UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA Centro de Ciências Agrárias Departamento de Solos e Engenharia Rural Programa de Pós-Graduação em Manejo de Solo e Água . Mapeamento do uso da terra no município do Conde – PB, utilizando Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento. Francisco das Chagas de Lima Gomes AREIA, PB ABRIL - 2005 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA Centro de Ciências Agrárias Departamento de Solos e Engenharia Rural Programa de Pós-Graduação em Manejo de Solo e Água Mapeamento do uso da terra no município do Conde – PB, utilizando Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento. AREIA, PB ABRIL - 2005 Ficha catalográfica elaborada na seção de processos técnicos da Biblioteca Setorial de Areia UFPB-CCA. Bibliotecária: Elisabete Sirino da Silva. CRB-4/196. G633m Gomes, Francisco das Chagas de Lima. Mapeamento do uso da terra no município do Conde-PB, utilizando Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento../Francisco das Chagas de Lima Gomes – 2005. 86f. Dissertação (Mestrado em Manejo de Solo e Água) – Universidade Federal da Paraíba – Centro de Ciências Agrárias, Areia. Bibliografia. Orientador: Harendra Singh Teotia. 1. Sensoriamento remoto. 2.Geoprocessamento – uso da terra – Paraíba – Nordeste – Brasil. Palavras chave: USO DA TERRA GEOPROCESSAMENTO CONDE-PB CDU: 528.8 (812/813) FRANCISCO DAS CHAGAS DE LIMA GOMES Mapeamento do uso da terra no município do Conde – PB, utilizando Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento. Dissertação apresentada como requisito à obtenção do título de Mestre Programa de Pós Graduação em Manejo de Solos e Água da Universidade Federal da Paraíba. Orientadores: Harendra Singh Teotia Paulo Roberto de Oliveira Rosa AREIA, PB ABRIL - 2005 FRANCISCO DAS CHAGAS DE LIMA GOMES MAPEAMENTO DO USO DA TERRA NO MUNICÍPIO DO CONDE – PB,UTILIZANDO SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Manejo de Solo e Água da Universidade Federal da Paraíba, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre. Área de Concentração em Manejo e Conservação de Solo e Água. Aprovada em 15 de abril de 2005 BANCA EXAMINADORA Prof Dr Harendra Singh Teotia CCA/UFPB Orientador Prof Dr. José Dantas Neto CCT/UFCG Examinador Prof. Dr.José Paulo Marzola Garcia CCEN/UFPB Examinador ii “Ainda sou estudante da vida que eu quero dar” TUDO OUTRA VEZ Belchior – Cantor e Compositor cearense. À minha esposa Vânia e as minhas filhas Rosana e Raquel Aos meus pais iii AGRADECIMENTOS Ao Ministério da Educação e à Universidade Federal da Paraíba, pela oportunidade oferecida para aprimorar os meus conhecimentos na área das Ciências Agrárias. Ao Departamento de Solos e Engenharia Rural, e à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Manejo e Solo e Água pelo apoio dedicado a este trabalho. Ao Professor Harendra Singh Teotia, pelo empenho e dedicação na orientação deste trabalho. Ao Professor Paulo Roberto de Oliveira Rosa, do Departamento de Geociências, pela co-orientação no desenvolvimento deste trabalho. Aos colegas geógrafos do Laboratório de Geografia Aplicada, que auxiliaram com sugestões no desenvolvimento deste trabalho. Ao Professor Nivaldo Timóteo de Arruda, e ao colega Professor Maciel Nunes Duarte, e aos demais professores do DSER/UFPB que facilitaram as condições de desenvolvimento deste trabalho. À minha esposa Vânia, pelo seu incentivo, compreensão e apoio. A todos aqueles que, de uma maneira ou outra, contribuíram para a realização da pesquisa. iv SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS -------------------------------------------------------------------------------- vi LISTA DE GRÁFICOS ----------------------------------------------------------------------------- vii LISTA DE QUADROS -----------------------------------------------------------------------------viii RESUMO ----------------------------------------------------------------------------------------------- ix ABSTRACT-------------------------------------------------------------------------------------------- xi 1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------- 1 2. REVISÃO DE LITERATURA-------------------------------------------------------------------- 4 2.1. Sensoriamento remoto ----------------------------------------------------------------------- 4 2.2. Sistema Landsat------------------------------------------------------------------------------- 8 2.3. Geoprocessamento---------------------------------------------------------------------------12 2.4. Sistema de informações geográficas ------------------------------------------------------15 3. MATERIAIS E MÉTODOS ----------------------------------------------------------------------19 3.1. Caracterização geral do município do Conde-PB e da área de estudo ---------------19 3.1.1. Geologia e solo ----------------------------------------------------------------------------20 3.1.2. Geomorfologia ----------------------------------------------------------------------------23 3.1.3. Clima ----------------------------------------------------------------------------------------24 3.1.4. Vegetação ----------------------------------------------------------------------------------27 3.1.4.l – Formações litorâneas ------------------------------------------------------------------27 3.1.4.2. Formações florestais --------------------------------------------------------------------28 3.2. Material utilizado ----------------------------------------------------------------------------29 3.2.1. Documentos cartográficos ---------------------------------------------------------------29 3.2.2. Material de interpretação e processamento --------------------------------------------30 3.2.3. Material de campo-------------------------------------------------------------------------30 3.3. Método ----------------------------------------------------------------------------------------30 3.3.1. Obtenção dos dados -----------------------------------------------------------------------31 3.3.2. Definição das classes temáticas ---------------------------------------------------------31 3.3.3. Processamento digital---------------------------------------------------------------------32 3.3.4. Elementos fundamentais de um mapa --------------------------------------------------37 3.3.5. Leitura de imagem ------------------------------------------------------------------------39 3.3.6. Definição da escala------------------------------------------------------------------------40 3.3.7. Registro da imagem com o mapa base -------------------------------------------------40 3.3.8. Manipulação de contraste ----------------------------------------------------------------41 3.3.9. Classificação supervisionada ------------------------------------------------------------41 v 3.3.10. Classificação supervisionada – abordagem pixel a pixel---------------------------44 3.3.11. Precisão da classificação----------------------------------------------------------------44 3.3.12. Tratamentos estatísticos dos dados coletados no campo ---------------------------45 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO-----------------------------------------------------------------46 4.1. O modelado que representa o relevo------------------------------------------------------46 4.1.1. A rede de drenagem -----------------------------------------------------------------------48 4.2. Leitura e registro da imagem---------------------------------------------------------------49 4.3. Classificação da imagem -------------------------------------------------------------------50 4.4. Manipulação do contraste ------------------------------------------------------------------50 4.5. Coleta de dados no campo------------------------------------------------------------------55 4.6. Verificação da exatidão do mapeamento-------------------------------------------------56 4.7. Legenda temática ----------------------------------------------------------------------------60 4.8. Mapeamento do uso da terra ---------------------------------------------------------------68 4.9. Quantificação do uso da terra --------------------------------------------------------------71 5. CONCLUSÕES-------------------------------------------------------------------------------------74 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA--------------------------------------------------------------76 APÊNDICE A (Proposta de zoneamento geográfico) -------------------------------------------83 APÊNDICE B (Procedimentos para classificação da imagem)---------------------------------84 APÊNDICE C (Lista de siglas)----------------------------------------------------------------------85 vi LISTA DE FIGURAS Figura 1 – O espectro óptico eletromagnético----------------------------------------------------- 7 Figura. 2 – Satélites Landsat l, 2 e 3 4-5 ----------------------------------------------------------- 8 Figura 3 – Landsat em detalhe----------------------------------------------------------------------12 Figura 4 – Mapa de localização do Município do Conde - PB no Estado da Paraíba ------19 Figura 5 – Vista mostrando uma área de cultivo de cana-de-açúcar e remanescentes de mata, Conde-PB.-----------------------------------------------------------------------20 Figura 6 – Visão geral da área de estudo com o relevo e a ocupação urbana, Conde-PB. 24 Figura 7 – Vista Parcial com ocorrência de nuvens pouco densas e céu claro, Conde-PB.25 Figura 8 – Estrutura geral de um Sistema de Informações Geográficas ----------------------33 Figura 9 – Visualização do MNT ------------------------------------------------------------------47 Figura 10 – Área de laguna estuarina, Conde-PB------------------------------------------------49 Figura 11 – Imagem da banda 1 do Landsat ETM 7 em agosto de 2001 e histograma-----51 Figura 12 – Imagem da banda 2 do satélite Landsat ETM 7 em agosto de 2001 e seu histograma ----------------------------------------------------------------------------52 Figura 13 – Imagem da banda 3 do satélite Landsat ETM 7 em agosto de 2001 e seu histograma.----------------------------------------------------------------------------53 Figura 14 – Imagem das bandas 1, 2 e 3 do satélite Landsat ETM 7 em agosto de 2001 e seu histograma------------------------------------------------------------------------54 Figura 15 – Mapa de pontos de controle ----------------------------------------------------------56 Figura 16 – Cultivo de inhame, Conde-PB -------------------------------------------------------61 Figura 17 – Área de pastagem situada na margem esquerda da BR-101, Conde-PB -------61 vii Figura 18 – Formações de transição (Carrasco Cerrados) em estágio de degradação, Conde-PB -------------------------------------------------------------------------------62 Figura 19 – Vista parcial da floresta tropical sub-perenefólia em médio estágio de regeneração, Conde-PB. ------------------------------------------------------------63 Figura 20 – Cultivo de cana-de-açúcar na margem da rodovia PB-08,Conde-PB ----------64 Figura 21 – Aspecto de um talhão de reflorestamento de Bambu, Conde-PB. -------------65 Figura 22 – Aspecto da vegetação de tabuleiro apresentando formações arbóreo-arbustivas em superfície do Planalto sedimentar, Conde-PB-------------------------------65 Figura 23 – Área de Formações vegetais (manguezais) que ocupam os estuários dos rios e planícies de maré, no Conde-PB. --------------------------------------------------66 Figura 24 – Zona urbana da Cidade do Conde ---------------------------------------------------67 Figura 25 – Área urbana do Balneário de Jacumã-Conde-PB----------------------------------67 Figura 26 – Aspecto de uma área de laguna e mangues na região estuarina próxima ao Rio Gramame--------------------------------------------------------------------------------68 Figura 27 – Mapa do uso da terra definido no final do processo de classificação.----------70 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico1 – Diagrama ombrotérmico de João Pessoa-PB ---------------------------------------27 Gráfico 2 – Limite de aceitação --------------------------------------------------------------------43 Gráfico 3 – Percentuais de exatidão do mapeamento por classe-------------------------------59 Gráfico 4 – Áreas em valores absolutos e relativos de cada classe temática do mapa de uso da terra no município do Conde-PB ------------------------------------------------72 viii LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Satélites do sistema landsat-----------------------------------------------------------10 Quadro 2 – Dados Pluviométricos e de Temperaturas em João Pessoa-PB em 1985 ------26 Quadro 3 – Documentos cartográficos utilizados------------------------------------------------29 Quadro 4 – Características espectrais e principais aplicações para as Bandas espectrais do sensor TM.------------------------------------------------------------------------------31 Quadro 5 – Matriz de erros com as sete classes definidas para a classificação supervisionada da imagem Landsat ETM 7 de 2001, em relação as amostras( em %)------------------------------------------------------------------------------------57 Quadro 6 – Índice de Exatidão total do mapeamento -------------------------------------------58 Quadro 7 – Erros de comissão e de omissão para as sete classes definidas para a classificação supervisionada da imagem Landsat 7 de agosto de 2001. -------59 Quadro 8 – Porcentagem de polígonos errados por classe temática.--------------------------71 Quadro 9 – Área absoluta e relativa de cada classe temática do mapa de uso das terras. ------------------------------------------------------------------------------------71 ix RESUMO FRANCISCO DAS CHAGAS DE LIMA GOMES. Mapeamento do uso da terra no município do Conde-PB. Areia – PB, utilizando Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba, abril de 2005. 98 p.il. Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Manejo de Solo e Água. Orientador: Prof. Dr. Harendra Singh Teotia. Co-orientador: Prof. Ms. Paulo Roberto de Oliveira Rosa. O mapeamento do uso da terra atualizado é de fundamental importância para a compreensão da organização dos padrões espaciais, devido ao acelerado processo de ocupação pela população para atender a sua crescente expansão. A utilização da técnica de sensoriamento remoto e geoprocessamento surgiu como uma alternativa viável de se ter uma visão precisa do mapeamento do uso da terra, pois fornece uma gama de informações de forma rápida e atualizada, e a um baixo custo. O município do Conde-PB está situado na Microrregião geográfica de João Pessoa, localizado entre as seguintes coordenadas geográficas: 7° 11’ 48” e 7° 23’49” de latitude sul, 34° 47” 35” e 34° 57”25” longitude Oeste, ocupando uma área de 174 Km2 .O estudo envolveu a utilização de cartas topográficas da SUDENE, mapa Municipal Estatístico do Conde-PB do IBGE, levantamentos com GPS (Sistema de Posicionamento Global), e imagem do satélite LANDSAT 7 ETM+ obtida no ano de 2001 além de visitas ao campo,onde foram feitos os ajustes das unidades de mapeamento para a confecção da legenda e mapa final, com o objetivo de identificar e extrair as informações que foram analisadas e processadas através da manipulação de técnicas de processamento ( leitura, registro, realces), e classificação supervisionada da imagem utilizando o software Spring versão 4.1 desenvolvido pelo INPE, para o estudo do planejamento local e utilização racional dos recursos disponíveis.A estimativa da exatidão total registrada foi de 87%. Considerando a técnica de geoprocessamento como a melhor ferramenta de interpretação e identificação, os resultados foram divididos em sete classes de uso da terra: 1 – Agricultura e Pastagens, 2 – Mata ou Capoeira, 3 – Vegetação de Tabuleiro, 4 – Cana e Bambu; 5 – Mangue; 6 – Área urbana e solo exposto; 7 – Corpo d’água. Os resultados apresentados mostraram a delimitação e descrição de sete unidades de uso da terra, caracterizando que as classes de maior representatividade, em percentuais de ocupação foram: Mata ou Capoeira (28%), Agricultura e Pastagens (26%) e Vegetação de Tabuleiro (22%), sendo que se encontram muito alterada pela atividade antrópica, e representam aproximadamente 76% da área total x de estudo se compara com as demais classes identificadas.A classe Corpos d’água apresentou menor índice percentual de cobertura (1,41%) da área de estudo. Palavras-chave: uso da terra, geoprocessamento, Conde-PB. xi ABSTRACT The present Land Use mapping has fundamental importance for understanding the Spatial Pattern to accelerate the Land Use process for population and its growing expansion. The use of Remote Sensing and Image Processing (Geo-Processing) Technologies have suggested that these Technologies are viable alternatives for the present Land Use mapping and to extract more informations at a low cost and less consuming time. The Municipality of Conde lies in the Litoral Region (Geographic Micro-Region of João Pessoa-PB, which is located between the Coordinates 7o 11’ 48” S and 7o 23’ 49” S Latitude and 34o 47’ 35” W and 34 57 25 W Longitude respectively. The area covered under this investigation is approximately 17400 Km2. The materials, such as Topographic Maps received from SUDENE, Statistical Map received from the Mayer’s Office of Municipality of Conde, Field Survey using GPS and the Landsat-ETM (Landsat-7) images of 2001 were used in order to extract the informations for better identification, accurate interpretation and appropriate classification. These informations, were further analysed and processed through the manipulation of Image Processing techniques, such as Reading, Record and Enhancement, and finally, a Supervised Classification of Landsat Data , using SPRING software Ver 4.1 (Developed by INPE, Brazil), was conducted for the study, local and regional planning and better use of our available resources. The total Accuracy Assessment was recorded by 87%. Considering the Geo-Processing techniques as a most satisfectory tool for the interpretation and identification, the interpreted results were divided into 7 most representative Land Use classes:1) Agriculture and Pasture, 2) Forest or Bush 3).Mixed Vegetation, 4). Sugarcane and Bambu (Bamboo), 5) Swampy area (Marshy Land), 6) Urban Land and Waste Land, 7). Water Bodies. Among these 7 classes the forest classs covered 28%, agriculture and pasture class 26% and mixed vegetation class only 22%, which cover 76% of the total area of the Conde municipality. It is only because of the multitemporal effects (Anthropic). Waterb Bodies Class covered a minimum area of 1.41% of total area of the Municipality. Key Words: Land Use, Geo-Processing, Conde-PB. 1 1. INTRODUÇÃO A agropecuária constitui-se em uma importante atividade econômica para a população no mundo atual e neste contexto podemos apontar como sendo a utilização da terra expressão funcional da organização do espaço rural. Haja vista as dificuldades ocasionadas nas inadequadas formas predominantes de utilização da terra assim como a falta de planejamento compatível com os recursos disponíveis. Nesse sentido, o uso da terra de forma inadequada, vem provocando continuamente a degradação dos recursos naturais causando sérios danos que em alguns momentos são quase irreversíveis, tanto no que condiz com a queda dos rendimentos na agropecuária da região como ao meio ambiente enquanto sistema dinâmico. O planejamento adequado do uso da terra é essencial, assim como, as informações de conhecimento da distribuição e das condições do solo, incluindo suas limitações e a determinação dos meios adequados para seu melhor aproveitamento. Para tentar resolver esses problemas torna-se necessário dimensionar espacialmente o planejamento das peculiaridades geo-econômicas de parte da região, sendo que no caso que será visto daqui por diante será referente ao litoral paraibano. O dimensionamento com os levantamentos de campo convencionais tornam-se onerosos e desgastantes enquanto serviço especializado além de demandar um longo tempo para sua realização. O litoral paraibano teve o seu espaço geográfico ocupado em função do potencial das atividades econômicas caracterizadas pela atividade econômica da agroindústria do açúcar. No entanto a exploração extrativista da madeira do pau-brasil foi inicialmente a principal atividade econômica. Posteriormente, surgiu em seus domínios territoriais a monocultura da cana-de-açúcar aliada a uma estrutura de poder dos grandes latifúndios que se faz presente até hoje na região. Em meio a essa compreensão, a cidade de João Pessoa formou-se a partir da cidade baixa junto ao rio Paraíba, o fato da ocupação deu-se a partir de um pequeno aglomerado em 1585. À evolução da ocupação no litoral pessoense está ligado aos fatores de ordem econômica e também histórica que induziram o seu crescimento em função da monocultura da cana-de-açúcar, depois conjugadamente a outras funções de atividades como capital administrativa, comércio, indústria e outras atividades de expansão urbano-metropolitanas. O mapeamento do uso da terra atualizado é de fundamental interesse para a compreensão da organização dos padrões espaciais, assim sendo, como por exemplo, as florestas ainda ocupam uma área representativa, apesar do acelerado processo de desmatamento, que se encontra em diferentes níveis de degradação, devido ao uso 2 inadequado do uso da terra, e em função do crescente aumento populacional da região, o que torna cada vez mais intenso para atender a crescente necessidade de expansão, tendo como efeito à ocupação desordenada causando a deterioração do meio ambiente local/regional. A utilização da técnica de sensoriamento remoto surge como uma alternativa viável de se ter uma visão precisa para o levantamento do uso da terra, pois fornece uma gama de informações de forma rápida e atualizada, e um menor custo. A técnica sistemática de interpretação de imagens de satélites, para levantamento da cobertura vegetal e uso da terra tęm se mostrado eficiente, pois permitem a elaboração do levantamento de grandes áreas num curto espaço de tempo. O município do Conde – PB, inicialmente foi povoado pelos por povos autóctones, no entanto por algum tempo estas áreas passaram para o domínio holandês, onde a cidade foi fundada em 1636 pelo Capitão inglês John Harrison, com o nome de Maurícea, em homenagem ao Conde Maurício de Nassau, na época governador do Nordeste, mais tarde teve o nome mudado para Conde, provavelmente em homenagem a mesma pessoa. O município do Conde apesar de vizinho cuja cidade encontra-se quase conurbada com a cidade de João Pessoa, sendo essa eminentemente urbana com predomínio no setor de serviços e também com muitas indústrias, no entanto a base econômica efetiva do município do Conde tem a sua principal arrecadação de tributos do sistema produtivo ligado a terra. A partir dessas observações surge o questionamento de quais os elementos naturais e antropotizados que estão fazendo parte do cenário territorial do município do Conde no litoral paraibano? Tendo esse enunciado um sentido de provocação na busca de respostas efetivas, inicialmente nos propusemos a estabelecer afirmativas que servirão de base hipotética e assim balizar a pesquisa, cujo objetivo geral fica firmado que o interesse está embutido no problema em que é de interesse se compreender a constituição da paisagem natural e antropizada do cenário territorial contido no município do Conde no Estado da Paraíba. Num primeiro momento temos como hipótese de que: O cenário geográfico do território municipal da cidade do Conde no litoral paraibano é constituído por relevo de ondulação monótona sobre os baixos planaltos costeiros, cuja drenagem dos rios principais são relativamente paralelos até desaguarem no mar, abrigando vales de encosta pouco íngremes e com cobertura vegetal consorciada à Mata Atlântica. 