- 1 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
- 2 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
VIII
CONGRESSO NACIONAL CIENTISTAS EM AÇÃO
Centro Ciência Viva de Estremoz
Pólo de Estremoz da Universidade de Évora
4, 5 e 6 de abril de 2013
Comissão Organizadora:
Coordenação Pedagógica – Carla Sofia Pacheco
Acompanhamento Científico e receção de resumos – Vânia Silva
Produção – Susana Campos
Webdesign – Eduardo Pereira
Colaboradores – Equipa CCVEstremoz: Alexis Soares, Alice Carretas, Cristina Brito,
Filipa Sousa, Florbela Cebola, Fábio Amaral, Inês Pereira, João Correia, João Paulo
Maneta, Patrícia Pereira, Patrícia Coimbra, Rute Canhoto e Sandra Espada
Comissão Científica:
Professor Doutor Galopim de Carvalho – Museu de História Natural
Professor Doutor Rui Dias – Centro de Geofísica de Évora, Escola de Ciências e
Tecnologia da Universidade de Évora (ECTUÉ), Laboratório de Investigação de
Rochas Industriais e Ornamentais, Centro Ciência Viva de Estremoz
Professora Ana Basaloco – Serviços de Educação do Município de Estremoz
Professora Maria Antónia Parrulas – Agrupamento de Escolas de Estremoz
Engenheiro Jorge Canhoto – Biofísico
Professora Teresa Fernandes – Departamento de Biologia da ECTUÉ
Professora Vanda Messenário – Escola Secundária de Estremoz
Professora Manuela do Pomar - Escola Secundária de Estremoz
Professor Doutor António Ribeiro – Sociedade Geológica de Portugal
Mestre Noel Moreira – LIRIO, CCVEstremoz
Professor Doutor Bento Caldeira – Departamento de Física da ECTUÉ
Professora Helena Adão - Departamento de Biologia da ECTUÉ
Mestre Isabel Leal Machado – ECTUÉ, CCVEstremoz
Mestre Carla Sofia Pacheco – CCVEstremoz
Comunicadora de Ciência Vânia Silva – CCVEstremoz
Comissão de Honra:
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Estremoz – Francisco Ramos
Delegada Regional de Educação do Alentejo – Maria Reina Martín
Diretor Executivo do Centro Ciência Viva de Estremoz – Rui Dias
Diretor da Escola de Ciências e Tecnologia da Univ. Évora – Mourad Bezzeghoud
- 3 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
- 4 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
ÍNDICE
Nota de Apresentação
PRÉMIO GALOPIM DE CARVALHO – 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico
Quem é o Cientista? – Prof. Galopim de Carvalho
10
O VIDRO E A AREIA
12
“A Ciência de um carrinho de rolamentos”, Centro Educativo Alice Nabeiro
15
“Batata energética”, E.B. de Pias
17
“A espuma colorida”, E.B. de S. Mamede
18
“Fumaça controlada”, E.B. de Pias
19
“Planar sobre a água”, E.B. de Pias
20
“Vitamina C o antioxidante????!!!!”, E.B. 2, 3 de Santa Clara
21
“Poceirão, uma terra de charcas!”, E.B. José Saramago
23
“À descoberta do som com os VipM”, Centro Educativo Alice Nabeiro
25
“Sólido ou líquido?”, E.B. de S. Mamede
27
“Aves migratórias e alterações climáticas, Ornitologia e clima”, Centro Educativo Alice Nabeiro
28
“O Balão mágico”, E.B. de S. Mamede
31
“A poluição luminosa”, Centro Educativo Alice Nabeiro
32
“Água um bem precioso e escasso”, E.B. 2,3, da Galiza
35
“A Ciência de um bom café”, Centro Educativo Alice Nabeiro
36
PRÉMIO DÉODAT DOLOMIEU – 3.º Ciclo do Ensino Básico
Quem foi o Cientista? – Déodat Dolomieu
39
“Olhando para o interior da Terra... o nosso planeta não é uma esfera oca!”,
E.B. José Saramago
40
“Porque razão é que um pacote de leite aberto azeda na dispensa e não azeda no
frigorífico?”, Colégio de S. Tomás
42
- 5 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Porque razão as ventoinhas eólicas são dobradas nas pontas?”, Colégio de S. Tomás
44
“A máquina do tempo”, Centro Educativo Alice Nabeiro
45
“Qual a força que faz com que os vidros adiram?”, Colégio de S. Tomás
48
“Como se forma um tsunami”, E.B. Conde de Vilalva
50
“Serra de Mangues – um nova icnojazida do Jurássico superior que revela uma elevada
diversidade biológica”, E.B.1 Dr. Joaquim de Barros
51
“Simulação de um sismo e de um tsunami”, E.B. Conde de Vilalva
53
“História de quase tudo - Jogo interativo de exterior”, Centro Educativo Alice Nabeiro
54
“A Solubilidade de sais em água e Reações de precipitação que ocorrem na Natureza”,
E.B. de Santa Bárbara
56
PRÉMIO ANTÓNIO RIBEIRO – Ensino Secundário
Quem é o Cientista? – Prof. António Ribeiro
60
Da Deriva Continental de Wegener (1912) à moderna geodinâmica global
61
“Ecotoxicologia: O impacto do Homem no Ecossistema”, Externato Infante D. Henrique
63
“Por que razão algumas curvas nas estradas são inclinadas?”, Colégio de São tomás
65
“À procura do Radão”, Escola Secundária de Loulé
68
“7tor Green – Central Termoelétrica com processo de Cogeração Climatização de
estufa agrícola”, Externato Infante D. Henrique
70
“Por que razão o mar brilha à noite?”, Colégio de São tomás
71
“Eco-Wash”, Externato Infante D. Henrique
73
“Ubiquidade dos fungos em locais inesperados”, Centro de Estudos de Fátima
74
“Electric phormidium”, Escola Secundária c/3º. Ciclo Romeu Correia
76
- 6 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Nota de Apresentação
As ciências e as tecnologias atingiram nos dias de hoje, um papel extremamente importante
na sociedade. Torna-se fundamental que os cidadãos criem e desenvolvam hábitos e
competências no campo das ciências experimentais e das tecnologias, áreas por excelência,
onde se manuseiam materiais, aprendem técnicas e se verifica como os processos naturais
se desenvolvem. As atividades práticas tendem, atualmente, a ocupar um lugar de destaque
e insubstituível, reclamando um espaço próprio nos currículos de ciências. A sua utilização é
vista cada vez mais, como uma estratégia importante e necessária de ensino-aprendizagem.
Por outro lado, tendo em vista a importância fundamental da troca de experiências e ideias
entre as pessoas, a sua discussão e a importância fundamental do poder reconhecer-se que
afinal podemos estar errados, sem que isso constitua um problema, surgiu no ano letivo de
2005/2006 a 1º edição do que é atualmente o "Congresso Nacional Cientistas em Ação.
Pretende-se com o Congresso Nacional “Cientistas em Ação” desenvolver o contato e a troca
de ideias entre cientistas, os alunos e professores, promovendo a colocação dessas ideias à
observação dos outros, podendo admitir-se que se está errado... no âmbito da divulgação e
partilha da cultura científica e tecnológica. Com âmbito nacional, pretende-se também
promover o espírito científico dos jovens, através da realização e desenvolvimento de
projetos científicos nos quais o ensino experimental das ciências se revela como uma
prioridade.
O presente Livro de Resumos, está organizado em três capítulos, correspondente aos três
prémios de dia 4, 5 e 6 respectivamente:
- Prémio Galopim de Carvalho, (1.º e 2.º Ciclo do Ensino Básico);
- Prémio Dolomieu, (3.º Ciclo do Ensino Básico)
- Prémio António Ribeiro, (Ensino Secundário)
A Comissão Organizadora.
- 7 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
- 8 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
VIII Congresso Nacional Cientistas em Ação
PRÉMIO GALOPIM DE CARVALHO
1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico
- 9 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
QUEM É O CIENTISTA?
Professor Doutor
Galopim de Carvalho
António Marcos Galopim de Carvalho é natural de Évora, onde nasceu em 1931. É
licenciado em Ciências Geológicas pela Universidade de Lisboa (1959) e doutorado em
Geologia pela mesma Universidade (1969) e jubilou-se como professor catedrático, em
2001. Dirigiu vários projectos de investigação nas áreas da Geologia Marinha
(Sedimentologia) e da Paleontologia e Paleobiologia dos Dinossáurios. Foi director do
Museu Mineralógico e Geológico da Universidade de Lisboa (1983-1993) e do Museu
Nacional de História Natural da mesma universidade (1993-2003). Foi colaborador, a título
gracioso, dos Serviços Geológicos de Portugal, na feitura de Cartas Geológicas de Portugal,
na escala 1:50 000, e do Serviço de Fomento Mineiro, na prospecção e estudo de areias e
argilas especiais. Entre 1965 e 1980 leccionou no Instituto de Geografia da Faculdade de
Letras de Lisboa
Como
domínio
de
investigação
científica,
trabalhou,
sobretudo,
no
binómio
Geomorfologia e Sedimentologia das Bacias Cenozóicas
Nos últimos vinte anos tem desenvolvido actividade no sentido da salvaguarda e
valorização do Património Geológico e Paleontológico Nacional
Assinou cerca de 300 títulos, entre artigos científicos, de divulgação científica e de
opinião.
Como livros no domínio da literatura científica e pedagógica publicou:
1971 - Briozoários do Terciário Português, edição do Centro de Estudos de Geologia da
F.C.U.L.
1977-78 – Geologia, Vols. I, II e III, edição do Ministério da Educação (Ano Propedêutico).
1980 – Geologia, Volume I – A Terra, em colaboração com G. Pereira, J. Brandão, O.
Vau e P.Baptista, Livraria. Popular Francisco Franco, Lisboa.
- 10 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
1981 – Vol. II – Geodinâmica, idem, idem.
1989 – Dinossáurios, edição da Soc. Portuguesa de Ciências Naturais, Colecção Natura.
1991 – A Vida e Morte dos Dinossáurios, em colaboração com Nuno Galopim de
Carvalho, Gradiva.
1991 – Geologia do Arquipélago da Madeira, em colaboração com J. Brandão, Edição do
Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa.
1994 – Dinossáurios e a Batalha de Carenque, Editorial Notícias.
1995 – Mineralogia e Cristalografia, edição da Universidade Aberta.
1996 – Morfogénese e Sedimentogénese, idem.
1997 – Petrogénese e Orogénese, idem.
2000 – Guadiana Antes de Alqueva, edição da Direcção Geral do Ambiente, Évora.
2000 – Introdução ao Estudo dos Minerais, com uma 2ª edição em 2002, Âncora Editora.
2002 – Introdução ao Estudo do Magmatismo e das Rochas Magmáticas, Âncora Editora.
2002 – Dinossáurios – Uma Nova Visão, em colaboração com J. P. Barata e Vanda
Santos, Âncora Editora.
2003 – Geologia Sedimentar, Volume I, Sedimentogénese, Âncora Editora.
2004 – Geologia Sedimentar, Volume II, Sedimentologia, Âncora Editora.
2006 – Geologia Sedimentar, Volume III, Rochas Sedimentares, Âncora Editora.
2007 – Como Bola Colorida, Âncora Editora
No prelo - Dicionário de Geologia, Âncora Editora
No domínio da literatura de ficção publicou:
1993 - O Cheiro da Madeira, 1993, Editorial Notícias, mais duas edições em 1995 e 2002,
Âncora Editora.
1995 - O Preço da Borrega, Editorial Notícias.
1997 - Os Homens Não Tapam as Orelhas, Editorial Notícias.
2002 - Com Poejos e Outras Ervas, Âncora Editora, reeditado pelo Círculo de Leitores em
2004.
2008 - Fora de Portas, Memórias e Reflexões, Âncora Editora.
No prelo – Conversas com el-rei de Portugal, Âncora Editora.
No prelo – Quem foi quem nas ciências geológicas
- 11 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
O VIDRO E A AREIA
Naquela manhã, o Domingos, a Francisca e o Mateus, esquecendo o que a mãe
sempre recomendava, levantaram-se da mesa do pequeno-almoço e não levaram, para a
cozinha, os copos em que tinham bebido o leite. Correram para a rua, onde os esperava a
carrinha que, todos os dias, os levava para a escola.
A mãe saiu logo a seguir, a correr a caminho do emprego, e, assim, os três copos ali
ficaram esquecidos, com todo o tempo para fazerem o que costumam fazer sempre que não
há ninguém a observá-los, isto é, conversarem uns com os outros. Foi então que o copo do
Domingos, maior e mais experiente do que os outros, começou por lhes perguntar:
- Vocês, por acaso, sabem como apareceram aqui?
- Eu sei – respondeu o copo da Francisca. – Estávamos numa prateleira do
supermercado, quando a mãe dos nossos meninos nos tirou de lá e nos trouxe para aqui.
- E tu, como é que cá chegaste? – Quis saber o copo do Mateus, virando-se para o
do Domingos.
- Eu já cá estou há muito tempo. Dei de beber ao pai deles e, uma vez, por pouco,
não me parti, quando o Domingos me deixou cair desta mesa para baixo. O que me valeu foi
o chão ser de madeira.
Ao centro da mesa, muito interessada a ouvi-los, estava uma bonita jarra, também
ela de vidro, que resolveu entrar na conversa, dirigindo-se ao mais sabichão:
- E tu, já que sabes tanto, sabes como foste feito?
Perante o silêncio que teve como resposta, a jarra dispôs-se a contar-lhes a história
das suas vidas, começando por dizer:
- Se vocês forem para o campo, em muitos sítios do Alentejo, das Beiras, do Minho
ou de Trás-os-Montes, vêem e pisam uma rocha muito dura, mas que, às vezes, se desfaz
(esboroa) debaixo dos pés ou entre os dedos das mãos. É uma rocha que toda a gente
conhece e a que se dá o nome de granito.
Neste ponto da história, achou por bem explicar:
- Dá-se-lhe o nome de granito porque é feita de grãos de umas coisinhas a que se
chama minerais. Entre esses minerais, há dois que é preciso conhecer para se contar o
resto da história.
- Quais são? – Interrompeu, muito entusiasmado o copo mais crescido.
- São o quartzo e o feldspato, precisamente, os dois minerais mais abundantes à
superfície da Terra. Repitam comigo: quar tzo e fel ds pa to.
- Quar tzo e fel ds pa to. - repetiram eles, a um voz.
- 12 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Agora é preciso muita atenção – continuou a narradora.
- Os feldspatos são como aquelas pessoas que mal saem à rua, constipam-se logo.
Não resistem às acções do tempo. Apodrecem e transformam-se em argila, um pó muito
fininho de que é feito o barro.
-E o quartzo? Também é, assim, tão lingrinhas? – Perguntou o copo da Francisca.
