O Estado do Maranhão - São Luís, 16 de dezembro de 2009 - quarta-feira
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Polícia
Polícia prende 11 bandidos que
assaltavam banco no Maranhão
Entre os criminosos estava Antônio Gomes de Araújo Filho, que foi candidato a prefeito do município de Anapurus
nas últimas eleições; oito assaltantes foram apresentados ontem em São Luís e três estão presos no Piauí
De Jesus
Gerson Miranda, José Gomes, Josiney Gonzaga, o Lourinho, Antônio Gomes, Francisco Ferreira, Maria Cristiane Sousa Passos, Graciete Sousa Passos, Antônio José da Silva Sousa e as armas apreendidas
Ronaldo Rocha
Da Editoria de O Estado
O
nze pessoas foram presas
pelas polícias civis do Maranhão e Piauí, suspeitas
de prática de assaltos a agências
bancárias nos dois estados. Do
total, oito foram apresentadas
na Secretaria de Segurança Pública, na Vila Palmeira, e em seguida levadas para o Centro de
Triagem, o Cadeião, em Pedrinhas. Ainda esta semana, todos
serão transferidos para a Casa
de Custódia, em Teresina (PI),
onde aguardarão julgamento.
Os assaltantes transferidos para São Luís foram Gerson de Sousa Miranda, José Gomes, o Charles
Braw, Josiney Gonzaga da Silva, o
Lourinho, Antônio Gomes de Araújo Filho, Francisco Ferreira da Silva,
o Chiquinho, Maria Cristiane Sousa Passos, Graciete Sousa Passos e
Antônio José da Silva Sousa.
Um dos bandidos, Antônio
Gomes de Araújo Filho, foi candidato a prefeito em Anapurus,
e outro foi baleado ao reagir à
prisão. Com os criminosos, a
polícia encontrou dois fuzis de
guerra (556 e 762), duas escopetas, três pistolas ponto 40, além
de farta munição e três coletes
à prova de balas. O aparato é de
uso exclusivo das Forças Armadas. Os bandidos agiam de forma violenta e chegaram a deixar feridos em algumas ações.
Eles vão responder por roubo
qualificado, formação de quadrilha armada, lesão corporal e
porte ilegal de arma de fogo.
Assaltos -De acordo com o delegado de Polícia Civil do Piauí, Carlos Cezar Camelo de Carvalho, da
Comissão Investigadora de Crimes
Organizados (Cico), a quadrilha é
apontada por assaltos ao Banco do
Brasil, no município de Brejo, e ao
Banco Postal em Buriti, no Maranhão, e por tentar assaltar a agência do BB do município de Miguel
Alves, no Piauí. “Em Miguel Alves
eles não lograram êxito na subtração de valores, pois estavam desinformados quanto ao feriado
municipal antecipado. Dispararam vários tiros contra as portas da
agência, conseguiram entrar, mas
não havia funcionários para abrir
os cofres”, disse o delegado.
Depois do crime, segundo o
delegado, uma operação foi
montada para desarticular o
bando. Além das polícias civis,
reforçaram a ação a Secretaria de
Inteligência do Maranhão, o
Grupo Tático Aéreo (GTA), a Polícia Militar do Maranhão, o Cico, a Polícia Federal e o Grupo de
Ações Táticas Especiais (Gate) do
estado do Piauí. “O crime ocorreu no dia 7 (segunda-feira).
Montamos a operação e iniciamos as diligências, sem perder o
rastro. No dia seguinte, já havíamos prendido alguns integrantes. Hoje (ontem) concluímos as
prisões”, completou.
A captura, afirmou o delegado,
Douglas Júnior
Nélson Ribeiro Rodrigues, Ivaneide Trindade e César Rogério Barbosa, com a droga apreendida pela PM
PM prende traficantes que
agiam no São Francisco
Com os detidos, a polícia encontrou 5kg
de maconha, além de barrilha e solvente,
usados na preparação de merla
Diego Torres
Da equipe de O Estado
O Serviço de Inteligência da Polícia Militar prendeu na manhã de
ontem quatro traficantes que
atuavam na área do São Francisco. Com a quadrilha, foram
apreendidos mais de 5kg de maconha prensada e aproximadamente 2kg barrilha e solvente produtos que seriam utilizados
na fabricação de merla. Nélson
Ribeiro Rodrigues Neto, de 23
anos, morador da Rua 3, 552, no
São Francisco; sua companheira,
Ivaneide Trindade Mendonça, de
30 anos; César Rogério Barbosa
Morais, morador da Avenida Rio
Anil, na Portelinha II, próximo à
Ilhinha, e um adolescente foram
presos em suas residências. Além
dos traficantes, a polícia conduziu a usuária Maria da Conceição
Alves, que no momento comprava droga.
Além da droga, a polícia
apreendeu ainda dois aparelhos
celulares, uma câmera filmadora, um relógio e R$ 42,85 provenientes da venda da droga. Segundo o sargento da Polícia Militar, que comandou a operação,
a ação dos traficantes foi descoberta por meio do serviço do
Disque-Denúncia (3223-5800) e
há 10 dias estava sendo monitorada. “O Disque-Denúncia nos
informou do trabalho do grupo e
constatamos também que vendiam entorpecentes para
crianças”, relatou o militar.
