Profª. Elaine Cristina Gomes Criatividade em Eventos Objetivos Possibilitar a percepção de novas tendências, formas, concepção de idéias. Permitir a compreensão da imagem como poder de narrativa, enigma, compreensão, testemunho, memória, etc. Relacionar o processo criativo ao conhecimento necessário para a produção do novo. Tópicos 1. A b as e d a Criativid ad e em Eventos 2. Criativid ad e em Eventos 3. Divers id ad es e exem p los tem áticos 1 . A base da Criatividade em Eventos Criatividade é a arte de fugir de velhos padrões e quebrá­los com imaginação. “Quando qualquer estado é preferencialmente seguido por outro estado, isso é um padrão”. Padrão é algo já conhecido, repetitivo, que alimenta a expectativa. Tudo o que for predeterminado segue padrões. São seqüências que envolvem regras procedimentos e processos. Criar eventos e gerenciá­los com base em padrões estabelecidos é o caminho mais curto para o insucesso. Ao contrário, um evento de sucesso não segue padrões rígidos, mas cria novos padrões. Uma peça de teatro, um show de música, um espetáculo de dança, uma exposição de arte ou até mesmo uma competição esportiva devem mostrar ao público novos padrões de estética, formados de cenário, movimentos, cores, imagens e iluminação que constituem algo incomum. 2 . Criatividade em Eventos Criatividade em eventos é um processo de pensar sobre novas formas de diversão para o público. Tendo como princípio básico oferecer diversão, a criatividade em eventos principia com uma reflexão sobre as áreas de atenção. Estas correspondem aos diferentes aspectos do processo de diversão, que inclui entretenimento, lazer, esporte, cultura, artes em geral. A busca de idéias começa com a escolha das áreas de atenção. Se a área escolhida é a cultura, deve­se pensar: como gerar diversão por meio das atividades culturais? Se for esporte, como divertir por meio do esporte? Ou da educação? Ou ainda dos negócios? As respostas a tais perguntas nos remetem a uma nova dimensão temática: a cultura­diversão, o esporte–diversão, a arte­diversão, o cinema­diversão, o teatro­diversão, a educação­diversão e os negócios­diversão. Se pensarmos que tais áreas podem ser combinadas entre si, temos novas áreas de atenção: esporte­cultura­diversão ou, simplesmente, diversão por meio de ações esportivas e culturais, realizadas conjuntamente.
Por meio do entretenimento, tudo se faz na sociedade atual. Faz­se negócio, compram­se produtos, aprende­se, desenvolvem­se tecnologias inovadoras, educa­se, criam­se novos negócios, fazem­se parcerias, etc. Por exemplo, escolhidas as áreas de esporte e cultura, e feita a rotação para esporte­cultura­diversão, como definir o ponto de entrada para conceber um evento criativo? Em primeiro lugar, com a escolha do tema – por exemplo, a moda dos uniformes esportivos nas Olimpíadas de Sydney. Escolhido o tema, seguem­se as ações planejadas – realização de um desfile, um concurso de fotos dos atletas nas lojas de Sydney, uma exposição de fotos premiadas, etc. 3 . Diversidades e Exemplos Temáticos O espetáculo Aquilo de que somos feitos, dirigido pela bailarina Lia Rodrigues, fez um enorme sucesso quando apresentado no espaço cultural Sérgio Porto, no Rio de Janeiro. Lia Rodrigues inovou em termos de estética da nudez. Em vez de apresentar o corpo nu em suas formas originais, explorando o corpo em todos os sentidos, Lia criou um novo padrão de apresentação artística. Os corpos nus de seus bailarinos reproduziram verdadeiras esculturas humanas. Outra novidade do espetáculo foi o lócus de apresentação, que não era mais o tradicional palco, mas o chão, com a platéia ao redor, onde os bailarinos nus reproduzem esculturas humanas para o público. Em certos momentos do espetáculo, o público mistura­se aos bailarinos e participa diretamente do evento. Ao fazê­lo, Lia foge dos padrões convencionais de apresentação no palco italiano e da forma centralizada de exibição, centrada nos bailarinos. Em oposição ao convencionalismo do palco e da apresentação centralizada, o espetáculo quebra os padrões comuns e introduz novos modelos: apresentação no