- Não – disse a jarra. - O quartzo é um valentão. Resiste à chuva e ao sol, ao calor e
ao frio. Nada o destrói. – E continuou:
- Desfeito o feldspato, os grãos de quartzo ficam soltos e, assim, a chuva arranca-os
e arrasta-os até aos rios que, por sua vez, os levam para o mar. Uns ficam pelo caminho,
nas margens dos rios, fazendo parte das terras de aluvião, outros acumulam-se no litoral,
onde formam as praias, praias que fornecem as areias que o vento sopra para fazer as
dunas.
- E depois? – Perguntou o copo mais crescido, maravilhado com esta verdadeira
lição.
- Depois – continuou a jarra – É preciso dizer que a única coisa que acontece aos
grãos de quartzo é ficarem redondinhos e muito brilhantes de tanto rolarem, primeiro no
fundo dos rios, quilómetros e quilómetros, e, depois, nas praias batidas constantemente
pelas ondas em rebentação, num vaivem sem fim.
E depois? – Interessou-se o copo do Mateus.
Depois, é que vem o resto da história – disse a jarra, olhando em redor para se
certificar não haver ali ninguém que os surpreendesse naquela longa conversa. – Querem
ouvir?
- Quereeeeeeemos! – Gritaram os três copos, ao mesmo tempo.
- Então oiçam, muito caladinhos. Os homens antigos descobriram que a areia
colocada num forno muito quente, se derretia como manteiga. Descobriram ainda, que
assim podiam fazer frascos, copos, garrafas e jarras como eu. Mais tarde aprenderam a
fabricar vidros para as janelas, para as montras das lojas, lentes para os óculos e muitas
outras coisas. E agora querem saber mais?
- Quereeeeeeeemos – gritaram de novo.
- Então prestem muita atenção! Se a areia for muito branquinha, quase só com
grãozinhos de quartzo, fazem um vidro sem cor e que deixa ver o que estiver atrás dele,
como vocês e eu. Já agora – interrompeu ela o discurso – quem é que sabe como se chama
uma coisa que deixa ver o que está atrás dela?
- Sei eu! – Exclamou, todo contente, o sabichão do copo do Domingos. - Chama-se
transparente.
- 13 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
- Muito bem! – Elogiou a jarra.
- Mas há garrafas verdes - lembrou o copo do Mateus.
É verdade – confirmou a jarra. – Umas são verdes, outras são como nós e outras são
castanhas. Há vidros de muitas cores. Se a areia tiver impurezas ou se lhe juntarmos certas
substâncias, o vidro já não fica transparente e sem cor, como nós,
E eu a julgar que a areia só servia para os meninos brincarem na praia. – Disse um
dos copos.
- Não! – Exclamou a jarra. – Também serve para fazer cimento, loiça, plásticos e
borracha. Serve, ainda, para temperar e enformar o ferro e para fabricar produtos químicos
e farmacêuticos. E por hoje já chega. Se quiserem aprender mais coisas, arranjem maneira
de ficar aqui sobre a mesa, ao pé de mim. Se não, vão ser arrumados numa prateleira
qualquer, longe de mim e eu fico aqui sozinha sem ter com quem conversar.
- 14 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“A ciência de um carrinho de rolamentos”
1
1
Rafael Pepê , João Cruz & Carlos Pepê
2
1-Alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
2-Docente da oficina de ciência do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
Finalidade:
- Reconhecer a mecânica de um carrinho de rolamentos
- Descoberta da aplicação de forças de forma prática
- Identificar as diferentes formas de deslocação aplicando a gravidade em descida e movimentos
serpenteantes em zonas planas
- Comparar o movimento do carrinho em zonas planas com o movimento de uma bicicleta que possui
rodas dentadas e correntes
- Aprofundar o conhecimento sobre forças com o estudo das 3 leis da força de Newton.
Conteúdos:
- Leis do movimento de Isaac Newton
- A força da gravidade
- Mecânica
Material:
- Carrinho de rolamentos (Esy Roller)
- Caixa de engrenagens
- As forças (livro / enciclopédia científica)
- Capacete e luvas
Resumo:
- 15 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
A ciência de um carrinho de rolamentos com o eixo da frente articulado e com uma só roda foi
descoberta após o Rafael receber esta prenda no dia do seu aniversário. Os adultos pensavam que a
viatura nova servia para descer rampas e caminhos inclinados mas na primeira abordagem ao
descobrir que o eixo da frente era articulado, rapidamente percebeu que o mesmo também consegue
seguir marcha quebrando a inercia mesmo em superfícies planas. Este foi o início deste projeto que
foi posteriormente acarinhado pelo CEAN onde foram desenvolvidas atividades de enriquecimento
dos conteúdos descobertos pelo Rafael. Estudámos engrenagens e viaturas com engrenagens e
descobrimos as três leis de Newton. O João Cruz e o Rafael dedicaram algum do seu tempo a
descobrir quem foi Isaac Newton e a aplicarem as suas leis do livro Principia ao movimento do Esy
roller. O movimento serpentante utiliza a deslocação lateral para quebrar a inercia e deslocar um
“corpo” em superfícies planas. Descobriram ainda que é necessário aplicar mais força e rapidez de
movimentos, quanto mais inclinado era o plano onde o Esy roller se deslocava. Ao tentarem subir
ruas inclinadas descobriram que era necessário reforçar a intensidade e a distância percorrida era
menor.
- 16 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Batata energética”
1
1
David Susana , André Marques & Vítor Silva
2
1-Alunos do 6º ano do Agrupamento de Escolas Nº1 de Serpa
2-Docente do Agrupamento de Escolas Nº 1 de Serpa
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objetivo demonstrar, de uma forma extremamente simples, a
existência de energia nos alimentos em grandes quantidades. Por outro lado, permite evidenciar que
o alimento pode ser constituído por diferentes nutrientes e identificar diferenças entre a matéria
orgânica e a inorgânica.
Material:
- um fragmento de rocha (xisto);
-uma batata frita de pacote;
-um guardanapo de papel;
-uma pinça de madeira;
-fósforos;
-uma tina com água.
Método:
- coloca-se o guardanapo de papel estendido sobre a zona de trabalho;
- segura-se a rocha com a pinça e tenta-se provocar a combustão na mesma com um fósforo;
- repete-se a operação mas com uma batata frita em vez da rocha;
- como medida de segurança, se a combustão da batata se tornar muito violenta, deitá-la na tina de
água para se apagar rapidamente.
Verificação:
A rocha não arde. A batata frita vai arder facilmente e, com o decorrer da combustão, formam-se
umas gotas de gordura que caiem da batata sobre o guardanapo.
Conclusão:
A rocha apesar de ter energia, não se consegue provocar a combustão na mesma o que significa
que a energia que contém não se consegue libertar por combustão e possivelmente será pouca.
A batata, ao arder facilmente, liberta grandes quantidades de energia sob a forma de calor e luz.
Significa que a batata frita contém grande quantidade de energia. O líquido que cai em cima do
guardanapo é um lípido porque forma uma nódoa permanente e translúcida, significando que a batata
frita também contém lípidos.
Curiosidade: se tentarmos queimar uma batata sem estar frita esta não consegue arder devido à grande quantidade de água
que impede a combustão.
- 17 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“A espuma colorida”
1
1
1
1
2
Eduardo Martinho , Filipe Rodrigues , Mariana Farinha , Rita Rasga & Ofélia Maia , José Marchante
2
1-Alunos da Escola Básica de S. Mamede, 3º ano, turmas A e B.
2-Professores do 1º ciclo, da Escola Básica de S. Mamede
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objetivo demonstrar que a reação do bicarbonato de sódio com o
vinagre liberta um gás; o dióxido de carbono confirmando a sua existência.
Material:
- 8 copos (gobelés) de plástico
- 1 colher de café
- 1 colher de sopa
- 1 copo de medidas (graduado)
- Água
- Bicarbonato de sódio
- Vinagre
- Corantes alimentares (3 cores)
- Detergente da roupa
- 1 tabuleiro
Método:
- Medir 100 ml de água e colocar em cada um de 4 copos.
- Adicionar 3 colheres de sopa de bicarbonato de sódio a cada um dos 4 copos que têm a água.
- Mexer para dissolver o bicarbonato de sódio na água.
- Colocar estes copos de lado.
- Medir 100 ml de vinagre e colocar em cada um dos outros 4 copos.
- Juntar em cada um dos copos que contém o vinagre, 5 colheres de sopa de detergente da roupa.
- Mexer cuidadosamente para que a espuma não saia do copo.
- Adicionar uma colher de café de corante alimentar em cada um dos destes 4 copos.
- Mexer devagar.
- Colocar estes copos dentro de um tabuleiro.
- Agarrar nos copos com a solução de bicarbonato de sódio.
- Juntar estas soluções de bicarbonato de sódio às soluções de vinagre.
- Observar o que acontece.
Conclusão:
Esta experiência demonstrou que o ácido do vinagre (ácido acético) ao reagir com o bicarbonato de
sódio forma um gás chamado dióxido de carbono (CO 2) e alguma água. O dióxido de carbono
libertado pela reação, juntamente com o detergente, dá origem à espuma que sai para fora dos
copos.
- 18 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Fumaça controlada”
1
1
1
Carlos Borralho , Margarida Afonso , Maria Monteiro & Vítor Silva
2
1-Alunos do 6º ano do Agrupamento de Escolas Nº1 de Serpa
2-Docente do Agrupamento de Escolas Nº 1 de Serpa
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objetivo demonstrar o comportamento dos gases na atmosfera de
uma forma muito simples.
Material:
-uma folha de papel enrolada em forma de cone (tipo cartucho de castanhas), imitando uma chaminé;
-uma garrafa de água de 1,5 litros vazia com um pequeno buraco a 2/3 da sua altura;
-uma caixa de fósforos;
-tina com água.
Método:
- acende-se o fósforo e queima-se o cone de papel iniciando na base, procurando alguma
verticalidade durante parte da combustão;
- introduzir o “topo” do cone de papel no interior da garrafa através do buraco da mesma;
- procurar a introdução suficiente para se verificar a precipitação do fumo no interior da garrafa;
- Como medida de segurança, se a combustão da “chaminé” se tornar muito violenta, retirá-la e deitála na tina de água para se apagar rapidamente.
Verificação:
Na combustão inicial com a “chaminé” fora da garrafa, o fumo ascende na atmosfera (sobe). Quando
a chaminé tem a extremidade, onde sai o fumo, no interior da garrafa, verifica-se que grande parte do
fumo precipita para o fundo da garrafa.
Conclusão:
O fumo é constituído por gases que estão mais quentes que os gases da atmosfera envolvente, por
esse motivo têm uma densidade menor (“são mais leves”) e, assim, ascendem na atmosfera (sobem)
por serem menos densos.
Quando o fumo se encontra no interior da garrafa, forma-se uma pressão maior do ar envolvente
dificultando as trocas de posição entre os gases impossibilitando a normal ascensão do fumo por
diferença de densidade.
- 19 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Planar” sobre a água
1
1
1
Leonor Carapinha , Diogo Rodrigues e Daniela Carmona & Susana Braga Moreira
2
1-Alunos do 6º ano do Agrupamento de Escolas Nº1 de Serpa
2-Docente do Agrupamento de Escolas Nº 1 de Serpa
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objetivo demonstrar, de uma forma extremamente simples, a
existência da tensão superficial da água que permite o deslocamento de alguns seres vivos sobre a
mesma.
Material:
- um pequeno pedaço de papel cortado em forma de barco bidimensional (4-5cm por 2-3cm);
- um tabuleiro grande com água;
- conta-gotas com água;
- conta-gotas com detergente;
Método:
- coloca-se o pedaço de papel (barco) sobre a água;
- coloca-se uma gota de água sobre a água do tabuleiro junto à popa do “barco” (ré do barco);
- coloca-se uma gota de detergente no mesmo local onde se colocou a gota de água.
Verificação:
Quando se coloca a gota de água junto ao “barco”, este fica praticamente imóvel. Quando se coloca a
gota de detergente, o “barco” desloca-se imediatamente a alta velocidade.
Conclusão:
As moléculas constituintes da água formam uma camada superficial “tipo película” que está sob
tensão. Quando se coloca uma gota de água esta continua formada havendo apenas um pequeno
ajuste local. Quando se coloca o detergente sobre a água rompe-se esta tensão e há uma libertação
de energia. Esta energia obriga o “barco” a deslocar-se. Funciona como se fosse um elástico a
romper.
É sobre esta “película” que alguns insetos se deslocam na água.
- 20 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Vitamina C antioxidante ????”
1
1
1
1
Filipa Peixoto , João Domingues , João Rosmaninho , Sofia Batista & Ana Anjinho
2
1-Alunos da Escola Básica de Santa Clara, Évora
2-Docente da Escola Básica de Santa Clara, Évora
Finalidade:
Verificar se a vitamina C é ou não um bom antioxidante.
Observar o efeito da pastilha de Vitamina C e do sumo de limão na fruta cortada aos pedaços e
exposta ao ar.
Material:
- Vidros de relógio
- Pastilha de vitamina C
- Almofariz e pilão
- Sumo de limão
- Água
- Maçã, banana, pera, laranja
- Faca
- Conta gotas
Método:
- Cortamos cada fruta em 4 pedaços e colocamos um pedaço em cada vidro de relógio, exposto ao
ar.
- Fazemos 4 conjuntos de frutos diferentes (maçã, banana, pera, laranja) cortados em pedaços.
- Adicionamos 8 gotas de sumo de limão ao primeiro conjunto – pedaços de, maçã, banana, pera e
laranja;
- Ao segundo conjunto - pedaços de, maçã, banana, pera e laranja, adicionamos 8 gotas de água;
- Desfazemos a vitamina C no almofariz com …… (tal como nas indicações da bula) e colocamos 8
gotas desta solução em cada pedaço de fruta do terceiro conjunto;
- O quarto conjunto de pedaços variados de fruta fica apenas exposto ao ar e será o controlo.
Os terceiros pedaços ficam sem qualquer adição.
Conclusão:
Verificamos que a fruta não vai oxidar, ou seja, apresentar um aspeto negro na presença do sumo de
limão e da pastilha de Vitamina C, ao contrário do que acontece nos pedaços expostos ao ar e com
gotas de água. Porquê?!??
Isto acontece porque o sumo de limão é muito rico em Vitamina C.
Logo a Vitamina C é um bom antioxidante, ou seja, é uma molécula capaz de inibir a oxidação de
outras moléculas.
Uma das vitaminas mais importantes é a vitamina C, facilmente encontrada em legumes e frutas, sob
a forma de ácido L-ascórbico, o qual é a sua principal forma biologicamente ativa. A excecional
facilidade com que essa vitamina é oxidada faz com que ela funcione como um bom antioxidante: um
composto que pode proteger outras espécies químicas de possíveis oxidações. O que a torna um
excelente aditivo utilizado na agroindústria. A vitamina C funciona como agente preservativo. Para
- 21 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
evitar a ação do tempo nos alimentos, as indústrias agroalimentares utilizam agentes que preservam
a integridade do produto, aumentando a sua data de validade.
