CONTRIBUIÇÃO PARA A CARACTERIZAÇÃO RECEPTORES SEROTONINÉRGICOS E “IN VIVO” DE NEUROPEPTIDÉRGICOS E DO SISTEMA DO ÓXIDO NÍTRICO EM VASOS PERIPAPILARES RETINIANOS DO COELHO: IMPORTÂNCIA VASCULARES DA DOENÇA ISQUÉMICA NAS ALTERAÇÕES 3 Dissertação de Doutoramento apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra 4 A Faculdade de Medicina de Coimbra não aceita qualquer responsabilidade em relação à doutrina e à forma desta dissertação (Reg. da Fac. de Med. de Coimbra, 1931. Art.108º § único) 5 “Mas deixarei o pouco que aprendi ser divulgado para que alguém possa melhor do que eu adivinhar a verdade, e com o seu trabalho provar e rebater o meu erro. Então sentirei a satisfação de saber que foi através de mim que essa verdade chegou à luz do dia” Albrecht Dürer citado por K. Popper 6 Trabalho efectuado em Coimbra, durante a vigência de uma Bolsa de Doutoramento concedida pela Junta Nacional de Investigação Científica (JNICT), nos seguintes locais: - Instituto de Farmacologia e Terapêutica Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra (Directora: Profª Doutora Tice Macedo). - Centro de Oftalmologia do Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem (IBILI), Coimbra (Director: Prof. Doutor José Cunha-Vaz). Apoio científico de treino e supervisão nos Estados Unidos da América no: - Departamento de Oftalmologia (Physiology and Pharmacology Research Unit) do The Mount Sinai Medical Center, Nova Iorque (Director: Prof. Doutor Oscar Candia). - Departamento de Vítreo-Retina do Wilmer Eye Institute (Johns Hopkins School of Medicine) – Baltimore (Director: Prof. Doutor Morton Goldberg). 7 Aos meus Pais, aos meus Tios Manuel Gaspar M. da Rosa e Jesuína Ascensão Nunes Rosa e aos meus filhos Alexandra Sofia e Francisco Maria. Foi por eles e com eles que realizei este trabalho. 8 A todos os meus Mestres, com profunda gratidão. Sem eles nada seria possível. 9 PREFÁCIO Sendo tradicional apresentar na dissertação de doutoramento um preâmbulo que engloba as motivações do estudo concretizado, as determinantes da sua forma e o reconhecimento a todos quantos contribuíram para a sua execução, não nos escusaremos naturalmente a esta tarefa. Desde cedo nos entusiasmou a análise interpretativa dos fenómenos biológicos e a sua integração no campo da fisiologia, circunstâncias essenciais para uma melhor percepção da patologia e necessariamente para uma profícua utilização da técnica terapêutica. O facto de termos ingressado numa especialidade médico-cirúrgica (Oftalmologia) dum Serviço (Hospitais da Universidade de Coimbra) com larga tradição no estudo dos vasos retinianos em condições normais e patológicas, e pela sua complexidade fisiológica aliada às dificuldades de tratamento das patologias vasospásticas, que apresentam na sua maioria, um envolvimento também neuronial de significativa importância e ainda sem solução terapêutica de eficácia comprovada, acicatou o desejo de conhecer mais profundamente a natureza da complexa fenomenologia vascular retiniana. Situam-se, a este nível, patologias como as oclusões da artéria e veia centrais da retina, a neuropatia óptica glaucomatosa (onde se enquadra o glaucoma normotenso, referenciado por alguns autores como coincidente com outro tipo de patologia vasospástica como a enxaqueca), a neuropatia óptica da pré-retinopatia diabética e outras vasculopatias retinianas. Quando, em 1993, procurámos desenvolver os estudos de caracterização farmacológica dos vasos da retina na sequência do desenvolvimento da metodologia e técnica necessárias a este estudo, concretizadas com uma tese de 10 Mestrado em Oftalmologia entitulada “Estudos da permeabilidade dos vasos retinianos in vivo por técnicas de micropunção - desenvolvimento da metodologia e técnica”, considerámos então a área bastante atractiva e merecedora de um estudo interessante, mais alargado, que possibilitasse um melhor conhecimento e a caracterização destes vasos sob o ponto de vista farmacológico e de eventuais perspectivas terapêuticas oftalmológicas. O presente trabalho representa ainda o prolongamento de ensaios experimentais anteriores integrados no mesmo domínio, nomeadamente nos que eclodiram na citada tese de Mestrado. Os meus Mestres, Professores Doutores Tice Macedo e José Cunha-Vaz, incentivaram o desenvolvimento do plano de actividades que a concessão de uma Bolsa de Doutoramento, possibilitou. A execução do trabalho experimental decorreu em Portugal com deslocações frequentes a diversos países europeus e em particular aos Estados Unidos da América para apresentação e discussão dos resultados parciais, onde trabalhámos com grupos de investigação da mesma área. Assim, para o desenvolvimento da técnica cirúrgica necessária ao trabalho experimental, foi de capital importância o contacto directo com a equipa de investigação da secção de retina cirúrgica superiormente dirigida pelos Professores Doutores Eugene De Juan Jr. e Peter Campochiaro, no Wilmer Eye Institute da Johns Hopkins School of Medicine, em Baltimore (Estados Unidos da América). Também a prestimosa colaboração do Professor Doutor Oscar CandiaMount Sinai School of Medicine e Mount Sinai Hospital, Nova Iorque- também nos Estados Unidos da América, nas vertentes de fisiologia, farmacologia e terapêutica oftalmológicas, foi-nos particularmente gratificante, dada a sua longínqua experiência no campo, de reconhecimento internacional. A motivação inerente à execução de tão árduo e vasto trabalho decorrido durante uma década (com interrupções pontuais decorrentes do trabalho 11 profissional em geral e especificamente na área do glaucoma), foi além do entusiasmo e do fascínio que este campo das ciências fisiológicas sempre nos despertou, o desejo de contribuir, ainda que de forma modesta, para o desvendar de algumas interrogações que a Natureza ainda nos reserva no dealbar do terceiro milénio. Na prática, a investigação não constitui motivo de revolução no âmbito da farmacoterapia. Contudo, as conclusões procedentes da análise crítica dos resultados obtidos, permitirão, admitimos, ilustrar certos dados essenciais à melhor compreensão dos sistemas de regulação vascular retiniana e fornecem elementos para estudos complementares de índole fisiológica, de natureza farmacológica e com repercussão terapêutica. Apesar dos apoios citados que possibilitaram o trabalho exequível, quer de ordem humana quer material, não foi sem dificuldades que o desenvolvemos e concluímos, já que as dúvidas, por vezes, sobrelevaram as certezas, os materiais, de elevado custo, nem sempre estiveram à nossa inteira disposição e a ocupação clínica e o dever familiar retiraram-nos algum desse precioso tempo. No entanto, não poderíamos terminar este preâmbulo sem uma palavra de reconhecimento a quantos contribuíram, directa ou indirectamente, para que esta pequena obra se concretizasse. Em particular: À Senhora Professora Doutora Tice Macedo, que desde sempre orientou a nossa formação em Farmacologia com o saber de Mestre insigne e com reconhecida competência na área, e a quem devemos, como homem, o exemplo de um labor sério e contínuo e a Amizade que sempre nos honrou e que desejamos merecer; Ao Senhor Professor Doutor José Cunha-Vaz que nos orientou para esta área das ciências da visão e nos concedeu todas as facilidades para maior 12 aproveitamento do trabalho, prestando apoio incondicional desde o princípio, com o seu conhecimento científico e Amizade; Ao Senhor Professor Doutor Fontes Ribeiro, e de forma especial, por todos os ensinamentos que nos ministrou, pelo seu incentivo e paciência constantes desde a primeira hora, apesar dos nossos atarefados trabalhos na área clínica oftalmológica, pela sua inteira disponibilidade e ajuda preciosa na elaboração dos artigos científicos, a quem ficamos devedores de elevado apoio científico e também grande testemunho de Amizade; Ao Senhor Professor Doutor Oscar Candia que nos concedeu todas as facilidades para maior aproveitamento do trabalho aquando das nossas deslocações ao seu Serviço nos Estados Unidos da América, pelas revisões dos trabalhos publicados, e a quem ficamos a dever provas inestimáveis de calor humano, acolhimento generoso e rigor científico; Ao Senhor Professor Doutor Eugen De Juan Jr, nosso Mestre em cirurgia intraocular e grande humanista, pelos conhecimentos que nos transmitiu na metodologia aplicada a nível intraocular para o desenvolvimento deste trabalho; À Junta Nacional de Investigação Científica (JNICT) agradeçemos a Bolsa de Doutoramento que nos concedeu graças à qual foi possível este trabalho. 13 CAPÍTULO I INTRODUÇÃO 14 CAPÍTULO I INTRODUÇÃO O fluxo sanguíneo na microcirculação oftálmica que se processa através da artéria oftálmica para as artérias ciliares anteriores e posteriores (curtas e longas), alimenta a circulação coroideia e uveal. A artéria central da retina e as cílio-retinianas asseguram a circulação retiniana. Neste leito vascular é essencial um controlo regulador do fluxo sanguíneo para a circulação normal da retina. A circulação coroideia exerce um papel importante no suporte metabólico da retina, em condições normais e patológicas, em particular no descolamento exudativo da retina e nas situações de isquémia como a degenerescência macular relacionada com a idade, o glaucoma e a retinopatia diabética (Albert et al., 1993; Jarajapu et al., 2004). É, porém, conhecida a dificuldade de acesso experimental da coróide e a sua interferência na circulação retiniana, que não têm permitido um melhor conhecimento dessa interrelação entre a coróide e a retina. Não existindo inervação nos vasos retinianos e no sistema vascular que alimenta a cabeça do nervo óptico, a circulação da retina é maioritariamente controlada por mecanismos auto-reguladores, desempenhando as células endoteliais um papel importante na regulação do tónus vascular, pela secreção de factores contracturantes e relaxantes (Hardy et al., 2001; Okuno et al., 2002). Outros factores locais libertados por células vizinhas adjacentes (Yu et al., 2003), tais como o óxido nítrico (NO) (Donati et al., 1997), prostaglandinas (Pournaras et al., 1997), endotelina-1 (Polak et al., 2003), histamina 15 (Prieto et al., 1991), adenosina (Blazynski e Perez, 1998), lactato (Wang et al., 2001), neuropéptidos (Ye et al., 1998) e o factor relaxante endotelial da retina, estariam de igual modo envolvidos. Persiste alguma controvérsia sobre os mecanismos de controlo da circulação coroideia porque o fluxo sanguíneo nestes vasos sofre a influência da inervação autónoma perivascular, que depende: do sistema simpático com origem no gânglio cervical superior; do sistema parassimpático com origem no gânglio ciliar; e ainda, do sistema sensorial proveniente do gânglio trigémio (Silva-Carvalho et al., 2008). A estimulação do nervo parassimpático induz vasodilatação mediada pelo óxido nítrico, que parece ser selectiva para os vasos da coróide anterior, e a estimulação dos nervos simpáticos desencadeia vasoconstrição nos vasos coroideos, por mecanismos noradrenérgicos. Os nervos do sistema nervoso autónomo exercem, porém, efeito regulador de curta duração no fluxo sanguíneo coroideo, por alteração do tónus do músculo liso vascular, tornando-se necessário o conhecimento dos outros mecanismos auto-reguladores locais de controlo da circulação sanguínea ocular. A microcirculação retiniana é a primeira a ser afectada em doenças vasculares. O estudo da reactividade dos vasos da retina, quer no estado normal quer no diabético ou no glaucomatoso, reveste-se, assim, da maior importância para a compreensão da fisiologia da retina e das alterações precoces que ocorrem na Barreira Hemato-Retiniana nas fases iniciais da neuropatia óptica diabética e glaucomatosa e no desenvolvimento de medidas terapêuticas apropriadas. 16 A importância dos estudos que têm vindo a ser desenvolvidos sobre as alterações isquémicas da Diabetes resulta desta afecção representar a principal causa de cegueira mundial (150 milhões de pessoas), através da Retinopatia Diabética (RD). Em Portugal, um estudo populacional realizado no Cartaxo (1991) indica que 28,5% de casos de cegueira ocorreram em indivíduos com retinopatia nãoproliferativa na Diabetes Tipo I e em 10,7% dos portadores de retinopatia proliferativa. Nos Estados Unidos, por exemplo, 12% da população de cegos perdeu completamente a visão devido à Diabetes Mellitus. A nível mundial estima-se que esta doença é ainda responsável por cerca de 20% de todos os novos casos de cegueira que ocorrem entre os 45 e os 74 anos de idade (Klein, 1974) e que 91% dos diabéticos com doença de evolução superior a 21 anos, apresentam retinopatia diabética (Jerneld, 1980). A prevalência da doença em Portugal é de cerca de 57%. Calcula-se em cerca de 200.000 o número de doentes portugueses em risco de desenvolver complicações oculares potencialmente graves, de entre os cerca de 500.000 diabéticos existentes no país. Todas as medidas terapêuticas de que dispomos actualmente são dirigidas às fases tardias da doença e impedem apenas a sua progressão. Existe, portanto, necessidade urgente de entender a fisiopatologia da RD logo nas fases iniciais de pré-retinopatia, de modo a poder modificar o seu prognóstico com medidas preventivas e novas terapêuticas (CunhaVaz, 2005). Sendo assim, o conhecimento dos mecanismos envolvidos nas alterações da permeabilidade da Barreira Hemato Retiniana (BHR) na fase de pré-retinopatia, através da análise morfofuncional dos vasos retinianos, quando sujeitos a variações quantitativas e qualitativas de 17 substâncias endógenas e de síntese, permitirá, num futuro próximo, sugerir possíveis aproximações terapêuticas. O actual estado de conhecimentos sobre as lesões anatómicas e funcionais que existem a nível vascular retiniano, em modelos de diabetes experimental de mamíferos é já considerável. Para a sua indução utilizam-se normalmente dois tipos de substâncias: a estreptozotocina e a aloxana (Christiansson et al., 1958). A ruptura da BHR (transporte através de vesículas pinocíticas e interendotelial via tight junctions) em coelhos com diabetes induzida pela aloxana, foi avaliada pela perda de substância de contraste vascular por análise de imagem. Trata-se de um modelo reprodutível, principalmente quando usado na fase de pré-retinopatia diabética (Herse, 1994). Alterações a nível endotelial, pericítico e muscular liso foram já amplamente demonstradas por vários autores nas últimas quatro décadas (Flage, 1977; Riva, 1981; Kaiser, 1997; Orgul, 2007). Existe, de facto, uma degenerescência selectiva dos pericitos retinianos, típica da RD, bem como o espessamento da membrana basal em múltiplos tecidos humanos e animais, neste modelo de diabetes experimental (Osborne, 1990). Foi ainda comprovado que o estado permanente de hiperglicémia durante 2-3 meses após indução de diabetes com aloxana (100 mg/Kg) em dose única durante 3 meses, provoca modificação selectiva da expressão de receptores para as endotelinas, por exemplo, em pericitos retinianos de bovinos, o que se traduz por modificações do fluxo sanguíneo retiniano na hiperglicémia e na diabetes, por vasodilatação das arteríolas retinianas (Herse, 1994). A hiperglicémia moderada e permanente (mimetizando uma diabetes do tipo I) produz alterações do fluxo sanguíneo retiniano (com vasodilatação) cuja fisiopatologia 18 permanece por esclarecer (Skimmer, ISOPT, 2006). O estado induzido corresponde a um stress hipóxico, através de um aumento da relação NADH/NAD+ (Williamson et al., 1997). A proteína ZO-1 existente na BHR interna encontra-se substancialmente reduzida nas tight junction de ratos diabéticos, aumentando a permeabilidade da BHR (Khin et al., 1997). A diabetes como doença neurovascular compreende: leakage (exudato) vascular, apoptose neuronal das celulas ganglionares, inflamação e disfunção astrocitária (células de Muller) (Gardener, 2004). O aumento da dilatação arteriolar e venosa ocorre bastante cedo na diabetes, um fenómeno atribuído, em parte, ao efeito do óxido nítrico (NO) sintetizado no endotélio vascular pela sintetase respectiva e depois libertado para os pericitos e células musculares lisas. Recorda-se que nos últimos anos foi possível confirmar este efeito modulador in vivo do óxido nítrico (Stitt e McDonald, 1997; Pournaras et al., 1997). Convém, no entanto, recordar que as células endoteliais de diferentes espécies apresentam normalmente uma grande heterogeneidade in vitro nos aspectos morfológico, funcional e bioquímico com resultados distintos, não homogéneos, de qualquer estudo funcional efectuado nestas condições (Yan et al., 1998). Este mediador endógeno está implicado nas alterações verificadas entre as células de suporte retiniano e o endotélio vascular da retina na patologia isquémica. A retinopatia diabética (RD) nos seus múltiplos estadios, continua a ser um problema grave de saúde pública, como já foi referido, e os métodos terapêuticos usados no seu tratamento são ainda paliativos e bastante agressivos, como a laserterapia, não se prespectivando ainda a possibilidade de uso de fármacos ideais para a sua prevenção e tratamento e desconhecendo-se a melhor via de administração dos 19 disponíveis (tópica, intravítrea, retrobulbar ou outras), face à dificuldade de acesso ao meio intraocular. A existência das duas barreiras (BHR e BHE) semelhantes do ponto de vista funcional e anatómico, reporta-nos também para os fenómenos de natureza vasospática, relacionados com patologia do tipo migraine. Conhecem-se hoje alguns dos fenómenos inflamatórios subjacentes à patologia diabética. Do ponto de vista clínico o maior interesse dirige-se ao tipo de patologia intraocular que envolve as alterações vasculares, como as oclusões vasculares retinianas, com a sua problemática hiperpermeabilidade e neovascularização, presentes na neuropatia óptica isquémica. Admite-se que as respostas aos mediadores envolvidos no controlo do tónus vascular estão alteradas na diabetes tipo I: o aumento da permeabilidade consecutivo ao maior transporte inter e paracelular (através da abertura das tight junctions) e intra e transcelular (pelas vesículas intracitoplasmáticas e das fenestrações) justificaria essas alterações (Murta, 1990; Flammer, ISOPT, 2006). Na retinopatia diabética as células endoteliais apresentam um número reduzido de vesículas pinocitóticas e de transportadores específicos. Duas classes de moléculas transmembranares estão aí presentes: as ocludinas e as claudinas (Grieshaber, 2007), com funções de barreira (gate). Por outro lado, as células murais microvasculares, referidas como pericitos, são cruciais para a sobrevivência das células endoteliais em situações de stress oxidativo, como acontece na diabetes. Esta patologia, mesmo de início recente, acelera a morte das células endoteliais por um processo semelhante à apoptose, admitindo-se a necessidade da presença de um substracto genético para a sua concretização, como o TP53 ou outros (MYC, BCL2 e RAS) (Ridley M, 1999). 20 A diminuição de NO e de VEGF são os responsáveis pelas oclusões arteriolares na doença diabética, com perda de pericitos anterior à perda de células endoteliais, vasodilatação subsequente e espessamento da membrana basal. Desconhece-se a causa da sua perda, já que nenhum deles necessita de insulina para o transporte da glicose. Posteriormente verifica-se um aumento do VEGF, da proliferação endotelial compensatória e ainda da permeabilidade, com diminuição da Tensão Intraocular (TIO), edema macular compensatório e neovascularização. No diabético a resposta surge com um aumento da insulina, da L-Arginina e do NO. Porém, a NG-nitro-L-arginina, um inibidor da sintetase do óxido nítrico, reduz também o fluxo coroideu 60 e 120 minutos depois da administração do fármaco mas não aumenta, todavia, o fluxo na retina, na íris e no corpo ciliar (Chiou, 1995). O Glaucoma é, como se referiu, a segunda causa de cegueira no mundo. A sua incidência é de 1-2% da população com mais de 45 anos correspondendo a cerca de 70 milhões de pessoas envolvidas, das quais aproximadamente 7 milhões já cegaram. Os dados disponíveis na literatura estimam que, só nos USA, 2,22 milhões de pessoas sofrem de Glaucoma. Cerca de 12% cegam aos 20 anos de doença. A redução das TIOs abaixo dos 22-25 mmHg (dependendo dos critérios) têm sido a única solução terapêutica. O Glaucoma apresenta alterações vasculares retinianas importantes (Flammer et al., 2005). A abordagem hemodinâmica em relação à sua etiologia vascular passou nos últimos vinte anos da simples medição de diâmetros vasculares em doentes glaucomatosos (ainda sem conclusões consistentes à vista) até às avaliações directas quantitativas do fluxo sanguíneo. 21 Na sua vertente congénita com a descoberta do gene CYP1B1, OPTN e o MYOC, na vertente inflamatória com o pseudoesfoliativo, ou ainda no glaucoma de ângulo fechado ou o de pressão normal (todos de difícil solução clínica e de prognóstico reservado), tem-se procurado solucionar estes padrões patológicos pelo recurso a novos fármacos baseados no RNA curto de transferência ou utilizando células mãe (estaminais), multiplicando-se os estudos multicêntricos internacionais e protocolos terapêuticos com algoritmos de tratamento médico-cirúrgico, com base na análise clínica e em provas funcionais e morfológicas para a sua avaliação (Fernandez Vila, 2008). Os doentes com glaucoma de pressão normal relacionado com a migraine (Corbett, 1985) ao contrário do glaucoma primário de ângulo aberto, têm um risco elevado de perda de visão e apresentam vasospasmo periférico (Alon Harris, Mónaco, ISOPT, 2004). Nas doenças vasculares que se iniciam com vasospasmo, são as artérias com menos de 200 µm as que mostram maior resistência (Riva, 1987). Verifica-se uma grande variabilidade inter-individual, em termos de resistência arteriolar, provavelmente pela dificuldade de avaliar em simultâneo este parâmetro em dois pontos distintos do vaso, e ainda porque a medida dos fluxos e volumes sanguíneos na retina e nervo óptico está limitada a vasos de pequeno calibre (Flammer et al., 1996). De entre os factores de risco mais importantes na redução do fluxo sanguíneo ocular salientam-se: a migraine, a diabetes e as síndromes designadas outrora de vasospásticas, entre as quais a Síndroma de Raynaud. No glaucoma o fluxo também é reduzido, provavelmente por vasoconstrição (Flammer, 2005). Durante o período nocturno a pressão arterial diastólica baixa, o que induz um aumento da tensão intraocular com um valor de pico cerca das 24 horas. Só 50% dos 22 glaucomatosos (glaucoma de pressão normal) têm problemas vasculares (Greve et al., 1995). Existe evidência directa de que factores vasculares contribuem para o desenvolvimento da neuropatia óptica glaucomatosa (Harris, 2005). Nesta neuropatia, a redução de fluxo compromete naturalmente o fornecimento de oxigénio e de glicose à célula endotelial. Este fluxo pode ser alterado por modificação da produção de ATP e da actividade da ATPase Na+, K+ responsável pelo controlo iónico intracelular. O excesso de sódio intracelular conduz, como é conhecido, à entrada directa de cálcio para o interior da célula e indirectamente, à activação do sistema excitatório de aminoácidos (glutamato-aspartato) ou à desactivação do inibitório (GABA/Glicina) (Miller, 2008). A presença exagerada de cálcio intracelular activa várias enzimas com formação de radicais livres, subsequente autodigestão celular e morte por apoptose (Flammer et al., 2005). A vasoconstrição no glaucoma hipertenso, com diminuição da permeabilidade, hipoxia, morte das células ganglionares e perda de pericitos é compensada com um aumento da adenosina, conduzindo a vasodilatação compensatória (via receptores A1). A vasodilatação produz um aumento da permeabilidade com uma reposição dos níveis da TIO que diminuem e, depois, estabilizam (Osborne, ISOPT, 2006). 1.1-Importância da componente interna da Barreira HematoRetiniana nos mecanismos de auto-regulação intrínseca da vascularização retiniana e da componente extrínseca, através de mediação por fármacos. 