Gratuito Directora Graça Franco Editor Hugo Monteiro Lisboa Terça Porto Quarta Grupo r/com www.rr.pt www.rfm.pt www.mega.fm www.radiosim.pt Segunda-feira 13 Maio 2013 Gratuito GOVERNO: Passos nega divergências - CONSELHO DE ESTADO: Governo concorda com convocatória ÚLTIMAS Cavaco convoca Conselho de Estado para segunda-feira Leia mais “Financial Times” Universidade Católica sobe no ranking » Pág.9 » Págs.4 e 5 Paulo Cunha/LUSA Pontificado consagrado a Nossa Senhora de Fátima » Págs.2 e 3 Cimeira Ibérica Emigração Passos e Rajoy juntos para pressionar UE Histórias dos primeiros portugueses no Canadá OPINIÃO Comunicação e educação: o trabalho em rede Manuel Pinto » Pág.6 A 13 de Maio... » Pág.10 DR » Pág.7 EPA 1934: inauguração da estátua do Marquês de Pombal » Pág.15 DESTAQUE I Fátima Pontificado de Francisco consagrado a Nossa Senhora Perante os milhares de fiéis que assistiram às cerimónias da Peregrinação Aniversária de Fátima, o Arcebispo do Rio de Janeiro exortou os cristãos a viver a sua fé num mundo em transformação e lembrou o lema escolhido para este ano: “Não tenhais medo”. » Aura Miguel e Paula Costa Dias PÁG. Paulo Cunha/LUSA 02 Um dos pontos altos das cerimónias deste 13 de Maio em Fátima deu-se quando o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, consagrou o pontificado do Papa Francisco a Nossa Senhora. Foi o cumprir de um desejo manifestado pelo próprio Sumo Pontífice, que agradeceu por carta, conforme foi transmitido aos peregrinos no final da eucaristia. “Na vossa mensagem aos pastorinhos, aqui na Cova de Iria, pusestes em relevo o ministério do Papa, o ho- mem vestido de branco. Três últimos Papas fizeram-se peregrinos do vosso santuário”, afirmou D. José Policarpo. “Só Vós, Senhora, no vosso amor maternal a toda a Igreja podeis pôr no coração do Papa Francisco o desejo de também ele ser peregrino deste santuário. Não é algo que se lhe possa pedir por outras razões. Só a cumplicidade silenciosa entre Vós e ele, o levará a sentir-se atraído por esta peregrinação, na certeza de D. António Marto exorta líderes europeus a pensarem nas pessoas O Bispo de Leiria-Fatima critica a falta de justiça social na Europa. Questionado pelos jornalistas na conferência de imprensa de abertura da peregrinação de Maio, D. António Marto disse que as instâncias europeias não podem apenas pensar nos números, têm de pensar mais nas pessoas. D. Antonio Marto lembrou os apelos do Papa Francisco em defesa dos mais pobres para apelar aos responsáveis políticos para olharem mais para quem sofre com a crise. “Apelo também à liderança da Europa para pôr na agenda das grandes reuniões dos responsáveis europeus este problema da dimensão social desta crise que não pode ser esquecida porque as consequências tão graves e em alguns casos até desastrosas com a condução meramente economicista da crise, tornam insustentável a vida das famílias e das pessoas do ponto de vista social”, disse. Para o Bispo, os objectivos que levaram à constituição da então Comunidade Europeia são ainda hoje mais necessários. D. Antonio Marto não esqueceu os políticos portugueses. “As Caritas sentem um crescimento de pedidos de apoio na ordem dos 60%. Portanto, deixo um apelo a todos os responsáveis, não só aos que estão no Governo, mas também a todos os partidos e parceiros sociais para verem que é todo o povo que sofre e que é necessário um novo impulso para encontrar um consenso básico e fundamental para todos sairmos da crise”, acrescenta. No seu discurso de abertura, o Bispo de Leiria tinha pedido aos políticos que pusessem o bem comum à frente do interesse particular ou partidário. r/com renascença comunicação multimédia, 2013 03 JMJ consagrada a Nossa Senhora de Fátima Mais sete mil peregrinos a pé Já ontem, a Jornada Mundial da Juventude foi consagrada, a Nossa Senhora de Fátima. O anúncio foi feito pelo Arcebispo brasileiro D. Oraní Tempesta, que presidiu à Peregrinação Aniversária de Maio. Fátima voltou a ser Altar do Mundo, desta vez com milhares de fiéis a intercederem pelos jovens e pelo Papa Francisco. “Senhora de Fátima, nós nos unimos a esse acto de consagração. Amparai o Papa Francisco no seu pastoreio, velai pelos jovens, velai pelos pobres no ter e no ser, pobreza material e espiritual”, disse D. Oraní Tempesta. Esta manhã, terão estado no Santuário mais sete mil peregrinos a pé do que no ano passado. “Se no ano passado foram contabilizados mais de 30 mil peregrinos a pé, este ano calcula-se em 37 mil”, revela à Renascença o reitor do Santuário, Padre Carlos Cabecinhas. A opção não tem apenas a ver com promessas, explica, por seu lado, o Padre Manuel Antunes, do Movimento da Mensagem de Fátima: “Há uma grande percentagem que vem num gesto penitencial por aqueles que andavam afastados de Deus”, considera. O caminho a pé também está cada vez mais a ser escolhido por jovens, salienta. “Entenderam que havia necessidade de um regresso ao caminho certo, ao caminho da verdade e vêm à busca de uma protecção para esta mudança. Sobretudo nos novos. Vêm a Fátima por razoes morais e espirituais e pelo gesto de fé”. Aparecem também cada vez mais homens, bem como peregrinos estrangeiros, reflexo da importância que a mensagem de Fátima tem vindo a adquirir no mundo. Missas em Fátima vão ter língua gestual Paulo Cunha/LUSA DESTAQUE I PÁG. O Arcebispo do Rio de Janeiro agradeceu a Portugal e aos portugueses terem levado a fé e a devoção a Nossa Senhora até ao Brasil. No final da missa de ontem, virado para a imagem da Virgem, D. Orani consagrou os jovens e a próxima jornada do Rio a Nossa Senhora de Fátima. “Ó Virgem de Fátima, como peregrino nestas terras em que dignaste manifestar a três crianças, com coração repleto de alegria, venho consagrar ao Vosso Imaculado Coração todos os jovens que estão a preparar a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro”, acrescentou. que será acompanhado por milhões de crentes, dispostos a ouvir de novo a Vossa mensagem”, acrescentou. Também presente nas cerimónias esteve o Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani Tempesta, que apelou aos cristãos que tenham a coragem de viver a sua fé num mundo em transformação. D. Orani Tempesta referiu-se ainda ao lema escolhido pelo Santuário de Fátima para as peregrinações deste ano – “Não tenhais medo” – para lembrar aos cristãos a importância de assumirem a sua fé. As missas das 15h00 de domingo no Santuário de Fátima vão ser interpretadas em simultâneo em Língua Gestual Portuguesa para ajudar à participação dos surdos na eucaristia, anunciou o reitor da instituição, Carlos Cabecinhas. A iniciativa vai ter início a 19 de Maio, através de uma parceria com o Instituto Politécnico de Leiria (IPL), informou o padre durante a conferência de imprensa que serviu para apresentar a peregrinação de Maio. “Este é um desejo que nos acompanha há já algum tempo, pela percepção que os surdos são aqueles que têm mais dificuldade em acompanhar as celebrações litúrgicas”, explicou o reitor. Carlos Cabecinhas adiantou ainda que “no dia 19 de Maio terá lugar uma peregrinação dos surdos” a Cova de Iria, sendo esta “uma forma de assinalar o início oficial desta iniciativa”. A interpretação em simultâneo em LGP parte de uma proposta dos responsáveis do instituto, tratando-se de mais uma acção que integra o projecto IPL(+)INCLUSIVO, ao qual está ligado o Bispo de Leiria-Fátima, António Marto. Oito intérpretes ligados ao IPL vão ficar responsáveis por garantir as traduções, numa iniciativa que pretende também incluir as comemorações do Centenário das Aparições que se assinalam em 2017. r/com renascença comunicação multimédia, 2013 DESTAQUE II Crise na coligação? Conselho de Estado convocado depois de domingo agitado Pires de Lima garante: sobretaxa