O ácido ascórbico é comumente utilizado como antioxidante para preservar o sabor e a cor natural de
muitos alimentos, como frutas, legumes e laticínios.
A oxidação é uma reação química que transfere electrões ou hidrogénio (protão) de uma substância
para um agente oxidante. As reacções de oxidação podem produzir radicais livres. Por sua vez, estes
radicais podem dar início a reacções em cadeia que, quando ocorrem em células, podem danificá-las
ou causar a sua morte. Os antioxidantes interrompem estas reacções em cadeia eliminando os
radicais livres intermediários e inibindo outras reações de oxidação. Isto é conseguido através da sua
própria oxidação.
Embora as reacções de oxidação sejam fundamentais para a vida, podem também ser prejudiciais.
As plantas e os animais sustentam sistemas complexos de vários tipos de antioxidantes, como
glutationa, vitamina C e vitamina E, e ainda enzimas como a catalase, dismutase e várias
peroxidases. Baixos níveis de antioxidantes, ou inibição das enzimas antioxidantes, causam stress
oxidativo e podem danificar ou matar as células.
- 22 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Poceirão – terra de charcas!”
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Ana Barruassa , Ana Carolina Nunes , Mariana Costa , Jéssica Cerdeira & Judite Mendes
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1-Alunos da Escola Básica José Saramago, Poceirão
2-Docente da Escola Básica José Saramago, Poceirão
Finalidade:
O trabalho apresentado insere-se num conjunto de atividades desenvolvidas por um grupo de alunos
do Clube das Ciências da Escola Básica José Saramago (Poceirão). Nas zonas limitrofes da escola,
formam-se, por um período de quatro a cinco meses, pequenos charcos e canais, nos quais é
frequente observar diferentes formas de vida, desde aves a pequenos anfíbios e répteis. A formação
destes charcos repete-se ano após ano com as chuvas, o que nos fez pensar que características
haverá no solo que levam à formação de charcos só em certos locais. O principal objetivo do
trabalho é estudar a permeabilidade de várias amostras de solo recolhidas pelos alunos no Poceirão
e verificar se existe alguma relação entre a formação de charcas e a permeabilidade
Material:
- sacos de plástico
- pá de jardim
- etiquetas de papel
- lupa de mão
- várias amostras de solo
- 3 funis de vidro
- 4 provetas graduadas
- 3 copos de plástico com as mesmas dimensões
- 1 espátula
- papel de filtro
- água
- 1 cronómetro
Método:
Parte 1: saida de campo para recolha de amostras de solo
- Recolher amostras de solo em diferentes locais (zonas onde se formam charcas com grande
facilidade, jardim da escola, terrenos baldios e locais com outras características.)
- Colocar as amostras em sacos de plástico e etiquetá-las.
Em sala observar com uma lupa a cor, textura, consistência e presença de organismos
Parte 2 - Permeabilidade do solo
- Colocar um funil sobre uma proveta graduada.
- Colocar papel de filtro no interior do funil.
- Para cada amostra de solo, desfazer os torrões.
- 23 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
- Com a ajuda de uma espátula, colocar a amostra de solo no funil, enchendo-o até metade.
- Molhar vagarosamente cada amostra com a mesma quantidade de água, de forma que fique
completamente húmida.
- Deitar 50 ml de água, vagarosamente no funil e anotar o tempo que esta demora a passar pela
amostra de solo e o volume de água que ficou na proveta (volume final).
- Repetir o procedimento para cada uma das amostras.
Conclusão:
Com a realização da experiência os alunos observaram que a permeabilidade dos solos
ensaiados é diferente: os volumes finais de água variaram de amostra para amostra, sendo que o
volume final foi maior no solo arenoso (48 ml), seguindo a amostra colhida junto a um sobreiro(44 ml)
e por último a colhida junto a um charco (30 ml). Os alunos verificaram ainda que o tempo que
a água levou a atravessar as amostras, foi maior na amostra recolhida junto a um charco (mais de 6
minutos), comparativamente com as restantes amostras (menos de 1 minuto para a amostra de solo
mais arenoso). Verificaram que o solo mais arenoso é o mais permeável( 3 ml de água retida). A
amostra de solo do charco é a mais impermeável (apresentou maior retenção de água - 20 ml).
Com a realização desta experiência os alunos concluiram que, na zona envolvente à escola o solo
apresenta características diferentes quanto à cor e textura e que nas zonas em que se dá a formação
de charcas a permeabilidade do solo é menor. A permeabilidade do solo pode ser um fator importante
na formação das charcas
- 24 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“À descoberta do som com os VipM”
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Pedro Caldeira , Ruben Cirilo , Joana Alcaravela , Mariana Guerra , Beatriz Salgueiro , Duarte
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Guerra & Sancho Moura
1-Alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior.
2-Docente da oficina de Música do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior.
Finalidade:
- Reconhecer as características do Som: Altura, Intensidade, Timbre
- Reconhecer que as notas musicais organizam-se pela frequência vibratória de sons
- Conceituar onda sonora
- Relacionar objetos que vibram com a produção de som
- Verificar que cessada a vibração cessa-se o som
- Verificar que uma onda sonora pode fazer vibrar certos objetos
- Provar que só podemos ouvir porque o ar propaga ondas sonoras
Conteúdos:
- Características do Som: Altura, Intensidade, Timbre
- As notas musicais e os seus valores (frequência)
Material:
- Bateria Acústica (prato de choque e tarola)
- Guitarra elétrica / Guitarra acústica
- Guitarra Baixo Acústica
- Coluna
- Afinador
- Diapasão
- Computador Portátil
Resumo:
A Banda VipM (Verdadeiramente Interessados Pela Música) tem vindo a demonstrar o seu valor
desde que começou em 2012. Conta com um repertório de canções originais (inclusive o hino oficial
Eco-escola).
Os membros da Banda começaram a questionar-se sobre alguns conceitos de música,
nomeadamente no que diz respeito à produção de som dos seus instrumentos musicais. Curiosos e
interessados partiram à descoberta de conhecimentos, investigando na Internet, perguntando aos
professores do CEAN, aprendendo com o Sr. Varela, empresário (equipamento musical) e
colaborador do CEAN.
Desta forma, surge este projeto onde os pequenos músicos, através dos seus instrumentos musicais,
vão realizar pequenas experiências com a finalidade de explicar o que é o som, quais são as suas
características, como se organizam as notas musicais e quais são os seus valores.
Ao longo deste projeto os elementos da Banda também construíram uma coluna artesanal (caixa
acústica), explicando como a energia do sinal elétrico, saída das suas guitarras se transforma em
som.
- 25 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
A banda VIPM com o 1º lugar no Hino Eco escolas entregue pela Manuela Azevedo dos Clã
- 26 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Sólido ou líquido?”
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António Nobre , Catarina Faustino , Luís Nunes , Rita Almeida & Ofélia Maia e José Marchante
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1-Alunos da Escola Básica de S. Mamede, 3º ano, turmas A e B.
2-Professores do 1º ciclo, da Escola Básica de S. Mamede
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objetivo demonstrar que o amido de milho misturado com a água dá
origem a um “material” que parece ser sólido e líquido. Sólido quando é pressionado. Líquido quando
é libertado
Material:
- Copo de medidas (gobelé) de 250 ml
- 1 colher de café
- 1 colher de sopa
- Água
- Amido de milho
- 1 tina
- Corante alimentar
Método:
- Colocar 6 colheres de sopa de amido dentro da tina.
- Deitar 100 ml de água dentro do copo de medida.
- Colocar uma colher de café de corante alimentar na água.
- Mexer a água com o corante alimentar.
- Deitar esta água sobre o amido de milho.
- Misturar a água e o amido de milho com as mãos.
- Retirar a mistura da tina e mexer com as mãos
- O que está a acontecer?
- É sólido ou é líquido? O que parece ser?
- Colocar a mistura sobre uma mesa e observar o que acontece.
- É sólido ou é líquido?
Conclusão:
A água não dissolve o amido. A mistura que se forma parece ser sólida quando é apertada com as
mãos. Isto acontece porque as partículas do amido vão ocupar os espaços vazios existentes entre as
partículas da água e ficam tão juntas que a mistura parece um sólido duro e seco. Quando colocamos
a mistura sobre a mesa ou abrimos a mão, já parece um líquido. As partículas do amido e da água
ficam mais afastadas, como nos líquidos.
- 27 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Aves migratórias e as alterações climáticas”
Ornitologia e clima
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António Reis , Rodrigo Raimundo , Ruben Filipe , Luís Timoteo & Carlos Pepê (apoio João Paulo
Silva (UL))
1-Alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
2-Docente do espaço ciência do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
Nota: tecnologia, astronomia, poupança e eficiência energética, qualidade de vida
Finalidade:
Perceber a influência das alterações climáticas nas rotas migratórias das aves que visitam o
Concelho de Campo Maior em dois períodos do ano, a estivais e as invernantes. Com base o
trabalho do nosso clube das aves “Otis tarda”, estudámos diferentes ecossistemas locais bem como
diversas espécies associadas. São exemplo a Abetarda (Otis tarda) e Grou (Gru gru) .A primeira é a
maior ave voadora da europa e é residente no Concelho, não efetuando grandes deslocações. Já o
Grou é uma ave invernante que se desloca do norte da europa para se alimentar nos períodos frios e
campo Maior em bandos de cerca de 3000 indivíduos. Estudámos diversas aves e incidimos no
Tagaz (Sterna nilótica) como estival ao procurar a Albufeira do Caia no Verão para se reproduzir.
Perceber os movimentos destas aves as suas necessidades e se existem motivos associados às
alterações climáticas nos mesmos é objetivo deste projeto. A vertente tecnológica permitiu a este
grupo perceber as mais modernas técnicas de seguimento de aves que aplicámos ao nosso projeto
com ajuda do biólogo João Paulo Silva.
Material:
- Guias de campo
- Cadernos de campo
- Telescópios terrestres
- Binóculos
- Páginas Web de seguimento via satélite
- Carrinha
- Sacos para recolhas de dejetos, penas e regurgito
Método:
Iniciámos o nosso trabalho com o Clube “otis tarda” com 25 colegas do CEAN. Fizemos diversas
saídas de campo para criar hábitos de campo onde tínhamos que registar as aves observadas de
diversas formas e com recurso a binóculos, telescópio e guias de campo. Descrever, desenhar eram
as nossas rotinas de campo. Foi ai que surgiram as primeiras ideias do projeto ( Verão de 2012).
Posteriormente, dedicámos as nossas atenções a duas aves em especial, o Tagaz na Barragem do
Caia onde participamos em sessões de anilhagem e contagem desta espécie e o Grou já perto do
Inverno onde fizemos saídas de campo e caminhadas para assistir à sua chegada e alimentação no
Montado de Azinho disperso de Ouguela.
Processo:
- 28 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
A operação foi coordenada pela SPEA e contou com a participação das brigadas de Elvas e Nisa do
SEPNA, tendo sido prestado apoio logístico pela associação GEDA, de Campo Maior. O Trabalho foi
efetuado com o apoio de voluntários oriundos de vários pontos do país.
Anilharam-se um total de 431 juvenis, incluindo 278 com anilhas de PVC legíveis à distância, tendo
sido recapturadas 174 aves. Entretanto e apesar de que este ano as aves abandonaram a zona mais
cedo do que o esperado, ainda foi possível ler as anilhas de 76 juvenis, tanto em diversos locais da
albufeira, como em charcas da zona envolvente.
Um grupo de jovens ornitólogos do CEAN participou na caminhada de dia de reis do GEDA, onde
puderam percorrer os trilhos junto ao rio Xévora e observar aves, como os GROUS, ave migratória
alvo de pesquisas e investigação do nosso clube. Uma magnifica jornada com diversos bandos de
grous à vista a encher o olho dos participantes.
- 29 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Os elementos do grupo em estudo e na primeira sessão de trabalho com o Biólogo João Paulo Silva.
Nesta sessão descobrimos os primeiros meios de seguimento de aves.
Saída de campo à ZPE de Campo Maior na zona de Ouguela. Observação da zona de mosaico do
Montado. Na imagem ao lado o novo sistema de seguimento via satélite com cartão GSM.
Conclusão:
Foi importante para o grupo o estudo e trabalho de campo onde aprendemos muito sobre o trabalho
em ornitologia. Sabemos hoje a diferença entre aves estivais e invernantes e as suas motivações
para nos visitarem também percebemos que possuímos locais especiais para as aves como a IBA do
caia (importante Bird área) e a SIC ( sitio de interesse comunitário) ou ainda a ZPE ( Zona de
Proteção especial). Todos estes Habitats possuem caraterísticas próprias que potenciam diferentes
espécies já referidas. Seguir as aves quer seja com anilhas (processo tradicional) ou com recurso aos
novos sistemas via satélite e emissores GSM nas aves permite perceber se existiram ou existem
alterações aos hábitos de movimentos destas aves e ainda se as alterações climáticas e de habitat
condicionam as mesmas. Estamos neste momento da fase final do estudo onde iremos criar um
painel informativo a colocar nos locais referidos sobre as aves, suas rotas e Habitats.
São parceiros do projeto:
João Paulo Silva
Eco Escolas
GEDA ( Grupo de ecologia e desportos de aventura)
Objetivos:
Desenvolver técnicas de trabalho de campo;
Analisar dados de seguimento via satélite de aves em estudo;
Relacionar dados recolhidos pelas equipas da SPEA e ICN sobre movimentos de aves;
Contribuir para a sensibilização da comunidade para a ornitologia.
Aplicar novas tecnologias ao estudo das aves.
- 30 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“O balão mágico”
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Afonso Fernandes , Daniel Correia , Joana Aleixo , Leonor Gato & Ofélia Maia , José Marchante
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1-Alunos da Escola Básica de S. Mamede, 3º ano, turmas A e B.
2-Professores do 1º ciclo, da Escola Básica de S. Mamede
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objetivo demonstrar que a reação do bicarbonato de sódio com o
vinagre liberta um gás; o dióxido de carbono.
Material:
- 1 balão Erlenmeyer (ou garrafa de plástico 50 ml)
- 1 colher de café
- 1 balão
- Bicarbonato de sódio
- Vinagre
Método:
- Medir 100 ml de vinagre e colocar no balão Erlenmeyer.
- Colocar 4 colheres de café de bicarbonato de sódio (6 g) dentro do balão.
- Prender o balão ao gargalo do balão Erlenmeyer
- Libertar o bicarbonato de sódio que está no balão de forma a cair dentro do balão Erlenmeyer.
- Não agitar o balão Erlenmeyer.
