg  u   obtemos sec2 y  1  x2 (iv) y  arc sec x Como 0  y   2 e sec y  x ou   y  Dx arc sec x  Dx y  3 , segue-se que sec  y  tg  y   0 e então, 2 1 , como sec  y  tg  y  tg  y   sec2  1  x 2  1 , obtemos Dx arcsec  u   1 u u2 1 Dxu Para x  1 a função inversa da secante não é diferenciável em x  1 1.7. Integrais de funções trigonométricas inversas Integrais das funções inversas seno, tangente, e secante (i)  1 u du  arcsen  C a 1 u (ii) a 2 (iii) u 2 1 1 u du  arctg  C 2 u a a 1 u du  arc sec  C a u2  a2 Demonstração: (ii) Fazendo u  x temos a 2 1 1 du  2 2 u a  1 x 1   a 2 dx (1) 4 Mudando (1) da variável x para a variável v, v  a 2 a 2 a 2 a 2 1 1 du   2 u a x 1 , dv    dx temos: a a 1 1  dx x a 1   a 2 1 1 1 du   dv 2 u a 1  v2 1 1 du  arctg  v   C 2 u a 1 1 x du  arctg    C 2 u a a Exemplo: e2 x Calcular  Solução: Fazendo u  e2x     e2 x 1 e 4x e2 x 1 e 4x e2 x 1 e 4x e2 x 1  e4 x 1  e4 x dx   dx 1   1 e 2x 2 diferenciando temos du  2e2 x dx dx dx  1 1 du  2 1 u2 dx  1 arcsen  u   C 2 dx  1 arcsen e2 x  C 2   2. FUNÇÕES HIPERBÓLICAS 5 du  e2 x 2 Definição: As funções seno hiperbólico, denotada por senh e co-seno hiperbólico, denotada por cosh se definem como senhx  e x  e x 2 e cosh x  e x  e x 2 para todo real x. Os Gráficos Co-seno hiperbólico Seno hiperbólico Fonte: Swokowski, 1994, p. 558 Teorema. cosh 2 x  senh2 x  1 Demonstração: 2  e x  e x   e x  e x  cosh x  senh x       2   2  2 2 2 cosh 2 x  senh2 x  e2 x  2  e2 x e2 x  2  e2 x  4 4 cosh 2 x  senh2 x  e2 x  2  e2 x  e2 x  2  e2 x 4  cosh 2 x  senh2   1 4 4 Definição: 6 (i) tghx  (iii) senhx e x  e x  cosh x e x  e e sec hx  1 2  x x cosh x e  e (ii) cotghx  cos hx e x  e x  , sen h x e x  e x x0 (iv) c sc hx  1 2  x x , sen h x e  e x0 Gráficos: Fonte: Swokowski, 1994, p. 561 Dividindo por cosh 2 x ambos os membros da identidade cosh 2 x  senh2  1 temos: cosh 2 x senh2 1   2 2 cosh x cosh cosh 2 x (i) 1  tgh2 x  sec h2 x 7 Dividindo por sen h 2 x ambos os membros da identidade cosh 2 x  senh2  1 temos: cosh 2 x senh2 x 1   2 2 sen h x sen h x sen h 2 x (ii) cot gh2 x 1  c sc h2 x DERIVADAS DAS FUNÇÕES HIPERBÓLICAS Sendo u  g  x  e g diferenciáveis (i) Dx senhu  cosh uDxu (ii) Dx cos hu  sen h uDxu (iii) Dxtghu  sech 2 uDxu (v) Dx sec hu   sech uthuDxu (iv) Dx cot ghu   csch 2 uDxu (vi) Dx csc hu   csch u cot ghuDxu DEMONSTRAÇÃO  e x  e x (i) Dx senhx  Dx   2  e x  e x  cosh x  2   e x  e x D coshx  D (ii) x x  2  e x  e x  s en h x  2  (iii) Dx tghx  Dx senhx cosh x Dx tghx  cosh xDx senhx  senhxDx cosh x cosh 2 x Dx tghx  cosh x cos hx  senhxsen h x cosh 2 x  senh2 x 1    sec h2 x 2 2 2 cosh x cosh x cosh x 8 INTEGRAIS DAS FUNÇÕES HIPERBÓLICAS  senhxdx  cosh x  c (i) (ii)  cos hxdx  sen h x  c (iv)  csc h2 xdx   cot g h x  c (iii)  sec h2 xdx  tghx  c  sec hxtghxdx  se ch x  c (v) (vii)  sec haxdx  (ix)  c sc hxctghxdx  cs ch x  c (vi) 2 arctgeax  c a (viii)  csc haxdx  1  tghaxdx  a ln cosh ax  c (x) 1 ax lnt g h a 2 1  cotghaxdx  a ln sen h ax  c EXERCÍCIOS. Determine f '  x  para f  x  dada. 1. f  x   senh  5x  2. f  x   senh x 2  1   3. f  x   senh x3 4. f  x   cosh 3  x  5 f  x   xtgh  x 6. f  x   arctg  tagh  x   1 7. f  x   ctgh    x f  x  8. cot gh  x  9. cot g  x    f  x    sec h x 2 x 1 2 Calcule a integral cosh  x3 dx 1. x 5.  