23 A BHR está localizada a dois níveis, formando uma barreira externa, o epitélio pigmentar retiniano (responsável pela maior parte da produção do factor de crescimento endotelial vascular (VEGF)) cujos polimorfismos se responsabilizam pelos fenómenos de angiogénese e de isquémia retinana através de factores de transcrição como o MEF2C, presente nas células endoteliais (Churchill et al., 2008; Maiti et al., 2008), utilizado em terapia génica; e uma barreira interna, o endotélio dos vasos retinianos (Cunha-Vaz, 1978). Existem numerosos estudos de investigação sobre a primeira, pelo que nos decidimos debruçar sobre a última, uma vez conhecida a origem neurológica comum das células vasculares e de suporte da retina e do Sistema Nervoso Central (SNC). O VEGF é um factor mitogénico das células endoteliais de elevada potência e está implicado na retinopatia diabética proliferativa e outras doenças isquémicas retinianas neovasculares (Elliot et al., 1996). Induz vasodilatação capilar retiniana e quebra da BHR em primatas (Ozaki et al., 1996), comprovados em estudos in vitro (Caldwell e Feng, 1996) e in vivo (Duh et al., 1996). Os receptores desta glicoproteína (fit1 e fik-1) foram já identificados a nível das células endoteliais (Chen et al., 1996). Porém, os resultados até ao presente, com recurso a antagonistas do VEGF na neovascularização não foram encorajadores (Ozaki et al., 2000; Campochiaro, 2004). O ácido glutâmico (glutamato) tem sido mais recentemente implicado na patogénese de múltiplas doenças do SNC e na isquémia retiniana. O estudo do seu efeito sobre a integridade da BHR foi já efectuado, com recurso a injecção intraocular e radioisótopos. Os resultados apontam para uma ruptura da BHR através de uma acção directa sobre as células endoteliais ou, por efeito indirecto, através das 24 populações neuronais e/ou gliais constituintes da retina humana (Greenwood et al., 1996). Os fenómenos de apoptose após a isquémia retiniana e envolvimento do N-metil-D-aspartato (NMDA) com expressão do gene pró-apoptose p53 estão largamente documentados (Joo et al., 1999). O glutamato, actuando sobre o receptor NMDA, aumenta o sódio intracelular que promove a morte celular directa por lise celular e indirecta por estimulação de enzimas intracelulares, como a proteina cinase C, cinases dependentes do sistema da calmodulina, proteases, fosfolipases, sintetases do óxido nítrico, endonucleases, xantinoxidase e descarboxilase da ornitina. Todas promovem apoptose, por inibição da translação ou transcrição. No entanto, é o glutamato o neurotransmissor que estabelece a ligação entre o neurónio e a glia. Surgiram, consequentemente, várias questões: será a isquémia consequência ou origem da patologia citada? Serão os fenómenos vasospásticos nestas patologias devidos maioritariamente a processos de natureza inflamatória ou de origem multifactorial? Será a neuroprotecção no glaucoma uma utopia ou passa também pela resolução dos fenómenos isquémicos com subsequente aporte directo retiniano de substâncias antioxidantes e/ou nutritivas que minimizem a apoptose das celulas ganglionares via stress oxidativo? O agente neuroprotector é, como se sabe, uma substância que reduz ou impede a morte (apoptose) neuronal provocada pelo stress oxidativo. Existe actualmente abundante bibliografia sobre os processos subjacentes à morte celular: traumáticos, doenças degenerativas e isquémicas (Joo et al., 1999). Resultados recentes publicados por diversos autores (Flammer, Harris, Jonas, 2007) indicam uma resposta afirmativa às duas últimas questões. E foi esse o desafio que nos foi colocado quando iniciámos o 25 nosso projecto. Acreditámos que, ao contribuirmos para o esclarecimento dos fenómenos isquémicos, por deposição peri ou justapapilar de moléculas de sinalização, na proximidade dos vasos e células das estruturas envolvidas e usando como medida os diâmetros vasculares à distância de um disco, com a análise da variação desses diâmetros e da dinâmica de perfusão ocular em estudos clínicos, poderíamos concretizar algumas das respostas as estas questões. De entre as substâncias já estudadas, com capacidade reactiva a nível dos vasos retinianos e possuidoras de um efeito vasomotor imediato, em estudos fundamentalmente in vitro situam-se a Noradrenalina e a Adrenalina, o Carbacol, a Histamina, a Vasopressina, a Angiotensina II, as Prostaglandinas, o Óxido Nítrico e Endotelinas (Lutty et al., 1998, Gaspar et al., 2001). Algumas destas substâncias são secretadas pelo endotélio vascular (óxido nítrico e endotelinas) e os seus efeitos a nível dos vasos retinianos têm sido objecto de estudo em experimentação, recorrendo a animais normais e com patologias diversas como a obstrução da artéria e veia centrais da retina (Osborne et al., 1988). Alguns receptores adrenérgicos do tipo β2, α1 e α2 e também colinérgicos foram identificados no ser humano a nível ocular (Sole et al., 1992; Furukawa, 1987; Denis et al., 1989; Hoste et al., 1989) e, recentemente, também no coelho in vivo, em modelo experimental validado (Delgado et al., 2008). O sistema serotoninérgico mereceu alguma atenção dos investigadores relativamente a alguns dos seus receptores, tendo sido encontrados resultados curiosos a nível da artéria oftálmica (Jarapaju et al., 2004). A opção de estudar a expressividade de alguns receptores do sistema serotoninérgico a nível dos vasos retinianos baseou-se no facto de pretendermos esclarecer a sua 26 participação nos fenómenos vasospásticos e não se encontrar descrito na literatura, à data do início do trabalho experimental, nenhum estudo equivalente, utilizando metodologia e técnica in vivo, a que se associou o facto de ainda ser discutível a existência de inervação sensorial (avaliada pelo sistema neuropeptidérgico) a nível dos vasos retinianos, bem como da inervação simpática (vasoconstrictora) e parassimpática (vasodilatadora). Das aminas libertadas localmente, a histamina encontra-se armazenada nos mastócitos ou basófilos e noutras células não mastocitárias que se encontram em vários tecidos, incluindo o cérebro. Como neurotransmissor endógeno, participa em algumas funções cerebrais como o controlo neuroendócrino, regulação cardiovascular, térmica, do peso corporal e do sono. A participação nos processos imunológicos constitui, no entanto, a função fisiopatológica mais importante da histamina após a sua libertação a partir dos mastócitos e basófilos, não se conhecendo uma função de relevo no controlo vascular. A serotonina é uma amina biológicamente activa com efeitos fisiológicos e patológicos complexos através de múltiplos subtipos de receptores é um neurotransmissor importante, uma hormona local no intestino, um componente plaquetar do processo de coagulação, um dos mediadores dos sinais e sintomas do sindrome carcinóide e é aceite como agente importante na enxaqueca. Conjuntamente com peptídeos endógenos, prostaglandinas, leucotrienos e citocinas, designados como substâncias autacoides (do grego “auto-curativo”) ou hormonas locais, devido a estas propriedades, ocupam hoje um lugar de relevo no controlo de funções diversas nos tecidos (Comtois e Katzung, 2008). 27 Também os derivados do endotélio, incluindo substâncias com actividade vasodilatadora (PGI2 e Óxido Nítrico) e vasoconstritora (família das endotelinas) mereceram a atenção dos investigadores na área ocular, por actuarem localmente de modo parácrino ou autócrino, mais do que como hormonas circulantes. Receptores serotoninérgicos e neuropeptidérgicos responsáveis por fenómenos isquémicos, via NO, já foram detectados em vasos não retinianos de coelhos normais. A comparação com a sua expressividade in vivo em coelhos diabetizados nunca foi realizada. Assim, a necessidade de identificar este tipo de receptores a nível vascular retiniano prende-se também com o facto da maioria das lesões vasculares na diabetes e no glaucoma serem irreversíveis. Dos fenómenos mais importantes que ocorrem, as dilatações arteriolar, venosa e capilar em terrenos coroideus e principalmente retinianos, são as mais características da diabetes. O glaucoma, hoje rotulado como uma uma neuropatia isquémica, apresenta-se com duas vertentes: a isquémica, com vasoconstrição e redução do fluxo sanguíneo arteriolar que conduz à atrofia óptica com lesões nos axónios da lamina cribosa e à apoptose das células ganglionares (Yoshida et al., 2008) e a traumática, por aumento de pressão intraocular (Harris, Jonas, ISOPT, 2006). No processo de análise de sistemas auto-reguladores, o sistema serotoninérgico pareceu-nos da maior importância. Jonas et al. (ISOPT, 2006), citam-no como um dos sistemas que pretensamente se encontra envolvido na fisiopatologia vascular do glaucoma, graças às semelhanças entre as duas barreiras anátomo-fisiológicas anteriormente referidas (BHR e BHE). Sheriff et al. (ARVO, 2008) apontam-no como promissor de entre os antiglaucomatosos, com base em experiências em 28 macaco, pela facilitação do escoamento do humor aquoso a nível da malha trabecular que os seus derivados proporcionam. Partindo do conhecimento de que a 5-HT é um dos principais moduladores da função sináptica na retina, Nilsson et al. (1996) em experiências in vivo com fármacos agonistas 5-HT1B/1D conseguiram bloquear o efeito vasodilatador cerebral provocado por activação do sistema nervoso trigemial, em ratos (Osborne et al., 1990; Pierce et al., 1996). A activação deste sistema parece ter importância na fisiopatologia da enxaqueca: recorda-se que o factor de risco de desenvolvimento de glaucoma em doentes com este tipo de cefaleia é de 2,58 vezes superior ao dos indivíduos sem enxaqueca, levando a que a associação glaucoma / enxaqueca se revele interessante do ponto de vista vascular (Harris, 2005). O núcleo supraquiasmático, responsável pelo relógio biológico circadiano nos mamíferos e, indirectamente, pelas variações circadianas da tensão intraocular, possui o mais denso complexo terminal serotoninérgico do cérebro. Este núcleo recebe ramos aferentes glutaminérgicos e serotoninérgicos da retina e do cérebro médio. A demonstração da existência de receptores serotoninérgicos a nível arteriolar retiniano seria interessante, nomeadamente pela possibilidade de se comparar o seu papel modulador em afecções oculares com a patogenia da enxaqueca. O efeito vasoconstrictor da 5-HT processa-se através de receptores localizados morfológicamente a três níveis: terminais nervosos simpáticos, endotélio vascular e células musculares lisas da rede vascular dos mamíferos. Estudos in vitro levaram a admitir que a 5-HT pode actuar através do “endotelium derived relaxing factor “ (EDRF) quando provoca, por 29 vezes, relaxamento vascular (Hoyer et al., 1996), inclusivamente no coelho (Leff et al., 1987). É também um vasoconstrictor relativamente potente, em particular nas vénulas pós-capilares e nos vasos do pulmão (Hoyer et al., 1996). Presente no SNC e com uma distribuição localizada às áreas cerebrais filogeneticamente mais arcaicas, o seu comportamento a nível dos vasos retinianos nunca foi estudado. Sabe-se que as concentrações cerebrais do seu precursor, o triptofano, dependem das suas concentrações plasmáticas, existindo variações circadianas. Do triptofano ingerido, apenas cerca de 1% será transformado em 5-HT. O seu papel na génese da enxaqueca está demonstrado, existindo uma abundante rede de receptores 5-HT nos vasos extracranianos, sendo aí mais potente que a noradrenalina. Os agonistas dos receptores 5-HT possuem verdadeiro efeito profiláctico e curativo na enxaqueca (Pauwels et al., 1998). A 5-HT apresenta também uma ligação estreita com as perturbações do sono e as depressões. Os núcleos dos neurónios serotoninérgicos estão maioritariamente localizados no tronco cerebral; um segundo grupo distribui-se pelo bolbo raquidiano e um terceiro, nas áreas dorsais da protuberância e do tegmen dorsalis. Conhece-se a capacidade destes neurónios influenciarem as características afectivas dos fenómenos dolorosos, “pela integração de estímulos sensitivos de proveniência medular com a actividade de centros superiores, como os do sistema límbico” (Hoyer et al., 1996). O interesse crescente pelas substâncias que medeiam as acções dos neurotransmissores e hormonas tem vindo a ressurgir nos estudos de reactividade vascular e é visível nas frequentes actualizações da nomenclatura destes receptores por parte de peritos da International Union of Pharmacologists (IUPHAR). A classificação proposta em 1986 30 por Bradley et al. e que incluia a existência de três famílias de receptores 5-HT designados por 5-HT1-“like”, 5-HT2 e 5-HT3, com base em critérios funcionais, constituiu o ponto de partida para a classificação actual. O uso crescente de técnicas de radioligandos em membranas e células, a auto-radiografia de fatias de tecido cerebral e o estudo dos segundos mensageiros em células e tecidos conduziu à descrição de subtipos de receptores 5-HT1. Tornou-se também evidente que o receptor 5-HT1C, encontrado no plexo coroideo, está mais próximo da família do receptor 5-HT2 pela semelhança de perfis farmacológicos e de características do segundo mensageiro (estímulo da produção de fosfato de inositol e sinalização pelo cálcio) o que levou também à sugestão da existência de subtipos de receptores 5-HT2 (Hannon e Hoyer, 2008). Uma vez iniciada a biologia molecular (1986-1988) com a clonagem do receptor 5-HT 1A, rapidamente se chegou à clonagem dos receptores 5HT. Este trabalho levou à identificação de “outros” receptores tentativamente designados 5-ht1E, 5-HT1F, 5-HT2F, 5-HT5A, 5-HT 5B, 5- HT6 e 5-HT7, os quais “requeriam integração num esquema de classificação aceitável” (Hannon e Hoyer, 2008). Como é conhecido agora, todos os receptores 5-HT pertencem à família de tipo A dos Receptores Acoplados à Proteína G (GPCR), mostram sequência homóloga significativa com a rodopsina, e também com os receptores adrenérgicos e dopaminérgicos e contêm o “DRY motif” na terceira região em parafuso transmembranar. Com base na informação operacional, estrutural, transducional e nos novos achados, a Comissão de Nomenclatura de Receptores do Clube da Serotonina (Humphrey et al.,1994) propôs um novo sistema de nomenclatura. Os princípios atrás enunciados foram posteriormente aplicados a um número de famílias de receptores pela Comissão de Nomenclatura de Receptores da União 31 Internacional de Farmacologia (NC-IUPHAR). A última publicação indica que os receptores 5-HT podem ser classificados em 7 classes: 5HT1 (5-HT1A, 5-HT1B, 5-HT1D, 5-ht 1E, 5- HT1F), 5-HT2 (5-HT2A, 5-HT2B e 5-HT2C), 5-HT3, 5-HT4, 5-HT5 5-HT6, 5-HT7 e recombinantes (5ht5A,5-ht5B) e ainda outros receptores, designados por “órfãos”. (Alexander et al., 2008). Para quase todas as classes é possível hoje dispor de agonistas e antagonistas com maior ou menor especificidade, possibilitando a caracterização dos subtipos de receptores existentes nas diversas estruturas celulares. Os peptídeos, elevados à categoria de neurotransmissores no final do século XX com base em técnicas de imunocoloração, encontram-se na retina em diferentes tipos de células, com funções a nível dos neurónios e da rede vascular (Brecha et al., 1984). Aplicados por iontoforese ou adicionados ao meio do banho, numa preparação de retina perfundida de coelho, mostraram contribuir para a regulação do fluxo sanguíneo da retina e influenciar as funções das células ganglionares e vasculares, após libertação a partir de neurónios retinianos, ao funcionar como neuromediadores / neurotransmissores ou estabelecendo contacto com outros mecanismos de comunicação de sistemas diferentes: metabólico, glial e neuronal, de modos ainda não totalmente conhecidos (Miller, 2008). A libertação de mediadores peptídicos pelas terminações nervosas sensitivas vasculares, modificam o fluxo sanguíneo local, a permeabilidade vascular e a actividade do músculo liso adjacente e, também, a inflamação intraocular (Saria et al., 1985; O’Saughnessy, 1994; Lee et al., 1997; Schmid et al., 2005). Em papilas de coelho 32 perfundidas, foi possível confirmar a sua existência e utilidade em neurónios retinianos distribuidos em rede (Zalutsky et al., 1990). As taquicininas são uma família de peptídeos que partilham o mesmo grupo carboxilo terminal na sequência aminoácida (Erspamer, 1981). Pertencem a esta família a Substância P (SP), a Neurocinina A (NKA) e a Neurocinina B (NKB) cujas acções são mediadas por três receptores: NK1, NK2 e NK3 acoplados a proteínas G (Kimura et al., 1993; Tatemoto, 1985). A SP, um dos péptidos presentes no SNC onde é um neurotransmissor, é um dilatador arteriolar potente, cujo efeito hipotensor foi descrito por Euler e Gaddum há sessenta anos, traduzida por uma vasodilatação generalizada. Este efeito não é bloqueado pela atropina, o que pressupõe a sua co-libertação não associada a agonistas colinérgicos, como acontece como o péptido vasoactivo intestinal (VIP) (Uddman et al., 1987), embora o efeito vasodilatador do VIP possa não envolver receptores colinérgicos nem adrenérgicos, uma vez que locais de ligação específicos, de alta e baixa afinidade, saturáveis e reversíveis, foram detectados em artérias cerebrais bovinas por Suzuki et al., em 1985. A SP, cujo efeito vasodilatador é dependente da dose, tem a propriedade de aumentar a permeabilidade capilar por activação directa da fibra muscular lisa, ou por libertação indirecta de catecolaminas, já que este efeito é revertido pela fentolamina (Eklund, 1977). Outra hipótese sugerida quanto ao seu mecanismo de acção foi a proposta por Kimura em 1993, que identificou através de estudos de imunorreactividade, dois genes diferentes para a SP e a NKA, parecendo serem libertadas simultaneamente (Mishuaddin e Nakanishi, 1986). A acção vasodilatadora ocorre via AMPc e é mediada pela libertação de NO a partir do endotélio. Este péptido tem maior afinidade para o 33 receptor NK1, o receptor que predomina no cérebro humano, e as neurocininas A e B mostram também afinidade para o mesmo receptor; a NKA é um ligando preferido para o receptor NK2 e a NKB para o receptor NK3. A NKA e o CGRP estimulam as fibras primárias aferentes do trigémio com sensibilidade para a capsaicina, libertando neuropeptídeos que, por sua vez, activam receptores NK1 (McClellan e Hazlett, 2008). A sua coexistência com outras neurocininas e com o CGRP foi demonstrada por Stjarne em 1989 e, posteriormente, por Wharton em 1994. Quando libertados por agentes químicos ou por impulsos eléctricos, estes neuropeptídeos produzem vasodilatação e aumentam o fluxo sanguíneo (Stjarne, 1989). Além de ser bastante potente, o efeito vasodilatador da SP é de curta duração quando comparado, por exemplo, com o do CGRP (Uddman, 1983). Prevê-se para a SP, que continua numa fase preliminar de estudo, um papel relevante nos mecanismos de comunicação dos diferentes sistemas, incluindo o metabólico, glial, neuronial e vascular (Miller et al., 2008). O peptídeo relacionado com o gene da calcitonina (CGRP), um membro da família da calcitonina que também inclui a calcitonina, adrenomedulina e amilina; está largamente distribuído nas células C da glândula tireóide, nos sistemas cardiovascular, gastrointestinal, urogenital, sistema nervoso central e periférico. As suas acções são mediadas por dois receptores designados CGRP1 e CGRP2. Têm-se acumulado provas de que o CGRP se liberta dos nervos trigémios, desempenhando um papel central na fisiopatologia da enxaqueca. O péptido é libertado durante uma crise de enxaqueca, que pode ser aliviada com antagonistas selectivos da serotonina, os quais normalizam também os teores de CGRP intracranianos (Olesen et al., 2006). Quando 34 injectado na circulação sistémica causa hipotensão e taquicardia, por vasodilatação acentuada, sendo conhecido como o vasodilatador mais potente descoberto até ao presente. Efeitos relaxantes acentuados foram observados nas artérias retinianas isoladas de bovino (Prieto et al., 1991) e é capaz de causar uma vasodilatação acentuada nas arteríolas retinianas do coelho in vivo (Gaspar et al. 2004), encontrando-se entre os peptídeos que podem ser libertados pelos nervos sensoriais, porque os seus efeitos são reproduzidos pela Capsaicina (Boussery et al., 2005). A libertação deste tipo de mediadores peptídicos, SP, NKA, CGRP e glutamato (GLU) a partir das fibras sensoriais do nervo trigémio que inerva o globo ocular (ramo sensitivo oftálmico) capacita as células neuronais a exercer o seu efeito in loco, tais como variações no fluxo sanguíneo retiniano, alterações da permeabilidade vascular retiniana e aumento da actividade muscular lisa (Holzer et al., 1991; Maggi et al., 1992). Estas células que existem a nível cerebral de várias espécies de mamíferos, incluindo o cobaio, o cão, o porco, o coelho e o Homem (Heuring e Peroutka, 1987; Maura et al., 1993) têm os corpos celulares na medula espinal e outros gânglios viscerais e enviam ramos periféricos para os diversos orgãos e tecidos com arborizações varicosas próximas das células efectoras. Reside aqui uma base anatómica para as respostas reflexas com libertação destes peptídeos, face a agentes e situações patológicas como a isquémia, a inflamação, a infecção, o trauma e outras agressões. Os ramos centrais destes neurónios sensoriais projectam-se para o cérebro onde estabelecem sinapses com os neurónios sensoriais de segunda ordem. Apesar dos receptores AMPA e NMDA serem aí os mais comuns, os NK1 e NK2 facilitam a transmissão nervosa. A presença de grandes quantidades de cálcio activa o sistema da sintetase 35 do óxido nítrico e a COX-1 no SNC, com formação subsequente de NO e prostaglandinas, respectivamente, que se difudem nos tecidos. A activação pré-juncional de receptores opióides, alfa-2 e GABAB inibe a libertação destes mediadores a nível sensorial. As células neuronais sensoriais periféricas podem serem activadas também por substâncias endógenas como a histamina, o óxido nítrico, protões H+, ATP, bradicinina e inúmeras prostaglandinas que são formadas nos tecidos atingidos ou/e libertadas por células inflamatórias. Esta activação leva à despolarização, formação do potencial de acção e propagação do impulso nervoso aos axónios reflexos e finalmente ao SNC (Lundberg et al., 1996). Alguns fenómenos oculares de natureza isquémica e inflamatória, poderão ser assim explicados. O óxido nítrico (NO), designado anteriormente por Factor Relaxante Derivado do Endotélio (EDRF), é uma molécula de sinalização gasosa altamente reactiva gerada no meio endógeno, que se difunde rapidamente através das membranas celulares e participa em variadas acções fisiológicas e patológicas (Jaffrey, 2007). É sintetisado nas células neuroniais, endoteliais, algumas células imunitárias e outras, por uma das três isoformas da sintetase relacionada com o NO: 1.a sintetase neuronal, nNOS ou NOS-1; 2. a macrofágica ou indutível, iNOS ou NOS-2; e 3. a sintetase endotelial, eNOS ou NOS-3. Estas isoformas originam NO a partir do aminoácido L-arginina, numa reacção dependente de O2- e de NADPH e que envolve vários cofactores enzimáticos (heme, tetrahidropterina e o dinucleótido adenina flavina). No caso do nNO e eNO, a síntese é evocada por agentes e processos que aumentam a concentração citosólica de cálcio. Muitas células neuronais e particularmente as células da glia são capazes de 36 expressar a iNOS em quanidades até 1000 vezes as produzidas pela nNOS e eNOS. Uma vez formado tem vários alvos: liga-se à guanililciclase solúvel (sGC), activa a enzima e estimula a produção de guanosina monofosfato cíclico (cGMP); este segundo mensageiro fosforila a proteína cinase G (PKG) que tem várias funções celulares, incluindo a fosforilação de canais iónicos, com redução consecutiva do cálcio intracelular. Nas células do músculo liso vascular o NO exerce relaxamento e efeitos vasodilatadores e nos neurónios tem funções variadas (Olesen, 2006). Apesar de possuir um electrão livre, o NO não é tóxico por si mesmo. É inactivado pela oxihemoglobina que catalisa a oxidação do NO até nitrato, que é transportado através dos vasos; também é inactivado pelo superóxido, formando peroxinitrito, um radical livre altamente reactivo, com efeitos lesivos nos tecidos, um mecanismo usado na defesa contra a infecção, quando a iNO é activada e produz níveis elevados do neurotransmissor. As substâncias que captam o anião superóxido, como a superóxido dismutase, podem aumentar a sua potência e prolongar a sua duração de acção. A manipulação farmacológica do NO é conseguida com inibidores da síntese do NO ou com dadores do NO. Além dos efeitos significativos no tónus do músculo liso vascular e na pressão sanguínea, por aumentar os níveis de cálcio intracelular que induz a sua síntese, o NO é conhecido por proteger ainda contra a trombose e aterogénese, através de vários mecanismos. Tem um papel importante na protecção da retina e da coroide na doença isquémica, pelas suas acções vasodilatadoras, ao prevenir a hipoperfusão pós-isquémica, via GMPc no músculo liso e por aumento da PGI2 (endotelial) que abre os canais de Ca2+/K+, via AMPc. 37 Como mediador entre a inflamação e as patologias de natureza isquémica, o NO é parte integrante do sistema de auto-regulação do fluxo sanguíneo ocular. Implicado na vasodilatação, após administração de inibidores da anidrase carbónica, de bloqueadores dos canais de cálcio ou da inalação de carbogénio, o NO apesar de importante na isquémia retiniana é, por outro lado, prejudicial quando libertado de forma anómala (Harris et al., 2003). Parece que o efeito vasoconstritor do O2 predomina sobre o efeito do CO2, vasodilatador na arteríola retiniana, ao contrário do que ocorre na artéria cerebral média (Kisilevsky et al., 2008). Experiências efectuadas por Kotikoski et al. (2002) levaram a admitir que a sintetase induzível do NO, a isoforma encontrada nos astrócitos do nervo óptico de pacientes com glaucoma, poderia produzir NO em excesso, modificar a pressão intraocular e induzir a morte selectiva das células ganglionares retinianas. As características referidas para o NO levaram-nos a induzir experimentalmente no modelo animal escolhido, uma simulação de glaucoma agudo (ou talvez melhor, hipertensão intraocular) e efectuar estudos com modificadores da libertação de NO, tentando recolher alguns dados que fossem sugestivos de eventual utilização na terapêutica antiglaucomatosa. Já foi referido que as células neuronais expressam a iNOS em quantidades consideráveis. Esta isoforma é independente do cálcio e exerce efeito citotóxico e citostático, não somente nas células patológicas, mas também nas células saudáveis. Induzida em diversas células como fibroblastos, macrófagos e no epitélio do corpo ciliar, especialmente após libertação de TGF-B2 e estimulação por citocinas como a interleucina-1, o TNF-α e lipopolissacarídeos (LPS), a iNOS 38 conduziria a níveis elevados de NO (Berger et al., 2008). Alguns estudos são sugestivos de que a iNOS se encontra nos astrócitos do nervo óptico de pacientes com glaucoma, podendo aí conduzir à superprodução de NO, vasodilatação associada com a inflamação aguda ou crónica, alterando a pressão intraocular, agravamento das lesões dos tecidos com morte selectiva de células ganglionares e degenerescência dos axónios destas células (Liu e Neufeld, 1999). Somos levados a admitir que um inibidor selectivo da iNOS teria um efeito protector nos astrócitos, por reduzir a actividade enzimática, criando condições para desempenhar um efeito protector, ao baixar a pressão intraocular (TIO), relaxar o músculo ciliar e aumentar o fluxo ocular do sangue. A dificuldade advém do facto de não dispormos de isoformas selectivas da iNOS. A iNOS é sómente induzida em circunstâncias patológicas por endotoxinas, inflamação, e determinadas citocinas, tais como a interleucina-1 (IL-1), IL-6 e o TNFα. Uma vez induzida, a iNOS produzirá grandes quantidades de NO por períodos de tempo longos, levando a que seja convertido em NO2, nitritos, peroxinitritos e radicais livres que induzem acções patofisiológicas como a atrofia do nervo óptico e lesões da retina posterior, com degenerescência e reacções inflamatórias crónicas, que estão associadas ao glaucoma, à doença macular relacionada com a idade, a miopia, cataratas senis e uveites (Chiou, 1995). A interrelação entre o NO e o glaucoma establece-se desta forma: sendo o glaucoma uma neuropatia óptica com “cupping” do disco óptico, degenerescência das células retinianas ganglionares, e perda característica do campo visual (Neufeld et al., 1999) relacionado com a hipertensão ocular e/ou mau funcionamento do fluxo ocular do sangue, particularmente na retina, na coróide e no nervo óptico, o seu tratamento 39 médico tem utilizado os tradicionais antihipertensores oculares, agentes que facilitam o fluxo sanguíneo ocular. Alguns resultados indicam que ambas as sintetases do NO e os dadores de NO poderiam ser usados para o tratamento do glaucoma, através da redução do processador de entrada/saída e/ou da melhoria do fluxo ocular do sangue (Nathanson, 1992; Liu, 1995, 1997; Chiou, 1995; Varma, 1995). Posteriomente ganhou relevo a hipótese de que o glaucoma podia estar associado aos efeitos neurotóxicos directos do NO na papila e áreas adjacentes retinianas do nervo, com perda celular e do campo visual. Este novo conceito do tratamento do glaucoma poderia recorrer ao uso dos inibidores da iNOS e/ou da sua actividade (Chiou, 1995). Estamos empenhados na definição do papel do NO na patogénese do glaucoma, através da administração intra-ocular de inibidores da sintetase do NO ou de dadores do NO, por medição da pressão intraocular, com base na hipótese de que o NO possa estar envolvido na formação do humor aquoso a nível os processos ciliares (Fleischhauer et al., 2000). A toxicidade retiniana causada pela aplicação intravítrea de dadores de NO tem sido referida também em coelhos. O tónus vascular é principalmente regulado pela eNOS, e é conhecido que uma deficiência na nNOS previne a morte celular retardada dos neurónios após isquémia, enquanto uma deficiência na eNOS agrava o dano neuronal isquémico. Por outro lado, a activação da NOS constitutiva com um aumento do Ca2+ intracelular é seguida por um aumento tardio da actividade da iNOS (Okuno et al., 2002). As alterações patofisiológicas dos níveis de NO na retina interna poderiam afectar directamente a sinalização do cálcio nas células ganglionares. Se a actividade do canal de cálcio estiver suficientemente aumentada que possa conduzir à 40 acumulação de níveis destrutivos de cálcio intracelular, talvez em conjunto com outras acções que levam à despolarização das células ganglionares, a consequência desta sobrecarga pode ser a perda de função das células ganglionares e dano visual a longo termo (Hirooka et al., 2000). Nas doenças oculares, como a RD e as oclusões venosas e arteriais, o envolvimento vascular tem sido largamente estudado, não acontecendo o mesmo com o glaucoma e a doença macular relacionada com a idade (DMI), onde a compreensão dos fenómenos hemodinâmicos está a emergir lentamente (Harris, 2005; Flammer, 2008). Factores como as necessidades metabólicas, a cedência de nutrientes, os produtos do metabolismo, a pressão de perfusão e os gases do sangue, bem como a diminuição do O2, do metabolismo oxidativo e aumento da glicólise anaeróbica estão sendo cada vez mais apontados como determinantes da doença (Rechtman, 2005), aos quais se devem acrescentar as modificações bioquímicas retardadas consecutivas a produtos da hidrólise de fosfolípidos (ácidos gordos polinsaturados, eicosanoides, etc), de monoaminas (5-HT), neuropeptídeos, radicais livres , catiões e aminoácidos, com um papel autodestrutivo nos tecidos nervosos da retina, de modo análogo ao que ocorre em todo o SNC (Bartlett,1994). A neuroprotecção, objectivo primário nestas patologias, terá de assentar sobre os dados a conseguir com o estudo aturado de todos estes intervenientes. A terapêutica experimental já utilizou numerosos compostos que abarcam praticamente fármacos de todos os grupos de uso comum incluindo esteróides, modificadores do metabolismo do ácido araquidónico, anti-oxidantes e inibidores de radicais livres (Mesilato de 41 Tirilazad, e Melatonina), moduladores das monoaminas (Clonidina), agonistas de receptores opióides, gangliosídeos, hormona lbertadora de tirotropina (TRH), antagonistas dos receptores NMDA (Memantina, Cetamina, Dextromorfano, Fenciclidina, MK-801), antagonistas dos canais de cálcio Flunarizina, Nimodipina) e do PAF, sem resultados notáveis. Alguns destes agentes possuem propriedades neuroprotectoras documentadas, como os inibidores da libertação pré-sináptica do glutamato (Riluzol e Idrocilamida) e ainda outros são moduladores das monoaminas (Clonidina) ou agonistas selectivos alfa2 (Brimonidina) e beta 1 (Betaxolol), todos já usados como anti-glaucomatosos, sem vantagens evidenciáveis. 