- Observar o que acontece.
Conclusão:
Esta experiência demonstrou que o ácido do vinagre (ácido acético) ao reagir com o bicarbonato de
sódio forma um gás chamado dióxido de carbono (CO 2). O dióxido de carbono libertado através da
reação destes dois reagentes enche o balão, porque o balão Erlnemeyer não tem espaço suficiente
para o gás libertado.
- 31 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Poluição Luminosa”
Projecto de intervenção ambiental e astronomia
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Luís Timóteo , Afonso Mexia & Carlos Pepê
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1-Alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
2-Docente do espaço ciência do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
Nota| tecnologia, astronomia, poupança e eficiência energética, qualidade de vida
Finalidade:
Analisar o nível de poluição ambiental em três pontos urbanos diferentes, uma grande cidade com
120 mil habitantes (Badajoz), uma vila com 9 000 habitantes (Campo Maior) e uma pequena Aldeia
com 65 habitantes (Ouguela). O impacte do excesso de luminosidade libertada para a atmosfera é
enorme quer no Habitats onde ela ocorre, alterando o biorritmo das fauna e flora, quer ao nível
humano causando perturbações do sono profundo e ainda ao nível ambiental com perdas energéticas
desnecessárias. Ao nível da astronomia, verificamos a redução dos horizontes estelares.
Questionadas crianças de Nova York sobre quantas estrelas existem no céu, a maioria refere que
existem apenas 4 ou 5 no máximo, tal é o nível de poluição luminosa ai existente. Este fenómeno
estatístico promova a redução dos horizontes estelares bem como o conhecimento que as
sociedades atuais detêm da astronomia. “Perde a noção da pequena dimensão do planeta terra no
total do Universo é potencialmente o maior erro da humanidade, promovendo-se ai a falta de
humildade!”
Material:
- Aplicação informática
- Telescópio
- Maquete de aplicação de diferentes tipos de iluminação
- Máquina fotográfica
Método:
Efetuámos análises a diversos candeeiros das ruas de Campo Maior para percebermos a diferença
no tipo de emissão da luz. Após este passo, estudámos os malefícios provocados pela poluição
luminosa, via internet. Descobrimos existir um movimento internacional (Dark Sky rangers) que luta
contra a poluição luminosa e que em Portugal já possuímos a primeira reserva “Dark Sky” no
Alentejo. Posteriormente, avançamos para a construção da maqueta e testes sobre eficiência
energética. Por último fomos visitar três localidades diferentes em dimensão e população de forma a
percebermos os diferentes níveis de poluição luminosa. Comparámos as luminárias e confrontámos
com o mapa nacional e europeu de poluição luminosa. Por ultimo criámos uma carta aberta ao
Presidente do Município de Campo Maior para potenciar projetos de astronomia da Aldeia de
Ouguela dado tratar-se de um magnifico ponto de observação astronómica.
Processo:
- 32 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Portugal é o País da europa com menos poluição luminosa a par da Extremadura Espanhola
Mau exemplo de utilização da iluminação pública. Reduzida visibilidade estelar.
Boa gestão de iluminação com redução da altura e direção das luminárias. Aqui já podemos visualizar
estrelas e planetas
Conclusão:
Concluímos que o excesso de luz na noite altera o metabolismo humano reduzindo o sono profundo e
ai reduzindo a produção de melatonina o que potencia o aparecimento de células cancerígenas.
Avaliámos e validámos a alteração de ecossistemas sensíveis de anfíbios e insetos pois altera os
padrões alimentares dos primeiros dado que os insetos são atraídos para a luz o que reduz a
possibilidade de alimento. Altera ainda o biorritmo das plantas pois o excesso de luz induz a planta
em erro permanecendo a atividade fotossintética diurna. Ao nível da astronomia, a poluição luminosa
- 33 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
reduz o nosso horizonte estelar o que nos retira ou reduz o conhecimento do Universo. Podemos
juntos fazer algo e é ai que o nosso projeto pretende agir. Queremos alterar alguns locais em Campo
Maior e Ouguela pelo seu tipo de iluminação de forma a melhorar a sua eficiência energética.
Podemos desta forma beneficiar a comunidade melhorando a qualidade de vida e poupar dinheiro.
Vamos agir descobrir a magia do universo!
São parceiros do projecto :
Câmara Municipal de Campo Maior ( Roteiro turístico e botânico)
Dark Sky Rangers
Eco Escolas
Objetivos:
Estudar os efeitos da poluição luminosa nos ecossistemas, para o homem e para a vida nos
espaços urbanos;
Envolver o CEAN em dinâmicas da comunidade;
Aplicar as conclusões dos estudos efetuados em casos concretos
Criar maquetas exemplificativas dos estudos realizados.
- 34 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Água, um bem precioso e escasso”
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Jessica Coelho , Manuel Ferreira , Rodrigo Valentim , João Manuel & Maria Margarida Gonçalves
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1-Alunos da Escola Básica 2,3 da Galiza, S. João do Estoril
2-Docente da Escola Básica 2,3 da Galiza, S. João do Estoril
Finalidade:
Construção de um mini destilador solar de águas sujas
Sensibilizar os alunos para a poupança da água.
Dar a conhecer aos alunos que não é possível a existência de vida sem água.
Dar a conhecer os estados físicos da água.
Dar a conhecer toda a importância da água na Natureza.
Fazer compreender que a água é um património de todos e todos devemos reconhecer o seu
valor e cada um de nós tem o dever de a economizar e de a utilizar com cuidado.
Promover a curiosidade e o espírito científico.
Levar os alunos a querer pesquisar, explorar e experimentar.
Materiais:
- Vidros de 3mm
- 1 tubo de cola para vidro
- 60 cm de tubo plástico cristal de 8mm
- 1 pistola para cola
- garrafão de água
- 1 trincha de 5cm
- tinta preta
Método:
- Construção de um mini destilador solar de águas sujas, conforme desenho em anexo
- Ensaio do mesmo
- Registo dos resultados
Resultados:
A água que se obtem por evaporação, seguida de destilação, é encaminhada para um recipiente
de recolha onde é armazenada e contabilizada.
Conclusão:
Vantagens:
O abastecimento de água é essencial á vida ,é uma necesidade básica para uso doméstico, na
indústria,na agricultura, na luta contra incêndios, etc. A água contaminada é responsável pela maior
parte das enfermidades do 3º mundo , entre elas a desinteria, cólera, febre tifoide, etc.
A desflorestação e a eliminação dos recursos naturais também contribui para a escassez de água no
nosso planeta, por isso, é muito importante saber reutilizar a água , poupando assim muita água que
poderá depois ser utilizada para regas, para lavagem de roupa, para ferros de engomar e até para
beber. O Sol é a maior fonte de energia disponível no nosso planeta.
A construção de um destilador solar de águas sujas, é uma boa opção.
Desvantagens:
Uma das desvantagens da destilação está relacionada com a baixa capacidade de produção,
Também está dependente da existência ou não de sol
A água destilada pode-se beber , mas não contém sais.
- 35 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“A ciência de um bom café”
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Ricardo Leonardo , Ana Rita Pereira & Carlos Pepê
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1-Alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
2-Docente da oficina de Música do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
Finalidade:
- Estudar a história e origem do café como fruto e bebida
- Conhecer os dois tipos de café produzidos no mundo e sua posição geográfica
- Perceber todo o ciclo produtivo e de transformação do café
- Desenvolver competências de trabalho laboratorial aplicado à industria do café
- Criar um novo lote de café com base nos gostos e ideias das crianças
- Preparar laboratorialmente o bland de café desejado
- Preparar um conceito de imagem para o novo bland
- Criar uma sessão de prova científica do café
Conteúdos:
- Origem geográfica do café
- Mistura orgânica
- Processo de secagem e torra
- Componentes orgânicos e moleculares presentes no café e sua influência do organismo
Material:
- Laboratório da empresa “Delta Cafés”
- Documentação técnica do Museu do Café da Delta Cafés
- Acessória técnica de Cristina Gameiro (Museu do café) e Adelino Cardoso (Nova Delta torrefação)
- Equipamento específico de laboratório de provas
- Torradores e máquina de café e moinho
Resumo:
- 36 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
A ciência de um bom café é um processo complexo que se inicia na zona equatorial e tropical. É aqui
a zona de produção mundial de café. Após vários dias de viagem de barco o café chega a Portugal e
é transportado por comboio até Campo Maior. Aqui na nossa vila raiana encontramos a maior
torrefação da Península Ibérica. Ao chegar começa a transformação do café verde em café torrado. A
ciência inicia a sua ação no país de origem onde deve ser bem secado e contínua na chegada á
fábrica onde recebe logo um controlo de qualidade em laboratório. É todo o processo que se segue
que este projeto pretende explicar. Como podemos transformar uns grãos de café verde num dos
produtos mais desejados pelo homem?
Falámos com a Drª Cristina Gameiro do Museu do Café que nos aprofundou os estudos já por nós
realizados e com o Senhor Adelino Cardoso da Nova Delta torrefação que nos acompanhou em todo
o processo de laboratório, provas e criação de um bland. Criámos a nossa própria imagem “ Delta,
ideias tornadas realidade” ou “Delta, ideas come true”. Realizámos ainda uma viagem de estudo com
todas as crianças do CEAN à fábrica uma vez que desejávamos mostrar a todos o Mundo por detrás
de uma chávena de café…
- 37 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
VIII Congresso Nacional Cientistas em Ação
PRÉMIO DÉODAT DOLOMIEU
3.º Ciclo do Ensino Básico
- 38 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
QUEM FOI O CIENTISTA?
Déodat Dolomieu
(1750-1801)
Dolomieu começou a sua carreira militar na ordem dos Cavaleiros de Malta; o local onde
decorre este Concurso é o único Convento que esta ordem religiosa/militar teve em Portugal.
Aos 18 anos teve um duelo, onde matou um membro e companheiro da ordem. Por esta
infracção foi condenado à morte, mas por intercepção do Papa Clemente XII, foi libertado um
ano depois.
Durante uma das suas saídas de campo nos Alpes Tiroleses (Itália), descobriu uma rocha
carbonatada que, ao contrário do calcário, não reagia ao ácido.
Publicou estas observações em 1791 no jornal de Physique; No ano seguinte, a rocha foi
nomeada dolomito.
O Dolomito, é uma rocha resistente aos vários tipos de meteorização, tanto física como
química; por isto, esta rocha tende a originar relevos que sobressaem da paisagem; por
exemplo o castelo de Estremoz, está instalado num relevo devido à existência de dolomitos.
- 39 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Olhando para o interior da Terra … o nosso planeta não é uma esfera oca!”
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Fátima Paulino , Leandro Couto , Joana Fonseca & Marisa Fernandes de Oliveira
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1-Alunos do 7º ano das turmas A e E da Escola Básica José Saramago, Poceirão
2-Docente da Escola Básica José Saramago, Poceirão
Finalidade:
Os alunos, previamente, adquiriram conhecimentos acerca dos métodos utilizados para o estudo da
composição e das propriedades físicas do interior da Terra, visualizando pequenos vídeos e
analisando textos de modo a compreender a evolução do conhecimento científico no que respeita ao
interior da Terra.
Este trabalho tem como principal objetivo a construção de maquetas dos dois modelos
representativos propostos para a estrutura interna da Terra (Modelo Químico e Modelo Físico). A
exposição destas maquetas permitirá a realização de um exercício prático, colocando a legenda das
camadas nos dois modelos.
Material:
- 2 Bolas de esferovite grandes (ocas e quebradas em 2 partes)
- 2 Bolas de esferovite pequenas (compactas)
- Papel de jornal
- Xizato
- 4 Paus de madeira finos (tipo os de espetadas)
- Pistola de cola quente + 1 recarga de cola
- 2 Rolo de papel absorvente de cozinha
- 2 Boião cola branca 500 Gr
- Esguicho com água
- Trinchas pequenas e pincéis
- Tintas (vermelho, verde, azul, branco, amarelo, castanho)
- Recipientes para colocar tintas (copos e caixas de plástico)
- Papel autocolante e folhas A4 e A3 brancas
- Musgami
- Cartão
- Tesoura
- Cola UHU
- 8 Ímanes pequenos
- 8 Pioneses
Método:
1ª Maquete – Modelo Químico:
1 - Cortar um gomo de uma das metades da bola grande de esferovite com o xizato;
2 - Colocar dentro da bola de esferovite grande papel de jornal, para que a bola de esferovite mais
pequena fique suspensa e centrada; (espetar na bola mais pequena em dois paus de madeira, para
que se possa controlar melhor a posição e a suspensão seja mais fácil);
3 - Fechar as duas metades da bola grande e colar as duas metades com cola quente;
4 - Colocar jornal quase até ao bordo do gomo de todos os lados;
5 - Com a ajuda das trinchas e através da técnica do papel maché (tiras de papel e cola branca),
forrar o gomo (da superfície até ao interior) e todo o exterior de forma a cobrir o esferovite;
6 - Deixar secar bem sempre que é utilizada a técnica do papel maché;
7 - Imprimir o mapa-mundo em folha A3 e recortar os continentes;
- 40 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
8 - Posicionar os continentes em redor da bola grande de esferovite com cola, de forma a obter um
globo terrestre (esta etapa é realizada para que os continentes adquiram uma forma e posição
relativamente real);
9 - Forrar, novamente, através da técnica do papel maché, os continentes até que tenham algum
relevo, relativamente aos oceanos;
10 - Deixar secar bem sempre que é utilizada a técnica do papel maché;
11 - Colocar as tintas nos recipientes de plástico e utilizar as trinchas pequenas para pintar as partes
mais amplas do exterior do modelo e os pincéis para os contornos (os oceanos com tons de azul e os
continentes com tons de verde);
12 - Pintar as diferentes camadas do modelo do interior da Terra (utilizar cores mais frias para as
camadas da superfície e mais quentes para o interior);
13 - Lavar bem os pincéis e trinchas sempre que são utilizados;
14 – Deixar secar bem a pintura;
15 - Colar uma base do pionés em cada uma das camadas.
2ª Maquete – Modelo Físico:
1 – Proceder de acordo com o ponto 1,mencionado no método da maqueta do Modelo Químico;
2 - Moldar com o xizato a bola de esferovite mais pequena, de modo a formar uma nova camada (a
camada mais interna deve ficar saliente e o mais arredondada possível);
3 – Proceder de acordo com os pontos 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11,12,13, 14 e 15 mencionados no
método da maqueta do Modelo Químico e de acordo com esta sequência;
Elaborar as etiquetas com o nome das camadas e a base para os dois modelos;
1 - Cortar com uma tesoura pedaços de musgami
2 - Colocar uma etiqueta com os nomes plastificados em cima do musgami e colar;
3 - Colar, com cola quente, íman atrás da etiqueta;
4 - Cortar cartão para elaborar dois paralelepípedos e colar as construções;
5 – Pintar as bases de cartão;
6 - Colar as informações de cada modelo nos respetivos paralelepípedos.