sobre pensões não vai ser aplicada, não houve, nem vai haver cedências, por parte do CDS. Democratas-cristãos não gostaram da forma como chegou à comunicação social o compromisso assumido em Conselho de Ministros. » Pedro Mesquita, Eunice Lourenço e Daniel Rosário (*) PÁG. LUSA 04 O Presidente da República convocou o Conselho de Estado para a próxima segunda-feira. A reunião do órgão político de consulta do Presidente da República terá na ordem de trabalhos as “perspectivas da economia portuguesa no ‘pós-troika’, no quadro de uma União Económica e Monetária efectiva e aprofundada”. De acordo com uma nota divulgada no site da Presidência da República, a reunião está marcada para o próximo dia 20 de Maio, às 17h00. Esta é a 10ª reunião do Conselho de Estado desde que Cavaco Silva é chefe de Estado. O anúncio surge depois de um domingo rico em novos sinais de divergências na coligação governamental. Ontem, o Governo aprovou as condições da contribuição de sustentabilidade do sistema de pensões, também chamada de “TSU dos pensionistas”, numa reunião extraordinária do Conselho de Ministros, que, segundo o Governo, confirmou as condições necessárias ao fecho da sétima avaliação da troika. Após a reunião, uma fonte do Executivo disse à Lusa que o CDS-PP “aceitou excepcionalmente” que “pudesse vir a ser considerada a introdução de uma con Marcelo: Governo “aguenta” mas é “fraquinho, fraquinho, fraquinho” Marcelo Rebelo de Sousa considera que se não houvesse acordo em relação à taxa sobre as pensões o Governo ficaria numa situação “muito complicada”. Assim, “aguenta mas é um Governo fraquinho, fraquinho, fraquinho”. No seu habitual espaço na TVI, o antigo líder do PSD disse que “politicamente ficam todos mal neste filme”, referindo-se à tensão no Executivo de coligação. Na RTP, mais ou menos à mesma hora, o ex-primeiro-ministro José Sócrates afirmou que, se se confirmar que o CDS deixa passar a taxa de sustentabilidade sobre as pensões, Paulo Portas perde a credibilidade. “A credibilidade do doutor Paulo Portas ficou arrasada”, disse Sócrates, no seu comentário na RTP. O antigo líder socialista acrescentou que Portas “devia ter pensado duas vezes antes de dizer publicamente a todos os portugueses e a muitos reformados que esta era a fronteira que ele nunca ultrapassaria porque essa oportunidade que um político tem de dizer que ‘esta é a minha linha vermelha e isto tem a ver com a minha consciência’ só se diz uma vez e tira-se consequências”. “Paulo Portas vai precisar de mais do que uma pirueta retórica para explicar” a mudança de posição, acrescentou. r/com renascença comunicação multimédia, 2013 DESTAQUE II tribuição de sustentabilidade sobre as pensões”. Anteriormente, apontou uma outra fonte do executivo, “estava previsto que o Governo se comprometia a tomar a medida da TSU dos pensionistas”, mas, em Conselho de Ministros, o executivo comprometeu-se em adoptar a medida “como último recurso” e apenas “se for necessário”. Há uma semana, o presidente do CDS-PP, Paulo Portas, tinha admitido não concordar com a nova contribuição sobre pensões. “O Primeiro-ministro sabe e creio ter compreendido que esta é a fronteira que não posso deixar passar”, afirmou Portas, a 5 de Maio. Pires de Lima: “fronteira não vai ser ultrapassada” PÁG. 05 O CDS rejeita que tenha havido um recuo, como foi interpretado por vários partidos e comentadores (ver caixa). O Orçamento do Estado para 2014 não vai incluir taxa sobre as pensões e a fronteira imposta pelo CDS não foi, nem vai ser, ultrapassada, garante o presidente do Conselho Nacional do CDS, António Pires de Lima, em declarações à Renascença. “Isso foi evitado e só em circunstâncias absolutamente extraordinárias e excepcionais - que eu não estou a antecipar de maneira alguma - é que uma medida destas poderia regressar, o que não vai acontecer”, sublinha. O presidente do conselho nacional do CDS garante que não houve cedências, apesar da decisão do Conselho de Ministros, e sublinha que a sobretaxa sobre as pensões não assume carácter obrigatório. “A fronteira não pode ser ultrapassada, não vai ser ultrapassada e o resultado final daquilo que estou a dizer há-de ser conhecido quando for apresentado o Orçamento do Estado para 2014, porque só nessa altura é que essas medidas teriam de ser - não estarão - incluídas no OE. Não é verdade, por exemplo, que no segundo semestre esta taxa social exista”, insiste ainda António Pires de Lima. O centrista reforça assim a posição assumida no domingo pelo líder do partido, Paulo Portas. CDS descontente com comunicação O CDS reclama mesmo uma vitória na questão da nova taxa sobre as pensões. De acordo com dirigentes centristas contactados pela Renascença, foi possível chegar a um compromisso de forma a evitar que essa taxa fosse obrigatória, ficando apenas no plano facultativo. E, mesmo nesse plano, terá havido no Conselho de Ministros de ontem um compromisso de que serão feitos todos os esforços para a evitar. Segundo as mesmas fontes, o acordo correspondente à sétima avaliação da troika diria que o Estado português tinha de estabelecer até 1 de Janeiro de 2014 uma nova taxa sobre as pensões, tanto do regime geral como da Caixa Geral de Aposentações. A taxa seria, assim, obrigatória e também condição para libertação de nova tranche do empréstimo a Portugal. O CDS, e em especial o seu líder, Paulo Portas, recusou tal taxa e isso mesmo foi comunicado à troika: que o CDS, parceiro da coligação governamental, se recusaria a assinar o acordo da sétima avaliação se a taxa fosse obrigatória. E o mesmo foi comunicado ao Presidente da República e ao presidente da Comissão Europeia. Até sexta-feira à noite, a troika não aceitou quaisquer alterações ao texto proposto. Só no sábado veio uma resposta positiva: a medida podia deixar de ser obrigatória e condicionante da nova tranche e podia ficar apenas no plano facultativo. Não sendo obrigatória e calendarizada, a medida fica apenas no plano da opção política do Governo. E no Conselho de Ministros de ontem, ao que a Renascença apurou, foi alcançado um compromisso de que serão feitos todos os esforços para que a medida não seja necessária, nem sequer considerada. A forma como esse compromisso chegou à comunicação social acabou, contudo, por desagradar aos democratas-cristãos. “O CDS aceitou que, excepcionalmente, pudesse vir a ser considerada a introdução de uma contribuição de sustentabilidade sobre as pensões”, foi esta a mensagem que fonte do Governo fez chegar às redacções e que foi lida como tendo havido um recuo do CDS. Ora, para os dirigentes centristas o que houve não foi um recuo, mas um compromisso em que conseguiram que mais uma taxa sobre as pensões deixasse de ser obrigatória e ficasse apenas sujeita à decisão do Governo. Como o CDS faz parte do Governo e não a aceita, para este partido o assunto estava resolvido. Mas agora pode já não ser a taxa sobre as pensões a pôr em causa a coligação, mas sim a forma como o compromisso alcançado foi tornado público. Sétima avaliação em suspenso A troika não dá por certa a conclusão da sétima avaliação ao programa de ajuda financeira a Portugal. A informação foi conhecida hoje, a poucas horas do início da reunião do Eurogrupo, em Bruxelas. Esperava-se que do encontro dos ministros das Finanças da Zona Euro resultasse um “sim” a mais uma fatia do empréstimo, no valor de dois mil milhões de euros, mas a troika exige “total clareza” da parte do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, em relação às decisões tomadas pelo Governo no Conselho de Ministros de ontem. De acordo com uma fonte oficial europeia, as “novas discussões” mantidas ontem pelo Governo instalaram a confusão em relação ao que ficou realmente decidido quanto à taxa sobre