1.2 - REVISÃO ANATÓMICA ACTUALIZADA DA INERVAÇÃO AFERENTE, SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA DO GLOBO OCULAR. Para uma melhor compreensão da importância da inervação interna do globo ocular a nível interno e sua correlação com os fármacos a utilizar em investigação, descreve-se sumariamente a sua inervação. O olho mantém-se como um orgão especializado, de difícil acesso sistémico dada a existência das Barreiras Hemato-Retiniana, HematoAquosa e Hemato-Vítrea já referidas. (Cunha-Vaz, 1972; Raviola, 1977). Este isolamento anatómico confere-lhe a propriedade de um óptimo “laboratório farmacológico” de estudo, por exemplo, do sistema nervoso autónomo. 42 O sistema nervoso simpático desce ao longo da medula espinal nas colunas celulares médiolaterais (D1 a L2). Os axónios destes neurónios saem da coluna por via anterior, através dos ramos comunicantes brancos, sobem e fazem sinapse no gânglio cervical superior, depois de passarem pelas artérias subclávias. Estas fibras, ao deixarem o gânglio, seguem no plexo carotídeo interno ou ao longo da artéria oftálmica no seu plexo periarterial. Ao caminharem desta forma, entram na órbita através da fissura superior e formam a via simpática do gânglio ciliar. Passam por este, sem estabelecerem sinapse, e incorporam-se nos 7-10 nervos ciliares curtos. Outras fibras juntam-se ao nervo oftálmico (divisão do nervo trigémio) ou ao seu ramo nasociliar e inervam o músculo dilatador da íris, através dos ramos ciliares longos. As fibras longas e curtas contêm fibras aferentes da córnea, íris e coróide. Algumas fibras dos nervos ciliares curtos passam do gânglio ciliar para o nervo nasociliar (via sensitiva do gânglio ciliar). Estudos de Nilsson (1996) em coelhos, confirmam a inervação trigeminal e ganglionar cervical superior da artéria oftálmica interna. O sistema parassimpático inclui fibras pré-ganglionares provenientes dos núcleos de Edinger-Westphal e de Perlia, que entram no olho conjuntamente com as fibras do terceiro (III) par craniano e estabelecem sinapses na via motora do gânglio ciliar. As fibras pósganglionares caminham junto ao nervos ciliares curtos que inervam a íris, o músculo ciliar e vasos sanguíneos (Mauger, Craig, 1994). A activação do núcleo de Edinger-Westphal, via III par craniano, provoca dilatação também nos vasos coroideus de algumas aves, como foi demonstrado no pinto (Murray e Fitzgerald, 1990). 43 A inervação aferente do olho e da face, depende de um complexo centrípeto de receptores, neurónios aferentes, núcleos do tronco cerebral e de um conjunto de conexões com o tálamo e o córtex cerebral. O nervo trigémio (V par craniano), com a sua raíz sensitiva, é a principal via aferente somática. Tem a sua origem no primeiro arco braquial. Toda a sensibilidade converge da face e do olho para o gânglio de Gasser e depois para o cérebro, através dos ramos sensitivos do nervo trigémio: ramo oftálmico, ramo maxilar superior e ramo maxilar inferior. O ramo oftálmico é o mais pequeno, sendo responsável pela inervação sensitiva de todo o globo ocular, região frontal, glândula lacrimal e saco lacrimal, pálpebras superiores, seios frontais e região nasal da face lateral (Kerr, 1963). Nasce do lado antero-interno do gânglio de Gasser, entra no seio cavernoso, abaixo do nervo patético, dando ramos para os nervos motor ocular comum, patético e motor ocular externo. Ainda a este nível dá ramos recorrentes para o tectorium cerebelli e para a duramater que cobre o polo occipital (Ryan et al., 1994) e divide-se em três nervos: lacrimal, frontal e nasociliar, os quais penetram na órbita através da fenda órbitária superior. Como já descrito, ramos simpáticos juntam-se ao nervo oftálmico, a partir do plexo cavernoso em redor da artéria carótida interna. É o nervo nasociliar aquele que tem um especial interesse na nossa investigação, por ser o nervo responsável pela inervação sensitiva do globo ocular. São ramos deste nervo: a raíz longa (sensitiva) que caminha para o gânglio ciliar e os nervos ciliares longos que rodeiam o nervo óptico e se dirigem para a íris, corpo ciliar e córnea. Não existem, até ao presente, referências quanto à inervação vascular retiniana, própriamente dita. 44 O núcleo motor do trigémio está situado na zona média da protuberância, junto aos núcleos dos III, IV e VI pares, a meio dos núcleos sensitivos principais. Os centros sensitivos trigemiais formam um conjunto de núcleos que se estende ao longo do tronco cerebral, desde os pedúnculos cerebrais e medula até à extremidade rostral do mesencéfalo. Dividem-se normalmente em três partes: superior, com o núcleo mesencefálico; médio, com o núcleo sensitivo superior e principal; inferior, com o núcleo do feixe espinhal do trigémio. É no gânglio semilunar (Gasser) que as fibras aferentes sensitivas do trigémio têm os seus corpos celulares. Após entrada na protuberância, caminham em direcção dorsomediana e a sua maior parte dicotomiza-se, originando ramos curtos ascendentes e ramos longos descendentes. Este conjunto de fibras descendentes constitui o feixe espinhal do trigémio, que termina numa coluna de células, longitudinal e medial ao feixe, o núcleo do feixe espinhal do trigémio. O núcleo principal do V par craniano recebe ramos ascendentes curtos do gânglio semilunar e constitui a continuação rostral do núcleo do feixe espinhal, embora com uma estrutura diferente. Em último lugar, o núcleo mesencefálico, cuja função ainda se encontra mal esclarecida, é constituído por uma pequena coluna celular situada em posição imediatamente rostral em relação ao núcleo principal (Brody, 1996). A região mais inferior do núcleo do feixe espinhal parece ser a que se encontra mais relacionada com a transmissão álgica (e térmica) do nervo oftálmico (Armstrong et al., 1986). Aliás, a designada teratomia medular, aplicada no tratamento da nevralgia do trigémio, parece basear-se neste esquema de distribuição de fibras. 45 1.3 - INERVAÇÃO E VASCULARIZAÇÃO DA RETINA HUMANA E DA RETINA DO COELHO. A retina é uma estrutura fina, transparente, extraordinariamente bem organizada, constituída por neurónios, foto-receptores, células gliais e vasos sanguíneos. De todas as estruturas do globo ocular, a retina neurosensorial é, sem dúvida, aquela a que se dedicou maior número de estudos. neurotransmissores Não como obstante a já serotonina terem sido detectados e tipos diversos de neuropeptídeos, desconhece-se a sua função a este nível (Brody, 1996; Hayreh, 1999). Fig.I A retina vascular continua sendo um campo de estudo aberto a um vasto conjunto de iniciativas que tenham como objectio principal esclarecer o papel dos neurotransmissores, e o modo como poderão ser modificados nas suas funções. Só então esse conhecimento permitirá, no futuro, grandes expectativas no domínio da terapia localizada para algumas das doenças hereditárias retinianas) em relação à retina neurosensorial, e, no campo das doenças isquémicas, em relação à retina vascular (Miller et al., 2008). 46 Fig.1 Estrutura da retina dos mamíferos e sua conexão com os vasos retinianos e coroideus (notar o posicionamento dos vasos peripapilares em relação à divisão topográfica das células retinianas, nomeadamente ganglionares e de suporte). 47 A inervação sensitiva (nervo trigémio), simpática (gânglio cervical superior) e parassimpática (gânglio ciliar) no coelho, encontrase largamente estudada (Nilsson et al., 1996). A interacção entre estes três sistemas está demonstrada através da plasticidade indutiva dos seus neuromediadores / neurotransmissores (Kitamura, 1993). A substância P (SP) tem sido utilizada como índex da inervação sensorial trigemial em estudos in vivo, na íris de ratos. Furukawa et al. (1987) em vasos retinianos do coelho e com recurso a técnicas enzimáticas, indiciaram a presença de terminais nervosos ao longo e em redor destas arteríolas até 9 mm a partir do centro do disco óptico (única região vascularizada da retina do coelho) e estão descritas combinações de inervação simultânea sensorial e simpática para estruturas oculares diversas (Kitamura, 1993). Deve-se, todavia, acrescentar que a existência de diferenças morfológicas e funcionais entre diferentes espécies de mamíferos, no que respeita à inervação vascular retiniana, é uma realidade comprovada (Nilsson, 1996). No coelho albino adulto, da raça Nova Zelândia, o sistema vascular retiniano possui uma arquitectura especial (Fig.2): pertence ao grupo dos Merangióticos, isto é, apenas parte da retina é vascularizada, segundo a classificação de Leber (1903). Os vasos não se distribuem uniformemente por toda a retina, antes se confinam a duas áreas de tecido nervoso mielinizado, espalhando-se horizontalmente para o lado nasal e temporal do disco óptico. A parte restante desta estrutura parece ser avascular (De Juan Jr, 1987). 48 De entre as espécies de mamíferos mais frequentemente utilizadas como modelos experimentais diabéticos situam-se o Homem, o gato, o cão, o coelho e o rato (Guérin et al., 1996). Fig.2- Retinografia digital (preto e branco) de coelho albino. A artéria central da retina e a veia dividem-se em dois ramos principais que se deslocam para a periferia das áreas referidas em forma de asa; por vezes cruzam-se ou correm paralelas, apresentando calibres diferentes entre si e ao longo das regiões mielinizadas. Ambas dão 49 ramos dicotómicos na área central, equatorial e periférica (Davis, 1929). Estes ramos tornam-se finos à medida que se caminha para a periferia. Formam redes capilares terminais, com tamanhos e configurações diferentes do disco para a periferia. Os capilares não se apresentam como uma rede uniforme, variando em tamanho, forma, origem e terminação. Por exemplo, a nível central são tortuosos, mas à periferia são paralelos, alguns formando anastomoses entre si. No coelho, a principal fonte de nutrientes do globo ocular e da órbita deriva de um ramo maxilar interno da carótida externa. A artéria oftálmica externa divide-se em vários ramos que, além de nutrirem os músculos e os tecidos orbitários, comunicam com as artérias ciliares longas e curtas que entram no globo ocular. A artéria visada no presente estudo é a artéria oftálmica interna que é pequeníssima e que, derivando do círculo de Willis e indirectamente da carótida interna, corre através do foramen óptico para o interior do olho, enviando um ramo anastomótico para a artéria ciliar nasal longa e entra no disco óptico para nutrir a retina, como artéria central da retina (Krause, 1868; Davis, 1929). 50 Fig.3- Pormenor da arquitectura neurovascular da hemiretina temporal esquerda do coelho albino (salienta-se a visualização na retinografia de vasos peripapilares, retinianos e coroideus). 1.4- EMBRIOGÉNESE E ESTRUTURA DOS VASOS RETINIANOS NO HOMEM E NO COELHO. A embriogénese da retina do coelho tem sido estudada através de microscopia de luz e electrónica a partir do 16 º dia de gestação, utilizando amostras entre lâmina e lamela do polo posterior central da retina (Greiner,1982). Neste grau de diferenciação, o disco óptico encontra-se já formado assim como o neuroepitélio e todas as estruturas vasculares, podendo-se observar diversas figuras mitóticas entre massas de células neuroblásticas e de futuros fotoreceptores. 51 No Homem, cerca da 4ª semana de vida, a artéria hialoide que deriva da artéria carótida interna, penetra na cúpula óptica para ir vascularizar o cristalino. Dela se originam as células angioformadoras de origem mesenquimatosa que irão dar origem aos capilares retinianos. Vão proliferar e migrar para a zona do disco óptico para, secundariamente, se diferenciarem em artérias e veias. Dá-se de seguida a atrofia de alguns capilares primitivos, de forma a manter uma pressão positiva dentro dos novos vasos. Pelo 7º mês de gestação, a vascularização retiniana já se encontra a nível do equador. A maturação secundária dos capilares dá-se ao nascimento, com o aparecimento dos primeiros pericitos, e a formação definitiva de membranas ocorre apenas ao 3º ano de vida (Greiner, 1982). No presente trabalho desenvolveu-se uma técnica onde a substância farmacológica a estudar se coloca periarteriolarmente (cerca de 30µm do vaso) e entre um a dois diâmetros de disco, com difusão obrigatória para o vítreo adjacente (que serve de suporte mecânico e de nutrição às arteriolas retinianas), pelo que nos pareceu pertinente, apresentar ainda que sumariamente, algumas características desta substância (vítreo). O vítreo é um hidrogel com um volume aproximado de 3,9 ml no adulto humano jovem (Tolentino et al., 1976), rico em colagénio, ácido hialurónico e água (99% do seu peso). As duas primeiras substâncias são responsáveis pela sua viscosidade e consistência, formando o colagénio uma malha densa que dá suporte ao ácido hialurónico. Hamburg, em 1959, teria já descrito estas fibrilhas de colagénio do vítreo, sendo mais finas e sem a estriação característica de outros tecidos. A sua concentração em glicoproteínas (Jaffe, 1969) é diferente do colagénio habitual, podendo ser degradadas por enzimas proteolíticas (Hogan e 52 Zimmerman, 1962). A neutralização do ácido hialurónico pode originar o colapso do colagénio e, em consequência, a diminuição do volume do vítreo. Além destes três constituintes encontram-se ainda, no vítreo, glicoproteínas e albumina, glicose, aminoácidos livres e electrólitos que, dentro da cavidade vítrea, estão em contacto directo com as arteríolas retinianas. A composição do humor vítreo apresenta bastantes semelhanças com a do humor aquoso e parece existir uma difusão relativamente livre quer entre estas estruturas e através do vítreo (Cunha-Vaz e Maurice, 1967). A sua estreita relação morfológica com a retina, o cristalino e o humor aquoso, leva à existência de trocas de substâncias que são, em última instância, determinantes da sua composição química (Adler, 1998). O humor vítreo do coelho apresenta analogias morfo-funcionais com o do ser humano do qual difere apenas por se encontrar em contacto directo com os vasos retinianos (Cunha-Vaz, 1967). A componente principal das arteríolas retinianas são as células endoteliais. Histologicamente, no Homem, o seu núcleo varia em tamanho e forma. As células são, de um modo geral irregulares, ovais ou planas com partículas de cromatina, e coram de azul. Outro tipo celular, as células murais, são indiferenciadas: o seu núcleo não é esférico e varia em forma, podendo ser oval e alongado. Observadas em microscopia óptica são mais escuras, mais pequenas que as endoteliais e com partículas cromatínicas mais grossas. Não se encontram distribuídas regularmente pelas paredes capilares. Como os vasos coroideus, as arteríolas retinianas apresentam três túnicas: íntima, média e adventícia. A íntima é formada por uma membrana basal na qual assenta o 53 endotélio. A média, próximo da papila, apresenta 5-7 camadas de células musculares lisas, com miofilamentos bastante desenvolvidos, rodeadas também de uma membrana basal. Entre as células musculares encontramos numerosas fibras de colagénio. A adventícia é uma camada espessa de fibras de colagénio, em contacto directo com a membrana basal (Adler et al., 1998). O endotélio vascular retiniano do coelho foi comparado ao humano em estudos de microscopia de varrimento e, mais recentemente, utilizando Ressonância Magnética Nuclear (RMN) com contraste em tempo real (real-time contrast). Este endotélio é estrutural e funcionalmente diferente dos restantes do organismo. Os estudos com recurso à RMN (De Juan et al., 1987) confirmam outros anteriores, informando que o endotélio dos vasos retinianos do coelho é do tipo não fenestrado que resiste à passagem de pequenas moléculas como a albumina, inulina e fluoresceína para o vítreo (fenómeno idêntico ao que ocorre na espécie humana) (De Juan, 1992). As células endoteliais dos vasos retinianos e do cérebro demonstraram apresentar características histoquímicas diferentes de outras células endoteliais vasculares: as membranas abluminais do endotélio cerebral contém grande quantidade de Na+/K+ ATPase e elevada concentração de mitocôndrias, cerca de 56 vezes mais do que no músculo esquelético (Murta, 1990). As arteríolas humanas apresentam um calibre inferior a 300µm, sem lâmina elástica interna, com uma camada muscular descontínua e com uma íntima reduzida à camada endotelial (Friendwald et al., 1952). De salientar que a noção da existência, na retina, apenas de arteríolas e não de artérias, embora contestada por Hogan e Feeney (1963) e outros autores, é de especial importância para uma interpretação mais correcta 54 da patologia arteriolar retiniana no estudo que nos propomos desenvolver. Localizadas na camada de fibras nervosas e células ganglionares, as arteríolas retinianas, quando examinadas ao microscópio electrónico, apresentam: uma camada interna de células endoteliais orientadas de modo paralelo ao eixo do vaso; uma camada de células musculares lisas orientadas circular e longitudinalmente; uma adventícia composta por fibras colagénicas dispostas obliquamente ao eixo do vaso. No lado externo, as arteríolas estão separadas da camada de células nervosas pelas membranas basais das células da glia e de Muller (Hogan e Feeney, 1962; Missoten, 1964). Aparecem com frequência células musculares lisas na adventícia. As células endoteliais encontram-se separadas da primeira camada de células musculares por uma membrana basal comum, que apresenta pequenos aglomerados de fibras colagénicas, mas são isentas de elastina. As restantes camadas de células musculares encontram-se separadas umas das outras por membranas basais com quantidades crescentes de fibras de colagénio, e uma espessura crescente à medida que se caminha para a adventícia. A laminação e a cavitação da membrana basal são evidentes para o lado do lúme do vaso, apresentando-se alguns agregados osmiofílicos em algumas destas cavitações (Murta, 1990). As células musculares lisas que envolvem as arteríolas não apresentam estrutura diferente das restantes de outros tecidos orgânicos. De entre os animais mais frequentemente utilizados em estudos experimentais (macaco, coelho, gato e rato), as suas arteríolas retinianas apresentam uma estrutura bastante semelhante à do Homem, à excepção de uma menor quantidade de camadas de células musculares, membranas basais de menor espessura e menor número de cavitações, 55 sem depósitos densos, e adventícias mais finas; no rato, por exemplo, não se encontra qualquer camada adventicial (Hogan e Feeney, 1962). 56 CAPÍTULO II OBJECTIVOS 57 CAPÍTULO II 2.1- JUSTIFICAÇÃO E DEFINIÇÃO DOS OBJECTIVOS Fundamentos para a definição dos objectivos A circulação retiniana é uma complexa estrutura de artérias, arteríolas, veias, vénulas e capilares provenientes do disco óptico, que nutre a retina desde a camada nuclear interna até às fibras do nervo óptico (Leber, 1903). Apresenta valores tensionais elevados, existindo valores idênticos entre a artéria oftálmica e a artéria carótida interna (Pournaras, 1999). A retina é uma estrutura muito vulnerável a obstruções de fluxo, traduzidas por isquémia. Este fluxo é regulado pelo sistema nervoso autónomo, com excepção dos vasos retinianos. A artéria oftálmica é ricamente enervada por fibras simpáticas até à lâmina crivosa. A partir desta estrutura, não existe controlo da circulação retiniana através do sistema nervoso. Apenas a coróide apresenta controlo simpático, embora com uma flutuação de respostas a agonistas simpáticos que, paradoxalmente, não é sempre idêntica (Dollery, 1963; De Laye, 1998). No entanto, a administração sublingual de nitroglicerina, por exemplo, aumenta o calibre das arteríolas retinianas. O orgão efector do controlo autonómico é o músculo liso, cujo tónus controla os diâmetros vasculares retinianos e a circulação sanguínea (Alm, 1992). A falência deste mecanismo de auto-regulação é responsável pela maior parte das doenças, como a RD e a retinopatia 58 hipertensiva (RH). A reactividade vascular vai-se degradando, diminuindo com o avançar da idade, o que condiciona uma evolução mais rápida da patologia citada nos idosos (Alm, 1992). O efeito negativo de algumas doenças, como a Diabetes Mellitus, sobre a BHR é ainda objecto de alguma polémica (Cunha-Vaz, 1979, 2004; Klein, 1980). As modificações no fluxo sanguíneo retiniano associadas a este tipo de Diabetes são controversas e a relação destas modificações de fluxo entre artérias, veias e capilares retinianos sempre permaneceu também algo confusa (Blair, 1983; Grunwald, 1986; Flammer, 2008). O terço externo da retina, o corpo ciliar e algumas porções do nervo óptico são irrigados pela circulação coroideia (Flammer, 2008). O fluxo para a coróide provém das artérias longas e curtas posteriores, que são ramos directos da artéria oftálmica, por sua vez ramo da carótida interna (Chambers, 1994). Na RD e nas oclusões venosas e arteriais, o envolvimento vascular está razoavelmente estudado, não acontecendo o mesmo para o glaucoma e a doença macular relacionada com a idade (DMI), onde a compreensão dos fenómenos hemodinâmicos está a emergir só lentamente (Harris, 2005; Flammer, 2008). Factores como as necessidades metabólicas, a cedência de nutrientes, os produtos metabólicos de passagem, a pressão de perfusão, os gases do sangue, a diminuição do O2 e do metabolismo oxidativo com aumento da glicólise anaeróbica estão sendo cada vez mais apontados como determinantes da doença (Rechtman, 2005). No mesmo sentido operam as modificações bioquímicas retardadas que ocorrem na sequência de produtos resultantes da hidrólise de fosfolípidos (ácidos gordos polinsaturados, eicosanoides, etc.), de monoaminas (5-HT), neuropeptídeos, radicais 59 livres, catiões e aminoácidos que têm um papel autodestrutivo nos tecidos do SNC e na retina (Bartlett, 1994). Os estudos in vivo no olho procuram esclarecer o comportamento vasomotor e modulador de um conjunto de substâncias vasoactivas endógenas e de outras exógenas sobre a circulação retiniana, em condições de normalidade e em situações patológicas onde estarão eventualmente modificadas qualitativa e quantitativamente (Pardridge, 1977; Brazitikos, Pournaras, 1996). Numa primeira fase recorremos a um modelo experimental normal e, posteriormente, a modelos de diabetes aloxânica e de glaucoma, para comparar as diferenças encontradas. A identificação dos mediadores com papel na regulação desta homeostase é de capital importância para a estabilização numa fase precoce, ou mesmo reversão das patologias já indicadas, através de fármacos administrados por via sistémica ou aplicados in situ, mediante o recurso a técnicas de micropunção vítrea e vascular. Embora o interesse do estudo da circulação coroideia na diabetes pareça ser de valor relativo, uma vez que a esse nível as alterações são inespecíficas (Cunha-Vaz, 2004), justifica-se a nossa preocupação em estudar a reactividade vascular retiniana. Os produtos das células endoteliais são os principais responsáveis pela auto-regulação em resposta ao stress fisiológico, na retina e na coróide. As tentativas de tratamento farmacológico de várias doenças retinianas provocadas por condições de isquémia com agentes vasodilatadores administrados por via sistémica, têm sido infrutíferas. Existem, no entanto, estudos sugestivos de que os fármacos 60 administrados por via endovenosa e intraocular podem ter algum efeito sobre a circulação retiniana (Alon Harris, 2008) e é conhecida a possibilidade de se induzir um espasmo arteriolar retiniano através da aplicação tópica (intraocular) e endovenosa de papaverina, tolazolina e benzoato sódico de cafeína (De Santis, 1994). Estes factos adquirem maior consistência quando se sabe que pequenas moléculas, de peso molecular entre 400-500 daltons, podem passar a BHR (Flammer, 2008). Parece importante referir que o peptídeo relacionado com o gene da calcitonina (CGRP) dilatou as arteríolas retinianas, um dado obtido em estudos experimentais in vivo (Prieto et al., 1991). A maioria dos receptores vasculares, em grande parte dos órgãos, situa-se a nível das células musculares lisas. No entanto, a nível dos vasos retinianos, alguns autores situam-nos nos pericitos (Khoner, 1994), células que apresentam uma semelhança morfo-funcional com as células musculares contrácteis. Não obstante os pericitos serem células contrácteis análogas às do músculo liso, o estímulo fisiológico para a sua contracção permanece desconhecido (Kohner, 1994). Estudos autoradiográficos demonstraram a existência de receptores adrenérgicos β2 nos vasos retinianos humanos (Denis, 1990) bem como a presença de receptores histaminérgicos H1. Alm, em 1992, fazendo uma revisão teórica sobre a regulação fisiológica e farmacológica do fluxo sanguíneo do nervo óptico, afirmou que o endotélio dos vasos retinianos e dos que se situam em redor do disco óptico, produzem substâncias vasoconstritoras potentes e vasodilatadoras e que a BHR protege os receptores do músculo liso de agentes não dependentes do endotélio. 