Conclusão:
Este projeto permitiu que os alunos compreendessem e visualizassem as diferentes camadas que
constituem o interior do planeta Terra. Estabelecessem correspondências entre os modelos físico e
químico, atribuindo a respetiva legenda. A construção destes dois modelos também proporcionou
uma maior sensibilização para a importância e para as características das diferentes camadas.
Estas maquetas da estrutura do interior da Terra são uma interpretação da comunidade científica,
baseadas em estudos efetuados e de diversas informações recolhidas. Os cientistas sempre
demonstraram uma grande curiosidade pelo interior do planeta e os seus estudos sobre este assunto
continuarão, não sendo, por isso, estes modelos da estrutura interna da Terra estáticos nem
inalteráveis.
- 41 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Por que razão é que um pacote de leite aberto azeda na despensa e não azeda
no frigorífico?”
1
2
Maria Margarida Vidal Grilo & José Carlos Feitor ; Mónica Gonçalves
2
1-Alunos do Colégio de São Tomás, Lisboa
2-Docentes do Colégio de São Tomás, Lisboa
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objectivo perceber a causa do leite ficar azedo e quais os principais
fatores que influenciam o processo de azedar do leite.
Material:
-330 ml de leite UHT
-60 ml de leite de soja
-60 ml de leite vigor
-frigorífico
-estufa
-câmara de vácuo
-congelador
-papel de filtro
-lâmina e lamela
-gobelé
-microscópico
-medidor de pH digital
-tesoura
-caneta de acetato
-papel de alumínio
-película aderente
-15 boiões de vidro
-6 tampas de plástico para os boiões
-esguicho de água destilada
-álcool 95%
-iodeto de lugol
-violeta de cristal
-safranina
Método:
1ª experiência:
Na 1ª experiência testei três variáveis que penso poderem ter influência no processo de azedar o
leite: a exposição ao ar, a temperatura e o tipo de leite, segundo o seguinte procedimento:
-coloquei 30 ml de leite em cada boião e submeter às condições requeridas
-nos primeiros 5 boiões, testei a influência do contacto com o ar:
fechei o boião 1 com uma tampa
cobri o boião 2 com película aderente
expus a superfície do boião 3 diretamente ao ar livre
coloquei o boião 4 na câmara de vácuo com a superfície destapada
forrei o boião 5 com papel de alumínio e fechei-o, para simular as condições de um pacote de
leite
-do boião 6 ao boião 9, testei a influência da temperatura:
fechei os boiões com as tampas
coloquei o boião 6 no congelador
coloquei o boião 7 no frigorífico
coloquei o boião 8 na bancada, a uma temperatura ambiente média de 20ºC
coloquei o boião 9 na estufa, a uma temperatura de 50ºC
-do boião 10 ao boião 15, testei a influência do tipo de leite (tendo também variado a temperatura):
coloquei leite UHT nos boiões 10 e 11
coloquei leite vigor nos boiões 12 e 13
coloquei leite de soja nos boiões 14 e 15
coloquei os boiões 10, 12 e 14 na bancada
coloquei os boiões 11, 13 e 15 no frigorífico
-para cada boião, registei as observações do aspeto do leite ao 1º, 4º, 5º, 6º, 7º e 8º dia
- 42 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
-para cada boião, registei o pH inicial (1º dia) e final (8º dia)
2ª experiência:
Na experiência 4, pretendi observar qual o tipo de bactérias que se formam na fermentação lática
(gram positivas ou gram negativas) e se são bastonetes (não são redondas) ou coccus (redondas),
para verificar se nos boiões em que o leite fica mais azedo se formam as bactérias normalmente
associadas à fermentação lática (Lactobacillus). Para isso usei a técnica de Gram:
-fiz um esfregaço
-corei com violeta de cristal e deixei atuar durante 60 segundos
-lavei com esguicho de água
-cobri com iodeto de lugol e deixei atuar durante 60 segundos
-lavei com água destilada
-descorei com álcool 95%
-lavei com esguicho de água
-corei com safranina durante 60 segundos
-lavei com esguicho de água, secar e fixei à chama
-observei ao microscópio
Conclusão:
Na 1ª experiência verificou-se que:
• A exposição ao ar favorece o azedar do leite, uma vez que os microrganismos
termorresistentes, que sobrevivem à pasteurização multiplicam-se quando expostos ao ar.
• A temperatura influencia o processo pelo qual o leite azeda, uma vez que favorece a
multiplicação das bactérias, devido ao facto destas serem termófilas. Além disso, a uma
temperatura mais elevada está associada uma maior velocidade da reação de azedar o leite,
tal como acontece noutras reações químicas.
• O tipo de leite é importante no processo de azedar. No leite UHT dá-se a fermentação da
lactose, no leite de soja a fermentação da soja. O leite vigor está sujeito a um diferente
processo de conservação (MCN – Método de Conservação Natural), o qual deve influenciar e
neste caso diminuir a velocidade da reação pela qual o leite azeda.
Na 2ª experiência verificou-se que:
Nos boiões em que o leite ficou mais azedo, se formaram bactérias gram positivas
bastonetes. Podemos deduzir que estas bactérias são Lactobacillus.
Concluiu-se então que:
O azedar do leite ocorre quando o ácido lático é produzido pela ação de bactérias chamadas
Lactobacillus, normalmente presentes no leite. O ácido lático é produzido pelas bactérias a
partir do açúcar do leite (a lactose), num processo chamado fermentação lática.
Durante a fermentação lática, o meio torna-se ácido (desce o pH) e isto resulta na
desnaturação das proteínas do leite, formando o coalho usado na fabricação de queijos e
iogurtes.
Qualquer que seja a temperatura utilizada nos processos de pasteurização, apesar de
eliminar de forma eficiente os microrganismos patogénicos, não é suficiente para exterminar
as bactérias termorresistentes, tais como a Lactobacillus.
Os Lactobacillus são bactérias aeróbias, logo a pouca concentração de ar nos pacotes de
leite evita a multiplicação destes microrganismos. Além disso são também
termorresistentes, resistindo por isso às temperaturas mais elevadas da pasteurização, e
termófilas, multiplicando-se por isso com facilidade em ambientes de altas temperaturas
(40ºC-50ºC).
- 43 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Por que razão as vemtoinhas eólicas são dobradas nas pontas?”
1
2
Joana Ceia & José Carlos Feitor ; Mónica Gonçalves
1-Aluna do Colégio de São Tomás, Lisboa
2-Docentes do Colégio de São Tomás, Lisboa
- 44 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
2
“A Máquina do tempo”
1
1
1
1
Leonor Gomes , Ana Margarida Duarte , Catarina Lavadinho , Ana Marta Aldeano & Carlos Pepê2
1-Alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior:
2-Docente da oficina de Música do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
Finalidade:
1.Desenvolver o espírito de investigação e de análise do real nas crianças;
2.Facultar às crianças atividades experimentais diversas contribuindo para a estimulação individual
de cada criança;
3. Fomentar a organização dos dados experimentais com base em registos;
4.Promover nas crianças a capacidade de questionar os factos, levantar hipóteses, fazer previsões e
analisar os resultados;
5.Incentivar à persistência e perseverança no processo experimental reformulando sempre que
necessário as hipóteses iniciais;
6.Estimular as crianças a observar e compreenderem melhor os fenómenos que as rodeiam, com
espírito crítico;
7.Proporcionar um ambiente físico adequado às crianças e à investigação científica;
Conteúdos:
- Astronomia, biologia, evolução, geologia, educação ambiental
Material:
- Projetor multimédia
- Ipad
- Aplicação “Back in time” by Landka
- Máquina do tempo construída no CEAN
- Recursos didáticos do CCV Estremoz
Resumo:
. O projeto, “A máquina do tempo…” é um bom exemplo de como partindo dos valores geológicos,
naturais, ambientais e humanos da aldeia de Ouguela e sua envolvente, podemos partir para a
construção de uma aprendizagem centrada na descoberta, análise, construção de conhecimento e
aplicação/retorno à comunidade de origem de produtos inovadores, criativos e cientificamente
construídos.
O projeto lança-se numa viagem pelo tempo. Parte da pergunta, tantas vezes repetida por cientistas
como Carl Sagan ou Stephen Hawking: Afinal… o que é o tempo?
A procura desta resposta intriga a ciência desde os seus primórdios e as suas múltiplas dimensões
complica claramente uma resposta. A máquina do tempo levará as crianças a viajar ao longo da
história do Universo, procurando informações e resposta sobre o mundo atual bem longe no tempo.
Começamos a nossa viagem no tempo onde as rochas guardam segredos e nos contam a longa
existência do planeta terra e todas as suas aventuras. A viagem ao interior da terra, o segredo dos
fósseis de seres primitivos, bem como os segredos de milhões de anos de evolução irão ser
explicados pelas rochas. A geologia é assim o ponto de partida, onde iremos estudar o caso
geológico de Ouguela, para assim viajarmos à origem desta região. Posteriormente, seguiremos para
o estudo dos ecossistemas, onde nos focaremos nos exemplos endémicos para focalizar as
aprendizagens. Seguiremos para a flora local já contextualizada pelos respetivos ecossistemas e
seguido pela fauna. Esta abordagem permitirá criar materiais científicos que irão ser aplicados em
painéis informativos na aldeia, permitindo assim, transportar o conhecimento para a comunidade e
visitantes. Partimos assim da aldeia, explorando o real envolvente e fazendo uma viagem do geral
(geologia, botânica, zoologia, ecologia, astronomia,…) para o particular (potencialidades locais a
explorar), acreditamos ser possível fomentar o gosto pela ciência. Pela mão da astronomia, viajamos
pelo espaço na procura do Universo, suas regras e elementos. Também ai, Ouguela terá o seu lugar
de destaque, pela excelente posição geográfica e pela pouca poluição luminosa ai existente.
Partiremos de observações no local para a criação de um pequeno observatório no local.
- 45 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
A máquina do tempo é assim um projeto dinâmico, inclusivo, participativo e de intervenção científica,
onde a divulgação científica será o legado para a promoção de Ouguela enquanto ponto de interesse
para o conhecimento científico. Foi criado pelas crianças e professores do CEAN um musical “A
máquina do tempo” que foi apresentado a todas as crianças de pre escolar e 1º ciclo do Concelho de
Campo Maior, após a visita à nossa máquina do tempo no CEAN onde com ajuda dos técnicos e
recursos do CCV Estremoz reforçámos as nossas intervenções.
É muito gratificante para alunos do 3º ciclo contribuírem para a formação científica das futuras
gerações. As temáticas por nós dinamizadas correspondem ao nosso programa escolar mas para as
crianças do pré-escolar, 1º e 2º ciclo é a primeira vez que contatam com as temáticas exploradas,
pelo que foi necessário reforçar a interação entre o conhecimento científico e as dinâmicas criativas
de forma a tornar as visitas e o musical apelativos e percetíveis aos mais novos.
Parceiros:
Agrupamento de Escolas de Campo Maior
Município de Campo Maior (Centro Cultural)
Centro de Ciência Viva de Estremoz
Landka (aplicação Ipad)
- 46 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Imagem da aplicação “Back in time” da Landka utilizada na exploração em sala no CEAN
Registo realizado por uma criança sobre a geologia de Ouguela
- 47 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Qual a força que faz com que os vidros adiram?”
1
2
Nuno Aleman Serrano Patriarca Ramalho & Miguel Tristany , Miguel Pestana de Sousa
1-Aluno do Colégio de São Tomás, Lisboa ([email protected])
2-Docentes
do
Colégio
de
São
Tomás,
Lisboa
[email protected])
2
([email protected]
&
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objectivo descobrir e analisar qual a força causada pela ausência de
ar entre os vidros.
Material:
Para o suporte:
-Ripas de madeira
-Placa madeira prensada
-Pregos, parafusos e porcas
-Ventosas
-Espuma de nylon
-Caixa de CD
-Cola de madeira
-Cordel
Para a experiência:
- 2 Vidros de tamanho A4
- 2 Vidros de tamanho A5
- 2 Vidros circulares com 20,5cm de diâmetro
- Água
- Óleo
- Álcool
Método:
Construção do Suporte:
1 – Pregar dois quadrados de madeira no centro de uma base também de madeira com 57x42cm
para fixar a estrutura.
2 – Pregar aos quadrados uma ripa de madeira na vertical com o comprimento de 24 cm.
3 – Nessa ripa, montar com porcas e parafusos uma ripa perpendicular com 45 cm de comprimento.
4 – Na ripa horizontal colar e pregar duas ripas perpendiculares com uma distância de 8 cm.
5- Na ponta de cada uma das ripas perpendiculares, atar uma de quatro ventosas com um cordel
para que os vidros fiquem suspensos pela ventosa.
- 48 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
6 –Atar outras quatro ventosas a uma prateleira com o cordel de forma a assegurar a ligação dos
vidros pela face inferior a esta prateleira (caixa CD) em suspensão, onde se podem colocar os pesos.
7 – Abrir as duas partes da caixa de CD e colar um cartão e a esta espuma de nylon para maior
resistência. Assim a prateleira fica com a medida de 27,5x12,5cm.
8 – Preparar para cobrir a madeira que serve de base uma espuma de nylon e um tapete de borracha
para proteger os vidros em caso de queda.
Experimentação:
1- Prender o vidro redondo ao suporte por meio das ventosas e juntar por baixo outro vidro.
2- Depois prender com ventosas ao vidro de baixo a prateleira dos pesos e calcular o tempo que cada
vidro leva a separar-se dos outos.
3- Colocar esses mesmos vidros um por cima do outro em cima da bancada e aguardar dez minutos.
4- Passados os 10 minutos repetir o procedimento e voltar a calcular o tempo que estes levam a
separar-se com pesos e sem pesos na prateleira.
5- De seguida, pôr uma camada de água entre os vidros e depois de os montar ao suporte, calcular o
tempo que levavam a descolar-se, também com pesos e sem pesos.
6- Pôr novamente os vidros juntos na bancada durante dez minutos, mas com líquido entre eles.
Depois de os ligar ao suporte calcular o tempo que levam a separar-se quer com pesos, quer sem
pesos.
7- Repetir o procedimento com todos os líquidos e vidros.
Conclusão:
Os resultados encontrados parecem indicar uma forte relação entre a presença/ausência de ar entre
os vidros e a força de adesão entre eles.
Essa ausência de ar entre os vidros foi conseguida quer através de um tempo de espera em que se
expulsa o máximo de ar, quer seja através da introdução de um filme de líquido entre os dois vidros,
que ocupam o lugar do ar.
Penso que, não sendo os vidros superfícies perfeitamente lisas, entra sempre um pouco de ar através
dos
seus
riscos
e
devido
à
deformação
causada
pela
aplicação
de
uma
força.