as pensões. Discussões essas que, de acordo com a mesma fonte, decorreram já depois de os técnicos da troika terem dado por encerradas as negociações com o executivo e terem deixado o país. É por isso que se espera agora que Gaspar explique a evolução dos acontecimentos com “total clareza” na reunião do Eurogrupo, que decorre esta tarde em Bruxelas. Só assim, os parceiros europeus vão poder avaliar “se estão reunidas as condições necessárias para concluir a sétima revisão” da implementação do programa de ajustamento. A postura da troika representa uma aparente contradição do anúncio feito pelo Governo na sequência da reunião de ontem, segundo o qual o Conselho de Ministros esteve reunido precisamente “para se inteirar da conclusão dos trabalhos” relativos a este sétimo exame. O encerramento deste exercício é indispensável para garantir o desbloqueamento do pagamento de mais uma tranche do resgate financeiro negociado por Portugal. (*) com Lusa r/com renascença comunicação multimédia, 2013 OPINIÃO 06 Manuel Pinto Professor da Universidade do Minho O congresso sobre “Literacia, media e cidadania”, logo com os profissionais dos media – com jornaque decorreu nos últimos dias no belo espaço do listas, certamente, mas também com produtores, Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, deu sinais guionistas, designers, publicitários, criadores de que a literacia relacionada com os media vai multimédia, gestores… Esse diálogo pode trazer ganhando algum lugar nas políticas públicas e nas vantagens para todas as partes e abrir territórios agendas de cada vez mais pessoas e instituições. interessantes de cooperação e aprendizagem múE isto porque a consciência do lugar desses meios, tua. novos e menos novos, na vida das Nesta linha, o painel que, no conpessoas e da sociedade torna ne- No que se refere à gresso, juntou ex-provedores de cessário e urgente fazer desse literacia mediática , diferentes media para pensar as lugar um assunto de questiona- entendo, porém, que relações entre a atividade de promento. Desde logo porque muitos precisamos de avançar vedor e a literacia mediática foi cidadãos são excluídos dos benejá um passo muito significativo. mais no diálogo com fícios que podem advir dos media Recordo, desse momento, a chae das redes digitais. Mas também os profissionais dos mada de atenção de Adelino Goporque muitas pessoas, de todas media mes para o facto de que a tarefa as idades e condições, ainda que de dar a ver, que cabe aos jornatendo modos de aceder aos meios, não se sentem listas e, por extensão, a todos os profissionais, se preparadas para acautelar os riscos e maximizar torna difícil ou mesmo impossível se o profissioos benefícios, melhorando a qualidade da comu- nal não aprendeu e não sabe, ele próprio, ver, se nicação consigo mesmo e com os outros. não é um receptor crítico. Ao mesmo tempo, com Uma das riquezas deste congresso foi permitir o profissionais de olhar incisivo e inteligente, capaencontro entre quem ensina, quem dinamiza acti- zes de se porem no lugar dos seus interlocutores vidades (por exemplo, nas biblioteca públicas ou e destinatários, todos beneficiam, já que ajudam escolares), agentes do campo técnico-político, re- a ir além das evidências e a tornar mais fundaguladores, meios de comunicação e investigadores mentada e esclarecida a crítica e o contributo dos media e da educomunicação, entre outros. dos utilizadores. Há que prosseguir este trabalho No que se refere à literacia mediática, entendo, de encontro, de escuta mútua e de trabalho em porém, que precisamos de avançar mais no diá- rede. INE Preços desaceleram em Abril A taxa de inflação caiu para 1,7% em Abril, uma redução de 0,3% em relação ao mês anterior, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). A habitação, a água, a electricidade, o gás e outros combustíveis foram os responsáveis pelas maiores quedas na evolução dos preços, de acordo com o INE. A excepção, ainda segundo o INE, está na cultura, lazer e recreação, onde se assinalou um ligeiro aumento nos preços. RR PÁG. Comunicação e educação: o trabalho em rede r/com renascença comunicação multimédia, 2013 07 UE deve “criar condições” para o relançamento económico Portugal e Espanha apelaram hoje, na XXVI Cimeira Luso-Espanhola, a que a União Europeia tome, nos próximos meses, todas as medidas necessárias para fomentar o crescimento. A declaração final do encontro, que decorria à hora de fecho desta edição no Palácio da Moncloa, sede do Governo em Madrid, considera que essas medidas europeias devem servir como “alavanca para assegurar o impacto positivo das reformas e ajustamentos levados a cabo pelos Estados membros”. “Neste contexto, urge criar as condições para assegurar o investimento na economia, sendo especialmente importante o apoio às pequenas e médias empresas, assim como às microempresas, nomeadamente através do Banco Europeu de Investimento e dos instrumentos disponíveis para tal”, refere o texto, citado pela Agência Lusa. Destacando a “convergência de pontos de vista” sobre a agenda europeia, o texto sublinha as “vantagens de uma contínua concertação e do estabelecimento de novos âmbitos de cooperação”. Urge avançar para a união bancária O debate europeu foi um dos temas que dominou a reunião entre os chefes do Governo dos dois países, Pedro Passos Coelho e Mariano Rajoy que “reiteraram o seu compromisso com a estabilidade da economia e da moeda única, que implica que os Estados membros Sergio Barrenechea/EPA NACIONAL PÁG. Cimeira Luso-Espanhola Passos e Rajoy, hoje, em Madrid prossigam os seus esforços nas reformas e ajustamentos, assim como a acção decidida da União Europeia no seu conjunto”. Coelho e Rajoy deixam ainda um apelo a que “se avance decididamente para a União Bancária nos próximos meses, em cumprimento dos compromissos assumidos no Conselho Europeu para construir uma verdadeira União Económica e Monetária, contribuindo para evitar a fragmentação do mercado, que impede condições equitativas de financiamento para as empresas em toda a UE”. Os dois governos reafirmam a importância do acordo sobre o Quadro Financeiro Plurianual alcançado no passado Conselho Europeu de Fevereiro e da rápida conclusão dos trabalhos do Parlamento Europeu e do Conselho para a sua aplicação. Consideram ainda que é necessário “garantir a complementaridade da Política de Coesão com as demais políticas da União para conseguir o máximo impacto dos investimentos comunitários, no quadro do grande rigor orçamental existente na Europa”. Da UE ao comboio Porto-Vigo: o que ficou decidido “Concertar posturas” na UE Comboio directo diário Porto-Vigo Portugal e Espanha vão intensificar contactos para “concertar posturas” e “propor novas medidas” a apresentar nos próximos meses na União Europeia, afirmou hoje o presidente do Governo espanhol. Rajoy diz que a UE “pode e deve fazer mais demonstrando o mesmo empenho demonstrado pelos governos nacionais”. “Não temos tempo a perder. Os próximos meses são muito importantes”, considerou. Portugal e Espanha congratularam-se com a introdução de um comboio directo diário entre Porto e Vigo nos dois sentidos e de um bilhete único nessa ligação ferroviária a partir do Verão. Segundo a declaração final da cimeira, estas mudanças na ligação entre Porto e Vigo foram estabelecidas num acordo entre a CP e a RENFE. Actualmente, não é possível viajar entre Porto e Vigo com um único bilhete. Entre as duas cidades, os comboios fazem mais de dez paragens e a viagem dura cerca de três horas. Os dois governos reforçaram ainda a intenção de introduzir a bitola europeia para transporte de mercadorias na ligação Lisboa-Sines-Caia-Madrid-Irún e deverão reunir-se a 17 de Maio, em Lisboa, com este tema na agenda. Acordo de