3 E num segundo momento afirmamos que: A ocupação humana modificou o cenário geográfico da superfície territorial do município, a partir de usos múltiplos no que concerne à ocupação por aglomerados residenciais até forma agrícolas intensivas e extensivas. Esse corpo hipotético serve como agente balizador da pesquisa, nesse caso nos é permitido estabelecer objetivamente os caminhos que serão percorridos para que essas hipóteses sejam corroboradas ou refutadas, assim sendo a partir desse momento em que as hipóteses são afirmadas ou negadas pode-se apresentar como meta a documentação cartográfica que permite o estabelecimento de diretrizes e estratégias para a gestão dos diferentes tipos de uso da terra e minimizar a ocupação inadequada do meio físico, propondo-se ainda a orientação ao poder público local no planejamento dos recursos naturais disponíveis. O estudo a ser desenvolvido abrange uma parte do litoral paraibano, o município do Conde - PB, e tem como objetivo principal analisar o processo de ocupação do uso da terra na perspectiva de compreender a sustentabilidade dos recursos naturais, utilizando sensoriamento remoto e sistemas de informação geográfica com a finalidade de identificar e quantificar dados da paisagem, com vistas à delimitação da área homogênea para o planejamento local e utilização racional dos recursos disponíveis. 4 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. - Sensoriamento remoto O uso do sensoriamento remoto é definido como uma técnica destinada à obtenção de informações que identifica a distribuição de objetos pelas suas diversas características espectrais contidas nas várias bandas de um sensor, sem que haja contato físico com eles. Garcia (1982) relata que as fotografias de satélites é a alternativa mais econômica, no estudo de informações do uso da terra, levantamento ou identificação de solos e cobertura da vegetação, mesmo não tendo a precisão das fotografias aéreas. No entanto Massoud(1977) apud Ramos (1983) a detecção e delineamento de solos por tais técnicas, oferecem respostas mais rápidas para o planejamento do uso da terra. Rocha (1984) afirma que o programa de monitoramento da cobertura florestal brasileira, tanto nativas como reflorestamentos, face ao caráter dinâmico e extensão, tem nas imagens orbitais a principal fonte de dados. A utilização de imagens de satélites tornou-se de fundamental importancia na agricultura, onde é possivel avaliar uma vasta gama de informações, que vai desde o mapeamento do uso da terra, divisão das propriedades rurais, até na previsão de safras. Para Jensen (1986), o sensoriamento remoto difere de outras técnicas de dados sobre recursos terrestres, devido à utilização do sensor, que não está em contato físico direto com o alvo sob investigação, assim sendo entendemos que o sensoriamento remoto utiliza aparelhos sensores de espaçonaves com a finalidade de registrar, armazenar e transmitir informações do ambiente terrestre, dispensando ou minimizando a presença humana na área investigada. De acordo com Campbell (1987), as imagens gerada pelos sistemas orbitais são úteis para o estudo da distribuição da vegetação natural e das culturas agrícolas. Nos estudos das formações vegetais naturais, os dados subsidiam os mapeamentos, os estudos sobre a exploração madeireira, os diagnósticos sobre o comportamento da vegetação em períodos secos e períodos chuvosos. No campo da agricultura, os produtos são utilizados no monitoramento de culturas agrícolas específicas, na detecção de pragas e de doenças, e na previsão de safras. Novo (1992),define Sensoriamento Remoto como sendo a utilização conjunta de modernos sensores, equipamentos para processamento de dados, equipamentos de transmissão de dados , aeronaves, espaçonaves etc., com o objetivo de estudar o ambiente terrestre através do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e 5 as substâncias componentes do planeta terra em suas mais diversas manifestações. Uma série de estudos morfométrios, antes realizados a partir de dados estraídos de cartas topográficas, passaram a ser feitos com base em dados de sensoriamento remoto, ou seja, nas imagens coletadas por sensores remotos Novo (1992). Silva et al (1993) ressaltam para a importância do processamento georeferenciado quando integrado a dados extraídos de sensoriamento remoto, podendo ser extremamente útil na avaliação e planejamento da exploração sustentável e duradoura dos recursos naturais. Segundo Beltrame (1994), a degradação dos recursos naturais renováveis nos dias atuais, é um processo desenfreado que deve ser analisado e contindo com eficiência e rapidez. Neste sentido, o diagnóstico da situação real em que se encontram esses recursos, passa a ser um instrumento necessário, visando especialmente a manutenção dos recursos água, solo e vegetação em bacias hidrográficas. Segundo Rosa (1995), o tamanho da extensão territórial do Brasil e o pouco conhecimento dos recursos naturais, aliados ao alto custo para a obtenção das informações utilizando métodos convencionais, influíram decisivamente para o país entrar programa de sensoriamento remoto por satélite. Para Coutinho (1997) o surgimento das imagens de satélite possibilitou, além da criação de um nível de percepção mais global, complementar as fotográfias aéreas e os levantamentos de campo, com a obtenção de informações radiométricas digitais de grandes extensões da superfície terrestre. Os sensores atualmente disponíveis, podem ser classificados segundo vários critérios (Novo, 1992): quanto à fonte de energia , quanto à região do espectro em que operam e quanto ao produto final obtido da transformação sofrida pela radação detectada. Quanto à fonte de energia os sensores podem ser denominados sensores ativos, que emitem sua própria radiação, como sensores passivos que captam a energia refletida pelo alvo. Por sua vez, no esquema processual, do sensoriamento remoto os componentes básicos para a aquisição dos dados são: 1- a fonte de radiação eletromagnética; 2- o alvo que recebe, absorve e reflete a radiação; 3- sensor; 4- a plataforma que transporta o sensor; 5- a atmosfera por onde se propaga a energia; 6- e o produto resultante das interações entre a radiação e o alvo. 6 No alvo estão agrupamentos que complementam-se a partir da radiação eletromagnética (REM) que é o elemento de ligação entre todos os componentes, e assim a REM têm como fonte o sol, a terra, e as antenas do sensor. O sensor é um instrumento capaz de coletar e registrar a REM que é refletida ou emitida, e o alvo, é o elemento do qual se pretende extrair as informações. Assim, é dessa forma que se encontram nestes recursos uma interação da REM com o meio físico, ou seja, em um modelo corpuscular (ou quântico) e a REM é concebida como o resultado da emissão de pequenos pulsos de energia. No modelo ondulatório a REM se propaga na forma de ondas formadas pela oscilação dos corpos eletrico e magnético. Segundo Rosa (1995), é a propagação da radiação segundo o “Modelo Ondulatório” que sob a forma de ondas eletromagnéticas, e de acordo com seu comprimento e frequência, representam a quantidade de energia associada aos processos de emissão ou absorção pela matéria ou alvo. Qualquer fonte de radiação, é caracterizada pelo comportamento de sua energia ao longo do espectro eletromagnético. O alvo que recebe a radiação proveniente de uma fonte, tanto absorve como reflete uma certa quantidade de energia. Na superfície terrestre, este fluxo radiante deixa a Terra em direção ao sensor, o produto das interações ocorridas entre a radiação e o alvo, é o que se quer registrar. Quando classificados segundo a região espectral na qual operam, os sensores que atuam na região óptica do espectro podem ser denominados de duas formas: sensores termais ou como sensores de energia solar refletida. Sendo que os primeiros operam em uma faixa espectral que vai de 7µ m a 15µ m, conhecida como infravermelhos distante; e os demais, sensores de energia solar refletida, operam em uma faixa de 0,38µ m a 3,0µ m, que se subdivide em visivel (de 0,38 a 0,72µ m), infravermelho próximo (de 0,72 a 1,3µ m) e infravermlho médio (de 1,3 a 3,0µ m). As regiões do espectro eletromagnético utilizadas pelos sensores variam da região ultravioleta à região de microondas, a figura 1 ilustra o espectro óptico. 7 Figura 1 – O espectro óptico eletromagnético Fonte: Moreira (2003). O sistema de Aquisição de dados por sensoriamento remoto é composto por uma fonte de energia eletromagnética, por um sensor que transforma a energia proveniente do alvo em sinal e por um analisador que transforma este sinal em informação. Existem basicamente três níveis de coleta de dados: nível de laboratório/campo, nível de aeronave e nível orbital (Novo, 1992). Segundo Menezes (2001), as faixas espectrais, são as principais regiões espectrais usadas pelos sensores, que se limita do intervalo de comprimento de onda do visível ao infravermelho de ondas curtas à região de microondas, cujas principal propriedade é poder ser refletida pelas superfície dos objetos de acordo com as leis ópticas de reflexão. Assim sendo, a radiação espectral é de fundamental importancia, isso porque, é por meio das medidas radiométricas de laboratório ou de campo que se descobrem com qual intensidade cada material, seja um solo, um tipo de rocha ou uma vegetação, reflete a radiação eletromagnética nos diferentes comprimentos de onda do espectro e isso nos permite explicar e entender como cada um desses objetos irá aperecer nas imagens. De acordo com Pachêco (2000a), cabe ao usuário de sensoriamento remoto um mínimo de conhecimento sobre as propriedades físicas e químicas dos diferentes materiais da superfície da terra, já que as informações estão contidas nos elementos de resolução (pixel), onde serão integrados ao conjunto que compõem as propridades desses materiais 8 (vegetação,solo,rocha e água). Assim entende-se que todo o processo de observação, obtenção e análise dos dados estão agrupados e correlacionados, à resolução espacial, espectral e radiométrica. Segundo Júnior (2000) o uso de imagens orbitais fornecidas pelo sistema Landsat no Brasil iniciaram-se com os levantamentos de solos em meados dos anos 70 com Carneiro (1973). Para Luchiari (2001), o sistema Landsat e Spot, foram colocados no nível orbital com finalidade de gerar imagens, daí proverem uma série histórica de dados, além de permitirem a representação do terreno em épocas diferentes, também possibilitando a dinâmica de um fenômeno em vários intervalos, e oferecendo subsídios na elaboração de diagnósticos, e nas tendências das futuras ações em uma determinada área. Para Loch (2001), o levantamento do uso da terra compreende a forma como o espaço vem sendo ocupado pelo homem, e o levantamento do uso da terra tornou-se indispensável para a compreensão dos padrões de organização do espaço. Assim, o estudo do uso da terra tem se tornado cada vez mais intenso nestas últimas décadas. Os levantamentos do meio físico desempenham um excelente papel no fornecimento de dados, para diagnosticar a exploração dos recursos naturais, uso da terra e atualização de mapas. 2.2. Sistema Landsat e sensor Figura.2- Satélites Landsat l, 2 e 3 4-5 Fonte: NASA ( 1976) e USGS(1984) 9 De acordo com a figura 2 são vários os dispositivos usados na detecção e gravação nas diversas faixas do espectro eletromagnético de energia: fotografias (multibanda, pancromática, infravermelho e multiespectrais), sistema de televisão, radar, radiômetros, imageadores multiespectrais, etc. O sensor TM do satélite Landsat 5 possui sete bandas, sendo que cada banda representa uma faixa do espectro eletromagnético captada pelo satélite, de acordo com o INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS – INPE (2004). O mapeamento a partir de cada uma dessas bandas depende ainda de cada uma dessas características, do estudo da região (plana ou acidental), época do ano, ou de variações regionais. O sistema Landsat, antigo ERSTS (Earth Resources Techhology Satelite), foi desenvolvido pela NASA (National Aeronautics and Space Administration), compõe-se de uma série de seis satélites cuja principal finalidade é a de coletar dados sobre os recursos da superfície terrestre. Em janeiro de 1975 o sistema ERST - 1 passou a ser chamado de LANDSAT. A idéia se desenvolveu a partir das primeiras fotografias orbitais do programa Mercury e Germini, com base na coleta de dados sobre os recursos naturais da superfície da terrestre atráves de sensores remotos instalados em plataformas espaciais. Segundo o INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS - INPE (2004) o ERST 1 foi o primeiro programa de satélites de sensoriamento remoto para observação dos recursos terrestre posto em órbita da terra. Assim, o primeiro satélite, de caracter experimental, foi construído para demonstrar a viabilidade de mapeamento e monitoramento de feições da superfície da terra a partir de imagens orbitais. O programa tinha como objetivo possibilitar a aquisição de imagens da superfície da terra de maneira global e repetitiva. Segundo INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS – INPE (2004) até o presente momento a série de satélites do sistema Landsat compõe-se de 7 satélites. Os três primeiros satélites série Lansat lançados em 1972, 1975,1978 foram construídos a partir da transformação do 3 satélite metereologico Nimbus, que tinham uma órbita crcular, quase polar, síncrona com o sol, a uma altitude de aproximadamente 920 Km, em que seu período de operação,realizavam uma órbita completa em torno da terra a cada 103 minutos e 27 segundos, e uma configuração repetiva concebida a cada 18 dias eles cobriam a mesma região da superfície da terra, com as modificações a base de coleta de dados permitiu a aquisição de dados, com base nas características espectrais e temporais sobre a superfície da terra. 10 Os três primeiros satélites da série Landsat, conduziam basicamente dois tipos de sensor: um imagiador multiespectral de varredura (MSS) de 4 canais (5 no Landsat 3) e um sistema de televisão (RBV) de 3 canais (l no Landsat 3). Quadro 1. Satélites do sistema landsat SATÉLITE FIM OPERAÇÃO LANÇAMENTO SISTEMA SENSORES ERTS - 1 23 / julho / 1972 05 / janeiro / 1978 MSS e RBV LANDSAT - 2 22 /janeiro/1975 27 /julho / 1983 MSS e RBV LANDSAT - 3 05/ março /1978 07/setembro/1983 MSS e RBV LANDSAT - 4 16/ julho / 1982 Final de 1983 MSS e RBV LANDSAT – 5 01/ março/ 1984 Em operação MSS e RBV LANDSAT - 6 03/outubro/1993 03/outubro 1993 ETM LANDSAT - 7 Abril de 1999 Inativo 2003 ETM e HRMSI Fonte: INPE (2004) O sistema Return Bean Visdicon – RBV – foi a primeiro sistema sensor que obteve imagens no Landsat, na qual observava toda a cena imageada de forma instantânea, com três câmaras de televisão (três no Landsat l e 2 e duas no Landsat 3), na qual operavam em faixas compreendida entre o visível e o infravermelho próximo do espectro eletromagnético. A visão sinótica da cena da câmara abrangia uma área de 185 Km, e a resolução deste sistema nos Landsat 1 e 2 era de 80 x 80 m, em três bandas espectrais (verde, vermelho e infravermelho próximo), já no Landsat 3 era de 40 x 40 m, com uma banda espectral (pancromático), de acordo com o INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS – INPE (2004). O Sistema Imageador Multiespectral (Multispectral Scanner Subsytem) – MSS – Por insistência dos pesquisadores do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, esse imageador multiespectral-(MSS) foi colocado a bordo do Landsat para testar estudos agrícolas. Neste sensor o equipamento de varredura ótico-eletrônico opera com quatro faixas do espectro eletromagnético,duas no visível (canais 4 e 5) e duas no infravermelho próximo (canais 6 e 7), a sua visão sinótica da cena terrestre era feita em uma área de 185 Km e a resolução espacial era de 80 x 80 m. No Landsat 3 foi acrescentado um canal na faixa do infravermelho termal (canal 8), com resolução de 240m, que captava a radiação 11 emitida pelos alvos, INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS – INPE (2004). Segundo Novo (1992), foi a apartir do Landsat 4, ao invés do sensor RBV, a carga útil do satélite passou a contar com o sensor TM (Thematic Mapper), operando em sete faixas espectrais. Esse sensor conceitualmente é semelhante ao MSS pois é um sistema de varredura de Linhas (Line-scanner). Incorpora, entretanto, uma série de aperfeiçoamento, quer nos seus componentes óticos, quer nos seus componentes eletrônicos. De acordo com Moreira (2003), o sensor TM passou a fazer parte da carga útil dos satélites Lansat – 4, 5, 6 e 7, não sendo operado no Landsat 6, por conta da sua destruição durante o lançamento. Segundo o INSTITTUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS – INPE (2004), em março de 1984 foi lançado o Landsat 5, que opera a uma altitude de 705 Km , com uma largurade faixa no terreno de 185 Km e um recobrimento total da terra a cada 16 dias. Apresenta como principal equipamento a bordo o sensor TM, sendo o primeiro de uma segunda geração de sistemas sensores desenvolvidos para observação. O TM apoia-se na tecnologia do Varredor Multiespectral (MSS). As bandas espectrais do TM são mais estreitas e permitem a coleta de dados em sete diferentes regiões do espectro eletromagnético: três no visível, duas no infravermelho próximo, uma no infravermelho médio e uma no infravermelho termal. O imageamento integra dados superfíciais de elementos de resolução do terreno de 30 X 30 m. em seis bandas espectrais no visível,infravermelho próximo e médio, além de uma banda no infravermelho termal, com elemento de resolução no terreno de 120 x 120 m. Em termos de resolução radiométrica o TM apresenta a resolução de 256 níveis de cinza, superior ao MSS que é de 63 na banda 7 e 127 nas bandas 4, 5 e 