61 Estudos de Ressonância Magnética Nuclear com ácido gadolinium dietilenetriaminopenta-acético (Gd-DTPA) como traçador, demonstraram a ruptura da BHR em coelhos in vivo (Eugen de Juan, 1992; Berkowitz, 1992; Sato, 1993). A retina vascular do coelho apresenta, segundo estes estudos, uma BHR análoga à dos humanos, constituída por endotélio com tight junctions de tipo não fenestrado, que restringe a passagem de pequenas moléculas, como a albumina e a fluoresceína para o vítreo. É nutrida pela circulação coroideia, da qual está separada pelas tight junctions do epitélio pigmentar retiniano (RPE), de maneira idêntica à BHR externa no homem (Vinores et al., 1992). Já em 1966, Shakib et al. haviam demonstrado que as junções interendoteliais dos vasos da retina eram diferentes daquelas encontradas em outros vasos. Foram descritas como zonulae occludens que, pela sua extensão, selavam o espaço intercelular; seriam mais tarde confirmadas no cérebro e na retina, utilizando a peroxidase (Reese, 1967; Shiose, 1970) e a microperoxidase (Abdel e Smith, 1975) como substâncias marcadoras. Estas junções estabelecem gradientes de concentração através das membranas em que se localizam e estão geralmente associadas a mecanismos de transporte activo extraordinariamente selectivos, através das membranas celulares, que contêm ocludinas e claudinas. Os aniões orgânicos e a glicose, por exemplo, são transportados activamente através do endotélio retiniano, um aspecto importante para a homeostase retiniana (DiMattio, 1981). As características morfofuncionais da componente vascular da BHR são de importância elevada, pois a alteração funcional desta barreira desempenha um papel fundamental na fisiopatologia das doenças da retina (Cunha-Vaz, 1979; Tornquist, 1979). 62 A utilização da fluorofotometria do vítreo (método quantitativo e sensível de avaliação da permeabilidade da BHR) demonstrou alterações da permeabilidade desta barreira, antes do aparecimento das alterações patológicas retinianas, nomeadamente na Diabetes Mellitus (DM). Este conhecimento foi determinante porque direccionou as atenções da investigação para as alterações precoces nesta patologia. Ficou demonstrado que doentes com DM tipo I e RD não detectável clinicamente, mostravam alterações funcionais da BHR, que podia ser revertida pelo controlo rigoroso da hiperglicémia com insulina (Waltman, 1979). Ficou ainda cientificamente comprovado que a deterioração progressiva da BHR nos diabéticos em fase inicial de retinopatia diabética poderia ser estabilizada pela administração de novos fármacos (Cunha-Vaz et al., 1992; 2004; Nilsson, 1996). A regulação do fluxo sanguíneo retiniano, quando sujeito a varições metabólicas e iatrogénicas, foi estudado com recurso ao “Heidelberg Retina Flowmeter” em adultos jovens, após exercício moderado, por Lanzl et al. (1996; 1999) que confirmaram a existência de mecanismos de auto-regulação a nível da retina e disco óptico. Zheng e Kanamoto (1996) mostraram que o bloqueio do gânglio ciliar em humanos aumenta o fluxo sanguíneo retiniano, mas não altera o diâmetro vascular e Rosenblatt et al. (2005) demonstraram que o CGRP aumenta o fluxo sanguíneo retiniano através de mecanismos vasodilatadores. Diversos outros trabalhos, versando a influência dos factores metabólicos sobre o débito sanguíneo retiniano têm já comprovado as alterações morfofuncionais que aí ocorrem. Estas alterações vasomotoras traduzem assim, indirectamente, a acção da BHR com o seu papel regulador da homeostase retiniana (Tsacopoulos, 1997). 63 Na Diabetes a velocidade de fluxo está aumentada, por vasodilatação; no Glaucoma diminuída, por vasoconstrição; o estreitamento vascular foi inclusivé demonstrado, além da hipertensão ocular, como factor preditivo do glaucoma (Angélica et al., 2001). É a desregulação vascular (que precede o aparecimento do glaucoma) que leva à diminuição da pressão de perfusão e à auto-regulação, já insuficiente na doença. Esta instabilidade de perfusão conduz à isquémia e danos de reperfusão, o designado síndrome primário de desregulação vascular que ocorre no glaucoma, segundo este autor e que deve ser substituido pela anterior designação de síndrome vasospástico. O síndroma secundário resulta de uma desregulação geral sistémica, devido a patologia diversificada como acontece na esclerose múltipla, a arterite de células gigantes e outras (Flammer et al., 2005, 2007). 2.2- OBJECTIVOS ESPECÍFICOS A contribuição da farmacologia clássica para o estudo da reactividade vascular retiniana, pelo recurso a métodos baseados em respostas contrácteis ou relaxantes das arteríolas a vários agonistas, utilizando o clássico banho de órgãos e registador acoplado para a sua avaliação, não é exequível, dada a fragilidade e reduzidas dimensões dos vasos retinianos. Também a obtenção de dados in vivo no olho tem sido limitada por problemas anatómicos associados à dificuldade de acesso aos vasos, sem lesar estruturas adjacentes nem perturbar o equilíbrio homeostático dos modelos, apesar dos vasos retinianos do coelho serem 64 particularmente indicados para este tipo de estudo, porque as suas paredes estão completamente livres de tecido glial e em contacto directo com o vítreo (Cunha-Vaz, 1967). Estudos ultraestruturais e de permeabilidade demonstraram que estes vasos apresentam as características próprias dos vasos humanos (Murta, 1990). O estudo que pretendemos efectuar sobre os vasos retinianos justa-papilares in vivo no coelho, em condições normais e em duas patologias subjacentes, a Diabetes Mellitus e o Glaucoma, respectivamente a primeira e segunda causa de cegueira no Mundo, foi desenvolvido com recurso a metodologia que considerámos adequada à satisfação dos objectivos. Propusémo-nos desenvolver um modelo de avaliação do diâmetro arteriolar que permitisse o estudo do efeito vasoactivo de substâncias endógenas e de síntese, aplicadas por via intra-vítrea, junto aos vasos da retina, com a finalidade de apreciar as possíveis modificações arteriolares e a capacidade de modulação do tónus vascular. Uma das dificuldades da concretização deste método assenta no modo de execução das medidas vasculares, que acreditamos ter conseguido ultrapassar. A identificação de mediadores com papel na regulação desta homeostase vascular seria de grande importância para a tentativa de estabilização ou reversão das patologias referidas anteriormente, numa fase inicial da doença, mediante o recurso a fármacos eventualmente aplicados por micropunção vítrea ou vascular. Os resultados obtidos com técnicas orientadas para o cálculo do débito circulatório retiniano têm sido contraditórios, porque as condições de observação foram sendo modificadas pelos diferentes investigadores (Pournaras et al., 1996). Aos vários tipos de medida 65 propostos como o método de diluição com fluoresceína (Kohner, 1992), o laser doppler (LDV)- Riva et al., (1986), o oftalmoscópio de varrimento por laser (SLO), entre outros, que permitem também a avaliação rigorosa dos diâmetros vasculares (Canon, 2004), associaramse técnicas quantitativas e qualitativas de análise morfológica e fisiológica em vasos retinianos de que se destacam: - Fotografia do fundo ocular directa (simples) com retroprojector de imagem (após utilização de angiógrafo para angiografia fluoresceínica simples ou após processamento de imagem); - Videomicroscopia com sistema de processamento de imagem digitalizada; - Utilização de lipossomas (incorporação e encapsulamento de corantes fluorescentes como medida da velocidade eritrocitária); - Calorimetria; - Desintegração radioactiva de Krypton-85; - Microsferas marcadas com isótopos radioactivos; - Polarografia (clearance de hidrogénio); - Laser Doppler Flowmetry; -Oftalmoscópio de Varrimento (Scannig Laser OphthalmoscopeSLO) simples ou associado a vídeo; - Tomografia de Varrimento por Laser Confocal (Confocal Scanning Laser Tomography); - Ressonância Magnética Nuclear (RMN) com partículas de óxido de ferro; - Heidelberg Retinal Flowmeter (HRF); - Color Doppler Image (CDI); - GDX-VCC polarometria. 66 As duas primeiras desta listagem têm permitido, a um vasto grupo de investigadores na área, medir e comparar diâmetros vasculares. Todavia, a falta de exactidão nestas medições, originando erros de leitura estatisticamente significativos, fizeram-nos optar, numa primeira fase, pelo sistema digitalizado angiográfico (IMAGEnet 1024 da TOPCON e do modelo 450 IFR ZEISS) que, além da sua alta sensibilidade, permite decompor e efectuar um tratamento e análise da imagem obtida em vasos retinianos sob diversos ângulos e de formas diversas (por exemplo, em relevo), aumentando a especificidade do método, a sua reprodutibilidade e, consequentemente, uma maior exactidão nestas medições (Bursell et al., 1992). Oferece ainda a possibilidade de optar por uma de duas formas de quantificação dos diâmetros vasculares: em pixeis ou em escala aritmética (milimicras). O desenvolvimento de um modelo experimental que permitisse a manipulação directa dos vasos retinianos in vivo teve um interesse básico e clínico imediatos. Com recurso a técnicas de microinjecção perivascular nos vasos da retina em coelhos normais, diabéticos e glaucomatosos, procurou-se estudar in vivo, pelo recurso a técnica desenvolvida no nosso laboratório, a reactividade vascular a fármacos específicos, no coelho albino. A acessibilidade directa aos vasos da retina e a exequibilidade desta técnica foi já reproduzida em publicações anteriores (De Juan Jr et al., 1987; Tornquist et al., 1979; Gaspar et al., 1992; 2004). Os vasos retinianos do coelho são particularmente apropriados para este estudo em virtude da sua localização, ao nível da superfície da retina, em contacto directo com o vítreo, permitindo assim o acesso fácil, visualização directa e consequente análise 67 morfofuncional (sem alterar o meio fisiológico), quando expostos a variações qualitativas e quantitativas de diversos compostos. A identificação farmacológica de receptores processou-se pelo recurso a agonistas e antagonistas selectivos para os diferentes subtipos de receptores. A análise do sistema do segundo mensageiro pelo recurso a fármacos activos a nível das proteínas G e enzimas ligadas às membranas não foi efectuada (Movahedi et al., 1997). O sistema serotoninérgico, recentemente implicado na regulação vascular de patologias como o glaucoma normotenso, bem como o sistema neuropéptidérgico, pela sua acção vasodilatadora ainda pouco conhecida em certos domínios oculares, mas com funções na regulação vasomotora cerebral, incluindo os fénomenos de isquémia (Cohen et al., 1999; Brust et al., 2000, Flammer et al., 2008) constituiram o ponto de partida do nosso trabalho experimental. Com base na evidência funcional de que o relaxamento das artérias cerebrais induzido pela estimulação de nervos não adrenérgicos e não colinérgicos é mediado pelo NO (Toda e Okamura, 1993) e do conhecimento, por imunohistoquímica, de que a NOS está concentrada nas fibras nervosas autonómicas na retina e vasos sanguíneos (Bredt et al., 1990), pretendemos identificar qual a sintetase (NOS) responsável pelo controlo da tensão intraocular (TIO) em animais com glaucoma experimental induzido, associando o uso de inibidores da NOS. Estudámos: 1. O efeito da Serotonina (5-HT) e de agonistas dos vários subtipos de receptores 5-HT e recorremos ao uso de antagonistas 68 específicos para a identificação dos vários subtipos de receptores envolvidos; 2. A presença de receptores para os componentes do grupo das Taquicininas (péptidos vasoactivos que regulam a função neuronal sensorial) e incluimos: a Substância P (SP), um transmissor importante nos neurónios sensoriais; a Neurocinina A (NKA) e a Neurocinina B (NKB), ambas responsáveis pela mediação neurogénica sensorial em vários orgãos e em processos de natureza inflamatória (Flammer et al., 2005; Wong et al., 2006); o Peptídeo Relacionado com o Gene da Calcitonina (CGRP) que se encontra com a SP em fibras nervosas sensoriais e cuja libertação do nervo trigémio desempenha um papel central na fisiopatolgia da enxaqueca. 3. A participação do Óxido Nítrico na patogenia do glaucoma; 4. Em animais diabetizados com aloxana tentámos reproduzir o efeito dos neurotransmissores e comparar os resultados obtidos com os de estudos indicados em alíneas anteriores; 5. Após criação de um modelo experimental de glaucoma, registámos as alterações observadas comparativamente aos dos animais controlo; 6. Tendo presente que os estudos de vasomotricidade ocular através da medição de diâmetros vasculares, implicam também estudos hemodinâmicos de fluxo sanguíneo em paralelo (Flammer et al., 1996, 2005, 2008; Harris et al., 2004, 2005) propusémo-nos analizar as 69 diferenças de fluxo retiniano em algumas arteriolas estudadas, com recurso a um dos meios de cálculo das velocidades de fluxo em experimentação básica, o Ecodopler Oftálmico, utilizando o Color Dopller Image (CDI) (Pourcelot, 1975; Harris, Arend, 1994), que continua a ter relevância clínica em estudos como o ”Baltimore Eye Survey-2007/2008”. A investigação clínica analiza já velocidades e resistências, além de diâmetros vasculares retinianos a um ou dois discos de diâmetro em crianças, adultos e em diferentes etnias (Harris e Schimetterer, ISOPT, 2006). 70 CAPÍTULO III MATERIAL E MÉTODOS 71 CAPÍTULO III 3.1 MATERIAL E MÉTODOS Todas as experiências foram conduzidas em respeito pelas normas da Comunidade Europeia para a Experimentação Animal, Normas Nacionais (publicadas em Diário da República- DR, Série I, nº145 de 26.06.95) e ainda da Association for Research on Vision and Ophthalmology (ARVO) dos Estados Unidos da América, para a utilização de Animais em Experimentação Oftálmica e da Visão. As experiências decorreram segundo as normas citadas e ouvida a Comissão de Ética da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. 3.1.1- Modelo animal utilizado e avaliação de parâmetros Para a concretização dos objectivos referidos servimo-nos de um animal largamente utilizado em farmacologia oftalmológica (Oryctolagus cuniculus)- o coelho albino, raça Nova Zelândia (Candia et al., 2005; Herok et al., 2008; Paulus et al., 2008; Chang et al., 1999; Cong et al., 2008) de ambos os sexos, da mesma ninhada (foram usados pelo menos 6 animais para cada dose de fármaco a ser avaliado), com 72 peso inicial variando entre o 2 e os 3 Kg (atingindo após a indução de diabetes aloxânica valores de 4,5 Kg), fornecido por um criador dos mesmos. A manutenção e preparação dos animais foram efectuadas em Biotério que possui instalações e meios adequados para o efeito. Para as experiências a efectuar dispusemos de um laboratório de cirurgia experimental com excelentes condições, encontrando-se equipado para realizar este tipo de ensaios e usado, em cada experiência, exclusivamente para este tipo de estudo. Utilizou-se um sistema de microeléctrodos sensíveis ao pH ArrowLabb (TM) Systems que foi colocado intraocularmente em posição justa arteriolar, possibilitando a medição do pH antes e após as experiências, com intenção de manter os valores fisiológicos exigidos na área a avaliar. Quando estes foram utilizados conjuntamente com o sistema de microinjecção vítrea dos fármacos a testar, fez-se uma segunda esclerotomia para a sua inserção dentro do globo ocular (a primeira esclerotomia é a que se realiza para introdução do sistema de microinjecção com pipetas de diferentes calibres, descrita em pormenor mais adiante). Esta intervenção não foi isenta de riscos (o trabalho executado in vivo assim o determina), mas permitiu-nos assegurar a vigilância estreita de todos os parâmetros fisiológicos, facto necessário para a reprodutibilidade da técnica. Todas as experiências foram realizadas entre as 9:00 e as 12:00 horas. Colheram-se amostras de sangue arterial dos animais para gasometria: pH:7,40±0,03 PaO2:104,2mmHg PaCO2:41±0,2mmHg 73 HCO3:28±0,5mEq/L SaO2: igual ou superior a 95% antes e após cada experiência, no sentido de observar eventuais variações destes valores. Os coelhos em que os valores observados se situavam fora do intervalo de valores considerados normais para a idade e peso dos animais segundo tabelas estandartizadas, eram rejeitados. O registo de ECG foi obtido por colocação de eléctrodos nos membros. A pressão arterial foi avaliada continuamente após canulação da artéria carótida sob sedação do animal (valores médios: 110 mmHg sistólica e 60 mmHg diastólica). 3.1.2- Preparação e experimentação de vários tipos de micropipetas de microinjecção A preparação das micropipetas para a realização das experiências foi executada no nosso laboratório, utilizando sofisticadas técnicas micrométricas sob visualização microscópica. As pipetas de micropunção foram preparadas a partir de pipetas de vidro "Pirex" não filamentoso, com cerca de 1,2 mm de diâmetro externo e 1,0 mm de diâmetro interno (Drummond Scientific, Broomall Pa.). Estas pipetas foram inicialmente estiradas numa extremidade até ficarem com cerca de 80 µm de diâmetro, num estirador de micropipetas (Stoelting Co, Chicago lll), para que pudéssemos aproximar em segurança do vaso pretendido sem lesionar qualquer estrutura adjacente e para que a sua progressão no interior do humor vítreo fosse facilitada. Depois, com o auxílio de uma microforja (Stoelting Co, Chicago lll) foram moldadas as pontas e as formas das micropipetas. As pontas dessas pipetas com diâmetros externos compreendidos entre 20 e 30 µm 74 podem conter cerca de 10-20 µl de solução a injectar. A pressão de ar a utilizar é cerca de 50 psi aplicada conjuntamente com a substância a injectar em 5 segundos (bólus). A pressão intraocular foi medida recorrendo a tonómetro de Schiotz (tonometria de indentação) com 3 medições consecutivas intercaladas por períodos de trinta minutos. Parece importante referir que não houve variação da pressão intraocular (média±erro padrão: 22mmHg±0,3) durante todas as experiências, apesar do somatório de líquido injectado atingir valores entre os 50 e os 100 µl. O volume intraocular do humor vítreo (100 µl) manteve-se constante, dada a rapidez de autoregulação verificada nos coelhos normais e a execução técnica. Na necessidade de aumentar o número de doses crescentes a injectar a nível do vítreo, optou-se por realizar uma vitrectomia localizada junto ao local da ferida escleral, para diminuir o conteúdo vítreo a nível da pars plana mantendo, contudo, o vítreo justaarteriolar íntegro, sem modificar o meio interno do globo ocular, qualitativa e quantitativamente. Foram realizadas paquimetrias antes das avaliações de TIO com aparelho portátil PachPen® da Accoutome (valores médios de 457±2 µm). 3.1.3- Padronização das técnicas de microinjecção intraocular in vivo, a nível dos vasos retinianos Os coelhos foram anestesiados com Cetamina, 25 mg /Kg por via intramuscular, suplementando posteriormente a anestesia geral, sempre que necessário, sem ultrapassar 50 mg / Kg. Após imobilização do globo 75 ocular com um dispositivo estereotáxico a uma distância fixa da lente da câmara, as pupilas foram dilatadas através da instilação tópica de duas gotas de ciclopentolato (0,5%) uma por cada olho, que proporciona uma midríase por tempo suficiente, uma vez que cada experiência, após visualização dos vasos retinianos, se desenrola num espaço de tempo curto (30 minutos). Fixou-se a cabeça a suporte adequado (Stoelting Co, Chicago lll) com grampos de apoio mandibulares. Uma vez exposta a esclera, foi efectuada uma incisão na pars plana, para permitir a introdução de micropipetas que possibilitaram a administração das substâncias em estudo. A temperatura corporal foi mantida entre os 38-39º (temperatura rectal) com o auxílio de uma manta térmica colocada sobre o animal, durante todas as experiências. O coelho foi, depois, posicionado no suporte estereotáxico já referido (que pode ser movimentado independentemente em três planos XYZ) e fixo a nível mandibular através de grampos, de modo a que o globo ocular fique voltado para o operador e imobilizado a distância fixa da lente da câmara que procederá à obtenção de imagens (Fig. 6). A microinjecção intravítrea e perivascular de fármacos nos vasos da retina foi conseguida através de um sistema de micropipetas concêntricas, fixado num microavançador mecânico especialmente concebido para o efeito, e que se encontra acoplado a um micromanipulador inclinado do tipo "Prior". O microavançador contém dois suportes circulares de micropipetas e permite realizar movimentos micrométricos independentes de cada pipeta. 76 Fig.4-Fotografia do sistema de micropipetas a inserir intraocularmente. 77 Fig.5- Esquema do “locus” de microinjecção dos fármacos a testar. O suporte mais anterior, montado mais próximo do globo ocular, segura uma pipeta externa que é usada como manga protectora daquela que efectua a microinjecção. Esta pipeta é montada no suporte seguinte e pode ser movimentada independentemente, no interior da pipeta externa. A pipeta de microinjecção é, então, introduzida dentro do globo ocular após incisão cirúrgica, via pars plana, e colocada, mediante visualização por angiógrafo, junto à arteríola que se pretende estudar, sendo depois fixada e mantida nessa posição a uma distância sempre 78 idêntica para cada conjunto de experiências. Uma terceira pipeta concêntrica, fixada no último suporte, pode mover-se no interior da pipeta de microinjecção, podendo ser utilizada para a recolha de amostras do vítreo nela contido. Utilizou-se apenas na avaliação qualitativa do humor vítreo. Este sistema permitiu inicialmente uma maior segurança na execução experimental. Contudo, com o desenvolvimento da técnica impondo precisão de movimentos da parte do operador, as micropipetas externas deixaram de ser necessárias. Foram efectuadas de seguida duas incisões esclerais a cerca de 24 mm do limbo. A distância horizontal de 2 mm entre as duas suturas, uma vez cauterizada com diatermia, foi aberta com a ponta de um bisturi. Após a incisão da esclerotomia (sempre inferior, de forma a facilitar o acesso à medição de fluxos por doppler) foi colocada uma pequena pipeta dentro do globo ocular, através da abertura escleral, e posicionada manualmente para visualizar o melhor ângulo para a microinjecção. A pipeta externa do sistema de micropipetas foi então alinhada de modo a ficar paralela à pipeta introduzida manualmente. Esta última é posteriormente removida e substituída pelo sistema de micropipetas já anteriormente referido, fixas ao micromanipulador. A pipeta de microinjecção é então avançada cuidadosamente sob visualização do angiógrafo, usando o movimento fino do mecanismo de avanço do micromanipulador. Os ajustes mais finos da sua posição são realizados com o micromanipulador que suporta o sistema de micropipetas. A restante circulação retiniana e coroideia, facilmente visualizada sob o angiógrafo, é evitada. É possível, então, o estudo directo, objectivo, in vivo, da microcirculação retiniana. 79 Após um período de equilíbrio de aproximadamente quinze minutos procedeu-se à avaliação do efeito dos diferentes agentes farmacológicos sobre o tónus arteriolar. Curvas de dose-resposta para estes agentes foram obtidas pela injeção cumulativa de doses crescentes de agonistas em bólus, aplicadas com pressão e sempre no mesmo volume (10 µl), via pars plana, através da micropipeta de vidro com a ponta localizada 10-30 µm do vaso a ser avaliado. Com agonistas vasodilatadores as curvas só foram efectuadas após contracção prévia do vaso com sumatriptano (SUM; 1 mmole/l) por via intravítrea. Quinze minutos antes da administração do SUM, foi administrado o antagonista ou o seu solvente. cumulativamente. Em Depois todas as cada agonista experiências foi foi adicionado efectuada a microinjecção (bólus de 10 µl de cada vez) da solução polielectrolítica estéril, no olho adelfo de cada coelho, como controlo. 