pescas Portugal e Espanha vão impulsionar os trabalhos de revisão do acordo de pescas para que possa entrar em vigor no próximo dia 1 de Janeiro de 2014. “Em matéria de pesca, ambos os países comprovam com satisfação o bom desenvolvimento do Acordo sobre as condições de exercício da actividade das frotas portuguesa e espanhola nas águas de ambos os países”, refere o texto da declaração final da cimeira. Interoperabilidade nas portagens A cimeira permitiu “avanços”, mas não fixou qualquer data para a entrada em funcionamento da interoperabilidade dos sistemas electrónicos de portagem dos dois países. O tema da interoperabilidade dos sistemas está em debate entre os dois Governos há mais de um ano e tem sido alvo de sucessivos adiamentos devido, segundo disse à Lusa fonte diplomática, a questões “técnicas” que continuam por resolver. Cooperação contra fraude fiscal Os governos assinaram um protocolo que estabelece consultas regulares destinadas à troca de informações e a adopção de políticas comuns em matéria de combate à fraude fiscal. Mercado de gás Portugal e Espanha acordaram hoje dar os passos necessários para a criação de um mercado regulado e ordenado de gás e consideraram “prioritário” desenvolver as interconexões energéticas dentro da Península Ibérica e com o resto da Europa. r/com renascença comunicação multimédia, 2013 NACIONAL PÁG. 08 “Conversas Cruzadas” Cadilhe diz que a dívida pública é a maior retroactividade » José Bastos O ex-ministro Miguel Cadilhe considera que “a maior retroactividade que temos – e é um fenómeno de retroactividade – é a da dívida pública portuguesa. Vem do passado e foi-se acumulando ano após ano e deu no que deu”. “A declaração de que estamos em ‘situação de restrição financeira’ foi a vinda da troika em Maio de 2011. A troika veio para cá porque nós errámos e ultrapassámos todos os limites da restrição financeira, tácita ou implícita e ela tornou-se verdadeiramente explícita. Quanto à retroactividade é claro que é sempre mau, muito mau que uma medida negativa seja retroactiva, mas nós estamos em tempos excepcionais, completamente excepcionais”, afirmou Cadilhe no “Conversas Cruzadas”, da Renascença, depois de o Primeiro-ministro ter admitido no Parlamento cortes nas actuais pensões de reforma dos funcionários públicos. Miguel Cadilhe, Daniel Bessa e Carlos Moreno lamentam a uma só voz o eventual recurso a leis retroactivas que anulam “legítimas expectativas de vida”. “Talvez as expectativas mais traídas de todas não sejam as dos pensionistas, sejam as dos desempregados”, sublinha, contudo, Cadilhe. Carlos Moreno não poupa as contradições que detecta nos discursos do poder político. “Fere-me a sensibilidade de cidadão livre lidar com leis retroactivas, mas com leis retroactivas que não são claramente apresentadas e explicadas aos cidadãos e mascaradas de forma inaceitável por quem está no poder. Como cidadão, não aceito que na sexta-feira o Primeiro-ministro diga uma coisa, no domingo o líder do outro partido da coligação diga absolutamente o contrário, depois venha o deputado Miguel Frasquilho dizer que a solução é descer os impostos e, depois, aparecer o Primeiro-ministro e o líder do outro partido da coligação em uníssono no Parlamento” sustenta o juiz jubilado do Tribunal de Contas. Já Daniel Bessa, ex-ministro da Economia, diz-se “desgostoso”, mas não há como iludir a realidade. “Sou o primeiro a saber que quando o dinheiro acaba é daquelas situações em que não há remédio. Em que alguma coisa vai acontecer, mas não se sabe bem a quem. Já me referi a este tipo de cenário como algo que se aproxima da situação da bala perdida. Diz-se que acontece lá para os lados do Rio de Janeiro e para outros ambientes mais agressivos. O cidadão anda na rua e leva um tiro sem chegar a saber bem de onde. Portanto, o dinheiro acabou e o ambiente é este. Eu como todas as outras pessoas estou sujeito a isto numa situação em que não sei o que dizer a não ser manifestar o meu desgosto, a minha perplexidade e também a consciência de que o dinheiro acabou”, indica o presidente da Cotec Portugal, Associação Empresarial para a Inovação. “O Governo tem andado a fazer algumas reduções importantes, mas de efeito conjuntural. Agora tem de passar para o efeito estrutural e vai doer muito. Vai doer mesmo muito. Quanto às pensões, por muita volta que possamos dar ao tema, não encontramos outra possibilidade que não seja, infelizmente, reduzir. Eu digo isto com a noção de todas as consequências. Infelizmente não temos alternativa que não seja reduzir pensões, subir idades de reforma, reduzir regalias, reduzir os subsídios dos regimes não contributivos, isto é, de quem não contribuiu durante a vida e está a receber subsídios. Tudo isto do ponto de vista social, familiar, é do pior que podemos dizer. Mas é melhor dizermos a verdade do que estarmos a tentar fingir que não é assim”, alerta o ex-ministro das Finanças Miguel Cadilhe. Carlos Moreno é crítico da atitude governamental e do tratamento conferido aos pensionistas: “Considero isto extremamente grave. Não se pode utilizar os mais fracos da sociedade, com uma ansiedade natural, um medo natural muito maior, neste processo: um dia corta, no outro dia não corta, depois outro diz não ser preciso cortar. Isto não pode ser. As instituições têm uma responsabilidade que não é só comunicacional. É de postura perante os cidadãos que os leve a confiar na sua palavra. Não vejo nada disso”. Daniel Bessa minimiza os riscos de inconstitucionalidade nos planos do Governo: “O Tribunal Constitucional na argumentação que utilizou recentemente – e provavelmente estamos todos de acordo – foi muito enfático no que se refere à igualdade de tratamento. Não há dúvida nenhuma que nesta matéria de pensões, os pensionistas da Caixa Geral de Aposentações têm melhor tratamento que os pensionistas do regime geral da Segurança Social. Isso é verdade. Portanto a própria argumentação que o Tribunal Constitucional usou, aos ouvidos de um leigo como é o meu caso, parece abrir portas a medidas como estas, como terá aberto as portas a rescisões na Função Pública”. Daniel Bessa alerta ainda para os riscos de uma saída do euro. “Uma saída do euro, como alguns preconizam, com a inflação em cima da economia, reduzia de uma vez as pensões todas, os salários todos e, aparentemente, não se estaria a discutir temas de constitucionalidade. Reduzia tudo e de uma vez só”, avisa o economista. No limite, se as reduções de pensões não forem feitas periga a permanência no euro? “Claro que sim!” é a resposta de Miguel Cadilhe. Elogios a Vítor Gaspar Com uma vaga de críticas sem precedentes a abater-se sobre o ministro das Finanças – até um vice-presidente da bancada parlamentar do PSD defende que “o seu tempo político terminou” – Vítor Gaspar foi poupado no Conversas Cruzadas. “Eu penso que no Documento de Estratégia Orçamental, o professor Vítor Gaspar esteve bem. Porque ele disse: ‘o meu papel é este, é dizer quanto há na gaveta’. O Ministro das Finanças veio, mais ou menos, colocar a coisa nesses termos: ‘oiçam façam como quiserem, o meu papel é dizer o que há para gastar, eu defino o enquadramento’, afirma Daniel Bessa. “Se algum dia se colocar o problema ao Primeiro-ministro vai ser muito difícil substituir o actual ministro das Finanças. Não só porque ele reúne algumas qualidades, na frente externa é muito bem visto, mas também porque vai ser muito difícil encontrar uma pessoa com qualidades e capacidades de gerir o Ministério das Finanças nestas circunstâncias”, conclui Miguel Cadilhe. r/com renascença comunicação multimédia, 2013 09 Católica sobe três posições em ranking do “Financial Times” » Matilde Torres Pereira A Católica-Lisbon School of Business and Economics subiu da 46.