chão, com o público, e apresentação descentralizada, por meio da qual o público é também protagonista do espetáculo. Saiba Mais Texto Com p lem entar O P od er d a Voz George e Arliani A voz pode chegar onde o corpo não alcança, onde os gestos não conseguem. a voz convence, manipula, exprime a dor e a alegria, a saudade e a repulsa. A voz é o maior dos dons, consegue transformar o mais corriqueiro fato na notícia mais interessante, e ao mesmo tempo torna brando o assunto mais estarrecedor. Reflete o que há dentro de nós, quem, e o que somos, Como estamos e o que queremos. É a melhor forma de expressão. Os Cam inhos d a Dança A dança nasce com o homem. Já nos primórdios, ele batia as mãos e os pés em ritmos harmozinados para se comunciar e se aquecer. Em todas as civilizações se dança, de formas diferentes e por vários motivos: alegria, luto, homenagens, para guerrear e educar as pessoas. A
partir dos anos 60, a dança se torna livre das regras e dos padrões até então estudados. A dança está nos palcos, nos parques, nas ruas, nos espaços culturais, nas performances. “Partindo dos nossos movimentos do dia­a­dia, privilegiam a experimentação e a contestação. De lá para cá os limites entre o clássico e o contemporâneo vêm se tornando menos acentuados. As funções dos bailarinos e coreógrafos se misturam cada vez mais. A dança contemporânea usa as mais diversas técnicas e formas de expressão, na medida necessária para dizer o que quer”. A São P aulo d os anos 20 Apesar de ser uma cidade provinciana e controlada por elites dominantes vindas da aristocracia do café, São Paulo foi a Sede da Semana de Arte Moderna, realizada no Teatro Municipal, em 1922. Não podemos deixar de citar que foi a burguesia rural paulista, representante de idéias novas e em maior contato com os acontecimentos Europeus – por conta das viagens de lazer e de estudo –, que patrocinou a Semana de Arte. As elites intelectuais, que permaneceram no poder político até meados de 1930, reuniram na cidade que mais imigrantes recebeu na América Latina vários elementos de vanguarda, ansiosos por colacarem abaixo a arte retrógrada e acadêmica. As manifestações culturais incluíram conferências e concertos, exposições de artes plásticas e balé, recitais e performances de variados estilos. O que nos cerca hoje de história e marcas significativas do passado nos dá referências para as criações e inovações presentes em todos os setores de trabalho e, principalmente, nos mais variados eventos. w w w .m aris am onte .com .b r A rtis ta P lás tico: Vik M uniz Técnica: Chocolate s/ tela e fotog rafia Vik Muniz é artista plástico, residente em Nova York. Sua obra nos surpreende pela invenção, o poder do ser criador ao trabalhar com diversos materiais e transformá­los em linguagem artística. Seja pelo quadro ou pela foto, a arte é expressa, o movimento da criação é notado. Muniz experimenta, vivencia os materiais, substâncias e, propriamente em sua obra, os alimentos. Chocolate, pasta de amendoim, geléias, desenho, leitura, organização das formas e, depois, o clique da máquina fotográfica. O Registro! A Exposição! Na capa do CD Tribalistas, está a obra de Muniz, provando que as linguagens artísticas sempre andaram em comum acordo, mesmo quando não nos damos conta. A música, a composição, a pintura, a fotografia, artistas plásticos, cantores e instrumentistas. Inovação, Invenção... Cria... Ação!!! Bibliografia BOGÉA, Inês. Livro d a Dança. São Paulo: Cia das Letrinhas, 2002. CAMPEDELLI, Samira Youssef. Teatro Bras ileiro d o Século XX . São Paulo: Scipione, 1995. MELO NETO, Francisco Paulo de. Criativid ad e em eventos . 2. ed. São Paulo: Contexto, 2001. NACHMANOVITCH, Stephen. Ser Criativo. São Paulo: Summus, 1993. OSHO, Bhagwan Shree Rajneesh. Criativid ad e ­ lib erand o s ua força interior. São Paulo: Cultrix, 2001. Referência Cultural Discografia: Tribalistas (Marisa Monte/Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown) Vik Muniz@ Vik Muniz Studio, new York City ­ Imagem XVIII Bienal do Livro de São Paulo – Espaço Imigrantes
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