6. Segundo a EMBRAPA (2004) atualmente o único satélite da série Landsat em operação é o Lansat 5. O Landsat 7 foi lançado em abril de 1999,sendo a última atualização e encerrado em 2003, utilizando o sensor ETM+ (Enhaced Thematic Mapper Plus). Neste instrumento foi adicionado um detector que opera numa banda pancromática(520 a 900 nm) ampliando a capacidade de uso,com resolução espacial de 15m x 15 m. e manteve alta resolução espectral nas demais faixas espectrais. A figura 3 mostra a configuração utilizada no Landast 7, com o posicionamento do sensor ETM. 12 Figura 3. Landsat em detalhe Fonte:NASA( 2004) No Brasil a antena da estação de recepção do INPE está localizada em Cuiabá-MT que capta e registra as imagens dos sensores do Landsat desde os anos 70 para todo território brasileiro, representando um importante acervo de dados para o nosso país. 2.3. Geoprocessamento Segundo Moreira (2003), o geoprocessamento pode ser entendido como sendo a utilização de técnicas matemáticas e computacionais para tratamento dos dados obtidos de objetos ou fenômenos geográficos identificados ou extraídos de informações desses objetos ou fenômenos, quando obsevados por um sistema sensor. È empregado em diversas áreas do conhecimento cientifíco, dentre as quais podem-se citar a Cartografia, a Geografia, a Agronomia e a Geologia. O termo Geoprocessamento refere-se ao processamento de dados referenciados geograficamente, desde sua aquisição até a geração e saída na forma de mapas convencionais, relatórios e arquivos, devendo prover recursos para sua estocagem, gerenciamento, manipulação e análise. Segundo Burrough (1986), a aquisição dos dados da superfície da terra é de significativa importancia em uma sociedade organizada. Desde as civilizações antigas até os tempos modernos, dados referenciados a localidades têm sido coletados por 13 navegadores,geógrafos e outros estudiosos, e organizados na forma de mapas e imagens. Os dados geográficos descrevem o mundo real em termos de sua localização (coordenadas geográficas) geográfica e de suas relações espaciais com outros objetos como a vizinhaça e distâncias (relacionamento espaciais), já as propriedades medidas são vistas como atributos temáticos. Assim, nas últimas décadas, o estudo dos recursos naturais gerou novos dados passíveis de serem mapeados, o que foi aumentado em volume de forma bem significativa por isso, tornou-se praticamente impossível mapeá-los a partir da forma convencional ou seja, manualmente. A partir da demanda aumentada foi necessário o desenvolvimento das ferramentas que fizessem a leitura de forma automática e computadorizada, atendendo assim a demanda dos dados geográficos. Essas ferramentas pertencem a geração da novas tecnologias, denominadas de Sistemas de Informações Geográficas. Para Novo (1992) o processamento digital das imagens é dividido em três fases: pré-processamento, realce e classificação (processamento) de imagens. No préprocessamento são feitas as correções radiométricas, geométricas e atmosférica. A correção radiométrica tem como finalidade minimizar diferenças entre nívies de cinza registrados em uma cena sendo que os filtros passa alta, vertical e ajuste de histograma. Na correção geométrica é necessário a localização dos pontos de controle identificados na base cartográfica e na cena a ser corrigida geométricamente. Na correção atmosférica o objetivo é reduzir o efeito da interferência da atmosfera sobre os valores de nível de cinza registrados em uma cena. Câmara e Medeiros (1998) diz que os diferentes fenômenos geográficos, ao se distribuirem sobre a superfície da terra, estabelecem padrões de ocupação. Ao representar tais fenômenos, o geoprocessamento procura esquematizar os mecanismos implícitos e explícitos de sua inter-relação., daí os padrões de inter-relações assumem diferentes formas a saber: 1. Correlação espacial: um fenômeno espacial (exemplo a topografia) está relacionado com o entorno de forma tão intensa quanto maior for a proximidade de localização. 2. Correção temática: as características de uma região geográficas são moldadas por um conjunto de fatores. Assim, as formas geológicas, o solo, o clima, a vegetação e os rios formam uma totalidade inter-relacionadas. 3. Correlação temporal: a fisionomia da terra está em constante transformação, em ciclos variáveis para cada fenômeno. 14 4. Correlação topológica: de particular importância na representação computacional, as relações topológicas como adjacência, pertinência e interseção, permitem estabelecer os relacionamentos entre objetos geográficos. Sano et al (1998a), utilizaram a composição TM 3, 4 e 5 porque são bandas espectrais que possuem maiores quantidades de informações sobre uso da terra e menor inflência do espalhamento. Utilizando imagens de satélites Landsat (MSS e TM – 5 e Spot HRV), cartas topográficas, e levantamento com GPS, fotográfias área em três períodos distintos: 1974, 1984 e 1999, Pachêco (2000b) demonstrou que a análise da técnica de processamento digital de imagens e a extração de informações espaciais, espectrais e temporais no monitoramento das alterações da cobertura vegetal da reserva florestal da Mata do Zumbi, em Pernambuco, é muito eficaz, permitindo a constatação das alterações nos diferentes períodos do estudo, e do nível de degradação ocorridos nos últimos 26 anos. Constatou-se também, na necessidade de escolher o maior número de classe, para que a matriz de contingência apresente erros menores e precisão da classificação supervisionada (Maxver) seja mais eficiente. Jorge e Santori (2002) mapeou o uso do solo e as alterações das áreas de vegetação natural da Fazenda Experimental Edargia, na região de Cuesta no município de BotucatuSP, com o auxílio do sistema de informações geográficas ILWIS v.2.2 para Windows, de fotografias área e de imagens dos satélites Spot e Landsat – 5. Cruzaram-se as informações de ocorrência da vegetação natural em duas épocas (1978 e1997), derivando-se um mapa temático que permitiu verificar a variação temporal das áreas dos fragmentos florestais com as associações da vegetação natural com a declividade e as unidades de solo.Observou-se ainda que houve regeneração significativa de áreas Floresta Estacional Semidecidual e pequena regeneração nas áreas de cerradão. Constatou-se ainda que as principais associações de solos ocorreram com as classes de declividade 10- 20%,20-40% e >40% com Neossolos Litólicos, principalmente na frente da Cuesta. Landau (2002) estudou os padrões predominantes de ocupação da paisagem no município de Lagoa da Prata-MG, onde a fisionomia mais comum é da vegetação de Cerrado, e constatou o alto grau de degradação ambiental,e como a extensa transformação antrópica do cerrado vem aumentando da perda da biodiversidade biológica original, embora se saiba que extensas áreas tem sido destinadas para a agricultura, não existem dados atuais sobre a cobertura vegetal e uso do solo, e sendo assim, usando a sobreposição de dois mapas temáticos: com o limite municipal e de cobertura vegetal e uso do solo, 15 observou-se que a classe predominante é “pastagem e agricultura” ocupando 46,7% da área do município, enquanto que a classe “vegetação nativa” ocuparam 6,5% da área rural do município, evidenciando a necessidade de elaboração de um futuro plano de manejo do uso do solo, considerando tanto ações de conservação do solo e de espécies originais do Cerrado, na implantação de empreendimentos para a agricultura. 2.4. Sistema de informações geográficas Segundo Robinson (1995), muitas definições têm sido escritas para o GIS, contudo, a concordância universal é que a definição ainda está evoluindo. Uma definição bastante ampla é do Comitê Federal da Coordenação de Interagência dos Estados Unidos que diz que o GIS é um “sistema de hardware, software com apoio e procedimentos padrão para capturar, gerenciar, manipular, análise, e exibição espacial dos dados referenciados para resolver problemas complexos de planejamento e gestão”. Koffeler (1996), relatou o mapeamento feito a partir de imagem TM do satélite Landsat 5, onde foi avaliou a potencialidade do uso agrícola através do SIG (SAMPA 2.0), desenvolvido por pesquisadores da UNESP. O confronto entre o uso potencial e o uso real da terra na bacia, possibilitou identificar e quantificar as áreas utilizadas adequadamente e aquelas usadas abaixo ou acima da intencidade máxima recomendada. Valério Filho et al (1997), a utilização de dados digitais do Landsat –TM e geoprocessamento no monitoramento da dinâmica do uso agrícola e vegetação natural em bacias hidrográficas, concluíram que, mesmo não sendo possível um maior detalhamento das classes de uso e cobertura vegetal das terras, por conta das limitações dos produtos do sensoriamento remoto ao nível orbital, ás técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento são ferramentas úteis para o monitoramento da dinâmica de uso e cobertura vegetal e a adequação de uso das terras ao nível de microbacias hidrográficas, pelo fato de propiciar maior freqüência na atualização de dados, agilidade no processamento e ser economicamente viável. Assad et al (1998), descreveram um planejamento realizado no município de Silvânia, GO, no qual dados de solos, declividade e uso das terras foram manipulados em um SIG, analisando-se a ocupação e expansão da fronteira agrícola na região. Com esses dados básicos e dos cruzamentos obtidos com o SIG, efetuou-se a caracterização do município e de 12 comunidades pertencentes a este. A área estudada foi de 362.000 ha e o município apresentou uma produção econômica diversificada, heterogeneidade no tamanho das propriedades e variação no uso da força de trabalho. O objetivo principal do trabalho 16 foi auxiliar os produtores rurais através de uma maior integração entre pesquisa e extensão rural. Como resultado identificou-se e qualificou-se o aumento das áreas cultivadas entre 1978, 1981 e 1986, concluindo ter a ocupação de novas áreas para plantio sido feita de forma desordenada, sem respeito à aptidão das terras. Para Lopes Assad et al (1998), uma das grandes dificuldades na avaliação das terras para fins de manejo consiste em definir um método que a partir da dinâmica ambiental, permita estimar o comportamento do meio quando submetido a dado manejo. Essa dificuldade se torna bastante evidente em áreas onde a ocupação acelerada exige rapidez na caracterização da aptidão da terra e da sua capacidade de suportar os impactos provocados pelo uso. Neste sentido a utilização de SIG, vem permitindo o zoneamento de áreas de forma mais eficiente, substituindo os métodos tradicionais de análise quase sempre mais onerosos e de manipulação mais difícil. Sano et al (1998b) realizou um estudo na Fazenda Experimental do Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados (CPAC) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em Planaltina-DF com o objetivo de definir um método para determinação da aptidão agrícola das terras para três níveis de manejo, a partir das informações obtidas por levantamento de solos, e utilizando o Sistema de Informações Geográficas desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (SGI/INPE). Com este trabalho pretendeu-se contribuir para a automatização da determinação da aptidão agrícola de terras, utilizando apenas dados disponíveis provenientes de levantamento de solos e de cartas planialtimétricas. Assad e Sano (1998), abordaram a utilização de sistema de informações geográficas(SIG) na agricultura, sendo estudado os princípios básicos de geoprocessamento, os tipos de dados manipulados por um SIG, a estrutura de um banco de dados geográficos, a modelagem de dados geográficos e as operações de análise geográfica. Mostrou também diversos exemplos de aplicações do SIG na agricultura, obtidos nos centros da Embrapa, Unb, Unicamp e no INPE. No final abordou as tendências futuras do geoprocesamento. Thum e Madruga (1998), com objetivo de fornecer informações na forma de dados digitais e analógicos de Mapas de classes de declividades, rede de drenagem, uso da terra, geomorfologia e solo para aplicação na criação de APA (Área de Proteção Ambiental), em Santa Maria –RS, utilizou cartas topográficas, mapas geológicos da folha de Santa Maia e Camobí, mapas de solos e uso da terra, que foram digitalizados usando o software Sistemas de Informações Geográficas do Departamento de Engenharia Rural (SIGDER), e concluiu que mais de 70% da área pertence as classes de declividade B e C (superior a 14,05%); o 17 maior percentual de uso da terra é ocupado por vegetação campestre(47,62), e os solos predominantes indicam que mais de 50% da área deve ser preservação permanente. A floresta nativa encontra-se bastante alterada, pela ação antrópica. Matias (2001) caracteriza o geoprocessamento como o universo composto pelo sensoriamento remoto, Sistema de Informação Geográfica (SIG), Sistema de Posicionamento por Satélite (GPS), Cartografia Digital e demais tecnologias que objetivam adquirir, manusear e produzir informações sobre entidades espaciais. Ponte (2001) diz que o SIG tem se constituído em um ambiente tecnológico valioso para as mais diversas áreas de conhecimento e de atuação sobre os meios físico e social. Dentre as inúmeras aplicações, a nível nacional e internacional, destaque é dado ao planejamento, à agricultura, á análise ambiental, á análise sócio-econômica, e mesmo ao ensino e à pesquisa. Luchiari (2001) identificou a cobertura vegetal na microbacia do Ribeirão das Pedras, no setor norte do município de Campinas-SP, onde foram utilizados dados cartográficos e imagens obtidas pelos sensoresa TM LANDSAT (bandas 3, 4 e 5) e SPOT (banda pancromática). Os dados orbitais foram submetidos às rotinas de fusão de imagens e classificação de padrões e combinados com os mapas de áreas urbanas.De modo geral, os resultados demonstram um estreito relacionamento entre a densidade de cobertura vegetal e a condição sócio-econômica, isto porque onde há concentração de classe média e média alta, apresenta índices elevados de cobertura vegetal, e os menores índices de cobertura vegetal estão relacionados ás áreas destinadas à classe populacional de menor renda. Assim, pode-se dizer que a quantidade de cobertura vegetal está relacionado às características sócio-econômicas da população, sendo um indicador da qualidade ambiental, ou seja, um indicador da qualidade de vida. Sendo assim, os produtos obtidos pela técnica de sensoriamento remoto e os sistemas de informação geográfica consistem em tecnologias que auxiliam e demonstram a tendência de aperfeiçoamento dos dados, quanto à resolução espacial, atesta sua aplicabilidade a tais estudos. Piroli et al (2002), verificou a viabilidade do uso de um Sistema de Informações Geográfics (SIG) e a imagem de satélite para a análise do uso da terra e localização de áreas onde estão ocorrendo conflitos entre a capacidade e uso do solo, na microbacia hidrográfica do Arroio do Meio. Utilizou técnicas de geoprocessamento, como algebra entre mapas, consulta ao banco de dados e reclassificção de imagens. De acordo com a declividade e o solo, as áreas de conflito alcançaram 5% da área total o que demonstra que, na maior parte da microbacia, a terra está sendo usada de acordo com sua capacidade. Martins et al (2002), realizaram um estudo no município de Lagoada Confusão, no 18 Estado do Tocantins onde diagnosticaram fragmentos florestas naturais, denominados regionalmente de “ipucas”, e mapearam as diferentes feições fisionômicas e o uso antrópico. Para o estudo ao autores utilizaram-se o sistema de informação IDRISI 2.0. Ainda segundo os mesmos autores de acordo com os procedimentos contemplados nas várias etapas do estudo, aproximadamente 50% das “ipucas” possuem formas alongadas, o que indica alta relação perímetro-área. Apenas três “ipucas” apresentaram índices de circularidade (C) próximo de 1. Foram identificadas oito feições circunvizinhas às “ipucas”. Destas, cinco são ambientes naturais (varjão-sujo,varjão-limpo, pastagem natural, corpos d’água e afloramento rochoso) e as demais resultantes de ações antrópicas (área agrícola, pastagem plantada e rede viária). Teotia et al (2003), usaram imagens HRV/SPOT e softwares ERDAS para monitoramento dos recursos naturais na região do Cariri Velho no semi-árido do Estado da Paraíba. Fez o tratamento de dados utilizando a classificação supervisionada (MAXCLAS) e detectou dois tipos de informações (mapas) que foram preparados a partir dos estudos temáticos de uso da terra/ cobertura vegetal e capacidade de uso da terra, que integrado com o mapa de associações dos solos, demostrou a distribuição das zonas com variada capacidade de uso da terra, subsidiando um plano de desenvolvimento da terra na região que possibilitou integrar informações atualizadas derivadas de imagens orbitais com uma adequada base históricas formas de utilização da terra, mostrando que planejamentos racionais de ocupação e preservação territórial de uma parte da região semi-árida do Nordeste do Brasil podem ser alcançados pela investigação das mudanças de uso da terra e revisões de mapas. 19 3. MATERIAL E MÉTODOS • Cenário geográfico do território municipal da cidade do Conde no litoral paraibano, destacando a geologia, solos, relevo e a vegetação. 3.1 Caracterização geral do município do Conde - PB e da área de estudo. O município do Conde - PB apresenta uma extensão territorial de 174 Km2, pertencendo á Mesorregião geográfica da Mata paraibana na porção do litoral sul e localiza-se entre as seguintes coordenadas geográficas: 7° 11’ 48” e 7° 23’49” de latitude sul, 34° 47” 35” e 34° 57”25” longitude Oeste, limitado à leste pelo oceano Atlântico, ao Norte com o município de João Pessoa á Oeste com os municípios de Alhandra e Santa Rita, e ao Sul com o município de podendo ser observado na figura 03. Devido à fronteira imediata ao Norte ser juntamente com a sede da capital do Estado, sofrendo influência direta o que dá o status de pertencer à microrregião de João Pessoa, sendo a sede do município ligada pela via rodoviária estadual PB-008, distando aproximadamente 20 Km da capital João Pessoa. Figura 4 - Mapa de localização do município do Conde-PB no Estado da Paraíba. Fonte: Paraíba: desenvolvimento econômico e a questão ambiental (2004). 20 Quanto ao uso da terra, ocorrem com considerável expressividade as florestas subpenenifólia, conhecidas como mata Atlântica atualmente, reduzida a alguns testemunhos, nas encostas orientais e nos vales úmidos do baixo planalto costeiro (tabuleiros). Destaca-se, ainda, a ocupação da terra com outras atividades primárias diversificadas, tais como os cultivos anuais irrigados da cana-de-açúcar e pecuários. (ver Figura 5). Floresta subpenenifólia cana Figura 5 – Vista mostrando uma área de cultivo de cana-de-açúcar e remanescente de mata. Conde-PB (Foto M.J. Barros, out/2004). O município do Conde - PB tem na agricultura e pecuária as principais atividades econômicas e combinadas com outras diversas formas de uso e ocupação das terras, como as ligadas ao turismo que ocupam uma posição de destaque na economia do município. 