ª para a 43.ª posição do ranking global do Financial Times (FT) que avalia a formação de executivos. A escola de negócios da Católica é a única portuguesa no top 50 mundial e está entre as 20 melhores da União Europeia. A performance da Católica surge numa altura em que o desemprego em Portugal bate novos recordes e em que também se discute se ter formação superior abre ou não mais portas no mercado de trabalho. “Havendo menos oportunidades, claro que isso também irá afectar os graduados. Dada a situação de recessão profunda em que o país está, parece-me pouco Escola de gestão da Católica está nas 50 melhores de todo o mundo razoável pensar que isso não os afectasse também e que a licenciatura os imunizasse da dificulda- Como se chega ao “Financial Times”? de económica que existe”, diz à Renascença o director da Católica-Lisbon, Francisco Veloso. O ranking global de formação para executivos do FT Ainda assim, faz uma ressalva. “O ambiente económi- compreende vários indicadores de avaliação e resulta da co afecta toda a gente nos seus vários níveis. Quando ponderação entre as “notas” dadas noutros dois rankinolhamos para o desemprego, temos de olhar para o qua- gs: “programa aberto” e “programa customizado”. lificado e o não qualificado e o mais provável é que o “O facto de a Católica aparecer nestes dois rankings e desemprego qualificado, mesmo assim, seja menor rela- a combinação dos dois demonstra a seriedade do trabativamente ao desemprego desqualificado.” lho que estamos a fazer”, considera Francisco Veloso, O INE confirma: a fatia da população desempregada com explicando do que se está a falar quando se distingue formação universitária é a menor em todo o espectro. programa “aberto” de “customizado”. Constitui 13,4% da população activa, enquanto os de- No primeiro, é oferecido, por exemplo, “um prograsempregados com ensino básico são 17,5% e com secun- ma de finanças para não financeiros, em que a pessoa vê ‘Este programa é interessante’ e se inscreve”. No dário já são 18,8%. “Quando há uma dificuldade económica, toda a popu- segundo, “é uma empresa que quer formar as pessoas lação é afectada e isso tem custos pessoais e familiares numa determinada área e diz ‘Gostaria de dar formadifíceis, mas não significa que, dentro do contexto, as ção aos meus quadros e gostaria que idealizassem um qualificações e o ensino superior em particular não con- programa em função destes requisitos que estou aqui tinuem a ser um instrumento de preparação e de criação a colocar’”. “Nós desenhamos um programa à medida dessa emprede melhores oportunidades”, defende Veloso. sa e é ministrado aos quadros dessa empreNão receia a “fuga de cérebros”, isto numa sa”, descreve o director da Católica-Lisbon, altura em que a emigração é um fenóme“Demonstra que aponta a procura crescente deste tipo no crescente. Apesar de sublinhar que “há de cursos. oportunidades noutras geografias que os a seriedade licenciados podem aproveitar”, refere que do trabalho Escolas portuguesas no top as pessoas que saem podem voltar e, neste que estamos a momento, se podem fazer uma melhor apliNas tabelas do FT, são avaliadas 70 escolas cação dos seus talentos fora é certamente fazer” melhor para eles e também para o país a Francisco Veloso de negócios. A Católica-Lisbon é a única escola portuguesa no ranking global que commédio prazo”. bina a formação aberta e customizada - no Porquê? “Se olharmos para Irlanda, Israel e ano passado, a Nova estava na 47.ª posição Índia, uma parte muito importante do depre na glob global, mas saiu do top 50 este ano. senvolvimento recente destes países está sempre te quaA Po Porto Business School (PBS), da Universidade do diáspora e na presença de pessoas extremamente Po Porto, aparece em 59.º lugar no ranking de forlificadas destes países em mercados altamente compem mação customizada e em 68.º no que toca a titivos, como o norte-americano.” os de programas abertos. Nesta última categoria, a “Quando falamos em desenvolvimento temos rto Nova School of Business and Economics surge olhar mais para a frente”, prossegue. “No curto em 58.º lugar. prazo, temos que encontrar formas de mitigar O ranking global é liderado pela HEC Paris. A as dificuldades que muitas pessoas enfrentam, espanhola IESE é segunda e os suíços do IMD com um custo pessoal difícil e que não é de são terceiros. todo negligenciável.” r/com renascença comunicação multimédia, 2013 DR NACIONAL PÁG. Escolas de gestão 10 “Estranhos numa terra estranha” » Ricardo Vieira Nasceram no continente e nas ilhas, num país onde não cabiam os sonhos e as ambições de portugueses que queriam mudar de vida, ver o mundo, partir. Manuel Vieira, 86 anos, António “Ponta Delgada”, 90 anos, Gabriela Vita Pereira, 85, são pedaços de história viva, pioneiros da emigração portuguesa no Canadá, iniciada oficialmente há seis décadas. Natural de São Miguel, nos Açores, Manuel Vieira, então com 24 anos, fez parte do primeiro grupo de emigrantes portugueses a pisar solo canadiano. Cruzaram o Atlântico a bordo do navio “Saturnia” e chegaram a Halifax na noite do dia 12, mas só tocaram terra a 13 de Maio de 1953. “Sempre tive esta vocação de embarcado e isso um dia calhou-me”, conta Manuel Vieira, que começou a trabalhar numa quinta de tabaco na região do Quebec a troco de 40 dólares por mês. Já António “Ponta Delgada”, como gosta de ser tratado, sonhava com o Brasil. Mas viu um anúncio, candidatouse e chegou ao Canadá poucos dias depois de Manuel Vieira, a 26 de Maio de 53. Em Portugal ficaram a mulher e três filhos, que lhe seguiram as pisadas mais tarde. Quando recua 60 anos, este madeirense da freguesia de Ponta Delgada recorda que a viagem de barco de seis dias “foi linda e muito boa”, apesar de a temperatura “fazer bater o dente”. A bordo dizia-se, em jeito de brincadeira, que “se no Canadá estiver assim frio, não saímos do barco, têm que nos levar para trás”. Os primeiros tempos de António na terra nova também foram passados a trabalhar na agricultura e marcados por dificuldades antigas. Diz que durante a II Guerra Mundial havia falta de comida na Madeira, mas nunca passou “tanta fome” como quando chegou ao Canadá. Começou por receber 65 dólares por mês numa quinta, depois foi para um restaurante de Toronto onde ganhava melhor e também esteve numa fábrica onde chegou a trabalhar mais de 100 horas por semana. “Os primeiros tempos foram muito reles, mas agora está tudo bem, tenho a minha vida boa, tenho uma casa de um milhão e meio de dólares. Eu sou um milionário”, congratula-se o emigrante português. Gabriela Vita Pereira nasceu na Madeira. Tem 85 anos e foi para o Canadá com 25, um ano depois do marido Óscar Pereira ter emigrado. O primeiro aniversário do filho foi passado no barco entre Lisboa e Halifax, em 1954. “Os primeiros tempos foram dolorosos e foi assim por muitos anos.” Mal chegou, arregaçou as mangas e começou a alinhavar um novo futuro a trabalhar em costura. Mas também havia tempo para passear e para festas. “Saímos muito. Tivemos ‘very good times’”, conta Gabriela, num misto de português e inglês. Subtilezas linguísticas e Portugal “para passear” A barreira linguística foi um dos muitos obstáculos que DR NACIONAL PÁG. Emigração para o Canadá os pioneiros portugueses foram aprendendo a ultrapassar num Canadá onde as línguas oficiais são o inglês e o francês. António “Ponta Delgada” explica que quando chegou ao outro lado do Atlântico nem “sabia pedir um copo de água” em Inglês, mas com a ajuda dos patrões e de um pequeno dicionário foi conhecendo novas palavras. Não sem algumas peripécias e confusões de tradução pelo meio, como quando percebeu que a sonoridade da palavra portuguesa “faca” pode assemelhar-se a um palavrão na língua de Shakespeare. “Não sabia