3.1.4- Análise de fluxos com CDI (collor doppler image) As experiências foram efectuadas com o recurso ao aparelho doppler Siemens/Sonoline G50-MCMDO 1AA, com transducer de 6.0 Hz. As velocidades de fluxo nas arteríolas (com diâmetro médio de 50±6 µm) foram efectuadas em áreas de 10X10 pixéis (área necessária para o cálculo da velocidade). Foi necessário optimizar todas as medições através da calibração e análise de intervalos de confiança. O que se mediu foram valores relativos e não absolutos de fluxos (Alm, 2004 e Flammer, 2005) afirmam, por exemplo, referindo-se a este tipo de estudos que o que se mede é o índice de resistência e não 80 propriamente fluxos; a velocidade, o fluxo, calculado a partir desta, e a pressão de perfusão são os dados mais importantes a obter. O estudo com o doppler (CDI) permite, em acréscimo, a análise morfológica (pulsatilidade, calibre, espessamento, preenchimentos endoluminais e assimetrias de calibres), além da medição de fluxos e sua orientação, espectros laminares, zonas de turbulência e aceleração de velocidades. No coelho normal os estudos espectrais com triplo varrimento (scan-triplex) revelam normalmente fluxos bifásicos normais, arteríolas permeáveis e de calibre normal, sem alterações hemodinâmicas; o fluxo costuma ser laminar, sem alteração da espessura da parede e das velocidades arteriolares em condições de repouso. A velocidade de fluxo (em coelhos a nível das arteríolas peripapilares da retina) é em média de 15,1±2,3 cm/s. Por exemplo, após a administração de Indometacina i.v. (20 mg/Kg) na veia marginal da orelha do coelho para inibição de agentes pró-inflamatórios (concretizada em algumas experiências por alguns autores), a velocidade ou se reduz por vasoconstrição (Bill, 1984) ou se mantém, não existindo um consenso. No Homem os valores genéricos das velocidades sistólicas são: artéria oftálmica: 45-31 cm/s; artéria central da retina: 15 cm/s (que é similar, por extrapolação algorítmica, às retinianas justapapilares (Cantaloube, 1996; Lee, 2000) ou ainda (de difícil medição) às ciliares curtas posteriores (Barbosa et al., 2004). O fluxo = distância/ tempo (velocidade) x diâmetro (área) volume 81 O calibre só deve ser valorizado até aos 30 primeiros minutos, tempo necessário para a auto-regulação imediata que se inicia logo nos primeiros minutos (Quaranta, 1994). Por ser difícil a medição volumétrica precisa, utilizam-se os valores das velocidades (Alm, 1992). 3.1.5- Análise de Imagem As imagens foram registadas cinco minutos antes de cada experiência e depois cada sessenta segundos, utilizando um angiógrafo digital de alta resolução para vasos retinianos e coroideus: de início o angiógrafo IMAGEnet H 1024 da TOPCON e, posteriormente, o angiógrafo 450 IFR da Zeiss, com resultados sobreponíneis. O registo das imagens foi obtido a uma distância de três milímetros do local da injecção. O sistema IMAGEnet contém múltiplos componentes integrados, incluindo câmaras de filmagem e de vídeo, monitores de imagem, aparelhos de registo e armazenagem e processamento em computador. Mais de 90% das experiências foram capturadas em vídeo. O sistema melhorou a claridade da retina, com modificação das aberturas para aumentar a clareza e a sensibilidade e um sinal luminoso sincronizado para imobilizar os movimentos oculares do animal, reduzir a falta de clareza com o movimento, aumentar a resolução visual dos diâmetros dos vasos e prolongar a duração dos estudos (Yannuzzi et al., 1992). As características deste sistema de imagem digital proporcionam um maior grau de resolução da imagem arteriolar, contraste e sensibilidade e ainda a oportunidade para uma avaliação mais extensa das imagens captadas. A câmara é capaz de obter fotografias do fundo 82 ocular a preto-e-branco e a cores, e registo digital e estandartizado de angiografias com fluoresceína. Este aparelho encontra-se programado para a medição de diâmetros vasculares após tratamento prévio de imagem, recorrendo a software do mesmo (Weinberger et al., 1999). As variações dos diâmetros dos vasos foram analizadas separadamente por dois observadores para a mesma imagem de retinografia à distância de dois diâmetros do disco óptico. O registo vídeo de cada segmento arteriolar foi tomado durante 15 minutos por uma câmara de alta resolução (Sony; ampliação 2 x 25) incorporada no sistema IMAGEnet. As imagens foram registadas em videotape (registador U-matic; Sony). As medidas do diâmetro arteriolar foram efectuadas a partir de um segmento seleccionado por um analizador de extensão semi-automático, que digitalizava gravuras cinzentas, na ordem de 1,024 x 1,024 píxeis. Foi seleccionada uma janela na imagem por um cursor guiado pelo rato para incluir a arteríola e parte da retina adjacente. O computador calculou o perfil médio do cinzento para incluir a arteríola e parte da janela pré-seleccionada e a área calculada e a largura média do segmento arteriolar escolhido nas figuras sequenciais. É normal um coeficiente de variação < 5% quando se comparam medidas de vasos da retina obtidos por computador ou por observador (Newsom et al.,1992). A variabilidade intra-observadores foi sempre de 5%. 83 Fig.6 – Imagem do angiógrafo IMAGEnet 1024 3.1.6- Indução da diabetes experimental A indução da diabetes foi efectuada pela injecção de aloxana (Herse et al., 1994). O fármaco foi dissolvido em tampão citrato-fosfato 0,05 M (pH=4,5) imediatamente antes da sua administração. Os coelhos em número de 12, após 12 horas de jejum e indução anestésia inalatória com éter embebido em algodão, foram injectados na veia marginal da orelha, com a dose única de 100mg/kg de peso. Coelhos não injectados, com a 84 mesma idade e da mesma ninhada, mantidos sob as mesmas condições, serviram como controlo. Nos dois dias que se seguiam à injecção de aloxana foi adicionada dextrose a 5% na água de beber dos animais. Os animais foram alimentados com rações para coelhos e beberam água ad libidum. Observou-se uma baixa mortalidade (≤ 3%) com a utilização deste protocolo (morreram quatro coelhos e dois deles não se conseguiram diabetizar). QuadroI- Relação entre o peso e os níveis de glicémia em coelhos normais e diabéticos ao longo de 12 semanas. O peso corporal, a glicémia, a glicosúria e a diurese foram avaliadas às 24 horas, 4 dias, 1 semana, 4 semanas, 8 semanas e 12 semanas após 85 administração da aloxana. A glicémia foi determinada a partir de amostras sanguíneas colhidas na veia marginal da orelha e a glicosúria determinada por métodos colorimétricos. O princípio básico da maioria das medidas colorimétricas consiste na comparação, sob condições definidas, da cor produzida pela substância em quantidade desconhecida com a mesma cor produzida por uma quantidade conhecida do material a ser determinado. A comparação quantitativa dessas duas soluções pode, em geral, ser conduzida por um ou mais de seis métodos. Não é essencial preparar-se uma série de padrões com o espectrofotómetro; o coeficiente de absorção molar pode ser determinado de uma das medidas da absorvância ou transmitância da solução padrão, para se fazer a determinação da concentração desconhecida com o auxilio deste coeficiente de absorção molar e o valor obtido da absorvância ou transmitância da amostra. O método utilizado foi o da Diluição: a amostra e a solução padrão estão contidas em tubos de vidro do mesmo diâmetro e são observadas horizontalmente através dos tubos. A solução mais concentrada é então diluída até que as cores fiquem idênticas em intensidade quando observadas horizontalmente através da mesma espessura de solução. As concentrações relativas das soluções originais são então proporcionais às alturas das soluções comparadas nos tubos. A variação da cor de um sistema, com a modificação da concentração de um certo componente, constitui a base do que os químicos denominam análise colorimétrica. A cor é provocada pela formação de um composto corado, resultante da adição de um reagente apropriado, ou pode ser intrínseca ao constituinte analisado. A intensidade da cor pode ser comparada com a que se obtém pelo tratamento idêntico de uma quantidade conhecida da substância. A colorimetria visa determinar a concentração de uma substância pela medida da absorção relativa de luz, tomando como referência à absorção da substância numa concentração conhecida. Na colorimetria 86 visual usa-se, em geral, como fonte de luz, uma fonte natural ou artificial de luz branca. As de terminações são feitas num instrumento simples, denominado colorímetro, ou comparador de cores. Quando a observação directa for substituída por uma célula fotoeléctrica (o que elimina em grande parte os erros devidos às características pessoais de cada observador), o instrumento é um colorímetro fotoeléctrico. Neste instrumento emprega-se a luz que está numa banda estreita de comprimentos de onda, que se consegue pela passagem da luz através de filtros, isto é, de materiais coloridos na forma de placas de vidro, ou de gelatina, etc., que só transmitem a luz numa região espectral limitada. A principal vantagem dos métodos colorimétricos e espectrofotométricos, é a de proporcionarem um meio simples para determinar quantidades diminutas de substâncias. O limite superior dos métodos colorimétricos é, em geral, a determinação dos constituintes que estão presentes em quantidades relativas inferiores a 1 ou 2%. A sensibilidade pode ser, no entanto, aumentada mediante a técnica da espectrofotometria derivada. O estado diabético foi estabelecido pela existência de hiperglicémia persistente (> 350 mg/100ml), glicosúria, poliúria, polidipsia (medidos através da quantidade de urina eliminada e água ingerida) e perda de peso. Os animais foram mantidos diabéticos durante um período de 3 meses, após o qual se iniciaram os estudos descritos com animais diabéticos. 87 3.1.7- Indução de glaucoma experimental Estudos com modelos animais têm-nos ajudado a compreender os mecanismos de formação e de drenagem do humor aquoso, bem como a manutenção da homeostase da pressão intraocular. Muitas vezes, esses estudos levaram ao conhecimento da etiologia do glaucoma e no desenvolvimento de terapêutica adequada. Através da diversidade da estrutura e função do ângulo de drenagem de cada espécie animal, os estudos comparativos com o homem permitiram estender os conceitos limitados ao segmento anterior, na doença humana. No desenvolvimento da hipertensão e glaucoma espontâneo ou induzido, os modelos animais têm conduzido a estratégias terapêuticas que, de outra forma, teriam sido difíceis de implementar. Ao longo do tempo foram observados vários modelos de glaucoma espontâneo em diferentes animais. Numa forma precoce Kolker descreveu um grupo de 60 coelhos albinos da raça Nova Zelândia que, naturalmente, mostraram uma alteração no desenvolvimento da malha trabecular (Kolker et al., 1999). A descrição das anomalias anatómicas que apresentaram (redução no número de lamelas, aumento do espaço intercelular entre as lamelas, vacuolização das células endoteliais e fragmentação da lâmina basal), permitiu levantar a hipótese de que a causa da elevação da pressão intra-ocular podia ter sido uma redução do apoio estrutural das trabéculas. Também foram encontrados níveis elevados de fibrina no 88 humor aquoso, o que sugere que a fibrina poderia dificultar a evacuação do humor aquoso e, assim, aumentar a pressão intra-ocular. No entanto, a ausência de lâmina crivosa e mielinização parcial das células ganglionares da retina em estudos ultraestruturais, juntamente com a existência de uma proeminente rede vascular fizeram do coelho um modelo animal adequado para estudar alterações na retina ou vascularização do glaucoma. No final das 60 observações feitas por veterinários oftalmologistas em cães com glaucoma espontâneo, descobriu-se a existência de determinadas raças (Beagles, Cocker, BaseT e caçadores) mais suscetíveis para esta patologia. Todavia como acontece nos coelhos, é o tipo de glaucoma de ângulo aberto o critério que prevalece, enquanto que os cães mostram glaucoma de ângulo fechado. A elevação crónica da TIO de 30 a 40 mmHg, utilizando estes animais com hipertensões espontâneas ou induzidas por cauterização das veias perilímbicas, pode levar a escavação patente da cabeça do nervo óptico. O glaucoma nestes animais é susceptível ao tratamento farmacológico com vários medicamentos usados em seres humanos. Em 1993, foi descrita pela primeira vez uma colónia de macacos, localizado em Cayo Santiago. Em nove famílias destes macacos tem sido descrita uma herança materna, com uma incidência de 40% da elevação da pressão intra-ocular. Nos animais afectados foi a perda de células ganglionares da retina, a escavação do nervo óptico e provas eletrofisiológicas que poderam provar a existência de danos na retina periférica. Recentemente, o aparecimento do rato DBA/2J, que desenvolve um aumento gradual da TIO por induzir a morte de células 89 ganglionares, tem gerado inúmeros estudos para estabelecer a existência de homologias com algum tipo de glaucoma em seres humanos. A elevação da pressão intraocular nestes animais parece ter início na idade de 6 meses ficando cronicamente elevada até à sua morte. No entanto, existem factores, como o tamanho reduzido do globo ocular ou a ausência de lâmina crivosa que limitam a utilização dos animais para esses estudos. Os modelos experimentais agora referidos, com a elevação crónica da pressão intra-ocular, por si só, são ideais para o estudo do glaucoma. No entanto, com excepção dos ratos DBA/2J, outros animais com glaucoma espontâneo, são difíceis de obter comercialmente e ainda mais difícil de obter grupos com a mesma fase da doença. Portanto, a fim de facilitar os testes e o desenvolvimento de conhecimentos de glaucoma, ao longo da história foram desenvolvidos modelos glaucoma induzidos experimentalmente. Assim, em 1974, Gaasterland e seus colegas desenvolveram o primeiro modelo de laser em primatas, o que tem sido amplamente utilizado posteriormente por outros autores. Como no homem, após uma trabeculoplastia laser argon, produz-se uma elevação transitória da pressão intra-ocular que parece ser causada pela formação de fibrina obstruindo a malha trabecular. As grandes flutuações da pressão intraocular determinam que na maioria dos casos, sejam necessárias várias sessões de laser, com inflamação grave no globo ocular. Embora estes problemas existam, este modelo experimental de glaucoma em primatas têm sido amplamente utilizado para melhorar o quadro clínico inicial de indicadores das lesões da papila no glaucoma. 90 Em nossa opinião, o estudo do glaucoma tem sido impulsionado pela possibilidade de desenvolvimento desta patologia em coelhos. Estes animais são de custo reduzido e mais acessíveis na manutenção e causam menor impacto relativamente aos problemas éticos. Em 1995, o grupo de Shareef et al., desenvolveu o modelo epiescleral com cauterização das veias do rato e do coelho como processo de desencadear aumento da pressão intra-ocular crónica. Este modelo permite manter a completa estrutura trabecular, não afectando os nervos ciliares, como no modelo laser. Além disso, a pressão intraocular pode ser mantida até 6 meses, o que para o tempo de vida do coelho representa muito. O desenvolvimento deste modelo animal permitiu o estudo de diferentes combinações e concentrações de fármacos hipotensores e neuroprotectores como um prelúdio para o estudo em animais de maior porte antes de ensaios clínicos. O mesmo grupo, no mesmo ano, descreveu pela primeira vez a morte por apoptose das células ganglionares da retina no glaucomatoso. Isto permitiu-nos realizar estudos em artérias retinianas, usando a mesma tecnologia a que se recorre em oftalmologia humana. Os progressos no diagnóstico do glaucoma têm sido acompanhados pela evolução tecnológica e o seu tratamento associado ao desenvolvimento de modelos animais. O glaucoma experimental foi obtido através da cauterização dos vasos perilímbicos, com cautério descartável (Bovie, AAron medical, Florida, USA), num dos olhos do coelho, servindo o olho adelfo como controlo. Este procedimento induz uma hipertensão ocular alta, estável e duradora (até 30 dias), sem inflamação ou infecção 91 induzidas (apenas se observou ligeira hiperémia conjuntival em dois animais) de forma a possibilitar a experimentação. Sequencialmente foram registados os valores de tensão intraocular (TIO), diâmetros vasculares e fluxos sanguíneos (picos sistólicos e diastólicos; expressos apenas os sistólicos uma vez que os segundos acompanharam as variações dos primeiros de forma homogénea) das arteríolas justa-papilares, num processo de quinze minutos consecutivos (fluxos e diâmetros foram avaliados a cada minuto). Não se registaram velocidades venulares, conforme descritas por alguns autores, por não apresentarem expressividade. 3.1.8- Protocolo experimental 1. Avaliação do efeito de diferentes agentes farmacológicos sobre o tónus miogénico de arteriolas retinianas, justapapilares. Para os fármacos vasoconstritores foram obtidas curvas de dose-resposta (CDR) pela adição cumulativa destes agentes, por microinjecção intravítrea de volumes de 10µl cada, contendo a substância farmacológica vasoactiva em concentração logarítmica crescente (peri-retinal, peripapilar, 1-2 diâmetros de disco, justa-arteriolar (30µm da arteríola) e análise cada 60 segundos depois de atingir o “steady-state” (15 minutos); duração total = 30 minutos. Para os agentes vasodilatadores a curva de dose-resposta foi obtida após contracção prévia do vaso com 10 nmol de sumatriptano intra-vítreo, justa-arteriolar; uma vez atingido um patamar, os vasodilatadores foram injectados de modo idêntico e com a mesma ordem de grandeza e sequência indicada para as curvas de contracção. 92 2. Realização das curvas de dose-resposta in vivo, contrácteis ou relaxantes, 15 minutos após injecção de um antagonista específico para o agonista respectivo; de novo, para os agonistas relaxantes foi administrado sumatriptano (10 nmol), para contrair o vaso sanguíneo antes da obtenção da curva dose-resposta para agonistas do sistema neuropéptidérgico. 3.Repetição de algumas experiências anteriores (com modificadores da 5-HT e neuropeptídeos), utilizando animais com diabetes aloxânica. 4. Com a mesma metodologia, utilizando os agonistas respectivos em coelhos com glaucoma experimental para o estudo dos modificadores do NO e sua correlação com os resultados obtidos com coelhos normais. 3.1.9- Fármacos utilizados e soluções A aloxana e a indometacina foram obtidas através da Sigma Chemical Co. (St. Louis, MO; U.S.A.); a Cetamina foi obtida da ParkeDavis Inc. (Don Mills, Canada) e o ciclopentolato 0.5% foi obtido da Edol-Portugal. Todos os restantes fármacos: 93 3.1.9.a-Modificadores do Sistema Serotoninérgico: Agonistas / Nome químico / Receptores / Referências a) Serotonina (5-HT) (agonista da maioria dos receptores 5-HT) (em anexo) b) Sumatriptano (SUM) 3-[2-(Dimethylamino)ethyl]-N-methyl-1H-indole5-methanesulfonamide succinate (5-HT1B/1D); Peroutka and McCarthy (1989) Sumatriptan (GR 43175) interacts selectivity with 5-HT1B and 5-HT1D binding sites. Eur.J.Pharmacol. 163 133. Peroutka (1990) Sumatriptan in acute migraine: pharmacology and review of world experience. Headache 30 554. Ottani et al (2004) Effect of sumatriptan in different models of pain in rats. Eur.J.Pharmacol. 497 181. c) α-metil-5-hidroxitriptamina (5-HT2); Richardson et al (1985) Identification of serotonin M-receptor sub-types and their specific blockade by a new class of drugs. Nature 316 126. Wilson et al (1990) 5-Hydroxytryptamine3 receptors mediate tachycardia in conscious instrumented dogs. J.Pharmacol.Exp.Ther. 252 683. 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Antagonistas / Nome químico / Receptores / Referências a) Cetanserina (5-HT1D/5-HT2/5-HT2A); (ver anexo) 95 b) Espiperona (5-HT1A//1B/1D/2A/2B); (ver anexo) c) BRL15572 3-[4-(4-Chlorophenyl)piperazin-1-yl]-1,1-diphenyl-2- propanol hydrochloride (5-HT1D) (agonista parcial 5-HT2B); Hagan et al (1997) Stimulation of 5-HT1B receptors causes hypothermia in the rat. Eur.J.Pharmacol. 331 169. Price et al (1997) SB-216641 and BRL-15572 - compounds to pharmacologically discriminate h5-HT1B and h5-HT1D receptors. Naunyn-Schmied.Arch.Pharmacol. 356 312. Schlicker et al (1997) Effects of selective h5-HT1B (SB-216641) and h5-HT1D (BRL-15572) receptor ligands on guinea-pig and human 5-HT auto- and heteroreceptors. NaunynSchmied.Arch.Pharmacol. 356 321. Saxena et al (1998) 5-HT1-like receptors: a time to bid goodbye. 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Eur J Pharmacol, 468, 175 - 182. 3.1.9.c- Modificadores do Óxido Nítrico: a) L-Arginina (substracto endógeno para as NOS) (Sigma Aldrich Company, St Louis, MO, USA), b) SNAP (análogo endógeno) (S-nitroso-N-acetyl-D,L-penicillamine, WPI, World Precision Instruments, Inc., Sarasota, FL, USA), 102 c) L-NAME (inibidor não selectivo da eNOS, nNOS e iNOS) (NG-nitro-Larginine methyl ester hydrochloride, Sigma Aldrich Company, St Louis, MO, USA), d) L-NNA (inibidor não selectivo também de todas as isoformas de NOS) (NG-nitro-L-arginine, Tocris, Bristol, UK), e) Aminoguanidina (inibidor irreversível da iNOS) (Sigma Aldrich Company, St Louis, MO, USA); utilizados em soluções preparadas com água destilada e desionizada. Referências: 1. Chiou, G.C.Y., Liu, S.X.L., Li, B.H.P., Varma, R.S., and Chiang, C.H., (1995). Ocular hypotensive effects of arginine compounds and their actions on ocular blood flow. J. Ocul.Pharmacol. Ther. 11, 1-10. 2. Chiou, G.C.Y., (2001). Review: Effects of Nitric Oxide on Eye Diseases and Their Treatment.J. Ocul. Pharmacol. Ther. 17, Nº.2, 189-198. 3. Hattenbach, L., Allers, A., Klais, C., Koch, F. and Hecker, M., (2000). L-Arginine-Nitric Oxide Pathway-Related Metabolites in the Aqueous Humor of Diabetic Patients. Invest. Ophthalmol. Vis. Sci. 41, 213-217. 4. Kim, J.C., Park, G.S., Kim, J.K., Kim, Y.M., (2002). The Role of Nitric Oxide in Ocular Surface Cells. J. Korean Med. Sci. 17, 389-394. 5. Kotikoski, H., Alajuuma, P., Moilanen, E., Salmenperä, P., Oksala, O., Laippala, P. and Vapaatalo, H. (2002). Comparison of Nitric Oxide Donors in Lowering Intraocular Pressure in Rabbits: Role of Cyclic GMP. J. Ocul. Pharmacol. Ther. 18, 11-23. (a) 6. Kotikoski, H., Moilanen, E., Vapaatalo, H., and Aine, E., (2002). Biochemical markers of the L-arginine-nitric oxide pathway in the aqueous humour in glaucoma patients. Acta Ophthalmol. Scand. 80, 191-195. (b) 7. Kowluru, R.A., (2001). Diabetes-induced elevations in retinal oxidative stress, protein kinaseC and nitric oxide are interrelated. Acta Diabetol. 38, 179-185. 8.Liu, S.X.L., Chiou, G.C.Y., and Varma, R.S., (1995). Improvement of retinal function after ischemia with L-arginine and its derivatives. J. Ocul. Pharmacol. Ther. 11, 263-268. 103 9.Liu, S.X.L., Chen, Z., Xuan, B., Varma, R.S., and Chiou, G.C.Y., (1997). Effects of Snitroso-glutathione and 4-phenyl-3-fluoroxancarbonitrile on ocular blood flow and retinal functions through generation of nitric oxide. J. Ocul. Pharmacol. Ther., 13, 105-114. 10.Liu, B., Neufeld, A. H., (2000). Expression of nitric oxide synthase-2 (NOS-2) in reactive astrocytes of the human glaucomatous optic nerve head. Glia. 30(2), 178-186. 11. Neufeld, A., Sawada, A., and Becker, B., (1999). Inhibition of nitric-oxide synthase 2 by aminoguanidine provides neuroprotection of retinal ganglion cells in a rat of chronic glaucoma. Proc. Natl. Acad. Sci. USA. 96, 9944-9948. 12. Okuno, T., Oku, H., Sugiyama, T., Yang, Y., Ikeda, T., (2002). Evidence that Nitric Oxide is Involved in Autoregulation in Optic Nerve Head of Rabbits. Invest. Ophthalmol. Vis. Sci. 43,784-789. A solução salina polielectrolítica (mmol/l) colocada nos olhos controlo apresentava a seguinte composição: NaCl 118,7; KCl 4,7; Ca Cl2 1,8; KH2PO4 1,2; NaHCO3 24,8 e glucose 10,1; pH 7,4; a concentração da solução-mãe (10-5M), a sua solubilidade (100mM água, 1eq. NaOH ou DMSO); todas as soluções permaneceram estáveis. 3.1.10- Análise dos Dados e Estatística A eficácia dos diferentes agonistas foi expressa como a resposta máxima, quer se tratasse de uma resposta contráctil ou de relaxamento. Foram calculados os valores de Emax que representam a resposta máxima obtida por um agonista. A potência dos diferentes agonistas foi expressa como pED50 (o logaritmo negativo na base 10 da concentração do agonista que produz 104 50% do efeito máximo). Os valores de pED50 foram calculados pela análise das curvas dose resposta. No estudo do efeito contracturante do sistema da 5-HT, utilizou-se como referência o diâmetro basal após estabilização com indometacina em algumas experiências. A quantificação do efeito relaxante foi expresso em percentagem do diâmetro vascular basal após prévia contracção com SUM (100%). A dose que produz 50% do efeito máximo a um fármaco (ED50) também foi calculada. Os resultados foram expressos em percentagens (média ± erro padrão) e para análise das diferenças estatísticas os valores médios foram analizados, utilizando o teste-t de Student. Uma probabilidade de 0,05 ou inferior foi considerada significante. A variabilidade média interobservador foi de 5%. O valor de n indica o número de experiências independentes, que é igual ao número de animais usado para cada tratamento, sempre ≥ 6. Na análise estatística utilizou-se o programa informático GraphPad Prism 5.0. 105 CAPÍTULO IV RESULTADOS 106 CAPÍTULO IV RESULTADOS Demonstrou-se através do estudo dos dois sistemas diferentes (contracturante e relaxante), mas interligados na resposta neurogénica (serotoninérgico e neuropeptidérgico) que, após microinjecção intravítrea dos diferentes agonistas ou após a sua administração com microinjecção prévia de antagonista, existe um efeito arteriolar dependente da dose. Ao contrário de Pietscher et al., (1996) antes de iniciarmos estes estudos, não foram encontradas variações circadianas do diâmetro vascular no nosso modelo experimental. 107 4.1- Estudos com vasoconstritores Estudo do Sistema Serotoninérgico Efeito da 5-HT e de agonistas selectivos dos subtipos de receptores antes e após tratamento prévio com antagonistas A constricção produzida por diferentes agonistas da 5-HT nas arteríolas retinianas foi expressa em percentagem da eficácia ou contracção máxima produzida pelos diferentes agonistas após injecção periarteriolar. Injectou-se dentro do humor vítreo 10µl de solução (10 nmol/l) de Serotonina (5-HT), observando-se um aumento do tónus arteriolar com redução do diâmetro (efeito vasoconstritor) com doses crescentes; obteve-se uma contracção dependente da dose. O efeito contráctil máximo (Emax), expresso em % de variação do diâmetro basal, obtido com 10 nmol, foi de 29,4±1,5%, (média±erro padrão) (n=6) (Fig.7). No entanto, após administração endovenosa na veia marginal da orelha do coelho (n=4) a 5-HT originou apenas uma contracção muito discreta, traduzida numa ligeira elevação da linha basal. O Sumatriptano (SUM), 10 nmol, agonista dos receptores 5HT1B/1D, induziu o efeito vasoconstrictor mais potente (Emax ± erro padrão 44,8 ± 1,0%). O efeito contráctil produzido pela 5-HT ou SUM foi inibido por 10 nmol de GR127935, 10 nmol de BRL15572 e 10 nmol de SB 224289, respectivamente antagonistas dos receptores 5-HT1B/1D, 5-HT1B e 5-HT1D. O antagonista 5-HT1D, BRL15572, desviou para a direita as curvas contrácteis da 5-HT e do SUM. 108 O L694247, outro agonista potente dos receptores 5-HT1B/1D, produziu uma contracção significativa (Emax± erro padrão=39,0±2,5) antagonizada pelo BRL15572. A alfa-metil-5-HT (α-Me-5-HT), agonista 5-HT2, adicionado cumulativamente até 10 nmol, desencadeou efeito contráctil mais reduzido (Emax ±erro padrão 19,4±1,9%) que foi parcialmente antagonizado pela cetanserina (que também inibiu a resposta contráctil induzida pelo SUM). A espiperona, um antagonista dos receptores 5HT2, quase inibiu a resposta contráctil da α-Me-5-HT (Fig.8). Foram ainda estudados o 8-OH-DPAT, um agonista 5-HT1A, injectado cumulativamente até 10 nmol, não provocou um efeito significativo (Emax ± erro padrão 2,8±0,7%), o mesmo ocorrendo com a 2-Me-5-HT, agonista parcial 5-HT3 (classificação anterior) (Emax ± erro padrão 2,1±0,8%) ou o cisapride, agonista parcial 5-HT4 (Emax±erro padrão 8,9±1,5%) (Fig.). Todos os efeitos contrácteis induzidos pelos agonistas 5-HT diminuíram a hemodinâmica ocular, com redução estatisticamente significativa da velocidade sanguínea (ver quadros). 