Quando se aplica uma força para separar os dois vidros, o ar que se encontra entre eles, mesmo
sendo pouco, expande-se como qualquer gás. O afastamento conseguido, mesmo sendo pequeno,
possivelmente auxiliado por pequenas imperfeições e deformações causadas pela força aplicada,
permite a entrada de ar entre os vidros e o seu afastamento definitivo.
Se ocuparmos o espaço entre os vidros com um fino filme de líquido a situação é diferente:
O líquido não é expansível e dificulta muito qualquer afastamento, mesmo que pequeno, ou qualquer
deformação. Os vidros deslizam uns sobre os outros, mas o afastamento directo é muto difícil.
Quando há um tempo de espera grande e o líquido é quase todo expulso, até o deslizamento se torna
extremamente difícil.
- 49 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Como se forma um tsunami?”
1
David Espanca & Anabela Gomes
2
1-Aluno da Escola Básica Conde de Vilalva, Évora
2-Docente da Escola Básica Conde de Vilalva, Évora
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objectivo recriar a formação de um “tsunami”.
Material:
- uma caixa de madeira com paredes de acrílico cujo conteúdo simula as crustas continental e
oceânica;
- uma placa de gesso que permite movimentação;
- água.
Método:
- colocar alguma água no interior da caixa;
- movimentar a placa de gesso de modo a criar uma vaga de “tsunami”
Conclusão:
Na experiência verifica-se que:
- Devido à movimentação da “falha” no fundo oceânico, a vaga de água vai avançar sobre o
continente, causando alguns estragos na “paisagem”.
Fig. 1: Como se forma um tsunami?
- 50 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Serra de Mangues - uma nova icnojazida do Jurássico superior que revela
uma elevada diversidade biológica”
1
1
1
1
1
1
Carlos Marques , Luana Gouveia , Sofia Cruz , Rui Ledesma , Tomás Alvim , Owen Zhou &
2
Celestino Coutinho
1 e 2-Grupo de Paleontologia da EBI Dr. Joaquim de Barros, Paço de Arcos (GP)
Contexto
O número de jazidas com pegadas de dinossáurios continua a aumentar. Em 1996 alunos do GP
descobriram uma nova icnojazida do Jurássico superior na praia dos Salgados. Depois destas
pegadas terem sido observadas por um residente local, este encontrou à porta de casa, no topo da
arriba, duas outras pegadas. O que motivou a realização de várias saídas de campo ao novo nível,
entre 2003 e 2004, que conduziram à descoberta de 29 pegadas, atribuídas a dinossáurios
saurópodes e a terópodes. Mas até ao momento estava por realizar uma análise mais detalhada das
amostras encontradas. Novas saídas de campo recentes permitiram descobrir mais pegadas. Esta
icnojazida do revela assim um abundante registo de pegadas atribuíveis a dinossáurios. A amostra
apresenta um amplo espectro de dimensões e pode ser atribuída a distintos grupos de dinossáurios.
O principal objetivo deste projeto é a descrição desta amostra e a realização de inferências relativas à
afinidade biológica dos autores.
Metodologia
Limpeza e remoção de terras de cobertura do nível com pegadas da Serra de Mangues. Mapeamento
da amostra exposta para manga plástica e acetato. Localização da jazida e das pegadas com melhor
estado de preservação através de GPS. Descrição das pegadas individuais e de segmentos de
pistas, com base em parâmetros métricos, não métricos e angulares. Identificação de classes de
dimensões. Estimativas das dimensões «reais» dos autores e da velocidade de progressão.
Determinação da orientação e sentido de pegadas e pistas. Tentativa de identificação a nível
taxonómico superior dos diferentes tipos de pegadas descobertos.
Principais inferências / conclusões
Principais inferências:
. A amostra descoberta revela a passagem, num intervalo de tempo curto, de dinossáurios de
diferentes grupos: terópodes, ornitópodes, saurópodes e tireoforanos. Esta coexistência é
relativamente rara no registo fóssil mundial
. A amostra apresenta um amplo espectro de dimensões
. A preservação das pegadas neste substrato carbonatado (calcário marinho) pode ter sido afetada
por uma cimentação precoce e rápida em paleolatitude subtropical, bem como pela erosão
contemporânea
. Não ocorre uma direção preferencial da progressão dos dinossáurios teropodes, revelando um
provável comportamento errático
. Não ocorre uma segregação de herbívoros / carnívoros por áreas distintas
Apresentação
Breve história da descoberta desta jazida
. Descoberta em 1999 da jazida da praia dos Salgados, na base da arriba
. Residentes locais encontram uma pegada muito semelhante às descobertas na jazida da praia dos
Salgados
- 51 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
. saídas de campo em 2003 / 2004 permitiram a descobertas de muito mais pegadas, atribuídas a
saurópodes e a maioria a terópodes
. novas saídas recentes permitiram a descoberta de mais pegadas
. as dimensões são muito variadas, especialmente para os terópodes
. as dimensões das pegadas de saurópodes encontram-se perto do limite máximo conhecido
. a velocidade inferida é bastante reduzida
Há mesmo duas pegadas encontradas praticamente lado a lado, como se o carnívoro tivesse parado
. algumas pegadas mostram deslizamento
. as pegadas de terópodes são as mais evidentes …
. Pegadas de grandes saurópodes alcançam 1 m de comprimento
. pegadas de ornitópodes são escassas
. pegadas se tireoforanos, provavelmente stegossaurianos, também co-existem neste mesmo nível
. a orientação e sentido das pegadas de terópodes são muito variadas, evidenciando
comportamentos de deslocação errática
. A maioria das pegadas de saurópodes tem uma orientação e sentido preferenciais,
. não parece haver segregação de grupos de dinossaúrios pela área em estudo
. a má preservação das pegadas pode ser original, devido a uma cimentação precoce dos sedimentos
carbonatados em paleolatitude baixa e sob clima bastante quente
- 52 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Simulação de um sismo e de um tsunami”
1
1
1
Ana Beatriz Santos , Leonor Maduro , Mariana Coelho & Anabela Gomes
2
1-Alunos da Escola Básica Conde de Vilalva, Évora
2-Docente da Escola Básica Conde de Vilalva, Évora
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objectivo recriar a formação de um “tsunami”.
Material:
- uma caixa de acrílico (com rodas) cujo conteúdo simula as crustas continental e oceânica;
- água.
Método:
- colocar alguma água no interior da caixa de acrílico;
- movimentar a caixa, recorrendo às rodas, de modo a criar uma vaga de “tsunami”.
Conclusão:
Na experiência verifica-se que:
- Devido à simulação do movimento dos fundos oceânicos, a vaga de água vai avançar sobre o
continente, causando alguns estragos na “paisagem”.
Fig. 1: Simulação de um sismo e de um tsunami.
- 53 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“História de quase tudo_ jogo interativo de exterior”
1
1
1
Nuno Galama , Leonor Vilhalva , Catarina Carrapato & Carlos Pepê
2
1-Alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
2-Docente da oficina de Música do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
Finalidade:
- Desenvolver o espírito de investigação e de análise do real nas crianças;
- Facultar às crianças atividades experimentais diversas contribuindo para a estimulação individual de
cada criança;
- Fomentar a organização dos dados experimentais com base em registos;
- Promover nas crianças a capacidade de questionar os factos, levantar hipóteses, fazer previsões e
analisar os resultados;
- Incentivar à persistência e perseverança no processo experimental reformulando sempre que
necessário as hipóteses iniciais;
- Estimular as crianças a observar e compreenderem melhor os fenómenos que as rodeiam, com
espírito crítico;
- Proporcionar um ambiente físico adequado às crianças e à investigação científica;
- Proporcionar momentos de partilha entre as crianças e de confronto dos resultados experimentais;
Conteúdos:
- Química, tabela periódica, história da química
Material:
- Um tablet de qualquer marca
- Aplicação Prezi
- Aplicação com leitores de qr code
- Materiais de laboratório
- Câmara de vídeo
- Bibliografia diversa
Resumo:
Com base no projeto “ A história de quase tudo” dinamizado em 2011 no CEAN criámos uma nova
abordagem mais moderna e dinâmica. Recorremos ao PREZI, um novo modelo de apresentações e
aos Qr code como enigmas para decifrar e alargámos o antigo jogo de tabuleiro para o espaço de
qualquer escola ou recinto publico. Por equipas, convidamos as crianças do 5º e 6º ano a jogar e
assim darem os primeiros passos no mundo da química. Esta interação entre gerações ajuda-nos a
estudar e ao mesmo tempo abrimos o mundo do infinitamente pequeno aos mais novos.
Devem seguir as dicas que aparecem no tablet (aplicação desenvolvida por nós) e seguir de ponto
em ponto respondendo às questões com ajuda de dicas. Estas dicas podem ser vídeos gravados por
nós, palavras-chave, experiências gravadas por nós e imagens recolhidas na web e esquemas.
Só poderão avançar para a casa seguinte quando desvendarem a resposta. O jogo está criado de
forma a viajarmos do geral para o particular (do Big Bang) até à tabela dos segredos (tabela
periódica) e aos átomos e moléculas. No âmbito da parceria entre o CEAN e o agrupamento de
escolas estamos a levar o jogo às turmas do 5º e 6º ano e pensamos ser um contributo muito válido
para melhorar de forma divertida o gosto pela ciência no 3º ciclo.
- 54 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Exemplo do ambiente de trabalho da aplicação desenvolvida no CEAN
- 55 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“A SOLUBILIDADE DE SAIS EM ÁGUA E REAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO QUE OCORREM NA
NATUREZA” – (APRESENTAÇÃO EM VÍDEOCONFERÊNCIA)
1
1
1
1
Beatriz Sousa , Carina Silva , Cristina Ramos , Diana Neri & Olga Vasconcelos
2
1- Alunas da Escola Básica de Santa Bárbara, Fânzeres
2- Docente da Escola Básica de Santa Bárbara, Fânzeres
Questão problema:Como se formam as estalactites e as estalagmites?
Objetivo do trabalho:
- Comparar as solubilidades em água de diferentes sais.
- Estudar as reações de precipitação.
- Conhecer algumas reações de precipitação que ocorrem na Natureza.
Material e Reagentes:
- Suporte de tubos de ensaio
- Gobelés
- Sulfato de cobre (II)
- Tubos de ensaio
- Espátulas
- Cloreto de prata
- Varetas de vidro
- Folha de Experimentação
- Nitrato de chumbo (II)
- Garrafa de esguicho
- Cloreto de sódio
- Nitrato de prata
- Pipetas conta-gotas
- Hidróxido de sódio
- Carbonato de cálcio
- Etiquetas
- Iodeto de potássio
Procedimento experimental:
Parte I
1 Colocar, com o auxílio da espátula, um pouco cada um dos sais indicados em diferentes tubos de
ensaio.
2 Adicionar um pouco de água a cada um dos tubos e concluir acerca da solubilidade dos diferentes
sais em água. Registar os resultados na tabela I.
Parte II
3 Usando a folha de experimentação, de modo a verificar possíveis ocorrências de reações de
precipitação, misturar pequenas quantidades das diferentes soluções de sais, usando para isso uma
vareta de vidro.
- 56 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
4 Registar na tabela II a possível ocorrência de reações de precipitação e as cores dos precipitados
obtidos.
5 Para as reações de precipitação, prever o nome do sal que precipitou, consultando uma tabela da
solubilidade de diferentes sais em água e escrevendo os respetivos esquemas de palavras.
Registo dos Resultados Experimentais
Sais
Cloreto
de
sódio
Hidróxido
de sódio
Solubilidade
em água
(S- Solúvel /
I- Insolúvel)
S
S
Parte I
Sulfato
Iodeto
de
de
cobre
Potássio
(II)
S
S
Cloreto
de
prata
Nitrato
de
chumbo
(II)
Nitrato
de
prata
Carbonato
de cálcio
I
S
S
I
Tabela I – Registo das solubilidades de diferentes sais em água.
Parte II
Adição de … a …
Cloreto de sódio
Sulfato de cobre (II)
Nitrato de prata
Nitrato de chumbo (II)
(D) Pp branco
(G) Pp branco
(A) Não se formou
nenhum pp
Hidróxido de sódio
(B) Pp azul ciano
(E) Pp castanho
(H) Pp branco
Iodeto de potássio
(C) Pp laranja escuro
(F) Pp branco
(I) Pp amarelo
Tabela II – Registo da possível ocorrência de reações de precipitação e da cor dos precipitados
formados.
Conclusões e Críticas de Resultados:
Parte I
-Todos os sais estudados são solúveis em água, com exceção do cloreto de prata e do carbonato de
cálcio. Estes são sais insolúveis, uma vez que uma quantidade considerável de sal não se dissolve
em água.
- Todos os sais de sódio e todos os nitratos são solúveis.
Nota: Esta parte do trabalho baseou-se no estudo da solubilidade de alguns sais em água. A
solubilidade é a quantidade máxima de soluto que se pode dissolver num dado volume de solvente, a
3
uma certa temperatura. Em geral, exprime-se em g/cm . Diz-se que uma solução está saturada
quando a quantidade de soluto que nela existe é a máxima que se consegue dissolver. Desta forma,
não se deve adicionar uma grande quantidade de sal na preparação das soluções, uma vez que, até
os sais bastante solúveis, como o hidróxido de sódio (que tem uma solubilidade em água de 0,750
3
g/cm , a 25 º C), seriam praticamente insolúveis em água (a solução ficaria sobressaturada) se a
quantidade de sal fosse exagerada relativamente ao volume de água existente.
Parte II
- 57 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Dá-se o nome de reações de precipitação às reações químicas em que há formação de um sal
insolúvel - precipitado, resultante da junção de duas soluções aquosas de sais solúveis em água.
Todas as reações estudadas, com exceção da reação A (em que não se forma um precipitado), são
reações de precipitação.
A- cloreto de sódio (aq) + sulfato de cobre (II) (aq) → cloreto de cobre (II) (aq) + sulfato de sódio (aq)
B- hidróxido de sódio (aq) + sulfato de cobre (II) (aq) → hidróxido de cobre (II) (s) + sulfato de sódio
(aq)
C- iodeto de potássio (aq) + sulfato de cobre (II) (aq) → iodeto de cobre (II) (s) + sulfato de potássio
(aq)
D- cloreto de sódio (aq) + nitrato de prata (aq) → cloreto de prata (s) + nitrato de sódio (aq)
E- hidróxido de sódio (aq) + nitrato de prata (aq) → hidróxido de prata (s) + nitrato de sódio (aq)
F- iodeto de potássio (aq) + nitrato de prata (aq) → iodeto de prata (s) + nitrato de potássio (aq)
G- cloreto de sódio (aq) + nitrato de chumbo (II) (aq) → nitrato de sódio (aq) + cloreto de chumbo
(II) (s)
H- hidróxido de sódio (aq) + nitrato de chumbo (II) (aq) → hidróxido de chumbo (II) (s) + nitrato de
sódio (aq)
I- iodeto de potássio (aq) + nitrato de chumbo (II) (aq) → iodeto de chumbo (II) (s) + nitrato de
potássio (aq)
Resposta à questões problema:
As águas em circulação subterrânea, nas grutas calcárias, acabam por ficar saturadas em
hidrogenocarbonato de cálcio. Com a diminuição de pressão e/ou aumento da temperatura, entre
outros fatores, pode haver uma sobressaturação neste sal, originando a precipitação de carbonato de
cálcio, por este ser pouco solúvel em água, como pudemos verificar experimentalmente. A reação
química que ocorre pode ser traduzida pelo seguinte esquema de palavras:
Hidrogenocarbonato de cálcio (aq) → dióxido de carbono (g) + carbonato de cálcio (s) + água
(l)
O hidrogenocarbonato de cálcio, em solução aquosa, está dissociado nos iões que o constituem.