3.1.1. Geologia e solo Com relação à geologia, a área de estudo faz parte da cobertura fanerozóica onde os registros geológicos são representados predominantemente por rochas sedimentares que vão do Cretáceo ao Holoceno. Subdividem em: a) Sedimentos mesozóicos, do Grupo 21 Paraíba (Formação Gramame e Formação Beberibe, Maria Farinha); b) Sedimentos plio pleistocênico, da Formação Barreiras ou Grupo Barreiras Indiviso; c) Sedimentos holocênicos, englobando aluviões, areais de praia e dunares, sedimentos de mangue, recife e arrecifes (Neves, 1993). A bacia Pernambuco-Paraíba ocupa uma área dominada por rochas da faixa sedimentar costeira que vai do litoral norte de Pernambuco, estendendo-se até o Vale do rio Camaratuba, e limitada pelo Lineamento Pernambuco.Essa feição geológica teve os mesmos processos tectônicos que originaram a Bacia do Cabo, no Eocretáceo, segundo Lummerts (1997). Mabessone (1997), descrevem que sua estrutura é um homoclinal com mergulho suave em direção ao mar, sendo subdividido pelas falhas transversais de Goiana e Itabaiana-Pilar, e em três sub-bacias: Olinda, Alhandra e Miriri. A Bacia Pernambuco– Paraíba compreendida por sedimentos de fácies continentais e marinhas reunidas com a denominação de Grupo Paraíba, sendo, por sua vez subdividido em três formações Beberibe/Itamaracá, Gramame e Maria Farinha. A área de estudo está incluída na formação Gramame que compreende um pacote sedimentar de até 55m de espessura formado por material depositado em fase pós-calcários argilosos cinzentos de fácies marinha plena, com algumas intercalações finas de argila e camadas de margas e argilas mais puras. Segundo Mabessone (1997), sendo dividida em três fácies: uma basal, formada por calcarenitos e calcário arenoso, muito fossilizado, que se interagem com uma outra fácies média formada por fosforitos, recobertos no topo, por calcários biomícríticos argilosos, com uma fácies suprameso litoral e uma fosfática e marinha plena. O substrato geológico é representado pelos sedimentos terciários (formação barreiras) onde as camadas rochosas são argilosas e arenosas e ocorrem nas paisagens de topografia suave ondulada e ondulada sendo o relevo esculpido e desgastado pela intensa erosão, fornecendo desse modo os sedimentos e constituintes do modelado de erosão e o de acumulação. O município do Conde compreende a zona fisiográfica de “Litoral e Mata” estando inserido na faixa descrita por Molion e Bernardo (2002), como costeira do ENE estendendo-se do Rio Grande do Norte ao Sul da Bahia que, de acordo com a cronologia geológica, essas formações estão incluídas em dois tipos de unidades geológicas: 1. Holoceno - formação que é representada por uma faixa estreita do litoral, constituída de praias, dunas, restingas, terraços litorâneos, mangues, recifes de coral e arenito. As praias, dunas, restingas e terraços litorâneos são constituídos por sedimentos arenosos 22 quartzosos marinhos não consolidados. Estes sedimentos constituem o material de origem dos seguintes solos: • Neossolos*(Areia Quartzosas Marinhas Distróficas e Eutróficas); • Neossolos*(Areias Quartzosas Marinhas Distróficas - Dunas); • Espodossolos*(Podzol Hidromórificos). Nas áreas de embocaduras dos rios, a diminuição da corrente favorece a deposição de finos sedimentos, dando origem ao aparecimento de terrenos alagadiços e pantanosos, conhecidos como mangues. Estes sedimentos são geralmente argilosos - siltoso em mistura com detritos orgânicos e dão origem a unidade de Solos Indiscriminados de Mangue textura indiscriminada. As várzeas são constituídas de sedimentos aluviais não consolidados de natureza variada. Nestes sedimentos desenvolveram os seguintes solos: • Neossolos* (Solos Aluviais Eutróficos) textura indiscriminada; • Neossolos* (Solos Gley Distróficos Indiscriminados) textura indiscriminada; • Organossolos*(Solos Orgânicos Indiscriminados) 2. Terciário – Esta formação é representada pelo Grupo Paraíba, constituído de sedimentos pouco consolidados, de estratificação predominantemente horizontal, apresentando sedimentos areno-argilosos, argilas, intercalando muitas vezes com camadas de seixos rolados e concreções lateríticas. Estes sedimentos constituem materiais originários das seguintes classes de solos: • Luvissolos*(Latosol Vermelho Amarelo Distrófico) textura média: • Luvissolos∗(Podzólico Vermelho Amarelo) com fragipan textura média; • Podzólico Vermelho Amarelo variação Acinzentado com fragipan textura indiscriminada; • Podzólico Vermelho Amarelo com A proeminente abrúptico com fragipan textura argilosa; • Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Entrópico abrúptico com fragipan textura argilosa; ∗ • Podzol Hidromórfico; • Areias Quartzosas Distróficas. Nomenclatura atualizada dos solos, segundo Empraba (1999) 23 3.1.2. Geomorfologia Para Casseti (1994), a geomorfologia é definida como um componente da ciência geográfica que tem por objetivo analisar as formas de relevo, e as diferentes forças endógenas e exógenas que, de modo geral, atuam como evidências dos processos morfogenéticos a que o relevo terrestre foi submetido, buscando compreender as relações processuais pretéritas e atuais. Segundo o autor o relevo assume importância no processo de ocupação do espaço, fator que inclui as geoecológicas (suporte e recurso), cujas formas ou modalidades de apropriação respondem pelo comportamento da paisagem. A área de estudo localiza-se na região geográfica do litoral paraibano na porção sudeste da mesorregião da Mata paraibana compreendida pelo compartimento geomorfológico denominado de Baixo Planalto Costeiro e de Planícies Aluviais (Carvalho, 1982). As áreas de várzeas estão representadas por faixas de planícies, terraços e áreas de inundação periódica que estão estabelecidas ao longo do rio Salsa seus afluentes e o rio Gurugi, esse conjunto de drenagem compõe a unidade várzea e terraços aluviais. Esses ambientes são constituídos por sedimentos areno-argilosos e datadas do Quaternário. Estas planícies, comumente conhecidas como várzeas, são formadas de depósitos provenientes da sedimentação fluvial cujo poder de deposição está na dependência da competência dos rios acima do seu baixo curso (Neves, 1993). Os Baixos Planaltos Costeiros ou Baixos Platôs Costeiros (Tabuleiros) – apresentase como uma ampla superfície suavemente ondulada acompanhando a direção da faixa costeira e sub-costeira por um conjunto de baixos Planaltos sedimentares. Os Baixos Planaltos Costeiros constituem os restos de uma superfície de aplainamento mais antiga da área – Pós-Barreiras. O material de cobertura varia de arenoso a areno-argiloso, localmente concrecionário – canga escoriácea. Ela se inclina grosso modo de oeste-leste, sendo relativamente planos, tabulares e suas bordas são bastante dissecadas por uma rede de sulcos, ravinas e por vales muito encaixados, o que lhe confere um aspecto festonado (Neves, 1993). Os vales que entalham o Baixo Planalto Costeiro são amplos e de fundo chato, com desenvolvimento de terraços. Não são raros os movimentos de massa nas vertentes dos vales que entalham esse Baixo Planalto, o que permite a ocorrência de desmoronamentos e rastejamentos (Carvalho, 1982). Chistofoletti (1980), postula que diversos são os processos morfogenéticos responsáveis pela esculturação dessas formas de relevo como escoamento, meteorização, 24 movimentos de massa, infiltração, eluviação, etc., processos esses que resultam da interação entre as forças atuantes (energia controladora do dinamismo dos processos) e a resistência exercida pelas características litológicas. A heterogeneidade existente na estrutura das vertentes está ligada, sobretudo, ao material que as constitui e aos processos que as elaboraram, o que pode ser facilmente observado nos cortes das estradas, nos setores desprovidos de vegetação e nas falésias do litoral (Neves, 1993). Figura 6 – Visão geral da área de estudo com o relevo e a ocupação urbana, Conde-PB (Foto M.J. Barros: out/2004). 3.1.3. Clima Para Azambuja (1996), os principais fatores climáticos que têm influencia nas características de um solo, são a temperatura e a precipitação pluviométrica. Segundo Rossi (1995), o litoral oriental do Nordeste, bem como seu trecho setentrional, são atípicos quanto à distribuição anual das chuvas, apresentando máximas entre março e agosto, ou seja, no período outono/inverno, quando se verifica o deslocamento para o norte da ZCIT, ao mesmo tempo em que se intensifica a circulação leste. De acordo com o Atlas geográfico da Paraíba (1985), o clima da área de estudo é do tipo As’: Quente e úmido com chuvas de outono – inverno, segundo a classificação de Köppen. 25 O período seco começa em setembro e prolonga-se até fevereiro, sendo o mês de novembro como o mais seco. As precipitações pluviométricas anuais atingem em torno de 1.700 mm. A Amplitude térmica anual é muito pequena em função da latitude ser muito baixa. As temperaturas variam muito pouco durante o ano e as médias anuais são bastantes elevadas, em média entre 23° e 26° C. Os meses mais quentes são janeiro e fevereiro com média máxima superior a 280C e os menos quentes são julho e agosto com médias mínimas em torno de 23oC. Os dados da temperatura do ar, coletados no Atlas geográfico da Paraíba, e apresentados na tabela 2, indicam um regime térmico sem grandes variações, com a máxima absoluta de 26,70C, mínima absoluta de 23,90C para este período. A região tem um regime pluviométrico caracterizado por uma estação chuvosa com início no outono, atingindo a máxima pluviosidade no inverno, representando em torno de 40% do total precipitado ano (2004), com os seguintes índices pluviométricos, 161,1 mm, 146,8 mm e 81 mm, nos meses de junho, julho e agosto de 2004 (SEMARH, 2005). As chuvas acumuladas no período de 01 de janeiro de 2005 a 09 de março de 2005, coletados no posto Conde-PB/Açude Gramame Mamuaba atingiram totais de precipitação acumulada de apenas 37,3 mm(SEMARH,2005) para este período. A umidade relativa do ar é variada, porém bastante elevada com médias em torno de 80%, a figura 9 ilustra a pouca variabilidade da nebulosidade, observando-se o céu claro, com poucas nuvens, durante o período seco. (Atlas geográfico da Paraíba, 1985). Figura 7 – Vista Parcial com ocorrência de nuvens pouco densas e céu claro, Conde-PB (Foto M.J. Barros/outubro 2004) 26 O quadro 2 contém dados climatológicos mensais do posto João Pessoa (INMET), os quais representam médias anuais do ano de 1984 e foram obtidos através da publicação do Atlas geográfico da Paraíba (1985). Quadro – 2: Dados Pluviométricos e de Temperaturas em João Pessoa-PB – 1985. Meses precipitação temperaturas janeiro 78 26,5 fevereiro 96 26,5 março 206 26,4 Abril 263 26,2 maio 282 25,5 junho 301 24,5 julho 225 23,9 agosto 136 24,1 setembro 65 24,5 outubro 23 25,9 novembro 28 26,6 dezembro 37 26,7 1740 25,61 TOTAL/ MÉDIA Fontes: Atlas geográfico da Paraíba (1985) Segundo a classificação bioclimática de Gaussen que leva em conta a distribuição geográfica da pluviometria anual, o grau de concentração estacional e o relevo, o clima da região é do tipo Mediterrâneo ou Nordestino sub-seco (3d th), caracterizado por apresentar médias térmicas anuais de 250C. Os totais pluviométricos anuais variam de 1.500 a 1.700 mm. A estação seca é curta de 1 a 3 meses e índice xerotérmico variando de 0 a 40. (Atlas Geográfico do Estado da Paraíba, 1985). O diagrama ombrotérmico (gráfico 1), apresenta o comportamento médio da temperatura e precipitação, ilustra e delimita os períodos mais seco e chuvoso do ano na região do litoral da Paraíba, no município de João Pessoa, assim como o comportamento destas duas variáveis ao longo do ano. 27 Diagrama ombrotérmico 350 27 26,5 26 25,5 25 24,5 24 23,5 23 22,5 300 250 200 150 100 50 0 J F M A M J J precipitações temperaturas A S O N D Gráfico 1. Diagrama ombrotérmico de João Pessoa-PB Fonte: Atlas geográfico da Paraíba – 1985. 3.1.4– Vegetação 3.1.4.l – Formações litorâneas a) Formações de praias – Vegetação rasteira, mais ou menos densa, que ocorrem sobre os solos arenosos da baixada litorânea, nas áreas mais próximas do mar. A variação das espécies é pequena, destacando-se com mais freqüência a salsa da praia (Ipomea pes-caprae), o bredo-de-praia (Iresine portulacoides), xiquexique (Crotolaria retusa), algodão-de-seda (Calotropis procera), guajero (Chrysoblanus icaco), leguminosa (Canavalia marítima), e gramínea (Sporobolud virginicus), (Melo e Rodriguez, 2004). b) Formações de dunas – vegetação herbácea, escassa e rasteira ou subarbustiva constituindo moitas densas em casos de dunas em processo mais avançado de fixação. Normalmente encontram-se gramíneas cactáceas e convolvuláceas. c) Formação de restingas e terraços litorâneos – Vegetação que surge logo após as praias, de porte arbustivo, ás vezes arbóreo-arbustivo, de densidade variável, as espécies mais encontradas são o cajueiro (Anarcardium occidentale), murici-da-praia (Byrsionina gardneriana), murta (Myrcia spp), mangabeira (Hancornia speciosa), olho de pombo 28 (Abrus precatorios), facheiro (Cereus fernambucensis), e cactos (Pilocereus hapalacanthus). Grande parte dos coqueiros do litoral aparecem nestas áreas ocupadas por estas formações.(Melo e Rodriguez, 2004). d) Manguezais - Formação vegetal bastante uniforme, quase sempre constantes nos estuários dos rios, com raízes suporte (adventícias), em virtude da periódica influência das marés.Os manguezais ocupam os estuários que são formados por diversos rios ou braços de maré que deságuam num rio principal, e nas planícies de maré, ou na porção terminal dos rios que deságuam no mar. como, por exemplo, podemos citar o dos rios Graú, Gurugi, e Gramame. As espécies apresentam raízes respiratórias (pneumatóforos) para compensar a deficiência da aeração do solo. Algumas espécies mais encontradas como o mangue vermelho (Rhizophora mangle L.), mangue-de-botão ou cinzento (Conocarpus erectus L.), mangue manso ou branco (Laguncularia racemosa G.), siriúba (Avicennia schauennia) que são encontrados na área pantanosa. Nas áreas mais afastadas do mar aparecem os mangues do gênero Avicennia como mangue preto (Avicennia nítida). Já nas áreas marginais de solos mais estáveis é comum a presença da Avencão ou samambaia-açu (Acrosticum aureum) e da guaxuma,(Hibiscus tiliaceus L.) que só são alcançadas pelas marés esporadicamente.(Melo e Rodriguez, 2004). 3.1.4.2. Formações florestais Na área de estudo predominam as formações vegetais remanescentes de deformações secundárias da floresta tropical, subpenenifólia formações de transição como o Cerrado e o Carrasco. A cobertura florestal foi quase total eliminada pela lavoura da cana-de-açúcar estando hoje reduzida alguns remanescentes muito alterados e descontínuos como retalhos da Mata da Chica apenas nas margens dos riachos degradados localizados nas nascentes dos rios Grau, da Salsa e Guruji. Os restantes da área foram desmatados ao longo do tempo para a prática da agricultura, apresentando-se a cobertura florestal atual na forma de capoeira (pastagens) pouco densa. (Santos e Moreira, 2001). a) Floresta perenifólia de várzea – estas formações são arbóreas ou arbóreo-arbustivas densas e com indivíduos bastante esgalhados. Citam-se como espécies comuns: camaçari (Caraíba sp), mulungu (Erytrina) e o ingá (Inga spp).(Melo e Rodriguez, 2004). 29 b) Floresta subpenifólia - Formação exuberante de porte alto e grande densidade, com abundância de lianas e cipós. Como espécies arbóreas mais freqüentes e importantes podem ser citadas: Anda (Joannesia princeps), Cedro (Cedrella odorata),Copaíba (Copaifera langsdorfii) Cabriúva (Myrocarpus frondosus),sucupira (Bawdichia virgiliodes), Vinhático (Plathymenia reticulata), Angelim (Adira nítida), amarelo (Plathymenia foliolosa), Jacarandá (Plathymenia reticulata) jatobá (Hymenacea spp), Jequitibá (Cariniana brasiliensis), embiriba (Eschweilera luschnatii), sapucaia (Lecythis pisonis), emirindida (Buchenavia capilata), pau-brasil (Caesalpinia echinata), pau-d’arco (Tabebuia chrysotricha), pau-de-jangada (Apeiba spp), louro (Ocotea ssp), murici-da-mata (Byrsonima sericea), maçaranduba (Manilkara salzmaini), pau-d’arco roxo e amarelo (Tabebuia ssp, pindoba e Attalea sp), Quiri (Cordia goeldiana).(Melo e Rodriguez, 2004). 3.2. Material utilizado O material usado no trabalho foi classificado em documentos cartográficos, materiais de interpretação e processamento e material de campo. 3.2.1. Documentos Cartográficos Durante o desenvolvimento da pesquisa foram utilizados os documentos cartográficos: apresentados na tabela 3. Quadro 3. Documentos cartográficos utilizados. Escala Sensoriamento/ Execução 5 1 : 25.000 1974 1 1.100.000 2000 Material Cartográfico Quantidade Cartas Sudene Mapa municipal estatístico/IBGE Imagem LANDSAT 7 1 1 : 250.000 Agosto/2001 Fonte: SUDENE (1974); IBGE (2000); Imagem Landsat 7 (2001) Identificação -Folhas: .SB.25-Y-C-III-1-NE. .SB.25-Y-C-III-3-NE. SB.25-Y-C-III-3-NO SB.25-Y-C-III-1-SO SB.25-Y-III-1-SE Geocódigo: 2504605 WRS 214/65 30 3.2.2. Material de interpretação e processamento Para a execução deste trabalho foram utilizados equipamentos e aplicativos: 1. Equipamentos • Microcomputador com processador Intel Celeron 478 de 1.7 Ghz – 2.8 Ghz, • Monitor Philips de 15”, • Impressora a jato de tinta HP Deskjet 640C. 2. Aplicativos • SPRING versão 4.1 • Windows XP • Word 2000 • Microsoft Photo Editor • Corel Draw Photo Paint 11 3.2.3. Material de campo Para os deslocamentos ao município do Conde - PB, durante os trabalhos de verificação de campo, utilizou-se um veiculo automotor marca Fiat Uno material de interpretação (imagens, cartas topográficas), máquina fotográfica, calculadora e prancheta de campo. 3.3. Métodos Na execução da metodologia utilizou-se basicamente a seguinte etapa: préprocessamento da imagem (leitura, registro e contraste); processamento (classificação); verificação da amostragem de campo para o mapeamento automático; análise dos dados coletados em campo e elaboração do mapa temático de uso da terra final. 31 3.3.1. Obtenção dos dados Foi utilizada a imagem do satélite LANDSAT 7 ETM+ obtida em 04 de agosto de 2001, para caracterização do mapeamento do uso da terra no município do Conde - PB. A escolha da imagem Landsat 7 na execução da pesquisa, levou-se em consideração pelo fato deste produto possuir uma resolução espectral satisfatória e por estar disponível no acervo de imagens de satélite do laboratório de sensoriamento remoto do Centro de Ciências Agrárias, evitando gastos adicionais na aquisição de uma outra imagem. Na execução do trabalho a escolha das bandas, foi feita com base nas características espectrais de cada banda do satélite Landsat 7, especificadas pelas potencialidades como mostra o quadro 4. Quadro 4. Características e principais aplicações para as Bandas espectrais do sensor TM. Banda 1 Comprimento de Onda (µ µm) 0.45-0.52 Localização da Faixa Azul 2 0.52-0.60 Verde 3 0.63-0.69 Vermelho 4 0.76-0.90 Infravermelho próximo 5 1.55-1.75 Infravermelho médio 6 10.4-12.5 7 2.08-2.35 Infravermelho termal Infravermelho médio Principais Aplicações -Mapeamento de águas costeiras -Identificação de feições culturais -Medidas dos picos de reflectância da vegetação -Estimativa do vigor da vegetação -Diferenciação de espécies vegetais -Identificação de feições culturais -Tipos, vigor e biomassa da vegetação -Identificação de corpos d’água -Umidade dos solos -Mapeamento de vegetação -Umidade dos solos -Diferenciação entre nuvem e neve -Análises do “stress” da vegetação -Mapeamento térmico -Discriminação de minerais e rochas Fonte: INPE (2004). 3.3.2. Definição das classes temáticas Para a definição das classes do mapeamento temático no município do Conde-PB, foi realizado um levantamento bibliográfico e uma etapa de campo preliminar na área definida para execução do trabalho. Com o objetivo de conhecer os elementos da paisagem, e estabelecer as diversas formas de uso das terras existentes, na primeira etapa de campo, 32 foram observadas as principais formas de uso presentes, para a definir as classes: de uso da terra e cobertura vegetal. O fornecimento de amostras das classes temáticas para sua caracterização e posterior classificação da imagem de satélite, envolveu uma série de etapas de análise de dados e ida ao campo visando uma melhor identificação da distribuição das classes temáticas no processo de classificação da imagem. 3.3.3. Processamento digital A imagem foi analisada com o software SPRING versão 4.1 do INPE, e confrontadas com verdades de campo juntamente com as cartas planialtimétricas da SUDENE, com o objetivo de identificar e classificar os diferentes usos para a geração do mapa temático de uso da terra. A imagem foi adquirida junto a INTERSAT já corrigida radiometricamente e com um nível 1 GP de correção geométrica. Na escolha do SIG decidiu-se utilizar o programa SPRING desenvolvido pelo INPE por ser um SIG nacional, e de domínio público que está disponível gratuitamente na internet para os sistemas operacionais Linux e Windows, tanto para uso educacional e profissional. O SPRING está dividido em 4 módulos de trabalho: SPRING, IMPIMA, SCARTA e IPLOT. No módulo SPRING estão às funções do Sistema de Informação Geográfica responsáveis pelas operações referentes às informações espaciais presentes em uma imagem de satélite No módulo IMPIMA é utilizado para a leitura de imagens no formato GRIB, ou para conversão de imagens nos formatos TIFF e RAW. No módulo SCARTA estão às informações responsáveis pelo acabamento da carta e a impressão está a cargo do módulo IPLOT (INPE, 1998). Inicialmente, na primeira etapa realizou-se uma análise preliminar entre as principais interfaces do SPRING e a imagem ETM+, através do modelo conceitual e de como controlar os elementos dos dados estabelecidos pelo INPE. Estes elementos definiram os procedimentos de manipulação da imagem ETM+, utilizando o módulo “IMPIMA” do SPRING para recortar a imagem do Landsat ETM+, e o mapa estatístico municipal do Conde - PB (IBGE) via arquivo no formato TIFF. Em seguida, definiu-se a criação de um banco de dados e um projeto, e registro da imagem ETM+, e do mapa municipal estatístico do IBGE (mapa base). 