109 Fotografia a cores a) - Fundo ocular normal de coelho albino, com visualização do disco óptico, vasos retinianos e coroideos, no início de uma experiência. Fotografia a cores b)- O mesmo olho, após injecção intravítrea de Sumatriptano 110 (note-se a extensa vasoconstrição, sobretudo arteriolar papilar e justapapilar). A Fig.7 mostra traçados representativos das variações no diâmetro externo da arteriola oftálmica de coelhos após injecção cumulativa dos volumes de fármacos agonistas, reproduzindo curvas dose-efeito. 50 2-ME-5-HT % variação do diametro vascular (contração) 45 5-HT SUM 40 ALPHA-ME-5-HT CISAPRIDE 35 L694,247 30 8-OH-DPAT 25 20 15 10 5 0 1 2 3 4 5 6 -log dose (nm oles) Fig.7- Curvas dose-resposta de todos os agonistas testados em coelhos normais. Os valores são expressos em termos de média ± erro padrão; n≥6 para cada agonista testado. Valores de p < 0,05 em relação ao controlo. 111 Procurámos de seguida testar outros agonistas serotoninérgicos uma vez que já possuíamos uma resposta satisfatória à 5-HT. Um outro agonista a α-Metil-5-hidroxitriptamina (α-Metil-5-HT), na dose de 10 nmol, contraíu todas as arteríolas nas quais foi testado, induzindo, contudo, uma contracção menor do que a do SUM. Este efeito foi parcialmente antagonizado por 10 nmol de Espiperona, o que permitiu concluir sobre a possível existência de receptores 5-HT2 (Fig.8). ESPIPERONA+ALFA-ME-5HT % variação do diâmetro vascular (contracção) CETANSERINA+ALFA-ME-5HT 50 SUM 45 ALFA-ME-5-HT 40 CETANSERINA+SUM 35 30 25 20 15 10 5 0 1 2 3 4 5 6 -log dose (nm oles) Fig.8- Curvas dose-resposta para a α-Metil-5-HT em administração isolada e após pré-injecção de antagonistas selectivos dos receptores 5-HT1/2 na dose de 10 nmol e de Cetanserina (antagonista não selectivo de receptores 5-HT2 / 5-HT1D) na 112 mesma concentração. Os valores são expressos em termos de média±erro padrão; n≥ 6.Valores de p < 0,05 em relação ao controlo. Um dado importante para a análise que vimos realizando foi o facto de o Sumatriptano (SUM), um agonista dos receptores 5-HT1D, quando administrado por via intravítrea (10 nmol) apresentar o maior efeito de vasoconstrição de todos os agonistas serotoninérgicos (média± erro padrão = 44,8±1,0% do diâmetro basal), inclusivé em relação à 5HT (Fig.8). Porém, administrado por via sistémica na mesma concentração modificou só ligeiramente (com vasoconstrição) o diâmetro vascular das arteríolas retinianas do coelho normal (dados não apresentados). O efeito contráctil quer do SUM quer da 5-HT foi revertido pela administração intravítrea de GR127935 em doses semelhantes (Fig.9). 113 5-HT 50 SUM % variação do diâmetro basal (contracção) 45 L-694,247 40 BRL15572+5-HT 35 * BRL15572+L694,247 30 * BRL15572+SUM 25 20 15 * 10 5 0 1 2 3 4 5 6 -log dose (moles) Fig.9- Curvas dose-resposta para o Sumatriptano, 5-HT e L-694,247 em administração isolada e após pré-injecção de antagonista selectivo dos receptores 5-HT1D (BRL15572), na dose de 10 nmol. Os valores são expressos em termos de média±erro padrão; n≥6. Valores de p <0,05 em relação ao controlo. 114 50 GR127,935+SUM % variação do diâmetro basal (contracção) 45 SUM 40 SB224,284+5-HT 35 5-HT 30 SB224,284+SUM 25 20 15 10 5 0 1 2 3 4 5 6 -log dose (moles) Fig.10- Curvas dose-resposta para o Sumatriptano, 5-HT em administração isolada e após pré-injecção de antagonistas selectivos dos receptores 5-HT1B (GR127,935 e SB224,284), na dose de 10 nmol. Os valores são expressos em termos de média±erro padrão; n≥6. Valores de p <0,05 em relação ao controlo. Em algumas experiências utilizaram-se antagonistas diferentes para o mesmo receptor com a intenção de enfatizar a presença desse receptor, uma vez que não foram efectuados estudos de imunohistoquímicos. Foram também realizadas experiências em coelhos diabéticos, testando a expressividade dos receptores serotoninérgicos e sem a influência de indometacina. Como se pode observar na Fig.11, os resultados não foram 115 semelhantes aos encontrados para os coelhos normais: respostas débeis ou mesmo ausentes e paradoxais face às diferentes doses avaliadas. 7 %variação do diâmetro basal 6 2-Me-5-HT 5 5-HT 4 SUM Alfa-Me-5-HT 3 CISAPRIDE 2 METERGOLINA 1 8-OH-DPAT 0 1 2 3 4 5 6 log dose (nm ol) Fig.11- Curvas dose-resposta de todos os agonistas 5-HT testados em coelhos diabéticos. Os valores são expressos em termos de média±erro padrão; n≥6 para cada agonista testado. 116 4.2- Estudos com vasodilatadores Estudo do Sistema Neuropeptidérgico No estudo do sistema neuropeptidérgico procurámos envidenciar a presença de receptores NK1, NK2, NK3 e NK4 de acordo com a classificação mais recente da International Union of Pharmacology (IUPHAR, 2008). Após contracção com 10 nmol de SUM, a microinjecção intravítrea de SP induziu um relaxamento arteriolar dependente da dose, com um efeito dilatador máximo (Emax) obtido com 10 nmol (média± erro padrão 21,3±2,3% (Fig.12). O pED50 foi de 12,5 ±0,11 (Quadro II). A curva dose-efeito foi deslocada para a direita após pré-tratamento, seguido de um período de estabilização de 15 minutos, com 10 nmol L668,169, um antagonista dos receptores NK1 (Maggi, 1992); as mesmas doses de L-733,060, também um antagonista NK1, de L659,877, um antagonista NK2 (Mcknight, 1990), ou de CGRP8-37, um antagonista do receptor CGRP (Poyner, 1992), também inibiram a resposta induzida pela SP, mas com menor intensidade. A NKA induziu o efeito relaxante mais potente de todos os neuropeptídeos (após contracção com SUM), com efeito dilatador máximo de 53,3 +2,5% e com um valor de pED50 de 12,52+ 0,31. A administração prévia de antagonistas dos receptores NK2, L-659,877 e GR159897, fez deslocar a curva dose-efeito para a direita, sendo os valores de pED50 evocados de 10,60+ 2,5 e 10,26+ 1,1, respectivamente. Ambos, CGRP8-37 e L-668,169, também inibiram o efeito da NKA (Fig. 13); valores de Emax 48,0+3,5 e 45,3+2,5%, 117 respectivamente, mas de novo em menor grau. Este efeito foi antagonizado pela injecção prévia do antagonista dos receptores NK1, L668,169, 10 nmol (média±erro padrão 15,2±1,2%) do diâmetro basal e, de forma menos acentuada, pelo antagonista de receptores NK2 L659,877, bem como pelo antagonista dos receptores CGRP, o CGRP837. (Fig.14) -log dose (mol/l) % variação do diâmetro vascular (relaxamento) Fig.12- Curvas de dose-resposta para a SP (10 nmol), um agonista dos receptores NK1, antes e após pré-injecção de L668,169 e de L-733,060 (ambos antagonistas selectivos dos receptores NK1, na dose de 10 nmol); após tratamento com L659,877 e GR159,897 (ambos antagonistas selectivos dos receptores NK2, na dose de 10 nmol) e de CGRP8-37 (antagonista de receptores para o CGRP) na dose de 10 nmol. Os dados referem-se a médias±erro padrão; n≥6 ; *valor de p entre cada conjunto de experiências e relativamente ao controlo <0,05. 118 Doses cumulativas de CGRP, até 10 nmol desencadearam uma vasodilatação arteriolar marcada (média±erro padrão = 41,1±0,4% do diâmetro basal; pED50 11,88±0,04) antagonizada pela pré-injecção perivascular de CGRP8-37 (média±erro padrão 2,4±0,7% do diâmetro basal). Ambos os antagonistas NK1 e NK2 demonstraram um antagonismo fraco e relativo (Fig.13). -log dose (mol/l)) % variação do diâmetro vascular (relaxamento) Fig.13- Curvas dose-resposta cumulativas para o CGRP (10 nmol) após contracção prévia por 10 nmol/l de SUM e pré-tratamento com 10 nmol de L668,169 , L-733,060 ou de ambos (antagonistas selectivos dos receptores NK1); após tratamento prévio com L659,877 , GR159,897 ou ambos ( antagonistas selectivos dos receptores NK2, na dose de 10 nmol) e de CGRP8-37 (antagonista dos receptores do CGRP- na dose de 10 nmol). 119 Os dados referem-se a médias ± erro padrão; n≥6 ; *valor de p entre cada conjunto de experiências e relativamente ao controlo <0,05. Obtivemos a maior expressividade em termos de vasodilatação com a NKA, em doses cumulativas também na dose máxima de 10 nmol (média ± erro padrão 53,3 ± 2,5% do diâmetro basal; pED50 11,96 ± 0,10). Este efeito foi antagonizado pela administração prévia de L659,877 (média±erro padrão 19,2±1,0% do diâmetro basal). Nem o CGRP8-37 ou o L668,169 reduziram significativamente o efeito vasodilatador da NKA (Fig.14). 120 % variação do diâmetro vascular (relaxamento) Fig.14- Curvas dose-resposta para a NKA (10 nmol), um agonista dos receptores NK2, antes e após pré-injecção de L668,169 e de L733,060 (ambos antagonistas selectivos dos receptores NK1, na dose de 10 nmol), de CGRP8-37 (antagonista de receptores para o CGRP- na dose de 10 nmol) e de L659,877 e GR159897 (ambos antagonistas selectivos dos receptores NK2). Os dados referemse a médias ± erro padrão; n≥6 ; * valor de p entre cada conjunto de experiências e relativamente ao controlo <0,05. O efeito relaxante arteriolar provocado pela NKB (agonista NK3) foi bastante menor (média ±erro padrão 5,3 ± 1,2% do diâmetro basal) (Fig.15) do que os obtidos com as outras neurocininas. Como pretendíamos confirmar a inexistência de receptores NK3 na parede arteriolar dos vasos retinianos do coelho, utilizámos ainda outro agonista NK3, o Senquetide. Os resultados foram similares aos obtidos com a NKB. O efeito de relaxamento máximo foi de 3,8±1,0% (Fig.15). 121 % variação do diãmetro basal (relaxamento) -log dose (m oles/l) 0 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7 -8 -9 -10 13 12 11 10 9 NKB SENKTIDE Fig.15- Curvas dose-resposta cumulativas para a NKB e Senquetide (10 nmol), agonistas dos receptores NK3. Os dados referem-se a médias ± erro padrão; n≥6 ; *valor de p entre cada conjunto de experiências e relativamente ao controlo <0,05. A eficácia da Capsaicina (CAPS) como vasodilatador foi significativamente mais elevada do que a de todos os outros fármacos dilatadores usados (média ± erro padrão 43,0 ± 2,9% do diâmetro basal). Como o gráfico mostra, o efeito antagonista máximo foi obtido com a pré-injecção em conjunto de todos os antagonistas anteriormente ensaiados (Fig.16). 122 % variação do diâmetro vascular (relaxamento) Fig.16- Curvas dose-resposta para a CAPS (10 nmol), antes e após pré-injecção de L668,169 e de L733,060 (ambos os antagonistas selectivos dos receptores NK1, na dose de 10 nmol), de CGRP8-37 (antagonista de receptores para o CGRP, na dose de 10 nmol), de L659,877 e de GR159897 (antagonistas dos receptores NK2) e combinações dos antagonistas das taquicininas isolados ou associados ao CGRP8-37. Os dados referem-se a médias ± erro padrão; n ≥ 6 ; *valor de p entre cada conjunto de experiências e relativamente ao controlo <0,05. . 123 Neuropeptídeos Valor de pED50 Quadro II- Sustância P (SP), Neurocinina A (NKA), Péptido relacionado com o gene da Calcitonina (CGRP) e Capsaicina (CAPS) antes e após administração intraocular de antagonista (1 nmol/l). Valores expressos em média ± erro padrão (n=7-x). *p <0,05. 124 Nas experiências realizadas em coelhos diabetizados, todas as taquicininas, o CGRP e a CAPS revelaram um efeito vasodilatador inferior a 4% em relação ao diâmetro basal (Fig.17). Perante um endotélio disfuncional, o efeito relaxante destas substâncias foi quase nulo. -log dose(m oles/l) 0 13 12 11 10 9 % variação do diâmetro basal (relaxamento) 0 -1 CGRP SP -2 CAPS NKA -3 -4 -5 Fig.17- Curvas dose-resposta para todas as taquiquininas, CGRP e a CAPS (10 nmol), em coelhos diabetizados pela aloxana. Os dados referem-se a médias ± erro padrão; n≥6. 125 4.3- Resultados obtidos com os modificadores do óxido nítrico (NO). Determinação do diâmetro arteriolar (% de variação do diâmetro basal) Fármaco Max ± s.e.m. (intraocular) Aminoguanidina 34,0 ± 1,1% * L-NAME 22,7 ± 0,7% * L-NNA 8,3 ± 0,2% * SNAP 47,0 ± 1,6% * L-arginina 65,2 ± 0,8% * BSS(controlo) ±0,0 Quadro III– Determinação do diâmetro arteriolar para os diferentes fármacos estudados quando aplicados intraocularmente. Verificou-se uma constrição, e diminuição do diâmetro do vaso com a aminoguanidina (inibidor da iNOS), o L-NAME (inibidor da nNOS) e o L-NNA ( inibidor da eNOS ). A administração isolada de SNAP ou de L-arginina induziu vasodilatação com aumento do diâmetro arteríolar. Este estudo ocorreu em simultâneo com a determinação da TIO pelo que as concentrações utilizadas são as referidas para esse estudo.* p < 0,05 (teste t de Student) em relação ao controlo (BSS). A aminoguanidina (um inibidor da iNOS) e o inibidor da sintetase do NO, L-NAME, produziu uma constrição sustentada, reversível e dependente da concentração, até 10 nmol dos segmentos arteriolares, com um valor máximo de 34,0± 1,1%. A indometacina, um 126 inibidor da cicloxigenase (COX), reduziu o tónus dos segmentos arteriolares. De acordo com os resultados da TIO, o L-NAME, a aminoguanidina e o L-NNA promoveram vasoconstrição, enquanto a Larginina e o SNAP originaram vasodilatação. Após administração tópica destes fármacos nos olhos dos animais, não se verificou alteração dos diâmetros arteriolares. 127 Determinação do diâmetro arteriolar (% variação do diâmetro basal) Fármacos BSS+L-arginina L-NAME+Larginina Aminoguanidina+L -arginina Max ± s.e.m. (intraocular) 21 ± 1,6 3,6 ± 1,6 * 6 ± 0,5 * L-NNA+L-arginina 19,5 ± 2,1 BSS+SNAP 19,4 ± 5,2 Aminoguanidina+SNAP L-NNA+SNAP 2,7 ± 0,5 # 28,2 ± 2,2 Quadro IV– Determinação do diâmetro arteriolar após administração sucessiva de dois fármacos por via intraocular.* p < 0,05 (teste t de Student) em relação ao controlo (BSS+L-arginina)# ; p < 0,05 (teste t de Student) em relação ao controlo (BSS+SNAP). Com o L-NAME (inibidor das três NOS), registou-se uma menor vasodilatação quando comparada com a aminoguanidina (inibidor relativamente selectivo da iNOS). % TIO 128 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Aminoguanidine BSS Snap L-NNA L-arginine L-Name 0 50 100 150 tempo (minutos) Quadro V- Variação percentual da TIO em função do tempo (minutos), após % TIO administração intraocular de 100 nmoles de cada modificador do NO. 120 100 80 60 40 20 0 L-arginina 100 nmol L-NAME 100 nmol BSS 0 20 40 60 80 100 tempo (minutos) Quadro VI- Variação percentual da TIO em função do tempo (minutos), após administração intraocular de 100 nmoles de cada modificador do NO em coelhos com glaucoma induzido. 129 0 60 min BSS+L-Arg L-NNA+L-Arg 20 L-NAME+L-Arg 40 Aminoguanidine+L-Arg 60 BSS 80 L-NNA % TIO 100 L-NAME 120 Aminoguanidine 140 135 min tempo (minutos) Quadro VII- Quadro comparativo da variação percentual da TIO em função do tempo (minutos), após administração intraocular de 100 nmoles de cada modificador do NO e da sua associação com L-Arginina. 4.3.1- Resultados com EcoDoppler Os resultados seguintes exprimem os estudos complementares com ecodopler em algumas das experiências com os agonistas e antagonistas 5-HT e das taquicininas (não se efectuaram estudos de fluxos com os modificadores do NO por estarem amplamente difundidos em trabalhos da área). 130 Fármacos CAPS Max ± s.e.m. (veloc:cm/s) 32 ± 0,8 CGRP 39 ± 1,0 * SP 2 6 ± 2,5 NKA 49,5 ± 0,1* NKB 13,4 ± 1,7 CGRP8-37 + CGRP 22,9 ± 0,6 L659,877 + NKA 28,1 ± 1,2* Quadro VIII- Determinação da velocidade de fluxo(Emax ± sem) após administração sucessiva de agonistas e antagonistas do sistema neuropeptidérgico, por via intravítrea, em coelhos normais. * p < 0,05 (teste t de Student) em relação ao controlo. 131 Fármacos . Max ± s.e.m. (veloc:cm/s) 2-Me-5-HT 13,7 ± 0,3* 5-HT 8,0 ± 0,6 SUM 5,1 ± 0,2 * Alfa-Me-5-HT 9,5 ± 1,1 8-OH-DPAT 1,1±0,4 SB224,289+SUM 11,0 ± 0,5 * Espiperona+ Alfa-Me-5-HT 12,1 ± 0,1 Cetanserina+SUM 13,2 ± 0,8* BRL15572 + SUM 12,2 ± 0,3 Quadro XIX– Determinação da velocidade de fluxo (Emax ± sem) após administração sucessiva de agonistas e antagonistas do sistema serotoninérgico por via intravítrea, em coelhos normais. * p < 0,05 (teste t de Student) em relação ao controlo. 132 Observando o Quadro XIX podemos constatar que, concomitantemente com a vasoconstrição provocada pelos agonistas 5-HT, a velocidade de fluxo também diminuiu. Com a administração intraocular prévia de antagonistas 5-HT as velocidades de fluxo não se alteraram significativamente em relação aos valores de origem. Paralelamente, os resultados esperados com a adminstração de vasodilatadores (sistema neuropeptidérgico) indicaram uma resposta previsível de aumento franco das velocidades de fluxo nas arteriolas do coelho (Quadro VIII). Não se registaram alterações nas medições de fluxos nos coelhos diabetizados e com glaucoma experimental pela inconsistência dos resultados que atribuímos a uma dificuldade de execução técnica. Fig. 18- Exemplo de imagem obtida por CDI na análise de fluxos da artéria central da retina 133 CAPÍTULO V DISCUSSÃO E CONCLUSÕES 134 CAPÍTULO V DISCUSSÃO Pareceu-nos importante detectar um número elevado de receptores 5-HT nos vasos da retina do coelho uma vez que, face ao actual desenvolvimento da farmacologia, poderemos futuramente empreender estudos com mais de um tipo de antagonistas (ou agonistas) no controlo da vasomotricidade retiniana. A medição dos diâmetros vasculares retinianos com recurso ao retinógrafo digital proporcionou uma melhor precisão do trabalho experimental e também a resolução das variações de diâmetro, o que constitui a principal vantagem deste dispositivo. A escolha do coelho albino de raça neo-zelandesa justificouse pela facilidade de visualização dos vasos retinianos (Osborne, 1993). 5.1-Respostas vasoconstritoras Os resultados apresentados mostram, in vivo, evidência qualitativa das propriedades miogénicas da arteríola retiniana do coelho por autorregulação, isto é, pela capacidade intrínseca do tecido vascular de manter o seu fluxo sanguíneo em resposta às variações da pressão de perfusão, dentro de uma margem relativamente larga. Esta resposta reside principalmente nas células do músculo liso da parede vascular (autorregulação miogénica) e é posteriormente modulada pelas necessidades do tecido (autorregulação metabólica) e por factores neurohumorais. A autorregulação assegura a constância da perfusão, não 135 obstante as variações da pressão intra e extraocular (Jarajapu et al., 1994). O estudo efectuado sobre o papel da serotonina na autorregulação miogénica da arteríola retiniana in vivo, em coelho saudável, mostrou evidência de que a arteríola possibilita a manutenção de uma perfusão constante, uma vez que a pressão sanguínea se manteve dentro dos valores normais. Esta propriedade oferece protecção frente à exposição a valores superiores da pressão sistémica que poderiam causar hemorragia. A anatomia única do leito vascular intraocular, em particular a transição súbita da artéria oftálmica para as arteríolas retinianas requer uma autorregulação fisiologicamente eficiente do fluxo sanguíneo dentro das arteríolas retinianas. Embora esta autorregulação miogénica na arteríola retiniana seja essencial para uma perfusão constante e para o músculo liso arteriolar, não é necessariamente indicativa das suas propriedades autorreguladoras, que podem variar ou operar a um nível mais elevado (por ex. em resposta ao exercício dinâmico), uma vez que recebem apenas uma porção do fluxo sanguíneo da artéria oftálmica (Nemeth et al., 2002). Relativamente aos resultados obtidos na avaliação do sistema serotoninérgico, encontrámos algumas surpresas face ao comportamento dos diferentes agonistas in vivo, nas arteríolas retinianas do coelho, quando comparados com os resultados obtidos in vitro por outros investigadores, e em arteríolas de outros tecidos do globo ocular, nomeadamente as da íris e do corpo ciliar (Osborne et al., 1990, 2008). 136 De todos os receptores 5-HT, talvez os subtipos 5-HT1D, 5-HT1B sejam os que melhor se encontram caracterizados (Bradley et al., 1986; Saxena and Villalon, 1990), especialmente a nível das células musculares lisas perivasculares (Feniuk et al., 1983; Trevethick et al., 1984, 1986; Connor et al., 1997; Martin et al., 1994). Encontram-se distribuídos por regiões vasculares bastante diversificadas, entre as quais a artéria carótida e seus ramos (Saxena et al., 1986, 1989) e a veia jugular do coelho (Martin et al., 1994). Os receptores 5-HT1D existem a nível do SNC de vários mamíferos como o cobaio, o cão, o porco, o coelho e o ser humano (Maura et al., 1993). A título de exemplo refira-se que o relaxamento da artéria coronária do porco é mediado por este tipo de receptores (Schoeffter e Hoyer, 1990; Hamel et al., 1990). Hamel e seus colaboradores confirmaram também a sua presença a nível das artérias cerebrais bovinas e humanas. Os nossos resultados demonstram a existência provável de receptores 5-HT1B a nível arteriolar, uma vez que houve uma resposta vasoconstrictora à 5-HT, ao SUM, confirmada pelo antagonismo verificado com a administração prévia de GR127,935 e de SB224,284. Os receptores 5-HT2 que se encontram descritos no músculo liso da aorta do coelho (Hoyer, 1994) e no corpo ciliar do macaco (Sheriff, 2008), existem também em múltiplas áreas do córtex cerebral do Homem (Pazos et al., 1985). Escolhemos a cetanserina, de entre os agentes selectivos, por apresentar uma selectividade razoável, segundo Teitler (1990). Ao encontrarmos uma reactividade vascular para a αmetil-5-HT, associado a um antagonismo nítido pela cetanserina e pela espiperona, podemos inferir sobre a presença daqueles receptores, nos 137 vasos retinianos do coelho. É possível que a resposta menos acentuada deste tipo de receptores se deva a uma menor percentagem dos mesmos a esse nível, ao contrário do corpo ciliar onde são abundantes. As respostas contrácteis obtidas com os agonistas serotoninérgicos em coelhos normais foram, por vezes, quase nulas quando comparadas com as obtidas em coelhos diabéticos. É que, além do endotélio vascular, toda a restante estrutura morfo-funcional da parede arteriolar retiniana e das células gliais se encontra alterada em patologia como na diabetes (Valentin et al., 1998). Não encontrámos respostas significativas para a 2-metil-5-HT nem para o cisapride, o que exclui a presença de receptores 5-HT4. Não encontrámos uma resposta nítida para outro agonista 5-HT, o 8-OHDPAT, (pA2=8.2 na ordem de potência). Como a cetanserina é uma antagonista de ambas as substâncias 5HT e SUM, embora a sua potência de bloqueio seja menor que para os receptores 5-HT2A, comprova a existência de receptores 5-HT1D que medeiam a contracção, embora haja diferenças de espécie para espécie (Martin, 1994; Humphrey et al., 1994). Os receptores 5-HT2B são, segundo Hoyer extraordinariamente difíceis de detectar em material vascular. A ordem de potência é a seguinte: 5-HT=α-Metil-5HT>2-Metil-5-HT>SUM>8-OH-DPAT (Hoyer et al., 1996). Os trabalhos desenvolvidos para a detecção de 5-HT2A indicam a necessidade de um efeito antagonista (mesmo que não selectivo) entre a espiperona e a α-metil-5-HT e a cetanserina e este mesmo agonista. Encontrámos uma resposta favorável no primeiro caso mas que não se repetiu no segundo, o que, face à exiguidade de resultados, nos permite 138 confirmar apenas que nas respostas vasculares os receptores serão do tipo 5-HT2. Os fármacos com actividade vasoconstritora usados, todos agonistas dos receptores 5-HT1 e 5-HT2 mostraram uma regulação heterogénea do tónus da arteríola retiniana em condições normais. O receptor 5-HT1B e o receptor 5-HT1D têm características estruturais muito semelhantes e comportamento farmacológico idêntico. Alguns receptores pré-sinápticos que inibem a libertação de 5-HT no cérebro de roedores têm propriedades farmacológicas de um agonista 5-HT1B, inibem a produção de cAMP na substância nigra e foram originalmente definidos de acordo com critérios operacionais, admitindo-se serem receptores específicos dos roedores. Quanto aos receptores 5-HT1D, limitados aos não-roedores, teriam variações do seu perfil farmacológico e uma localização divergente da dos receptores 5-HT1B (Hannon e Hoyer, 2008). Contudo, as semelhanças nas características transducionais, nas funções e na distribuição levaram à aceitação de que os receptores 5-HT1B e 5-HT1D eram espécies homólogas (Hoyer, 1989 e Middlemiss, 1998). Com recurso a agentes de deslocação adequados e um novo radioligando 5-HT1B/1D, [3H] GR-125743, foi possível discriminar os locais de ligação sináptica 5-HT1B e 5-HT1D em roedores e não roedores (Meneses, 2007). Os receptores 5-HT1B estão localizados a nível pré-sináptico e pós-sináptico, especulando-se que possam estar ainda em terminais não nervosos onde seriam sintetisados e depois transportados de corpos celulares para outras regiões. Além de tudo a localização anatómica dos receptores 5-HT1B proporciona forte evidência de que possam ter um papel de ambos, autorreceptor e heterorreceptor, isto é, de controlo da libertação de transmissor. Nos não roedores exibem características farmacológicas de 5-HT1D (Hannon 139 e Hoyer, 2008). Os receptores 5-HT1B também foram encontrados nas artérias cerebrais e outros tecidos vasculares. Por outro lado, admite-se que o receptor possa estar silencioso, tornando-se capaz de responder em condições como a ateroesclerose. A nível periférico os receptores 5HT1B medeiam a contracção das artérias caudais de rato. Todos os fármacos antimigraine da série dos triptanos actuam via receptor 5-HT1B. O sumatriptano (SUM), não distingue entre os receptores 5-HT1B e 5-HT1D, mas o agonista dos receptores 5-HT1D, PNU109291, desempenha um papel significativo na supressão da inflamação meníngea neurogénica e nocicepção do trigémio no cobaio, sugerindo o envolvimento do receptor 5-HT1D nas cefaleias da migraine. Estes resultados estão de acordo com a detecção deste receptor nas fibras do trigémio e no feixe espinhal do trigémio. Estudos de imunorreactividade destes dois receptores permitiu localizá-los no gânglio trigémio humano onde co-localizam com o CGRP, SP e NOS. Todavia os agonistas selectivos 5-HT1D são destituídos de actividade vascular, confirmando que é o receptor 5-HT1B que medeia a vasoconstrição produzida pelo SUM. Em conjunto, estes dados são sugestivos de que ambos, o componente vascular e neuronal são necessários para os triptanos actuarem na migraine, mas não explicam tudo (Hannon e Hoyer, 2008). Os receptores 5-HT1B e 5-HT1D têm sido descritos serem modulados pela modulina 5-HT (um tetrapéptido, LSAL) (Roussele et al., 1998). Os receptores 5-HT1B e 5-HT 1D podem formar homo ou heterodímeros (Lee et al., 2000) o que não é surpreendente dada a forte co-localização que tem sido referida a nível do mRNA de várias espécies, embora com expressão muito mais reduzida para o 5-HT1D. A serotonina (5-HT) induziu uma contracção arteriolar dependente da dose, mas foi menos eficaz que o SUM uma 140 vez que correspondeu apenas a cerca de 60% do efeito máximo do SUM. Estando os receptores 5-HT1 presentes tanto nas arteríolas como nos neurónios do trigémio (Poyner, 1992) é improvável que o sumatriptano na retina do coelho actue apenas na vasculatura. 