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Segunda-feira
13 Maio 2013
Gratuito GOVERNO: Passos nega divergências - CONSELHO DE ESTADO: Governo concorda com convocatória
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Cavaco convoca Conselho de
Estado para segunda-feira
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“Financial Times”
Universidade Católica
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Paulo Cunha/LUSA
Pontificado consagrado a
Nossa Senhora de Fátima
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Cimeira Ibérica
Emigração
Passos e Rajoy juntos
para pressionar UE
Histórias dos primeiros
portugueses no Canadá
OPINIÃO
Comunicação e
educação: o trabalho
em rede
Manuel Pinto
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A 13 de Maio...
» Pág.10
DR
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EPA
1934: inauguração da
estátua do Marquês
de Pombal
» Pág.15
DESTAQUE I
Fátima
Pontificado de Francisco consagrado a Nossa Senhora
Perante os milhares de fiéis que assistiram às cerimónias da Peregrinação Aniversária de
Fátima, o Arcebispo do Rio de Janeiro exortou os cristãos a viver a sua fé num mundo em
transformação e lembrou o lema escolhido para este ano: “Não tenhais medo”.
» Aura Miguel e Paula Costa Dias
PÁG.
Paulo Cunha/LUSA
02
Um dos pontos altos das cerimónias deste 13 de Maio
em Fátima deu-se quando o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, consagrou o pontificado do
Papa Francisco a Nossa Senhora.
Foi o cumprir de um desejo manifestado pelo próprio
Sumo Pontífice, que agradeceu por carta, conforme foi
transmitido aos peregrinos no final da eucaristia.
“Na vossa mensagem aos pastorinhos, aqui na Cova de
Iria, pusestes em relevo o ministério do Papa, o ho-
mem vestido de branco. Três últimos Papas fizeram-se
peregrinos do vosso santuário”, afirmou D. José Policarpo.
“Só Vós, Senhora, no vosso amor maternal a toda a
Igreja podeis pôr no coração do Papa Francisco o desejo de também ele ser peregrino deste santuário. Não
é algo que se lhe possa pedir por outras razões. Só a
cumplicidade silenciosa entre Vós e ele, o levará a
sentir-se atraído por esta peregrinação, na certeza de
D. António Marto exorta líderes europeus a pensarem nas pessoas
O Bispo de Leiria-Fatima critica a falta
de justiça social na Europa. Questionado pelos jornalistas na conferência de
imprensa de abertura da peregrinação
de Maio, D. António Marto disse que as
instâncias europeias não podem apenas
pensar nos números, têm de pensar
mais nas pessoas.
D. Antonio Marto lembrou os apelos
do Papa Francisco em defesa dos mais
pobres para apelar aos responsáveis
políticos para olharem mais para quem
sofre com a crise. “Apelo também à liderança da Europa para pôr na agenda
das grandes reuniões dos responsáveis
europeus este problema da dimensão
social desta crise que não pode ser esquecida porque as consequências tão
graves e em alguns casos até desastrosas com a condução meramente economicista da crise, tornam insustentável
a vida das famílias e das pessoas do
ponto de vista social”, disse.
Para o Bispo, os objectivos que levaram
à constituição da então Comunidade
Europeia são ainda hoje mais necessários. D. Antonio Marto não esqueceu
os políticos portugueses. “As Caritas
sentem um crescimento de pedidos de
apoio na ordem dos 60%. Portanto, deixo um apelo a todos os responsáveis,
não só aos que estão no Governo, mas
também a todos os partidos e parceiros
sociais para verem que é todo o povo
que sofre e que é necessário um novo
impulso para encontrar um consenso
básico e fundamental para todos sairmos da crise”, acrescenta.
No seu discurso de abertura, o Bispo
de Leiria tinha pedido aos políticos que
pusessem o bem comum à frente do interesse particular ou partidário.
r/com renascença comunicação multimédia, 2013
03
JMJ consagrada a Nossa Senhora de Fátima
Mais sete mil peregrinos a pé
Já ontem, a Jornada Mundial da Juventude foi consagrada, a Nossa Senhora de Fátima. O anúncio foi feito
pelo Arcebispo brasileiro D. Oraní Tempesta, que presidiu à Peregrinação Aniversária de Maio.
Fátima voltou a ser Altar do Mundo, desta vez com
milhares de fiéis a intercederem pelos jovens e pelo
Papa Francisco.
“Senhora de Fátima, nós nos unimos a esse acto de
consagração. Amparai o Papa Francisco no seu pastoreio, velai pelos jovens, velai pelos pobres no ter e
no ser, pobreza material e espiritual”, disse D. Oraní
Tempesta.
Esta manhã, terão estado no Santuário mais sete mil
peregrinos a pé do que no ano passado.
“Se no ano passado foram contabilizados mais de 30
mil peregrinos a pé, este ano calcula-se em 37 mil”,
revela à Renascença o reitor do Santuário, Padre Carlos Cabecinhas.
A opção não tem apenas a ver com promessas, explica,
por seu lado, o Padre Manuel Antunes, do Movimento
da Mensagem de Fátima: “Há uma grande percentagem que vem num gesto penitencial por aqueles que
andavam afastados de Deus”, considera.
O caminho a pé também está cada vez mais a ser escolhido por jovens, salienta. “Entenderam que havia necessidade de um regresso ao caminho certo, ao caminho da verdade e vêm à busca de uma protecção para
esta mudança. Sobretudo nos novos. Vêm a Fátima por
razoes morais e espirituais e pelo gesto de fé”.
Aparecem também cada vez mais homens, bem como
peregrinos estrangeiros, reflexo da importância que a
mensagem de Fátima tem vindo a adquirir no mundo.
Missas em Fátima vão ter
língua gestual
Paulo Cunha/LUSA
DESTAQUE I
PÁG.
O Arcebispo do Rio de Janeiro agradeceu a Portugal e
aos portugueses terem levado a fé e a devoção a Nossa
Senhora até ao Brasil.
No final da missa de ontem, virado para a imagem da
Virgem, D. Orani consagrou os jovens e a próxima jornada do Rio a Nossa Senhora de Fátima.
“Ó Virgem de Fátima, como peregrino nestas terras
em que dignaste manifestar a três crianças, com coração repleto de alegria, venho consagrar ao Vosso Imaculado Coração todos os jovens que estão a preparar
a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro”,
acrescentou.
que será acompanhado por milhões de crentes, dispostos a ouvir de novo a Vossa mensagem”, acrescentou.
Também presente nas cerimónias esteve o Arcebispo
do Rio de Janeiro, D. Orani Tempesta, que apelou aos
cristãos que tenham a coragem de viver a sua fé num
mundo em transformação.
D. Orani Tempesta referiu-se ainda ao lema escolhido
pelo Santuário de Fátima para as peregrinações deste
ano – “Não tenhais medo” – para lembrar aos cristãos
a importância de assumirem a sua fé.
As missas das 15h00 de domingo no Santuário de Fátima
vão ser interpretadas em simultâneo em Língua Gestual Portuguesa para ajudar à participação dos surdos na
eucaristia, anunciou o reitor da instituição, Carlos Cabecinhas.
A iniciativa vai ter início a 19 de Maio, através de uma
parceria com o Instituto Politécnico de Leiria (IPL), informou o padre durante a conferência de imprensa que
serviu para apresentar a peregrinação de Maio.
“Este é um desejo que nos acompanha há já algum tempo, pela percepção que os surdos são aqueles que têm
mais dificuldade em acompanhar as celebrações litúrgicas”, explicou o reitor.
Carlos Cabecinhas adiantou ainda que “no dia 19 de
Maio terá lugar uma peregrinação dos surdos” a Cova de
Iria, sendo esta “uma forma de assinalar o início oficial
desta iniciativa”.
A interpretação em simultâneo em LGP parte de uma
proposta dos responsáveis do instituto, tratando-se de
mais uma acção que integra o projecto IPL(+)INCLUSIVO,
ao qual está ligado o Bispo de Leiria-Fátima, António
Marto.
Oito intérpretes ligados ao IPL vão ficar responsáveis
por garantir as traduções, numa iniciativa que pretende também incluir as comemorações do Centenário das
Aparições que se assinalam em 2017.
r/com renascença comunicação multimédia, 2013
DESTAQUE II
Crise na coligação?