Desta forma, estamos perante uma reação de precipitação que verifica os requisitos supracitados, em
que o precipitado carbonato de cálcio dá origem às estalactites e às estalagmites.
- 58 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
VIII Congresso Nacional Cientistas em Ação
PRÉMIO ANTÓNIO RIBEIRO
Ensino Secundário
- 59 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
QUEM É O CIENTISTA?
Professor
Doutor
António Ribeiro
O Professor António Ribeiro é, seguramente, um dos geólogos portugueses mais
brilhantes da sua geração, com um curriculum científico e profissional de grande valor,
com inestimáveis serviços prestados à Ciência e à Educação, tanto a nível nacional como
europeu. O seu trabalho de excelência contribuiu e continuará seguramente a contribuir
para a construção desta intrincada malha de que é feita a Ciência.
Da sua profícua e frutificante actividade científica, centrada essencialmente nos domínios
da Tectonofísica de continentes e oceanos, na Sismotectónica e na Modelação de
processos tectónicos, resultaram mais de 300 publicações científicas da especialidade,
incluindo 5 livros e 125 publicações referidas no Science Citation Index, com 1350
citações. De referir o seu último livro, lançado no mercado em 2002, intitulado “Soft Plate
and Impact Tectonics” e dado à estampa pela conhecida editora europeia Springer Verlag.
O Professor António Ribeiro foi ainda fundador do Laboratório de Tectonofísica e
Tectónica Experimental (LATTEX) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e
sócio fundador do Grupo de Geologia Estrutural e Tectónica (GGET) da Sociedade
Geológica de Portugal.
- 60 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Da deriva continental de Wegener (1912) à
moderna geodinâmica global
António Ribeiro1; Rui Dias2; Rogério Rocha3 & Álvaro Pinto1
1
2
3
Univ. Lisboa; Univ. Évora; Univ. Nova Lisboa
Alfred Wegener formalizou o conceito de deriva continental (1912-1915) com base na
mobilidade da superfície sólida da Terra; ele teve precursores mas, como meteorologista,
conhecendo os movimentos rápidos dos fluidos na atmosfera, tinha as bases e a
motivação necessárias para extrapolar esta mobilidade para o fluxo lento da superfície
sólida terrestre, um salto fenomenológico maior nas Ciências da Terra.
A tectónica de placas (1962-1969) progrediu a partir do conhecimento das bacias
oceânicas para modelo cinemático completo da litosfera à escala global; através do
conceito do Ciclo de Wilson a teoria pôde alargar a história da Terra para a evolução dos
oceanos, continentes e cinturas móveis ao longo das placas tectónicas. Tornou-se um
paradigma para a teoria da Terra como um sistema aberto e dinâmico.
Até hoje muitas questões continuam a ser discutíveis no âmbito da geodinâmica. O
mecanismo motor da deriva das placas tectónicas requer novas ideias para suportar o
bem conhecido modelo puramente cinemático, finamente monitorizado por métodos
espaciais geodésicos. A quantidade e natureza da deformação intraplacas requerem um
desvio a partir de uma rigidez perfeita e uma distribuição preferencial no interior dos
domínios continental versus oceânico mas num regime coerente de placas “soft”. Qual é o
papel da água no adelgaçamento e enfraquecimento da litosfera e início da subducção?
Qual o papel do modelo de pluma (hot spots em diferentes níveis no manto convectivo)
versus modelo de placa? Qual é o modelo de evolução do regime de convecção de
Tectónica em Bolha para convecção estratificada e para a actual convecção de todo o
manto e quando ocorreu essa evolução na história do arrefecimento da Terra?
Um tema maior da história da Terra é a causa/origem dos superciclos continentais
alargados ao passado da Pangaea de Wegener (~270 MA) e ao futuro, na base do estado
actual de máximo de dispersão continental. Segundo diferentes autores os ciclos
passados, com duração média de 350 a 700 MA, têm sido explicados por diferentes
modelos de associação e como base para a formação de futuros supercontinentes. O
modelo da introversão suporta o fecho do Atlântico e interliga os oceanos pela inversão
do sentido de rotação das placas durante o Ciclo meso-cenozóico de Wilson, criando-se
consequentemente um supercontinente como a Pangaea, a Nova Pangaea ou Pangaea
Próxima. O modelo de retroversão assume o fecho do Pacífico e a rotação de cerca de
180º para o próximo supercontinente, Amásia, nos antípodas da Pangaea. O modelo de
ortoversão propõe o fecho do Ártico e das Caraíbas, gerando a Amásia pela junção dos
continentais América e Eurásia ortogonal ao anterior supercontinente da Pangaea.
É possível também uma combinação do modelo da introversão de oceanos tipo
Atlântico com o da ortoversão da abertura e fecho de oceanos tipo Thetis; esta preserva o
conceito do Ciclo de Wilson para uma litosfera oceânica não mais antiga que 170 MA e
- 61 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
evita a dificuldade duma reorganização generalizada da convecção do manto nas zonas
de subducção mais profundas relacionadas com o fecho do Pacífico. Um continente
Pangaea Reconstructa reunir-se-á 100±50 MA antes do final da Tectónica de Placas (1 –
2 GA), por enfraquecimento do motor do calor e fim da lubrificação do movimento da
placa pela água oceânica.
- 62 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Ecotoxicologia: O impacto do homem no meio ambiente”
1
1
1
Beatriz Vieira ; Vera Cardoso , Vera Barbosa & Lília Cunha
2
1-Alunos do Externato Infante D. Henrique, Ruílhe
2-Docente do Externato Infante D. Henrique, Ruílhe
Finalidade:
Pretendemos avaliar o impacto de alguns detergentes e adubos no ambiente, bem
como a partir de que concentrações os elementos que constituem os detergentes
e os adubos os tornam perigosos para o meio ambiente.
Material:
-Microalgas
-Dáfnias
-Espetrofotómetro
-Balões volumétricos
-Pipetas
-Detergentes ecológicos e não ecológicos
-Adubos
Método:
Começamos por utilizar microalgas e dáfnias, como representantes do
ecossistema aquático. Foram estudados, alguns tipos de detergentes e adubos
diferentes, sendo eles sólidos ou líquidos, ou até publicitados como “ecológicos”. A
avaliação do impacto teve por base: a técnica da espectrofotometria para os
seres autotróficos, e a microscopia para avaliar o impacto nas dáfnias.
1ª experiência:
Para o estudo foi utilizada uma solução de microalgas com uma
determinada concentração foi sujeita a diferentes tipos de detergentes ou adubos.
Durante a ação dos químicos selecionados, foi utilizada a técnica
da espetrofotometria para determinar a concentração da nossa amostra de algas
inicial, intermédia e final. Assim, foi fácil perceber que os detergentes faziam
aumentar a taxa de mortalidade das microalgas e os adubos aumentavam a taxa
de crescimento das mesmas.
2ª experiência:
Paralelamente este estudo foi feito em crustáceos microscópicos onde se
estudou o efeito dos mesmos detergentes e adubos, desta vez em Daphnia
magna Strauss. Neste ponto foi percetível que, contrariamente ao que aconteceu
- 63 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
nas plantas, os adubos e os detergentes têm o mesmo efeito – o aumento da taxa
de mortalidade.
Conclusão:
Este estudo revelou que, apesar dos detergentes ecológicos serem publicitados
como sendo menos agressivos para o meio ambiente, isto nem sempre acontece.
Se por um lado os amaciadores se mostraram ser os detergentes com menor
impacto (dos estudados), não houve diferenças significativas entre o dito “normal”
e o ecológico, nem no ensaio das plantas nem no dos animais. Por outro lado, no
que toca ao “multiusos” esta diferença foi bem notória, tendo sido muito menos
nefasto o detergente ecológico comparativamente ao não-ecológico. No entanto
este efeito foi completamente contrariado no que toca aos detergentes de WC,
onde o ecológico no ensaio dos animais teve um impacto muito similar ao nãoecológico e nas plantas o seu efeito foi bastante mais negativo. Isto leva-nos a
concluir que é necessário estipular parâmetros “universais” que definam regras
para a caracterização ecológica dos detergentes. Só assim, e caso estes
parâmetros estejam bem citados no rótulo da embalagem, os consumidores
podem estar certos de uma escolha mais segura para o meio ambiente.
- 64 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Porque razão algumas curvas nas estradas são inclinadas?”
1
2
Maria Francisca Inácio & Mónica Gonçalves , Carlos Paulino
2
1-Aluna do Colégio de São Tomás, Lisboa
2-Docentes do Colégio de São Tomás, Lisboa
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objectivo estudar a influência que o ângulo de inclinação das
curvas da estrada tem na trajectória do carro, tendo em conta também a sua velocidade.
Material:
-pista de brincar
Peças normais
Peças de derrapagem
-sensor foto-gate
-dossiês
Método:
1ª experiência:
-deixar as duas curvas sem nenhuma inclinação;
-pôr o carro na pista de fora;
-acelerar o carro até alcançar a velocidade máxima;
-medir a velocidade que o carro apresenta na entrada da curva, com o sensor foto gate, e registar
as velocidades máximas em diferentes inclinações que se pode variar com os dossiês
2ª experiência:
-deixar as duas curvas sem nenhuma inclinação;
-pôr o carro na pista de fora;
-fazer com que o carro ande a uma velocidade constante durante cerca de 3 voltas;
-registar o que se observa na curva de derrapagem;
-repetir a experiência variando a inclinação da curva de derrapagem e a velocidade
Conclusão:
Na 1ª experiência verificou-se o seguinte:
Inclinação (ᵒ)
Velocidade (km/h)
0
7,2
20
8,3
30
9,8
- 65 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Hipótese: O carro poderá ter
maior velocidade se a curva for
mais inclinada
Velocidade(km/h)
Velocidade máxima
12
10
8
6
4
2
0
Existe
um
aumento
da
velocidade
máxima,
com
o
aumento do ângulo de inclinação.
A hipótese é válida.
0ᵒ
20ᵒ
30ᵒ
Ângulos das inclinações (ᵒ)
Na 2ª experiência verificou-se o seguinte:
Velocidade
5,4 km/h
7,2 km/h
Sem inclinação
Não derrapou
Derrapou muito
Com inclinação de 20⁰
Não derrapou
Derrapou pouco
Com inclinação 30⁰
Não derrapou
Não derrapou
Hipótese: Quando a curva é mais inclinada o carro passa com maior segurança, para a
mesma velocidade.
-Ao aumentar o ângulo de inclinação da curva o carro derrapou menos para a mesma velocidade.
A hipótese é válida.
Posso concluir, então, que:
A inclinação das curvas (nas auto estradas) permite que o carro possa ir a uma
velocidade maior (do que nas estradas de cidade), sendo que é um fator importante
para que haja maior segurança ao efetuar curvas a grande velocidade.
Na curva, a força resultante tem que ter uma componente que puxe o carrinho para o
centro da curva, ou seja uma força centrípeta. Se a curva for no plano horizontal, o peso e
a força normal são perpendiculares ao plano e anular-se-ão. Mas se a resultante das
forças fosse nula, pela 1ª Lei de Newton, o carrinho teria um movimento retilíneo, ou seja
não podia descrever a curva, logo, a presença desta força centrípeta é essencial. O
carrinho descreve a curva porque está apoiado numa rampa, a força normal terá um certo
ângulo com a vertical, assim, a força resultante terá uma componente centrípeta.
- 66 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
z
N
cos
θ
C
n
R
N sin θ
(1)
(2)
Tendo em conta a primeira equação, quanto maior for
, maior é a força centrípeta.
Quanto maior a força centrípeta, maior será a aceleração centrípeta.
Logo, para o mesmo raio, maior pode ser a velocidade do corpo ao descrever a curva, para
que a segurança garantida seja o maior possível.
Resolvendo os sistema de equações (1) e (2) em ordem a v , podemos concluir que a
velocidade máxima será tanto maior quanto maiores forem o raio da curvatura e o ângulo
θ.
- 67 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“À procura do radão”
1
1
1
1
Catarina Santos , Diogo Cunha , George Osan , Miguel Guerreiro & Hélder Pereira
2
1-Alunos do Clube das Ciências da Terra e do Espaço da ESL
2-Docente do Departamento de Biologia e Geologia da Escola Secundária de Loulé
Introdução:
O radão é um gás radio activo de origem natural e provem essencialmente das rochas, a sua
libertação para atmosfera é dependente da composição, permeabilidade e porosidade dos solos.
Também parâmetros meteorológicos influenciam a libertação deste gás assim, este varia de uma
região para outra e ao longo do tempo.
Ao radão está associado a um risco radiológico que pode induzir cancro, pelo que é importante
compreender qual sua origem.
Com este trabalho realizou-se uma experiência com o objectivo de determinar a concentração
de radão libertada por diferentes amostras rochosas. O núcleo do átomo de radão-222 decai para
polónio-218, emitindo uma partícula-α, esta vai deixar uma marca nos detectores de radiação
CR39. Após um tratamento químico os microfuros podem ser visualizados ao microscópio óptico.
Através do número de buracos deixados por estas partículas é possível calcular a concentração
média de radão durante o tempo de exposição.
Material:
- martelo
- escopro
- detectores de radiação CR39
- caixas de plástico
- frascos de vidro
- x-acto
- massa tipo Bostik
- amostras de rochas: rocha com minério de urânio, granito, xisto e sienito nefelínico
- manta de aquecimento
- gobelé
3
- solução de hidróxido de sódio (concentração de 240g/dm )
- termómetro
- água destilada
- lâminas e microscópio óptico comum
Métodos:
1ª Etapa – preparação das amostras
Seleccionaram-se quatro amostras rochosas e com o auxílio de um martelo e de um escopro
partiram-se em fragmentos mais pequenos para que todas elas ficassem com dimensões
semelhantes.