5.2-Respostas vasodilatadoras Também foram estudados diferentes péptidos vasodilatadores. A existência de inervação peptidérgica já havia sido demonstrada nos vasos oftálmicos de rato, em estudos de Ye et al., (1990) bem como as respostas de vasodilatação induzidas pelo CGRP na artéria da retina de boi in vitro (Prieto et al., 1991) e pelos VIP e SP na artéria oftálmica de porco (Vincent, 1997). Até à presente data de entre os neuropeptídeos identificados em fibras nervosas perivasculares aferentes, os que apresentam maior distribuição são o CGRP e as taquicininas (FrancoCereceda et al., 1989, 1999, 2000); do ponto de vista funcional, algumas destas substâncias possuem um papel de transmissor e/ou modulador (Franco-Cereceda et al., 1988; Holzer, 1988). A SP foi descoberta inicialmente no cérebro e no intestino por Von Euler e Gaddum (1931). Existe praticamente em todos os vasos sanguíneos do organismo humano nas fibras nervosas terminais. Substâncias P-like estudadas por imunorreactividade estão presentes numa pequena porção de células endoteliais (Milner et al., 1988). 141 Tendo presente este conceito, a justificação duma resposta vascular à SP poderia aqui encontrar alguma explicação. No entanto, parece-nos mais provável a sua libertação a nível das terminações nervosas sensitivas trigemiais do músculo liso arteriolar retiniano. A presença de neurocininas em vasos cerebrais humanos (Uddman, 1983), apoia a hipótese da libertação de neuropeptídeos na musculatura lisa ou a nível da adventícia média das arteriolas e vénulas, permitindo a sua acção a nível endotelial ou a nível das fibras musculares lisas (Regoli, 1998) e tendo um importante papel no controlo vasoactivo do fluxo retiniano e na inflamação de origem neurogénica. Pareceu-nos por isso importante a análise do comportamento vascular retiniano em situação patológica que comprometesse a rede vascular da retina. Por exemplo, o CGRP parece ser importante na formação de neovasos durante patologia isquémica (caso da diabetes experimental), inflamatória e cicatrizante (Haegerstrand et al., 1990). Estas substâncias podem actuar a nível do local de libertação, que para os grandes vasos se situa ainda longe do endotélio, mas que está bastante perto em vasos como os da retina com diâmetros menores (Regoli, 1998). Os neuropeptídeos estudados encontram-se já descritos em diversos segmentos vasculares (arteriolares e venulares) do nosso modelo experimental (coelho). Assim, em alguns segmentos vasculares arteriais do coelho (artéria pulmonar e aorta) foi descrito um efeito bifásico dos neuropeptídeos (Constantine, 1990; DÓrléans-Juste, 1986) – relaxamento e contracção. A remoção do endotélio deixou uma resposta contráctil sensível à NKA. A veia jugular do coelho, por exemplo, contrai na presença de SP. O motivo da opção experimental por segmentos arteriolares e não venosos ou venulares deveu-se ao 142 facto da densidade de fibras musculares lisas em redor das artérias ser superior às das veias (Furness et al., 1970; Barja et al., 1983; Uddman et al., 1988; Gibbins et al., 1988). Sabendo que Edvinsson et al. (1988), não encontraram diferenças de respostas de relaxamento (em potência e em eficácia máxima) para o CGRP, a SP e a NKA na circulação mesentérica, os nossos resultados, pelo contrário, demonstraram alguma diferença que nos pareceu significativa. Relativamente ao conjunto de hipóteses formuladas por outros autores quanto ao mecanismo de acção dos neuropeptídeos estudados, poderemos apenas afirmar com eles, que o efeito relaxante da SP em artérias isoladas do coelho é devido à activação do receptor NK1 presente nas células endoteliais, o que por sua vez estimula a libertação de Ca2+ e o sistema da calmodulina, levando à síntese e libertação de um factor vasodilatador derivado do endotélio (EDRF), identificado com o óxido nítrico (NO) (Busse et al., 1990). O NO por sua vez penetra no músculo liso e activa uma guanilatociclase solúvel e a produção de GMPc (Ignarro, 1986), relaxando as fibras musculares lisas e favorecendo então a vasodilatação. O neuropeptídeo CGRP é composto por 37 aminoácidos codificados pelo gene da calcitonina. Estudos recentes parecem indicar a presença de diferentes tipos de receptores. Duas das suas formas que derivam de genes alfa e beta (CGRPα e CGRPβ) foram identificadas no rato (Amara et al., 1985) e no ser humano (Steenbergh et al., 1985). Foram também identificados fragmentos de CGRP que possuem efeitos antagonistas (Donoso et al., 1990). A SP e o CGRP coexistem em populações de neurónios sensoriais na circulação coronária e da aorta (Gulbenkian et al., 1990). Em 1994 este mesmo investigador demonstrou que a SP e a NKA derivam do mesmo percursor molecular. 143 Lesões do nervo trigémio produzem diminuição dos stocks de CGRP e SP (estudos de imunoreactividade), nas terminações nervosas perivasculares dos vasos cerebrais (Matsuyama et al., 1986; Wanaka et al., 1986). O α-CGRP humano demonstrou ser um potente vasodilatador em artérias mesentéricas humanas e do coelho. A resposta a esta substância parece ser mais potente do que inclusivamente a demonstrada pelo nitroprussiato de sódio (Helke et al., 1990). Todos estes factos nos parecem verosímeis quando aplicados aos vasos retinianos do coelho. Dada a semelhança estrutural e funcional do endotélio vascular retiniano e do SNC, poderemos, sem exagerar, mencionar alguns estudos neuropeptidérgicos em vasos do SNC. Assim, a maioria das artérias cerebrais (anteriores, médias, posteriores, vertebrais e basilares), e as arteríolas da piamater na superfície do córtex cerebral, são revestidas por finas varicosidades de fibras nervosas contendo CGRP (Rosenfeld et al., 1983; McCulloch et al., 1988). A sua colibertação pode ser explicada mais facilmente pelo facto do CGRP e da SP serem dois neuropeptídeos que demonstraram ser vasodilatadores cerebrais em muitas espécies animais (Edvinsson et al., 1987; Jansen et al., 1992). A potência do CGRP varia consideravelmente com a espécie estudada: no gato, o CGRP provoca maior relaxamento vascular que a SP em células musculares lisas dos vasos cerebrais. No entanto os valores de EC 50 são similares. No Homem, estes valores também são similares, mas o CGRP dilata apenas em baixas concentrações (Jansen, 1992). Por outro lado, não tem praticamente algum efeito nas veias da piamater humana em estudos in vivo. 144 Os locais de ligação para o CGRP foram encontrados na média e íntima das artérias coronárias do rato e na aorta (Sigrist et al., 1986). Esta noção está de acordo com a hipótese de que o CGRP está implicado no controlo do tonus vasomotor coronário. Sugere-se ainda que esta substância pode exercer este controlo circulando nos vasos (Matsuyama et al., 1986). De facto, ele foi detectado no plasma sanguíneo humano, proveniente das terminações nervosas perivasculares (Zaide et al., 1985). Estudos diferentes sugerem que esta resposta vasodilatadora esteja não só associada ao NO como às prostaglandinas (Brain et al., 1985) e até às catecolaminas (Fisher et al., 2003), através da acção directa sobre a média com a activação da adenilciclase (Edvinsson et al., 1987). Se, de facto, a vasodilatação induzida pelo CGRP é dependente de endotélio intacto ou não, permanece controverso. A sua potente acção vasodilatadora quer in vivo quer in vitro não é modificada por bloqueio adrenérgico, colinérgico ou histaminérgico (Edvinsson et al., 1988). Os estudos sobre o comportamento farmacológico do CGRP parecem indicar que, quer a vasodilatação (Brain e Williams, 1985), quer a inibição da degradação da SP (Lee Greves et al., 1985), quer ainda o aumento da sua libertação (Okuno et al., 1987) podem constituir parte dos mecanismos segundo os quais o CGRP potencia a resposta às taquicininas. Este comportamento pode, sem dúvida ser extrapolado para a fenomenologia reguladora do tónus vascular arteriolar retiniano. A ordem de potência que encontrámos para as taquicininas estudadas foi a seguinte: NKA≥SP>>NKB. Para a caracterização NK1 de receptores a ordem de potência é a seguinte: SP>NKA>NKB; e para os receptores NK2: NKA>NKB>>SP (IUPHAR, 2008). A explicação 145 para os resultados encontrados é provavelmente a coexistência de receptores NK1 e NK2, uma hipótese com base no antagonismo selectivo do L668,169 e do L659,877. É, no entanto, interessante verificar o diferente comportamento de cada antagonista de per si, seguido da injecção perivascular de CAPS (este antagonismo misto foi já descrito em outros tecidos vasculares do coelho (veia safena, artéria pulmonar) por Osborne (1990). Os resultados obtidos no presente estudo mostraram um efeito vasodilatador evidente e mensurável da SP, CGRP e NKA neste leito vascular no coelho normal. Obteve-se uma resposta relaxante menos acentuada após a injecção intra-vítrea periarteriolar de NKB e senquetide. Uma vez que as fibras neuroniais que contêm CGRP estão presentes no gânglio trigémio de todas as espécies já estudadas, incluindo o homem e o coelho (Stjernschantz, 1984), alguns estudos são sugestivos de que o CGRP e a SP ocorrem em subpopulações específicas de nervos aferentes que vão prover o sistema vascular dos mamíferos. Nas nossas experiências o CGRP e a SP produziram respostas semelhantes, o que leva a admitir poderem ser libertadas pelas mesmas terminações nervosas. De facto exitem provas de que uma taquicinina pode ser sintetisada e libertada juntamente com o CGRP pelo mesmo neurónio sensorial (Holzer, 1988; 1991). As lesões do gânglio trigémio induzem diminuição da imunorreactividade de ambos, CGRP e SP, nas fibras nervosas que vão inervar os vasos sanguíneos cerebrais. Além disso, o CGRP e a SP, mas também a NKA estão expressas e são possivelmente libertadas pelos mesmos neurónios 146 (D´Orleans-Juste et al., 1986; Holzer, 1988). Estudos anteriores revistos por Holzer (1988) haviam demonstrado que a SP e a NKA são derivadas de uma molécula precursora comum. A hipótese desta colibertação é confirmada pelos resultados das experiências que realizámos, uma vez que os antagonistas dos receptores destes neuropeptídeos inibiram a resposta à capsaicina. Foi demonstrado ainda que a SP é mais potente que a NKA, mas de duração de acção mais curta que o CGRP (Holzer, 1991). No nosso modelo, a NKA pareceu ser menos potente do que a SP (pED50 12,52 + 0,31 e 12,50+ 0,11) para valores de Emax de 53,3 + 2,5% e 21,3+ 2,3%, respectivamente. A SP e taquicininas relacionadas podem actuar perto do localda sua libertação, que pode ser bastante afastado do endotélio, como acontece nos grandes vasos ou talvez não muito longe, nos vasos pequenos, como os retinianos (D`Orleans-Juste et al., 1986). Têm sido identificados três receptores das taquicininas, NK1, NK2 e NK3 (IUPHAR, 2008). A SP mostra maior afinidade para o receptor NK1, a NKA para o receptor NK2, a NKB e o Senquetide para o receptor NK3 (Holzer, 1991). Os resultados que descrevemos anteriormente são demonstrativos de que na circulação retiniana do coelho NZW, a ordem de potência das taquicininas é NKA > SP >> NKB. Uma vez que este último neuropeptídeo e senquetide exibem baixa eficácia, é possível que exista apenas uma baixa densidade de receptores NK3. O reduzido efeito obtido com a NKB e o senquetide podem ser também explicados através de outros receptores: NK1 e/ou NK2. A ordem de potência para os receptores NK1 deve ser SP > NKA > NKB e, para o receptor NK2 seria NKA > NKB >> SP ( IUPHAR, 2008). Os resultados que obtivemos nas experiências efectuadas são sugestivos da coexistência de receptores NK1 e NK2, uma hipótese 147 sustentada pelo antagonismo selectivo evidenciado pelos compostos L668,169, GR 159897 e L-659,877 (Saria et al. 1985; Mcknight,1990; Maggi et al., 1992). O antagonista do CGRP, CGRP8-37, reduz o efeito da SP e da NKA, tornando plausível a possibilidade de que o CGRP endógeno esteja desempenhando um papel na resposta. A injecção periarteriolar do antagonista isolado (dos não mostrados) suportam esta hipótese. Dos resultados que apresentámos podemos concluir, pela existência de receptores NK1, NK2 e CGRP nas artériolas retinianas do coelho. Os resultados com a capsaicina após o uso de antagonistas dos receptores NK1, NK2 e do CGRP são também sugestivos da existência de terminações nervosas sensitivas adjacentes às artériolas retinianas que contêm SP, CGRP e NKA. Além disso, estes péptidos podem ter um papel relevante na homeostasia vascular, de modo idêntico a outros agentes como o óxido nítrico, endotelinas e prostaglandinas. Muito embora diversos estudos anteriores tenham comprovado a presença de receptores de neuropeptídeos na circulação retiniana, bem como os seus efeitos em vasos sanguíneos oculares isolados, este estudo parece ser significativo porque proporciona a primeira evidência in vivo dos efeitos dos neuropeptídeos na retina. A importância clínica do conjunto dos nossos resultados leva a aceitar que a microinjecção dos antagonistas selectivos dos receptores das taquicininas e do CGRP poderá providenciar um modo de alívio da dor, inflamação e degradação do endotélio (em doentes com diabetes ou outras doenças isquémicas da retina), que ocorrem sob actividade excessiva de fibras sensoriais do trigémio. 148 5.3-Respostas aos Inibidores da NOS É bem conhecido que o endotélio pode mediar a regulação do tónus vascular através da libertação de óxido nítrico (NO) e de outros relaxantes do músculo liso. Ambos, o inibidor da NOS, a L-NNA, e o inibidor da guanililciclase solúvel, ODQ, têm um efeito inibidor sobre o relaxamento induzido pelo CGRP nas artérias retinianas isoladas de bovino (Boussery et al., 2005). O aspecto que nos pareceu mais importante deste trabalho, reside, sem dúvida, na identificação de respostas a um conjunto de substâncias vasoactivas a nível do Sistema Nervoso Central (SNC) e que ainda não foram alvo de estudo a nível vascular retiniano, concretamente a nível arteriolar e justa-papilar, através da análise metódica da variação do diâmetro vascular e velocidades de fluxo destes vasos quando são submetidos in vivo a concentrações crescentes destas substâncias. Parece relevante salientar que, ao contrário de Pietscher et al., (1996), antes de iniciarmos estes estudos, não encontrámos variações circadianas do diâmetro vascular no nosso modelo experimental, o que facilitou a execução do mesmo. Não parece existir expressividade de receptores NK3, o que corresponde ao achado de outros investigadores de uma percentagem baixa de presença deste tipo de receptores nas espécies de mamíferos. Os resultados sugerem ainda um envolvimento preferencial de receptores NK2 versus NK1 e provavelmente a sua estimulação simultânea na parede das arteríolas retinianas. São necessários estudos 149 imunocitoquímicos, para evidenciar a sua presença a nível endotelial ou a nível das células musculares lisas que revestem o endotélio. Em algum momento do nosso estudo averiguámos a reactividade das vénulas a estas substâncias (dados não mencionados). Ao contrário de outros investigadores encontrámos respostas do mesmo tipo nestes vasos retinianos, embora muito menos intensas (de tal forma que decidimos não as incluir neste trabalho). Em conjunto, os resultados parecem indicar que aparentemente, microinjecções de antagonistas selectivos NK e do CGRP poderão diminuir os processos inflamatórios, a dor e a disfunção endotelial (na diabetes e outras doenças isquémicas) que ocorrem sob uma actividade excessiva das fibras sensoriais do trigémio. Além disso, podemos inferir outras conclusões: tal como Hoyer (1994) havia demonstrado, a SP possui apenas um efeito moderado sobre os pequenos vasos como as arteríolas. Não foi propósito do nosso estudo detectar a presença de inervação serotoninérgica ou neuropeptidérgica (sensorial) a nível das arteríolas retinianas justa-papilares do coelho. Procurámos sim, poder sugerir que a esse nível existem, de facto, receptores para estes dois sistemas, e que poderão contribuir para a regulação do tonus vasomotor da circulação retiniana, além de poderem participar em fenómenos de natureza inflamatória, álgica e espástica. Na diabetes e no glaucoma experimentais, procurámos estudar o comportamento destes receptores, de forma a poder contribuir experimentalmente, de alguma forma, para o desenvolvimento de novas abordagens na terapêutica. A via(s) de administração a utilizar, invasiva 150 (intravítrea), tópica em colírio ou por via transescleral através de sistema de libertação prolongado, será um critério posterior a equacionar de acordo com as características farmacodinâmicas da substância a ensaiar. Sob a forma de colirio ou utilizando dispositivos polimerizados para implante subconjuntival, a difusão do segmento anterior para o posterior, incluindo os processos ciliares e os vasos retinianos, é, como se sabe, bastante rápida (Havener, 1994). Os resultados obtidos pareceram-nos esclarecedores quanto à disfunção endotelial induzida pela diabetes e o glaucoma. Como se observou, toda a resposta à estimulação de receptores se encontrou prejudicada, questionando-nos se existem diferenças de membrana ou dos mecanismos transdutores/efectores. Sabendo, no entanto, da possibilidade de extrapolação destes resultados experimentais para o ser humano (mencionado por vários autores em estudos comparativos anátomo-fisiológicos entre o coelho e o Homem), trabalhos posteriores nossos (não publicados) de estimulação directa do gânglio de Gasser (n=3) induziram vasodilatação ainda que discreta a nível das arteríolas retinianas do coelho, o que confirma de algum forma a presença de capsaicina nas terminações nervosas sensitivas do nosso modelo experimental, conforme demonstrado. Especula-se se, apesar dum endotélio disfuncional, a acção farmacológica de substâncias serotoninérgicas ou neuropeptidérgicas com relativa selectividade para determinados receptores localizados na célula muscular lisa arteriolar, do próprio endotélio ou da glia que o circunda, poderá ter efeitos benéficos na patologia referenciada. Não injectámos todos os agonistas por via endovenosa pela elevada toxicidade (taxa de mortalidade alta) observada no decurso 151 deste tipo de experiências mesmo quando administrados em doses não letais. Conseguímos concretizá-lo, no entanto, com o SUM, que revelou parcial inibição da contracção o que poderá reforçar talvez o conceito de Barreira Hemato-Retiniana (BHR) interna (endotélio dos vasos retinianos) e|ou associado ao conceito de inexistência de receptores sensitivos ao SUM (Saxena et al., 1998). Como a injecção sistémica de SUM não alterou os diâmetros vasculares, conclui-se que, possivelmente esta substância, como aliás todos os agonistas 5-HT testados no conjunto de experiências, não atravessa a BHR. Este facto poderá indicar que os receptores não se localizam a nível endotelial mas a nível miogénico liso. Em análise, provavelmente a teoria trigémio-vascular da migraine e do glaucoma normotenso poderá ter a mesma origem: um aumento do CGRP com a colaboração da SP e da NKA provocam vasodilatação e inflamação locais (por aumento do NO), através da estimulação de receptores 5-HT 1B/1D e 5-HT2. O NO é um mediator importante das funções homeostáticas do olho, incluindo a regulação da dinâmica do humor aquoso, processamento neuronial visual, modulação local do fluxo ocular do sangue e controle da morte, por apoptose, das células ganglionares. As mudanças na quantidade de NO podem contribuir para patologia diversa como a uveite, retinite e o glaucoma (Kotikoski et al., 2002). Alguns resultados indicam que o NO possui um papel no autorregulação da circulação no nervo óptico durante o processamento de entrada/saída elevada de humor aquoso. Isto significaria que o NO fornece alguma neuroprotecção durante uma fase aguda da doença 152 isquémica do nervo (Okuno, 2002). É crescente a evidência de que o NO seja um agente antiproliferativo e citotóxico para as células retinianas. Diversos estudos experimentais recentes indicam que NO medeia as acções neurotóxicas do glutamato que são responsáveis pela doença isquémica retinana. Em acréscimo, a neurotoxicidade do glutamato foi demostrada ser atenuada pela inibição da actividade das NO sintetases (Hattenbach et al, 2000). Este gás endógeno possui um papel na regulação de funções vasculares retinianas contribuindo assim para a patofisiologia da retinopatia. As células endoteliais vasculares retinianas e os pericitos (de origem monocítica) sintetizam a iNOS sob circunstâncias estimuladas, e níveis elevados de L- Arginina são observados no humor aquoso de pacientes diabéticos. Demostrou-se este acontecimento pela administração de aminoguanidina a ratos diabéticos e consequente inibição do desenvolvimento de retinopatia diabética. O NO tem um intermediário altamente reactivo, o peroxinitrito, que está ligado à lesão na diabetes. Os modificadores do NO (L-NAME e a aminoguanidina), ao inibirem as NOS promovem um aumento da pressão intraocular. Este facto leva a supor que a iNOS é responsável pelo controlo da TIO através da produção de NO: pela inibição da iNOS (com a aminoguanidina) e aplicação de L-arginina há redução da TIO, o que pode significar que as outras isoformas estão activas ou que não houve uma inactivação total da iNOS (neste caso, com base nos resultados observados, parece não ter ocorrido uma inibição completa desta enzima). Pelo contrário, a inibição da eNOS e da nNOS (com L-NNA) não impede a diminuição da TIO pela L-arginina pelo que a iNOS está a produzir NO. O L-NAME (inibidor das três isoformas), é o que se 153 mostra mais eficaz dado que a L-arginina não consegue sobrepor esta inibição. Outros autores aplicaram por via intravitrea SNAP (20 nmol) e verificaram que este farmaco aumentava o calibre da artéria retiniana na margem da cabeça do nervo óptico 60 a 120 minutos mais tarde e o fluxo capilar na cabeça do nervo óptico 90 a 135 minutos mais tarde. Verificou-se a existência de uma relação dose-resposta entre 2 a 20 nmol. O SNAP reduziu inicialmente a resistência dos vasos sanguíneos na cabeça do nervo óptico e a pressão de perfusão na cabeça do nervo óptico, seguida de um aumento do fluxo sanguíneo capilar na cabeça do nervo óptico (Lapa, 2004)). A administração tópica de nitrovasodilatadores reduz marcadamente a TIO em coelhos e macacos por um mecanismo que envolve principalmente o aumento do fluxo de humor aquoso do olho. A menor produção de NO foi observada em pacientes com glaucoma primário de ângulo aberto. O L-NAME tem efeito bloqueador muscarínico (Oswald et al., 1995) e provoca redução da inflamação. Em relação à aminoguanidina, a sua relação com a entidade diabética baseia-se no facto de ser um composto que é um inibidor potente da formação do produto final da glicação avançada induzida por hiperglicémia associada à diabetes (Lapa, 2004). Uma vez que o fluxo sanguíneo retiniano está diminuído em condições de TIO elevada, é possível que a pressão elevada despolete a actividade da NOS que se destina a restaurar o fornecimento basal de sangue. Além disto, Neufeld et al. (1999) mostraram que a aplicação de aminoguanidina (inibidor da iNOS) reduziu o dano nas células ganglionares retinianas em retinas com elevada TIO para menos de 154 10% em 6 meses (Lapa, 2004). No estudo presente, o óxido nitrico parece ser um regulador importante do fluxo ocular do sangue, provavelmente pela via da iNOS. De acordo com estes resultados, a L-Arginina, um precursor do NO, diminuiu provavelmente o processador de entrada/saída do humor aquoso. O L-NAME, inibidor de todas as isoformas das NO sintetases, aumentou o processador de entrada/saída do mesmo, de um modo significativo. O mesmo aconteceu com a aminoguanidina, um inibidor do iNOS, mas não com o L-NNA, um inibidor da eNOS e da nNOS. Assim, neste modelo experimental, a iNOS pode ser envolvida na produção e/ou drenagem do humor aquoso. No modelo experimental do glaucoma, a L-arginina podia diminuir o processador de entrada/saída. O L-NAME indicou uma tendência para diminuir o processador de entrada/saída, embora este efeito pudesse ser devido ao facto deste processo se encontrar num nível tão elevado que este composto não o poderia aumentar mais. Consequentemente, o NO contribui para a diminuição do processador de entrada/saída, embora em excesso, como demonstrado em outros estudos experimentais, pode conduzir à degenerescência das células gaglionares no glaucoma. Algumas observações inferem que a produção de NO parece estar aumentada nos olhos de doentes diabéticos embora sem retinopatia. Este dado suporta a hipótese que os efeitos mediados pela citoquina ocorrem antes do início das mudanças morfológicas da vasculatura. Há uma probabilidade razoável que situações patológicas tais como a diabetes mellitus em que a expressão da iNOS depende da existência de concentrações elevadas do NO podem ser um factor 155 significante no regulamento das funções vasculares retinianas e nas modificações proliferativas intraoculares (Hattenbach et al., 2000). Uma vez que a iNOS é induzida, pode também ser inibida directamente por inibidores da iNOS, tais como a L-arginina ou análogos (L-NMMA, NG- amino-hemo-arginina, NG- amino-Larginina, arginina- dimetil, oxihemoglobina, azul de metileno e NGnitro-L-arginina), aminoguanidina e a S-metilisotiourea (Chiou, 2001). O L-NAME, como se sabe, inibe as três NOS, sendo apenas a iNOS inibida pela aminoguanidina (as outras duas estão disponíveis para sintetizar NO e, assim, promoverem um efeito vasodilatador). Constatou-se que a L-arginina, o percussor da formação de NO, dose-dependente, baixa o processador de entrada/saída de humor aquoso. Este estudo mostra claramente que os NO-dadores e os cGMPactivadores baixam a pressão intraocular quando são absorvidos ou injectados directamente no olho (Kotikoski et al., 2002) Chiou e seus colaboradores patentearam e publicaram o uso da L-arginina e seus análogos para baixar a TIO, baixando os níveis do processador de entrada/saída de humor aquoso e aumentando o fluxo ocular do sangue nos olhos do coelho. Sugeriram ainda mais: que estes percursores de NO podem também ser utilizados para tratar retinopatias isquémicas e mesmo patologia isquémica cerebral. Ao mesmo tempo, Nathanson (1992) relata que os dadores de NO, como o nitroprussiato, o isossorbido, o minoxidil, a hidralazina, o nitrato de sódio e a nitroglicerina, baixam também o processador de entrada/saída sem produzir efeitos sistémicos cardiovasculares. Estes resultados indicam que ambos os percussores e dadores de NO podiam ser usados para o tratamento do glaucoma através da redução do processador de 156 entrada/saída de humor aquoso e/ou melhoria do fluxo ocular do sangue (Chiou, 2001). Como em outros formulários da neurodegenerescência, um desenvolvimento do tratamento neuroprotector eficaz no glaucoma parece ser complicado devido às interações complexas de diversas linhas celulares que determinam o destino final da célula neuronal. É provável que mesmo se um dos caminhos identificados que possa se encontrar associado à neurodegenerescência glaucomatosa estiver obstruído, a morte da célula endotelial possa ser mediada ainda por outros circuitos alternativos. Consequentemente, as estratégias neuroprotectoras podem passar por impedir uma escala larga de circuitos para a apoptose e não apenas um único ou alguns. Alternativamente, as estratégias de neuroprotecção podem ser dirigidas realçando os mecanismos protectores intrínsecos (Harris, 2008). Parece que há um denominador comum, o NO, na etiologia das doenças oculares e no seu tratamento, impedindo a sua manifestação. Propõe-se que a produção maciça de NO em consequência da indução da iNOS poderia minimizar lesões posteriores retinianas centrais degenerativas que podem conduzir ao glaucoma, inflamação ocular, degenerescência macular, retinopatia, miopia e catarata senile. É altamente possível que o uso dos inibidores da actividade da iNOS e da indução da iNOS possa resultar na prevenção/tratamento da maioria, se não todas, estas doenças oculares (Chiou, 2001). Estudos recentes apresentados em congressos (ARVO, 2008) atribuem um futuro promissor à terapêutica oftalmológica que preconiza, além de técnicas de terapia génica de que é exemplo a utilização do CD59 por adenovirus humano para o tratamento da fase precoce da doença macular relacionada com a idade (DMI), outras 157 abordagens terapêuticas, tendo como alvos selectivos receptores específicos em vasos retinianos, que, uma vez estimulados, alterem uma função tecidular específica, já anteriormente postulado por Moroi e Lichter (1999). Considera-se assim da maior importância o desenvolvimento de técnicas de administração intraocular com dispositivos médicos “medical devices”, associada à microinjecção ou microimplante de fármacos in vivo (Juhl et al., 2006), com o propósito terapêutico ou profiláctico, no sentido da neuroprotecção (Kwan et al., 2006), como a aplicação recente de um promotor retiniano (VMD2) que impede a neovascularização coroideia. A utilização `a posteriori de dispositivos activas, médicos, com suporte contendo da substâncias engenharia farmacológicamente biomédica na área da nanotecnologia (em concreto com polímeros), será uma consequência imediata desejável. CONCLUSÕES 1. Os nossos resultados demonstram a existência provável de receptores 5HT1B/1D a nível arteriolar retiniano, dada a resposta vasoconstrictora à 5HT, ao SUM, confirmada pelo antagonismo verificado com a administração prévia de GR127,935 e de SB224,284. 