pedir um copo de água, mas a patroa ensinava-me muito lá no ‘farm’ e ela também queria saber português. Ela mostrava-me o prato, as colheres e pedia-me para dizer em português. E quando chegou ao lugar da ‘knife’, eu disse ‘faca’ e ela e o marido olharam para mim com uma cara... Eu tinha comprado um dicionário pequenino, fui buscá-lo e vi que faca era uma má palavra [em inglês]. Mostrei-lhes [o significado] no dicionário e eles começaram a rir”, recorda António “Ponta Delgada”. Já Manuel Vieira confessa que ainda hoje não fala bem inglês. “Chegámos aqui e fomos trabalhar. Não havia tempo para ir à escola.” Logo nos primeiros tempos de Canadá, e se não fosse a ajuda de um polícia emigrante brasileiro que encontrou por acaso numa rua de Montreal, provavelmente não teria conseguido levantar o cheque de 80 dólares com os primeiros dois meses de ordenado. Manuel Vieira, António “Ponta Delgada” e Gabriela Vita Pereira emigraram há décadas e ficaram pelo Canadá. Regressar a Portugal “só para passear”, diz António. “Com os actuais problemas de Portugal, voltava a sair”, refere Gabriela. E que conselhos dão estes pioneiros a quem queira emigrar, por exemplo para o Canadá? Gabriela Vita Pereira lembra que a crise é mundial e que é aconselhável já ter “trabalho certo” no país de acolhimento antes de partir. Manuel Vieira deixa o seu testemunho às novas gerações. “Isto aqui sempre está melhor que lá [em Portugal], para falar verdade. Mas se eles vêm para cá, muitos deles têm vindo e vão-se embora - aqui trabalha-se. Eu nunca trabalhei tanto na minha vida como aqui”. r/com renascença comunicação multimédia, 2013 Promessas falhadas Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas, ontem, numa parada em Nova Orleães, nos Estados Unidos, após vários homens armados terem começado a disparar. A actualização do número de vítimas foi feito à CNN por fonte policial. As autoridades suspeitam “de duas ou três pessoas”, mas ainda ninguém foi detido. Não foram ainda avançadas razões para o tiroteio durante o desfile que assinalava o Dia da Mãe nos Estados Unidos. Não havia, até à hora de fecho desta edição, notícia de vítimas mortais. Francisco Sarsfield Cabral Jornalista Nada desprestigia tanto a democracia como não cumprir promessas feitas em campanha eleitoral pelos políticos. Quando alcançam o poder, afinal não as cumprem. Entre nós, os três últimos primeiros-ministros prometeram, todos eles, não subir impostos – e depois subiram-nos. Quando se trata do Presidente dos EUA a questão é particularmente grave. Na sua primeira campanha presidencial Obama prometeu fechar Guantánamo, uma prisão dos EUA em Cuba, onde estão 166 prisioneiros sem direito a julgamento, vários deles há 11 anos. Cerca de 100 desses prisioneiros iniciaram uma greve da fome, sendo alimentados à força. Obama ainda não conseguiu acabar com este atentado à justiça e à imagem dos EUA no mundo. Itália Letta avisa que Governo pode cair Na Síria, os recuos de Obama não se limitam á questão das armas químicas, já aqui referida. Há dias, o vice-presidente John Kerry foi a Moscovo e fez um acordo com Putin para promover uma conferência de paz sobre a Síria. Parece positivo, só que os EUA renunciaram ao derrube do regime sangrento de Assad, que antes consideravam uma condição indispensável para resolver a situação síria. EPA 11 Dezassete pessoas feridas em tiroteio Espanha Indignados voltam aos protestos A poucos dias do segundo aniversário das manifestações de 15 de Maio, milhares de pessoas voltaram a sair às ruas em Madrid e outras cidades espanholas. O movimento dos indignados garante que, dois anos depois, há ainda mais razões para protestar. “Da indignação à rebelião” foi uma das frases do protesto. Os cortes na educação e na saúde públicas que o actual Governo de Mariano Rajoy quer fazer avançar são mais duas razões que trouxeram muita gente para a rua. Alejandro Garcia/EPA INTERNACIONAL PÁG. EUA Ponto de vista O Primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, alertou, ontem, os seus parceiros de coligação de que o Governo está em risco depois das críticas do partido de Silvio Berlusconi, um dos que faz parte do Executivo, aos magistrados. Berlusconi tem vários casos pendentes em tribunal e foi condenado na semana passada a quatro anos de prisão por fraude fiscal. O líder do partido acusa os magistrados de o quererem eliminar politicamente. Depois de críticas vindas da cidade de Brescia por parte de elementos do PDL (partido de Berlusconi), o porta-voz do Governo disse que o que se passou “não se pode repetir sob pena de isso minar a capacidade do Executivo se manter coeso”. “O Primeiro-ministro Letta repetiu que não está preparado para manter o Governo a qualquer custo”, acrescentou o porta-voz. O Executivo de unidade formado por vários partidos, liderado por Enrico Letta, foi bastante difícil de formar e obrigou o Presidente Napolitano a demitir-se, antes de retomar o cargo, para pressionar a um entendimento. r/com renascença comunicação multimédia, 2013 12 Vidas dos santos devem interpelar todos os cristãos O Papa Francisco canonizou onem duas religiosas da América Latina e vários mártires italianos. São os primeiros santos do seu pontificado. As duas religiosas viveram no século vinte. Uma delas, Laura Montoya, é a primeira santa da Colômbia, a outra santa é a mexicana Maria Guadalupe. Ambas fundaram congregações missionárias. Foram, também, canonizados 800 mártires italianos, todos mortos no século XV por invasores otomanos, por se recusarem a renegar a fé cristã. Com esta canonização em massa, que foi aprovada ainda durante o pontificado de Bento XVI, o Papa Francisco torna-se o Papa com mais canonizações da história da Igreja. Na homilia que proferiu na Praça de São Pedro, o Papa Francisco lembrou que a vida das duas religiosas deve interpelar a todos os cristãos: “São exemplos luminosos e lições que nos oferecem os santos que hoje proclamámos, mas também questionam a nossa vida de cristãos. Como é a minha fidelidade ao Senhor? Sou capaz de demonstrar a minha fé com respeito, mas também com coragem? Estou atento aos outros? Apercebo-me de quem passa necessidade? Vejo os outros como irmãos e irmãs a quem devo amar?”. Papa pede respeito pela vida O Papa Francisco apelou ontem, no Vaticano, à defesa da vida humana desde “a sua concepção” e manifestou o seu apoio à petição europeia ‘Um de Nós’, pelo fim do financiamento de acções que destruam embriões humanos. “Saúdo os participantes na ‘Marcha pela vida’, que teve lugar esta manhã em Roma, e convido a manter viva a atenção de todos sobre o tema tão importante do respeito pela vida humana desde o momento da sua concepção”, declarou, antes da recitação da oração do Regina Caeli, na Praça de São Pedro. O Papa destacou ainda a recolha de assinaturas que decorreu nas paróquias italianas para apoiar a iniciativa europeia ‘Um de Nós’, promovida para “garantir protecção jurídica ao embrião, tutelando cada ser humano desde o primeiro instante da sua existência”. “Voz da Verdade” Semana da Família “Destruição da família destrói a sociedade” Jornal renova imagem » Ângela Roque » Filipe d’Avillez A família “não pode continuar a ser deformada e destruída” porque isso destrói a sociedade. O alerta é sublinhado na mensagem que Comissão Episcopal do Laicado e Família divulgou para a “Semana da Vida”, que começou ontem. Fernando Neves, da equipa coordenadora da Pastoral Familiar, lamenta que até em termos fiscais seja hoje mais favorável estar separado que casado: “É terrível como se percebe que por exemplo no nosso sistema fiscal seja benéfico serem separados do que estarem casados. Até em termos fiscais se desincentiva a família. Se não houver filhos e se não se incentivar a natalidade não vamos