UMA CONFERÊNCIA Aquacultura – o novo período Neolítico JOÃO GOMES FERREIRA Às quartas, às 17h, na Professor de Engenharia do Ambiente, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa (UNL) [email protected] 6 de março de 2013, das 17h00 às 18h00 Conferências e apresentação de livros ao fim da tarde Auditório da APA na Av. Almirante Gago Coutinho, 30, em Lisboa Resumo Há dez mil anos, a agricultura substituiu a caça como fonte principal de alimentação para os seres humanos. Essa revolução, em pleno período Neolítico, acontece agora no mar. Em 2011 a produção de alimentos aquáticos através da aquacultura superou a pesca pela primeira vez na história da humanidade. Essa mudança de paradigma veio para ficar―tal como aconteceu com a agricultura e a caça, nunca mais voltaremos a depender da captura de peixe como fonte principal de alimentos de origem aquática. A Europa e os Estados Unidos importam uma proporção enorme dos seus produtos aquáticos, 65% no caso Europeu e mais de 80% nos EUA. Em parte, esse fenómeno deriva do facto da aquacultura ser a actividade mais regulada no sector alimentar europeu. Cerca de metade desse volume é originário de aquacultura, incluindo praticamente todo o camarão, bem como peixes como a tilápia e a panga. Na prática, os países desenvolvidos importam o pescado cultivado e exportam as externalidades negativas, sobretudo na área ambiental. Exportam também o emprego, tal como aconteceu no sector industrial no pósguerra. Portugal enquadra-se neste contexto, mas destaca-se por um lado devido à sua produção diminuta (cerca de 15-20 mil toneladas ano). Só a Galiza produz mais de 200.000 toneladas de mexilhão. A baía de Sanggou, no NE da China, tem a área do estuário do Sado―produz cerca de 140.000 toneladas anualmente de robalo, ostra, abalone, e algas. Portugal destaca-se ainda por ser o país com o terceiro maior consumo mundial per capita de produtos aquáticos, cerca de 60 kg por ano. Esta apresentação examina o panorama mundial de aquacultura, reflectindo sobre aspectos de produção e sustentabilidade, apresenta uma análise da situação europeia, e considera quais as opções que Portugal tem dentro deste contexto, quais as barreiras, e quais as oportunidades. Através de exemplos concretos, pretende ilustrar-se a diferença entre falar mar e fazer mar. A APA, I.P., é um projeto virado para a sociedade. Resultante da fusão de 9 organismos, esta nova organização será centrada na qualidade do serviço que presta às comunidades que serve. A cultura da nova APA será uma cultura de colaboração para dentro e para fora. Uma verdadeira cultura de participação e de responsabilidade. Conferências e apresentação de livros ao fim da tarde