33 No banco de dados ocorreu a estruturação do trabalho, que corresponde a um diretório onde são armazenadas, as categorias e classes, e o projeto ao qual pertence ao banco de dados. No projeto foram armazenados os sub-diretórios com os dados: pontos linhas, imagens orbitais, imagens temáticas, textos, grades e objetos. Figura 8: Estrutura geral de um Sistema de Informações Geográficas Fonte: Câmara e Medeiros (1998). Toda vez que se carrega o programa SPRING no computador sempre o banco de dados é ativado automaticamente. Antes de estruturar um banco de dados foi necessário definir o Modelo de Dados do banco de dados ativo, para que o mesmo pertence a uma Categoria (Temática, Numérico, Imagem, Rede, Cadastral ou Objeto). As apresentações gráficas dos dados são representadas pelo Visual de áreas, linhas, pontos e textos que também são definidos e armazenados junto com o Modelo de Dados do Banco. A condição necessária para ativação de um projeto é que haja um banco de dados ativo. No projeto o nome fornecido foi Conde, com as informações da projeção - (a) Zona 25; b)_Spheroid Name: South American 1969 c)_Georeferenced to UTM, e o retângulo envolvente definido assim os dados de parâmetros sobre hemisférios e as coordenadas, que podem ser geográficas (grau, minuto e segundo) ou planas.(metros) A visualização dos planos de informação e suas diferentes representações foram feitas através da seleção de um PI no projeto ativo através de Categorias, as quais apresentavam-se os PI’s com representações disponíveis preenchidos com (V) em alguma 34 Categoria selecionada. O painel de controle faz a seleção de dados e controle das telas de visualização de um projeto ativo. Na etapa do tratamento dos dados digitais utilizamos técnicas de interpretação automatizada de análise de dados coletados pelos sensores remotos, visando obter informações sobre o uso da terra, dentro da área de estudo, empregando a classificação supervisionada, para dela obter as informações desejadas. Segundo Moreira apud Mascarenhas e Velasco (1984) o tratamento de imagens digitais é a análise e a manipulação das técnicas computacionais, com a finalidade de identificar e extrair as informações da imagem sobre os fenômenos ou objetos do mundo real, e transformar a imagem de tal maneira que as informações radiométrica contidas nelas sejam discriminadas pelo analista. Para a geração das cartas foi usado o módulo SCARTA, usado o Software de processamento de imagens e Geoprocessamento Spring versão Windows 4.1. O módulo SCARTA é um gerador de cartas que faz interligação com o módulo principal SPRING. Esta interligação utiliza como entrada o banco de dados, que não terá nenhuma função para reprocessar e alterar os dados. O gerador de cartas será a edição e obtenção de uma saída de apresentação gráfica de alta qualidade, organizada através do sistema SPRING. O SCARTA permite a elaboração de moldes. Estes moldes auxiliam na elaboração de cartas que possuem um certo padrão de apresentação, porque eles funcionam como uma carta semipronta onde já estão plotados muitos elementos comuns de sua cartografia. Um mapa é a representação gráfica, em geral de uma superfície plana e numa determinada escala, com a representação de acidentes físicos e culturais da superfície da Terra. Uma carta temática apresenta informações de variações espaciais de um único fenômeno. Entende-se, então, por mapeamento a aplicação do processo cartográfico sobre uma coleção de dados ou informações, com vistas à obtenção de uma representação gráfica da realidade perceptível, comunicada a partir da associação de símbolos e outros recursos gráficos que caracterizam a linguagem cartográfica. Deve haver um equilíbrio entre a representação do terreno (mapa base) e das informações temáticas, pois a base não deve diminuir a legibilidade do mapa e mascarar os dados temáticos. A quantidade e os detalhes da indicação da base irão variar de acordo com a escala de trabalho, além do tema a ser representado. O planejamento de qualquer atividade que de alguma forma se relaciona com o espaço físico que habitamos requer, inicialmente, o conhecimento deste espaço. Neste contexto, passa a ser necessária alguma forma de visualização da região da superfície 35 física, onde desejamos desenvolver nossa atividade. Para alcançar este objetivo, lançamos mão do processo cartográfico. Partindo-se do conceito estabelecido, no processo cartográfico, três fases são bem distintas: concepção, produção e interpretação ou utilização. As três fases admitem uma só origem, os levantamentos dos dados necessários à descrição de uma realidade a ser comunicada através da representação cartográfica. A identificação do tipo de documento a ser elaborado e como deverá ser produzido para atender a determinado uso é que vai determinar se este será geral, especial ou temático, assim como a definição do sistema de projeção e da escala adequada. No que consiste ao planejamento cartográfico, toma-se como sendo um conjunto de operações voltadas à definição de procedimentos, materiais e equipamentos, simbologia e cores a serem empregados na fase de elaboração do produto cartográfico (cartas e mapas gerais, temáticos ou especiais) que servirá para representação do real de forma virtual ou simbólica, que podem ser na forma convencional ou digital. No planejamento cartográfico pressupõe, além da definição dos procedimentos, materiais, equipamentos e convenções cartográficas, o inventário de documentos informativos e cartográficos que possam vir a facilitar a elaboração dos originais cartográficos definitivos. O método empregando imagens orbitais surgiu pouco depois do lançamento do primeiro satélite LANDSAT já se buscava avaliar a possibilidade de atualização de cartas e mapas através de imagens pelo sensor MSS (pixel/resolução espacial de 80m). Estudos na década de 80, levaram a constatação da viabilidade do uso de Imagem para mapeamento na escala 1: 250.000. Por ocasião do surgimento do sensor TM a bordo do satélite LANDSAT-5, com pixel/resolução espacial de 30m, realizaram-se diversas avaliações de suas imagens, mostrando que são viáveis para mapeamento nas escalas 1: 100.000 ou menores. Assim sendo as metodologias para atualização cartográfica no formato digital encontram-se em constante desenvolvimento compreendendo as seguintes fases básicas: • Correção geométrica e georreferenciamento; • Ajuste de contraste das imagens que compõem a imagem; • Recorte segundo o contorno da imagem; • Atualização dos elementos cartográficos da carta digital com base na interpretação da imagem resultante da etapa anterior, através de superposição com a carta. 36 Os produtos da cartografia temática são as cartas, mapas ou plantas em qualquer escala, destinadas a um tema específico. A representação temática, distintamente da geral, exprime conhecimentos particulares específicos de um tema (geologia, solos, vegetação, dentre outras) para uso geral. A cartografia temática ilustra o fato de que não se pode expressar todos os fenômenos num mesmo mapa e que a solução é, portanto, multiplicálos, diversificando-os. O objetivo dos mapas temáticos é o de fornecer, com o auxílio de símbolos qualitativos e/ou quantitativos dispostos sobre uma base de referência, geralmente extraída dos mapas e cartas topográficas, as informações referentes a um determinado tema ou fenômeno que está presente ou age no território mapeado. Os mapas de uso da terra e outros (mapas geológicos ou geomorfológicos) constituem exemplos de representação temática em que a linguagem cartográfica privilegia a forma e a cor dos símbolos como expressão qualitativa. Sendo que essa descrição qualitativa denota qualidade de cada uma das circunstâncias ou características dos fenômenos (aspectos nominais do fenômeno) classificados segundo um determinado padrão. Na elaboração de um mapa temático são estabelecidos limites a partir dos dados que lhe são pertinentes, não importando a forma pelas quais foram obtidos, nem como foram consagrados os elementos que são concernentes à ciência ou técnica específica do tema em estudo. É pertinente à Cartografia Temática, qual as características dos dados a serem representados, se são físicos e/ou estatísticos assim como a forma que estes devem ser graficamente representados e relacionados com a superfície da Terra. Na cartografia temática, o mapa expressa os fatos e fenômenos, objeto do estudo relacionado ao tema. A ciência pertinente a um determinado tema visa o conhecimento da verdade desses fenômenos realçando suas evidências, no entanto a cartografia temática como arte, deve demonstrar graficamente os fenômenos como fatos estabelecidos no espaço e tempo, nesse sentido o produto cartográfico passa a ser um instrumento enquanto prova simbólica do fenômeno ocorrido num dado instante no espaço terrestre, sendo, portanto um produto que permite a visualização enquanto prova cabal da ocorrência, instrumentalizando assim a (s) ciência (s), tais como: Geologia, Meteorologia, Geografia, Agronomia, Demografia dentre outras. Para Joly (1990), pode-se deduzir que a cartografia topográfica distingue-se da cartografia temática por existir um certo número de diferenças significativas, sendo que o assunto tratado, é estritamente descritivo e geométrico, no primeiro caso, é analítico e eventualmente explicativo no segundo. 37 No mapeamento temático o objetivo é produzir documentos cartográficos, em escalas compatíveis com os levantamentos dos aspectos físicos, quanto à ocorrência e distribuição espacial. 3.3.4 Elementos Fundamentais de um Mapa O Título - descreve o propósito da carta, portanto deve estar em local de destaque. O tamanho depende do propósito da carta e das limitações do dispositivo de saída do usuário. Escala - A escolha da escala deve-se fazer em função das informações que a carta deverá conter. A escala correta depende da resolução do dado original, bem como do nível de detalhe que o usuário deseja incluir na carta. Localização - uma carta é tanto mais confiável, quanto mais o objeto está confrontado com o espaço que o contém. É por isso que cada carta deve trazer um sistema de coordenadas. Legenda - é uma classe ligando atributos não-espaciais a entidades espaciais. Atributos não-espaciais podem ser indicados visualmente por cores, símbolos ou sombreados, na maneira como é definida na legenda. Contraste de padrões - utilizam-se diferentes padrões para representação de diferentes regiões na carta. Os padrões podem ser compostos por linhas ou pontos ou combinações de ambos. Para a representação de áreas irregulares, utilizando-se padrões de linhas os quais não variam muito de espaçamento e direção, a visualização dos contornos e a compreensão geral da carta torna-se difícil. Uma carta representada por padrão de pontos é muito mais estável e seus contornos são mais facilmente distintos. Cor - é a variável visual mais forte, facilmente perceptível e intensamente seletiva. É também a mais delicada para manipular e a mais difícil de se utilizar. Para confecção dos mapas de maneira automatizada por computador, utilizou-se o programa SCARTA 4.1, seguindo as seguintes etapas: 1.Geração de Cartas SCARTA -[Arquivo] [Carregar Projeto...] Projeto (Projeto| Conde) (Ativar) 38 SCARTA -[Arquivo] [Criar Carta...] Criar Carta -{Nome: Carta _ uso _ Terra} (Criar) Características de carta: Definiu-se o tamanho e a orientação Definição área dos dados -escala e posicionamento (coordenadas) Visualização da carta e área dos dados [Executar] [Desenhar] 3.Apresentação de Dados SCARTA - [Exibir] [Painel de Controle] - (Categoria|| Uso _ Terra) - (Plano de Informação) (|tm _ Uso _ Terra _ T _ rec) - {Prioridade: 100} – CR - (Linhas)- (classes) - Visualização da carta -[Executar] [Desenhar] 4.Elementos da Carta Para editar textos, símbolos e legenda utilizando coordenadas XY do papel: SCARTA - [Editar] [Elementos] Editor de Elementos da Carta - (cm de papel) Editor de Textos [Inserir], [Textos] Ex: {Texto: Município do Conde - PB} - (Inserir). - [Definir] [Características...] - (Texto – cor> altura (3 mm)> espessura(0,20 mm). - (atualizar) 39 Inserindo símbolos [Inserir] [Símbolos..] Inserindo Legenda [Inserir Legenda...] -{X: 13}, {Y: 5} -{Espaçamento entre legendas>5} -(Categorias |Uso _ Terra) - [Inserir] [Todas classes] - [Definir] [Características...] - {Legenda: altura: >4 mm; largura: > 6 mm> distância:8} - (legenda –Box Posicionamento: à esquerda) - {texto: altura: 3 mm.} - {testo: cor: Preta}. 5.Apresentação da Grade SCARTA - [Editar] [Grade...] Definição de grade - (Grade em coordenadas – Planas) X e Y (iniciais) - {Definir: Principais} - (Cor)> Preto - (Continua) – (mostrar Coordenadas) - {Altura>2 – Distância> 2 mm} - (Apresentação > Números em Código) - (Executar) 3.3.5. Leitura da imagem Para a leitura da imagem, foi utilizado o programa IMPIMA, módulo do SPRING desenvolvido para fazer a leitura de imagens de satélites no formado GRIB, TIFF e RAW. 40 3.3.6. Definição da escala A escala de trabalho é um fator que deve considerar, que elementos da paisagem serão representados principalmente, quando se procura adequar os dados coletados por sensores orbitais na execução do trabalho. Para Moreira (2003), a escala nada mais é do que uma ampliação ou redução da imagem, sem modificar o seu conteúdo radiométrico, sendo que a vantagem de utilizar uma escala grande no trabalho o usuário é que terá que delimitar os diferentes alvos contidos na cena, havendo, menor erro de área, e facilidade na hora quando fizer a visualização da área com respostas espectrais diferentes, quando usando uma escala menor essa diferenciação é imperceptível. Para o mapeamento do uso da terra no município do Conde - PB, optou-se pela escala cartográfica. 1: 250.000 considerando para expressão dos resultados a heterogeneidade da paisagem e o nível de generalização contido na área de estudos. A imagem do sensor ETM do Landsat 7 tem escala espacial de trabalho para os sensores de 1:100.000, e uma resolução espacial de 30 m x 30 m (900m2) para as bandas selecionadas (3, 4, 5). Na escala 1 : 25.000, o pixel corresponde a um quadrado de 0,12 x 0,12 centímetros, sendo possível à identificação e definição dos elementos da paisagem. 3.3.7. Registro da imagem com o mapa base O registro é uma operação necessária para a integração de uma imagem à base de dados existentes num SIG.A sua função é alinhar os pixels da imagem de geometria similar que contenha os mesmos conjuntos de elementos. Nos projetos da área de sensoriamento remoto pressupõem que as imagens possam ser integradas aos dados extraídos de mapas existentes ou ás medições de certas grandezas feitas diretamente no terreno. O registro é importante para combinar imagens de sensores diferentes sobre uma mesma área, sendo esse registro entendido como a transformação geométrica dos dados de sensoriamento remoto, de maneira que eles adquiram as características de base de dados cartográficos. A correção geométrica visa eliminar os erros que ocorrem devido ao movimento do satélite e pela curvatura da Terra. Além dos erros, panorâmicos, que são causados pelo tamanho dos pixels fora do nadir (visada perpendicular). Com imagem de satélite e o mapa base, na tela do computador, foram ativados quatro pontos da área de estudo (cantos da área) no mapa base e associados, cada ponto, um par de coordenadas geográficas. A aquisição da coordenada foi feita através do 41 posicionamento do cursor dentro dos quatros pontos de controle, com seus correspondentes, identificados na imagem de satélite, ajustados no mapa base dentro dos quatro pontos de controle, em função das coordenadas de canto fornecidas, reestruturando o sistema de coordenadas e sendo ajustado geometricamente. 3.3.8. Manipulação de contraste Para melhorar a qualidade da imagem aplicou-se um conjunto de medidas necessárias fazendo o exame dos histogramas das três bandas, observando o contraste de feições da cena, para se definir se havia ou não correlação entre as bandas e qual procedimento tomar para adequar o realce do contraste espectral no processamento digital da imagem. Para Crosta (1992) apud Carvalho et al (2000), no processo de modificação de contraste, a primeira etapa, consiste em analisar os histogramas que descrevem a distribuição estatística dos níveis de cinza em termos de freqüência, para cada valor digital, segundo a resolução radiométrica considerada. A maneira mais usada é a ampliação do contraste de feições na cena, ou seja, os níveis de cinza mais baixos são arrastados para próximos de zero (tonalidade escura) e os mais altos, para próximo de 255 (tonalidade clara). A técnica de realce de contraste consistiu na aplicação de uma equalização nas bandas, permitindo que todas bandas exercessem influência semelhante no processo de classificação da imagem. 3.3.9. Classificação supervisionada O princípio de classificação supervisionada é baseado no uso de algoritmos para se determinar os pixels que representam valores de reflexão característicos para uma determinada classe, sendo que essa técnica a mais utilizada na análise quantitativa dos dados de sensoriamento remoto. Neste trabalho optou-se pela classificação supervisionada, que consiste no treinamento de reconhecimento de modelos ou atributos espectrais de cada uma das classes de uso da terra já previamente conhecidos na área da imagem, ou seja, as técnicas de classificação supervisionada baseiam-se na disponibilidade de uma amostra representativa de cada classe identificada. Na classificação supervisionada o usuário fornece dados de níveis de cinza das classes de alvos, constituindo a etapa de treinamento das amostras, sendo que estas 42 amostras são informações do comportamento médio das classes e podem ser denominadas como “pixel de treinamento” do sistema.(Novo, 1992). A seleção das amostras de treinamento é um processo de importante para que a classificação seja bem sucedida, é primordial também que as amostras sejam homogêneas. Nesse caso para Novo (1992), esse Autor aconselha que o tamanho de cada amostra de treinamento seja compatível com a extensão da cena a fim de minimizar a superposição de classes, pois é a homogeneidade de cada uma delas o elemento de interesse. A determinação das amostras de treinamento pressupõe bons conhecimentos em interpretação de imagens de satélites. Além disso, o uso de outras fontes de informação, como mapas, aerofotogrametria, de dados estatísticos, ajudam a avaliar se a classe definida nas amostras de treinamento que corresponde, de fato, à superfície natural. Na prática, escolhem-se as amostras de treinamento em várias bandas em uma imagem favorável (9 ou 10 classes) por região de Interesse. Nos sistemas de classificação de dados digitais, a classificação supervisionada consiste no reconhecimento do comportamento espectral dos classificadores (algoritmos) que corresponde ao resultado dos parâmetros estatísticos (média, matriz de covariância, etc) de cada classe contida na área. Para outros, (classificadores) o reconhecimento é usado apenas no nível mínimo e máximo de cinza na área fornecida para o treinamento. Nesse trabalho utilizou-se simulação das técnicas de interpretação digital, cujo algoritmo de reconhecimento dos padrões espectrais empregado foi a máxima verossimilhança (MAXVER para determinar as diversas características (atributos) quantificada dos objetos para diferenciar as várias classes. O método da máxima verossimilhança (Maxver) avalia quantitativamente tanto a variância quanto à covariância dos padrões espectrais de cada pixel durante a classificação). Segundo Moreira (2003), na formulação estatística do problema, na densidade de probabilidade condicional supõe-se que as distribuições dos pixel formam os dados de treinamento é Gaussiana (distribuição normal). Conforme o gráfico 2. Sendo assim, os padrões de respostas podem ser determinados por um vetor de médias e uma matriz de covariância. De posse destes dois parâmetros, pode-se estimar a probabilidade de um dado pixel pertencer a um tipo particular da amostra de treinamento. 43 Gráfico 2. Limite de aceitação. Fonte: Moreira (2003). Esse método, o da máxima verossimilhança é o mais aplicado, pois ele pressupõe que os níveis de cinza de cada classe seguem uma distribuição multivariada. Assim sendo o classificador avalia as probabilidades que um pixel tem de pertencer às classes identificadas e o nomeado é àquele cuja probabilidade é maior. Este método é baseado no princípio de que a classificação errada de um pixel particular não tem mais significado do que a classificação errada de qualquer outro pixel na imagem, nesse caso o usuário determina a significância nos erros de atributos especificados para uma classe em comparação a outras. De posse dos resultados da classificação supervisionada foi estabelecido um número de classes de acordo com o que foi observado, sendo feitas simulações considerando o limite variado de amostras para cada classe. Em seguida, iniciou-se a primeira etapa de campo, percorrendo a área de estudo, visando confirmar a interpretação digital das amostras de treinamento representativas das classes em estudo sendo extraídas da imagem com simultâneo trabalho de reconhecimento de campo com GPS. As características são medidas pela luz refletida pelos diferentes alvos que compõe a área de estudo selecionada para o treinamento, de acordo com as bandas espectrais. Os passos que definem a classificação de imagens são os seguintes: 1. Seleção das classes de treinamento que representam um grupo de informações ou classe de treinamento; 2. Geração de parâmetros estatísticos; 3. Classificação dos dados por algoritmos de classificação “treinados” para assinar cada pixel componente do conjunto de dados de uma categoria de classe; 44 4. Avaliação e refinamento: retorno ao primeiro passo se os resultados da classificação são inaceitáveis. 