2. A reactividade vascular para a α-metil-5-HT, associada a um antagonismo nítido pela cetanserina e pela espiperona, pode inferir sobre a presença de receptores 5-HT2, nos vasos retinianos do coelho. 3. Sugere-se também a coexistência de receptores NK1 e NK2, uma hipótese com base no antagonismo selectivo do L668,169 e do L659,877. Conclui- 158 se ainda da existência de receptores CGRP nas artériolas retinianas do coelho. Os resultados com a capsaicina após o uso de antagonistas dos receptores NK1, NK2 e do CGRP são também sugestivos da existência de terminações nervosas sensitivas adjacentes às artériolas retinianas que contêm SP, CGRP e NKA. 4. Os resultados obtidos pareceram-nos esclarecedores quanto à disfunção endotelial induzida pela diabetes e o glaucoma experimentais. Como se observou, toda a resposta à estimulação de receptores se encontrou prejudicada. 5. Nestes ensaios, o L-NAME mostrou uma tendência para diminuir a IOP, relativamente ao controlo BSS; neste caso a pressão intraocular está eventualmente no máximo pelo que este fármaco não tem qualquer efeito. A L-arginina mostrou ser capaz de diminuir a IOP em coelhos “glaucomatosos”. No modelo experimental do glaucoma, a L-arginina podia diminuir o processador de entrada/saída. O L-NAME indicou uma tendência para diminuir o processador de entrada/saída alterando a TIO, reduzindo o fluxo sanguíneo arteriolar. Consequentemente, o NO parece contribuir para a diminuição do processador de entrada/saída. Pode concluir-se que o L-NNA (mesmo em alta concentração) não tem efeito. A curva é muito semelhante à do ensaio com BSS e L-arginina. 6. O L-NAME e a aminoguanidina, ao inibirem as NOS promovem um aumento da pressão intraocular; nestes casos a L-arginina teve um efeito parcial uma vez que o abaixamento provocado não foi semelhante ao do BSS + L-arginina.Após administração intraocular dos vários compostos em estudo,verificou-se que o L-NAME e a aminoguanidina, inibidor das 159 três NOS e da iNOS, respectivamente, aumentaram a pressão intraocular enquanto o SNAP (dador de NO) e a L-arginina (precursor de NO) tiveram um efeito hipotensor ocular. O L-NNA (inibidor da cNOS) provocou apenas um ligeiro aumento da IOP. 7. Os receptores para estes dois sistemas (serotoninérgico e neuropeptidérgico) poderão contribuir para a regulação do tonus vasomotor da circulação retiniana via NO entre outras, além de poderem participar em fenómenos de natureza inflamatória, álgica, espástica e isquémica existente na diabetes e no glaucoma. 160 CAPÍTULO VI RESUMO, BIBLIOGRAFIA, ÍNDICE 161 CAPÍTULO VI 6.1-RESUMO O conhecimento farmacológico das substâncias relacionadas com o sistema serotoninérgico e neuropeptidérgico é presentemente bastante vasto, embora ainda controverso (Osborne, ARVO, 2008). Concretamente, em relação à serotonina (5-HT), conhecemos bem a sua origem bem como a sua distribuição no organismo humano, assim como a sua degradação enzimática e as suas acções farmacológicas mesmo em situações de patologia. No entanto, novos conceitos se vão abrindo quanto ao seu papel fisiológico, nomeadamente a nível vascular cerebral e retiniano. A existência de uma barreira hemato-retiniana (BHR) interna e externa pressupõe uma regulação do fluxo sanguíneo e por consequência do aporte nutricional para a retina, que é autoregulado nos vasos retinianos. A implicação secundária deste dado é a da alteração dos mecanismos fisiológicos do endotélio vascular que constitui a BHR-interna, em situações normais ou patológicas (como na pré-retinopatia diabética ou o glaucoma, por exemplo). É de extrema importância compreender quais as substâncias envolvidas nestes mecanismos, quer em situações normais quer 162 patológicas, e de que forma elas poderão influenciar os resultados espectantes. Neste contexto decidiu-se estudar os sistemas serotoninérgico e neuropeptidérgico in vivo no coelho albino da raça Nova Zelândia, em arteríolas retinianas justa-papilares, através da quantificação da reactividade vascular avaliada pela variação de diâmetros vasculares (captada por angiografia digitalizada e por vídeo) e de fluxos arteriolares (através do sistema doppler), em coelhos normais e diabéticos. Os resultados permitiram concluir da existência de receptores 5-HT 1B/1D e 5-HT2 a este nível, responsáveis por fenómenos de vasoconstrição arteriolar retiniano com diminuição de fluxos sanguíneos, assim como receptores NK1, NK2 e do CGRP (classificação da NC-IUPHAR -União Internacional de Farmacologia- de 2008) com expressividade vasodilatadora e consequentemente aumento dos fluxos arteriolares retinianos. Permitiram ainda sugerir a existência de inervação sensitiva a nível das arteríolas retinianas do coelho, com implicação provável na resposta neurogénica e inflamatória a este nível, além da falta de expressividade vascular dos receptores citados perante um endotélio retiniano disfuncional quer em coelhos diabetizados pela aloxana quer em coelhos com hipertensão ocular. Conclui-se ainda, da possível importância de alguns mediadores do óxido nítrico (NO) como agentes na expressividade dos receptores descobertos em patologias como o glaucoma e a diabetes. Para o tratamento sintomático de algumas doenças oculares de origem vascular, um doador de NO ao ser administrado por uma determinada via, aumentaria quantidades pequenas de NO que activariam a guanilciclase na 163 produção de GMPc, baixando o processador de entrada/saída do humor aquoso, aumentando o fluxo ocular do sangue, relaxando o músculo ciliar, etc. (Chiou, 2001). De acordo com os resultados obtidos, a terapêutica antiglaucomatosa, por exemplo, visaria a associação de um dador de óxido nítrico (que promove a diminuição do processador de entrada/saída de humor aquoso) com um inibidor da iNOS que impede efeitos nocivos do excesso de NO na neurodegenerescência retiniana. 6.2-SUMMARY The characterization of retinal vessel receptors as well as their specific function is not completely clarified. The serotonergic system is one of the systems that are not completely characterized on retinal vessels. Controversy still also exists for the neuropeptidergic system which is not completely characterized on retinal vessels of some mammalian species. This work studied in vivo the retinal serotonergic, neuropeptidergic and NO modifier systems by studying the vascular response (vasodilation and/ or vasoconstriction) of New Zealand White (NZW) rabbit retinal vessels. Data was obtained by direct measure of vascular diameters (retinal arterioles at 2 discs of ONH) using digital angiography after intravitreous perivascular microinjection of drugs into the eye ball (n≥6 for each experience), as well as measurements of arteriolar blood flows with a CDI device. Quantification is expressed in percentage relaxation (increase) or contraction of basal vascular diameter (%). After the intravitreal microinjection of 10 nmol serotonin (5-HT), an initial slight vasodilator effect was observed, followed by a dose-dependent 164 arteriolar constriction; the maximal contractile effect was obtained with 10 nmol 5-HT (the maximal vascular diameter reduction (Emax±SEM) was 29.4±1.5% at the arteriolar level. Sumatriptan, a 5-HT1B/1D receptor agonist, when given by intravitreal injection (10 nmol) had the most potent vasoconstrictor effect at the arteriolar (Emax±SEM =44.8±1.0%) level with a strong decrease of blood flow. No significant effect was verified when the same doses of sumatriptan were administered intravenously. The contractile effect induced by 5-HT or sumatriptan was reversed by the intravitreal injection of all serotonergic antagonists. nmol), a 5-HT1 receptor agonist, also caused α-Methyl-5HT (10 vasoconstriction, an effect antagonized by 10 nmol of ketanserin. 8-OH-DPAT, a 5-HT1A receptor agonist, did not show a significant effect and neither did 2-Methyl-5HT (5HT3 agonist) and cisapride (5-HT4 agonist). Rabbits diabetized with alloxane showed no response to 5-HT modifiers and neuropeptides. Our results also suggest the presence of 5-HT2 and 5-HT1B/1D receptors on the arteriolar retinal circulation of the rabbit. They also suggest that sumatriptan probably does not cross the blood-retinal barrier (endothelium of retinal vessels) and that there is no specific response to 5HT agonists on alloxan-induced diabetic rabbits. The characterization of retinal vessel responses to specific compounds such as calcitonin gene-related peptide (CGRP) and related tachykinins as well as their specific function at this level has not been yet unequivocally identified. This work also aimed to study in vivo the response to Substance P (SP), Neurokinin-A (NKA), Neurokinin-B (NKB), Senktide, Capsaicin (CAPS) and CGRP. Microinjection of Substance P (NK1 receptor agonist) induced a dose-dependent arteriolar dilating effect, being Emax obtained with 1 nmol (the maximal vascular diameter enlargement (means ± SEM) was 21.3± 2.3% at the arteriolar level). After 165 perivascular preinjection of 1 nmol L-668,169, a NK1 antagonist, the vascular diameter enlargement was 15.2+3.2% at the arteriolar level. As for CGRP, doses up to 10 nmol induced a marked vasodilation (means± SEM: 41.1±0.4% at the arteriolar level). The same type of response was obtained with 10 nmol of NKA (NK2 receptor agonist) which induced the most potent effect of all neuropeptides used (means±SEM: 53.3±2.5% for arterioles). After perivascular preinjection of the NK2 antagonist L654,877 (10 nmol) the vascular diameter enlargement was 37.0±0.7% at the arteriolar level. Capsaicin, a vanilloid agonist responsible for the release of neuropeptides from peripheral endings of afferent neurons, showed a marked vasodilating effect (means±SEM: 43.0±2.9%) with an increase of arteriolar blood flow. After perivascular microinjection of NK3 agonists (senktide and NKB) a less prominent vasodilating effect was observed (means±SEM: 6.8±0.7%; 14.3±1.2%, respectively). These results suggest the presence of neuropeptide receptors (NK1, NK2 and CGRP receptors) on the ONH of the retina vascular wall of the rabbit, probably contributing to the vasomotor auto regulation and neurogenic inflammation at this level. They also suggest the existence of endothelial dysfunction on diabetic retinal vessels, characterized by an impaired response to all tested neuropeptides. A possible approach to neuroprotection and reduction of IOP may be accomplished by NO modulators which were also characterized in the studies (iNOs), especially in our experimental glaucoma model. A correlation between these three group of modulators (serotoninergic, neuropeptidergic and NO) may be possible to establish and be useful for knew therapeutic challenging approaches to the isquemic ocular diseases. 166 BIBLIOGRAFIA (ordem alfabética) Abdel-Latif AA, Green K, Matheny JL, McPherson JC Jr, Smith JP. Effects of norepinephrine and acetylcholine on 32P incorporation into phospholipids of the rabbit iris muscle following unilateral superior cervical ganglionectomy. 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Invest Ophthalmol Vis Sci. 1255:S272, 1996. 23- Mira J, Murta JN, Tavares C, Amaro L, Quadrado MJ, Gaspar MN. Queratoplastia penetrante na patologia traumática do segmento anterior: experiência da Secção de Córnea do Serviço de Oftalmologia dos HUC. Rev.Soc.Port.Oftalmol.20:16-18, 1996. 24- Alfaiate M, Regadas I, Gaspar MN, Travassos A. Hydroxyapatite Orbital Implants: Results of the First 9 Cases. Experientia Ophthalmologica. 22:17-19, 1996. 25- Alfaiate M, Regadas I, Silva R, Gaspar MN, Travassos A. Surgical Removal of Subfoveal Neovascular Membranes in Age-related Macular Degeneration: Results of the First 14 Cases. Experient. Ophthal. 22: 7-10, 1996. 26- Gaspar MN, Fontes Ribeiro CA, Cunha-Vaz JG, Macedo TRA. Retinal vascular reactivity to tachykinins and CGRP on the normal and diabetic rabbit. Congresso da Sociedade Portuguesa de Farmacologia. Abstract. C06, 1996. 232 27- Macedo TRA, Fontes Ribeiro CA, Abreu MAV, Gaspar MN, Vitória I, Cotrim MD, Caramona M. 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Prefácio……………………………………………………………………9 Capítulo I I-Introdução……………………………………………………...............13 1.1-Importância da componente interna da Barreira Hemato-Retiniana nos mecanismos de auto-regulação intrínseca da vascularização retiniana e da componente extrínseca, através da mediação por fármacos...............……………………………..22 1.2-Revisão anatómica actualizada da inervação aferente, simpática e parassimpática do globo ocular…………………………………….........41 1.3-Inervação e vascularização da retina humana e da retina do coelho..........45 1.4-Embriogénese e estrutura dos vasos retinianos no Homem e no coelho....50 Capítulo II II-Objectivos………………………………………………………….…56 2.1-Justificação e definição dos objectivos………………………………......57 2.2-Objectivos específicos…………………………………… ………......….63 Capítulo III III-Material e Métodos………………………………………………......70 3.1.1-Modelo animal utilizado e avaliação de parâmetros……………….......71 3.1.2-Preparação e experimentação de vários tipos de micropipetas de microinjecção…………………………………………………………………………73 235 3.1.3-Padronização das técnicas de microinjecção intraocular in vivo a nível dos vasos retinianos………………………………………………..............................74 3.1.4-Análise dos fluxos com CDI………………………...............................79 3.1.5-Análise de Imagem…………………………………………..................81 3.1.6-Indução de Diabetes experimental……………………………………..83 3.1.7-Indução de Glaucoma experimental……………………………….......87 3.1.8-Protocolo experimental……………………………………...................91 3.1.9-Fármacos utilizados e soluções…………………………………….......92 3.1.9a-Modificadores do Sistema Serotoninérgico……………..........93 3.1.9b-Peptídeos…………………………………………..................97 3.1.9c-Modificadores do NO…………………………….................101 3.1.10-Análise dos dados e estatística………………………………............103 Capítulo IV IV-Resultados…………………………………….................................105 4.1-Estudos com vasoconstrictores…………………………………………107 4.2-Estudos com vasodilatadores…………………………………………...116 4.3-Estudos com os modificadores do NO………………………………….125 4.3.1-Resultados com CDI………………………………………….129 Capítulo V V-Discussão e Conclusões ……………………………….....................133 5.1-Respostas vasoconstrictoras.....................................................................134 5.2-Respostas vasodilatadoras........................................................................140 5.3-Respostas aos inibidores da NOs.............................................................148 236 Capítulo VI 6.1- Resumo………………………………………………………........161 6.2- Summary…………………………………………..........................163 6.3- Bibliografia………………………………………………………..166 6.4- Publicações relevantes…………………………………………….228 6.5- Índice………………………………………………………….......234 ADENDA Índice de Figuras e Quadros ADENDA Índice de Figuras e Quadros Pág Fig.1 Estrutura da retina dos mamíferos e sua conexão com os vasos retinianos e coroideus (notar o posicionamento dos vasos peripapilares em relação à divisão topográfica das células retinianas, nomeadamente ganglionares e de suporte)…………………………………………………………………………………….46 Fig.2- Retinografia digital (preto e branco) de coelho albino…………………..….48 Fig.3- Pormenor da arquitectura neurovascular da hemiretina temporal esquerda do coelho albino (salienta-se a visualização de vasos peripapilares, retinianos e coroideus)…………………………………………………………………………………50 Fig.4-Fotografia do sistema de micropipetas a inserir intraocularmente……….76 Fig.5- Esquema do “locus” de microinjecção dos fármacos a testar…………....77 Fig.6- Imagem do angiógrafo IMAGEnet 1024……………………………………..83 Fotografia a cores a) - Fundo ocular normal de coelho albino com visualização do disco óptico, vasos retinianos e coroideos, no início de uma experiência……………….......................................................................................109 Fotografia a cores b)- O mesmo olho, após injecção intravítrea de Sumatriptano (note-se a extensa vasoconstrição, sobretudo arteriolar papilar e justapapilar)……...................................................................................................109 Fig.7- Curvas dose-resposta de todos os agonistas testados em coelhos normais. Os valores são expressos em termos de média ± erro padrão; n≥6 para cada agonista testado. Valores de p < 0,05 em relação ao controlo. ……………......110 Fig.8- Curvas dose-resposta para a α-Metil-5-HT em administração isolada e após pré-injecção de antagonistas selectivos dos receptores 5-HT1/2 na dose de 10 nmol e de Cetanserina (antagonista não selectivo de receptores 5-HT2 / 5-HT1D) na mesma concentração. Os valores são expressos em termos de média±erro padrão; n≥6.Valores de p < 0,05 em relação ao controlo……………………………………111 Fig.9- Curvas dose-resposta para o Sumatriptano, 5-HT e L-694,247 em administração isolada e após pré-injecção de antagonista selectivo dos receptores 5-HT1D (BRL15572), na dose de 10 nmol. Os valores são expressos em termos de média±erro padrão; n≥6. Valores de p <0,05 em relação ao controlo…………113 Fig.10- Curvas dose-resposta para o Sumatriptano, 5-HT em administração isolada e após pré-injecção de antagonistas selectivos dos receptores 5-HT1B (GR127,935 e SB224,284), na dose de 10 nmol. Os valores são expressos em termos de média±erro padrão; n≥6. Valores de p <0,05 em relação ao controlo………………….......................................................................................114 Fig.11- Curvas dose-resposta de todos os agonistas 5-HT testados em coelhos diabéticos. Os valores são expressos em termos de média±erro padrão; n≥6 para cada agonista testado…………………………………………………………............115 Fig.12- Curvas de dose-resposta para a SP (10 nmol), um agonista dos receptores NK1, antes e após pré-injecção de L668,169 e de L-733,060 (ambos antagonistas selectivos dos receptores NK1, na dose de 10 nmol); após tratamento com L659,877 e GR159,897 (ambos antagonistas selectivos dos receptores NK2, na dose de 10 nmol) e de CGRP8-37 (antagonista de receptores para o CGRP) na dose de 10 nmol. Os dados referem-se a médias±erro padrão; n≥6 ; *valor de p entre cada conjunto de experiências e relativamente ao controlo <0,05……………....117 Fig.13- Curvas dose-resposta cumulativas para o CGRP (10 nmol) após contracção prévia por 10 nmol/l de SUM e pré-tratamento com 10 nmol de L668,169 , L-733,060 ou de ambos (antagonistas selectivos dos receptores NK1); após tratamento prévio com L659,877 , GR159,897 ou ambos ( antagonistas selectivos dos receptores NK2, na dose de 10 nmol) e de CGRP8-37 (antagonista dos receptores do CGRP- na dose de 10 nmol). Os dados referem-se a médias ± erro padrão; n≥6 ; *valor de p entre cada conjunto de experiências e relativamente ao controlo <0,05.……………………………...............................................................119 Fig.14- Curvas dose-resposta para a NKA (10 nmol), um agonista dos receptores NK2, antes e após pré-injecção de L668,169 e de L733,060 (ambos antagonistas selectivos dos receptores NK1, na dose de 10 nmol), de CGRP8-37 (antagonista de receptores para o CGRP- na dose de 10 nmol) e de L659,877 e GR159897 (ambos antagonistas selectivos dos receptores NK2). Os dados referem-se a médias ± erro padrão; n≥6 ; * valor de p entre cada conjunto de experiências e relativamente ao controlo <0,05……………………………………………………………….................120 Fig.15- Curvas dose-resposta cumulativas para a NKB e Senquetide (10 nmol), agonistas dos receptores NK3. Os dados referem-se a médias ± erro padrão; n≥6 ; *valor de p entre cada conjunto de experiências e relativamente ao controlo <0,05.………………………………………………….................................................121 Fig.16- Curvas dose-resposta para a CAPS (10 nmol), antes e após pré-injecção de L668,169 e de L733,060 (ambos os antagonistas selectivos dos receptores NK1, na dose de 10 nmol), de CGRP8-37 (antagonista de receptores para o CGRP, na dose de 10 nmol), de L659,877 e de GR159897 (antagonistas dos receptores NK2) e combinações dos antagonistas das taquicininas isolados ou associados ao CGRP8-37. Os dados referem-se a médias ± erro padrão; n ≥ 6 ; *valor de p entre cada conjunto de experiências e relativamente ao controlo <0,05……………………........................................................................................122 Fig.17- Curvas dose-resposta para todas as taquiquininas, CGRP e a CAPS (10 nmol), em coelhos diabetizados pela aloxana. Os dados referem-se a médias ± erro padrão; n≥6………………………………………………………………………............124 Fig.18- Exemplo de imagem obtida por CDI na análise de fluxos da artéria central da retina………………………………………………………………………….............132 Quadro I- Relação entre o peso e os valores de glicémia………………………84 Quadro II- Sustância P (SP), Neurocinina A (NKA), Péptido relacionado com o gene da Calcitonina (CGRP) e Capsaicina (CAPS) antes e após administração intraocular de antagonista (1 nmol/l). Valores expressos em média ± erro padrão (n=7-x). *p <0,05……………………………………………………………..…123 Quadro III– Determinação do diâmetro arteriolar para os diferentes fármacos estudados quando aplicados intraocularmente. Verificou-se uma constrição, e diminuição do diâmetro do vaso com a aminoguanidina (inibidor da iNOS), o LNAME (inibidor da nNOS) e o L-NNA ( inibidor da eNOS ). A administração isolada de SNAP ou de L-arginina induziu vasodilatação com aumento do diâmetro arteríolar. Este estudo ocorreu em simultâneo com a determinação da TIO pelo que as concentrações utilizadas são as referidas para esse estudo.* p < 0,05 (teste t de Student) em relação ao controlo (BSS)……………………………………..…..125 Quadro IV– Determinação do diâmetro arteriolar após administração sucessiva de dois fármacos por via intraocular.* p < 0,05 (teste t de Student) em relação ao controlo (BSS+L-arginina)# ; p < 0,05 (teste t de Student) em relação ao controlo (BSS+SNAP)…………………………………………………………………....127 Quadro V- Variação percentual da TIO em função do tempo (minutos), após administração intraocular de 100 nmoles de cada modificador do NO………....128 Quadro VI- Variação percentual da TIO em função do tempo (minutos), após administração intraocular de 100 nmoles de cada modificador do NO em coelhos com glaucoma induzido………………………………………………………....128 Quadro VII- Quadro comparativo da variação percentual da TIO em função do tempo (minutos), após administração intraocular de 100 nmoles de cada modificador do NO e da sua associação com L-Arginina………………………129 Quadro VIII- Determinação da velocidade de fluxo (Emax ± sem) após administração sucessiva de agonistas e antagonistas do sistema neuropeptidérgico, por via intravítrea, em coelhos normais. * p < 0,05 (teste t de Student) em relação ao controlo………………………………………………………………………130 Quadro XIX– Determinação da velocidade de fluxo (Emax ± sem) após administração sucessiva de agonistas e antagonistas do sistema serotoninérgico por via intravítrea, em coelhos normais. * p < 0,05 (teste t de Student) em relação ao controlo………………………………………………………………………….131