2ª Etapa – Preparação dos detectores
Retirou-se a pelicula transparente que protege os detectores CR39 de ambos os lados com um xacto. Seguidamente colaram-se os detectores na tampa das caixas de plástico com massa tipo
- 68 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Bostik. Colocaram-se as caixas com os detectores e as amostras rochosas dentro de um frasco
durante 15 dias.
3ªEtapa – Revelação dos detectores
Preparou-se uma solução de NaOH com uma concentração de 240 g/dm3. Retiraram-se os
detectores do interior das caixas de plástico e removeu-se, com cuidado, os resíduos da massa
Bostik. Colocaram-se os detectores em tubos de ensaio.
Em cada tubo de ensaio colocou-se a solução de NaOH até meio do tubo. De seguida
colocaram-se os tubos de ensaio num gobelé com água destilada.
O gobelé foi colocado numa manta de aquecimento e a solução foi mantida a uma temperatura
entre 70 a 80°C durante 4h. Retiraram-se os tubos de ensaio para um suporte e deixou-se
arrefecer a solução de NaOH. Verteu-se o NaOH do tubo de ensaio para um gobelé
Com auxílio de uma pinça retiraram-se os detectores dos tubos de ensaio. Foram lavados com
água abundante e deixaram-se secar.
4ªEtapa – Contagem do número de impactos
Montou-se cada detector CR39 numa lâmina de microscópio. Observaram-se os traços
registados nos detectores ao microscópio e fez-se o registo fotográfico.
Analisaram-se as fotografias num programa de tratamento e processamento de imagem e
determinou-se o número de traços/impactos visíveis dentro de uma área pré-definida.
Conclusão:
Na sequencia da experiencia realizada verificou-se que as concentrações do gás radão
libertado variaram consoante as amostras de rocha em questão. Constatámos que, tal como era
esperado, a amostra de rocha rica em minério de urânio foi a que libertou uma maior concentração
de radão. Porém verificámos ainda que as restantes amostras analisadas também apresentam
radioactividade natural.
Bibliografia:
Budinich, M. e Vascotto, M. (2010) The ‘Radon school survey’: measuring radioactivity at home.
Science in School, 14: 54-57.
Vasconcelos, C; Almeida, A; Torres, J. e Amador, F. (2012) Aprender com cenários do
quotidiano: Revisitando o contributo da Geologia para a sociedade. Congresso Brasileiro de
Geologia, São Paulo, 1-26.
- 69 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“7tor Green – Central Termoelétrica com processo de Cogeração
Climatização de estufa agrícola”
1
1
1
1
2
Marco Oliveira ,João Pinto , João Lopes , Bruno Campos & Sílvia Arada , António Ferreira
1-Alunos do Externato Infante D. Henrique, Ruílhe
2-Docentes do Externato Infante D. Henrique, Ruílhe
- 70 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
2
“Por que razão o mar brilha à noite?”
1
1
2
Carolina Vigário , Miguel Teixeira Duarte & Ana Teiga Vieira , Luísa Rodrigues
2
1-Alunos do Colégio de São Tomás, Lisboa
2-Docentes do Colégio de São Tomás, Lisboa
Em colaboração com o Centro de Oceanografia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Professora Ana
Amorim & Professora Vera Veloso)
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objectivo descobrir a origem da luminosidade no mar numa noite
sem lua visível
Material:
1ª experiência
•
•
•
•
•
Rede de plâncton 10 µm
Frascos de recolha
Geleira
Etiqueta e lápis
Caderno de campo
2ª experiência
Água do mar autoclavada
Frascos de cultura (Orange Scientific, ref.5520100)
Caixas de 4 poços (Nunc, ref.179820)
Pipetas de Pasteur
Micro pipetas de 5 ml, 1 ml e 100 µl (Eppendorf Research)
Filtro Whatman (GF/C, ref. 1822-047)
Microscópio óptico invertido (Olympus IX70)
Fito clima 750 E (Aralab.)
Câmara de fluxo laminar (Flufrance
Método:
1ª experiência:
•
•
•
Recolher uma amostra qualitativa de água do mar, de arrasto vertical e arrasto horizontal
Observar se a amostra com os organismos filtrados maiores de 10 µm é florescente ou se
a água filtrada detém esta característica
Observar ao microscópio óptico a amostra luminescente
2ª experiência
•
•
•
Isolar a espécie de fitoplâncton obtidas na recolha com pipetas de Pasteur para caixas de
4 poços.
Fazer meio f/2*, esterilização por filtração (17/10/2012)
Fazer duas culturas de 1:2 de Lingulodinium polyedrum em 10 ml cada (17/10/2012)
- 71 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
•
•
•
•
•
•
•
•
Manter culturas a uma temperatura de 19ºC, 14h de luz e 10h de escuridão, luz a mais ou
menos 20 µmol/m²/s
Durante uma semana acrescentar meio f/2 nas culturas de Lingulodinium polyedrum até
perfazer os 40 ml cada. Os acrescentos devem ser feitos consoante o crescimento
populacional da espécie. (18-24/10/2012)
Ao fim da primeira semana subdividir cada cultura de L. polyedrum em culturas de 10 ml e
30 ml (24/10/2012)
Fazer estudo da bioluminescência à noite das culturas de L. polyedrum de 10 ml, cultura
colocada (no escuro durante 24h (27-28/10/2012)
Dar como acabadas as experiências nos frascos de cultura de L. polyedrum de 10 ml
(31/10/2012)
Manter uma cultura de L. polyedrum de 30 ml (31/10/2012)
Repicar a outra cultura de 30ml de L. polyedrum em 1:2 (31/10/2012)
Fazer estudo comparativo da bioluminescência das culturas de L. polyedrum em fase
estacionária e em fase exponencial, estudo ao longo de 24h, observação durante o período
da noite com intervalos regulares 1,5h a 2h(17-18/11/2012)
Conclusão:
Na 1ª experiência verificou-se que: a luminosidade se deve ao fitoplâncton ou ao zooplâncton e
não aos organismos menores de 10µm ou aos componentes da água.
Na 2ª experiência verificou-se que: as culturas no período da noite em intervalos regulares (1,5h2h), verificámos que a luminosidade se manifesta no período da noite e assim confirmámos a
nossa hipótese. Na experiência em que deixámos as culturas no escuro durante o período do dia,
verificámos qué a espécie só é luminescente no período da noite. Durante o tempo em que deveria
estar exposto á luz não apresenta luminosidade devido ao seu relógio biológico.
Concluímos, portanto, que o fitoplâncton é uma das razões para haver luminosidade no mar não
excluindo as outras hipóteses.
- 72 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Eco-Wash”
1
1
Andreia Gomes , Paulo Fernandes & Sílvia Arada
1-Alunos do Externato Infante D. Henrique, Ruílhe
2-Docentes do Externato Infante D. Henrique, Ruílhe
- 73 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
2
“Ubiquidade dos fungos em locais inesperados”
1
1
1
1
Ana Reis , Beatriz Bernardino , Rita Ponte , Serenela Moreira & Ana Aleixo
2
1-Alunas da turma A do 11º ano do Centro de Estudos de Fátima
2-Docente do Grupo 520 do Centro de Estudos de Fátima
Finalidade:
Este projeto baseou-se no estudo da ubiquidade dos fungos em diversos locais do nosso
quotidiano e na análise da eficácia da lixívia como agente desinfetante. Para tal, esfregámos fatias
de pão em diversos locais, na tentativa de avaliar aí a existência de fungos. Numa das condições
experimentais usámos lixívia, tentando perceber se a sua presença inibe o crescimento destes
seres vivos.
Abstract
This project is based on the study of the ubiquity of fungi in various everyday places and the
analysis of the efficiency of bleach as a disinfecting agent. In order to do this we rubbed slices of
bread on various surfaces in an attempt to evaluate the existence of fungi. In one of the
experiments we used bleach in order to understand whether its use inhibits the growth of these
living beings.
Introdução
Os fungos são seres ubiquitários que constituem um grupo de organismos muito importante,
diversificado e curioso. Conhecem-se mais de 100 mil espécies, a maioria das quais são terrestres.
São seres eucariontes, geralmente multicelulares e quimio-heterotróficos. A reprodução está
normalmente associada à criação de esporos, o que lhes permite sobreviver em condições
desfavoráveis, manifestando-se o seu desenvolvimento apenas na presença de substratos
favoráveis. Por necessitarem de compostos orgânicos para o seu crescimento, são facilmente
detetados em matéria orgânica em decomposição.
Para o nosso trabalho, usámos o pão como substrato, uma vez que é um material acessível. Os
fungos são decompositores, pelo que necessitam de uma grande área de contacto com o meio
externo, o que é conseguido através da existência de hifas, que formam um micélio. A grande
desvantagem da extensa área de superfície de contacto com o meio externo, é a rápida
desidratação a que estão sujeitos, razão pela qual tendem a viver em ambientes húmidos. Devido
a este facto, foi necessário humedecer as fatias de pão. Foi escolhido um pão caseiro, uma vez
que este não contém conservantes, não influenciando o crescimento dos fungos.
Querendo testar a ubiquidade destes organismos, esfregámos o pão em diversos locais.
Paralelamente, avaliámos a ação desinfetante da lixívia no combate ao crescimento de fungos.
Material:
- 5 fatias de pão caseiro (pão de forma)
- Sacos de plástico
- Pipeta graduada
- 24 ml de água destilada
- 8 ml de Lixívia
- 8 ml de água obtida ao espremer a esponja
de lavar a louça
- Caneta de acetato
- Esponja de lavar a louça
- Máquina fotográfica
- 74 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Método:
A primeira etapa para a realização da experiência consistiu na escolha de três locais onde
pesquisar a presença de fungos e a sua diversidade, de forma comparativa. Das inúmeras
opções disponíveis, escolhemos as seguintes: chão de um corredor externo da escola, estofo
de um automóvel e uma esponja de lavar louça.
O dispositivo experimental está esquematizado a seguir:
Controlo
8 ml água
destilada
1
2
3
4
8 ml água
destilada
8 ml água
destilada
8 ml
lixívia
Esfregar
no chão
Esfregar
no carro
Esfregar
no chão
8 ml água
(esponja
de lavar
louça)
Todas as fatias foram colocadas dentro de um saco de plástico, devidamente identificado e
fechado e foram mantidas nas mesmas condições ambientais.
Durante duas semanas, periodicamente, fez-se o registo das observações.
Conclusão:
Pela análise dos resultados, podemos concluir que os fungos se encontram nos locais mais
inesperados do nosso quotidiano. Contudo, nem sempre temos consciência da sua existência,
pois muitas vezes só estão presentes os seus esporos. Estes, quando colocados num
substrato adequado, promovem o crescimento do micélio.
Podemos também comprovar que a lixívia é um bom desinfetante, pois inibiu o crescimento
dos fungos.
Bibliografia:
- Ferreira, Wanda F. Canas; Sousa, João Carlos F. De; Lima, Nelson (2010) Microbiologia,
Lidel; pp 146-149
- Postgate, John (2002) Os Micróbios e o Homem; Editora Replicação; pp 23 e 24
- Sadava, David; Hillis, David; Heller, Craig; Berenbaum, May (2009) Life – The Science of
th
Biology Freeman Ed.; 9 Ed.; pp. 629 e 630
- Silva, Amparo Dias da et all (2008) Terra, Universo de Vida; 1ª parte, Biologia; Porto Editora;
pg. 179
- 75 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Electric phormidium”
1
1
Laura Silva , Mónica Trilho & Ana Paula Silveiro
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1-Alunos da Escola Secundária c/3º Ciclo Romeu Correia, Feijó
2-Docente da Escola Secundária c/3º Ciclo Romeu Correia, Feijó
Finalidade:
Este projeto tem como objetivo produzir energia elétrica a partir de bactérias presentes em fruta
podre.
Material:
- 2 garrafas de plástico 1,25 L
- X-ato
- Agulha metálica
- Fósforos
- Caneta de acetato
- Régua
- 4 Elétrodos de carbono
- Fios de cobre
- Cola-tudo
- Teflon
- Parafilm
- Fita adesiva
- Membrana de celulose (poro: 12000 - 14000 Dalton)
- Balão de Erlenmeyer (250mL)
- 2 rolhas de borracha
- Pregos ferrugentos
- Almofariz
- Pilão
- Multímetro
- Led
- Pipeta pasteur
- 2 Provetas (50mL e 1000mL)
- Caixa de petri
- Funil
- Fruta podre
- Água mineral
- NaCl
- Agar Agar
- Água destilada
Método:
1ª Etapa - construção da microbial fuel cell
Nota: as garrafas de plástico devem estar limpas e muito bem secas
1.
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3.
4.
5.
Verificar se os elétrodos são condutores
Unir fios de cobre com cola a cada um dos elétrodos
Cortar o gargalo de uma garrafa
Fazer 2 orifícios em cada garrafa a pontos equidistantes
Unir o fio de cada elétrodo a cada um dos orifícios com cola (os elétrodos ficam no
interior da garrafa)
6. Fazer outra abertura em cada garrafa de diâmetro igual ao das rolhas de borracha
7. Preparar cerca de 55ml de solução de agar
- 76 - VIII Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
8.
9.
10.
11.
12.
Aquecer no microondas até ter um aspeto fluido e sem espuma
Transferir a solução de agar, quando estiver morna, para uma caixa de petri
Colocar de imediato o gargalo da garrafa na solução
Depois de solidificar, retirar o molde de agar da caixa de petri
Tapar a abertura do gargalo (com o molde de agar no interior) com a membrana de
celulose e fixá-la com teflon e parafilm
13. Encaixar as garrafas uma na outra e fixá-las com teflon, parafilm e fita adesiva
2ª Etapa - adição dos substratos
1. Esmagar a fruta podre e diluir um pouco com água mineral
2. Preparar 2L de solução de concentração 0,5M de NaCl
3. Transferir a fruta podre para o meio anódico ao mesmo tempo que o passo seguinte
4. Transferir a solução de NaCl para o meio catódico até ambos os elétrodos estarem
imersos
5. Diluir o meio anódico com a solução de NaCl até ambos os elétrodos estarem imersos
6. Colocar os pregos ferrugentos no meio catódico
7. Ligar o circuito a um led
8. Bombear repetitivamente o meio catódico com oxigénio
9. Medir a diferença de potencial entre os elétrodos
Conclusão:
Obteve-se uma diferença de potencial da ordem dos 200mV, no entanto, insuficiente
para acender o led.
Para possíveis causas da fraca tensão obtida, discutiram-se as hipóteses de existirem
poucas bactérias no substrato orgânico, devido ao nível insatisfatório de podridão da fruta, de o
meio anódico não estar completamente anaeróbio, de a área dos elétrodos ser pequena e de
não ser igual nos dois meios.
Para melhores resultados, é necessário que a fruta esteja mais degradada, que seja
deixada repousar um pouco de modo a ficar com menos oxigénio e aumentar a área dos
elétrodos.
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