Objetivos
•
Possibilitar a percepção de novas tendências, formas, concepção de idéias;
• Permitir a compreensão da imagem como poder de narrativa, enigma, compreensão, testemunho, memória, etc;
•
Relacionar o processo criativo ao conhecimento necessário para a produção do novo.
1. A Base da criatividade em eventos
Criatividade é a arte de fugir de velhos padrões e quebrá-los com imaginação
"Quando qualquer estado é preferencialmente seguido por outro
estado, isso é um padrão".
Padrão é algo já conhecido, repetitivo, que alimenta a expectativa. Tudo o que for
predeterminado segue padrões. São seqüências que envolvem regras, procedimentos
e processos.
Criar eventos e gerenciá-los com base em padrões estabelecidos é o caminho mais
curto para o insucesso. Ao contrário, um evento de sucesso não segue padrões
rígidos, mas cria novos padrões.
Uma peça de teatro, um show de música, um espetáculo de dança, uma exposição
de arte ou até mesmo uma competição esportiva devem mostrar ao público novos
padrões de estética, formados de cenário, movimentos, cores, imagens e iluminação
que constituem algo incomum.
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A São Paulo dos anos 20
O que nos cerca hoje de história e
marcas significativas do passado nos dá
referências para as criações e inovações
presentes em todos os setores de
trabalho e, principalmente, nos mais
variados eventos.
Veja São Paulo nos anos 20: apesar de
ser uma cidade provinciana e controlada por elites dominantes vindas da aristocracia
do café, São Paulo foi a Sede da Semana de Arte Moderna, realizada no Teatro
Municipal, em 1922. Não podemos deixar de citar que foi a burguesia rural paulista,
representante de idéias novas e em maior contato com os acontecimentos Europeus por conta das viagens de lazer e de estudo - que patrocinou a Semana de Arte.
As elites intelectuais, que permaneceram no poder político até meados de 1930,
reuniram na cidade que mais imigrantes recebeu na América Latina vários elementos
de vanguarda, ansiosos por colacarem abaixo a arte retrógrada e acadêmica. As
manifestações culturais incluíram conferências e concertos, exposições de artes
plásticas e balé, recitais e performances de variados estilos.
2. Criatividade em eventos
Criatividade em eventos é um processo de pensar sobre novas formas de diversão
para o público.
Tendo como princípio básico oferecer diversão, a criatividade em eventos principia
com uma reflexão sobre as áreas de atenção. Estas correspondem aos diferentes
aspectos do processo de diversão, que inclui entretenimento, lazer, esporte, cultura,
artes em geral.
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A busca de idéias começa com a escolha das áreas de atenção. Se a área escolhida é
a cultura, deve-se pensar: como gerar diversão por meio das atividades culturais? Se for
esporte, como divertir por meio do esporte? Ou da educação? Ou ainda dos negócios?
Pesquise em sites, folders, artigos de jornal e
revistas, instituições educacionais. Depois, responda:
O que, em sua opinião, a 18ª Bienal do Livro
motivou, inovou, inventou e, sobretudo, foi muito
criativa para conquistar a atenção dos diversos
públicos que visitaram o evento?
As respostas a tais perguntas nos remetem a uma nova dimensão temática: a culturadiversão, o esporte-diversão, a arte-diversão, o cinema-diversão, o teatro-diversão, a
educação-diversão e os negócios-diversão.
Se pensarmos que tais áreas podem ser combinadas entre si, temos novas áreas de
atenção: esporte-cultura-diversão ou, simplesmente, diversão por meio de ações
esportivas e culturais, realizadas conjuntamente.
Por meio do entretenimento, tudo se faz na sociedade atual. Faz-se negócio, compram-se
produtos, aprende-se, desenvolvem-se tecnologias inovadoras, educa-se, criam-se
novos negócios, fazem-se parcerias, etc.
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Vik Muniz é artista plástico, residente em Nova York. Sua obra nos surpreende pela
invenção, o poder do ser criador ao trabalhar com diversos materiais e transformá-los
em linguagem artística.
Na capa do CD Tribalistas, está a obra de Muniz, provando que as linguagens artísticas
sempre andaram em comum acordo, mesmo quando não nos damos conta. A música, a
composição, a pintura, a fotografia, artistas plásticos, cantores e instrumentistas.