3.3.10 - Classificação supervisionada - abordagem pixel a pixel • Materiais • A imagem utilizada no trabalho foi constituída pela imagem multiespectrais ETM+/Landsat nas bandas ETM+3, ETM+4 e ETM+5 (resolução espacial 30 metros) correspondendo ao município do Conde – PB. O método realizado foi o de classificação pixel a pixel. Primeiramente foram determinadas quais seriam as áreas para serem classificadas. Devido a confusão espectral entre alguns alvos, ficou difícil a compreensão usando a abordagem pixel a pixel, contudo, obteve-se uma classificação satisfatória. 3.3.11. Precisão da classificação Após a efetuação da classificação supervisionada, fez-se a avaliação da performance do classificador utilizado, usando-se a medida de precisão dos resultados, que permite a atribuição de um nível de confiança à imagem classificada. A precisão foi medida tomando-se por base a comparação de certos pixels, do mapa temático gerado com a classificação supervisionada, com pixels de referência cujas classes são conhecidas a partir de “verdades de campo,”ou quaisquer outros tipos de dados (fotografias áreas,mapas ou ainda de informações geográficas a respeito do terreno). A partir dessa situação foram gerados 889 pontos aleatórios na imagem classificada que se tornaram pontos de referencia. Com isso, foi analisado e avaliado, cada ponto teve seu valor de referência ao pixel necessário para a formação posterior de uma matriz de erros ou confusão. A característica mais importante dessa matriz é o fato de resumirem os erros de inclusão (pixels que não pertencem à classe e foram a ela atribuídos) e os erros de omissão (pixels que pertencem à classe em questão e não foram a ela atribuídos). 45 3.3.12. Tratamentos estatísticos dos dados coletados no campo No confronto entre as classes dos polígonos escolhidos aleatoriamente e as observações de campo, com as classes esperadas, obteve-se o mapeamento automático com a classificação da imagem, que determinou uma porcentagem de acerto e erro, traduzindo o nível de confiabilidade da exatidão do mapeamento efetuado. O tratamento das fichas permitiu ainda a detecção de certas tendências na incidência de erros do mapeamento, considerando combinações das categorias de uso e tamanho dos polígonos. Esses erros são estimados em função da amostra de área, deferindo-se daqueles calculados para avaliar a precisão de mapeamento. Segundo Moreira (2003), outra forma de avaliação dos erros gerados pela classificação supervisionada é usando a metodologia proposta por Ma e Raimundo (1995), denominada de TAU, para avaliar a exatidão do mapeamento quando as probabilidades de ocorrência das classes de ocupação do solo são diferentes. O cálculo é expresso pela fórmula: (1) T= σ 2T = Po −1 / M 1 −1 / M Po (1 − Pc ) N (1−1 / M ) 2 46 4.0 - RESULTADOS E DISCUSSÃO • As unidades morfológicas que se destacam no relevo e a rede de drenagem. • Instrumental técnico na leitura quali-quantitiva do espaço municipal no que se refere a classes, formas e usos da terra. 4.1 O modelado que representa o relevo As unidades morfológicas que se destacam: Planícies aluviais ou Baixadas Litorâneas – Nesta unidade são considerados os terrenos planos constituídos por sedimentos recentes, que ocupam as cotas mais baixas da orla marítima e adjacências. Na composição desta unidade participam os seguintes elementos: terraços de acumulação marinha, restingas, dunas, formas lacustres, mangues e várzeas.(praias, restingas, estuários). A baixada litorânea apresenta altitudes desde o nível do mar, ou ligeiramente inferior, até 6 a 8 metros. Porém as maiores altitudes nessa área da planície litorânea estão nas áreas de dunas, cujas cotas variam muito chegando a aproximadamente a três metros de altitude, nesse caso são de difícil acesso para a determinação em muitos trechos por serem capeadas por outras formações como a presença dos cordões litorâneos. Baixo planalto costeiro (Tabuleiro) – conjunto de baixos planaltos de modelado variado com topos planos ou ligeiramente ondulado formado por deposição de sedimentos do fim do terciário e início do quaternário, que se estende de norte a sul por toda faixa costeira e sub-costeira, cortado por vales fluviais entalhados de fundo chato separados por superfícies dissecadas; nas encostas leste do litoral sul onde aparecem os paredões escarpados que constituem as falésias. As altitudes dos tabuleiros variam de um local para outro, podendo alcançar mais de 180 metros como é o caso da nascente do rio Gramame, e sua largura em direção ao interior varia entre 35 e 40 km. As várzeas são modelos de acumulações fluviais que correspondem a áreas essencialmente planas ou levemente inclinadas, contendo principalmente materiais arenosos, areno-argilosos, material orgânico, argilosos e cascalheiros. 47 Figura 9. Visualização do MNT – (2005) Seus limites compreendem a linha que dominam as falésias e a planície do litoral no município do Conde - PB. As falésias encontradas na zona costeira são escarpas abruptas cuja declividade normalmente ultrapassam 450, essa declividade tão acentuada resulta da atividade intensa da erosão marinha. São formadas por litologia sedimentar da Formação Barreiras. A presença desse relevo escarpado está bem aparente no litoral paraibano e no caso do estudo em tela, no trecho do litoral entre as praias de Coqueirinho e Grau. As altitudes do topo da falésia normalmente são bem variadas: ao sul da praia do Gramame, 30 a 50 metros, entre praias de Tabatinga e Coqueirinho, em torno dos 50 metros, no entanto entre Coqueirinho e Graú (50 a 60 metros). Em alguns trechos as falésias estão sendo submetidas a um processo erosivo bastante intenso, seja pela dinâmica marinha (abrasão) ou pela dinâmica continental com rastejamentos de material decorrente, principalmente das precipitações de elevada magnitude, que em algumas encostas chegam a provocar deslizamentos de material nas vertentes. Os processos erosivos acabam por esculpir o relevo deixando-os com ravinamentos acentuados e no leito entre as vertentes é forte a presença de corridas de lama. Esses processos assim como a sinuosidade do modelado está aparente no relevo, porém outros agentes também estão contribuindo para o esculturamento do relevo, nesse 48 caso o que vêm sendo observado é a ação antrópica, pois no topo das falésias, que ocorrem em Tabatinga, Coqueirinhos e Grau, as feições do modelado já foram bastante alteradas. 4.1.1. A rede de drenagem Os padrões de drenagem na região estão condicionados por fatores relativos à dinâmica da natureza, tomando a organização natural como elemento fundamental por isso destaca-se a disposição das camadas rochosas, resistência da estrutura litológica, pela diferença da declividade do terreno e pela evolução geomorfológica de cada bacia hidrográfica no município do Conde - PB. A principal rede hidrográfica da área de estudo é a bacia do rio Gramame, com regime permanente. Esse rio nasce no município de Pedras de Fogo a 37km distante da foz cuja altitude está na cota aproximada de 185 m. O rio Gramame recebe tributários que drenam toda porção sul do baixo planalto costeiro, seguindo a direção leste. Corre pela porção setentrional do município, servindo de divisa com o município de João Pessoa, recebendo um afluente importante apenas pela margem direita que é o rio Água Boa, tributário que corre totalmente dentro da área do município do Conde - PB. Podem ser citados ainda outros rios cujas bacias são independentes como os rios Graú, e Guruji. Bem próximo à área costeira, dentro das planícies costeiras existem as lagoas, que são corpos d’água rasas e calmas, salobras ou doces, que surgem. Muitas vezes, essas áreas lagunares estão em sistema combinado rio/mar, por isso normalmente tem a característica estuarina, por isso são ocupadas por vegetação mangues. Como esses ambientes são elos de ligação entre o mar e o continente, são lugares cujo equilíbrio depende da dinâmica dos elementos naturais tanto no continente como no mar, nesse caso são lugares cuja intervenção pode gerar pressão em demasia criando tensões que podem levar ao rompimento efetivo da cadeia de ligação sistêmica. Não resta dúvida que no município do Conde esses ambientes estão sofrendo as pressões fornecidas pelo avanço da expansão urbana, o lançamento de esgotos sanitários oriundos dos ambientes domésticos e industriais. Outro agente de pressão tem sido ocasionado pela indústria do turismo que promoveu um poderoso “marketing” da paisagem local, nesse caso tem sido uma forma econômica de levada expressão, pois a expansão do turismo na região tem sido exponencial como pode ser observada na Lagoa do Poeta (ver figura 10). 49 Figura 10 Área de Laguna estuarina, Conde-PB (Foto M.J. Barros). Outubro; (2004). 4.2 – Leitura e registro da imagem A leitura de imagens de satélite disponível no SPRING é simples e não apresentou nenhum problema durante sua execução. O procedimento de leitura no módulo “IMPIMA”, pertencente ao programa do SPRING permitiu a locação da imagem e delimitação da área do município do Conde – PB, a partir do mapa disponibilizado pelo IBGE. Para o caminhamento se efetivado é necessário fazer a operação de registro da imagem/mapa base, disponível no SPRING. Essa transformação permite transformação geométrica que relaciona as coordenadas geográficas (latitude e longitude) com coordenadas da imagem (linha e colunas) sendo necessário também uma sobreposição desse material sobre o mapa base. Corrige as distorções existentes, causadas no processo de formação, apoiando a execução da etapa de levantamento de dados no campo. Com a imagem na tela do computador e o mapa base o trabalho de registro constitui-se em encontrar pontos como cruzamentos de linhas das coordenadas UTM na imagem de satélite, cujos correspondentes são identificáveis no mapa base. A aquisição da coordenada através do posicionamento do cursor sobre os pontos de controle identificados na imagem de satélite fez com que seus correspondentes, identificados na imagem do mapa base, assumissem a coordenada fornecida pelos pontos de controle e, com isto, a própria imagem a cada novo ponto fornecido foi reestruturando seu sistema de coordenadas e foi sendo corrigida geometricamente. 50 4.3 – Classificação da imagem Para a classificação da imagem foi utilizado o classificador MAXVER disponível no SPRING. Este algoritmo é paramétrico, porque utilizou a média e a covariância das amostras de treinamento, e assumiu as classes que possuem distribuição normal. Assim, confirmou-se que estes parâmetros podem ser computados a probabilidade dos pixels desconhecidos, e avaliou a probabilidade para classificar o pixel desconhecido se pertencer a uma classe outra ou a nenhuma delas no caso dos valores de probabilidade estarem abaixo de um determinado limite de aceitação. Para reduzir a sobreposição entre as distribuições de probabilidades das classes, aconselha-se a aquisição de amostras significativas de alvos distintos e a avaliação da matriz de classificação das amostras. Este método de classificação, partindo de uma imagem classificada, envolve uma fase de aquisição e análise de amostras fornecidas, visando, assim, aperfeiçoar o mapeamento final. Como a rotina de classificação envolve o fornecimento de amostras de cada classe temática para posterior análise e classificação, foi efetuada uma etapa de campo preliminar, permitindo a identificação da classe temática. 4.4 – Manipulações de contraste A técnica de realce de contraste tem por objetivo melhorar a qualidade das imagens sob critérios subjetivos do olho humano. É normalmente utilizada como uma etapa de préprocessamento que consiste na preparação dos dados para a classificação do sistema de reconhecimento de padrões. Nesta pesquisa, a técnica de manipulação do contraste, visou a análise dos histogramas, de maneira a permitir que todas as bandas exercessem uma distribuição estatística dos níveis de cinza semelhante em termos de freqüência de ocorrência de “pixel” para cada valor digital entre 0 e 63 e 127 e 0 255 no processo de classificação da imagem. As figuras 11, 12, 13 mostram as combinações das três bandas (3, 4 e 5) e seus respectivos histogramas da imagem do ano de 2001. 51 3 40000 35000 30000 25000 3 20000 15000 10000 5000 0 1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141 151 161 171 181 191 201 211 221 231 241 251 Va l r o d o P i x e l Figura 11 – Imagem da banda 3 do Landsat ETM 7 em 4 agosto de 2001 e histograma. A banda 3 mostrando um melhor contraste por apresentar maior espalhamento nos eixos dos níveis de cinza, sendo o que obteve melhores índices na discriminação nas diferenças entre pixels (imagem de alto contraste), e as bandas 4 e 5 apresentaram 52 histogramas, de distribuição dos pixels, mais estreitos (imagens de baixo contraste), ou seja menor variância dos níveis de cinza. 4 90000 80000 70000 60000 50000 4 40000 30000 20000 10000 0 1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141 151 161 171 181 191 201 211 221 231 241 251 Va l o r do P i x e l Figura 12 – Imagem da banda 4 do satélite Landsat ETM 7 em 4 agosto de 2001 e seu histograma 53 5 70000 60000 50000 40000 5 30000 20000 10000 0 Va l or do P i x e l Figura 13 – Imagem da banda 5 do satélite Landsat ETM 7 em agosto de 2001 e seu histograma. As bandas 3, 4 e 5 foram as que melhor apresentaram diferenciação do tema visualizado para formar a composição colorida que serviu de base para a aplicação da técnica de realce (equalização de histograma) resultando em uma melhor qualidade visual, o que favoreceu a aplicação da classificação supervisionada. 54 Histogram a - Bandas 345 90000 80000 70000 60000 50000 5 4 40000 3 30000 20000 10000 0 1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141 151 161 171 181 191 201 211 221 231 241 251 Va l or do p i x e l Figura 14 – Imagem das bandas 3, 4, e 5 do satélite ETM 7 em 4 de agosto de 2001 e seu histograma. Os três histogramas (bandas 3, 4 e 5) mostraram que a aplicação da técnica de realce (principais componentes) demonstrou a nítida homogeneidade da imagem e a separação das feições espectrais. 55 Para que a classificação supervisionada permitisse as três bandas de maneira equivalente, foi necessário modificar os níveis de cinza das bandas 3,4 e 5, de tal modo que aumentasse o contraste da imagem (os 256 níveis de cinza possíveis) em cada uma delas. A Figura 14 mostrou a composição falsa cor, que são imagens coloridas produzidas a partir das três imagens independentes em padrões de cinza. Essas foram obtidas associando-se 3 bandas de imagem (3,4,5), a cada uma das três cores básicas: vermelho, verde e azul respectivamente. O Spring sobrepõe as bandas com suas respectivas cores, obtendo-se assim, uma imagem colorida (falsa-cor). Os diferentes níveis de cada cor vão de 0 a 255 tons, onde 0, corresponde ao preto e 255, corresponde ao branco. 4.5 - Coleta de dados no campo Segundo Cruz e Pina (1999), o levantamento de campo compreende um conjunto de atividades que visam, através de medições de campo, determinar posições relativas de pontos sobre a superfície terrestre. Sendo assim, permitem a representação de porções da superfície com seus acidentes naturais e artificiais, complementações e atualizações de mapeamentos existentes, localização de pontos e coleta de dados. Para a coleta de dados, foi estabelecida uma ficha de campo, contendo dados de identificação e localização das coordenadas dos levantamentos foi obtida com auxilio de GPS Garmin (III), para assegurar a correspondência entre os polígonos escolhidos e o amostrado. As características da fisionomia da paisagem foram definidas através de observações “in loco”, com quatro visitas ao campo. Pôde-se observar mesmo que de forma elementar que as características de uso da terra e cobertura vegetal foram definidas pela fisionomia geográfica predominante, fato constatado nas áreas de agricultura de pastagens e vegetação de tabuleiros, assim sendo podemos inferir que a confusão média possa ter sido em função de alguns polígonos apresentarem mais de uma fisionomia. 56 Mapa do levantamento das verdades de campo realizadas com GPS no município do Conde-PB, 2005 (4a visita ao campo). Figura 15. Mapa de pontos de controle. Fonte: Imagem Landsat 7 As amostras obtidas na verificação de campo foram localizadas no mapa de ponto de controle com base nas anotações sobre as áreas fotografadas e do levantamento com o GPS (Garmin III) e analisadas de forma matricial. 4.6 – Verificação da exatidão do mapeamento A exatidão do mapeamento é um percentual que avalia o posicionamento da distribuição espacial de cada uma das classes que foram mapeadas. Entre os métodos utilizados para estimar a avaliação da exatidão do mapeamento a construção de uma matriz de erro, permite comparar a distribuição de pixels classificados correta e erroneamente (Congalton,1991). Hay (1988) apud Moreira(2003), aponta que o uso da matriz de erro é útil em pelo menos três objetivos: 1) – oferece dados que permite o ajuste das áreas das classes obtidas. 2) – Possibilita o cálculo de parâmetros de exatidão geral. 3)– Permite identificar os erros específicos que afetam cada uma das categorias. A partir da matriz de erros ou confusão, calculamos o índice de precisão da classificação total. O mais simples e indicado é o Índice de exatidão geral da classificação. 57 Ippoliti-Ramilo(1999) apud Moreira(2003) considera que a estatística mais simples derivada da matriz de erros ou confusão, é a exatidão gera l (Pσ), calculada pela pela expressão: (2) m ∑n ji i =1 Pσ = N Sendo N o número total de unidade amostrais; nji, os elementos da diagonal principal (número de pixels corretamente classificados); o número de categorias presentes na matriz de erro; e i e j, as linhas e colunas, respectivamente. A variância (σpo) é dada por (3) σ = Po (1 - p o ) N No quadro 5 encontra-se a matriz de erros de classificação supervisionada da imagem Landsat ETM 7 de 2001. • Erros de matriz de classificação Quadro 5 - Matriz de erros com as sete classes definidas para a classificação supervisionada da imagem Landsat ETM 7 de 2001, em relação as amostras( em %). Mata ou capoeira Mangue Vegetação tabuleiro Agric./Pastagens Cana/Bambu Área urb./Solo exposto Corpos d’água Total Coluna Mata ou Mangue Vegetação Agricultura Cana/ Área Corpos Total capoeira Tabuleiro /Pastagens Bambu urbana/Solo d’água Linha exposto 5,2 0 0,5 0,5 0 0 0 6,20 0 0,4 9 0 0,4 6,08 0 3 0 0 0 1 0 0 9,40 10,48 0,9 1,12 0 0 0 0 3,5 0 0,2 8,5 0,5 0 0 46,5 0 0,5 0 3,2 0 0 0 13,40 48,12 3,40 0 7,62 0 9 0 10,68 0 12,5 0 46,5 0 4,7 9 9 9,00 100,0 58 A matriz de confusão é formada por m x m, sendo que m representa o número de classes definidas. Na diagonal representa o número de pixels corretamente classificado e nas colunas, as classes do mapa obtidas pela classificação. Com os dados do quadro 5, foram calculados os percentuais de exatidão do usuário para cada classe, dividindo-se o número de acertos pelo total de referência. Todos os percentuais obtidos estão acima de 80 %, exceto as classes vegetação de tabuleiros (60,67%), e agricultura e pastagens (62,50%), mostrando que a precisão de exatidão teve um desempenho considerado satisfatório. Essas classes que obtiveram um percentual baixo deveu-se a confusão média de 12,94% na escolha de pontos aleatoriamente. A precisão de exatidão geral da classificação foi igual a 87,06%. Contudo, ressaltamos que o desempenho médio pode ser melhorado com o aumento do número e tamanho das amostras, maior reconhecimento de campo e com o aumento da capacidade de resolução da imagem. Os valores do quadro 6, estão mostrando os totais da precisão de exatidão para as sete classes definidas na classificação supervisionada da imagem de 4 de agosto de 2001. Quadro 6 - Índice de Exatidão total do mapeamento (%) Classe Exatidão do usuário Mata ou capoeira 80.70 Mangue 94.12 Vegetação de Tabuleiro 60.67 Agricultura/Pastagens 62.50 Cana/Bambu 96.50 Área urbana / solo exposto 90.32 Corpos d’água 98.73 A análise de amostras determina quais delas foram mal escolhidas e não são representativas da classe, para cada amostra classificada em cada uma das classes adquiridas. A percentagem de pontos não classificada também é representada. O desempenho médio de 87,06% forneceu o percentual de pontos corretamente classificados. A confusão média de 12,94% forneceu a percentagem de pontos de cada classe, classificados como sendo de outras classes.Abstenção média: 0,0. 