ter contribuintes no futuro, e portanto o futuro está em risco”. A Igreja está também preocupada com a actual “cultura de morte”, e lembra que a família é célula base da sociedade. Deve, por isso, ser incentivada e apoiada. Ana Nunes, da equipa coordenadora da Pastoral Familiar, lamenta que os sucessivos governos nunca tenham tido a preocupação de ouvir o que esta estrutura da Igreja tem a dizer: “Num dos últimos governos houve a figura de comissária nacional para a família, mas foi assim uma breve passagem. No fundo, a família é estruturadora da sociedade, na medida em que se criarem políticas que promovam a família, até em termos económicos, era muito mais vantajoso para todos”. Precisamente, perante a crise, Fernando Neves lembra que a família continua a ser o “porto de abrigo” de muitos jovens desempregados. Se não for ajudada, a crise do país será ainda maior: “Alguns jovens tiveram de retornar a casa dos pais, algo que está a acontecer todos os dias. Esse suporte dos pais é fundamental. Para esse apoio poder acontecer tem de haver algum sustentáculo económico. Se isso começa a diminuir, tudo se agrava muito”. O jornal “Voz da Verdade”, que pertence ao Patriarcado de Lisboa, apresenta-se esta semana com uma nova imagem. O Padre Nuno Rosário Fernandes, director deste jornal que é distribuído nas paróquias do Patriarcado e em mais pontos do país, explica que numa altura de crise generalizada para as publicações pequenas e regionais, a “Voz da Verdade” procura rejuvenescer. “No panorama da imprensa nacional e sobretudo regional, nos órgãos diocesanos, da Igreja, tem-se verificado uma grande dificuldade em conseguir sustentar estes meios, em conseguir manter. Alguns tendem a fechar. Nós queríamos dar um novo fôlego ao jornal que já tem 81 anos, para lhe dar um ar mais jovem”. A alteração não é apenas estética. A “Voz da Verdade” está também presente em várias frentes para além da edição em papel, a começar pelas redes sociais. PUB RELIGIÃO PÁG. Papa Francisco r/com renascença comunicação multimédia, 2013 CULTURA Cinema Marcantónio Del Carmo filma curta-metragem no Douro PÁG. LUSA 13 » Olímpia Mairos O Douro Film Harvest (DFH) e a Universidade de Trásos-Montes e Alto Douro (UTAD) vão produzir o primeiro filme realizado pelo actor e encenador Marcantónio Del Carlo, que começa a ser rodado a 31 de Maio, em Murça. A curta-metragem “Mau Vinho” conta com a participação dos alunos finalistas do curso de Teatro e Artes Performativas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Marcantónio Del Carlo, que se estreia na realização, revela que a ideia nasceu há cerca de cinco anos, quando começou a dar aulas na academia transmontana. O professor e realizador escreveu o guião do “Mau Vinho” e lançou o desafio aos alunos para participaram na produção. Seis estudantes da UTAD compõem o elenco principal da produção e cerca de 20, onde se incluem estudantes da Escola Profissional de Murça, integram o elenco secundário. “É a primeira vez que se faz um filme com alunos que estão integrados na sua região, com a universidade a que pertencem e, ao mesmo tempo, associados a um grande evento de cinema, como é o DFH”, refere Del Carlo. “É um grande desafio para todos.” Del Carlo (na foto) conhece o Douro Vinhateiro há muitos anos e diz que é um grande apreciador do vinho do Douro. O artista italiano, radicado em Portugal, já conta com uma carreira de cerca de 20 anos na área da representação, como actor, encenador e professor. O demónio da embriaguez O filme conta a história de um grupo de alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) que vai fazer uma visita de estudos a uma casa vinícola da região do Douro, visita pedida por um professor que é representado por Marcantónio Del Carlo. “Sou eu, o demónio da embriaguez, e vamos visitar essa casa que produz ‘Mau Vinho’ e aí os alunos vão ser raptados por uma seita, representada no filme pelos caretos”, salienta. “Mau Vinho” é uma expressão da cultura popular para dizer que uma pessoa “é má”. “A história nasce muito das lendas que fui estudando desta região, que são imensas e associadas não só ao vinho, à vindima, mas também à fertilidade, ao sol, à lua e ao rio, claro”, acrescenta o realizador. A curta-metragem, que terá 18 minutos, vai ser rodada entre 31 de Maio e 3 de Junho, em Murça e noutros pontos emblemáticos da paisagem duriense, como o miradouro de São Leonardo da Galafura. Douro no Brasil A produção estreia em setembro, durante a quinta edição do Douro Film Harvest. O DFH arranca este ano com uma primeira edição no Rio de Janeiro, que decorre entre 23 e 26 de Maio, com o objectivo de promover no Brasil o turismo e os vinhos duriense. O certame combina a colheita dos vinhos produzidos na Região Demarcada do Douro com a sétima arte, associando ainda a música e a gastronomia. r/com renascença comunicação multimédia, 2013 DESPORTO PÁG. 14 Ponto Final Do céu ao inferno Final da Liga Europa Vítor Paneira dá 51% de favoritismo ao Benfica » Pedro Azevedo Ribeiro Cristóvão Jornalista Jorge Jesus e o seu grupo acabam de viver a semana mais dramática dos últimos quatro anos da vida do Benfica. É verdade que já na época passada os benfiquistas haviam sido ultrapassados na ponta final pelo mesmo adversário, mas a intensidade e as circunstâncias de que se revestiu a parte final do jogo do Dragão, neste domingo, é simplesmente incomparável. Em cinco dias, o Benfica viu escaparem-se-lhe outros tantos pontos, quando as condições e as previsões pareciam apontar quase todas em sentido oposto. Com o Estoril Praia soaram os alarmes. Mas já em jogos realizados anteriormente o conjunto da Luz deixara perceber que começavam a não estar reunidas todas as condições necessárias para chegar ao sucesso. E, frente ao Futebol Clube do Porto, acabou por acontecer o que começou a parecer também previsível alguns dias antes do jogo. Não é despiciendo recordar que esteve por um fio a possibilidade de agarrar o sucesso que parecia ali ao alcance da mão, mas a derrocada final também acabou por ser a consequência de uma estratégia mal concebida para um jogo tão decisivo. Por outras palavras, o Benfica deixou quase sempre à vista a sua maior preocupação em não perder o desafio do que pretender chegar à vitória, mesmo durante o curto lapso de tempo em que esteve em vantagem no marcador. Arriscou, assim, em demasia, e por isso teve de resignar-se a aceitar um desfecho nada conveniente, como veio a acontecer. Ao cair, de joelhos, impotente, perante um golo de Kelvin que vai ficar para a história e para ser recordado por muitos anos, Jorge Jesus pode ter iniciado uma caminhada a partir agora marcada por enormes dificuldades. E assim, uma temporada que parecia destinada a ficar nos anais do clube da águia escrita em letras de oiro, pode vir a transformar-se num autêntico pesadelo. Nesta quarta-feira, escrever-se-à outra página, também decisiva, para a orientação futura dos encarnados. Veremos então se o descalabro da noite de domingo vai ou não ter reflexos no comportamento do grupo que saiu devastado do Dragão. Agora, com a Liga a chegar ao fim, ficam ainda dúvidas para desfazer, a mais importante das quais tem a ver com a atribuição do título. Porque se é verdade que os portistas estão perto de alcançar o tri, o Paços de Ferreira tem ainda uma palavra a dizer. Questão fechada é já a ausência do Sporting nas próximas competições europeias, um bom motivo para a reflexão profunda que o futebol leonino exige neste momento, e que, com serenidade, os novos responsáveis não deixarão de fazer nos próximos dias. Ouça a crónica de Ribeiro Cristóvão às 22h30, em Bola Branca Vítor Paneira esteve como titular na última final europeia do Benfica em 1990 frente ao AC Milan em Viena. O jogador não