Na delegacia, um dos detidos,
César Rogério, disse aos policiais
que o material apreendido em
sua casa foi deixado por um
homem desconhecido. Segundo
ele, o homem pediu que guardasse um balde com alguns pacotes de maconha. Ao retornar a
sua residência no fim da manhã,
foi surpreendido pelos policiais.
“Quando eu cheguei em casa,
minha mulher me disse que o
homem tinha insistido para
deixar a maconha lá. Poucos
minutos depois, a polícia chegou
e me prendeu”, alegou o suspeito.
As outras pessoas foram detidas
com a barrilha, o solvente e o material, que, segundo a polícia, seria produto de furto. “Esses três já
são conhecidos da polícia. Eles
são os principais traficantes da
área do São Francisco e Ilhinha”,
completou o policial.
Depois de prestar depoimento, o adolescente foi encaminhado à Fundação da Criança e do
Adolescente (Funac), enquanto
os três maiores foram levados
para o Centro de Triagem de
Pedrinhas. A usuária foi liberada.
Mais
Os assaltantes presos e apresentados na Delegacia de Investigações Criminais de Teresina, no
Piauí, foram Francisco James
Sousa Miranda, irmão de Gerson
Miranda; Raimundo Nonato, conhecido como Gaguinho, e César
Barbosa, o Neguinho, que foi
baleado ao reagir à prisão. Os
dois primeiros estão presos e o
terceiro encontra-se hospitalizado naquele estado.
foi resultado de vários mandados
de prisão expedidos contra os criminosos nas comarcas do Maranhão e Piauí. Além dos assaltos já
confirmados, a polícia agora investiga outros crimes. “O bando costumava agir com muita violência.
Entrava na cidade atirando para
todos os lados, principalmente nas
portas das agências bancárias.Vá-
Mutirão solta
preso que
aguardava
julgamento
O II Mutirão Carcerário do Maranhão, iniciado em 24 do mês passado, já analisou 340 processos
de presos provisórios. Em conseqüência desse trabalho, 153 presos ganharam liberdade.
A maior parte das concessões
de liberdade diz respeito a processos sem necessidade de prisão – ao fim do qual o juiz substitui a pena punitiva pela pena restritiva de direitos –, ou por excesso de prazo, caso, por exemplo,
de Auricélio Correia Mendonça,
de 28 anos, acusado de homicídio em Pindaré, que se encontrava preso desde 2005 e teve concedida a revogação da prisão.
De acordo com o juiz, o último despacho no processo de
Mendonça, desaforado daquele
município e transferido para São
Luís, completou dois anos na segunda-feira (14). O preso nunca
foi julgado, quando o correto seria o julgamento em até 90 dias.
Com a revogação da prisão, Mendonça vai responder ao processo
em liberdade.
Mais de 300 processos ainda
passarão pela análise da equipe
de cerca de 20 pessoas que trabalham na ação, entre juízes (4),
promotores de Justiça, defensores públicos e servidores do Poder Judiciário.
Na visão do coordenador dos
trabalhos relativos aos presos provisórios, juiz Ronaldo Maciel (2ª
Vara Criminal), o mutirão está fazendo o que deveria ter sido feito por defensores públicos, o que
não acontece devido ao número
reduzido desses profissionais no
estado. “Temos poucos defensores no estado. Não há defensores
em todas as varas e nas comarcas”, explicou.
rias pessoas eram feitas reféns. Eles
também queimavam os carros na
estrada e faziam vítimas”, completou o delegado Carlos César.
Qualificação - O secretário adjunto de Inteligência do Maranhão, comandante Aluízio
Mendes, afirmou que a quadrilha era extremamente qualificada, com ramificações em todo o estado do Maranhão e parte do Piauí. “São pessoas altamente perigosas, acostumadas
a provocar pavor à população.
Assistimos a vários vídeos internos das agências assaltadas
e pudemos constatar o quanto
utilizavam a violência contra os
clientes”, disse ele.
A quadrilha, segundo as investigações, fazia um levantamento
prévio da agência que seria assaltada. Os integrantes discutiam as
funções de cada pessoa, utilizavam
veículos, faziam reféns e os liberavam durante a fuga. Em seguida,
aguardavam a equipe de resgate.
Não foi informado quanto o bando faturou nos assaltos efetuados
no Maranhão. No entanto, informações extra-oficias apontam que
somente as pessoas responsáveis
por fazer o transporte do bando adquiriam cerca de R$ 5 mil por ação.
Os criminosos foram presos
nos municípios de Buriti e Duque Bacelar, Chapadinha, São
Mateus, São Luís e São Benedito do Rio Preto.
Chamou a atenção da polícia
a participação de Graciete Sousa Passos e Maria Cristiane Sousa Passos, mãe e filha respectivamente, além de um ex-candidato a prefeito no Maranhão,
identificado como Antônio Gomes de Araújo Filho. “As mulheres eram responsáveis por esconder os bandidos e prover alimentos, enquanto Antônio articulava e participava das ações.
Ele havia se candidatado à Prefeitura de Anapurus nas ultimas
eleições”, resumiu Carlos Cezar
Camelo de Carvalho.
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