Conselho de Estado convocado depois de domingo agitado
Pires de Lima garante: sobretaxa sobre pensões não vai ser aplicada, não houve, nem vai haver cedências, por parte do CDS. Democratas-cristãos não gostaram da forma como chegou
à comunicação social o compromisso assumido em Conselho de Ministros.
» Pedro Mesquita, Eunice Lourenço e Daniel Rosário (*)
PÁG.
LUSA
04
O Presidente da República convocou o Conselho de Estado para a próxima segunda-feira. A reunião do órgão
político de consulta do Presidente da República terá
na ordem de trabalhos as “perspectivas da economia
portuguesa no ‘pós-troika’, no quadro de uma União
Económica e Monetária efectiva e aprofundada”.
De acordo com uma nota divulgada no site da Presidência da República, a reunião está marcada para o
próximo dia 20 de Maio, às 17h00. Esta é a 10ª reunião
do Conselho de Estado desde que Cavaco Silva é chefe
de Estado.
O anúncio surge depois de um domingo rico em novos
sinais de divergências na coligação governamental.
Ontem, o Governo aprovou as condições da contribuição de sustentabilidade do sistema de pensões, também chamada de “TSU dos pensionistas”, numa reunião
extraordinária do Conselho de Ministros, que, segundo
o Governo, confirmou as condições necessárias ao fecho da sétima avaliação da troika.
Após a reunião, uma fonte do Executivo disse à Lusa
que o CDS-PP “aceitou excepcionalmente” que “pudesse vir a ser considerada a introdução de uma con
Marcelo: Governo “aguenta” mas é “fraquinho, fraquinho, fraquinho”
Marcelo Rebelo de Sousa considera que
se não houvesse acordo em relação à
taxa sobre as pensões o Governo ficaria numa situação “muito complicada”.
Assim, “aguenta mas é um Governo fraquinho, fraquinho, fraquinho”.
No seu habitual espaço na TVI, o antigo líder do PSD disse que “politicamente ficam todos mal neste filme”,
referindo-se à tensão no Executivo de
coligação.
Na RTP, mais ou menos à mesma hora,
o ex-primeiro-ministro José Sócrates
afirmou que, se se confirmar que o CDS
deixa passar a taxa de sustentabilidade
sobre as pensões, Paulo Portas perde a
credibilidade.
“A credibilidade do doutor Paulo Portas
ficou arrasada”, disse Sócrates, no seu
comentário na RTP. O antigo líder socialista acrescentou que Portas “devia
ter pensado duas vezes antes de dizer
publicamente a todos os portugueses
e a muitos reformados que esta era a
fronteira que ele nunca ultrapassaria
porque essa oportunidade que um político tem de dizer que ‘esta é a minha
linha vermelha e isto tem a ver com a
minha consciência’ só se diz uma vez
e tira-se consequências”. “Paulo Portas
vai precisar de mais do que uma pirueta retórica para explicar” a mudança
de posição, acrescentou.
r/com renascença comunicação multimédia, 2013
DESTAQUE II
tribuição de sustentabilidade sobre as pensões”.
Anteriormente, apontou uma outra fonte do executivo, “estava previsto que o Governo se comprometia
a tomar a medida da TSU dos pensionistas”, mas, em
Conselho de Ministros, o executivo comprometeu-se
em adoptar a medida “como último recurso” e apenas
“se for necessário”.
Há uma semana, o presidente do CDS-PP, Paulo Portas,
tinha admitido não concordar com a nova contribuição
sobre pensões.
“O Primeiro-ministro sabe e creio ter compreendido
que esta é a fronteira que não posso deixar passar”,
afirmou Portas, a 5 de Maio.
Pires de Lima: “fronteira não vai ser ultrapassada”
PÁG.
05
O CDS rejeita que tenha havido um recuo, como foi
interpretado por vários partidos e comentadores (ver
caixa).
O Orçamento do Estado para 2014 não vai incluir taxa
sobre as pensões e a fronteira imposta pelo CDS não
foi, nem vai ser, ultrapassada, garante o presidente do
Conselho Nacional do CDS, António Pires de Lima, em
declarações à Renascença.
“Isso foi evitado e só em circunstâncias absolutamente
extraordinárias e excepcionais - que eu não estou a antecipar de maneira alguma - é que uma medida destas
poderia regressar, o que não vai acontecer”, sublinha.
O presidente do conselho nacional do CDS garante que
não houve cedências, apesar da decisão do Conselho
de Ministros, e sublinha que a sobretaxa sobre as pensões não assume carácter obrigatório.
“A fronteira não pode ser ultrapassada, não vai ser
ultrapassada e o resultado final daquilo que estou a
dizer há-de ser conhecido quando for apresentado o
Orçamento do Estado para 2014, porque só nessa altura é que essas medidas teriam de ser - não estarão
- incluídas no OE. Não é verdade, por exemplo, que
no segundo semestre esta taxa social exista”, insiste
ainda António Pires de Lima.
O centrista reforça assim a posição assumida no domingo pelo líder do partido, Paulo Portas.
CDS descontente com comunicação
O CDS reclama mesmo uma vitória na questão da nova
taxa sobre as pensões.
De acordo com dirigentes centristas contactados pela
Renascença, foi possível chegar a um compromisso
de forma a evitar que essa taxa fosse obrigatória, ficando apenas no plano facultativo. E, mesmo nesse
plano, terá havido no Conselho de Ministros de ontem
um compromisso de que serão feitos todos os esforços
para a evitar.
Segundo as mesmas fontes, o acordo correspondente
à sétima avaliação da troika diria que o Estado português tinha de estabelecer até 1 de Janeiro de 2014
uma nova taxa sobre as pensões, tanto do regime geral
como da Caixa Geral de Aposentações. A taxa seria,
assim, obrigatória e também condição para libertação
de nova tranche do empréstimo a Portugal.
O CDS, e em especial o seu líder, Paulo Portas, recusou
tal taxa e isso mesmo foi comunicado à troika: que o
CDS, parceiro da coligação governamental, se recusaria
a assinar o acordo da sétima avaliação se a taxa fosse
obrigatória. E o mesmo foi comunicado ao Presidente
da República e ao presidente da Comissão Europeia.
Até sexta-feira à noite, a troika não aceitou quaisquer
alterações ao texto proposto. Só no sábado veio uma
resposta positiva: a medida podia deixar de ser obrigatória e condicionante da nova tranche e podia ficar
apenas no plano facultativo.
Não sendo obrigatória e calendarizada, a medida fica
apenas no plano da opção política do Governo. E no
Conselho de Ministros de ontem, ao que a Renascença
apurou, foi alcançado um compromisso de que serão
feitos todos os esforços para que a medida não seja
necessária, nem sequer considerada.
A forma como esse compromisso chegou à comunicação
social acabou, contudo, por desagradar aos democratas-cristãos. “O CDS aceitou que, excepcionalmente,
pudesse vir a ser considerada a introdução de uma
contribuição de sustentabilidade sobre as pensões”,
foi esta a mensagem que fonte do Governo fez chegar
às redacções e que foi lida como tendo havido um recuo do CDS.
Ora, para os dirigentes centristas o que houve não foi
um recuo, mas um compromisso em que conseguiram
que mais uma taxa sobre as pensões deixasse de ser
obrigatória e ficasse apenas sujeita à decisão do Governo. Como o CDS faz parte do Governo e não a aceita, para este partido o assunto estava resolvido.
Mas agora pode já não ser a taxa sobre as pensões a pôr
em causa a coligação, mas sim a forma como o compromisso alcançado foi tornado público.
Sétima avaliação em suspenso
A troika não dá por certa a conclusão da sétima avaliação ao programa de ajuda financeira a Portugal. A informação foi conhecida hoje, a poucas horas do início
da reunião do Eurogrupo, em Bruxelas.
Esperava-se que do encontro dos ministros das Finanças da Zona Euro resultasse um “sim” a mais uma fatia
do empréstimo, no valor de dois mil milhões de euros,
mas a troika exige “total clareza” da parte do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, em relação às decisões
tomadas pelo Governo no Conselho de Ministros de ontem.