Inovação, Invenção... Cria...Ação!!!
Seja pelo quadro ou pela foto, a arte é expressa, o movimento da criação é notado.
Muniz experimenta, vivencia os materiais, substâncias
e, propriamente em sua obra, os alimentos. Chocolate,
pasta de amendoim, geléias, o desenho, a leitura, a
organização das formas, e finalmente, o clique da
máquina fotográfica. O registro e a exposição!
www.marisamonte.com.br
Artista Plástico: Vik Muniz
Técnica: Chocolate s/tela e fotografia
Por exemplo, escolhidas as áreas de esporte e cultura, e feita a rotação para esportecultura-diversão, como definir o ponto de entrada para conceber um evento criativo?
Em primeiro lugar, com a escolha do tema - por exemplo, a moda dos uniformes
esportivos nas Olimpíadas de Sydney. Escolhido o tema, seguem-se as ações
planejadas - realização de um desfile, um concurso de fotos dos atletas nas lojas de
Sydney, uma exposição de fotos premiadas, etc.
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3. Diversidades e exemplos temáticos
O espetáculo "Aquilo de que somos feitos",dirigido pela bailarina Lia Rodrigues,
fez um enorme sucesso, quando apresentado no espaço cultural Sérgio Porto, no
Rio de Janeiro.
Lia Rodrigues inovou em termos de estética da nudez. Em vez de apresentar o corpo
nu, em suas formas originais, explorando o corpo em todos os sentidos, Lia criou um
novo padrão de apresentação do nu artístico. Os corpos nus de seus bailarinos
reproduziram verdadeiras esculturas humanas. Outra novidade do espetáculo foi o
lócus de apresentação, que não era mais o palco, como local tradicional, mas o chão,
com a platéia ao redor, onde os bailarinos nus reproduzem esculturas humanas
para o público.
Em certos momentos do espetáculo, o público mistura-se aos bailarinos e participa
diretamente do evento. Ao fazê-lo, Lia foge dos padrões convencionais de apresentação no palco italiano e da forma centralizada de exibição, centrada nos bailarinos.
Em oposição ao convencionalismo do palco e da apresentação centralizada, o
espetáculo quebra os padrões comuns e introduz novos padrões: apresentação no
chão, com o público, e apresentação descentralizada, por meio da qual o público é
também protagonista do espetáculo.
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Os Caminhos da Dança
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A dança nasce com o homem. Já nos primórdios, ele
batia as mãos e os pés em ritmos harmozinados para se
comunciar e se aquecer. Em todas as civilizações se
dança, de formas diferentes e por vários motivos: alegria,
luto, homenagens, para guerrear e educar as pessoas.
A partir dos anos 60, a dança se torna livre das regras e
dos padrões até então estudados.
A dança está nos palcos, nos parques, nas ruas, nos espaços culturais, nas performances. "Partindo dos nossos movimentos do dia-a-dia, privilegiam a experimentação
e a contestação. De lá para cá os limites entre o clássico e o contemporâneo vêm
se tornando menos acentuados. As funções dos bailarinos e coreógrafos se misturam
cada vez mais. A dança contemporânea usa as mais diversas técnicas e formas de
expressão, na medida necessária para dizer o que quer".
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BOGÉA, Inês. Livro da Dança. São Paulo: Cia das Letrinhas, 2002.
CAMPEDELLI, Samira Youssef. Teatro Brasileiro do Século XX. São Paulo:
Scipione, 1995.
MELO NETO, Francisco Paulo de. Criatividade em eventos. 2. ed. São Paulo:
Contexto, 2001.
NACHMANOVITCH, Stephen. Ser Criativo. São Paulo: Summus, 1993.
OSHO, Bhagwan Shree Rajneesh. Criatividade - liberando sua força interior.
São Paulo: Cultrix, 2001.
Referência Cultural
Discografia: Tribalistas (Marisa Monte/Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown)
Vik Muniz@ Vik Muniz Studio, new York City - Imagem
XVIII Bienal do Livro de São Paulo - Espaço Imigrantes (www)
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