esconde satisfação pelo regresso do clube às finais europeias. “É importante para o Benfica e para o futebol português. Sinto-me contente por voltar a ver o Benfica nos grandes palcos europeus e marcar uma posição internacional que tem vindo a crescer depois de se ter desligado durante alguns anos”, refere o ex-jogador. Em declarações a Bola Branca, o antigo internacional português diz que “ficaria contente se o Benfica vencesse” final da Liga Europa e que “tem todas as possibilidades de o conseguir”. Depois de ter perdido a liderança da I Liga para o FC Porto, o Benfica, na final da próxima quarta-feira em Amesterdão, vai defrontar o actual campeão europeu. E Paneira lembra que se “num passado recente as camisolas do Chelsea têm mais peso, a história do Benfica é mais rica”. No que toca ao favoritismo, “as equipas partem de 50-50, mas caio para o lado do Benfica”. A equipa encarnada “tem mais 1% que pode ser decisivo na final”, sustenta Vítor Paneira, numa entrevista vídeo que pode ver em rr.sapo.pt. II Liga Arouca confirma subida O Arouca bateu o União da Madeira em casa por 3-0, na II Liga, ontem, e confirmou a subida à I Liga, onde vai jogar pela primeira vez. Vítor Oliveira, técnico dos nortenhos, conseguiu a sexta subida da sua carreira. Os três pontos diante do União da Madeira permitem ao Arouca celebrar a promoção. A equipa junta-se ao Belenenses na subida de divisão. Em contrapartida, o Leixões, que ainda estava na corrida, vai permanecer na II Liga, apesar de ter vencido fora a Oliveirense. r/com renascença comunicação multimédia, 2013 ONTEM E HOJE PÁG. 15 A 13 de Maio de 1934... Inaugurada a estátua do Marquês de Pombal em Lisboa » Raul Santos A ideia de erguer, em Lisboa, um grande monumento em homenagem a Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, surgiu em 1882, quando se assinalou o centenário da sua morte. Foi aberta uma subscrição pública, mas o projecto arrastou-se. Iria arrastar-se por alguns anos. O local escolhido foi o topo da avenida da Liberdade, então designado como “rotunda”, centro nevrálgico da capital e o local de onde os revolucionários republicanos imporiam a queda do regime monárquico, em 1910. O projecto, assinado por três arquitectos – Adães Bermudes, Arnaldo Redondo e António Couto – foi conhecido em 1914, tendo sido precisos três anos para o lançamento da primeira pedra. O processo adormeceu, de novo, e uma segunda primeira pedra seria lançada em 1926, a 13 de Maio, pelo próprio Presidente da República de então, Bernardino Machado. A partir daí, mais ou menos expeditamente, a obra andou até ao fim. A Ditadura, primeiro, e o Estado Novo, liderado por Salazar, depois, não deixariam cair o projecto. A componente estatutária do monumento também foi sujeita a reveses. O maior foi a morte do responsável, o escultor Francisco dos Santos. O seu trabalho foi terminado por Leopoldo Neves de Almeida e José Simões de Almeida. A imagem do Marquês, com este, olhando a Baixa, tendo a mão pousada num leão, foi colocada no topo do pedestal, que tem 40 metros de altura, 12 de Dezembro de 1933. Na base do monumento, estão imagens que simbolizam a acção política e reformas que promoveu enquanto secretário de Estado do reino (na prática, chefe do Governo) durante o reinado de D. José. Entra as várias figuras alegóricas, destaca-se a figura feminina que simboliza “Lisboa reedificada”. Pedras partidas na base do monumento e representações de ondas representam a destruição causada pelo Terramoto de 1755. De acordo com o portal “revelarlx”, da Câmara de Lisboa, a inauguração oficial do monumento foi marcada para as 14h00 de 13 de Maio de 1934, um domingo. Presidiu à cerimónia o ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco. Discursaram o general Vieira da Rocha, da comissão executiva do monumento, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, tenentecoronel Linhares de Lima. Depois, Duarte Pacheco descerrou a placa de inauguração, que se encontrava coberta pela bandeira nacional. Durante as comemorações, actuaram nos dois coretos instalados na praça, várias bandas musicais. A festa prolongou-se até à noite. Olhar Como é já tradição, a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizou-se hoje em Macau, desde a igreja de S. Domingos até a Penha, atraindo centenas de pessoas. Foto: Carmo Correia/LUSA r/com renascença comunicação multimédia, 2013 ÚLTIMAS PÁG. 16 Liga Europa/Final UE Cimeira Ibérica Árbitro da casa no Benfica-Chelsea Ministro alemão apela à criação de união bancária em “dois tempos” Passos nega “divergência dentro do Governo” O holandês Bjorn Kuipers foi hoje nomeado para arbitrar o jogo da final da Liga Europa de futebol, que vai opor o Benfica aos ingleses do Chelsea, na quarta-feira, na Arena de Amesterdão. Kuipers, de 40 anos e internacional desde 2006, vai contar com os compatriotas Sander van Roekel e Erwin Zeinstra, como assistentes, e Pol van Boekel e Richard Liesveld, como assistentes auxiliares, enquanto o alemão Felix Brych vai ser o quarto árbitro. O juiz nomeado para a final de Amesterdão é natural de Oldenzaal, onde é proprietário de cabeleireiro, além de ser coproprietário de supermercados, e arbitrou recentemente a goleada do Borussia de Dortmund ao Real Madrid, por 4-1, da primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões. O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, apelou, num artigo hoje publicado no “Financial Times”, à criação de um mecanismo de resolução bancário europeu “em dois tempos”, baseado inicialmente em sistemas existentes em certos países. Os tratados europeus actuais “não são suficientes para ancorar [na lei] de forma inabalável uma autoridade central forte de resolução”, escreveu o ministro. Tal instituição deverá supervisionar de forma ordenada o desmantelamento de bancos em falência, no âmbito de uma união bancária que os países da Zona Euro e alguns parceiros da União Europeia estão em vias de implementar. A fechar... O Primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, negou hoje a existência de qualquer divergência dentro do Governo e afirmou estar de acordo com Paulo Portas quanto à minimização do impacto sobre o rendimento dos pensionistas. “Não há nenhuma divergência dentro do Governo”, garantiu o chefe do Executivo, na conferência de imprensa sobre a XXVI Cimeira Luso-Espanhola, em Madrid, à qual o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, assistiu na primeira fila. De acordo com o Primeiro-ministro, tanto ele como o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros estão comprometidos com o “quadro de reformas importantes de médio prazo” a aplicar em 2014 e 2015. TEMPO Governo concorda com Cavaco O ministro da Presidência, Marques Guedes, disse que é pertinente que Cavaco Silva queira ouvir os conselheiros sobre as perspectivas da economia no “pós-troika”. Prédio que ruiu estava sinalizado O presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, disse hoje à Lusa que o prédio devoluto que ruiu em Leça da Palmeira, e que provocou danos numa casa contígua, sem causar feridos, já estava sinalizado pela autarquia, que tinha determinado a sua demolição. Taça: lotação esgotada TERÇA QUARTA 20ºC/15ºC 15ºC/14ºC 17ºC/12ºC 15ºC/12ºC 25ºC/16ºC 19ºC/12ºC 20ºC/11ºC 15ºC/12ºC 22ºC/16ºC 17ºC/12ºC 17ºC/12ºC 18ºC/14ºC LISBOA PORTO FARO COIMBRA A FPF anunciou ter esgotado os bilhetes disponibilizados para a final da Taça de Portugal. MADEIRA Pedro Proença nomeado para a Taça das Confederações A equipa de arbitragem composta por Pedro Proença, Bertino Miranda e Tiago Trigo foi nomeada pela FIFA para a próxima Taça das Confederações em futebol. AÇORES Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. 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