59 Corpos d'agua Area Urb/Solo exposto Cana/Bambu Agric.Pastagem Veg.Tabuleiro Mangue Mata ou capoeira Índice de exatidão do mapeamento 120 100 80 60 40 20 0 Gráfico 3 - Percentuais de exatidão do mapeamento por classe. Os erros de comissão que dizem respeito a identificação de categorias que não existem no terreno e os erros de omissão que são a omissão de categorias que existem no terreno foram calculados e definidos os resultados conforme a tabela abaixo: Quadro 7. Erros de comissão e de omissão para as sete classes definidas para a classificação supervisionada da imagem Landsat 7 de agosto de 2005. Classe Mata ou capoeira Mangue Vegetação de Tabuleiro Agricultura e pastagens Cana e Bambu Área urbana e solo exposto Corpos d’água Erro de Omissão 0,38 0 0,43 0,32 0 0,31 0 Erros de comissão 0,16 0,04 0,42 0,36 0,03 0,05 0 60 4.7 – Legenda temática O mapeamento de uso da terra com imagens orbitais a partir da interpretação automática têm como objetivo a identificação e classificação dos diferentes usos. A partir da realização de uma etapa de campo preliminar, onde foram percorridas as estradas PB – 018 e 008 e caminhos onde foram observadas as diversas formas de uso da terra, sendo que as mais expressivas foram detectadas para definição da legenda temática, mas não foi absolutamente eficiente gerando algumas falhas na composição desta, porém esses equívocos foram sendo corrigidos durante a execução dos levantamentos de campo. A região delimitada para o estudo, embora não apresentasse grande número de propriedades relacionadas ao cultivo e produção agrícola, com a classe agricultura e pastagens, cultivo de cana-de-açúcar com a classe cana-de-açúcar e bambu e outras atividades de produção agrícola. Essas atividades, quando do treinamento, foram sendo detectados erros no processo de mapeamento, mas, posteriormente, a exatidão de mapeamento avaliou o posicionamento da distribuição espacial de cada classe que foram mapeadas. Segundo Moreira (2003), a causa geral mais comum de erro na exatidão do mapeamento está associada à identificação das classes de interesse nas imagens de satélite. Sendo assim, os resultados indicaram que o mapa possui uma precisão bem satisfatória, pois corresponde exatamente a verdade que está estabelecida no campo, porém o que houve, foi que outras áreas mapeadas apresentaram semelhanças de comportamentos espectrais, assim sendo, o mesmo que aconteceu provavelmente com as classes agricultura e pastagens e vegetação de tabuleiro, na análise da confiabilidade do mapeamento automático apresentando continua ou não contemplando estas classes, com pouca expressividade, porém existente. • Características da legenda temática A legenda final foi mapeada a partir de critérios de classificação para a interpretação automática e das características das classes de uso da terra sobre a imagem. 61 Figura 16 – Cultivo de inhame, Conde-PB. (foto. J. Barros, outubro; 2004). Agricultura e pastagens representam áreas ocupadas por atividades agrícolas que foram desmatadas para o plantio de culturas perenes ou anuais, semeadura de gramíneas para criação de gado. Nesse caso são áreas ocupadas por pastagem extensiva com ou sem árvores espaças com porte pequeno ou por diferentes tipos de cultivos de subsistência como milho, feijão, mandioca, inhame, dentre outros, (ver figura 16). Figura 17 – área de pastagem situada na margem da BR-101 (Foto M.J. Barros, out/2004). 62 A pastagem é sem dúvida, a forma de uso mais pronunciada, sendo a pecuária, a que cobre a maior superfície da área desta classe. Nas pastagens de uso mais intenso, é caracterizada pela dominância de gramíneas cultivadas principalmente para a criação de gado bovino, (ver figura 17). Mata ou capoeira - Representam áreas de vegetação natural primária ou secundária em estágio médio ou avançados de regeneração ou pequenos fragmentos da sucessão de vegetação natural remanescente da floresta tropical, sub-perenifólia onde predomina matas secundárias, formações de transição (carrascos) e cerrados, existente na área, os quais encontram-se bastantes isolados e em diversos estágios de antropização. Figura 18 – formações de transição (Carrasco, Cerrados) em estágio de degradação, Conde-PB.(Foto M.J. Barros, 2004) É formada por espécies arbóreo-arbustivas com porte relativamente alto, e relativamente densa, pouco espaçada que entre si, circundadas por estratos de gramíneas e espécies herbáceas que após a retirada ou corte de grande parte das espécies arbóreoarbustivas anteriormente existentes no local, ou apresentando-se com cobertura florestal atual na forma de capoeira pouco densa com dimensões reduzidas e forma irregular. 63 Seus indivíduos geralmente chegavam a atingir trinta metros de altura, sendo comuns pau d’arco, maçaranduba, jequitibá, pau-brasil, sucupira, jacarandá, jatobá e copaíba. Figura 19 – Vista parcial da floresta tropical sub-perenefólia em médio estágio de regeneração, Conde-PB. A floresta tropical sub-perenefólia era o tipo de vegetação que recobria grande parte das terras do Município, estando sua ocorrência, atualmente restrita manchas de dimensões reduzidas, na maioria remanescentes florestais existentes associados principalmente aos eixos de drenagem (matas ciliares ou galerias) ou mistas com pequena representatividade espalhadas pelo Município, concentrando-se principalmente na porção Sul. Para estudo foi necessária fazer a fusão de todas as matas em uma só classe temática. Apresentando-se em diferentes estágios de preservação, como ilustra a figura 18 (totalmente aberta e alterada) e figura 19 (mais preservada), sendo que estas matas possuem aproximadamente 5.000,85 ha, representando 28% da área total mapeada. 64 Cana e Bambu – Compreende áreas ocupadas por monoculturas de cana (Saccharum sp) e Bambu (Bambusa vulgaris) formando extensas áreas contínuas dispersas que no caso da cana são queimadas e cortadas anualmente para extração de cana-de-açúcar e, no caso do Bambu, são áreas de reflorestamento. Figura 20 – Cultivo de cana-de-açúcar na margem da rodovia PB-08, CondePB (Fotos M.J. Barros, outubro 2004). A cultura da cana é economicamente a mais importante e representativa da atividade agrícola na área de estudo, esta atividade, é praticada geralmente no sistema de empresas agroindustriais e em parceria com os grandes proprietários das terras. Nos dois sistemas de produção, cana-de-açúcar e bambu identificam-se a seguinte distinção: no cultivo da cana-de-açúcar utiliza-se na produtividade e no resultado final, o emprego de tecnologias envolvendo maquinário específico e utilização de insumos como adubos, corretivos do solo e herbicidas. No cultivo do bambu é representado geralmente por reflorestamentos antigos, praticamente abandonados. A classe cana-de-açúcar e bambu representam apenas 6 % definidos pelo mapeamento da área total estudada. 65 Figura 21 – Aspecto de um talhão de reflorestamento de Bambu, Conde-PB (Foto: MJ. Barros/out/2004) Vegetação de Tabuleiro –Compreende áreas formadas por espécies arbóreo-arbustivas com porte médio, sendo menos densa que a floresta tropical sub-perenefólia em decorrência de o espaçamento ser maior entre si, circundadas por estratos densos de gramíneas e espécies herbáceas. Em geral há o predomínio da vegetação herbácea, no entanto, diferencia-se das pastagens ou capoeira pela presença de formas arbustivas de maneira mais intensa apresentando uma fisionomia muito variada (Figura –22). Figura 22- Aspecto da vegetação de tabuleiro apresentando formações arbóreoarbustiva em superfície do Planalto sedimentar, Conde-PB (Fotos M. J. Barros, outubro; 2004) 66 Mangue – Representam áreas lamacentas de estuários de rios tropicais e planícies de maré que apresentam formações vegetais lenhosas muito homogêneas e densas florestais característicos de áreas compostas de espécies arbóreas, perenifólias, e outras plantas herbáceas, que variam em função de diferentes fatores ecológicos, (ver figura 23). Figura 23 -Área de Formações vegetais (manguezais) que ocupam os estuários dos rios e planícies de maré, no Conde-PB. A área urbana e solo exposto estão compreendidos em áreas urbanas ou sem cobertura vegetal, áreas com solo arenoso. Áreas de cana-de-açúcar que na época em que a imagem foi obtida encontravam-se sem cobertura vegetal podem ter sido incluídas nesta classe. As áreas em urbanização mostraram estar também associados a loteamentos em implantação ou ainda pouco ocupados. A classe área urbana e solo exposto possuem uma superfície de 2.246,68 ha, representando 7 % da área total do mapeamento. 67 Figura 24 - Zona urbana da Cidade do Conde-PB (Fotos M. J. Barros, outubro; 2004) A figura 24 restringe-se a área central do núcleo urbano da sede do município do Conde –PB, enquanto que a figura 25 mostra uma rua de acesso central na área do núcleo urbano com maior densidade de edificações, o Distrito de Jacumã, que compreendem as (Praias de Jacumã, Carapibus, Tabatinga, Coqueirinho e Tambaba) Figura 25 Área urbana do Balneário de Jacumã-Conde-PB (Fotos M. J. Barros, outubro; 2004) 68 Corpos d’água – Compreendem os principais cursos d’água, rios, riachos, além de lagoas e reservatórios. O rio Gramame destaca-se como o mais extenso, e sua desembocadura é na forma de estuário. Figura 26- Aspecto de uma área lacunar e mangues na região estuarina próxima ao rio Gramame (Foto M. J. Barros, out.2004) 4.8 - Mapeamento do uso da terra Segundo Rocha (1984) apud Pereira (1986), os levantamentos de uso da terra consistem em mapear e avaliar quantitativamente o que existe sobre a litosfera e que, para facilitar a identificação dos elementos, estes são convencionados utilizando uma simbologia adequada. Afirma, ainda, que o levantamento do uso da terra é indispensável para o planejamento rural, pois a integração destes levantamentos é que vai dar condições para fins de planejamento da utilização da terra. De acordo com Oliveira (1988), o interesse dos geógrafos nos resultados alcançados pelo sensoriamento remoto vem-se dirigindo, para os estudos sobre o uso da terra. Para Henderson (1980) apud Loch (1990), a eficiência no mapeamento do uso da terra depende do conhecimento que o intérprete tem do local em análise, e do material de que se dispõe para efetuar a pesquisa. 69 Para Novo (1992), o uso da terra refere-se a utilização “cultural” da terra, enquanto o termo “cobertura da terra “ ou “land cover” refere-se a seu revestimento. Assim, a aplicação do sensoriamento remoto ao mapeamento do uso da terra tem como função fornecer um quadro de referência para a organização e hierarquização da informação, porém não existe, um sistema único e aplicável a qualquer circunstância. Contudo, é importante que o sistema permita a incorporação hierárquica da informação, à medida que sejam disponíveis dados a diferentes níveis de aquisição. Segundo Pachêco e Ribas (1998), a expressão “uso da terra” pode ser entendida como sendo a forma pela qual o espaço está sendo ocupado pelo homem. O levantamento do uso da terra é de grande importância, na medida em que os efeitos do uso desordenado causam deterioração no ambiente. Conforme Sokolonski (1999), segundo a definição da FAO em 1976, o termo terra é um “segmento da superfície do globo terrestre definido no espaço e reconhecido em função de características e propriedades compreendidas pelos atributos da biosfera, que sejam razoavelmente estáveis ou ciclicamente previsíveis, incluindo aquelas de atmosfera, solo, substrato geológico, hidrologia e resultado da atividade do homem”. Para Matias (2001b), o domínio do instrumento tecnológico pelo geógrafo, tomado na sua acepção plena do ponto de vista teórico e prático, é de fundamental importância uma vez que as geotecnologias, no seu sentido mais abrangente contemplam a cartografia digital, o Sistema de Posicionamento Global (GPS), o sensoriamento remoto e o Sistema de Informações Geográficas (SIG’s), que fazem parte do conjunto de objetos e de ações necessárias à (re) produção do espaço geográfico atualmente, daí sua utilização e análise constituem elementos primordiais para compreensão do conhecimento cartográfico. Para Ganell-Pérez (2001), a diferenciação dos usos do solo fica muito dificultada pelas limitações derivadas da escala (simplificação e generalização) e da dinâmica que caracteriza a paisagem, na separação das grandes categorias ou classes (agricultura, pecuária, florestas, urbano, etc.) fica prejudicada pela falta de detalhamento, por utilizar uma legenda única que não se apropria à especificidade das diferentes regiões e impossibilidade de recolher as continuas mudanças da paisagem. As informações atualizadas sobre o uso da terra e sua distribuição são importantes para o manejo eficiente visando avaliar a capacidade produtiva dos recursos agrícolas e florestais, localizando as estimativas de terras adequadas ou mal aproveitadas, para que as tendências possam ser analisadas. O procedimento da estratificação equilibrada da legenda obtida com a execução de levantamentos de campo, classificação supervisionada e as verificações da fidelidade do 70 mapeamento, gerou o mapa de uso da terra do município do Conde-PB, com as classes temáticas estabelecidas de acordo com o tamanho dos polígonos, e a aleatoriedade na escolha das amostras. Figura 26 – Mapa de uso da terra definido no final do processo de classificação. 71 4.9 Quantificação uso da terra As sete classes temáticas definidas, resultantes da generalização da classificação supervisionada existente, adequadas à escala 1: 25.000 e às ferramentas do SIG utilizadas no processo de mapeamento, puderam ter suas áreas absolutas e relativas estimadas, permitindo uma análise quantitativa de sua representatividade na área de estudo (Quadro 6 e 7) e (Figura 19). Quadro 8: Porcentagem de polígonos errados por classe temática. Total de polígonos amostrados Polígonos incorretos Porcentagem de erro Mata ou capoeira 57 11 19,30 Mangue 85 5 5,88 Vegetação de Tabuleiro 89 31 34,83 Agricultura e Pastagens 120 45 37,50 Cana e Bambu 428 15 3,50 Área urbana e solo exposto 31 3 9,68 Corpos d’água 78 1 1,27 Classes Quadro 9. Área absoluta e relativa de cada classe temática do mapa de uso das terra CLASSE TEMÁTICA ÁREA (ha) % ÁREA Mata ou capoeira 5.000,85 28 Mangue 1.644,84 10 Vegetação de Tabuleiro 3.826,71 22 Agricultura e Pastagens 4.471,38 26 Cana e Bambu 1.027,80 6 Área urbana e solo exposto 1.246.,68 7 246,78 1 17.465,04 100,00 Corpos d’água Totais 72 Essa etapa é de fundamental importância no mapeamento do uso da terra, pois representa o dimensionamento da amostragem aleatória no que consiste em considerar que os valores apresentados na tabela 8 são as percentagens de erros na amostragem, determinada para as classes identificadas. Nesse caso a Agricultura e Pastagens apresentaram erros relativos e superiores a 30%. A justificativa corresponde à constatação pelo fato de que, no dimensionamento da amostragem não considerou a subdivisão estabelecida para outras subclasses provavelmente inseridas nesta amostragem. Esses erros relativos superiores a 30% não correspondem a uma interpretação errada, apenas informam a probabilidade maior de erro na determinação dos percentuais de cobertura das classes de uso da terra. Essas distorções são superadas mediante a reunião das amostras, que se apresentam dispersas nessas áreas numa quantidade insignificante e não são identificadas, para isso é necessário usar o dimensionamento das classes que apresentam as menores áreas do município. As classes Corpos d’água, Cana e Bambu, Mangue apresentaram índices de erro relativamente baixo, podendo-se afirmar que as amostragens foram avaliadas com precisão. Área em valores absolutos e relativos de cada classe temática do mapa de uso da terra no município do Conde-PB 6% 7% 1% 28% 26% 10% 22% Mata ou capoeira Mangue Vegetação de Tabuleiro .Agricultura e Pantagens Cana e Bambu Área urbana e solo exposto Corpos d’água Gráfico 4. Percentagem dos valores do mapa temático de uso da terra no Conde-PB Fonte: Mapa de uso da terra no município do Conde-PB (2004). Analisando o quadro 9 e Gráfico 4 constatou-se que as classes de maior representatividade, em percentuais de ocupação foram: Mata ou capoeira, Agricultura e Pastagens, e Vegetação de Tabuleiro, que apresentaram elevado índice de erros relativos. 73 Considerando que o município possui uma área de aproximadamente 174 Km2, e que na representação do dimensionamento correspondeu ao somatório das áreas de classes de uso da terra na amostragem, verificou-se que essas amostragens comparadas com a área do município apresentaram resultados nitidamente aproximados das determinações da distribuição espacial real. O quadro 9 mostra a quantificação das classes de uso da terra no município do Conde - PB, seguindo a proposta metodológica. Fazendo uma análise discriminada das classes de uso da terra no município do Conde - PB, observa-se que as classes referentes à Mata ou capoeira, Agricultura e Pastagens e Vegetação de Tabuleiro, representam uma área de 13.298,94 ha, correspondendo aproximadamente 76 % da área total de estudo se comparada com as demais classes identificadas. No gráfico podemos observar que a classe Mata ou capoeira apresentou o maior valor percentual de cobertura (28%) sobre a área total de estudo no que se refere aos percentuais de ocupação. As classes Agricultura e Pastagens e Vegetação de Tabuleiro apresentaram a segunda e terceira expressividade dos valores percentuais (26%) e (22%) de cobertura de uso da terra. Já, as outras classes juntam, Área urbana/solo exposto e Mangue em ordem decrescente apresentaram os menores valores percentuais (7%) e (6%) de cobertura que correspondem às áreas edificadas dos núcleos urbanos, estabelecimentos comerciais, industriais, estradas, e áreas isoladas ou associadas de edificações em fazendas ou núcleos de assentamentos, ou de loteamentos, ou áreas totalmente sem cobertura vegetal, e no caso dos mangues correspondem a áreas lamacentas e pantanosas de estuário de rios e lagoas e planícies de maré no município do Conde - PB. A classe Corpos d’água representou apenas 246,78 há da área total do município do Conde - PB, sendo o menor índice percentual de cobertura (1%) da área de estudo. A classe Mata ou capoeira, Vegetação de Tabuleiro, e mangue apresentam uma área de 10.472,40 ha, correspondendo aproximadamente 60% do total da área ocupada com cobertura vegetal, enquanto que as classes agricultura e pastagens, cana e bambu, área urbana e solo exposto, apresentam uma área de 6.745,74 ha, correspondendo aproximadamente 39% da área total ocupada por áreas antropotizada. 74 5. CONCLUSÕES Todo o decorrer da pesquisa com teor bastante aplicado cuja técnica foi demonstrada de forma qualitativa e também quantitativa tiveram como elemento de sustentação a busca da compreensão do objeto estabelecido na forma do questionamento: quais os elementos naturais e antropotizados que estão fazendo parte do cenário territorial do município do Conde no litoral paraibano? Esse questionamento por si só não permitiria os percurso que foi trilhado com a devida segurança, para que essa situação fosse mais bem balizada as hipóteses que foram levantadas permitiram a efetivação da pesquisa com o uso de técnicas mais adequadas. Assim sendo a primeira hipótese de que o cenário geográfico do território municipal da cidade do Conde no litoral paraibano é constituído por relevo de ondulação monótona sobre os baixos planaltos costeiros, cuja drenagem dos rios principais são relativamente paralelos até desaguarem no mar, abrigando vales de encosta pouco íngremes e com cobertura vegetal consorciada à Mata Atlântica. Essa hipótese está confirmada pelos resultados, pois os Baixos Planaltos Costeiros de litologia sedimentar não oferece resistência aos processos erosivos, nesse caso as maiores altitudes atingem pouco mais de 100m a Oeste do município por onde passa a Rodovia BR 101, quanto ao modelado ele é bastante monótono conforme demonstra a Figura 9 com a visualização do MNT em 3D. Esse relevo de feições de baixa rugosidade permite que a erosão fluvial seja estabelecida dos níveis mais elevados, de maior potencialidade, para os de menor energia, nesse caso o nível de base que é o mar, a Leste do município, assim sendo os rios principais como o Gramame e o Guruji apresentam um certo paralelismo entre si. O baixo nível de rugosidade não indicou que os vales possuem encostas pouco íngremes, nesse caso o que foi enunciado na hipótese foi refutado, pois mesmo a vertente da margem esquerda do rio Gramame estar bem próximo ao nível do mar, os vales de fundo chato apresentam suas encostas com elevados graus de declividade. Quanto ao que foi enunciado sobre a cobertura vegetal consorciada à Mata Atlântica foi corroborado, pois a vegetação referente ao manguezal é ainda de presença muito forte nas áreas estuarinas, assim como o Cerrado e o Carrasco, vegetação essa que cobrem grande parte do tabuleiro. A outra hipótese que balizou este trabalho foi enunciada da seguinte forma: A ocupação humana modificou o cenário geográfico da superfície territorial do município, a partir de usos múltiplos no que concerne à ocupação por aglomerados residenciais até forma agrícolas intensivas e extensivas. Esta hipótese foi corroborada em toda sua 75 extensão, pois nesse caso pudemos também concluir que de acordo com os resultados obtidos com o uso da ferramenta SIG de que: 1 – A imagem do satélite Landsat ETM 7, utilizada prestou-se ao mapeamento e quantificação do uso da terra considerando ao nível de classificação (reconhecimento) proposto. 