De acordo com uma fonte oficial europeia, as “novas
discussões” mantidas ontem pelo Governo instalaram a
confusão em relação ao que ficou realmente decidido
quanto à taxa sobre as pensões. Discussões essas que,
de acordo com a mesma fonte, decorreram já depois
de os técnicos da troika terem dado por encerradas as
negociações com o executivo e terem deixado o país.
É por isso que se espera agora que Gaspar explique
a evolução dos acontecimentos com “total clareza”
na reunião do Eurogrupo, que decorre esta tarde em
Bruxelas. Só assim, os parceiros europeus vão poder
avaliar “se estão reunidas as condições necessárias
para concluir a sétima revisão” da implementação do
programa de ajustamento.
A postura da troika representa uma aparente contradição do anúncio feito pelo Governo na sequência da
reunião de ontem, segundo o qual o Conselho de Ministros esteve reunido precisamente “para se inteirar
da conclusão dos trabalhos” relativos a este sétimo
exame.
O encerramento deste exercício é indispensável para
garantir o desbloqueamento do pagamento de mais
uma tranche do resgate financeiro negociado por Portugal.
(*) com Lusa
r/com renascença comunicação multimédia, 2013
OPINIÃO
06
Manuel Pinto
Professor da Universidade do Minho
O congresso sobre “Literacia, media e cidadania”, logo com os profissionais dos media – com jornaque decorreu nos últimos dias no belo espaço do listas, certamente, mas também com produtores,
Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, deu sinais guionistas, designers, publicitários, criadores
de que a literacia relacionada com os media vai multimédia, gestores… Esse diálogo pode trazer
ganhando algum lugar nas políticas públicas e nas vantagens para todas as partes e abrir territórios
agendas de cada vez mais pessoas e instituições. interessantes de cooperação e aprendizagem múE isto porque a consciência do lugar desses meios, tua.
novos e menos novos, na vida das
Nesta linha, o painel que, no conpessoas e da sociedade torna ne- No que se refere à
gresso, juntou ex-provedores de
cessário e urgente fazer desse literacia mediática ,
diferentes media para pensar as
lugar um assunto de questiona- entendo, porém, que
relações entre a atividade de promento. Desde logo porque muitos precisamos de avançar vedor e a literacia mediática foi
cidadãos são excluídos dos benejá um passo muito significativo.
mais no diálogo com
fícios que podem advir dos media
Recordo, desse momento, a chae das redes digitais. Mas também os profissionais dos
mada de atenção de Adelino Goporque muitas pessoas, de todas media
mes para o facto de que a tarefa
as idades e condições, ainda que
de dar a ver, que cabe aos jornatendo modos de aceder aos meios, não se sentem listas e, por extensão, a todos os profissionais, se
preparadas para acautelar os riscos e maximizar torna difícil ou mesmo impossível se o profissioos benefícios, melhorando a qualidade da comu- nal não aprendeu e não sabe, ele próprio, ver, se
nicação consigo mesmo e com os outros.
não é um receptor crítico. Ao mesmo tempo, com
Uma das riquezas deste congresso foi permitir o profissionais de olhar incisivo e inteligente, capaencontro entre quem ensina, quem dinamiza acti- zes de se porem no lugar dos seus interlocutores
vidades (por exemplo, nas biblioteca públicas ou e destinatários, todos beneficiam, já que ajudam
escolares), agentes do campo técnico-político, re- a ir além das evidências e a tornar mais fundaguladores, meios de comunicação e investigadores mentada e esclarecida a crítica e o contributo
dos media e da educomunicação, entre outros.
dos utilizadores. Há que prosseguir este trabalho
No que se refere à literacia mediática, entendo, de encontro, de escuta mútua e de trabalho em
porém, que precisamos de avançar mais no diá- rede.
INE
Preços desaceleram em Abril
A taxa de inflação caiu para
1,7% em Abril, uma redução
de 0,3% em relação ao mês
anterior, de acordo com o
Instituto Nacional de Estatística (INE).
A habitação, a água, a electricidade, o gás e outros
combustíveis foram os responsáveis pelas maiores quedas na evolução dos preços,
de acordo com o INE.
A excepção, ainda segundo
o INE, está na cultura, lazer
e recreação, onde se assinalou um ligeiro aumento nos
preços.
RR
PÁG.
Comunicação e educação: o trabalho em rede
r/com renascença comunicação multimédia, 2013
07
UE deve “criar condições”
para o relançamento
económico
Portugal e Espanha apelaram hoje, na XXVI Cimeira Luso-Espanhola, a que a União Europeia
tome, nos próximos meses, todas as medidas necessárias para fomentar o crescimento.
A declaração final do encontro, que decorria à
hora de fecho desta edição no Palácio da Moncloa, sede do Governo em Madrid, considera que
essas medidas europeias devem servir como “alavanca para assegurar o impacto positivo das reformas e
ajustamentos levados a cabo pelos Estados membros”.
“Neste contexto, urge criar as condições para assegurar o investimento na economia, sendo especialmente
importante o apoio às pequenas e médias empresas,
assim como às microempresas, nomeadamente através
do Banco Europeu de Investimento e dos instrumentos
disponíveis para tal”, refere o texto, citado pela Agência Lusa.
Destacando a “convergência de pontos de vista” sobre
a agenda europeia, o texto sublinha as “vantagens de
uma contínua concertação e do estabelecimento de
novos âmbitos de cooperação”.
Urge avançar para a união bancária
O debate europeu foi um dos temas que dominou a
reunião entre os chefes do Governo dos dois países,
Pedro Passos Coelho e Mariano Rajoy que “reiteraram
o seu compromisso com a estabilidade da economia e
da moeda única, que implica que os Estados membros
Sergio Barrenechea/EPA
NACIONAL
PÁG.
Cimeira Luso-Espanhola
Passos e Rajoy, hoje, em Madrid
prossigam os seus esforços nas reformas e ajustamentos, assim como a acção decidida da União Europeia no
seu conjunto”.
Coelho e Rajoy deixam ainda um apelo a que “se avance decididamente para a União Bancária nos próximos
meses, em cumprimento dos compromissos assumidos
no Conselho Europeu para construir uma verdadeira
União Económica e Monetária, contribuindo para evitar a fragmentação do mercado, que impede condições
equitativas de financiamento para as empresas em
toda a UE”.
Os dois governos reafirmam a importância do acordo
sobre o Quadro Financeiro Plurianual alcançado no
passado Conselho Europeu de Fevereiro e da rápida
conclusão dos trabalhos do Parlamento Europeu e do
Conselho para a sua aplicação.
Consideram ainda que é necessário “garantir a complementaridade da Política de Coesão com as demais
políticas da União para conseguir o máximo impacto
dos investimentos comunitários, no quadro do grande
rigor orçamental existente na Europa”.
Da UE ao comboio Porto-Vigo: o que ficou decidido
“Concertar posturas” na UE
Comboio directo diário Porto-Vigo
Portugal e Espanha vão intensificar
contactos para “concertar posturas” e
“propor novas medidas” a apresentar
nos próximos meses na União Europeia,
afirmou hoje o presidente do Governo
espanhol. Rajoy diz que a UE “pode e
deve fazer mais demonstrando o mesmo empenho demonstrado pelos governos nacionais”. “Não temos tempo a
perder. Os próximos meses são muito
importantes”, considerou.
Portugal e Espanha congratularam-se
com a introdução de um comboio directo diário entre Porto e Vigo nos dois
sentidos e de um bilhete único nessa
ligação ferroviária a partir do Verão.
Segundo a declaração final da cimeira,
estas mudanças na ligação entre Porto
e Vigo foram estabelecidas num acordo
entre a CP e a RENFE.
Actualmente, não é possível viajar entre Porto e Vigo com um único bilhete.
Entre as duas cidades, os comboios fazem mais de dez paragens e a viagem
dura cerca de três horas.
Os dois governos reforçaram ainda a intenção de introduzir a bitola europeia
para transporte de mercadorias na ligação
Lisboa-Sines-Caia-Madrid-Irún
e deverão reunir-se a 17 de Maio, em
Lisboa, com este tema na agenda.
Acordo de pescas
Portugal e Espanha vão impulsionar
os trabalhos de revisão do acordo de
pescas para que possa entrar em vigor
no próximo dia 1 de Janeiro de 2014.
“Em matéria de pesca, ambos os países comprovam com satisfação o bom
desenvolvimento do Acordo sobre as
condições de exercício da actividade
das frotas portuguesa e espanhola nas
águas de ambos os países”, refere o
texto da declaração final da cimeira.
Interoperabilidade nas portagens
A cimeira permitiu “avanços”, mas não
fixou qualquer data para a entrada em
funcionamento da interoperabilidade
dos sistemas electrónicos de portagem
dos dois países.
O tema da interoperabilidade dos sistemas está em debate entre os dois
Governos há mais de um ano e tem sido
alvo de sucessivos adiamentos devido,
segundo disse à Lusa fonte diplomática, a questões “técnicas” que continuam por resolver.
Cooperação contra fraude fiscal
Os governos assinaram um protocolo que estabelece consultas regulares
destinadas à troca de informações e a
adopção de políticas comuns em matéria de combate à fraude fiscal.
Mercado de gás
Portugal e Espanha acordaram hoje dar
os passos necessários para a criação de
um mercado regulado e ordenado de
gás e consideraram “prioritário” desenvolver as interconexões energéticas
dentro da Península Ibérica e com o
resto da Europa.
r/com renascença comunicação multimédia, 2013
NACIONAL
PÁG.
08
“Conversas Cruzadas”
Cadilhe diz que a dívida pública é a maior retroactividade
» José Bastos
O ex-ministro Miguel Cadilhe considera que “a maior
retroactividade que temos – e é um fenómeno de retroactividade – é a da dívida pública portuguesa. Vem
do passado e foi-se acumulando ano após ano e deu no
que deu”.
“A declaração de que estamos em ‘situação de restrição financeira’ foi a vinda da troika em Maio de 2011.
A troika veio para cá porque nós errámos e ultrapassámos todos os limites da restrição financeira, tácita ou
implícita e ela tornou-se verdadeiramente explícita.
Quanto à retroactividade é claro que é sempre mau,
muito mau que uma medida negativa seja retroactiva,
mas nós estamos em tempos excepcionais, completamente excepcionais”, afirmou Cadilhe no “Conversas
Cruzadas”, da Renascença, depois de o Primeiro-ministro ter admitido no Parlamento cortes nas actuais
pensões de reforma dos funcionários públicos.
Miguel Cadilhe, Daniel Bessa e Carlos Moreno lamentam a uma só voz o eventual recurso a leis retroactivas
que anulam “legítimas expectativas de vida”. “Talvez
as expectativas mais traídas de todas não sejam as dos
pensionistas, sejam as dos desempregados”, sublinha,
contudo, Cadilhe.
Carlos Moreno não poupa as contradições que detecta
nos discursos do poder político. “Fere-me a sensibilidade de cidadão livre lidar com leis retroactivas, mas
com leis retroactivas que não são claramente apresentadas e explicadas aos cidadãos e mascaradas de forma
inaceitável por quem está no poder. Como cidadão, não
aceito que na sexta-feira o Primeiro-ministro diga uma
coisa, no domingo o líder do outro partido da coligação
diga absolutamente o contrário, depois venha o deputado Miguel Frasquilho dizer que a solução é descer
os impostos e, depois, aparecer o Primeiro-ministro e
o líder do outro partido da coligação em uníssono no
Parlamento” sustenta o juiz jubilado do Tribunal de
Contas.
Já Daniel Bessa, ex-ministro da Economia, diz-se “desgostoso”, mas não há como iludir a realidade. “Sou o
primeiro a saber que quando o dinheiro acaba é daquelas situações em que não há remédio. Em que alguma
coisa vai acontecer, mas não se sabe bem a quem. Já
me referi a este tipo de cenário como algo que se aproxima da situação da bala perdida. Diz-se que acontece
lá para os lados do Rio de Janeiro e para outros ambientes mais agressivos. O cidadão anda na rua e leva
um tiro sem chegar a saber bem de onde. Portanto, o
dinheiro acabou e o ambiente é este. Eu como todas as
outras pessoas estou sujeito a isto numa situação em
que não sei o que dizer a não ser manifestar o meu desgosto, a minha perplexidade e também a consciência
de que o dinheiro acabou”, indica o presidente da Cotec Portugal, Associação Empresarial para a Inovação.
“O Governo tem andado a fazer algumas reduções importantes, mas de efeito conjuntural. Agora tem de
passar para o efeito estrutural e vai doer muito. Vai
doer mesmo muito. Quanto às pensões, por muita volta que possamos dar ao tema, não encontramos outra
possibilidade que não seja, infelizmente, reduzir. Eu
digo isto com a noção de todas as consequências. Infelizmente não temos alternativa que não seja reduzir
pensões, subir idades de reforma, reduzir regalias, reduzir os subsídios dos regimes não contributivos, isto é,
de quem não contribuiu durante a vida e está a receber
subsídios. Tudo isto do ponto de vista social, familiar,
é do pior que podemos dizer. Mas é melhor dizermos
a verdade do que estarmos a tentar fingir que não é
assim”, alerta o ex-ministro das Finanças Miguel Cadilhe.
Carlos Moreno é crítico da atitude governamental e
do tratamento conferido aos pensionistas: “Considero
isto extremamente grave. Não se pode utilizar os mais
fracos da sociedade, com uma ansiedade natural, um
medo natural muito maior, neste processo: um dia corta, no outro dia não corta, depois outro diz não ser
preciso cortar. Isto não pode ser. As instituições têm
uma responsabilidade que não é só comunicacional. É
de postura perante os cidadãos que os leve a confiar na
sua palavra. Não vejo nada disso”.
Daniel Bessa minimiza os riscos de inconstitucionalidade nos planos do Governo: “O Tribunal Constitucional
na argumentação que utilizou recentemente – e provavelmente estamos todos de acordo – foi muito enfático no que se refere à igualdade de tratamento. Não
há dúvida nenhuma que nesta matéria de pensões, os
pensionistas da Caixa Geral de Aposentações têm melhor tratamento que os pensionistas do regime geral da
Segurança Social. Isso é verdade. Portanto a própria
argumentação que o Tribunal Constitucional usou, aos
ouvidos de um leigo como é o meu caso, parece abrir
portas a medidas como estas, como terá aberto as portas a rescisões na Função Pública”. Daniel Bessa alerta
ainda para os riscos de uma saída do euro. “Uma saída
do euro, como alguns preconizam, com a inflação em
cima da economia, reduzia de uma vez as pensões todas, os salários todos e, aparentemente, não se estaria
a discutir temas de constitucionalidade. Reduzia tudo
e de uma vez só”, avisa o economista.
No limite, se as reduções de pensões não forem feitas
periga a permanência no euro? “Claro que sim!” é a
resposta de Miguel Cadilhe.
Elogios a Vítor Gaspar
Com uma vaga de críticas sem precedentes a abater-se
sobre o ministro das Finanças – até um vice-presidente
da bancada parlamentar do PSD defende que “o seu
tempo político terminou” – Vítor Gaspar foi poupado no
Conversas Cruzadas. “Eu penso que no Documento de
Estratégia Orçamental, o professor Vítor Gaspar esteve
bem. Porque ele disse: ‘o meu papel é este, é dizer
quanto há na gaveta’. O Ministro das Finanças veio,
mais ou menos, colocar a coisa nesses termos: ‘oiçam
façam como quiserem, o meu papel é dizer o que há
para gastar, eu defino o enquadramento’, afirma Daniel
Bessa.
“Se algum dia se colocar o problema ao Primeiro-ministro vai ser muito difícil substituir o actual ministro das
Finanças. Não só porque ele reúne algumas qualidades, na frente externa é muito bem visto, mas também
porque vai ser muito difícil encontrar uma pessoa com
qualidades e capacidades de gerir o Ministério das Finanças nestas circunstâncias”, conclui Miguel Cadilhe.
r/com renascença comunicação multimédia, 2013
09
Católica sobe três posições em ranking do “Financial Times”
» Matilde Torres Pereira
A Católica-Lisbon School of Business and
Economics subiu da 46.ª para a 43.ª posição do ranking global do Financial Times
(FT) que avalia a formação de executivos. A escola de negócios da Católica é
a única portuguesa no top 50 mundial e
está entre as 20 melhores da União Europeia.
A performance da Católica surge numa
altura em que o desemprego em Portugal
bate novos recordes e em que também
se discute se ter formação superior abre
ou não mais portas no mercado de trabalho.
“Havendo menos oportunidades, claro
que isso também irá afectar os graduados. Dada a situação de recessão profunda em que o país está, parece-me pouco
Escola de gestão da Católica está nas 50 melhores de todo o mundo
razoável pensar que isso não os afectasse
também e que a licenciatura os imunizasse da dificulda- Como se chega ao “Financial Times”?
de económica que existe”, diz à Renascença o director
da Católica-Lisbon, Francisco Veloso.
O ranking global de formação para executivos do FT
Ainda assim, faz uma ressalva. “O ambiente económi- compreende vários indicadores de avaliação e resulta da
co afecta toda a gente nos seus vários níveis. Quando ponderação entre as “notas” dadas noutros dois rankinolhamos para o desemprego, temos de olhar para o qua- gs: “programa aberto” e “programa customizado”.
lificado e o não qualificado e o mais provável é que o “O facto de a Católica aparecer nestes dois rankings e
desemprego qualificado, mesmo assim, seja menor rela- a combinação dos dois demonstra a seriedade do trabativamente ao desemprego desqualificado.”
lho que estamos a fazer”, considera Francisco Veloso,
O INE confirma: a fatia da população desempregada com explicando do que se está a falar quando se distingue
formação universitária é a menor em todo o espectro. programa “aberto” de “customizado”.
Constitui 13,4% da população activa, enquanto os de- No primeiro, é oferecido, por exemplo, “um prograsempregados com ensino básico são 17,5% e com secun- ma de finanças para não financeiros, em que a pessoa
vê ‘Este programa é interessante’ e se inscreve”. No
dário já são 18,8%.
“Quando há uma dificuldade económica, toda a popu- segundo, “é uma empresa que quer formar as pessoas
lação é afectada e isso tem custos pessoais e familiares numa determinada área e diz ‘Gostaria de dar formadifíceis, mas não significa que, dentro do contexto, as ção aos meus quadros e gostaria que idealizassem um
qualificações e o ensino superior em particular não con- programa em função destes requisitos que estou aqui
tinuem a ser um instrumento de preparação e de criação a colocar’”.
“Nós desenhamos um programa à medida dessa emprede melhores oportunidades”, defende Veloso.
sa e é ministrado aos quadros dessa empreNão receia a “fuga de cérebros”, isto numa
sa”, descreve o director da Católica-Lisbon,
altura em que a emigração é um fenóme“Demonstra
que aponta a procura crescente deste tipo
no crescente. Apesar de sublinhar que “há
de cursos.
oportunidades noutras geografias que os a seriedade
licenciados podem aproveitar”, refere que do trabalho
Escolas portuguesas no top
as pessoas que saem podem voltar e, neste
que estamos a
momento, se podem fazer uma melhor apliNas tabelas do FT, são avaliadas 70 escolas
cação dos seus talentos fora é certamente fazer”
melhor para eles e também para o país a Francisco Veloso de negócios. A Católica-Lisbon é a única escola portuguesa no ranking global que commédio prazo”.
bina a formação aberta e customizada - no
Porquê? “Se olharmos para Irlanda, Israel e
ano passado, a Nova estava na 47.ª posição
Índia, uma parte muito importante do depre na
glob
global, mas saiu do top 50 este ano.
senvolvimento recente destes países está sempre
te quaA Po
Porto Business School (PBS), da Universidade do
diáspora e na presença de pessoas extremamente
Po
Porto, aparece em 59.º lugar no ranking de forlificadas destes países em mercados altamente compem
mação customizada e em 68.º no que toca a
titivos, como o norte-americano.”
os de
programas abertos. Nesta última categoria, a
“Quando falamos em desenvolvimento temos
rto
Nova School of Business and Economics surge
olhar mais para a frente”, prossegue. “No curto
em 58.º lugar.
prazo, temos que encontrar formas de mitigar
O ranking global é liderado pela HEC Paris. A
as dificuldades que muitas pessoas enfrentam,
espanhola IESE é segunda e os suíços do IMD
com um custo pessoal difícil e que não é de
são terceiros.
todo negligenciável.”
r/com renascença comunicação multimédia, 2013
DR
NACIONAL
PÁG.
Escolas de gestão
10
“Estranhos numa terra estranha”
» Ricardo Vieira
Nasceram no continente e nas
ilhas, num país onde não cabiam
os sonhos e as ambições de portugueses que queriam mudar de
vida, ver o mundo, partir. Manuel
Vieira, 86 anos, António “Ponta
Delgada”, 90 anos, Gabriela Vita
Pereira, 85, são pedaços de história viva, pioneiros da emigração
portuguesa no Canadá, iniciada
oficialmente há seis décadas.
Natural de São Miguel, nos Açores, Manuel Vieira, então com 24
anos, fez parte do primeiro grupo de emigrantes portugueses a
pisar solo canadiano. Cruzaram o
Atlântico a bordo do navio “Saturnia” e chegaram a Halifax na
noite do dia 12, mas só tocaram terra a 13 de Maio de
1953. “Sempre tive esta vocação de embarcado e isso
um dia calhou-me”, conta Manuel Vieira, que começou
a trabalhar numa quinta de tabaco na região do Quebec
a troco de 40 dólares por mês.
Já António “Ponta Delgada”, como gosta de ser tratado,
sonhava com o Brasil. Mas viu um anúncio, candidatouse e chegou ao Canadá poucos dias depois de Manuel
Vieira, a 26 de Maio de 53. Em Portugal ficaram a mulher
e três filhos, que lhe seguiram as pisadas mais tarde.
Quando recua 60 anos, este madeirense da freguesia de
Ponta Delgada recorda que a viagem de barco de seis
dias “foi linda e muito boa”, apesar de a temperatura
“fazer bater o dente”. A bordo dizia-se, em jeito de
brincadeira, que “se no Canadá estiver assim frio, não
saímos do barco, têm que nos levar para trás”.
Os primeiros tempos de António na terra nova também
foram passados a trabalhar na agricultura e marcados
por dificuldades antigas. Diz que durante a II Guerra
Mundial havia falta de comida na Madeira, mas nunca
passou “tanta fome” como quando chegou ao Canadá.
Começou por receber 65 dólares por mês numa quinta,
depois foi para um restaurante de Toronto onde ganhava melhor e também esteve numa fábrica onde chegou
a trabalhar mais de 100 horas por semana.
“Os primeiros tempos foram muito reles, mas agora
está tudo bem, tenho a minha vida boa, tenho uma casa
de um milhão e meio de dólares. Eu sou um milionário”,
congratula-se o emigrante português.
Gabriela Vita Pereira nasceu na Madeira. Tem 85 anos
e foi para o Canadá com 25, um ano depois do marido
Óscar Pereira ter emigrado. O primeiro aniversário do
filho foi passado no barco entre Lisboa e Halifax, em
1954. “Os primeiros tempos foram dolorosos e foi assim por muitos anos.” Mal chegou, arregaçou as mangas
e começou a alinhavar um novo futuro a trabalhar em
costura. Mas também havia tempo para passear e para
festas. “Saímos muito. Tivemos ‘very good times’”,
conta Gabriela, num misto de português e inglês.
Subtilezas linguísticas e Portugal “para passear”
A barreira linguística foi um dos muitos obstáculos que
DR
NACIONAL
PÁG.
Emigração para o Canadá
os pioneiros portugueses foram aprendendo a ultrapassar num Canadá onde as línguas oficiais são o inglês e
o francês. António “Ponta Delgada” explica que quando
chegou ao outro lado do Atlântico nem “sabia pedir um
copo de água” em Inglês, mas com a ajuda dos patrões
e de um pequeno dicionário foi conhecendo novas palavras. Não sem algumas peripécias e confusões de tradução pelo meio, como quando percebeu que a sonoridade da palavra portuguesa “faca” pode assemelhar-se a
um palavrão na língua de Shakespeare.
“Não sabia pedir um copo de água, mas a patroa ensinava-me muito lá no ‘farm’ e ela também queria saber português. Ela mostrava-me o prato, as colheres e
pedia-me para dizer em português. E quando chegou
ao lugar da ‘knife’, eu disse ‘faca’ e ela e o marido
olharam para mim com uma cara... Eu tinha comprado
um dicionário pequenino, fui buscá-lo e vi que faca era
uma má palavra [em inglês]. Mostrei-lhes [o significado]
no dicionário e eles começaram a rir”, recorda António
“Ponta Delgada”.
Já Manuel Vieira confessa que ainda hoje não fala bem
inglês. “Chegámos aqui e fomos trabalhar. Não havia
tempo para ir à escola.” Logo nos primeiros tempos de
Canadá, e se não fosse a ajuda de um polícia emigrante
brasileiro que encontrou por acaso numa rua de Montreal, provavelmente não teria conseguido levantar o
cheque de 80 dólares com os primeiros dois meses de
ordenado.
Manuel Vieira, António “Ponta Delgada” e Gabriela Vita
Pereira emigraram há décadas e ficaram pelo Canadá.
Regressar a Portugal “só para passear”, diz António.
“Com os actuais problemas de Portugal, voltava a sair”,
refere Gabriela.
E que conselhos dão estes pioneiros a quem queira emigrar, por exemplo para o Canadá? Gabriela Vita Pereira
lembra que a crise é mundial e que é aconselhável já
ter “trabalho certo” no país de acolhimento antes de
partir.
Manuel Vieira deixa o seu testemunho às novas gerações. “Isto aqui sempre está melhor que lá [em Portugal], para falar verdade. Mas se eles vêm para cá, muitos deles têm vindo e vão-se embora - aqui trabalha-se.
Eu nunca trabalhei tanto na minha vida como aqui”.
r/com renascença comunicação multimédia, 2013
Promessas falhadas
Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas, ontem, numa parada em Nova
Orleães, nos Estados Unidos, após
vários homens armados terem começado a disparar.
A actualização do número de vítimas foi feito à CNN por fonte policial.
As autoridades suspeitam “de duas
ou três pessoas”, mas ainda ninguém foi detido. Não foram ainda
avançadas razões para o tiroteio
durante o desfile que assinalava o
Dia da Mãe nos Estados Unidos.
Não havia, até à hora de fecho desta edição, notícia de vítimas mortais.
Francisco Sarsfield Cabral
Jornalista
Nada desprestigia tanto a democracia como não cumprir promessas feitas em campanha eleitoral pelos políticos. Quando alcançam o poder, afinal não as cumprem. Entre nós, os três últimos
primeiros-ministros prometeram, todos eles, não subir impostos
– e depois subiram-nos.
Quando se trata do Presidente dos EUA a questão é particularmente grave. Na sua primeira campanha presidencial Obama prometeu fechar Guantánamo, uma prisão dos EUA em Cuba, onde estão
166 prisioneiros sem direito a julgamento, vários deles há 11 anos.
Cerca de 100 desses prisioneiros iniciaram uma greve da fome,
sendo alimentados à força. Obama ainda não conseguiu acabar
com este atentado à justiça e à imagem dos EUA no mundo.
Itália
Letta avisa que
Governo pode cair
Na Síria, os recuos de Obama não se limitam á questão das armas
químicas, já aqui referida. Há dias, o vice-presidente John Kerry foi a Moscovo e fez um acordo com Putin para promover uma
conferência de paz sobre a Síria. Parece positivo, só que os EUA
renunciaram ao derrube do regime sangrento de Assad, que antes
consideravam uma condição indispensável para resolver a situação
síria.
EPA
11
Dezassete pessoas
feridas em tiroteio
Espanha
Indignados voltam aos protestos
A poucos dias do segundo aniversário das manifestações de 15 de Maio,
milhares de pessoas voltaram a sair às ruas em Madrid e outras cidades
espanholas.
O movimento dos indignados garante que, dois anos depois, há ainda mais
razões para protestar. “Da indignação à rebelião” foi uma das frases do
protesto.
Os cortes na educação e na saúde públicas que o actual Governo de Mariano Rajoy quer fazer avançar são mais duas razões que trouxeram muita
gente para a rua.
Alejandro Garcia/EPA
INTERNACIONAL
PÁG.
EUA
Ponto de vista
O Primeiro-ministro italiano, Enrico
Letta, alertou, ontem, os seus parceiros de coligação de que o Governo está em risco depois das críticas
do partido de Silvio Berlusconi, um
dos que faz parte do Executivo, aos
magistrados.
Berlusconi tem vários casos pendentes em tribunal e foi condenado
na semana passada a quatro anos
de prisão por fraude fiscal.
O líder do partido acusa os magistrados de o quererem eliminar politicamente.
Depois de críticas vindas da cidade
de Brescia por parte de elementos
do PDL (partido de Berlusconi), o
porta-voz do Governo disse que o
que se passou “não se pode repetir
sob pena de isso minar a capacidade do Executivo se manter coeso”.
“O Primeiro-ministro Letta repetiu
que não está preparado para manter o Governo a qualquer custo”,
acrescentou o porta-voz.
O Executivo de unidade formado
por vários partidos, liderado por
Enrico Letta, foi bastante difícil
de formar e obrigou o Presidente
Napolitano a demitir-se, antes de
retomar o cargo, para pressionar a
um entendimento.
r/com renascença comunicação multimédia, 2013
12
Vidas dos santos devem interpelar todos os cristãos
O Papa Francisco canonizou onem duas religiosas da
América Latina e vários mártires italianos. São os primeiros santos do seu pontificado.
As duas religiosas viveram no século vinte. Uma delas, Laura Montoya, é a primeira santa da Colômbia,
a outra santa é a mexicana Maria Guadalupe. Ambas
fundaram congregações missionárias.
Foram, também, canonizados 800 mártires italianos,
todos mortos no século XV por invasores otomanos, por
se recusarem a renegar a fé cristã. Com esta canonização em massa, que foi aprovada ainda durante o pontificado de Bento XVI, o Papa Francisco torna-se o Papa
com mais canonizações da história da Igreja.
Na homilia que proferiu na Praça de São Pedro, o Papa
Francisco lembrou que a vida das duas religiosas deve
interpelar a todos os cristãos: “São exemplos luminosos
e lições que nos oferecem os santos que hoje proclamámos, mas também questionam a nossa vida de cristãos. Como é a minha fidelidade ao Senhor? Sou capaz
de demonstrar a minha fé com respeito, mas também
com coragem? Estou atento aos outros? Apercebo-me
de quem passa necessidade? Vejo os outros como irmãos e irmãs a quem devo amar?”.
Papa pede respeito pela vida
O Papa Francisco apelou ontem, no Vaticano, à defesa
da vida humana desde “a sua concepção” e manifestou
o seu apoio à petição europeia ‘Um de Nós’, pelo fim
do financiamento de acções que destruam embriões
humanos.
“Saúdo os participantes na ‘Marcha pela vida’, que
teve lugar esta manhã em Roma, e convido a manter
viva a atenção de todos sobre o tema tão importante
do respeito pela vida humana desde o momento da sua
concepção”, declarou, antes da recitação da oração do
Regina Caeli, na Praça de São Pedro.
O Papa destacou ainda a recolha de assinaturas que
decorreu nas paróquias italianas para apoiar a iniciativa europeia ‘Um de Nós’, promovida para “garantir
protecção jurídica ao embrião, tutelando cada ser humano desde o primeiro instante da sua existência”.
“Voz da Verdade”
Semana da Família
“Destruição da família destrói a sociedade” Jornal renova
imagem
» Ângela Roque
» Filipe d’Avillez
A família “não pode continuar a ser deformada e destruída” porque isso
destrói a sociedade. O alerta é sublinhado na mensagem que Comissão
Episcopal do Laicado e Família divulgou para a “Semana da Vida”, que
começou ontem. Fernando Neves, da equipa coordenadora da Pastoral Familiar, lamenta que até em termos fiscais seja hoje mais favorável estar
separado que casado: “É terrível como se percebe que por exemplo no
nosso sistema fiscal seja benéfico serem separados do que estarem casados. Até em termos fiscais se desincentiva a família. Se não houver filhos e
se não se incentivar a natalidade não vamos ter contribuintes no futuro, e
portanto o futuro está em risco”.
A Igreja está também preocupada com a actual “cultura de morte”, e
lembra que a família é célula base da sociedade. Deve, por isso, ser incentivada e apoiada.
Ana Nunes, da equipa coordenadora da Pastoral Familiar, lamenta que os
sucessivos governos nunca tenham tido a preocupação de ouvir o que esta
estrutura da Igreja tem a dizer: “Num dos últimos governos houve a figura
de comissária nacional para a família, mas foi assim uma breve passagem.
No fundo, a família é estruturadora da sociedade, na medida em que se
criarem políticas que promovam a família, até em termos económicos,
era muito mais vantajoso para todos”. Precisamente, perante a crise, Fernando Neves lembra que a família continua a ser o “porto de abrigo” de
muitos jovens desempregados. Se não for ajudada, a crise do país será
ainda maior: “Alguns jovens tiveram de retornar a casa dos pais, algo que
está a acontecer todos os dias. Esse suporte dos pais é fundamental. Para
esse apoio poder acontecer tem de haver algum sustentáculo económico.
Se isso começa a diminuir, tudo se agrava muito”.
O jornal “Voz da Verdade”, que
pertence ao Patriarcado de Lisboa,
apresenta-se esta semana com uma
nova imagem.
O Padre Nuno Rosário Fernandes,
director deste jornal que é distribuído nas paróquias do Patriarcado e
em mais pontos do país, explica que
numa altura de crise generalizada
para as publicações pequenas e regionais, a “Voz da Verdade” procura
rejuvenescer.
“No panorama da imprensa nacional e sobretudo regional, nos órgãos
diocesanos, da Igreja, tem-se verificado uma grande dificuldade em
conseguir sustentar estes meios, em
conseguir manter. Alguns tendem a
fechar. Nós queríamos dar um novo
fôlego ao jornal que já tem 81 anos,
para lhe dar um ar mais jovem”.
A alteração não é apenas estética. A
“Voz da Verdade” está também presente em várias frentes para além
da edição em papel, a começar pelas redes sociais.
PUB
RELIGIÃO
PÁG.
Papa Francisco
r/com renascença comunicação multimédia, 2013
CULTURA
Cinema
Marcantónio Del Carmo filma curta-metragem no Douro
PÁG.
LUSA
13
» Olímpia Mairos
O Douro Film Harvest (DFH) e a Universidade de Trásos-Montes e Alto Douro (UTAD) vão produzir o primeiro
filme realizado pelo actor e encenador Marcantónio
Del Carlo, que começa a ser rodado a 31 de Maio, em
Murça.
A curta-metragem “Mau Vinho” conta com a participação dos alunos finalistas do curso de Teatro e Artes
Performativas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto
Douro (UTAD).
Marcantónio Del Carlo, que se estreia na realização,
revela que a ideia nasceu há cerca de cinco anos, quando começou a dar aulas na academia transmontana.
O professor e realizador escreveu o guião do “Mau Vinho” e lançou o desafio aos alunos para participaram na
produção. Seis estudantes da UTAD compõem o elenco
principal da produção e cerca de 20, onde se incluem
estudantes da Escola Profissional de Murça, integram o
elenco secundário.
“É a primeira vez que se faz um filme com alunos que
estão integrados na sua região, com a universidade a
que pertencem e, ao mesmo tempo, associados a um
grande evento de cinema, como é o DFH”, refere Del
Carlo. “É um grande desafio para todos.”
Del Carlo (na foto) conhece o Douro Vinhateiro há muitos anos e diz que é
um grande apreciador do vinho do
Douro.
O artista italiano, radicado em Portugal, já conta com uma carreira de
cerca de 20 anos na área da representação, como actor,
encenador e professor.
O demónio da embriaguez
O filme conta a história de um grupo de alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) que
vai fazer uma visita de estudos a uma casa vinícola da
região do Douro, visita pedida por um professor que é
representado por Marcantónio Del Carlo.
“Sou eu, o demónio da embriaguez, e vamos visitar
essa casa que produz ‘Mau Vinho’ e aí os alunos vão ser
raptados por uma seita, representada no filme pelos
caretos”, salienta.
“Mau Vinho” é uma expressão da cultura popular para
dizer que uma pessoa “é má”.
“A história nasce muito das lendas que fui estudando
desta região, que são imensas e associadas não só ao
vinho, à vindima, mas também à fertilidade, ao sol, à
lua e ao rio, claro”, acrescenta o realizador.
A curta-metragem, que terá 18 minutos, vai ser rodada
entre 31 de Maio e 3 de Junho, em Murça e noutros
pontos emblemáticos da paisagem duriense, como o
miradouro de São Leonardo da Galafura.
Douro no Brasil
A produção estreia em setembro, durante a quinta edição do Douro Film Harvest.
O DFH arranca este ano com uma primeira edição no
Rio de Janeiro, que decorre entre 23 e 26 de Maio, com
o objectivo de promover no Brasil o turismo e os vinhos
duriense.
O certame combina a colheita dos vinhos produzidos na
Região Demarcada do Douro com a sétima arte, associando ainda a música e a gastronomia.
r/com renascença comunicação multimédia, 2013
DESPORTO
PÁG.
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Ponto Final
Do céu ao inferno
Final da Liga Europa
Vítor Paneira dá
51% de favoritismo
ao Benfica
» Pedro Azevedo
Ribeiro Cristóvão
Jornalista
Jorge Jesus e o seu grupo acabam de viver a semana mais dramática dos últimos quatro anos da vida do Benfica.
É verdade que já na época passada os benfiquistas haviam sido
ultrapassados na ponta final pelo mesmo adversário, mas a intensidade e as circunstâncias de que se revestiu a parte final do jogo
do Dragão, neste domingo, é simplesmente incomparável.
Em cinco dias, o Benfica viu escaparem-se-lhe outros tantos pontos, quando as condições e as previsões pareciam apontar quase
todas em sentido oposto.
Com o Estoril Praia soaram os alarmes. Mas já em jogos realizados anteriormente o conjunto da Luz deixara perceber que começavam a não estar reunidas todas as condições necessárias para
chegar ao sucesso.
E, frente ao Futebol Clube do Porto, acabou por acontecer o que
começou a parecer também previsível alguns dias antes do jogo.
Não é despiciendo recordar que esteve por um fio a possibilidade
de agarrar o sucesso que parecia ali ao alcance da mão, mas a
derrocada final também acabou por ser a consequência de uma
estratégia mal concebida para um jogo tão decisivo.
Por outras palavras, o Benfica deixou quase sempre à vista a sua
maior preocupação em não perder o desafio do que pretender chegar à vitória, mesmo durante o curto lapso de tempo em que esteve em vantagem no marcador.
Arriscou, assim, em demasia, e por isso teve de resignar-se a aceitar um desfecho nada conveniente, como veio a acontecer.
Ao cair, de joelhos, impotente, perante um golo de Kelvin que vai
ficar para a história e para ser recordado por muitos anos, Jorge
Jesus pode ter iniciado uma caminhada a partir agora marcada por
enormes dificuldades.
E assim, uma temporada que parecia destinada a ficar nos anais do
clube da águia escrita em letras de oiro, pode vir a transformar-se
num autêntico pesadelo.
Nesta quarta-feira, escrever-se-à outra página, também decisiva,
para a orientação futura dos encarnados.
Veremos então se o descalabro da noite de domingo vai ou não
ter reflexos no comportamento do grupo que saiu devastado do
Dragão.
Agora, com a Liga a chegar ao fim, ficam ainda dúvidas para desfazer, a mais importante das quais tem a ver com a atribuição do
título. Porque se é verdade que os portistas estão perto de alcançar o tri, o Paços de Ferreira tem ainda uma palavra a dizer.
Questão fechada é já a ausência do Sporting nas próximas competições europeias, um bom motivo para a reflexão profunda que o
futebol leonino exige neste momento, e que, com serenidade, os
novos responsáveis não deixarão de fazer nos próximos dias.
Ouça a crónica de Ribeiro Cristóvão às 22h30, em Bola Branca
Vítor Paneira esteve como titular
na última final europeia do Benfica
em 1990 frente ao AC Milan em Viena. O jogador não esconde satisfação pelo regresso do clube às finais
europeias. “É importante para o
Benfica e para o futebol português.
Sinto-me contente por voltar a ver
o Benfica nos grandes palcos europeus e marcar uma posição internacional que tem vindo a crescer
depois de se ter desligado durante
alguns anos”, refere o ex-jogador.
Em declarações a Bola Branca, o
antigo internacional português diz
que “ficaria contente se o Benfica
vencesse” final da Liga Europa e
que “tem todas as possibilidades de
o conseguir”.
Depois de ter perdido a liderança
da I Liga para o FC Porto, o Benfica,
na final da próxima quarta-feira em
Amesterdão, vai defrontar o actual
campeão europeu. E Paneira lembra que se “num passado recente
as camisolas do Chelsea têm mais
peso, a história do Benfica é mais
rica”.
No que toca ao favoritismo, “as
equipas partem de 50-50, mas caio
para o lado do Benfica”. A equipa
encarnada “tem mais 1% que pode
ser decisivo na final”, sustenta Vítor Paneira, numa entrevista vídeo
que pode ver em rr.sapo.pt.
II Liga
Arouca confirma
subida
O Arouca bateu o União da Madeira
em casa por 3-0, na II Liga, ontem,
e confirmou a subida à I Liga, onde
vai jogar pela primeira vez. Vítor
Oliveira, técnico dos nortenhos,
conseguiu a sexta subida da sua
carreira.
Os três pontos diante do União da
Madeira permitem ao Arouca celebrar a promoção. A equipa junta-se
ao Belenenses na subida de divisão.
Em contrapartida, o Leixões, que
ainda estava na corrida, vai permanecer na II Liga, apesar de ter
vencido fora a Oliveirense.
r/com renascença comunicação multimédia, 2013
ONTEM
E HOJE
PÁG.
15
A 13 de Maio de 1934...
Inaugurada a estátua do Marquês de Pombal em Lisboa
» Raul Santos
A ideia de erguer, em Lisboa, um grande
monumento em homenagem a Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês
de Pombal, surgiu em 1882, quando se
assinalou o centenário da sua morte.
Foi aberta uma subscrição pública, mas
o projecto arrastou-se. Iria arrastar-se
por alguns anos.
O local escolhido foi o topo da avenida da Liberdade, então designado como
“rotunda”, centro nevrálgico da capital e o local de
onde os revolucionários republicanos imporiam a
queda do regime monárquico, em 1910.
O projecto, assinado por três arquitectos – Adães
Bermudes, Arnaldo Redondo e António Couto – foi conhecido em 1914, tendo sido precisos três anos para
o lançamento da primeira pedra. O processo adormeceu, de novo, e uma segunda primeira pedra seria
lançada em 1926, a 13 de Maio, pelo próprio Presidente da República de então, Bernardino Machado.
A partir daí, mais ou menos expeditamente, a obra
andou até ao fim. A Ditadura, primeiro, e o Estado
Novo, liderado por Salazar, depois, não deixariam
cair o projecto.
A componente estatutária do monumento também
foi sujeita a reveses. O maior foi a morte do responsável, o escultor Francisco dos Santos. O seu trabalho
foi terminado por Leopoldo Neves de Almeida e José
Simões de Almeida.
A imagem do Marquês, com este,
olhando a Baixa, tendo a mão
pousada num leão, foi colocada
no topo do pedestal, que tem 40
metros de altura, 12 de Dezembro
de 1933. Na base do monumento,
estão imagens que simbolizam a
acção política e reformas que promoveu enquanto secretário de Estado do reino (na prática, chefe do
Governo) durante o reinado de D. José. Entra as várias figuras alegóricas, destaca-se a figura feminina
que simboliza “Lisboa reedificada”. Pedras partidas
na base do monumento e representações de ondas
representam a destruição causada pelo Terramoto de
1755.
De acordo com o portal “revelarlx”, da Câmara de
Lisboa, a inauguração oficial do monumento foi marcada para as 14h00 de 13 de Maio de 1934, um domingo. Presidiu à cerimónia o ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco. Discursaram o general Vieira
da Rocha, da comissão executiva do monumento, e o
presidente da Câmara Municipal de Lisboa, tenentecoronel Linhares de Lima. Depois, Duarte Pacheco
descerrou a placa de inauguração, que se encontrava
coberta pela bandeira nacional. Durante as comemorações, actuaram nos dois coretos instalados na
praça, várias bandas musicais. A festa prolongou-se
até à noite.
Olhar
Como é já tradição,
a procissão de Nossa
Senhora de Fátima
realizou-se hoje
em Macau, desde a
igreja de S. Domingos até a Penha,
atraindo centenas
de pessoas.
Foto: Carmo Correia/LUSA
r/com renascença comunicação multimédia, 2013
ÚLTIMAS
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Liga Europa/Final
UE
Cimeira Ibérica
Árbitro da casa no
Benfica-Chelsea
Ministro alemão
apela à criação de
união bancária em
“dois tempos”
Passos nega
“divergência
dentro do Governo”
O holandês Bjorn Kuipers foi hoje
nomeado para arbitrar o jogo da final da Liga Europa de futebol, que
vai opor o Benfica aos ingleses do
Chelsea, na quarta-feira, na Arena
de Amesterdão.
Kuipers, de 40 anos e internacional desde 2006, vai contar com os
compatriotas Sander van Roekel e
Erwin Zeinstra, como assistentes, e
Pol van Boekel e Richard Liesveld,
como assistentes auxiliares, enquanto o alemão Felix Brych vai ser
o quarto árbitro.
O juiz nomeado para a final de
Amesterdão é natural de Oldenzaal, onde é proprietário de cabeleireiro, além de ser coproprietário de
supermercados, e arbitrou recentemente a goleada do Borussia de
Dortmund ao Real Madrid, por 4-1,
da primeira mão das meias-finais da
Liga dos Campeões.
O ministro das Finanças alemão,
Wolfgang Schäuble, apelou, num
artigo hoje publicado no “Financial
Times”, à criação de um mecanismo de resolução bancário europeu
“em dois tempos”, baseado inicialmente em sistemas existentes em
certos países.
Os tratados europeus actuais “não
são suficientes para ancorar [na lei]
de forma inabalável uma autoridade central forte de resolução”, escreveu o ministro.
Tal instituição deverá supervisionar
de forma ordenada o desmantelamento de bancos em falência, no
âmbito de uma união bancária que
os países da Zona Euro e alguns parceiros da União Europeia estão em
vias de implementar.
A fechar...
O Primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, negou hoje a
existência de qualquer divergência
dentro do Governo e afirmou estar
de acordo com Paulo Portas quanto
à minimização do impacto sobre o
rendimento dos pensionistas.
“Não há nenhuma divergência dentro do Governo”, garantiu o chefe
do Executivo, na conferência de
imprensa sobre a XXVI Cimeira Luso-Espanhola, em Madrid, à qual o
ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros, Paulo Portas, assistiu
na primeira fila.
De acordo com o Primeiro-ministro,
tanto ele como o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros estão comprometidos com o “quadro
de reformas importantes de médio
prazo” a aplicar em 2014 e 2015.
TEMPO
Governo concorda com Cavaco
O ministro da Presidência, Marques Guedes, disse que é
pertinente que Cavaco Silva queira ouvir os conselheiros
sobre as perspectivas da economia no “pós-troika”.
Prédio que ruiu estava sinalizado
O presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, disse hoje à Lusa que o prédio devoluto que ruiu
em Leça da Palmeira, e que provocou danos numa casa
contígua, sem causar feridos, já estava sinalizado pela
autarquia, que tinha determinado a sua demolição.
Taça: lotação esgotada
TERÇA
QUARTA
20ºC/15ºC
15ºC/14ºC
17ºC/12ºC
15ºC/12ºC
25ºC/16ºC
19ºC/12ºC
20ºC/11ºC
15ºC/12ºC
22ºC/16ºC
17ºC/12ºC
17ºC/12ºC
18ºC/14ºC
LISBOA
PORTO
FARO
COIMBRA
A FPF anunciou ter esgotado os bilhetes disponibilizados
para a final da Taça de Portugal.
MADEIRA
Pedro Proença nomeado para a
Taça das Confederações
A equipa de arbitragem composta por Pedro Proença,
Bertino Miranda e Tiago Trigo foi nomeada pela FIFA para
a próxima Taça das Confederações em futebol.
AÇORES
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Cavaco convoca Conselho de