cos h 3xdx 9.  tgh 3x  sec h 3x dx 2 1 2 2. 6. 1  sec h7 xdx  sec h 5x dx 2 10. 3. 7  senh x x  c sec h 2 1   x dx 2   cotgh  6x  co sec h  6x dx 9 dx 4.  xsenh  2 x  dx 2 8.  cot g h xdx FUNÇOES HIPERBÓLICAS INVERSAS A função seno hiperbólico é contínua e crescente para todo x e, por conseguinte admite uma função inversa contínua crescente, denotada por argsenhx ou senh1 x como o seno hiperbólico é definida em temos de e , é de se esperar que argsenhx possa expressar-se em termos da inversa, ln, da função exponencial natural. Teorema:     (i) senh1 x  ln x  x 2  1 (ii) cos h1 x  ln x  x 2  1 1 1 x (ii) tgh1 x  ln , 2 1 x (iv) sec h1 x  ln x 1 x 1 1  1  x2 , x 0  x 1 DEMONSTRAÇÃO (i) y  arg senh1 x, se e somente se x  senhy x  senhy  e y  e y 2 e y  2 x  e y  0, multiplicando ambos os membros por e y temos e2 y  2 xe y  1  0, Resolvendo a equação temos: e y  x  x2  1, como x  x2  1  0 e e y nunca é negativa, devemos ter: e y  x  x2  1 , aplicando ln em ambos os membros temos:  ln e y  ln x  x 2  1  10   y  ln x  x 2  1  Isto é, arg senhx  ln x  x 2  1  (ii) y  arg cos h1 x, se e somente se x  cos hy , y  0 e y  e y x  cos hy  2 e y  2 x  e y  0, multiplicando ambos os membros por e y temos e2 y  2 xe y  1  0, Resolvendo a equação temos: e y  x  x 2  1, e y  x  x2  1 , aplicando ln em ambos os membros temos:  ln e y  ln x  x 2  1  y  ln x  x 2  1    Isto é, arg cos hx  ln x  x 2  1  (iii) y  arg tghx, se e somente se x  tghy , para x  1 x  tghy  e y  e y e y  e y  x  e y  e y e y  e y e y  e y  xe y  xe y multiplicando ambos os membros por e y temos e2 y 1  xe2 y  x e 2y  1  x   x  1  e 2y e2 y  xe2 y  x  1 x 1 x 1    ey  1 x 1 x 1  x 12 e    1 x  y 1 1  x 1  x 12 y aplicando ln em ambos os membros temos: ln e y  ln    e  ln   2  1 x   1 x  11 1 x 1 Isto é, arg tghx  ln 2 1 x DERIVADAS DAS FUNÇÕES HIPERBÓLICAS INVERSAS Teorema: 1 (i) Dx arg senhu  u2 1 1 (ii) Dx arg cos hu  (ii) Dx arg tghu  u2 1 Dx u 1 Dx u, u 1 x 1 2 (iv) Dx arg se c hu  u 1 Dx u, 1 u 1 u2 0  u 1 Dx u, DEMONSTRAÇÃO:  (i) Dx arg senhu  Dx ln x  x 2  1   Dx ln x  x 2  1    x  x2  1  x 1      2 2 2 2 x  x 1  x 1  x  x 1 x 1 1   1 x2  1 Exemplo. Se y  arg senh  tgx  calcule dy dx Solução: Dx arg senhu  1 u2 1 Dx u  1 d 1 1 2 tgx  sec2 x  sec x  sec x sec x tg 2  1 dx sec2 x INTEGRAIS DAS FUNÇÕES HIPERBÓLICAS INVERSAS Teorema. 12   (i)  1 u du  arg senh  c  ln u  a 2  u 2  d para a  0 a a2  u 2 (ii)  u du  arg cosh  c  ln u  a 2  u 2  d para 0  a  u a u a (iii) a (iv) u 2   1 2 2   1 u du  arg senh  c  ln u  a 2  u 2  d para 2 u a x a   u 1 du   arg senh  c  ln u  a 2  u 2  d para a a a2  u 2 1 x a Exercícios: Determine f '  x  para f  x  dada. 1. f  x   arg senh  5x  2. f  x   arg senhe x 3. f  x   arg cosh x 6. f  x   arg tgh  sen3x  4. f  x   arg cosh x 5 f  x   arg tgh  4 x  7. f  x   arg sec hx2 8. f  x  1 arg senhx 2 f  x   arg sec h 1  x 9. Calcule a integral. a) e)   1 81  16 x ex e2 x  16 2 dx dx b) f)  1 16 x  9 2 2  5  3x 2 dx dx 1 c)  49  4 x g) x 2 1 9  x4 dx d) dx  senx 1  cos 2 x h)  dx 1 5  e2 x dx REFERENCIA BIBLIOGRAFICA: SWOKOWSKI, Earl W. Cálculo com Geometria Analítica. v. 1.São Paulo: Makron Books do Brasil, 1994. ANTON HOWARD. Cálculo um novo horizonte volume I 6ª ed.- Porto Alegre Bookman 2000 13