2 – O programa SPRING do INPE tornou possível a manipulação dos dados georreferenciados. 3 – Nas classes Mata ou capoeira, Agricultura e Pastagens, e Vegetação de Tabuleiro houve um predomínio significativo em área sobre as demais classes de uso da terra identificados no mapeamento. 4 – Embora não tenha havido diferenças quantitativa (dimensionamento) entre as classes predominantes (Mata ou capoeira, Agricultura e Pastagens, e Vegetação de Tabuleiro) apresentaram uma diferença qualitativa (concentração) das classes. 5 – Diante desses resultados torna-se necessário à justificativa da criação de zonas de proteção ambientais para conter o desmatamento nestas áreas. 6 – Os erros relativos de amostragem ficaram comprometidos para as classes Agricultura e Pastagens e Vegetação de tabuleiro, porém os resultados são validos e compatíveis somente nestas condições. 7 – A utilização de uma imagem com maior poder de resolução facilitaria uma melhor análise dos dados e conseqüentemente maior precisão nos mapas temáticos a serem gerados. A partir desse elenco de elementos conclusivos acredita-se que os produtos gerados neste trabalho enquanto cartas temáticas poderão instrumentalizar o processo de gestão do território municipal do Conde – PB, visando o aproveitamento do uso da terra de maneira que a relação economia e contabilidade ambiental possam vir a observar e vislumbrar a questão da sustentabilidade na relação custo benefício entre a sociedade e a natureza. 76 6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSAD, Eduardo.Delgado; SANO, Edson. Eyji. Sistema de Informações Geográficas. Aplicações na Agricultura. 2a ed. Brasília-DF: Embrapa – SPI / Embrapa – CPAC, 1998.434 p. ATLAS geográfico da Paraíba. João Pessoa: Grafset, Universidade Federal da Paraíba/Governo do Estado da Paraíba, 1985. 1 Atlas. Escalas variam. AZAMBUJA, João Monteiro Veleda de. O solo e o clima na produtividade agrícola: agrometeorologia, fitossalinidade, conservação do solo, edafologia, calagem – Guaíba: Agropecuária, 1996. 164 p. BELTRAME, A.da Veiga. Diagnóstico do meio físico de bacias hidrográficas: modelo e aplicação. Florianópolis: Ed da UFSC, 1994. 112 p. BURROUGH, P. Principles of geograhy information systems for land resources assessment. Oxford: Clarendon Press.1986. CÂMARA, Gilberto; MEDEIROS, José Simeão de. Princípios básicos em geoprocessamento. In: ASSAD, E. D., SANO, E.E. Sistema de informações geográficas. Aplicações na agricultura. 2a ed. Brasília-DF: Embrapa – SPI / Embrapa – CPAC, 1998. p.3-11. CAMPBELL, J.B. Introduction to remote sensing. New York, Guilford Press, 1987. 550 p. CARNEIRO, C.M.R. Estudo de Aplicabilidade de imagens MSS do ERTS-1 em levantamentos de solos. Santa Maria, 1973. 63 p. (Dissertação de Mestrado) – Universidade Federal de Santa. CARVALHO, Maria Gelza R.F. de.ESTADO DA PARAÍBA; geomorfológica, João Pessoa, Editora Universitária/UFPB, 1982. 72 p. classificação CARVALHO, Marilia Sá; PINA, Maria de Fátima de SANTOS, Simone Maria dos. Conceitos básicos de Sistemas de Informação Geográfica e Cartografia aplicada á Saúde. Brasília: Organização Pan-americana da Saúde/Ministério da Saúde, 2000, 124 p. CASSETI, Valter. Elementos de geomorfologia. Goiânia: Editora da UFG, 1994. 137 p. CHRISTOFOLETTI, Antonio. Geomorfologia.São Paulo, Edgard Blücher, 2a edição, 1980, 179 p. CONGALTON, R.G. ; MEAD, R. A. A review of assessing the accuracy of classifications of remote sensed data. Remote Sensing of Environment, v.37, n.1, p.35-46,1991. COUTINHO, A.C. Segmentação e classificação de imagens Landsat-TM para o mapeamento dos usos da terra na região de Campinas-SP.São Paulo, 1997 (Dissertação de mestrado) – Universidade de São Paulo. CROSTA, A.P. Processamento digital de imagens de sensoriamento remoto. Campinas: UNICAMP - Instituto de Geociências, 1992. 170p. 77 CRUZ, C.B. M., PINA, M.F. Conceito e divisão da cartografia. In: Apostila de Fundamentos em Cartografia -- Curso de Especialização em Geoprocessamento, LAGEOP/UFRJ, Rio de Janeiro. 1999. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília, 1999. 412 p. EMBRAPA, satélites de monitoramento. Obtida via Internet. www.sat.Cnpm.Embrapa.br. 2004. GARCIA, G.J. Sensoriamento remoto: Princípios e Interpretação de Imagens. Nobel, São Paulo, 1982. GRANELL-PÉREZ, M. Del Carmen. Trabalhar geografia com as cartas topográficas. Ijuí: Ed. Unijuí, 2001 – 128 p. HAY, A. M. The derivation do global estimates from a confusion matrix. International Journal of Remote Sensing, v.9 n.8 p.1395-8,1988. HENDERSON, F. M. Effects os interpretation tecchiques on land-use maping accuracy. Phogrammetric Engineering and Remote Sensing. Virgínia, 46 (3): 359 – 368, 1980. INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS - Apostilha do curso - Spring 3.3 - (versão Windows).São José dos Campos-SP, INPE, 1999. INSTITUTO NACIONAL DE PESQUIDAS ESPACIAIS (INPE) – Cadernos Didáticos, obtidos via Internet. http://www.inpe.br, 2004. IPOLITI-Ramilo, G.A. Imagens TM/Landsat-5 da época de pré-plantio para a previsão da área de culturas de verão. São José dos Campos, SP: INPE, 1999.189 p. (Dissertação de Mestrado em Sensoriamento Remoto) – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos. JENSEN, John R. Introductory digital image processing: A remote sensing perspective. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice-Hall, 1986. 486p. JOLY, F. A cartografia. Campinas: Papirus, 1990. 136p. JORGE, L. A. Blanco & SARTONI, Maurício Scosatto. Uso do solo e análise temporal da ocorrência de vegetação natural na fazenda experimental Edgardia, em Botucatu-SP, Revista Árvore, (on-line).Set/out. 2002. Vol.26, n.5 (Citado em 28 de janeiro 2004), p..585-592. disponível em Word wide web: > http://scielo.br/scielo. JÚNIOR, Ermírio de B. Silva, Avaliação multitemporal da atividade antrópica na região de Santa Lúzia-PB com o uso de geoprocessamento. Tese de mestrado - UFPB, Areia – PB, 2000. KOFFELER, Natálio F. Uso das terras da bacia do Rio Bauru (SP): situação atual e potencialidade agrícola. Mimesis, Bauru, v.17 n.1, p.99 – 125, 1996. 78 LANDAU, E.C. Caracterização da ocupação da paisagem como subsídio para a elaboração do Plano de Manejo de Uso do Solo no Município de Lagoa da Prata – MG. In: Análise Integrada do Meio Ambiente – Lagoa da Prata – MG. Publicação em CD-ROM, Belo Horizonte, UFMG/PMLP. LOCH, Carlos. A interpretação de imagens áreas: Noções básicas e algumas aplicações nos campos profissionais.Florianópolis: Ed; UFSC, 4a edição, 2001. LOCH, Carlos. Monitoramento global integrado de propriedades rurais a nível municipal utilizando técnicas de sensoriamento remoto.Florianópolis: Ed.da UFSC. 1990 136 p. LOPES ASSAD, Maria Leonor; HAMADA, Emília; CAVALERI, Adriana.Sistema de informações na avaliação de terras para agricultura. In: ASSAD, Eduardo.Delgado; SANO, Edson. Eyji. Sistema de Informações Geográficas. Aplicações na Agricultura. 2a ed. Brasília-DF: Embrapa – SPI / Embrapa – CPAC, 1998. p.191-232. LUCHIARI, Ailton. Identificação da cobertura vegetal em áreas urbanas por meio de produtos de sensoriamento remoto e de um sistema de informação geográfica.Revista do Departamento de Geografia/,São Paulo, v.1 n.14, p.47 – 58, 2001. LUMMERTS, Fábio Bauermann. Aspectos de hidráulica subterrânea na área da grande João Pessoa (PB). Recife, 1977. (Mestrado em Geociências) – Universidade Federal de Pernambuco. MA, Z.; REDMOND, R.L. Tau coefficients for accuracy assessment of classification of remote sensing data. Photogrammetric Engineering and Remote Sensing, v. 61n.4, p.4539,1995. MABESSONE, J.M. Revisão geológica da Faixa sedimentar Costeira de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, e do seu Embasamento. UFPE, FINEP; 1997. MASCARENHAS, N.D. A; VELASCO, F.R.D. Processamento de imagens. São José dos Campos, SP: INPE, 1984, 315p. MARTINS, I. C. de M. et al. Diagnóstico ambiental no contexto da paisagem de fragmentos florestais naturais “Ipucas” no município de Lagoa da Confusão, Tocantins. Revista Árvore.(on-line).Maio/jun. 2002, vol.26, n.3 (Citado 28 de janeiro 2004) p.299309. Disponível na Word wide web:> http://scielo.br/scielo. MASSOUD, F.I. The use of satellite imagery in detecting and delineating salt affected soil. In: Pedoligie teledetection, 1 Italie, 1977. p.77-84. MATIAS, L.F. Sistema de informações geográficas (SIG): ainda a questão de método.São Paulo, 2001(Tese de Doutorado em Geografia) DG/FFCH/USP. NATIONAL AERONAUTICS AND SPACE ADMINISTRATION – NASA . Landsat Data User Handbook.( NASA domument 765 & 54258) Goddar Space Flight Center, Washington DC. Maryland, 1976. NATIONAL AERONAUTICS AND SPACE ADMINISTRATION – NASA. Landsat 7 Data User Handbook. 2004. Obtida via Internet. http: www.gsfc.nasa.gov/AIS/handbook_toc.html. 79 UNITED STATES GEOLOGICAL SURVEY(USGS) – Landsat 4 Data Users handbook, Alexandria, V.A.,1984. MELO, Antonio Sérgio Tavares de. RODRIGUEZ, Janete Lins. Paraíba: desenvolvimento econômico e a questão ambiental. João Pessoa: Editora Grafset, 2004. 164 p. MOLION, Luiz Carlos Baldicero; BERNARDO, Sergio de Oliveira. Uma Revisão da Dinâmica das Chuvas no Nordeste Brasileiro.Revista Brasileira de Meteorologia, BrasíliaDF, v.17, n. 1, 2002. MOREIRA, Maurício Alves.Fundamentos do sensoriamento remoto e metodologias de aplicação. 2a ed. – Viçosa: UFV, 2003. 307 p. MENEZES, P.Roberto; NETTO, J da S. Madeira (Orgs). Sensoriamento Remoto: Refletâncias dos alvos naturais – Brasília – DF: Unb: Planaltina: Embrapa Cerrados, 2001. NEVES, S.M. Análise Geo-ambiental do Litoral Sul da Paraíba: Pitimbú-Caaporã. Recife. 1993.137 p. (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal de Pernambuco. NOVO, Evlyn M. L. de Moraes. Sensoriamento Remoto - Princípios e Aplicações. 2ª edição. São Paulo: Editora Blücher Ltda, 1992. 308 p. OLIVEIRA, C. de. Curso de cartografia moderna. Rio de Janeiro: IBGE, 1988. 152p. PACHÊCO, A. P. Aplicação Multitemporal de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento à Mata do Zumbi. In: Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitário, 2000, FLORIANPOLIS. COBRAC 2000. FLORIANPOLIS: COBRAC 2000, v. 1. p. 70-79. PACHÊCO Admildson Penha; RIBAS, Nilton de Souza. Sensoriamento Remoto aplicado ao Uso da Terra. Revista Geodésia (on-line) Abril/1998. PEREIRA, R.S. Quantificação e distribuição espacial do uso da terra, com imagem TM 5, no município de Guaíba – RS, em 1984. Santa Maria, 1986.(tese de Mestrado em Engenharia Agrícola) – Universidade Federal de Santa Maria. PIROLI, Edson Luiz; BECKER Elsbeth Leia Spode; BOLFE Edson Luiz. Análise do uso da terra na microbacia do Arroio do Meio – Santa MARIA – RS, por meio sistema de informações geográficas e imagem de satélite.Revista Ciência Rural, (on-line) Maio/Jun.2002, vol.32 n.3 (citado 28 de janeiro 2004) p.407-413. Disponível na Word wide web> http://scielo.br/scielo. PONTES, Marco A. G. Gis e geoprocessamento – apostilha do curso de topografia – Sorocaba – SP. Faculdade de engenharia de Sorocaba (FACENS), 2001, 20 p. RAMOS, C. R. de Lima. Classificação dos solos do semi-árido paraibano através de imagens MSS - LANDSAT - Tese de Mestrado do CCA/UFPB, Areia - PB. 1983. ROBINSON A.H.; Elements of Cartography.6a ed. Ed. John Wiley & Sons Inc. - New York,1995, 674 p. 80 ROCHA, M. Comparação de medidas de áreas de desmatamento em imagens MSS do Landsat, através do restituidor analítico Plnicomp-C 100 com outras fontes de informações. Curitiba, 1984. 112 p. (Dissertação de Mestrado) Universidade Federal do Paraná. ROSA, R. Introdução ao sensoriamento remoto.Uberlândia: Edufu, 1995. 117p. ROSSI, Jurandir L. Sanches. Geografia do Brasil. São Paulo: Ed. USP, 1995. SANO, Edson Eyji; ASSAD, Eduardo Delgado; ORIOLI, Álvaro Luiz. Monitoramento da ocupação agrícola. In: Sistema de informações geográficas. Aplicações na agricultura. ASSAD, E.D.; SANO, E.E. – 2 ed. – Brasília : Embrapa –SPI /Embrapa-CPAC,1998. p. 179-190. SANO, Edson Eyji; Eduardo Delgado; ASSAD; Moreira, Lucimar; MACEDO, Jamil. Estruturação de dados geoambientais no contexto municipal. In: ASSAD, Eduardo.Delgado; SANO, Edson. Eyji. Sistema de Informações Geográficas. Aplicações na Agricultura. 2a ed. Brasília-DF: Embrapa – SPI / Embrapa – CPAC, 1998. p.139-158. SANTOS, J. A; MOREIRA, M. de F. R. Algumas Considerações sobre a Paisagem Natural em Trechos do Município do Conde, Paraíba (Estudos dos Aspectos Naturais) In. SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA, 9 2001, Recife. Resumos...Recife: UFPE, 2001. SECRETARIA EXTRAORDINÁRIA DO MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS E MINERAIS – SEMARH – Monitoramento das chuvas de janeiro a dezembro de 2004. Obtida via Internet. (Acessado em 21/01/2005). http:www.pb.gov.br,2005. SECRETARIA EXTRAORDINÁRIA DO MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS E MINERAIS – SEMARH – Climatologia da precipitação acumulada de Janeiro a março de 2005. Obitda via Internet. (Acessado em 10/03/2005). http:www.pb.gov.br, 2005. SILVA, Antônio Macena da; ASSAD, Eduardo Delgado. Análise espaço-temporal do potencial hídrico. In: Sistema de informações geográficas. Aplicações na agricultura. ASSAD, E.D.; SANO, E.E. – 2 ed. – Brasília : Embrapa –SPI /Embrapa-CPAC,1998. p. 273-309. SOKOLONSKI, Helge Henriette (Coord.). Manual técnico de uso da terra. Rio de Janeiro: IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, Primeira Divisão de Geociências do Nordeste, 1999. 58 p. TEOTIA, Harendra Singh et al. Classificação da cobertura vegetal e capacidade de uso da terra na região do Cariri Velho (Paraíba), através de sensoriamento remoto e geoprocessamento. In: Anais XI SIMPÓSIO BRASILEIRIO DE SENSORIAMENTO REMOTO, Belo Horizonte, 05 – 10 abril 2003, INPE, p.1969 – 1976. Obtida via Internet. http: www.inpe.gov.br, 2003. 81 THUM, A. Brill; MADRUGA P.R. de Azambuja. Uso de Sistema de Informações Geográficas (SIG) na determinação das potencialidades de zonas propícias a criação de áreas de proteção ambiental (APAs).Revista Faculdade de Zootecnia.Uruguaiana, v.5/6, n.1, p.103 – 107, 1998/99. VALÉRIO FILHO, M.;DONZELI, P.L.;PINTO, S dos A.f.,et al. Monitoramento da dinâmica do uso agrícola e vegetação natural em microbacias hidrográficas através de técnicas de sensoriamento e geoprocessamento. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 26, 1977, Rio de Janeiro, RJ. Anais Rio de Janeiro: SBCS. Publicado em CD ROM. 82 APÊNDICE 83 APÊNDICE A – Proposta de zoneamento geográfico Como recomendação para uma ação prática sugerimos a promoção de um zoneamento das áreas geográficas caracterizadas pela peculiar situação topográfica e de ocupação humana existente, assim como pelos princípios da preservação da paisagem. 1a - Áreas: porção sul e sudeste - Possuem relevo acidentado com pequenas bacias de drenagem, as praias são pequenas.Possuem cobertura vegetal de porte, promovendo um litoral recortado de intensa beleza paisagística. São unidades de paisagem extremamente características que identificam o Litoral sul baixas densidades ocupacionais. As áreas são as praias de Carapibus, Tabatinga, Coqueirinhos, Tambaba. 2a - Área: Orla norte e porção norte - São áreas planas de frente ao mar, de fácil apropriação, cortadas pelas rodovias BR-101, PB-018 e PB-008 de ocupação intensa e elevados índices de área construída. São áreas extremamente valorizadas pela maior facilidade de ocupação, infra-estrutura e conforto urbano. Área com reduzidas características de preservação da paisagem.é formada pelas praias de Jacumã e Barra de Gramame. 3a - Área: do interior - São áreas das várzeas, fundo dos vales de planícies litorâneas e escarpas das áreas do planalto costeiro. Tradicionalmente ocupadas por comunidades locais de nativos e assentamento de migrantes que constituem a população de apoio e prestação de serviços nas áreas de Orla. São áreas de importância secundária e pouco significado econômico, são relevantes para o turismo ecológico e valorização da paisagem, pois, nesses fundos de vales encontram-se importantes elementos de atração turística como cachoeiras, bosques característicos, trilhas e picos. Sua ocupação atual, via de regra espontânea e desorganizada e controlada pelo município através da localização e sem nenhuma infra-estrutura de equipamentos institucionais e de serviços e melhoria urbana, bem como sem nenhum o incentivo econômico. Em função dessas características de sua ocupação atual e para reordenamento de seu processo de expansão, bem como de suas aptidões econômica, e da preservação de seus ecossistemas e meio ambiente, dos programas de interesse social, e ainda pela concentração racional das atividades de comércio e serviços, das áreas descritas proponho a criação de áreas subdivididas em zonas definidas em função do zoneamento geográfico citado anteriormente. 84 APÊNDICE B – Procedimentos para classificação da imagem Passo – criar um arquivo de contexto. Ativar o banco de dado e projeto que contém a imagem para classificar. Ativar um PI imagem e desenhar na tela ativa. Clicar em Imagem e selecionar Classificação. Clicar em Diretório para informar onde será criado o arquivo de contextos. Clicar em Criar... A janela “criação de Contexto” será apresentada. Selecionar em que tipo de Análise: Pixel ou Região. Como a opção é pixel , basta clicar sobre as bandas a serem utilizadas. Clique em executar para gravar o arquivo de contexto. ETAPAS NO SPRING: Executar o treinamento: deve ser feita a aquisição de amostras sobre a imagem visualizada na Tela 1. Executar a classificação: a partir das amostras de treinamento adquiridas e das bandas selecionadas. PROCEDIMENTO: 1. Elaborar e visualizar composição colorida na Tela 1: RGB = 543 2. Classificação da imagem [IMAGEM] – [CLASSIFICAÇÃO] Treinamento: Fornecer nome do Tema (classe de informação: Água, Uso da Terra e Vegetação). Escolher cor de cada tema; Criar. Observe que o tema é apresentado na lista de Temas Selecionar tipo de Aquisição para coleta de amostras (o tipo teste serve apenas para análise e não é usado na classificação). As amostras serão obtidas editando-se na tela no modo Poligonal. ⇒ Aquisição Poligonal: . Desativar cursor de área e ativar Edição - Criar LF (=Linha Fechada) Clicar sobre a área correspondente à classe para qual se pretende adquirir a amostra - cada clique representa um vértice do polígono; . Clique no BD (botão direito) do mouse para fechar o polígono; Clique em Adquirir. Repetir as etapas acima para criar outros temas e outras amostras. Procure incluir dentro das amostras somente pixels que correspondam ao tema em questão. Adquira 5 amostras para um mesmo tema. Tem-se que quanto maior o número de amostras, bem definidas, mais precisa será a classificação para o tema; . Clique em Salvar para armazenar as amostras e temas definidos. Classificação: Criar um nome para a imagem classificada Escolher o Classificador: MAXVER Limiar de aceitação: 95% Classificar a imagem. 85 APÊNDICE C – Lista de siglas APA Área de Proteção Ambiental CAD Computer Aided Design CPAC EMBRAPA Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ERSTS Earth Resources Technology Satelite ETM + Enhaced Thematic Mapper Plus GPS IBGE IMPIMA INPE INMET IPLOT MAXVER Sistema de Posicionamento Global Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico Módulo do Programa Spring Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Instituto Nacional de Meteorologia Módulo do Spring Máxima Verossimilhança MNT Modelo Numérico de Terreno MSS Multiespectral Sscanner Subsytem NASA PI National Aeronautic and Space Administration Plano de Informação SEMARH-Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Minerais SIG Sistema de Informações Geográficas SGI/INPE-Sistema de Informações Geográficas desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. SIGDER-Sistema de Informações Geográficas-Departamento de Engenharia Rural-UFSM SPRING Sistema de Processamento de Informações Georeferenciadas SCARTA Módulo do Spring SUDENE Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste RBV Return Bean Visdicon REM Radiação eletromagnética TM UTM USGS ZCIT Thematic Mapper Universal Transversa de Mercator Unites States Geological Survey Zona de Convergência Intertropical 86 Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo